Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bioquímica aplicada e interpretação de exames laboratoriais Interpretação clínica de hemograma e painéis químicos clínicos Bloco 1 Flávia Debiagi Tecido sanguíneo • Glóbulos vermelhos. • Glóbulos brancos. • Plaquetas. Figura 1 – Componentes do sangue e sua formação Fonte: ttsz/ iStock.com. Sangue Células-tronco Mieloides Células-tronco linfoides Tecido sanguíneo Figura 2 – Estrutura do sangue Fonte: ttsz/ iStock.com. Plasma: • 90 % de água. • Proteínas, glicose, ureia, vitaminas, sais minerais, hormônios. 4 % Leucócitos e plaquetas. Hemácias: • Transporte de oxigênio. • Hemoglobina. Tecido sanguíneo Quadro 1 – Tecido sanguíneo Fonte: elaborado pela autora. CÉLULAS FUNÇÃO Eritrócitos. Transporte de oxigênio e dióxido de carbono. Plaquetas. Coagulação sanguínea. LEUCÓCITOS Neutrófilos. Proteção contra bactérias e fungos. Monócitos. Proteção contra bactérias e fungos. Eosinófilos. Proteção contra parasitas. Basófilos. Reações de hipersensibilidade imediata. Linfócitos. Células B: síntese de imunoglobulinas. Células T: proteção contra vírus; funções imunes. Hemograma – Série vermelha ↓ Hemácias → casos de anemias, leucemias, após hemorragias intensas e em infecções graves. Quadro 2 – Hemograma Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). Paciente HEMÁCIAS (células/mm3) HEMOGLOBINA (g/dL) HEMATÓCRITO (%) Homem 4.500.000 a 6.000.000 13,5 a 18 40 a 54 Mulher 4.000.000 a 5.500.000 12 a 16 37 a 47 ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS VALOR DE REFERÊNCIA VCM (volume corpuscular médio). 80 a 100 fl HCM (hemoglobina corpuscular média). 27 a 33 pg CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média). 32 a 35% RDW (distribuição do tamanho das hemácias). 14,5 a 11,5 % Hemograma – Série vermelha Avalia o tamanho médio das hemácias. Quadro 3 – Hemograma Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). Hemograma – Série vermelha VCM Microcítica: VCM < 80 fl Normocítica: VCM = 80 a 100 fl Macrocítica: VCM >100 fl • Deficiência de ferro. • Talassemia. • Anemia sideroblástica. • Vitamina B12. • Hepatopatia crônica. • Quimioterapia. • Citotóxica. • Reticulocitose. • Alcoolismo crônico. ↓ Hemograma – Série vermelha Quantidade (peso) de hemoglobina, em média, no eritrócito. Quadro 4 – Hemograma Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS VALOR DE REFERÊNCIA VCM (volume corpuscular médio). 80 a 100 fL HCM (hemoglobina corpuscular média). 27 a 33 pg CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média). 32 a 35% RDW (distribuição do tamanho das hemácias). 14,5 a 11,5 % Hemograma – Série vermelha HCM Hipocromia: HCM < 27 pg HCM >30 pg • Anemias não hemolíticas, mesmo com valores de ferro normais. • Anemias hemolíticas. • Carências após o consumo de ferro. Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). ↓ Hemoglobina nos eritrócitos. Hemograma – Série vermelha Avalia a porcentagem de hemoglobina em 100 mL de hemácias. Quadro 5 – Hemograma Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS VALOR DE REFERÊNCIA VCM (volume corpuscular médio). 80 a 100 fl HCM (hemoglobina corpuscular média). 27 a 33 pg CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média). 32 a 35 % RDW (distribuição do tamanho das hemácias). 14,5 a 11,5 % Hemograma – Série vermelha CHCM CHCM < 32 % CHCM >35 % • Anemias por deficiência de ferro. • Esferócitos. • Hemólise intravascular. • Lipedemia grave. • Tabagismo. Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). Hemograma – Série vermelha Avalia a distribuição do tamanho das hemácias. Quadro 6 – Hemograma Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS VALOR DE REFERÊNCIA VCM (volume corpuscular médio). 80 a 100 fL HCM (hemoglobina corpuscular média). 27 a 33 pg CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média). 32 a 35% RDW (distribuição do tamanho das hemácias). 14,5 a 11,5 % Hemograma – Série vermelha RDW RDW < 15 % RDW > 14,5 % • Não apresentam significado clínico. • Dispersão do tamanho das hemácias. Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). Hemograma – Série vermelha • Hemácias jovens e policromatofílicas. • 0,5 a 1,5% ou 25.000 a 100.000/μL. • Medula óssea está com a produção de hemácias aumentada. Figura 3 – Estrutura do reticulócitos Fonte:jarun011/ iStock.com. Interpretação clínica de hemograma e painéis químicos clínicos Bloco 2 Flávia Debiagi Hemograma – Série branca • Leucograma. • Contagem de leucócitos. Quadro 2 - Componentes Fonte: elaborado pela autora. Figura 4 – Leucócitos Fonte:TimoninaIryna/ istock.com. PACIENTE CONTAGEM TOTAL DE LEUCÓCITOS (CÉLULAS/ MM3) Adultos 4.000 a 11.0000 Recém-nascidos 10.000 a 18.000 Hemograma – Série branca • Leucocitose → ↑ neutrófilos, eusinófilos e linfócitos: • Estresse orgânico com liberação de cortisol. • Infecções agudas causadas por bactérias. • Pós-operatórios. • Processos inflamatórios ou neoplásicos. • Uso de corticosteroides, septicemia, leucemia etc. Hemograma – Série branca • Leucopenia → ↓ neutrófilos: • Dengue, rubéola, caxumba e a leishmaniose visceral. • Medicamentos como anti-inflamatórios e quimioterápicos. • Aplasia medular. • Intoxicação por solventes orgânicos. Coagulograma • Série de exames que avaliam tanto a hemostasia primária, quanto as proteínas da cascata de coagulação. Figura 5 – Plaquetas Fonte:ttsz/ iStock.com. • Plaquetas: • 150.000 a 400.000 plaquetas/mm3 Hemograma – Coagulograma PLAQUETAS 150.000 a 400.000 plaquetas/mm3 Plaquetopenias < 150.000 > 400.000 • Hereditárias ou adquiridas. • Anemias aplástica e megaloblástica. • Doenças autoimunes. • Malária. • Dengue. • Doenças mieloproliferativas. • Febre reumática, artrite reumatoide. • Colite ulcerative. • Carcinomas. • Doença de Hodgkin.Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). Anemias - Anemia de doença crônica. - Doença renal. - Lesão medular. ANEMIA Hb < 13 (homens) Hb < 12 (mulheres) Microcítica: VCM < 80 fl Normocítica: VCM = 80 a 100 fl Macrocítica: VCM >100 fl - Deficiência de ferro. - Talassemia. - Anemia sideroblástica. - Deficiência de vitamina B12. - Deficiência de folato Mielodisplasia. Reticulócitos > 1,5% • Hemorragia aguda. • Anemia hemolítica. Reticulócitos < 1,5% Fonte: Calixto-Lima e Reis (2012). Teoria em prática Bloco 3 Flávia Debiagi Teoria em prática Mulher, de 50 anos de idade, chega ao departamento de nutrição clínica: eupineica; acianoticoa; anicterica; afebril e hipocorada. Apresenta funções excretorasnormais e relata boa aceitação da alimentação. Relatou que foi encaminhada ao nutricionista pela Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu bairro e trouxe consigo laudo de alguns exames laboratorias, apresentados no quadro a seguir. Teoria em prática De acordo com os resultados apresentados, qual o possível diagnóstico da paciente? Justifique sua resposta. Quadro 8 – Teoria em prática Fonte: elaborado pela autora. EXAMES VALORES OBTIDOS VALORES DE REFERÊNCIA Hemácias 3,43 milhões/mL 4 a 5,5 milhões/mL Hemoglobina 9,05 g/dL 12 a 16 g/dL Hematócrito 27,7 % 40 % a 52 % ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS VCM 70 fl 82 a 92 fl HCM 28 pg 27 a 33 pg CHCM 25 % 32 a 35 % COAGULOGRAMA Plaquetas 100.000 150.000 a 400.000 plaquetas/mm3 Teoria em prática Quadro 8 – Teoria em prática Fonte: elaborado pela autora. EXAMES VALORES OBTIDOS VALORES DE REFERÊNCIA Hemácias 3,43 milhões/mL 4 a 5,5 milhões/mL Hemoglobina 9,05 g/dL 12 a 16 g/dL Hematócrito 27,7 % 40 % a 52 % ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS VCM 70 fl 82 a 92 fl HCM 28 pg 27 a 33 pg CHCM 25 % 32 a 35 % COAGULOGRAMA Plaquetas 100.000 150.000 a 400.000 plaquetas/mm3 Dosagem de ferritina, suspeita de anemia por deficiência nutricional de ferro. Dica da professora Bloco 4 Flávia Debiagi Dica da professora Dica da professora Dica da professora Dica da professora Dica da professora Referências CALIXTO-LIMA, L.; REIS, N. T. Interpretação de exames laboratoriais aplicadosà nutrição clínica. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2012. p. 489. COSTA, M. J. C. Interpretação de exames bioquímicos para o nutricionista. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2015. DALANHOL, M. et al. Efeitos quantitativos da estocagem de sangue periférico nas determinações do hemograma automatizado. Revista Brasileira de Hematologia Hemoteria. São Paulo, 2010. Referências HOFFBRAND, A. V.; Moss, P. A. H. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. 7. ed. Porto Alegre : Artmed, 2018. MARTY, E.; MARTY, R.M. Hematologia laboratorial. São Paulo : Érica, 2015 .p. 120. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS) (Ed.). Worldwide prevalence of anaemia 1993–2005: WHO Global Database on Anaemia. Espanha: Who Press, 2008. Referências PINTO, W. J. Bioquímica clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 628. SILVA, A.M.; RIBEIRO NETO, L.M. Hematologia: métodos e interpretação. São Paulo : Roca, 2017. SILVA, P. H et al. Hematologia laboratorial: teoria e procedimentos. Porto Alegre : Artmed, 2016 XAVIER, R.M.; DORA, J.M.; BARROS, E.B. Laboratório na prática clínica: consulta rápida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. WILLIAMSON, M. A.; SNYDER, L.M. Wallach: interpretação de exames laboratoriais,.10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. p. 1203.
Compartilhar