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QUADRO GERAL - Economia Classica - Diferenças e semelhanças entre os autores clássicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROF. Dra. VANUSA CARLA PEREIRA SANTOS
DISCIPLINA: ECONOMIA CLÁSSICA
ALCINDO GOMES DE MORAES NETO (201905340055)
LUCAS MIRANDA DE SOUSA (201905340040)
QUADRO DOS ECONOMISTAS CLÁSSICOS
BELÉM
2020
	 
	Contextualização Histórica
	Principais Ideias
	Excedente de produção
	Teoria do valor
	convergências
	Divergências
	observações
	Mercantilismo
	Os autores mercantilistas estavam inseridos no período do mercantilismo, que foi um sistema de práticas econômicas que vigorou entre o século XVI -XVIII. Esse sistema tinha como objetivo principal proteger a economia nacional através de medidas protecionistas e alfandegárias, assim como expedições marítimas e metalismo.
	O mercantilismo se sustentava na ideia de balança comercial superavitária, ou seja, importar o mínimo e exportar o máximo. O ponto fundamental do sistema como um todo é a troca. 
	O excedente está na comercialização, e isso retorna para a indústria com uma nova forma de lucro. 
	 os mercantilistas defendiam que o valor natural é o preço de mercado e o mercado é regido pela oferta e pela demanda, contudo, havia um valor intrínseco que é o valor de uso.
	Assim como outros autores clássicos, defendem a propriedade privada como sagrada.
	Divergiam de outros autores clássicos sobre a questão do valor-trabalho.
	Nesse cenário teremos a questão do protestantismo, que vai fundamentar ajudar a consolidar logica capitalista.
Mercantilistas condenavam os monopólios e o seu ponto fundamental é a busca pelo lucro.
	Fisiocratas
	Fisiocracia foi uma importante teoria econômica desenvolvida por um grupo de economistas franceses do século XVIII, chamados de Fisiocratas. Eles acreditavam que a riqueza das nações vinha fundamentalmente do valor das terras agrícolas, e por essa razão, por enxergarem que da terra provinha a riqueza, defendiam que produtos agrícolas deveriam ter preços mais altos.
	Segundo esses teóricos, esse sistema econômico é enxergado como uma estrutura regida por leis cosmológicas, um organismo articulado com o cosmo. Nesta escola do pensamento econômico, ou autores desenvolveram uma teoria da terra como fonte de toda a riqueza.
	O excedente estava na terra, era na produção agrícola que reside o excedente e a alta produtividade.
	Segundo os fisiocratas, o valor vinha da terra, da natureza, e eles diziam que essa era a fonte de todos os outros valores.
	Convergiam de forma primitiva com Smith, pois alguns autores da fisiocracia começaram a observar que aquilo que cria riqueza é o trabalho, que independentemente qual produto passe pelo processo produtivo, mas ele precisa do homem para que esse processo seja realizado. 
	Divergiam dos mercantilistas, enquanto estes diziam que o excedente estava na circulação, os fisiocratas diziam que o excedente estava na terra.
	O trabalho agrícola era a única fonte de valor. O trabalho industrial e não agrícola eram partes improdutivas para o trabalho agrícola. 
	Adam Smith
	No período de Adam Smith a indústria têxtil era um setor bastante dinâmico na economia inglesa devido as importantes contribuições tecnológicas. A indústria metalúrgica tinha um papel de destaque na Revolução Industrial com suas evoluções tecnológicas.
	Adam Smith foi um agente importante na disseminação das ideias do Laissez Faire para o comercio internacional, da harmonia dos interesses individuais. Outra ideia fundamental de Smith, era a teoria do bem-estar econômico, que é fundamentada na ideia de um equilíbrio geral que se articula com a abstração de se ter uma "mão invisível",
	O trabalho passou a ter uma atenção especial, era ele que definiria a quantidade de excedente da produção, assim o excedente da produção
	Segundo Smith há dois tipos de valor, o primeiro é o valor de uso, e quanto a isto Smith afirma que bens de grande valor de uso tem pouco ou nenhum valor de troca, porém, outros com muito de valor de troca, o segundo tipo de valor, tem pouco valor de uso.
Ele também discute sobre o valor de troca, que vai estar intrinsicamente conectado com a raridade ou ao custo de produção de certo bem, onde o trabalho é a melhor medida factível para se quantificar o valor de troca de qualquer bem.
	O que é valor e o que gera valor, e como todos os outros fisiocratas ele só observava o excedente da produção na produção agrícola, na economia agraria.
	Smith discordava de Malthus sobre a Teoria Valor Trabalho, pois para Malthus o excedente da produção vinha da circulação. divergia de Ricardo sobre a Teoria das Vantagens, Ricardo acreditava em vantagens comparativas, ou seja, independe se um outro país produz esse produto com menor custo, pois você pode produzir aquilo que for mais barato pra você, contanto que você tivesse algum tipo de vantagem. Smith discordava, dizia que a especialização da produção deveria ocorrer naquele produto que você produz vantagens absolutas dentre todos os países, e somente naquele produto.
	Smith é fundamental na formação da teoria econômica, pois ele estrutura a ideologia capitalista com elementos sociológicos. A sua teoria do valor passou por estágios, primeiramente de uma economia agrícola, mas depois observando com maior cautela ele nota que aquilo que gerava valor era o tempo de trabalho necessário para a produção de um bem.
	Thomas Robert Malthus
	Suas ideias são influencias pelo contexto da I revolução industrial, que se tratou de um momento histórico fundamental no desenvolvimento institucional da Europa, entre os séculos XVIII e XIX, marcado pela profunda desigualdade social e má distribuição de renda. Até então, no modo de produção artesanal, o trabalhador comandava todo o processo de produção dos bens, havia uma centralização do processo produtivo, bem como, no que diz respeito ao seu produto final.
	Uma importante contribuição de Malthus foi sua Teoria da População, segundo ele havia um abismo lógico entre a demanda de alimentos e a oferta deles a sociedade, enquanto o primeiro cresce em escala geométrica o outro ascende em escala aritmética. A demanda marcada pelo crescimento populacional e a oferta diz respeito justamente a essa capacidade da sociedade em oferecer esses alimentos. Nesse momento, ao elaborar essa teoria, ele ainda não tinha a visão quanto a mecanização e a introdução da tecnologia, contudo, lá na frente isso foi discutido em sua controversa Teoria da Superprodução, que discute sobre o excesso da produção.
	Sobre o excedente, Malthus acreditava que a classe geradora de excedente era a dos proprietários de terra, logo, vindo da agricultura, o excedente passava pelo processo de circulação do comercio e então era criado a lucratividade, de onde vinha o valor, pois ele era um defensor da teoria valor utilidade.
	Conforme Malthus, os proprietários de terra, além de produzir excessivamente, usavam seus lucros para introduzirem rapidamente liquidez na economia, e essa circulação é a propulsora de crescimento e por sua vez geradora de valor. Ademais, como os custos que compunham o valor natural de todas as mercadorias também representavam as rendas das três classes sociais e os custos totais que formavam o valor natural agregado de todos as mercadorias produzidas teriam de ser iguais à renda agregada recebida pelas três classes
	Malthus convergia com Ricardo, pois Ricardo concordava com a teoria da população de Malthus.
	Divergências, Malthus discordava por defender a teoria valor utilidade, discordava de Smith e Ricardo que defendiam a teoria do valor trabalho. Para Malthus o preço natural não é igual ao preço de mercado, e Smith e Ricardo dizem o contrário, o preço de mercado e preço natural são iguais, sim, e o excedente vem do trabalho.
	Ao analisar a teoria de Thomas Malthus, parece óbvio que a causa da superprodução geral de mercadorias é a falta de demanda efetiva. Ao analisar os gastos de cada classe, Malthus infere que os capitalistas por guardarem sua renda sob a forma de moeda improdutiva continua reduzindo os lucros sobre o capital já empregado com a acumulação de maiscapital, dessa forma os capitalistas deixariam de gastar toda sua renda, e haveria uma insuficiência de demanda efetiva.
	David Ricardo
	O seu contexto histórico é da Revolução Industrial, no plano econômico, de Revolução Francesa, no plano político e de capitalismo Consolidado.
Na época o arrendamento de terra era tido como prática comum após o
cercamento dos campos.
O seu pano de fundo
Foram as “Corn Laws” (“Leis dos Cereais”): legislação protetora da
produção nacional de grãos e a queda do lucro na indústria.
	David Ricardo foi influenciado pela Revolução Francesa, pela Revolução Industrial, pela inquietação crescente da classe operária e pela disputa entre os capitalistas e os proprietários de terra ingleses. Sua opinião sobre a classe operária não divergia essencialmente da de Thomas Malthus, Ricardo também aceitou as conclusões de Malthus acerca da teoria da população e as conclusões sobre a natureza e as causas da pobreza dos trabalhadores.
	Segundo Ricardo, lucro é igual ao excedente, e a lucratividade acontecia na circulação, ou seja, o excedente acontecia na geração de valor no comércio.
	E ao analisar a teoria do valor utilidade, e diz que a necessidade não determina valor. E quanto ao trabalho, diz que a divisão do trabalho afeta a produtividade, a especialização é fundamental na geração de valor. Ele vai além de Smith, colocando um novo ponto, as habilidades, a qualificação influencia o valor, segundo a sua teoria do valor trabalho, logo, para ele, só o homem é capaz de gerar valor. 
	Contemporâneo a Malthus, Ricardo concordava com a sua teoria da população.
Converge teoricamente com a teoria do valor-trabalho de Smith.
	Ricardo defendia a classe dos capitalistas industriais, já o Malthus defendia a classe dos proprietários de terras e discordava do Malthus sobre a teoria da superprodução. Ricardo discordava de Malthus, pois Malthus dizia que a lucratividade acontecia na circulação, na lei da oferta e da demanda. 
	Ricardo, ele é considerado o legitimo sucessor de Adam Smith na discussão acerca da Economia Política. Suas obras influenciaram muitas áreas da economia, e a gente pode citar: política monetária, teoria dos lucros, teoria da renda fundiária, da distribuição, teoria do valor e do comércio internacional, sendo que muitos desses temas permanecem atuais e são muito discutidos até os dias de hoje. 
	Stuart Mill
	autor bastante eclético porque ele tentou unir duas grandes teorias acerca do valor, a do valor utilidade e a do valor trabalho. Desde o início ele mostra sua tendência socialistas e seu espirito reformador, com fortes preocupações sociais. As ideias socialistas, por exemplo, o fim da propriedade privada como correção das desigualdades sociais e o cooperativismo, foram pontos que influenciaram o pensamento de Mill.
	Mill se identificava como utilitarista, porque seu pai era utilitarista e ele acabou por ser influenciado também, mas a sua confusão, como já disse, estava em unir a teoria do valor trabalho e do valor utilidade e não deu muito certo.
	Sobre o excedente, ele vai concordar com Ricardo, que o lucro é o excedente do trabalho.
	O autor tentou unir duas divergentes teorias, a teoria do valor trabalho e a teoria da utilidade. Ele dizia que a produção depende da quantidade de valor que seria utilizado para transformar algum tipo de recurso natural, nesse momento ele se afasta dos preceitos utilitaristas. Em seguida ele defende que o valor é o valor de troca, ou seja, a economia de mercado, a relação da oferta e da demanda.
	Mill concordava com Smith, sobre a questão de preço de mercado é igual ao preço natural. 
	Sobre a propriedade privada, Mill vai dizer que ela não é natural, não é sagrada e deveria ter um fim, divergindo totalmente de todos os outros autores clássicos. Mill concordava com Ricardo ao afirmar que o produto excedente do trabalho é que vai gerar o lucro, ou seja, quanto mais horas trabalhada, maior a lucratividade para o produtor.
	Segundo Stuart Mill, o mercado não é o elemento central da economia e para ele a satisfação não deve ser um critério normativo final.
	Karl Marx
	O contexto histórico de Marx foi de surgimento, desenvolvimento e consolidação do capitalismo, com a questão da revolução industrial e o aparecimento do proletariado com novos conflitos acerca da luta de classes. As revoluções democrático burguesas e organização do proletariado são o seu objeto de estudo, as associações, sindicatos, movimento cartista, primeira internacional e partidos operários formam toda a conjuntura social e política.
	Marx demonstrou que a história é uma construção
Humana; que o trabalho é o fundamento do ser social; que o ser social determina a consciência social; que o conhecimento é determinado socialmente; que as necessidades e possibilidades colocadas pelo trabalho e pela vida social levaram os homens a desenvolver a ciência e a
Filosofia.
	 Para Marx, trabalho é uma mercadoria especial, e a única capaz de gerar valor e orientada pelo tempo de trabalho do processo de produção. E o excedente é classificado por Marx como mais-valia, é a quantidade a mais de trabalho não paga ao trabalhador, daí vem o lucro do capitalista. 
	 O valor em Marx assume duas formas, a de valor de uso e a de valor de troca, a primeira se relaciona com as nossas necessidades, com aspectos qualitativos, já o valor de troca, é a sua relação com mercados, preocupação com excedente, com lucro, ou seja aspectos quantitativos e mercadológicos.
	 Para Marx, quem produz de fato é o homem, concordando com aquilo que Smith e Ricardo já haviam dito., Marx convergia com Mill, pois Stuart Mill era tinha uma leitura histórica acerca do capitalismo, ambos enxergavam como o capitalismo sendo um sistema cheio de problemas e que não era eterno. 
	Marx diverge de Smith e Ricardo por considerarem o capitalismo como um sistema econômico eterno, perfeito e divino.
	 Para a maioria dos autores clássicos, o capitalismo é o sistema ideal e eterno, considerado até divino, mas Marx diz que eles só enxergam dessa forma porque tem uma visão limitada sobre o seu objeto de estudo, pois não observam a partir da ótica dialética materialista da história dos modos de produção, porque o modo de produção capitalista não foi o primeiro sistema de produção da história, assim como não será o último. E o fim do capitalismo, segundo Marx, se daria em razão das suas contradições.

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