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Controle de Constitucionalidade - Resumo

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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 1/78 
 Prof. Nelson França 
 
 
Sumário 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................................7 
CONCEITO ..................................................................................................... 7 
DOS PRESSUPOSTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ........................ 7 
DAS ESPECIES NORMATIVAS QUE SOFREM CONTROLE DE CONTITUCIONALIDADE.8 
NÃO SOFREM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: ....................................... 8 
Para memorizar melhor: ................................................................................. 8 
CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ......... 8 
DA INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL ............................................................ 8 
DA INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL.......................................................... 9 
DO CONTROLE POLÍTICO ................................................................................ 9 
DO CONTROLE JURISDICIONAL ........................................................................ 9 
DO CONTROLE MISTO ..................................................................................... 9 
DO CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO ......................................................... 10 
NOTA DO AUTOR: ........................................................................................ 10 
DO CONTROLE POSTERIOR OU REPRESSIVO ................................................... 10 
CONTROLE DIFUSO ...................................................................................... 10 
CONTROLE CONCENTRADO ........................................................................... 10 
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO ............................................................ 10 
ESPECIE DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: ....................................... 11 
DO CONTROLE DIFUSO ................................................................................. 11 
DO EFEITO E DA EFICACIA DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE .............. 11 
DA PARTICIPAÇÃO DO SENADO NO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE..12 
DO CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE .............................. 13 
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ............................................. 13 
DA LEGITIMIDADE ........................................................................................ 14 
DA PERTINÊNCIA TEMÁTICA .......................................................................... 14 
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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 2/78 
 Prof. Nelson França 
 
DO OBJETO DA ADI ...................................................................................... 14 
DA PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS ................................................................. 15 
DA EFICÁCIA E DO EFEITO NO CONTROLE CONCENTRADO ................................ 15 
DA IMPOSSIBILIDADE DE DESISTÊNCIA E DE RECURSO ................................... 15 
CONTROLE CONCENTRADO PARA NORMA ANTERIOR À CF ................................. 15 
RESUMO: ADI .............................................................................................. 15 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE .......................................... 16 
OBJETO ....................................................................................................... 16 
DA AUSÊNCIA DO ADVOGADO GERAL DA UNIÃO .............................................. 16 
CONTROLE CONCENTRADO PARA NORMA ANTERIOR À CF ................................. 16 
QUADRO COMPARATIVO: ADI GENÉRICA VERSUS ADCON ................................. 16 
DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO .................. 17 
DO OBJETO ................................................................................................. 17 
DA AUSÊNCIA DO ADVOGADO GERAL DA UNIÃO .............................................. 17 
NOTA DO AUTOR: ........................................................................................ 18 
QUADRO COMPARATIVO: ADI GENÉRICA VERSUS ADI POR OMISSÃO ................ 18 
DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVAS ................ 18 
QUADRO COMPARATIVO: ADI GENÉRICA VERSUS ADI INTERVENTIVA .............. 119 
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) ........... 120 
DO OBJETO ................................................................................................. 20 
DO CARÁTER SUBSIDIÁRIO ........................................................................... 20 
CONTROLE CONCENTRADO PARA NORMA ANTERIOR À CF ................................. 20 
QUADRO COMPARATIVO: ADI GENÉRICA VERSUS ADPF .................................... 20 
AÇÃO DE RECLAMAÇÃO ................................................................................. 21 
DO CONTROLE CONCENTRADO ESTADUAL ...................................................... 21 
JURISPRUDÊNCIA DO STF QUANTO AO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE .. 22 
DO PROCESSO LEGISLATIVO ......................................................................... 23 
CONCEITO ................................................................................................... 23 
QUORUM DE MAIORIA ABSOLUTA E MAIORIA RELATIVA ................................... 23 
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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 3/78 
 Prof. Nelson França 
 
DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS ................................................................. 23 
DA INICIATIVA............................................................................................. 24 
DA DISCUSSÃO E VOTAÇÃO (ETAPA CONSTITUTIVA) ....................................... 24 
DA PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL (FASE COMPLEMENTAR)........ 25 
DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE EMENDAR ...................................................... 25 
DAS LIMITAÇÕES FORMAIS ........................................................................... 25 
DAS LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS ............................................................. 25 
DAS LIMITAÇÕES MATERIAIS ........................................................................ 26 
DAS LIMITAÇÕES IMPLICITAS ........................................................................ 26 
DO PROJETO DE EMENDA REJEITADO OU PREJUDICADO ................................... 27 
DA REVISÃO CONSTITUCIONAL ..................................................................... 27 
DAS LEIS .................................................................................................... 27 
Resumindo: ................................................................................................. 29 
PRIMEIRA ETAPA: DA INICIATIVA................................................................... 29 
SEGUNDA ETAPA: CONSTITUTIVA .................................................................. 30 
DAS LEIS DELEGADAS .................................................................................. 32 
DA IMPOSSIBILIDADE DE DELEGAÇÃO ...........................................................33 
DA MEDIDA PROVISÓRIA .............................................................................. 34 
DA ELABORAÇÃO DE UMA MEDIDA PROVISORIA .............................................. 34 
DO REGIME DE URGÊNCIA DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS .................................. 34 
DA REJEIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA .......................................................... 34 
NOTA DO AUTOR: ........................................................................................ 34 
DO PRAZO DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS ......................................................... 34 
DA PROIBIÇÃO DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS................................................... 34 
DA MEDIA PROVISORIA E A EMENDA CONSTITUCIONAL 32/2001 ...................... 35 
DO DECRETO LEGISLATIVO ........................................................................... 35 
DAS RESOLUÇÕES ........................................................................................ 35 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ..................................................................... 36 
AS GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................ 36 
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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 4/78 
 Prof. Nelson França 
 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS .................................... 37 
DAS DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS E GARANTIAS ........................................... 38 
DOS DIREITOS DO ART. 5° ........................................................................... 38 
DO DIREITO À VIDA ..................................................................................... 38 
DO DIREITO À IGUALDADE ............................................................................ 39 
DO DIREITO À LIBERDADE ............................................................................ 40 
1. DA LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO ........................................................... 41 
2. DA LIBERDADE DE PENSAMENTO .......................................................... 41 
3. DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO ............................................................ 41 
4. DA LIBERDADE DE INFORMAÇÃO .......................................................... 41 
5. DA LIBERDADE DE AÇÃO PROFISSIONAL ............................................... 42 
6. DA LIBERDADE RELIGIOSA................................................................... 42 
7. LIBERDADE DE REUNIÃO ..................................................................... 42 
8. LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO ............................................................... 43 
DA SEGURANÇA ........................................................................................... 43 
DA SEGURANÇA EM MATÉRIA PENAL .............................................................. 45 
São crimes hediondos: .................................................................................. 45 
DA SEGURANÇA EM MATÉRIA PROCESSUAL ..................................................... 47 
DA PROPRIEDADE ........................................................................................ 49 
DA PROPRIEDADE MATERIAL ......................................................................... 50 
(1) DESAPROPRIAÇÃO POR NECESSIDADE PÚBLICA ............................... 50 
(2) DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL ..................................... 50 
DA INDENIZAÇÃO NAS DESAPROPRIAÇÕES ..................................................... 50 
EXCEÇÕES AO PAGAMENTO EM DINHEIRO ...................................................... 51 
DO USO DA PROPRIEDADE PARTICULAR ........................................................ 51 
DA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL ................................................................ 52 
DA PROPRIEDADE IMATERIAL ........................................................................ 52 
DA PROPRIEDADE EM GERAL ......................................................................... 52 
DAS GARANTIAS CONSTITUCIONNAIS PREVISTAS NO ART. 5° .......................... 53 
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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 5/78 
 Prof. Nelson França 
 
DO HABEAS CORPUS .................................................................................... 53 
DO HABEAS DATA ........................................................................................ 53 
DO MANDADO DE SEGURANÇA ...................................................................... 54 
DO MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL .................................................... 54 
AUSÊNCIA DE DILAÇÃO PROBATÓRIA ............................................................. 55 
CARÁTER SUBSIDIÁRIO DO MANDADO DE SEGURANÇA .................................... 55 
LEGITIMIDADE PARA IMPETRAR MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL ............ 55 
DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ....................................................... 55 
DO MANDADO DE INJUNÇÃO ......................................................................... 56 
LEGITIMIDADE PARA IMPETRAR O MANDADO DE INJUNÇÃO .............................. 56 
LEGITIMIDADE PASSIVA NO MANDADO DE INJUNÇÃO ...................................... 56 
POSSIBILIDADE DE MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO ................................... 57 
DIFERENÇA ENTRE AS ADI POR OMISSÃO E O MANDADO DE INJUNÇÃO ............. 57 
DA AÇÃO POPULAR ....................................................................................... 57 
ESPÉCIES: ................................................................................................... 58 
DA GRATUIDADE E NECESSIDADE DO ADVOGADO ........................................... 58 
REQUISITOS: .............................................................................................. 58 
EM RESUMO: ............................................................................................... 58 
OUTRAS GARANTIAS .................................................................................... 58 
PARÁGRAFOS DO ART. 5°.............................................................................. 59 
DOS DIREITOS SOCIAIS ............................................................................... 59 
Art. 7° - DIREITO DOS TRABALHADORES ........................................................ 60 
DOS DIREITOS DO EMPREGADO DOMÉSTICO .................................................. 62 
ART. 8° - DO DIREITO DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL ........................................ 62 
Art. 9° - DO DIREITO DE GREVE .................................................................... 64 
Art. 10 - PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES NOS ÓRGÃOS E NAS DECISÕES DE GOVERNO 65 
Art. 11 - ENTENDIMENTO DIRETO ENTRE EMPREGADO E EMPREGADOR .............. 65 
Casos anteriores da OAB ............................................................................... 65 
QUESTÕES SUBJETIVAS ................................................................................ 66 
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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 6/78 
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– QUESTÕES TEÓRICAS – .............................................................................68 
Modelos dos Remédios Constitucionais ............................................................ 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 7/78 
 Prof. Nelson França 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
“O tempo, quando bem organizado, é a marca mais certa de uma mente bem 
organizada.” 
 
 
 
Sir Isaac Pitman 
 
 
CONCEITO 
 
Controle de Constitucionalidade é o exame da adequação da norma em face da Constituição 
Federal.Em outras palavras, controle de constitucionalidade é, nada mais nada menos, que se uma norma 
que acabou de surgir no ordenamento jurídico está ou não agredindo a Constituição Federal. 
Pois bem, sempre que uma espécie normativa surge no nosso pais, devemos verificar se essa 
espécie normativa está ou não agredindo a Constituição Federal. Essa verificação é o que chamamos de 
controle de constitucionalidade. 
Insisto! Quando uma lei, ou uma medida provisória, ou um decreto legislativo, uma emenda 
constituição, ou qualquer outra espécie normativa que veremos em breve entra no ordenamento jurídico, 
devemos analisar se essa norma está ou não em conformidade com a Constituição Federal. 
Caso esteja em conformidade, a nova norma permanece válida. Caso a norma seja agressora, 
deve-se fazer o controle de constitucionalidade, retirando a norma do ordenamento jurídico e, com isto, 
protegendo a Constituição Federal. 
 
DOS PRESSUPOSTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
São dois o pressuposto do controle de constitucionalidade, a saber: 
A – Supremacia constitucional; 
B - Rigidez constitucional. 
 
A supremacia constitucional, nos mostra que a Constituição está no topo do ordenamento 
jurídico, não havendo nenhuma norma acima dela. Por isso, quando surge uma lei cujo conteúdo se choca 
com a Constituição, deve prevalecer a Constituição já que a lei está abaixo da Constituição (supremacia 
Constitucional). 
O motivo para que a Constituição prevaleça, é exatamente o fato dela ser suprema, ou seja, 
estar hierarquicamente acima da lei. 
Já a rigidez constitucional, nos mostra que a Constituição Federal até pode ser modificada.Porém, 
conforme dissemos no primeiro capitulo do nosso presente trabalho,Constituição rígida é aquela que só 
pode ser alterada por um procedimento mais complexo, mais dificultoso, quando comparada a 
modificação de uma norma qualquer. 
Com isso, quando surge uma lei que agride a Constituição, é a lei quem deve “cair”,já que a 
Constituição Federal. Além de se posicionar acima da lei, não pode ser modificada por um procedimento 
qualquer, devendo sua modificação ocorrer por procedimento específico e mais complexo do que o 
procedimento legal. 
Só existe controle de constitucionalidade nos países em que a Constituição é rígida e 
suprema. 
 
DAS ESPECIES NORMATIVAS QUE SOFREM CONTROLE DE CONTITUCIONALIDADE. 
 
Sofrem controle de constitucionalidade as normas previstas no art. 59 da Constituição Federal, a 
saber: 
 
“Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 8/78 
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II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções.” 
 
Além dessas espécies, sofrem controle de constitucionalidades os tratados internacionais 
e, segundo o Supremo Tribunal Federal, os decretos autônomos. 
 
NÃO SOFREM CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: 
 
As normas do poder constituinte originário, as súmulas doSupremo e dos demais Tribunais Superiores, os decretos atos 
administrativos (salvo decreto autônomo), os acordos e convenção coletiva de trabalho. 
 
Para memorizar melhor: 
Sofrem controle de constitucionalidade: Não sofrem controle de 
constitucionalidade: 
Normas previstas no art. 59. Súmulas dos Tribunais Superiores e do 
próprio STF (súmulas vinculantes ou 
não vinculantes); 
Tratados internacionais; 
 
Acordos e convenções coletivas de 
trabalho; 
Decretos autônomos (tipo de ato 
administrativo); 
Decretos e atos administrativos em 
geral (salvo decreto autônomo). 
Resolução do CNJ e do CNMP Normas constitucionais originárias. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
1. Quanto aos tipos de inconstitucionalidade: 
a) Formal; 
b) Material. 
 
DA INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL 
 
Ocorre inconstitucionalidade formal quando o processo de elaboração da norma, previsto na 
Constituição Federal, não é respeitado. Por exemplo: vimos no capítulo de processo legislativo, duas 
segundas atrás, qua para emendarmos a Constituição é necessária a votação nas duas Casas 
Parlamentares, em dois turnos para cada Casa, por 3/5 em cada turno. Lembram? 
Pois bem, imagine uma emenda nascendo sem um desses quatro turnos de votação. O processo 
legislativo para o surgimento dessa emenda teria sido desrespeitado e, com isso, haveria uma agressão à 
Constituição. 
Outro exemplo: o povo faz um projeto de emenda constitucional. Opa! Mas o povo não pode fazer 
projeto de emenda constitucional. Relembramos que o povo só pode fazer projeto de lei. Há, mais uma 
vez, uma afronta à Constituição Federal no que diz respeito ao formalismo. 
 
 
Como gosto muito de ensinar por exemplos, aqui vai outro: imagine que um projeto de lei 
complementar foi aprovado por maioria simples (lei complementar exige maioria absoluta, já vimos isso 
em processo legislativo). Talvez o conteúdo em si da norma seja bem razoável e coerente com a 
Constituição, mas a forma como a lei foi votada (maioria simples) não é a forma correta prevista na Lei 
Maior e, por isso, há um vício de formalidade. 
Inconstitucionalidade formal, então, é quando o passo a passo para a elaboração da norma 
prevista na Constituição Federal não é respeitado. O procedimento (o formalismo) para o nascimento da 
norma não foi seguido. 
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 2ª Fase do Exame de Ordem – Área Constitucional 9/78 
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DA INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL 
Aqui a agressão à Constituição não ocorre por desrespeitar o formalismo, mas sim porque a 
matéria da norma se choca diretamente com o conteúdo da Constituição. 
Gosto do exemplo da pena de morte. Suponha que um Deputado Federal faça projeto de lei 
propondo a implantação da pena de morte para os crimes hediondos. Convenhamos, esse deputado deve 
perder nosso voto pois a Constituição Federal proíbe, expressamente, a pena de morte (salvo nos casos 
de guerra declarada). 
A lei do exemplo pode até seguir o formalismo previsto na Constituição Federal (iniciativa 
correta, discussão e votação com os quoruns certos, promulgação e publicação no devido tempo) mas o 
conteúdo da lei se contrapões à Constituição. Como a Constituição é rígida e suprema, é a lei quem deve 
“cair”, sendo declarada inconstitucional. 
Para sua prova, saiba que a inconstitucionalidade formal também pode ser chamada de 
NOMODINÂMICA; enquanto a inconstitucionalidade material também pode ser chamada de 
MONOESTÁTICA. 
Tanto a inconstitucionalidade formal quantoa inconstitucionalidade material são atos comissivos 
que agridem a Constituição. São espécies do gênero inconstitucionalidade por ação. 
Em outras palavras, sempre que se agredir a Constituição, seja desrespeitando o formalismo nela 
previsto (inconstitucionalidade formal); seja desrespeitando o conteúdo constitucional 
(inconstitucionalidade material) ocorre o gênero chamado inconstitucionalidade por ação. 
 Mas presta atenção agora! Às vezes a Constituição Federal é agredida por omissão. Ocorre 
inconstitucionalidade por omissão quando a Constituição prevê o surgimento de uma lei pra regulamentar 
um determinado direito e tal lei não surge. 
O exemplo para a prova é sempre o mesmo: o direito de greve! 
De fato, a greve é um direito constitucional (art. 9° e 37) que para ser exercido é necessário um 
complemento legal. A greve é direito constitucional que deve ser exercido “nos moldes da lei”. Em outras 
palavras, para exercer o direito de greve é necessário o surgimento de uma lei específica para regular o 
exercício desse direito. 
Essa é uma exigência constitucional e, por isso mesmo, a falta dessa lei agride a Constituição. A 
falta da norma regulamentadora poderá ser atacada no controle de constitucionalidade, seja através de 
uma ADI por omissão ou por um mandado de injunção. Tais institutos veremos mais adiante. 
2. Quanto ao órgão que realiza o controle: 
a) Político; 
b) Jurisdicional; 
c) Misto. 
 
DO CONTROLE POLÍTICO 
 
É aquele realizado por um órgão fora do Poder Judiciário. Por exemplo: quando o Presidente da 
República veta um projeto de lei alegando inconstitucionalidade (vide capítulo do Poder Executivo); ou 
quando a Comissão de Constituição e Justiça de uma das Casas Parlamentares entende que o projeto de 
lei é inconstitucional, arquivando o projeto antes que a lei nasça. 
 
DO CONTROLE JURISDICIONAL 
 
É aquele realizado por um órgão dentro do Poder Judiciário. Um Juiz ou Tribunal. É a regra no 
nosso ordenamento jurídico. 
 
DO CONTROLE MISTO 
 
Esse tipo de controle não existe no Brasil. É quando o controle é realizado por um órgão 
composto por autoridade que fazem parte do Poder Judiciário e por autoridades de fora do Poder 
Judiciário. 
Como o nome já demonstra, é uma mistura das duas espécies anteriores da presente 
classificação. 
3. Quanto ao momento de realização do controle: 
a) Prévio ou preventivo; 
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b) Posterior ou repressivo. 
 
DO CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO 
 
É aquele que ocorre antes da lei ou ato normativo entrar no ordenamento jurídico. Exemplo: os 
mesmos do controle político. Presidente da República quando veta um projeto de lei alegando 
inconstitucionalidade e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quando entende que o projeto de lei é 
inconstitucional, arquivando-o antes que a lei nasça. 
 
NOTA DO AUTOR: 
 
Agora é pacífico. As bancas examinadoras entendem que não existe, no Brasil, controle político 
repressivo de constitucionalidade. Mas apenas controle político preventivo. 
 
 
DO CONTROLE POSTERIOR OU REPRESSIVO 
 
Se o controle preventivo é o que ocorre antes da norma entrar no ordenamento jurídico, controle 
posterior ou repressivo é aquele que ocorre DEPOIS que a norma entra no ordenamento jurídico. 
A lei passou por todos os “filtros” e ninguém notou que ela era inconstitucional. Pois bem, será 
retirada, ainda que tardiamente, do mundo legal. 
Para a nossa prova, seja qual for a banca, o controle posterior é realizado apenas pelo Poder 
Judiciário. 
Mas o Poder Judiciário poderá, excepcionalmente, realizar controle jurisdicional preventivo, 
através de mandado de segurança impetrado por parlamentar. 
 
4. Quanto ao número de órgãos que realiza o controle: 
a) Controle difuso; 
b) Controle concentrado. 
 
CONTROLE DIFUSO 
 
É aquele realizado por qualquer juiz ou tribunal. Como o nome já diz, é o controle que está 
difundido, espelhado, por todos os órgãos do Judiciário. Essa será a classificação que iremos trabalhar 
mais a frente. 
Esse controle também é chamado de controle concreto ou inicial ou por via indireta ou de 
exceção. 
 
CONTROLE CONCENTRADO 
 
É aquele realizado por apenas um tribunal. Esse tribunal pode ser o STF, quando a norma agredir 
a Constituição federal, ou o Tribunal de Justiça estadual, quando a norma agredir a Constituição do estado 
ou a Lei Orgânica do Município. 
Esse controle também é chamado de controle abstrato ou em tese ou por via direta ou principal 
ou objetivo. 
 
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO 
 
Pela Constituição Federal uma lei só pode ser declarada inconstitucional por um tribunal (seja 
qual for o tribunal) se houver a maioria absoluta de seus membros. 
 
“Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do 
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do Poder Público.” (grifo nosso). 
 
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Não importa que o tribunal, ele só pode declarar uma norma inconstitucional por maioria absoluta 
(mais da metade de todos os membros) de seu pleno ou do órgão especial. Mas o que é um órgão 
especial? 
O órgão especial foi criado pela emenda constitucional 45/2004 com o poder de fazer tudo que o 
pleno do tribunal faz, inclusive declarar uma lei inconstitucional. Será composto por um mínimo de onze 
membros e um máximo de vinte e cinco. 
Esse órgão, no entanto, só existe nos tribunais com mais de vinte e cinco membros. 
“Art. 93, XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído 
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das 
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se 
metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; “(Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Em resumo, os tribunais só podem declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional por maioria 
absoluta, seja do seu pleno (do seu todo), seja do seu órgão especial. 
 
ESPECIE DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: 
 
Para nossa prova o controle de constitucionalidade poderá ser dividido em controle difuso e 
controle concentrado. 
 
DO CONTROLE DIFUSO 
 
Controle difuso é aquele realizado por qualquer juiz ou tribunal. Daí o nome, difuso. Isso se dá 
porque esse tipo de controle está difundido por todos os órgãos do Poder Judiciário. 
Com efeito, todos os juízes de primeira instância e todos os tribunais podem realizar controle 
difuso de constitucionalidade. Até mesmo o Supremo Tribunal Federal realiza esse controle, como última 
instância. Isso se dá com o pedido de qualquer das partes processuais (autor ou réu). 
Numa ação qualquer, em um juízo qualquer, o autor pode alegar a inconstitucionalidade de uma 
lei que beneficia o réu. Ou o oposto pode ocorrer. O réu, sendo processado pelo autor que alega um 
direito com base em uma lei qualquer, pode suscitar a inconstitucionalidade da norma alegando que esta 
fere a Constituição Federal. 
Sei que está confuso, mas vai melhorar com um exemplo. Vamos imaginar? 
Imagine uma ação de despejo entre as partes que chamaremos de HOMER SIMPSON e BOB 
ESPONJA. Homer é o autor da ação de despejo (o Senhor Bob é o réu,claro). Na ação Homer pede ao juiz 
que despeje Bob de seu imóvel por falta de pagamento com base na lei do inquilinato. Bob, em sua 
defesa, argumenta que a lei do inquilinato é inconstitucional por motivos quaisquer. 
 
 
Pois bem, o juiz da causa vai dizer de quem é o direito. Mas, se concordar com Bob e reconhecer 
que a lei do inquilinato é inconstitucional, dará direito ao réu de ficar na casa de Homer. 
Poderia ser o contrário. Homer Simpson pede ao juiz para despejar Bob Esponja alegando a 
inconstitucionalidade da lei do inquilinato que protege Bob. O juiz vai analisar os argumentos do senhor 
Simpson e, se concordar, declarará a inconstitucionalidade da lei beneficiando o autor. 
Note que o pedido, em ambos os casos, é o despejo. O argumento (a justificativa para entrar 
com a ação), a causa de pedir é a inconstitucionalidade da norma discutida (a lei o inquilinato, no meu 
exemplo). 
Lembre-se que nesse tipo de controle o Supremo Tribunal Federal participará como última 
instância, através de um recurso extraordinário. 
 
DO EFEITO E DA EFICACIA DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
O controle de constitucionalidade difuso terá eficácia interpartes e efeito extunc. 
Em outras palavras, só quem abriu a ação judicial pedindo um direito qualquer e suscitando o 
controle difuso, questionando a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, é que vai se beneficiar de 
uma eventual declaração de inconstitucionalidade. O nome já diz eficácia interparte, ou seja, entre as 
partes. 
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No meu exemplo, a lei do inquilinato só será declarada inconstitucional entre as partes do 
processo: Homer Simpson e Bob Esponja. 
Para todos os demais que não fizeram parte da ação a lei do inquilinato permanecerá válida. 
Além disso, o efeito é ex tunc que quer dizer que a decisão do juiz retroageno tempo desfazendo 
tudo o que feito de maneira inconstitucional. 
Meu exemplo favorito em sala de aula é o fornecido pelo ex Presidente Fernando Collor de Melo. 
Não sei se você lembra ou mesmo se já era nascido, mas o fato é que em uma época de “inflação 
galopante” (a inflação chegou a mais de cinco mil por cento ao ano na década de oitenta) o então 
Presidente da República, Fernando Collor de Mello lançou um plano econômico que consistia em 
“congelar” a poupança popular. 
O governo da época acreditava que se a poupança popular fosse congelada e as pessoas não 
pudesse sacar seu próprio dinheiro a falta de moeda circulando no mercado obrigaria os comerciantes, 
fabricantes e produtores em geral a baixar os preços de seus produtos. 
A medida foi um desastre! Inúmeras pessoas se suicidaram por terem todas as suas reservas 
financeiras aplicadas na poupança. Outros, por sua vez, venderam seus bens a preço reduzido para 
honrar suas dívidas. 
Alguns, no entanto, não se desesperaram e procuraram seus advogados. Tenho uma tia que fez 
essa última opção. 
Minha tia, que aqui chamarei de Marge Simpson de França, entrou com uma ação judicial 
(devidamente representada por uma advogado) pedindo para levantar a aplicação financeira que estava 
retida pelo plano Collor. 
Percebe que o pedido ao juiz foi o de retirar o dinheiro com juros e correção monetária. A causa 
de pedir (o argumento ou justificativa) foi a de que o plano Collor era inconstitucional por caracterizar 
confisco. A prática do confisco, segundo a Constituição Federal, é proibida e, por isso, inconstitucional. 
Vamos lá! A autora (minha tia Marge) abriu uma ação contra a União (ré no processo em 
questão) pediu para retirar o seu dinheiro que estava retido e como justificativa para o seu pedido 
suscitou a inconstitucionalidade do plano Collor. 
Ela venceu a ação na primeira e na segunda instância, onde o processo transitou em julgado. 
Após o fim da ação teve o direito de levantar a aplicação financeira que estava retida com juros e 
correção monetária. 
Veja que o plano Collor foi declarado inconstitucional apenas para minha tia e quem mais entrou 
com esse tipo de processo (eficácia interpartes). Aqueles que não entraram com a ação continuaram com 
o dinheiro retido. 
Minha tia, após vencer o processo, retirou o dinheiro com juros e correção monetária, visto que o 
efeito é ex tunc (é retroativo, voltando à data de origem do plano Collor e desfazendo o “congelamento” 
da medida). 
 
 
Para aqueles que não entraram com a ação o plano Collor continuou a reter, sem juros, os 
valores que estavam na poupança popular. 
 
DA PARTICIPAÇÃO DO SENADO NO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Conforme já falamos, o Supremo Tribunal Federal pode participar do controle difuso de 
constitucionalidade como última instância, através de um recurso específico chamado de recurso 
extraordinário. 
Nesses casos, quanto o STF decide no caso em concreto que uma norma é inconstitucional ocorre 
uma comunicação da inconstitucionalidade para o Senado Federal. O Senado, por sua vez, poderá retirar 
a norma do ordenamento jurídico com a revogação (lembre-se que o Senado é a Casa que realiza controle 
político de constitucionalidade, conforme já falamos no capítulo do Poder Legislativo). 
Caso isto ocorra, a eficácia do controle difuso que era interpartes passa a ser erga omnes; e o 
efeito que era ex tunc passa a ser ex nuncpara todos aqueles que não entraram com uma ação judicial. 
 
 
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Controle difuso de 
constitucionalidade.
Qualquer órgão é competente
para julgar (juiz ou tribunal).
Autor ou réu tem legitimidade 
para agir.
O STF participará em 
última instância 
através do R.Ext.
Eficácia interpartes*
Efeito ex tunc*
 
 
Lembrando que a eficácia é interpartes e o efeito é ex tunc apenas para quem efetivamente abriu 
a ação no juiz ou tribunal. Para aqueles que não provocaram o Judiciário e foram beneficiados apenas 
após a retirada da norma pelo Senado (a pedido do STF) a eficácia será erga omnes (para todos) e o 
efeito ex nunc (efeito não retroativo). 
No exemplo do plano Collor, meu pai nunca abriu uma ação contra o plano Collor. Como o direito 
não protege àqueles que dormem, meu pai só conseguiu reaver o seu dinheiro após a retirada do plano 
Collor do ordenamento jurídico por parte do Senado. Ao contrário da minha tia Marge Simpson, meu pai 
sacou o dinheiro sem juros e sem correção monetária, pois para ele o efeito não foi retroativo, mas sim 
ex nunc. 
Vale dizer que o STF comunica a inconstitucionalidade da norma ao Senado apenas no controle 
difuso. E o Senado retira a norma se achar que deve, não estando obrigado e concordar com o Supremo. 
 
DO CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
O controle concentrado possui vários sinônimos. É também chamado de controle abstrato, ou em 
tese, ou por via direta, ou principal, ou controle objetivo. O controle concentrado de constitucionalidade é 
aquele executado por apenas um tribunal. Ou oSupremo Tribunal Federal ou o Tribunal de Justiça 
estadual. 
De fato, o controle concentrado é aquele que é realizado por apenas um tribunal. A ação é aberta 
não para fazer um pedido qualquer (despejo, como no primeiro exemplo), mais sim para que uma norma 
em tese seja efetivamente declarada inconstitucional.Esse controle deverá ser realizado através de ações 
especificas. As ações são: 
 
1 – Ação Direta e Inconstitucionalidade(ADI); 
2 – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADI por omissão); 
3 – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Intervenção (ADI interventiva); 
4 – Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADCON); 
5- Arguição de Descumprimento de PreceitoFundamental (ADPF). 
 
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
 
O controle concentrado, conforme já falamos, é aquele realizado por apenas um tribunal. Por 
hora, para fins meramente didáticos, sempre que nos referimos ao controle concentrado de 
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constitucionalidade vamos tratar do Supremo Tribunal Federal, ignorando o Tribunal de Justiça. No futuro 
abriremos essa possibilidade e trataremos do TJ de forma mais eficiente. 
Nas ações direta de inconstitucionalidade, por ser controle concentrado, apenas o STF é 
competente para julgar, por um quorum de maioria absoluta dos seus membros (06 ministros) desde que 
estejam presentes um mínimo de 2/3 de todos os 11 ministros (08 ministros). 
 
DA LEGITIMIDADE 
 
A Ação Direta de inconstitucionalidade pode ser proposta pelas autoridades previstas no art. 103 
da Constituição Federal, in verbis: 
 “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: 
 I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
 V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
 VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.” 
 
Das autoridades acima, devemos chamar a atenção para o partido político. Perceba no inciso XI 
que não é qualquer partido político, mais sim partido político com representação no Congresso Nacional. 
Em outras palavras, o partido político precisa ter no ato da propositura da ação, no mínimo um 
deputado ou no mínimo um senador. 
Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, o partido político precisa ter 
representação no Congresso Nacional na data da propositura da Ação. 
Com isso, mesmo que o partido político venha, no futuro, perder a representação no Congresso 
Nacional, a ação direta de inconstitucionalidade não ficará prejudicada. 
 
DA PERTINÊNCIA TEMÁTICA 
 
Algumas autoridades previstas no art. 103 da Constituição Federal precisam 
demonstrarpertinência temática. Em outras palavras, precisam comprovar que possuem interesse direto 
na causa. 
Essa autoridades são: 
1 – Entidade de classe de âmbito nacional; 
2 – Mesa da Assembleia Legislativa de um Estado ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
3 – O governador do estado ou do Distrito Federal. 
 
Essas autoridades, só podem propor uma ADI se demonstrarem que a lei que deseja ver 
declarada inconstitucional está agredindo os interesses da classe em questão ou os interesses do estado 
do qual faz parte o Governador ou a mesa da Assembleia Legislativa. 
Essa necessidade de demonstrar interesse na causa em questão é a chamada pertinência 
temática. 
 
DO OBJETO DA ADI 
 
Quando a autoridade do art. 103 interpõe uma ADI faz com o intuito de retirar a norma do 
ordenamento jurídico. Em outras palavras, quando o autor abre uma ADI, pede ao Supremo para que a 
norma jurídica seja definitivamente retirada do ordenamento pátrio com a declaração de sua 
inconstitucionalidade. 
Essa lei ou ato normativo pode ser federal, estadual ou distrital. 
 
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DA PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS 
 
Durante o processo de uma ADI, o Supremo entende ser perfeitamente possível a participação de 
terceiros. Em outras palavras, o terceiro, que não é o autor da ação, pode pedir para ser ouvido no 
processo. Esse terceiroé o que o STF chama de amicus curiae (ou amigo da corte). 
Além disso, de um terceiro interessado, haverá a participação do Advogado Geral da União e do 
Procurador Geral da República. 
O AGU, no entanto, tem que necessariamente defender a lei ou ato normativo em tese. Não 
importa qual a opinião do AGU, deve ele sempre defender o texto atacado pelo o autor (entendimento da 
doutrina majoritária, mas há quem entenda de forma diferente). 
É obrigatória, também, a participação do Procurador Geral da Republica. Esse procurador poderá 
defender ou atacar a lei ou ato normativo. Caso ataque, facilitará a vida do autor da ADI;caso defenda a 
lei ou ato normativo em tese, ajudará o trabalho do Advogado Geral da União em seu oficio. 
 
DA EFICÁCIA E DO EFEITO NO CONTROLE CONCENTRADO 
 
Na ação direta de inconstitucionalidade, a eficácia será sempre erga omnes, e o efeito será 
sempre vinculante e, normalmente, ex tunc. 
Em outras palavras, o que o Supremo disser em sede de controle concentrado via ADI tem que 
ser seguindo por todos os juízes, todos os tribunais e por todos os órgãos da administração pública (efeito 
ex tunc). 
Cuidado com a exceção! O STF pode tomar decisões chamadas de cautelares. São decisões 
provisórias. Decisões não definitivas que aceitam um pedido liminar para declarar uma 
inconstitucionalidade provisória. 
Pois bem, nas decisões provisórias (as chamadas cautelares) o efeito é ex nunc. De fato, como a 
decisão pode ser provisória, enquanto o STF não decidir definitivamente a matéria o efeito não será 
retroativo (ex tunc). Não teria sentido desfazer tudo o eu foi feito se a decisão não for definitiva. 
Resumindo, as decisões do STF em sede de ADI tem efeito ex tunc a menos que a decisão seja 
provisória, onde o efeito, nesses casos, será ex nunc. 
 
DA IMPOSSIBILIDADE DE DESISTÊNCIA E DE RECURSO 
 
Uma vez iniciada a ADI, essa não admite desistência. De fato, uma vez levantada a suspeita de 
que a Constituição Federal está sendo agredida, o Supremo Tribunal Federal, como guardião da 
Constituição, é obrigado a levar a investigação sobre a agressão àConstituição Brasileira até o final do 
processo. Por isso a desistência processual aqui não é possível. 
Ademais, já que o Supremo decide as ADI´s de forma vinculante pela maioria absoluta de seus 
membros,não cabe recurso pelo simples fato de que não há a quem recorrer. 
Note que se o Tribunal de mais alta instância do nosso país disser que uma norma é 
inconstitucional fica impossível o recurso, visto que não há nenhum tribunal acima do STF, muito menos 
um tribunal competente para contrariar o STF. 
Não cabe recurso porque não tem para quem recorrer. 
 
CONTROLE CONCENTRADO PARA NORMA ANTERIOR À CF 
 
Só caberá Ações Diretas de Inconstitucionalidade para leis ou atos normativos federais ou 
estaduais editados após a Constituição Federal. 
 
RESUMO:ADI 
 
Competência para julgar: STF 
Quorum do julgamento: Maioria absoluta, desde que presentes 
2/3 de todos os Ministros. 
Legitimidade para propor a ação: Autoridades do art. 103 CF 
Objeto: Ver lei ou ato normativo, federal ou 
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estadual em vigor, ser declarado 
inconstitucional. 
Participação: PGR: defendendo ou atacando a lei; 
AGU: ouvido para defender a lei. 
Eficácia: Erga omnes 
Efeito: Vinculante e ex tunc (salvo decisões 
cautelares) 
Não é admissível: desistência. 
Não é admissível: Recurso (salvo embargos declaratórios) 
 
Pronto! Caso você ache esse assunto confuso ou cheio de detalhes, saiba que ele praticamente 
termina aqui. Se você souber bem as ADIs genéricas que acabamos de esgotar, as outras ações são 
meras repetições com pequenas adaptações. 
Passemos ao estudo das demais ações do controle concentrado de constitucionalidade. 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Por se tratar de controle concentrado de constitucionalidade, o Tribunal competente é o mesmo 
(STF), o quorum de votação e aprovação é o mesmo (maioria absoluta, desde que presentes 2/3 de todos 
os Ministros). As autoridades que podem propor a ADCON são as mesmas das ADIs (autoridades do Art. 
103 CF). a eficácia e o efeito são os mesmos (erga omnes e ex tunc, salvo cautelares) e tudo mais se 
repete. 
As únicas modificações que ocorrem são: objeto e atuação do Advogado Geral da União. 
 
OBJETO 
 
O objeto sempre muda de uma ação para outra. É claro! Se o pedido fosse o mesmo a ação seria 
a mesma! 
Então o pedido (o objeto da ação) muda de ação para ação. Nas ADIs a autoridade competente 
pede para que a lei ou ato normativo federal ou estadual (ou distrital) seja declarado inconstitucional. 
Já nas ADCONs a autoridade do art. 103 pede para que a lei ou ato normativo federal (apenas 
federal) seja declarado constitucional. 
Por algum motivo a lei ou ato normativo podem ser polêmicos e a autoridade competente, 
desejando afastar e acabar com a polêmica sobre a constitucionalidade da norma, pode entrar com uma 
ação declaratória de constitucionalidade e pedir ao STF que declare a lei ou ato normativo constitucional. 
 
DA AUSÊNCIA DO ADVOGADO GERAL DA UNIÃO 
 
Ao contrário das ADIs, nas ADCONs não há ninguém atacando a lei. Não há ninguém pedindo ao 
STF para que aquela lei ou ato normativo seja declarado inconstitucional. Ao contrário, aqui a autoridade 
 
 
 competente pede ao Supremo que a norma (polêmica) seja declarada constitucional e acabe com a 
controvérsia constitucional. 
Com isso, o Advogado Geral da União não precisa participar defendendo a lei, uma vez que não 
existe ninguém “atacando” a norma. 
 
CONTROLE CONCENTRADO PARA NORMA ANTERIOR À CF 
 
Só caberá Ações Declaratórias de Constitucionalidade para leis ou atos normativos federais 
editados após a Constituição Federal. 
 
QUADRO COMPARATIVO: ADI GENÉRICA VERSUS ADCON 
 
 ADI GENÉRICA ADCON 
Competência para julgar: STF STF 
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Quorum do julgamento: Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Legitimidade para propor a 
ação: 
Autoridades do art. 103 
CF 
Autoridades do art. 103 
CF 
Objeto: Ver lei ou ato normativo 
federal ou estadual em 
vigor ser declarado 
inconstitucional. 
Acabar com controvérsia 
sobre lei ou ato normativo 
federal (apenas federal) 
declarando-a 
constitucional. 
Participação: PGR defendendo ou 
atacando a lei. 
AGU sempre defendendo 
a lei. 
PGR defendendo ou 
atacando a lei. 
AGU não participa. 
Eficácia: Erga omnes Erga omnes 
Efeito: Vinculante e ex tunc 
(salvo decisões 
cautelares) 
Vinculante e ex tunc 
(salvo decisões 
cautelares) 
Não é admissível: Desistência. Desistência. 
Não é admissível: Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
 
 
DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO 
 
Como falei nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade, se soubermos bem as ADIs genéricas, 
o resto do assunto fica muito fácil. Tudo o mais é repetição. 
Pois bem, vamos para as ADIs por omissão, ou ação direta de inconstitucionalidade omissiva. 
O tribunal competente é o mesmo (STF) e o julgamento ocorre pelo mesmo quorum maioria 
absoluta desde que esteja presente o mínimo de 2/3 dos Ministros. 
Mesmas autoridades que podem propor. Mesmos efeitos e eficácia. Mesmo tudo! 
As únicas coisas que mudam são: o objeto (o objeto sempre muda, afinal se for o mesmo objeto 
é porque é a mesma ação) e, mais uma vez, a ausência do AGU. 
DO OBJETO 
 
O objeto das ações diretas de inconstitucionalidade por omissão é a falta de norma 
regulamentadora que torne possível o exercício de um direito constitucional. Explico! 
Nas ações diretas de inconstitucionalidade por omissão a autoridade competente entra com essa 
ação quando a Constituição Federal prevê um direito que só pode ser exercido nos moldes de uma lei. A 
falta dessa lei impossibilita o exercício do direito constitucional, o que enseja a ADI por Omissão. 
 
O exemplo da prova é o direito a greve. A greve é um direito constitucional que só pode ser 
exercido nos moldes de lei específica. A falta dessa norma regulamentadora torna impossível o exercício 
do direito previsto na Constituição. 
Sempre que se tem um direito previsto na Constituição que não pode ser exercido por falta de 
complemento legal a parte interessada poderá interpor um mandado de injunção (que é forma de controle 
difuso e que será estudado de maneira aprofundada no futuro quando chegarmos ao artigo quinto) ou, se 
for uma das autoridades do Art. 103 da Constituição, uma ADI por Omissão. 
O pedido dessa ação é para que a norma faltosa seja efetivamente elaborada e o direito previsto 
na Constituição possa, finalmente, ser exercido. 
 
DA AUSÊNCIA DO ADVOGADO GERAL DA UNIÃO 
 
Não há participação do AGU por um motivo simples. Lembre-se que o Advogado Geral da União 
será ouvido pelo STF sempre para defender a lei ou ato normativo em tese. 
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Mas aqui não há a lei ou ato normativo. Perceba que o abjeto da ação é exatamente pela falta da 
norma regulamentadora. Então, o AGU vai defender o que? NADA! 
Não há lei a ser defendido e, por consequência, não há a participação do AGU. 
 
 
NOTA DO AUTOR: 
 
Com o advento da lei 12.063/09 o pedido cautelar nas ADIs por Omissão passou a ser possível. 
Com efeito, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria 
absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a 
audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-
se no prazo de 5 (cinco) dias. (Art. 12-F da lei 12.063/09) 
“A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo 
questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de 
procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. (Incluído 
pela Lei nº 12.063, de 2009). 
§ 2o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 (três) 
dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
§ 3o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos 
representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão 
inconstitucional, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal.(Incluído pela Lei nº 12.063, de 
2009). 
Art.12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção 
especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União, a parte dispositiva da decisão no 
prazo de 10 (dez) dias, devendo solicitar as informações à autoridade ou ao órgão responsável pela 
omissão inconstitucional, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I do 
Capítulo II desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 
 
QUADRO COMPARATIVO: ADI GENÉRICA VERSUS ADI POR OMISSÃO 
 
 ADI GENÉRICA ADI POR OMISSÃO 
Competência para julgar: STF STF 
Quorum do julgamento: Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Legitimidade para propor a 
ação: 
Autoridades do art. 103 
CF 
Autoridades do art. 103 
CF 
Objeto: Ver lei ou ato normativo 
federal ou estadual em 
vigor ser declarado 
inconstitucional. 
Ausência de lei ou ato 
normativo necessário 
para o exercício de direito 
previsto na Constituição 
Federal. 
Participação: PGR defendendo ou 
atacando a lei. 
AGU sempre defendendo 
a lei. 
PGR defendendo ou 
atacando a lei. 
AGU não participa. 
Eficácia: Erga omnes Erga omnes 
Efeito: Vinculante e ex tunc 
(salvo decisões 
cautelares) 
Vinculante e ex tunc 
(Salvo decisões 
cautelares) 
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Não é admissível: Desistência. Desistência. 
Não é admissível: Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
 
 
DAS AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVAS 
 
Essa é a ação do controle concentrado que mais destoa das demais. Destina-se a promover o 
controle de constitucionalidade de ato praticado por Estado membro que atente contra os princípios 
sensíveis previstos no artigo 34, VII da Constituição Federal. 
Os princípios sensíveis são: 
“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
... 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a 
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e 
serviços públicos de saúde.” 
Em outras palavras, sempre que um Estado da Federação (ou o Distrito Federal) agredir uma das 
alíneas do artigo acima colado haverá o que chamamos de agressão aos princípios sensíveis.Ocorrendo 
essa agressão, pode a União intervir no Estado agressor através de uma ADI Interventiva. 
O Procurador Geral da República é o único que pode abrir essa ação perante o STF. Caso o 
Supremo, analisando a representação do Procurador Geral da República, entenda que realmente houve 
agressão a princípios sensíveis, solicitará ao Presidente da República a intervenção Federal da União no 
Estado agressor. 
 
 
 
Note que a legitimidade para propor essa ação é o Procurador Geral da República e, mesmo 
assim, de forma discricionária. Apenas ele pode abrir a ação e, mesmo assim, abre se quiser. 
Não há decisão cautelar e nem a participação do AGU. 
 
QUADRO COMPARATIVO: ADI GENÉRICA VERSUS ADI INTERVENTIVA 
 
 ADI GENÉRICA ADI INTERVENTIVA 
Competência para julgar: STF STF 
Quorum do julgamento: Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Legitimidade para propor a 
ação: 
Autoridades do art. 103 
CF 
Exclusiva do Procurador 
Geral da República (que 
PGR Presidente 
da 
República 
STF 
Decreta a intervenção no 
Estado 
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atuará 
discricionariamente). 
Objeto: Ver lei ou ato normativo 
federal ou estadual em 
vigor ser declarado 
inconstitucional. 
Lei ou ato normativo que 
feriu princípio sensível da 
Constituição (art. 34, VII, 
CF). 
Participação: PGR defendendo ou 
atacando a lei. 
AGU sempre defendendo 
a lei. 
PGR: é o próprio autor da 
ação. 
AGU não participa. 
Eficácia: Erga omnes Erga omnes 
Efeito: Vinculante e ex tunc 
(salvo decisões 
cautelares) 
Não se aplica. 
Não é admissível: Desistência. Desistência. 
Não é admissível: Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
 
Note que não se aplica o conceito de efeito ex tunc. 
 
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) 
 
Assim como as demais ações, a ADPF é uma repetição dos principais tópicos da ADI genérica. 
Seja a competência para julgar, seja o quorum, seja a sempre presente participação do PGR e a 
ausência do AGU (note que o AGU só participa nas ADIs genéricas), tudo é uma simples repetição da ADI 
Genérica. 
O efeito e a eficácia também são os mesmos. 
O que sempre muda é o objeto e a ausência do AGU. 
 
 
DO OBJETO 
 
 
Nas ADPFs o objeto é o mais amplo possível. A Arguição de Descumprimento de preceito 
fundamental serve para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da Constituição que resultante de 
ato do poder público. 
Em outras palavras, a ADPF pode ser interposta sempre que a Constituição Federal for lesionada 
ou ameaçada de lesão. 
Também caberá ADPF contra lei ou ato normativo federal, estadual ou MUNICIPAL, mesmo que 
anterior à Constituição. 
Veja como é amplo o objeto da ADPF. Sempre que lei ou ato normativo federal, estadual (bem 
como distrital) ou municipal, anterior ou posterior à Constituição, for agressor à Constituição caberá uma 
ADPF. 
 
 
DO CARÁTER SUBSIDIÁRIO 
 
 
A ADPF, no entanto, é uma norma de caráter subsidiário. Ou seja, só caberá a ADPF se não 
couber nenhuma outra ação do controle concentrado de constitucionalidade. Se couber uma ADI 
(qualquer delas) ou uma ADCON, não caberá uma ADPF. 
 
CONTROLE CONCENTRADO PARA NORMA ANTERIOR À CF 
 
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Ao contrário das ADIs e ADCONs, a ADPF pode ser interposta contra lei ou ato normativo (federal, 
estadual, distrital e municipal) posterior ou mesmo anterior à Constituição Federal, desde que não caiba 
nenhuma outra ação do controle concentrado. 
Com isso, caberá ADPF contra lei ou ato normativo federal ou estadual anterior à Constituição 
(pois para as normas anteriores à CF não cabe ADI nem ADCON, como já vimos) e lei ou ato normativo 
municipal anterior ou posterior, já que não cabe, para esses casos, nenhuma outra espécie de controle 
concentrado de constitucionalidade 
 
QUADRO COMPARATIVO: ADI GENÉRICA VERSUS ADPF 
 
 ADI GENÉRICA ADPF 
Competência para julgar: STF STF 
Quorum do julgamento: Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Legitimidade para propor a 
ação: 
Autoridades do art. 103 
CF 
Autoridades do art. 103 
CF 
Objeto:Ver lei ou ato normativo 
federal ou estadual em 
vigor ser declarado 
inconstitucional. 
1 – evitar ou reparar 
lesão a preceito 
fundamental da CF 
resultante de ato do 
poder público; 
2 – quando relevante o 
fundamento de 
controvérsia 
constitucional sobre lei ou 
ato normativo federal, 
estadual ou MUNICIPAL, 
mesmo que anterior à 
Constituição. 
 
Participação: PGR defendendo ou 
atacando a lei. 
AGU sempre defendendo 
a lei. 
PGR: sempre participa. 
AGU não participa. 
Eficácia: Erga omnes Erga omnes 
Efeito: Vinculante e ex tunc 
(salvo decisões 
cautelares) 
Vinculante e ex tunc 
(salvo decisões 
cautelares) 
Não é admissível: Desistência. Desistência. 
Não é admissível: Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
Caráter: _________ Subsidiário. 
 
 
Pronto, controle de constitucionalidade é praticamente isso. A partir de agora o que escreveremos 
vale para TODAS as ações do controle concentrado de constitucionalidade. São tópicos em comum, 
independentemente da ação. 
 
AÇÃO DE RECLAMAÇÃO 
 
Como todas as ações do controle concentrado possuem efeito vinculante, ou seja, a decisão do 
STF vincula todos os juízes, tribunais e órgãos da administração pública (direta e indireta), o que o 
Supremo disser tem que ser seguido, independentemente de comunicação ao Senado Federal. 
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Caso um órgão da administração pública ou do próprio Poder Judiciário decida de forma diferente 
do que disse o STF em sua decisão vinculante, a parte prejudicada poderá abrir uma ação chamada de 
reclamação. 
A reclamação não é um recurso. É outra ação, com um objetivo bem definido: mostrar ao STF 
que determinado juiz ou órgão da administração pública agrediu sua decisão vinculante. 
Caso essa agressão ocorra, o Supremo Tribunal deverá ser comunicado pela parte prejudicada 
através da reclamação, onde o STF vai mandar ou órgão da administração pública, juiz, ou ainda, Tribunal 
mudar sua decisão de forma que não contrarie a sua súmula vinculante. 
Esse entendimento vale para todas as ações do controle concentrado bem como para as decisões 
do Supremo na forma de súmula vinculante. 
 
 
“Art. 103-A, § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou 
que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a 
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará 
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso." (grifo nosso). 
 
DO CONTROLE CONCENTRADO ESTADUAL 
 
No início do presente capítulo, quando começávamos a estudar sobre o controle concentrado de 
constitucionalidade, dissemos que o controle concentrado é aquele exercido por apenas um tribunal: o 
STF ou o TJ. 
Por uma questão meramente didática, ignoramos o Tribunal de Justiça e nos concentramos 
exclusivamente no Supremo Tribunal Federal. 
Pois bem, chegou a hora de saber que os Tribunais de Justiça estaduais também realizam 
controle concentrado de constitucionalidade. Os requisitos são os mesmo, temos apenas que adaptar os 
pontos abordados em questão. 
Sempre que lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal agredir a Constituição Federal 
caberá ou controle difuso para qualquer juiz ou tribunal ou controle concentrado para o Supremo. 
Mas e se a lei ou ato normativo estadual ou municipal agredir a Constituição do Estado ou a Lei 
Orgânica de um de seus Municípios? 
Nesse caso, caberá também controle difuso para os juízes daquele Estado, bem como caberá ADI 
ou ADCON para o Tribunal de Justiça estadual (ADPF só para o Supremo). 
Temos apenas que adaptar as regras para o âmbito estadual. Vejamos: 
 
 
 ADI FEDERAL ADI ESTADUAL 
Competência para julgar: STF TJ 
Quorum do julgamento: Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Maioria absoluta, desde 
que presentes 2/3 de 
todos os Ministros. 
Legitimidade para propor a 
ação: 
Autoridades do art. 103 
CF 
Autoridades previstas na 
Constituição de cada 
estado 
Objeto: Lei ou ato normativo 
federal ou estadual em 
vigor ser declarado 
inconstitucional. 
Lei ou ato normativo 
estadual ou municipal em 
vigor ser declarado 
inconstitucional face à 
Constituição Estadual. 
Participação: PGR defendendo ou 
atacando a lei. 
AGU sempre defendendo 
a lei. 
PGJ: sempre participa. 
AGU não participa. 
Eficácia: Erga omnes Erga omnes 
Efeito: Vinculante e ex tunc 
(salvo decisões 
Vinculante e ex tunc 
(salvo decisões 
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cautelares) cautelares) 
Não é admissível: Desistência. Desistência. 
Não é admissível: Recurso (salvo embargos 
declaratórios) 
Cabe recurso 
extraordinário para o STF 
 
 
 
Veja que ao invés do Procurador Geral da República, nós teremos o Procurado Geral de Justiça 
(chefe do Ministério Público estadual) sendo ouvido pelo TJ. 
No caso da ADI Interventiva estadual o Procurador Geral de Justiça será o único competente para 
interpor a ação perante o Tribunal de Justiça, nos mesmos moldes da ADI Interventiva genérica. 
 
 
 
“Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
... 
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos 
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da 
legitimação para agir a um único órgão.” 
 
Veja pelo artigo da Constituição Federal acima exposto que as autoridades competentes serão 
apresentadas pela Constituição de cada Estado. No Estado de Pernambuco, por exemplo, o Tribunal de 
Contas Estadual pode interpor uma ADI perante o Tribunal de Justiça local. Isso só é possível graças à 
previsão da Constituição de Pernambuco. 
O que se veda é que a Constituição Estadual atribua competência a uma única autoridade. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA DO STF QUANTO AO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
O Supremo Tribunal Federal entende que o Tribunal de Contas pode realizar controle difuso de 
constitucionalidade sobre leis e atos normativos de sua competência, deixando de aplicar uma lei quando 
considerá-la inconstitucional. 
 
Com efeito, o Tribunal de Contas analisa e controla os gastos públicos. Tais gastos são regidos e 
regulamentados por leis específicas. Leis orçamentárias. Tais leis, por serem de competência do Tribunal 
de Contas (da União, dos Estados ou dos Municípios, onde existir) podem ser declaradas inconstitucionais 
pelo Tribunal de Contas, apesar desse tribunal estar dentro do Poder Legislativo. 
 
“Súmula 347 do STF. Tribunal de Contas - Apreciação da Constitucionalidade das Leis e 
dos Atos do Poder Público 
PG
R 
TJ Governa
dor do 
Estado 
Decreta a intervenção no 
município 
 
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O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das 
leis e dos atos do poder público.” 
 
DOPROCESSO LEGISLATIVO 
 
Tolo é aquele que naufragou duas vezes os seus navios no mesmo 
local e, ainda assim, continua pondo a culpa no mar. 
Nelson França 
 
CONCEITO 
Processo Legislativo é um conjunto de atos concatenados, que visa a elaboração de uma espécie 
normativa, prevista no caput do artigo 59 da Constituição Federal, a saber: 
 
“Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções.” 
 
Processo legislativo, então, é somente isso. Um passo a passo para a elaboração, o surgimento de 
uma dessas normas acima elencadas. A partir de agora, estudaremos esse passo a passo em seus 
mínimos detalhes levando em consideração as questões de prova. 
Antes de qualquer coisa, vou generalizar dizendo que o processo de elaboração de uma norma (o 
processo legislativo) segue, via de regra, três etapas: 
1ª) etapa introdutória – diz respeito a quem pode tomar a iniciativa do processo; 
2ª) etapa constitutiva – formada pela discussão e votação da medida proposta na etapa anterior. Trata da 
elaboração propriamente dita da norma. 
3ª) etapa complementar – necessária ao surgimento da norma no mundo jurídico, constituindo a 
promulgação e a publicação da espécie normativa. É um formalismo necessário para que os 
administrados saibam do nascimento da nova lei. 
 
QUORUM DE MAIORIA ABSOLUTA E MAIORIA RELATIVA 
Antecipo, aqui, os conceitos de maioria absoluta e maioria simples (ou maioria relativa). Iremos 
aplicar esses conceitos amplamente no presente assunto. 
Maioria absoluta é quando tenho mais da metade de um TODO (+50% do todo). Exemplo: em uma 
turma de 100 alunos a maioria absoluta seria 51 alunos, ou seja, mais da metade de todos esses alunos. 
Já a maioria simples (ou relativa) seria quando tenho mais da metade dos que estão presentes 
(+50% dos presentes). Exemplo: na turma de 100 alunos vinte faltaram e oitenta estão presentes. Para 
obter a maioria simples basta a aprovação de 41 alunos (mais da metade dos oitenta presentes). 
Passemos, então, à elaboração das espécies normativas brasileiras na ordem do artigo acima 
transcrito. 
 
DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
As emendas constitucionais são modificações que ocorrem no texto da própria Constituição. Para o 
surgimento de uma emenda constitucional, o primeiro passo é a iniciativa (etapa introdutória). 
 
 
DA INICIATIVA. 
São competentes para propor uma emenda constitucional: 
1) Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
2) Do Presidente da República; 
3) Mais da metade das Assembleias Legislativas dos Estados brasileiros, cada uma delas por maioria 
relativa de seus membros. 
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Observações importantes a serem feitas é que um ou alguns deputados ou senadores não podem 
fazer um projeto de emenda. Tem que ser um mínimo de um terço de uma dessas Casas 
Parlamentares. 
Além disso, mais da metade de todas as Assembleias Legislativas podem propor uma emenda à 
Constituição. Como o Brasil é composto por 26 Estados e o Distrito Federal, faz-se necessária a reunião 
de pelo menos quatorze Assembleias Legislativas (mais da metade de 27) cada uma dessas Assembleias 
com uma maioria relativa de seus deputados estaduais. 
Chamo sua atenção para o fato de que o povo não pode propor emendas constitucionais, como as 
bancas adoram perguntar. Povo pode propor projeto de lei, conforme veremos mais adiante, mas não 
projeto de emenda. 
 
DA DISCUSSÃO E VOTAÇÃO (ETAPA CONSTITUTIVA) 
 
Uma vez iniciado o projeto de emenda constitucional, terá inicio a fase de votação de discussão 
nas duas casas legislativa. Caso a iniciativa tenha se dado pelo Presidente da Republica, ou por no mínimo 
um terço (1/3) da Câmara, a discussão e votação se iniciará na própria Câmara dos Deputados Federais e 
depois seguirá para votação no Senado. 
Caso a iniciativa tenha se dado por no mínimo um terço do Senado ou por mais da metade das 
Assembleias o processo de discussão e votação será iniciado no próprio Senado Federal e depois seguirá 
para a discussão e votação na Câmara dos Deputados. 
Seja qual for o caso, a votação se dará nas duas Casas. Em cada Casa a votação se dividirá em 
dois turnos e cada um desses turnos, para ser o projeto aprovado, tem-se que alcançar um mínimo de 
3/5 (três quintos) de todos os membros da Casa. 
Tomemos como exemplo um projeto de emenda que tenha sido proposta pela Presidenta Dilma 
Roussef. A discussão e votação será iniciada em um primeiro turno na Câmara e, uma vez aprovado o 
projeto de emenda em primeiro turno, segue-se para um segundo turno ainda na Câmara dos Deputados, 
em ambos os turnos tem-se que obter um quorum de três quintos (3/5) de todos os deputados federais. 
Após os dois turnos na Câmara dos Deputados segue-se com a votação para o Senado Federal, 
onde ocorrerá um primeiro turno, por três quintos (3/5) de todos os senadores e um segundo turno, 
ainda no Senado, mais uma vez por três quintos (3/5) de todos os senadores. 
3/5 – primeiro turno 3/5 – primeiro turno
3/5 – segundo turno3/5 – segundo turno
Câmara Senado
 
 
“Art. 60, § 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos 
membros. 
 
 
 
Perceba que não é um processo simples. Isso se dá porque a nossa Constituição Federal é rígida, 
conforme já falamos no nosso primeiro capítulo. 
 
DA PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL (FASE COMPLEMENTAR) 
 
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Uma vez aprovado o projeto de emenda constitucional nas duas Casas, cada uma Delas por dois 
turnos e cada turno por três quintos (3/5), terá o projeto de emenda constitucional promulgado e 
publicado por ambas as mesas das casas legislativas (câmara e senado). 
Câmara Senado
Mesa diretora Mesa diretora
 
A emenda à constituição será promulgada por tais mesas com o respectivo numero de ordem. Até 
o fechamento desse capítulo nossa Constituição Federal havia sido emendada setenta vezes. Isso quer 
dizer que o número de ordem da próxima emenda será o setenta e um. E olhe que a nossa Constituição é 
rígida. 
Uma vez publicada a emenda, passa a vigorar no ordenamento jurídico com força constitucional. 
 
DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE EMENDAR 
 
Para que haja emenda à constituição, faz-se necessário respeitar quatro limitações: 
 
1 – LIMITAÇÕES FORMAIS; 
2 – LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS; 
3 – LIMITAÇÕES MATERIAIS; 
4 – LIMITAÇÕES IMPLICITAS; 
 
DAS LIMITAÇÕES FORMAIS 
As limitações formais, são exatamente o passo a passo acima descrito. Ou seja, apenas aquelas 
autoridades mencionadas podem propor emenda à constituição. Essa proposta será discutida e votada em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três 
quintos dos votos dos respectivos membros. 
 
DAS LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS 
 
Durante três circunstancias, não pode haver emendas à Constituição. Tais circunstâncias são: 
A- Intervenção federal; 
B- Estado de defesa; ou 
C- Estado de sítio. 
Essas hipóteses estão previstas no art. 60, § 1º da Constituição Federal. É o que

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