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STUART MILL CONTRADITÓRIO, PORÉM, ACIMA DE TUDO FUNDAMENTAL À TEORIA ECONÔMICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROF. Dra. VANUSA CARLA PEREIRA SANTOS
DISCIPLINA: ECONOMIA CLÁSSICA
ALCINDO GOMES DE MORAES NETO (201905340055)
LUCAS MIRANDA DE SOUSA (201905340040)
STUART MILL: CONTRADITÓRIO, PORÉM, ACIMA DE TUDO FUNDAMENTAL À TEORIA ECONÔMICA.
BELÉM
2020
1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho propõe uma discussão acerca da biografia de John Stuart Mill e a sua contribuição à teoria econômica, a partir da assimilação de suas propostas teóricas. Há uma estrutura basilar em suas obras, abrange escritos sobre lógica, epistemologia, ciência econômica, filosofia, ética, metafisica e temas de interesse público. Muitas são as suas obras, entre as mais importantes, e que serviram de base para a busca bibliográfica de desenvolvimento desse resumo, estão: Princípios de Economia Política, Sobre a Liberdade, Utilitarismo e Three Essays on Religion. 
Este resumo apresenta uma visão geral da vida de Mill e dos principais pontos de suas obras, dando atenção especial aos argumentos usados pelo autor, considerando a sua historicidade, e irá se organizar da seguinte forma: primeiramente, iremos ponderar e debater o cenário político e histórico que construiu seu pensamento, logo em seguida, irá ser feito uma discussão de suas ideias ecléticas sobre a união da Teoria Valor-Trabalho e Valor-Utilidade no âmbito das ciências econômicas, dando destaque para sua proposição em propriedade privada e sua teoria acerca do comércio internacional, produção, mercadoria e preços, e por fim, iremos analisa as suas conclusões, de caráter econômico, a Mill, sobre como era vista a questão dos salários e o reformismo intervencionista do capitalismo..
2. O CONTEXTO HISTÓRICO DAS IDEIAS DE SUART MILL 
É possível dizer que o socialismo se originou igualmente de ideias inglesas e francesas. A ala esquerda do movimento revolucionário francês do século XVIII produziu muitas ideias socialistas. Um de seus líderes foi Gracchus Babeuf, que em seus escritos argumentou que a natureza fizera todas as pessoas iguais, em direitos e necessidades. Portanto, as desigualdades de poder e de riqueza que tinham surgido deveriam ser reparadas pela sociedade. Para Babeuf, a presença de desigualdade significa a presença de injustiça (HUNT, 2005). 
Henri de Saint-Simom foi outro pensador que contribui bastante para as ideias socialistas, era originário de uma família empobrecida da nobreza e tinha um desdém aristocrático pelo egoísmo antissocial dos capitalistas ricos de sua época. Condenava os efeitos morais perniciosos da concorrência individualista e ressaltava o valor social da produção cooperativa planejada. Também condenava o grande número de ricos ociosos que viviam da diligência da gente trabalhadora. Era favorável à propriedade privada, quando usada para promover o bem-estar das massas, mas insistia em que só uma intervenção ampla do governo na produção, na distribuição e no comércio poderia garantir isso (GENNARI, 2017).
As cooperativas sociais foram popularizadas na França por Charles Fourier, na década de 1830. Ele achava que, em uma economia capitalista, só cerca de 1/3 do povo realmente realizava trabalho socialmente útil. Os outros 2/3 ou eram dirigidos para ocupações inúteis, pela corrupção e pela distorção causadas pelo sistema de mercado ou eram parasitas inúteis e ricos (BRUE, 2005). 
Na década de 1840 e durante várias décadas depois, o socialista francês mais influente foi Pierre Joseph Proudhon, segundo Hunt. Em seu livro O que É a Propriedade? ele respondeu à pergunta feita no título com o slogan que o tornou famoso: “A propriedade é um roubo”. Em sua concepção, segundo ele, a propriedade era “a mãe da tirania”. Como os direitos de propriedade eram, simplesmente, conjuntos de privilégios especiais para poucos e de restrições e proibições gerais para as massas, envolviam, necessariamente, a coação, a fim de serem estabelecidos e cumpridos. Daí a função básica do Estado ser a coação. Os direitos de propriedade eram uma fonte não só de tirania e coação como também de desigualdade econômica. Enquanto a quantidade de trabalho empregada determinava a quantidade produzida, em uma sociedade capitalista, a propriedade determinava a divisão da produção, de modo que os que produziam recebiam quase nada e os que tinham propriedades podiam usar as leis da propriedade privada para “roubar legalmente” os trabalhadores. A sociedade ideal de Proudhon rejeitava não só as relações de propriedade capitalistas como também a industrialização. Ele visualizava uma época áurea da agricultura em pequena escala e de produção artesanal, na qual cada agricultor e cada operário possuiriam seu próprio capital e ninguém viveria apenas da propriedade (HUNT, 2005).
3. O UTILITARISMO DE STUART MILL 
A última grande tentativa de integrar a teoria do valor-trabalho e a perspectiva utilitarista foi feita por John Stuart Mill, em sua obra Princípios de Economia Política, publicada pela primeira vez em 1848. Mill declarou-se discípulo de Bentham e Ricardo, mas suas obras tinham, quase sempre, uma característica distintiva: ele tentou ser correto e justo na apresentação de qualquer doutrina e, por isso, apresentou modificações, extensões e muitas explicações para quase todos os princípios propostos. Frequentemente as modificações foram tão significativas – como no caso de sua formulação do utilitarismo, de Bentham, e da teoria do valor trabalho, de Ricardo – que a doutrina que ele acabou apresentando era completamente diferente da doutrina inicial. Ele acabou não sendo um utilitarista nem um proponente da teoria do valor-trabalho. Muitas vezes, também, suas explicações de qualquer princípio eram tão extensas e sua argumentação tão persuasiva, que seu efeito final era sugerir ao leitor a validade de princípios bastante contraditórios aos esposados por ele próprio – e, muitas vezes, com uma defesa lúcida e convincente desses princípios. Por isso, tanto a filosofia social de Mill quanto sua teoria econômica eram ecléticas e, muitas vezes, incoerentes (LÉGÉ, 2006).
 Mill começou seus Princípios com uma afirmação que contradizia a maioria dos economistas teóricos anteriores a ele e que contradiz a economia neoclássica contemporânea, como relata a obra de Hunt. “A produção da riqueza” – escreveu ele – “não é, evidentemente, uma coisa arbitrária. Tem condições necessárias”. 36 Com isso, ele queria dizer que as leis da matéria e as consequências materiais de determinadas técnicas físicas de produção eram as mesmas, em todas as sociedades. “Diversamente das leis da produção” – continuava ele – “as leis da distribuição são, em parte, uma instituição humana, isso porque a forma de distribuição da riqueza, em qualquer sociedade, depende dos regulamentos ou dos usos vigentes nessa sociedade”. Com isso, ele queria dizer que as leis da propriedade e outras instituições que afetavam a distribuição da riqueza eram instituições humanas que tinham sido mudadas no passado e que, segundo ele, mudariam no futuro (SIMÕES, 2013).
4. A TEORIA DO VALOR DE STUART MILL
A partir disso, Mill passa a defender a teoria valor-trabalho, segundo o mainstream dos economistas clássicos, a produção dependia da quantidade de valor que seria utilizado para transformar algum tipo de recurso natural. Assim, ao passo que ele faz essas interpretações, o autor abandona os preceitos utilitaristas, nesse momento ele também começa a aceitar algumas ideias comuns à David Ricardo e Adam Smith que já vinham trabalhando nessa teoria. Em relação ao primeiro autor, ele aceitava a interpretação que o trabalho excedente da produção vem a dar origem ao lucro, logo, quanto mais horas de trabalho, maior é a lucratividade do capitalista. Já em afinidade com Smith, ele concordava que o preço de mercado se iguala ao preço natural, mas isso gera confusão aos estudiosos contemporâneos, pois, é um pressuposto primitivo da teoria de Smith, no qual o preço é definido pela lei da oferta e da demanda (BRUE, 2005). 
Nota-se, que Mill, se revela um autor bemcontroverso, em um primeiro momento ele aceita a teoria valor-utilidade, mas é contra os pressupostos basilares, em seguida, ele defende a teoria valor-trabalho e retorna a ideia das relações de mercado. Ainda assim, ele abandona a teoria valor-trabalho e passa a discutir o valor no que diz respeito ao valor de troca, ensejando ao preço relativo, que nada mais é do que a ideia de mercado e relação de oferta e demanda que define o preço (MACIEL, 2018).
5. CONTRIBUIÇÕES GERAIS DE STUART MILL
Assim como outros autores clássicos, Mill buscou contribuir para o estudo e discussão sobre o comércio internacional, a partir disso ele começa a desenvolver ideias sobre como funciona e acontece as relações no comércio exterior. Incialmente, Mill imagina que há uma diferença entre o mercado externo e o interno, no primeiro não haveria possibilidade de igualar as diferentes remunerações que existiam entre os distintos países, assim como o lucro, e isso impedia com que houvesse custos de produção igualitários em razão das peculiaridades endógenas de cada nação, e para se definir o preço no mercado internacional dependeria das leis de mercado, oferta e demanda, não dos custos de produção. Em contra partida, no mercado nacional ou interno, os preços do custo de produção se igualariam, logo, existia a possibilidade de se ter uma concorrência leal dentro mercado interno em razão da equidade dos custos de produção (SCOVILLE, 2014). 
Posto isso, Mill acreditava que para haver o comércio internacional, dever-se-ia ponderar quanto ao balanço de pagamentos de cada nação, constituindo a nova referência do comércio internacional, com uma regra, dentro desse processo de relações comerciais cada país deveria ser claro em oferecer a quantidade de bens importados, pois para haver o equilíbrio nesse mercado, era necessário ter o balanço de pagamento como parâmetro, a partir das forças de mercado, oferta e demanda de bens e serviços (BRUE, 2005).
Após o autor discutir todos esses assuntos, Mill retorna a perpassar pelas ideias socialistas, pois ele se considerava alguém com responsabilidade social e com o imenso desejo de ser um reformador frente ao sistema capitalista, considerado por ele um mecanismo perverso, injusto e que só conduzia à desigualdade social, e o sistema de produção capitalista era um inibidor do estado de bem estar social.
No que diz respeito a classe trabalhadora, Mill se considerava defensor, pois esse grupo social era o mais prejudicado nessa relação de produção, então, novamente o autor volta à defesa dos pressupostos socialistas, galgando reformas no âmbito econômico, social e trabalhistas. Dessa forma, ele discutia sobre a formação dos salários, e segundo Mill o salário estar sujeito ao trabalho, já que é a forma que você se torna destacável, e caso almeje aumento da remuneração, então é por meio da especialização. Assim, surge nele a discussão sobre a importância da especialização, do estudo e aprendizado de técnicas, onde o aumento dos salários está conectado intrinsicamente com a formação educacional e qualificação (HUNT, 2005). 
Seguindo na logica socialista e reformista, as greves tinham fundamental importância na luta dos trabalhadores e na conquista de direitos, segundo Mill. Como defensor da classe trabalhadora, idealista por fundamentos, ele acreditava que essas intervenções no espaço social seriam importantes, também para eficiente distribuição dos lucros entre os agentes que participavam dessa relação trabalhista. Importante comentar, perante as ideias de Mill, a melhor maneira para que a classe trabalhadora pudesse alcançar seus objetivos por meio das graves, era a luta por educação e qualificação técnica, pois eram o caminho mais rápido rumo a melhoria da qualidade de vida e de uma sociedade justa (GENNARI, 2017). 
Na discussão sobre o papel do Estado, o autor acreditava em seu papel coercitivo e interventor, intervindo em questões que não ficavam restritas a questões sociais, mas abrangiam especialmente à Economia, por meio de leis que defendiam e garantiam os direitos dos trabalhadores, fiscalizando e monitorando as ações dos agentes na economia de mercado, diluindo qualquer possibilidade de consolidação dos monopólios que não trabalhassem a favor da sociedade e objetassem apenas a lucratividade (SCOVILLE, 2017). 
6. CONCLUSÃO
Esse trabalho nos apresentou um autor extremamente contravertido em ideias, que apresentou diversos questionamentos dicotômicos, tais como a versatilidade entre teoria valor-utilidade e valor-trabalho, tendo como influências a questão do utilitarismo e do socialismo, essas ideologias lhe prejudicaram em ser claro na linha de raciocínio para a compreensão de diversos temas abordados até aqui, à exemplo temos a questão do valor-trabalho na economia e as forças de oferta e demanda. Percebemos diante dessa discussão, um Stuart Mill utilitarista, mas que defendiam as ideias de uma economia de mercado, indo contra os preceitos do cooperativismo e de questões da defesa da classe trabalhadora.
Discutimos um teórico idealista, pois Mill foi o construtor de uma sociedade harmônica, captando o que ele ponderava como o de melhor em cada teoria do valor, formulando uma teoria do valor pioneira, mesmo que absorvesse as propriedades de muitas outras, sem deliberar sobre o quanto fosse parecer contraditório e de difícil intepretação, ainda mais de aplicação. Por fim, apesar do seu brilhantismo, isso agiu como impedimento para que Mill alcançasse ponderações racionais e práticas sobre suas ideias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GENNARI, ADILSON MARQUES; DE OLIVEIRA, ROBERSON CAMPOS. História do pensamento econômico. Saraiva Educação SA, 2017.
HUNT, E. K. História do pensamento econômico. 3 ed. Campus, 5 cap., p. 142-183, 2005.
LÉGÉ, Philippe. Socialismo y utilitarismo en la economía política de John Stuart Mill. Lecturas de Economía, n. 64, p. 167-185, 2006.
MACIEL, Everton Miguel Puhl et al. Fato e valor em John Stuart Mill. 2018.
SCOVILLE, Eduardo H. Martins L.; DE OLIVEIRA, Gilson Batista. As contribuições e o pensamento de John Stuart Mill no campo da economia. Revista da FAE, v. 17, n. 1, p. 80-95, 2014.
SIMÕES, Mauro Cardoso. John Stuart Mill: utilitarismo e liberalismo. Veritas, v. 58, n. 1, 2013.
BRUE, Stanley L. História do pensamento econômico. 7 cap., 6 ed. Cengage Learning, p. 100-120, 2005.

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