Buscar

KARL MARX O HOMEM, O PENSADOR, O VISIONÁRIO, O REVOLUCIONÁRIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROF. Dra. VANUSA CARLA PEREIRA SANTOS
DISCIPLINA: ECONOMIA CLÁSSICA
ALCINDO GOMES DE MORAES NETO (201905340055)
LUCAS MIRANDA DE SOUSA (201905340040)
KARL MARX: O HOMEM, O PENSADOR, O VISIONÁRIO, O REVOLUCIONÁRIO.
BELÉM
2020
1. INTRODUÇÃO
A hipótese fundamental de Marx, é a de que para existirem os homens, necessitam transformar de forma solida e constante a natureza. Essa é o fundamento basilar, que não se pode eliminar do mundo dos homens. Sem as suas constantes mudanças, o processo de criação e recriação social jamais seria crível. Essa amarração social, dos indivíduos sociais em relação a natureza não constitui fato de que o mundo dos homens permaneça submisso sempre à uma legislação e processos do mundo natural. Sem a reprodução da espécie humana, como consequência não existe sociedade, apesar disso, a história humana vai além de um sistema biológico de reprodução. O conflito entre estratos sociais, paixões e desejos humanos, ou uma pintura rupestre, são alguns, de muitos exemplos que exemplificam como a vida social é denotada por dispares fatores, não são estritamente biológicos, mas acima de tudo, são construções sociais (TONET 2008).
No presente trabalho, vamos concluir a disciplina de Economia Clássica discutindo pontos gerais da teoria de Karl Marx, de forma a complementar o bojo teórico construído na disciplina no decorrer do período letivo. Iremos começar apresentando o contexto histórico de Marx, em seguida a Teoria do Valor-Trabalho, bem como, o excedente econômico, que é a estrutura basilar do Capitalismo, e a acumulação de capital, pois esse sistema econômico é estruturado em cima disso, onde o maior alvo do Capitalismo é o lucro, que tem como processo anterior a acumulação de capital.
2. O CONTEXTO HISTÓRICO DAS IDEIAS DE KARL MARX 
É fundamental apresentar a gênese de todo o pensamento filosófico de Marx, que se inicia ao estudar Filosofia nos anos 1840 na universidade de Berlim. Durante esse período, o ambiente acadêmico alemão sofria forte influência de Hegel. Hegel discute três instituições consideradas fundamentais por ele para a concepção de sociedade e manifestações da razão divina; Estado, Religião e Igreja, sendo o primeiro responsável por dotar a sociedade civil de racionalidade, tornando ela um espaço de realização humana (MANDEL, 1980). 
Hegel deixou como legado duas vertentes teóricas, a direita e a esquerda Hegeliana, a primeira assentada em elementos conservadores do sistema filosófico hegeliano defensora do status quo do Estado Prussiano, a segunda, tem como ênfase o método dialético hegeliano na análise histórica, seus membros eram jovens contestadores intelectuais e críticos do status quo alemão. Na esquerda hegeliana, um teórico se destaca, Ludwig Feuerbach, agrupando todo o pensamento hegeliano de esquerda em uma obra publicada em 1841, A Essência do Cristianismo. Feurbach foi um forte opositor de Hegel no que diz respeito à concepção materialista e naturalista do homem, discutia a alienação religiosa, no qual o homem se aliena facilmente. Portanto, Hegel e Feuerbach, influenciaram grandemente Marx, fundamentalmente na elaboração do seu método dialético por parte de Hegel e a concepção materialista dialética por parte de Feuerbach. Primeiramente aprende com esses pensadores e na sequencia faz a sua crítica, então é onde acontecem os seus grandes avanços (MANDEL, 1980).
Dessa forma, a partir de 1840 Marx se alinha com os hegelianos de esquerda, e nesse momento Henrique Guilherme IV ascende ao reinado na Prússia, assim, reativando uma política conservadora, com forte orientação opressiva desse Estado ao conjunto da Confederação Alemã. Guilherme IV passa a agir de maneira a remover de uma vez por todas toda a influência de Hegel nas universidades alemães, assim, ele nomeia Friedrich Shelling, um importante opositor de Hegel, ao cargo de reitor da Universidade de Berlim. Essa atitude, culmina na expulsão de todos os professores hegelianos de esquerda, e impede Marx de ser professor universitário (MANDEL, 1980).
Sendo assim, impedido de realizar uma de suas maiores aspirações, ser professor acadêmico, Marx enxerga no jornalismo a oportunidade de manter seu posicionamento critico, e na Renânia, o filosofo atua como Redator-Chefe no jornal Gazeta Renana, apesar disso, tempo depois a burguesia renana se aproxima de Guilherme IV e Marx se torna alvo forte da censura por ser oposição ao monarca, fechando o jornal e ele seguindo na luta em defesa dos mais fracos (MANDEL, 1980).
Na formação do pensamento de Marx um evento se destaca, a legislação sobre roubo da madeira de 1842, contribuindo sobre tudo para a leitura crítica sobre a sociedade burguesa e à Hegel, sobre o estado como aquele eu atribui racionalidade à sociedade civil. Ele afirmava, com essa lei, o Estado agia apenas a favor do interesse da propriedade privada, contudo, o Estado deveria ser a encarnação do interesse geral, não podia agir em prol da apropriação privada, monopolizadora, de um bem comum. Até então, Marx não está preocupado em discutir a acumulação de capital, somente mais tarde o autor avança suas ideias à luz dessa concepção (MANDEL, 1980).
Um autor revolucionário e a frente do seu tempo, naturalmente é perseguido por aqueles mais conservadores, que são a favor do status quo, e não foi diferente com Marx, em 1843 até 1845, ele permaneceu em exilio na cidade de Paris, nesse momento ele caminha para a criação da dialética materialista, afirmando que a massa de indivíduos são os produtores diretos, mas nada possuem, por isso, constituem a condição indispensável para a existência da sociedade burguesa. Em um primeiro momento, ele rejeita a Teoria Valor-Trabalho, considerando-a inadequada para fundamentar a ciência política, e a fonte de toda a injustiça social é a propriedade privada. Durante esse período, Marx estuda celebres teóricos, entre eles estão Rousseau, Montesquieu, Maquiavel, ou seja, em especial os historiadores da Revolução Francesa, logo, envolto por essas influencias, ele assegura que a essência humana dos operários, objetivava nos produto do seu trabalho que eram convertidos em capital, com forte alienação por parte daquele que domina cada vez mais, o capital. Assim, Marx percebe que a discussão sobre a economia política é indispensável (MANDEL, 1980). 
Ainda em Paris, é onde se consolida a amizade de Marx e Engels, essa aproximação intelectual teve como fruto em 1845 a obra A Sagrada Família, que assinala o rompimento de ambos com a esquerda hegeliana. A conduta crítica de Marx provoca novamente insatisfações e o autor é expulso da França. Já em Bruxelas, no exilio seguinte, fruto dessa perseguição intelectual, Marx e Engels publicam em 1846, A Ideologia Alemã. Desse modo, concluem a primeira formulação da concepção materialista da história, rompendo totalmente com Feuerbach. Marx acreditava, o trabalho é trabalho alienado, o fruto do trabalho é alheio ao produto direto, e que o homem alienado é membro de uma sociedade desumanizada e imperfeita, pois ele é impedido de gozar de toda a sua dignidade (MANDEL, 1980). 
Desde 1844, Marx já estudava os economistas, e se inicia com importantes Ricardianos de esquerda, podemos citar, Hodgskin, Revenstone, Thompson, Bray e Edmonds, que interpretaram a teoria de David Ricardo do Valor-Trabalho e da distribuição do produto social. Novamente, Marx tem de se exilar em Londres, após As Revoluções de 1848, ele elabora a crítica da economia política e desenvolve sua teoria econômica alternativa (MANDEL, 1980).
3. A TEORIA DO VALOR DE KARL MARX
É importante discutir a Teoria do Valor-Trabalho de Marx, para isso é necessário entender o que ele dizia sobre mercadoria, e segundo o autor haveriam dois tipos de valor, o valor de uso e o valor de troca. O primeiro conceito sobre valor tem relação com a satisfação dos indivíduos, com a utilidade em saciar os desejos e necessidades individuais, e o segundo, faz menção à essa mercadoria direcionadaao mercado com a finalidade do lucro, ou seja, temos um elemento quantitativo, o indivíduo não quer apenas atender as suas necessidades essenciais, ele busca algo mais, a lucratividade (MOLLO, 2013).
Importante mercadoria no sistema capitalista, o dinheiro é uma mercadoria especial em razão do seu serviço na equivalência de troca, um agente mediador nas relações de troca comerciais, outra mercadoria é o trabalho, e a única capaz de gerar valor dirigida pelo tempo de trabalho dentro do processo produtivo. Logo, isso nos faz questionar sobre como se chegar nas conclusões sobre o Valor-Trabalho, por exemplo, o porquê de alguns salários serem maiores que outros por mais que dois indivíduos trabalhem a mesma quantidade de tempo (GENNARI, 2017). 
Esse questionamento foi um diferencial na construção teórica de Marx, pois Adam Smith não conseguiu perceber a diferença do tempo de trabalho em relação a especialização do trabalho, mas David Ricardo avançou mais do Smith, ao notar que a especialização do trabalho, denota valores desiguais para díspares tipos de trabalho, e o Marx conclui comentando sobre trabalho qualificado e não-qualificado, sendo o primeiro mais valorizado, mais bem precificado, salários mais altos. Em sua Teoria do Valor-Trabalho, Marx chega a conclusão de que o Valor-Trabalho é a quantidade de trabalho socialmente necessário para se produzir um bem ou serviço, e o termo “socialmente necessário” faz menção a questão anterior de qualificação do trabalho (MOLLO, 2013).
4. O EXCEDENTE ECONÔMICO
A partir desse raciocínio, se alcança o entendimento de Marx sobre o excedente econômico, que nada mais é aquilo que se sobra, e dentro desse sistema produtivo capitalista temos uma força motriz, o trabalho, já que somente o trabalho tem a capacidade de poder elevar a lucratividade. Desse modo, a produção industrial revela claramente a maneira a se alcançar o excedente produtivo. Marx chama isso de mais-valia, que é a quantidade de trabalho não paga ao trabalhador, o trabalho que excede a necessidade do trabalhador, indo para além das suas necessidades de sobrevivência, contudo, o excedente não fica com o trabalhador, a mais-valia é propriedade do empresário capitalista, que é geradora do conflito entre capitalista e trabalhador (FREITAS, 2006).
Se o trabalhador é aquele que movimenta o processo produtivo, se é o trabalho que gera valor, então, esse indivíduo passa a se questionar sobre a distribuição do excedente da produção, e Marx discute que o trabalho é uma mercadoria como qualquer outra. Logo, o filosofo distingue a mais-valia, a primeira é a mais valia absoluta, as horas trabalhadas a mais e não pagas ao trabalhador, o lucro do capitalista se revela dessa forma, e a mais-valia relativa, que nada mais é a substituição do indivíduo pela máquina em alguma atividade que antes era realizada pelo mesmo, e a lucratividade surge por essa substituição, a exemplo temos a expansão das fintechs, os bancos digitais, que movimentam um volume enorme de capital e com a necessidade menor de colaboradores. (FREITAS, 2006).
5. A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL
Por fim, é essencial comentar sobre o objetivo maior do capitalismo, a produção e a acumulação de capital, ou seja, a sustentabilidade desse sistema está na acumulação e perpetuação da geração de valor e mais valor. No momento da gênese da propriedade privada, o capital surge consigo com todas as suas problemáticas, que é a separação daquele que produz algo e aquele outro indivíduo que lucra a partir do excedente, e o dono do capital utiliza disso para reinvestir e gerar ainda mais capital (BRUE, 2005).
A origem do capital está na acumulação primitiva, a soma de capital mais o trabalho, tem como resultado a mais-valia, fruto dessa relação social sistêmica de produção capitalista. Dessa forma, a concentração de capital no capitalismo se dá dentro de um pequeno grupo, os donos dos meios de produção, e à medida que cresce a concentração de capital entre eles, cresce também o poder de influência, além de ricos, se tornam influentes na política e nas estratégias do Estado. Em contrapartida, os trabalhadores que trabalham mais, que são a força motriz da produção, se empobrecem mais, pois aprofundam as diferenças sociais entre essas classes, com intensa precarização do trabalho. Assim, Marx afirma que o capitalismo não é eterno, esses problemas levarão ao seu colapso, e em algum momento entrará em seu fim (TONET, 2008).
6. CONCLUSÃO
No início da disciplina de Economia Clássica, vimos ao discutir Ricardo e Smith, que a Teoria Valor-Trabalho se relaciona com a quantidade de trabalho necessário para que se produza algo, absorvendo isso, Marx, como discutido nesse trabalho, adiciona que é o trabalho socialmente necessário, e o seu diferencial está em acrescentar a mercadoria trabalho, não obstante, esse trabalho é especializado ou não, se tornando um diferencial do processo produtivo e de formação de valor. 
Ademais, discutimos a relação, as conexões entre a Teoria Valor-Trabalho com excedente econômico, produção, concentração e acumulação, que uma coisa não se distancia de outra, enxergadas como engrenagens da máquina capitalista. 	Marx contribuiu profundamente para a teoria econômica, seus escritos sobre política e filosofia serviram de base para diversos movimentos revolucionários contemporâneos, seus escritos sobre economia incitam discussão na atualidade e como visto no trabalho demonstram não perder importância e são aceitos até hoje por muitos teóricos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUE, Stanley L. História do pensamento econômico. 7 cap., 6 ed. Cengage Learning, p. 100-120, 2005.
FREITAS, Luís Fernando Alcoba de. O excedente econômico. 2006.
GENNARI, ADILSON MARQUES; DE OLIVEIRA, ROBERSON CAMPOS. História do pensamento econômico. Saraiva Educação SA, 2017.
HUNT, E. K. História do pensamento econômico. 3 ed. Campus, 5 cap., p. 142-183, 2005.
MANDEL, Ernest. A formação do pensamento econômico de Karl Marx: de 1843 até a redação de O Capital. Zahar, 1980.
MOLLO, Maria de Lourdes R. A teoria marxista do valor-trabalho: divergências e convergências. Crítica Marxista, v. 37, p. 47-66, 2013.
TONET, Ivo; LESSA, Sérgio. Introdução à filosofia de Marx. São Paulo, 2008.

Continue navegando