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PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Senso comum e ciência SENSO COMUM E CIÊNCIA O Mundo está aberto às indagações. Elas estão em nosso dia a dia e são essas perguntas que, ao longo da história, fizeram a humanidade se desenvolver. Do cotidiano ao conhecimento científico, homem e ciência caminham, produzindo teorias e métodos – a pesquisa - que buscam desvendar a dinâmica da realidade e seus segredos. Vamos ver um exemplo Na antiguidade, o camponês sabe semear, colher, usar adubos, se proteger de pragas e qual o melhor solo para cada cultura. senso comum e ciência No período feudal, adota o sistema de faixas, cultivo e repouso. Na 1ª revolução agrícola, utiliza arados, enxadas, maquinários em geral. Em seguida, usa culturas que permitiam o cultivo contínuo da terra sem pousio. Hoje, utiliza sementes selecionadas, adubo químico, defensivos, chegando aos transgênicos. SENSO COMUM E CIÊNCIA As diferenças não são pela natureza do objeto ou pela veracidade de um ou outro. Na forma A diferença está No modo ou método Nos instrumentos Teoria Objetividade Ir para além do cotidiano Ciência Percepção e ação Senso comum O B S E R V A Ç Ã O HOMEM NATUREZA Senso comum é resultado dessa relação. Senso comum • não apresenta um sistema metodológico • surge e se reproduz em um grupo social, é subjetivo, refletindo sentimentos e opiniões • transmitido de geração para geração • o homem embasa o cotidiano e explica a realidade em que vive, método experimental SENSO COMUM CONHECIMENTO CIÊNCIA HOMEM NATUREZA Ciência é resultado dessa relação. • forma de conhecimento da realidade • conhecimento racional, metódico e sistemático • resultado de descobertas ocasionais e de pesquisas metódicas • técnica, fatos empíricos, leis, método científico, caráter de objetividade • transmitida de geração para geração CONHECIMENTO Na história • homem sempre desenvolveu conhecimento, técnicas, invenções • Revolução Científica – método experimental - séculos XVI e XVII – estabelecimento de um conjunto de regras para realização de experiências • século XVIII – conhecimento da estrutura e funções dos organismos vivos (química, biologia), átomo, luz, eletricidade, energia... • Século XIX – mudança na forma de pensar e produzir (revolução industrial) MÉTODO CIENTÍFICO CONHECIMENTO MÉTODO CIENTÍFICO Na história • século XX – pesquisas no mundo físico e humano – navegações espaciais e transplantes • século XXI superação de paradigmas – transgênicos, genomas, informática, etc. criação de outros paradigmas – questão ambiental, esgotamento dos recursos naturais e como o homem se manterá no planeta (e não foi aqui que tudo começou?). CONHECIMENTO SENSO COMUM E CIÊNCIA uma relação entre sujeito e objeto Complexidade do real HOMEM NATUREZA CONHECIMENTO DIFERENTES TIPOS TIPOS DE CONHECIMENTO TEOLÓGICO CIENTÍFCIO EMPÍRICO FILOSÓFICO HOMEM/PESQUISADOR MOVE-SE EM 4 NÍVEIS/TIPOS DE CONHECIMENTO TIPOS DE CONHECIMENTO empírico/vulgar/senso comum – obtido pelo sujeito na sua relação com o meio ambiente ou meio social (superficial “porque todo mundo diz”), na forma de ensaios/tentativas (subjetivo), resultando em erros/acertos – interações e experiências cotidianas (sensitivo), sem visar uma sistematização das ideias (assistemático) e, não se manifesta criticamente (acrítico). Científico – é real, factual procura compreender o objeto, fato ou fenômeno em sua estrutura, organização, composição, causas, leis passível de comprovação ou negação através da experimentação de proposições ou hipóteses formado por um sistema de ideias/teorias, sendo sistemático TIPOS DE CONHECIMENTO falível porque não é definitivo, absoluto, final objetividade, interesse intelectual e espírito crítico Filosófico – é valorativo, emerge da experiência objeto advém de realidades imperceptíveis aos sentidos dados de ordem metafísica, não sensíveis, razão da existência parte do particular ao universal filosofar é interrogar sobre fatos e problemas dos seres humanos de forma concreta em seu contexto histórico Verificável – limitado ao âmbito diário, o que se percebe no dia a dia TIPOS DE CONHECIMENTO Religioso/teológico – trata de algo oculto ou um mistério, tudo que provoca curiosidade e sua busca apoia-se em doutrinas de proposições sagradas (valorativas) reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) o que revela o oculto é o próprio homem ou Deus Fé teológica – ligada a alguém que testemunha Deus diante de outras pessoas evidências não são verificadas – implícita uma atitude de fé ensinamentos de textos sagrados TIPOS DE CONHECIMENTO CIÊNCIA – MÉTODO E METODOLOGIA CIÊNCIA Compreensiva Contexto e conteúdo Metodológica operacional 2 dimensões CIÊNCIA – MÉTODO E METODOLOGIA Ciência Metodologia Métodos processos e técnicas conhecer agir e intervir na realidade Estudo crítico do método Lógica particular de uma disciplina Passos dados na busca de um conhecimento, uma análise da realidade social CIÊNCIA – MÉTODO E METODOLOGIA METODOLOGIA ESTUDA DESCREVE EXPLICA INTERPRETA COMPREENDE AVALIA MÉTODO Forma ordenada de proceder ao longo de um caminho. Conjunto de processos ou fases empregadas na investigação CIÊNCIA – MÉTODO E METODOLOGIA PESQUISADOR CONCEPÇÃO FILOSÓFICA DE HOMEM E DE MUNDO CONSTRUÇÃO DE CATEGORIAS TEÓRICAS Delimitação de objetivos da pesquisa REALIDADE SOCIAL MÉTODOS – PESQUISA Procedimentos Investigação Técnicas CIÊNCIA - CLASSIFICAÇÃO CIÊNCIA FORMAIS FACTUAIS Lógica Matemática NATURAIS SOCIAIS Física Química Biologia e outras Antropologia Direito Economia Política Psicologia Sociologia Estudo das ideias Estudo dos fatos complexidade Conteúdo Objeto ou temas Enunciados Metodologia empregada CIÊNCIA HOJE PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Fundamentos da metodologia científica e técnicas de pesquisa METODOLOGIA CIENTÍFICA • Estudar • Descrever • Explicar • Interpretar • Compreender • Avaliar RETOMANDO A IDEIA FAZER CIÊNCIA O ponto de partida é a CURIOSIDADE sobre a REALIDADE Tratar Analisar Sintetizar de forma lógica e Coerente CIÊNCIA SE FAZ EM LABORATÓRIOS OU EM CAMPO POSTURA CIENTÍFICA CONSCIÊNCIA CRÍTICA OBJETIVA RACIONAL Criticar – julgar, distinguir, analisar para poder avaliar, da melhor forma, os elementos da questão proposta Tomada de posição a partir da comprovação Objetivar – superar, romper com as posições subjetivas (conhecimento vulgar) OBJETIVIDADE - CONDIÇÃO BÁSICA DA CIÊNCIA Ação racional – a explicação deve ser Intelectual. Não há arbitrariedade/coração/ sentimento LÓGICA DA CIÊNCIA Envolve operações e procedimentos intelectuais • Possibilita a observação e controle de fatos e fenômenos • Permite interpretar e explicar os fatos e fenômenos • Contribui para a verificação dos fatos e fenômenos pela experimentação e observação • Fundamenta a generalização ou o estabelecimento de princípios e leis Fundamentos Comuns às Ciências formulação de questões/perguntas/problemas levantar hipóteses/possíveis respostas observar e medir registrar o observado e medido explicar o que foi encontrado ou rever o que já foi produzido diante das novas evidências encontradas Ferramentas teóricas – fundamento da ciência conceitos leis teorias doutrinas Para Perguntar Responder Observar Registrar Explicar é preciso utilizar Conceitos Construções lógicas, conjunto de referências, instrumentos de trabalho de cada ciência. É a base sólida, o fundamento para construção da teoria. Leis Exprimem relações que derivam da natureza das coisas: • existência e coexistência (água corpo incolor e inodoro que assume estado líquido, sólido e gasoso) • causalidade ou sucessão (água ferve a cem graus, calor dilata metais) • relações de finalidade (fígado tem a função de regular o açúcar no sangue) Teorias No conhecimento científico é mais que referir-se ao conhecimento (saber, conhecer) em oposição à prática (agir, fazer). Se integram ao mundo do discurso, orientam o pesquisador, refletem o estado da arte do conhecimento e da própria ciência. Doutrinas Propõem diretrizes para a ação. Apresentam ideias morais, posições filosóficas e políticas, interesses individuais e de classes, concepções éticas. Vamos fechar com o método científico Ciência – procedimento metodológico – objetivo é conhecer e interpretar a realidade. Não há um método único – reflete as condições históricas do momento do conhecimento – diferentes visões Observação Indução Dedução Experimentação Principais processos Formas de Raciocínio, reflexão Processos do método científico Observação – {estrutura: assistemática (sem controle e instrumental apropriado) e sistemática (estruturada e com controle)} [ participação do observador (participante e não participante)] Indução – do particular ao geral Dedução do geral ao particular Experimentação procedimentos para verificação de hipóteses TÉCNICAS Cada método tem uma base de PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Fundamentos da metodologia científica e técnicas de pesquisa PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Fundamentos da metodologia científica e técnicas de pesquisa MÉTODO E TÉCNICAS DE PESQUISA Método de pesquisa se concretiza nas técnicas Técnicas • procedimentos científicos utilizados por uma ciência • Meios de executar operações de interesse de uma ciência Método – fundamento de todas as ciências em qualquer tipo de pesquisa OBSERVAÇÃO DESCRIÇÃO COMPARAÇÃO ANÁLISE SÍNTESE Técnicas de pesquisa Relacionadas à coleta de dados (parte prática da pesquisa). Conjuntos de normas de cada área das ciências É a instrumentação da coleta de dados organizadas em dois tipos de procedimentos documentação indireta - pesquisa documental e bibliográfica documentação direta – pesquisa de laboratório e pesquisa de campo Técnicas de pesquisa documentação indireta Fontes primárias - arquivos públicos e particulares Fontes estatísticas Outras fontes (Iconográficas - gravuras, pinturas; fotografias; objetos; canções folclóricas; vestuário; folclore) Fontes secundárias Pesquisa bibliográfica – Identificação, Localização, Compilação, Fichamento Pesquisa na internet Técnicas de pesquisa documentação direta - levantamento de dados no local onde os fenômenos ocorrem • Pesquisa de laboratório • Pesquisa de campo • Observação direta intensiva Entrevista (estruturada e não estruturada) Painel (o grupo em momentos diferentes) • Observação direta extensiva Questionário Formulário História oral / Tradição oral (grupo x preservação) História de vida (relato da vida pessoal) / História oral temática (grupo sobre um tema) PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Fundamentos da metodologia científica e técnicas de pesquisa PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO A comunicação científica: rigor e ética em pesquisa COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA INFORMAÇÃO CIENTÍFICA conhecimento dinâmico, caro à sociedade, contínuo e que se renova FONTE DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO atividades científicas e técnicas desenvolvidas pela pesquisa INFORMAÇÕES resultados de pesquisas registrados e divulgados resultado de pesquisa divulgado é resultado reconhecido informação é fundamental para a ciência Comunicação científica circulação processo/ato/ mecanismo de intermediação intercâmbio de ideias entre os indivíduos implica aceitação dos resultados, constitui o estoque universal de conhecimentos engloba as atividades associadas à produção, disseminação e uso da informação Comunicação científica Produção científica produto Produtores pesquisadores Comunicação informal Comunicação formal Visibilidade e Credibilidade comunicação escrita livros, periódicos, obras de referência em geral, relatórios técnicos e revisões de literatura Reuniões Científicas Pessoa a pessoa COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Capítulo Livro Periódicos Resumos Resenhas Comunicação científica O resultado do estudo de um tema/problema publicado Sistema formal Sistema informal COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA ELETRÔNICA dimensão virtual - novo canal transmissão de informações científicas via meios eletrônicos processo de mudanças estruturais induzido tecnologicamente recurso para incrementar e aperfeiçoar o contato entre cientistas COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA novas tecnologias da comunicação e informação indústrias de equipamentos eletrônica, informática, telefonia, cabos, satélites, entretenimento e comunicação Antes de mais nada é preciso dizer que RESPEITO é uma palavra-chave no desenvolvimento da pesquisa • às normas, regras e procedimentos para o desenvolvimento da pesquisa • às pessoas pesquisadas (objeto) • às instituições envolvidas • aos códigos e comitês de ética, quando existirem • ao pesquisador/autor quando for sua fonte ÉTICA E RIGOR NA PESQUISA ÉTICA E RIGOR NA PESQUISA Atitudes éticas Não prejuízo ao participante Produzir em benefício da sociedade Respeito aos valores e decisões dos participantes Tratamento igual para todos os participantes Princípios éticos Consentimento Confiabilidade Anonimato Proteção dos dados ÉTICA E RIGOR NA PESQUISA Para concluir Dois pontos importantes A pesquisa envolve questões de integridade e objetividade Nenhuma abordagem metodológica ou qualquer ciência está isenta de princípios éticos LER E ESTUDAR Ler e analisar Como ler? Registro da leitura - tipos Fichamentos Resumos Resenhas VAMOS CONTINUAR... PESQUISA PRODUÇÃO CIENTÍFICA RESULTADOS Livros Artigos Científicos Comunicações científicas Objetos de estudos e aprendizagem ESTUDO E APRENDIZAGEM NA UNIVERSIDADE ESTUDO E APRENDIZAGEM • volta-se ao conhecimento e à ação • do senso comum à formulação de juízo sistematizado, adequado e comunicável à área de formação • instrumentalizar-se para o trabalho científico • dispor-se a ler e analisar textos e obras • produzir resultados originais • aprender a pensar e planejar atividades através de métodos e técnicas de estudo ESTUDAR • processo investigatório – aprendizagem e modos de conhecimento Ler e analisar textos Por quê? Acompanhar o pensamento do autor (o desenvolvimento): verificar se o autor: informa; explica; analisa; discute; demonstra... Quem? Captar o raciocínio do autor, objetivo do autor e da obra (raciocínio indutivo ou dedutivo; método; técnica de exposição; estilo...). Quando? Onde? Quais? Como ler um texto, um livro... Perguntas importantes Para quê ? Ter um objetivo para leitura O que é? Captar o esboço da obra (exame inicial): sumário; prefácio/apresentação; títulos; subtítulos; introdução; capítulos; referências; anexo(s); apêndice; glossário; índice. Quando sublinhar • sem valor: quando se lê o texto pela primeira vez • com valor: quando se estabelece um propósito Como sublinhar • formular questões sobre o texto na primeira leitura • tentar localizar na segunda leitura: a)ideia principal b)detalhes importantes c)conceitos d)termos técnicos Ler e analisar - técnica de sublinhar Ler e analisar três formas básicas de apresentação de análise de um texto acadêmico Fichamentos- primeiro passo na realização de uma pesquisa Resumos - atividade, um exercício de raciocínio que visa entendimento e síntese de uma obra Resenhas - uma atividade de análise e síntese Ler e analisar - FICHAMENTO Deve conter: • a referência completa da obra • trechos literais extraídos dos textos devem aparecer como citações • toda citação direta ou indireta deve seguir uma normalização • dispor coerentemente o texto • Incluir todas as informações necessárias sobre o tema fichado • se possível, use suas próprias palavras entre as citações (o fichamento reelabora ideias) • sempre que possível, procure fazer uma síntese geral no início ou no final do fichamento Ler e analisar - FICHAMENTO Modelo de ficha Ler e analisar - FICHAMENTO Modelo de ficha – formato de planilha/excel Ler e analisar - RESUMO fazer um resumo a partir da leitura de um texto: encontrar a ideia principal localizar detalhes importantes, sublinhar fazer esquema usar frases curtas e diretas ler resumos de livros, artigos que se encontram nas revistas e publicações especializadas não fazer o resumo enquanto se lê apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento objeto importante da comunicação científica presente em artigos, congressos, projetos de pesquisa. É a representação gráfica do que se lê • expresso através de ideias centrais do texto • deve ser fiel ao original, ter uma estrutura lógica e ser flexível e funcional • pode ser também exposto como mapa conceitual Ler e analisar – ESQUEMA Relações são importantes Ler e analisar - RESENHA consiste em um trabalho de examinar e apresentar o conteúdo de obras prontas, acompanhadas ou não de avaliação crítica O que é necessário para fazer a resenha • ter conhecimento completo da obra resenhada • ter competência na matéria exposta da obra e no método • ter um senso de espírito crítico e independência de juízo (sem preconceitos) • ter fidelidade ao pensamento do autor PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO A comunicação científica: rigor e ética em pesquisa PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Organização de trabalho científico FASES DO TRABALHO CIENTÍFICO REVISÃO DE LITERATURA PRINCÍPIOS BÁSICOS CAMPO/TEMA TEORIAS MÉTODOS LEVANTAMENTO DE DADOS PRINCÍPIOS BÁSICOS MÉTODOS EMPIRIA ANÁLISE CAMPO/TEMA EVIDÊNCIAS TEORIA REVISÃO DA LITERATURA PESQUISAR É LER FAMILIARIZAR-SE COM O CAMPO/TEMA O QUE É RELEVANTE NOVOS INSIGHTS LITERATURA CIENTÍFICA FONTES PRIMÁRIAS IMEDIATAS FONTES SECUNDÁRIAS FONTES TRATADAS JORNAIS E REVISTAS TEXTOS ACADÊMICOS OU CIENTÍFICOS PARA LER 4 níveis de leitura Leitura elementar – visão geral Leitura inspecional - tomar conhecimento do texto sem atentar para o conteúdo Leitura analítica – interpretar, examinar o conteúdo do texto Leitura sintópica – relacionar comparativamente o conteúdo com outros textos Resenha Revisões Bibliográficas ÁREAS DA LITERATURA TEÓRICA – conceitos, definições, teorias METODOLÓGICA – procedimentos e técnicas EMPÍRICA – os resultados e seus tratamentos TEÓRICO-EMPÍRICA – campo/experimentos segundo uma teoria Revisão da literatura ou Revisão bibliográfica fase de levantamento e leitura das publicações permite uma comparação dos documentos científicos à postura teórica, filosófica e técnica Trabalhos acadêmicos/científicos TCC, monografia Dissertações Teses relatórios técnicos livros/capítulos Artigos Comunicações eventos Bibliotecas – acervo digital nacional e internacional Como e onde buscar Artigo científico – publicado em periódicos ou revistas científicas Textos que tratam de um tema/questão/problema estudado cientificamente - são os resultados comunicados do estudo Livros e capítulos - Obras completas ou coletâneas Relatório técnico-científico – texto que relata a pesquisa desenvolvida, procedimentos, resultados e análise Paper ou comunicação científica - texto de suporte para uma comunicação oral em congressos, simpósios, reuniões científicas Tipos de trabalhos científicos ABNT 14724/2011 • Elementos pré-textuais antecedem o texto - informações para identificação e utilização do trabalho • Elementos textuais – Parte de exposição da matéria três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão/considerações finais • Elementos Pós-Textuais • Complementam o texto: referências bibliográficas (obrigatório) glossário, apêndice, anexo e índice (opcionais) Estrutura do trabalho acadêmico EXEMPLO de artigo INFORMAÇÕES TÍTULO AUTORES RESUMO ABSTRACT PALAVRAS- CHAVE INÍCIO DO TEXTO E CORPO DO ARTIGO EXEMPLO de artigo ILUSTRAÇÕES GRÁFICOS, FOTOS, TABELAS Considerações Finais Conclusões ou Comentários EXEMPLO de artigo Parte referencial EXEMPLO de artigo Usando a bibliografia/referências CITAÇÕES “A citação é a menção de uma informação extraída de outra fonte” (NBR 10.520, 2002, p.1) Tipos Direta transcrição textual Indireta transcrição livre do texto, ou seja, em que se comenta ou parafraseia a ideia do autor Citação de Citação transcrição do texto direta ou indireta sem acesso ao original Utiliza-se a palavra apud Podem estar no texto ou em notas de rodapé EXEMPLOS citação direta Até 3 linhas Autores fora do parênteses letras minúsculas + 3 linhas texto recuado Autores dentro do parênteses letras maiúsculas Ano da publicação Nº das pgs. EXEMPLOS citação indireta PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Organização de trabalho científico PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Base de dados científicos As pesquisas quantitativa e qualitativa COLETA DE DADOS FASE DA PESQUISA - indagação da realidade/levantamento de dados através da aplicação de técnicas Instrumento de pesquisa/técnica – escolha depende do tipo de informação e do tipo de objeto Levantamento de dados pesquisa de campo pesquisa de laboratório Técnicas mais utilizadas em pesquisas científicas Pesquisa de Campo – obter informações sobre um objeto, observação de fatos e fenômenos através de técnicas de coleta com registro para posterior análise. Pesquisa de laboratório – mais exato, exige instrumental específico, preciso e ambiente adequado, variando conforme a ciência 4 aspectos importantes: Objeto (pessoas, animais, vegetais e minerais) Objetivo Instrumental técnicas Pesquisa Quantitativa e Qualitativa Diferença fundamental – natureza OBJETIVIDADE - quantitativo SUBJETIVIDADE - qualitativo Pesquisa Quantitativa Amostras amplas Informações numéricas apreensão do objeto pela sua característica, vísivel, concreto, morfológico. Operacionalização de variáveis, equações, estatísticas. Emprego da quantificação na coleta e no tratamento e técnicas estatísticas. Pesquisa Qualitativa Amostras reduzidas Dados de conteúdo psicossocial e instrumentos não estruturados Aprofunda no mundo dos significados, dos hábitos, das ações, crenças, valores, tendências de comportamento e atitudes. COLETA DE DADOS TÉCNICAS Coleta documental Questionário Entrevista Formulário História Oral Medidas de opiniões e atitudes História de vida Diário de campo Pesquisa de laboratório Análise de conteúdo Sociometria Testes Técnicas mercadológicas Técnicas mais utilizadas em pesquisas científicas Observação – uso dos sentidos de forma metódica. Diário de campo – forma de registrar fatos campo ou laboratório – feitos à mão, gravados (som e imagem, fotografias) Questionário – instrumento mais usado – conjunto de questões entregue por escrito e respondido por escrito. Com perguntas fechadas ou abertas ou os dois tipos. Deve ser organizado, claro, não extenso. Pré-teste. Técnicas mais utilizadas em pesquisas científicas Formulário – coleta de informações através de uma lista de questões perguntadas e anotadas pelo pesquisador – contato face a face – grau de exatidão. História de vida – pesquisa social – relato da própria história obtido através de entrevistas História Oral - relato da história de alguém na comunidade Entrevista – permite o relacionamento estreito entre entrevistado e pesquisador estruturada (questões formuladas) e não estruturada (roteiro de temas) PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Base de dados científicos As pesquisas quantitativa e qualitativa PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Desenvolvimento do projeto de pesquisa PROJETO DE PESQUISA O que é um Projeto de Pesquisa? É um roteiro, uma proposta, um instrumento, um guia base para a elaboração de pesquisa em áreas distintas É um esquema de coleta, de mensuração e de análise de dados PROJETO DE PESQUISA C IÊ N C IA BIOLÓGICAS EXATAS HUMANAS Tema Problema Teoria Metodologia áreas do conhecimento Fins acadêmicos Demandas Institucionais/Fomento Como chegar a um projeto de pesquisa? Projetar é antever e metodizar as etapas ou fases de operacionalização de um trabalho. Definição do problema de pesquisa detectado após um estudo exploratório – é a seletividade O que pesquisar? O quê? Onde? Por que se deseja fazer a pesquisa? Por quê? Como pesquisar? Como? Com quais recursos? Em que período? Quando? PROJETO DE PESQUISA Qual o caminho mais seguro? Não há regra formal quanto aos itens que compõem o projeto Importante demonstrar claramente o problema de estudo a metodologia a apresentação das técnicas as formas de análise dos dados O desenho da amostra PROJETO DE PESQUISA Quantitativa Objetividade Qualitativa Subjetividade PARTES DO PROJETO DE PESQUISA estrutura básica título, introdução, objetivos, formulação do problema, hipótese(s), justificativa e relevância do tema, referencial teórico, metodologia, cronograma (desenvolvimento do trabalho), orçamento (financiamento), referências bibliográficas. parte externa capa e lombada parte interna elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais PARTES DO PROJETO DE PESQUISA parte externa CAPA a) nome da entidade para qual deve ser submetido, quando solicitado; b) nome(s) do(s) autor(es); c) título; d) subtítulo (se houver, deve ser evidenciada sua subordinação ao título, precedido de dois pontos, (:) ou distinguido tipograficamente; e) local (cidade) f) ano de depósito (entrega) PARTES DO PROJETO DE PESQUISA parte interna - elementos pré-textuais Folha de rosto (obrigatória) a) nome(s) do (s) autor (es); b) título; c) subtítulo (se houver); d) tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a que deve ser submetido; e) local (cidade); f) ano de depósito (entrega) PARTES DO PROJETO DE PESQUISA parte interna - elementos textuais Tema: é a definição do assunto em que será abordado no projeto, de maneira clara e precisa Problema: este deve ser empírico, ter possibilidade de solução – perguntas – problemática da pesquisa Hipótese: é uma resposta provisória ao problema, submetida a teste - verdadeira ou falsa, formulada no contexto teórico de acordo esse enfoque, esse item não precisa ser considerado. PARTES DO PROJETO DE PESQUISA parte interna - elementos textuais Objetivo(s): define(m) o que se quer alcançar e quais são os resultados esperados. objetivos dividem-se em: Objetivo Geral: apresenta o contexto mais amplo Objetivos Específicos: apresentam o detalhamento do problema a ser estudado. PARTES DO PROJETO DE PESQUISA parte interna - elementos textuais Justificativa (s): a justificativa responde à pergunta: “por que?” fazer a pesquisa Deve mostrar a importância social, científica, tecnológica Referencial Teórico também chamado de fundamentação teórica básica ou revisão de literatura procurar conhecer o que já foi produzido sobre o tema, através de um rigoroso levantamento bibliográfico e também na internet. PARTES DO PROJETO DE PESQUISA parte interna - elementos textuais Metodologia “caminho” a ser percorrido na pesquisa procedimentos metodológicos - métodos e as técnicas e materiais Cronograma A delimitação do tempo, inicial e final, da pesquisa - duração de cada item pode ser organizado de forma mensal, bimestral, trimestral, semestral. Referências relação das fontes utilizadas PROJETO DE PESQUISA PARA LEMBRAR Não se executa pesquisa sem que se faça antes um PROJETO Definir um bom problema Planejar as etapas Definir a metodologia O projeto deve ser escrito com os verbos no futuro – é algo que ainda vai ser executado PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Desenvolvimento do projeto de pesquisa PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Planejamento e elaboração de pesquisa Planejamento e elaboração de pesquisa Ações do pesquisador ler planejar buscar interpretar escrever • Ler, ler muito e sempre é, como já dissemos, fundamental. • Planejar é conduzir seu tempo, lembrando que nenhum projeto é para sempre. • Buscar é estar atento, procurando informações, documentos, materiais que sejam uteis na investigação. • Questionar é obter, a partir de instrumentos metodológicos, em laboratório ou em campo, os dados necessários para responder à sua hipótese, conciliando teoria e prática. Planejamento e elaboração de pesquisa • Medir/tabular é, através de instrumentos estatísticos e interpretativos, estimar como os dados se comportam em resposta ao problema proposto. • Interpretar é a análise dos dados, descrevendo ou interpretando com base nas leituras, confirmando ou não problema e hipóteses. • Escrever é relatar todas as fases de desenvolvimento da pesquisa, na qual o autor deverá demonstrar domínio sobre o assunto, sistematizando, recriando e criticando o material coletado. Planejamento e elaboração de pesquisa Fases do trabalho científico Pesquisa quantitativa – processo planejado de maneira linear – um passo segue o outro do projeto à execução Modelo linear teoria hipóteses operacionalização amostragem coleta interpretação Validação Pesquisa qualitativa – a não linearidade pode omitir alguns passos e a formulação de hipóteses é dispensada Fases do trabalho científico Modelo circular Coleta Interpretação Caso Coleta Interpretação Caso Coleta Interpretação Caso Suposições preliminares teoria comparação amostragem Distribuição dos elementos textuais – parte escrita – CORPO do texto Introdução Desenvolvimento Conclusão Conteúdo do trabalho científico Dúvidas O que escrever? Em que ordem colocar os assuntos? Como utilizar as anotações e valorizar o texto com outros autores? Como dar uma fundamentação científica ao texto? Conteúdo do trabalho científico Características principais • linguagem científica 2 grupos – interno - técnico e acadêmico – externo – coloquial e leigos • princípios e parâmetros ao escrever: Impessoalidade Objetividade Modéstia e cortesia Clareza e precisão CORPO do texto Introdução – definição do tema, problema e hipóteses, metodologia seguida, como está organizado o texto Desenvolvimento - resultados da pesquisa apresentados em diversas partes integradas – Histórico e contextualização do problema; fundamentação e discussão teórica; e análise Conclusão – resumo dos argumentos principais, síntese interpretativa, ponto de chegada. Conteúdo do trabalho científico Aspectos formais de textos adequação às normas linguísticas e aos modelos de apresentação e representação de informações (notas, bibliografia, mapas, quadros, tabelas, fotos, esquemas gráficos, anexos, etc.) Redação Pontuação Termos coloquiais Uso inadequado de palavra onde / questão Uma boa e correta redação é parte integrante de um bom texto Partes de um texto I – A REDE URBANA DO SUDESTE – Capítulo 1 – A Rede Urbana do Sudeste – Subcapítulo 1.1 - A rede urbana do Sudeste – item (a) - a rede urbana do Sudeste – subitem Divisão em capítulos, subcapítulos – uma divisão usual e simples – itens e subitens. Cada uma distinta por tamanho das letras e número de dígitos Tabelas, quadros e fotos Devem ser precisas, objetivas e claras • tabela - menor número de tipos de informação - duas ou três informações dispostas em duas ou três colunas - numéricas • quadro - um número maior de tipos de informação - textuais • Foto - tamanho que permita a sua exploração visual - conter texto descritivo, a localização, data e autoria Para além da parte escrita Conteúdo do trabalho científico Bibliografia PAPEL CRUCIAL TEXTO CIENTÍFICO referências teórico- metodológicas informações empíricas Processo movimento o que já foi produzido. relação entre pesquisador objeto de conhecimento TEXTO BIBLIOGRAFIA último sobrenome Aspectos de Conteúdo • A consistência interna do texto - lógica que articula problemática, questionamentos, operacionalização e resultados. • As relações entre base teórica, problemática e os questionamentos. • A pertinência das informações consideradas e o seu uso. • A pertinência dos procedimentos operacionais. • A adequação dos resultados aos procedimentos operacionais. QUANDO SEU TEXTO FOR LIDO Análise crítica de textos científicos Não é nunca a última palavra É uma interpretação realizada por um indivíduo e um dado momento Destacam-se os caminhos trilhados pelos pesquisadores e a importância dos resultados e das novas questões que emergiram Pode e deve ser refeita sempre Avaliação - natureza e significado dos trabalhos científicos Análise crítica de textos PARÂMETROS base epistemológica que alicerça o texto procedimentos operacionais com os quais o mundo real é analisado ou em relação a ele pretende-se intervir o enquadramento no âmbito da história da ciência e das referências teóricas do tema tratado Análise crítica de textos artigo, monografia de conclusão de curso de graduação, dissertação de mestrado, tese de doutorado seguir um conjunto de regras e sequências de análise uma interpretação mais solta - imaginação e experiência. Aspectos formais conteúdo PROJETOS E MÉTODOS PARA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Planejamento e elaboração de pesquisa 4 Vera Lúcia Salazar Pessôa MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS Material para fins didáticos Revisado em fevereiro 2020 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL A arte de fazer trabalhos é um recurso antigo, usado pelos professores como estratégia para avaliar os estudantes em todas as instâncias do ensino. Entretanto, o que se observa é que esses trabalhos, na maioria das vezes, são transcrições dos manuais consultados porque os estudantes desconhecem o instrumental científico básico, ou seja, as normas técnico-científicas. Ao buscar as fontes para a construção do conhecimento, o aluno descobre o caminho da investigação. Nessa trajetória, o rigor científico se faz necessário para que os resultados de seu trabalho sejam reconhecidos no mundo acadêmico. Dessa forma, o conhecimento das normas técnico-científicas é condição fundamental para a elaboração correta dos trabalhos. A “construção” desse material vem sendo feita desde 1996 e sempre procuramos fazer sua atualização. O material é usado nos cursos de Metodologia Científica1 como material didático para auxiliar os estudantes na realização de seus trabalhos acadêmicos. Parte desse material também foi utilizado na elaboração do Manual para os Cursos de Graduação e Pós- Graduação em Geografia da UNIOESTE/Campus Francisco Beltrão (PR), em 2013. Porém, ele não substitui a consulta aos livros de Metodologia Científica e às Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). É preciso estar sempre pesquisando nas referidas obras para evitar erros, muitas vezes encontrados, nos trabalhos de graduação, nas dissertações, nas teses e nas publicações. Esperamos que este material possa contribuir para melhor realização dos trabalhos acadêmicos. Fevereiro de 2020 Vera Lúcia Salazar Pessôa 1 Pela autora e colegas de outras IES. SUMÁRIO 1 A LEITURA: o ponto de partida ......................................................................................... 4 1.1 Como ler um texto, um livro ......................................................................................... 4 1.2 A técnica de sublinhar e fazer resumo ........................................................................... 4 2 RESUMO E SINOPSE........................................................................................................ 6 2.1 Resumo ........................................................................................................................ 6 2.2 Extensão do resumo ...................................................................................................... 7 2.3 Resenha ........................................................................................................................ 7 2.4 Sinopse ......................................................................................................................... 9 3 DOCUMENTAÇÃO DOS DADOS: anotações e fichamentos .......................................... 10 3.1 Importância das fichas ................................................................................................ 10 3.2 Composição das fichas................................................................................................ 10 3.3 Tipos de fichas............................................................................................................ 10 3.4 Fichamento: o que é? .................................................................................................. 11 4 TÉCNICAS DE PESQUISA ............................................................................................. 13 4.1 Documentação indireta ............................................................................................... 13 4.2 Documentação direta .................................................................................................. 15 5 AMOSTRAGEM: noções gerais ....................................................................................... 22 6 PROJETO DE PESQUISA: etapas .................................................................................... 24 7 CITAÇÕES ....................................................................................................................... 38 7.1 Tipos de citações ........................................................................................................ 38 7.2. Localização das citações ............................................................................................ 38 7.3 Apresentação das citações ........................................................................................... 38 7.4 Como fazer as citações ............................................................................................... 39 7.5 Outras observações importantes .................................................................................. 42 8 ILUSTRAÇÕES E TABELAS .......................................................................................... 45 8.1 O que são as ilustrações no trabalho científico ............................................................ 45 8.2 Como proceder com o uso das ilustrações e tabelas ..................................................... 45 8.3 Como as ilustrações e tabelas podem ser colocadas no texto ....................................... 46 8.4 Como apresentar e organizar as tabelas e quadros ....................................................... 46 9 REFERÊNCIAS NOS TRABALHOS ACADÊMICOS..................................................... 48 10 NOTAS, ABREVIATURAS, SIGLAS E NUMERAIS ................................................... 49 10.1 As notas .................................................................................................................... 49 10.2 As abreviaturas e siglas ............................................................................................. 50 10.3 Os numerais .............................................................................................................. 51 11 EXPRESSÕES E ABREVIATURAS LATINAS ............................................................ 53 12 REDAÇÃO DO TEXTO CIENTÍFICO: algumas normas básicas ................................... 60 13 ORIENTAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS.......... 64 13.1 Tipo de papel ............................................................................................................ 64 13.2 Margens .................................................................................................................... 64 13.3 Espacejamento .......................................................................................................... 64 13.4 Tipos de Letra ........................................................................................................... 65 13.5 Entradas .................................................................................................................... 65 13.6 Numeração das folhas ............................................................................................... 65 13.7. Títulos e subtítulos ................................................................................................... 66 14 A COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS DO TRABALHO ACADÊMICO ............... 69 14.1 Artigo científico........................................................................................................ 69 14.2 Relatório técnico-científico ....................................................................................... 70 14.3 Paper ou comunicação científica ............................................................................... 71 14.4 Ensaio científico ....................................................................................................... 72 15 SEMINÁRIO: como organizar ........................................................................................ 73 15.1 Conceito ................................................................................................................... 73 15.2 Importância............................................................................................................... 73 15.3 Objetivos .................................................................................................................. 73 15.4 Tipos de Seminários ................................................................................................. 74 15.5 Organização do Seminário ........................................................................................ 74 15.6 Duração .................................................................................................................... 75 15.7 Temas (Assuntos) ..................................................................................................... 75 15.8 Roteiro de Seminário ................................................................................................ 75 15.9 Texto-roteiro de seminário (para Seminários de Textos e Seminário de Temas) ........ 76 15.10 Dinâmica para o debate ........................................................................................... 77 4 1 A LEITURA: o ponto de partida 1.1 Como ler um texto, um livro 1.1.1 Ter um objetivo para a leitura 1.1.2 Captar o esboço da obra (exame inicial): sumário, prefácio/apresentação, títulos, subtítulos, introdução, capítulos, referências, apêndice (s); anexo(s), glossário, índice. 1.1.3 Acompanhar o pensamento do autor (o desenvolvimento): verificar se o autor: informa, explica, analisa, discute, demonstra... 1.1.4 Captar o raciocínio autor, a proposição (objetivo) do autor e da obra (raciocínio indutivo ou dedutivo, método de interpretação e método de pesquisa, técnica de exposição, estilo...) 1.1.5 Perguntas importantes quando se lê: a) O que é? [o assunto] b) Quem? [autor (es) que escreveu (eram)] c) Quando? [a obra foi escrita} e Onde? [o assunto acontece] d) Por quê? [a obra foi escrita] e) Para que? [contribuição da obra] 1.2 A técnica de sublinhar e fazer resumo 1.2.1 Sublinhar sem valor: quando se lê o texto pela primeira vez e faz os grifos 1.2.2 Sublinhar com valor: quando se estabelece um propósito (objetivo): ler, primeiramente, depois sublinhar o que é mais importante 1.2.3 Como sublinhar a) Formular questões sobre o texto na primeira leitura b) Tentar localizar na segunda leitura a) A ideia principal b) Detalhes importantes c) Conceitos 5 d Termos técnicos “Dicas”: - use sinais que julgar importantes: x, *, ( .), ... - na segunda leitura não sublinhe as orações, somente os termos - volte a ler o que foi sublinhado. Referência SALOMON, D. V. Como resumir. In: ______. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p. 65-86. 6 2 RESUMO E SINOPSE 2.1 Resumo1 2.1.1 Definição: resumo é a apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento. 2.2.2 Tipos de resumo a) Resumo crítico: resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento. É também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias, denomina-se recensão (grifo nosso). b) Resumo indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados qualitativos e quantitativos. De modo geral, não dispensa a consulta ao original (grifo nosso). Esse tipo de resumo é encontrado nos catálogos de editoras e livrarias. c) Resumo informativo: informa o leitor finalidades, resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa [...] dispensar a consulta ao original (grifo nosso). 2.2.3 Estilo de resumo a) O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do documento. A ordem e a extensão destes itens dependem do tipo de resumo (indicativo ou informativo) e do tratamento que cada item recebe no documento original. b) O resumo deve ser precedido da referência do documento, exceto se o resumo estiver inserido no próprio documento. c) o resumo deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de parágrafo único. 1 As informações estão fundamentadas na ABNT/NBR - 6028 – resumos – nov. 2003. 7 d) A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento. A seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do tratamento (memória, estudo de caso, análise da situação etc.). e) Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. f) As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão Palavras- chave:, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto. g) Devem-se evitar: símbolos e contrações que não sejam de uso corrente, fórmulas, equações, diagramas etc., que não sejam absolutamente necessários. Quando seu emprego for imprescindível, deve-se defini-lo na primeira vez que aparecem. 2.2 Extensão do resumo Quanto a sua extensão os resumos devem ter: a) de 150 a 500 palavras: trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e relatórios técnico-científicos; b) de 100 a 250 palavras: artigos de periódicos; c) de 50 a 100 palavras: indicações breves. Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos a limite de palavras. 2.3 Resenha A resenha é, na maioria das vezes, o trabalho mais solicitado nas atividades acadêmicas e também nas atividades relacionadas a algumas profissões, como jornalismo, teatro, cinema, música, literatura (ANDRADE, 2006). A resenha acadêmica estrutura-se nas seguintes partes lógico-relacionais (SEVERINO, 2000, p. 131-132). 1. Cabeçalho: são transcritos dados bibliográficos completos da publicação resenhada; 2. Informação sobre o autor: dispensável se o autor for muito conhecido; 8 3. Exposição: sintética do conteúdo do texto: deve ser objetivo e conter os pontos principais e mais significativos da obra analisada, acompanhando os capítulos ou parte por parte. Deve passar ao leitor uma visão precisa do conteúdo do texto de acordo com a análise temática destacando o assunto, os objetivos, a ideia central, os principais passos do raciocínio do autor. 4. Comentário crítico: avaliação que a resenhista faz do texto que leu e sintetizou. Essa avaliação crítica pode assinalar tanto os aspectos positivos quanto os aspectos negativos do mesmo. [...] Pode-se destacar a contribuição que o texto traz para determinados setores da leitura, sua qualidade científica, literária ou filosóficas, sua originalidade etc., negativamente, pode-se explicar as falhas, incoerências e limitações do texto. O autor ainda faz as seguintes observações sobre a resenha. (p. 132): O comentário é feito como último momento da resenha, após a exposição do conteúdo, mas pode ser distribuído difusamente, junto com os momentos anteriores: expõe-se e comenta-se simultaneamente as ideias do autor; As críticas devem ser dirigidas as ideias e posições do autor, nunca a sua pessoa ou às condições pessoais de existência; É sempre bom contextualizar a obra a ser analisada, no âmbito do pensamento do autor relacionando-o com seus outros trabalhos e com as condições gerais da cultura da área, na época de sua produção. Além das normas para elaboração de resumo, recomendadas pela ABNT, citadas anteriormente, Santos (2002, p. 39) mostra que o resumo, normalmente um texto mais longo (10% a 25% do texto original), presta-se ao mesmo propósito da sinopse. Apenas vai mais longe, já que levanta as idéias essenciais do texto-base e deve manter o espírito do autor. Procura preservar suas intenções e ênfases, tratando com mais detalhamento aquilo que o autor trata mais longamente. 9 2.4 Sinopse A sinopse, de acordo com Santos (2002, p.39), é um pequeno texto (25 a 30 linhas), geralmente redigido pelo autor ou pelo editor de uma obra. A característica essencial as sinopse é a apresentação concisa dos traços gerais, das grandes linhas de uma obra. É um texto normalmente inserido no início dos textos, maiores publicados e é muito útil para a realização de levantamentos bibliográficos. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumo. Rio de Janeiro, 2003. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Como resumir. In: ______. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 4. ed. rev. São Paulo: Atlas, 1992. p.73-79. LEITE, M. Q. Resumo. São Paulo: Paulistana, 2006 (Coleção aprenda a fazer). SALOMON, D. V. Como resumir. In: ______. Como fazer uma monografia. 2. ed. rev. atual. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p.65-86. SANTOS, A. R. dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 5.ed. rev. Rio de Janeiro: DP & A, 2002. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez, 2000. 10 3 DOCUMENTAÇÃO DOS DADOS: anotações e fichamentos 3.1 Importância das fichas A leitura de qualquer obra (livros, textos...) deve culminar com anotações do leitor, considerando os objetivos do trabalho. Ao fazer as anotações o pesquisador pode utilizar a ficha, um importante e necessário instrumento de trabalho. Ao manusear as referências que serão utilizadas na pesquisa, o pesquisador pode, através das fichas: identificar as obras; conhecer seu conteúdo; fazer citações; analisar o material; elaborar críticas. 3.2 Composição das fichas A estrutura das fichas, de qualquer tipo, compreende três partes principais: cabeçalho, referência e corpo ou texto (LAKATOS; MARCONI, 1992). 3.3 Tipos de fichas Nesse item serão apresentadas algumas sugestões de fichas que podem ser utilizadas nos trabalhos, de acordo com os seus objetivos. De acordo com Lakatos e Marconi (1992, p. 51-67) as fichas podem ser: 1) Ficha bibliográfica: apresenta as referências da obra em análise. 2) Ficha de citações: consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças consideradas relevantes ao estudo em pauta. 3) Fichas de resumo ou de conteúdo: apresentam uma síntese bem clara e concisa das ideias principais do autor ou um resumo dos aspectos essenciais da obra. Todo material retirado da internet também pode ser organizado em fichas. 11 Outra forma de organizar o material coletado é a Documentação Geral. De acordo com Severino (2000, p. 37-40): - Documentação geral: é aquela que se organiza e guarda documentos úteis retirados de fontes perecíveis. Trata-se de passar para pastas, sistematicamente organizadas, documentos cuja conservação seja julgada importante. Assim, recortes de jornais, xerox de revistas, apostilas são fontes que nem sempre são encontradas disponíveis fora da época de sua publicação. Para esse tipo de documentação são utilizadas as folhas tamanho ofício. Nelas são colados os recortes, deixando-se margens suficientes para os títulos e demais referências bibliográficas, como o nome do jornal ou revista em que foram retirados, a data e a página. 3.4 Fichamento: o que é? Fichamento é o “ato de fichar, ou seja, anotar ou registrar em fichas, catalogar”3. De acordo com Jacobini (2004, p.17), Fichamento designa o processo de registrar elementos de um discurso em meio material. O termo lembra que o exercício de registrar esses elementos se deu, por um tempo considerável, sobre fichas. O fichamento no âmbito da atividade de estudo e pesquisa visa à documentação e à classificação de um conteúdo. O fichamento, muitas vezes, é confundido com um simples resumo ou mesmo com a interpretação de um texto. De maneira mais ampla, o fichamento pode conter (JACOBINI, 2004, p.17): - Indicação da referência. - Resumo do texto. - Registro de comentários e críticas ao texto. - Registro de ideias [...] a partir do texto. - Transcrições do texto que poderão ser usadas posteriormente como citação no [..] próprio trabalho. 3 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3.ed. rev. ampl. imp. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 899. 12 Outra sugestão de fichamento4 1 - Indicação da referência. 2 - Esboço da biografia do autor da obra analisada. 3 - Resumo (informativo) do texto. 4 - Análise da obra. 4.1 - Objetivo(s). 4.2 - Tese defendida pelo autor. 4.3 - Referencial teórico. 4.4 - Método de interpretação. 4.5 - Metodologia. 4.6 - Contribuição da obra. 5 - Comentário sobre as fontes, obras de referência, obras de autores clássicos Referências ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos de graduação. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1998. INÁCIO FILHO, G. A monografia nos cursos de graduação. Uberlândia: UFU, 1992. 107p. JACOBINI, M. L. de P. Metodologia do trabalho acadêmico. 2.ed. Campinas: Alínea, 2004. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fichas. In: ______. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 4.ed. rev. São Paulo: Atlas, 1992. p. 51-77. SEVERINO, A. J. A documentação como método de estudo pessoal. In: ______. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000. p. 37-42. 4 Organizado por V.L. S. Pessôa, out. 2001. 13 4 TÉCNICAS DE PESQUISA As técnicas de pesquisa estão relacionadas à coleta de dados (parte prática da pesquisa). Portanto, “as técnicas são conjuntos de normas usadas especificamente em cada área das ciências, podendo-se afirmar que a técnica é a instrumentação específica da coleta de dados” (ANDRADE, 1998, p. 115). As técnicas podem ser organizadas em dois tipos de procedimentos: a documentação indireta e a documentação direta5. 4.1 Documentação indireta É a fase do levantamento de dados. É o primeiro passo de qualquer pesquisa e pode ser feito de duas formas: a pesquisa documental (ou de fontes primárias) e a pesquisa bibliográfica (de fontes secundárias) e a pesquisa na Internet, após a “invenção” do computador). 4.1.1 Pesquisa documental (ou de fontes primárias): pode ser feita nas seguintes fontes de documentos: a) Arquivos públicos: nacionais, estaduais e municipais. Nesses locais podem ser encontrados: a.1) Documentos oficiais: anuários, editoriais, leis, atas, relatórios, ofícios, correspondências, alvarás, panfletos etc. a.2) Documentos jurídicos: são documentos oriundos de cartórios, registros gerais de falência, inventários, testamentos, escrituras de compra e venda, hipotecas, nascimentos, casamentos, mortes etc. 4.1.2 Arquivos particulares: representados pelos: a) Domicílios particulares; b) Instituições de ordem privada; 5 Grande parte das ideias desse item estão baseadas em MARCONI; LAKATOS, 2003. 14 c) Instituições públicas, do tipo delegacias, postos etc. 4.1.3 Fontes estatísticas: IBGE, departamentos estaduais e municipais de estatística, IBOP (Instituto Brasileiro de Opinião Pública), Instituto Gallup etc. 4.1.4 Outras fontes: a) Iconografia (gravuras, estampas, desenhos, pinturas); b) fotografias; c) objetos; d) canções folclóricas; e) vestuário; f) folclore. 4.1.5 Pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias) Esta etapa da pesquisa representa o levantamento das referências já publicadas e que esteja relacionada com o tema em estudo. A finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com o que foi escrito sobre determinado assunto. Nesse item estão incluídas a imprensa escrita, os meios audiovisuais, o material cartográfico, as publicações. As fases da pesquisa bibliográfica são: 1) Identificação: ou reconhecimento do assunto relacionado ao tema em estudo. É a fase também chamada de levantamento bibliográfico. 2) Localização: após o levantamento bibliográfico é feita a localização das obras a serem utilizadas na pesquisa. 3) Compilação: é a fase de reunir, de forma sistemática, o material bibliográfico. 4) Fichamento: fase que corresponde à elaboração das fichas bibliográficas (para livros, textos, artigos, jornais...), possibilitando assim a identificação das publicações. 4.1.6 Pesquisa na internet Ao mostrar os benefícios do uso da informática nas várias etapas da produção científica, Azevedo (1993, p.86) faz o seguinte comentário: “entre o velho, o novo e o 15 novíssimo transita a produção científica quanto aos recursos para a coleta de dados”, e poderíamos acrescentar ainda a redação e editoração dos trabalhos científicos. Nesse sentido, a “Internet tornou-se uma indispensável fonte de pesquisa para os diversos campos de conhecimento” (SEVERINO, 2000, p. 133). 4.2 Documentação direta É a fase de levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem. Nessa etapa, os dados podem ser obtidos de duas maneiras: pesquisa de laboratório e pesquisa de campo. 4.2.1 Pesquisa de laboratório: é um procedimento de investigação mais difícil, porém mais exato; descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas; exige instrumental específico, preciso e ambientes adequados. O objetivo vai depender do que propôs a analisar e deve ser previamente estabelecido e relacionado com determinada ciência ou ramo de estudo. As técnicas utilizadas irão variar de acordo com o estudo a ser feito. As experiências são feitas em recintos fechados (casas, laboratórios, salas) ou ao ar livre; em ambientes artificiais ou reais (de acordo com o campo da ciência que está realizando a pesquisa) e se restringem a determinadas manipulações (MARCONI; LAKATOS, 2003). 4.2.2 Pesquisa de campo6: é usada com o objetivo de obter informações e/ou conhecimentos sobre o problema levantado para o qual se procura uma resposta, ou para a hipótese que se queira comprovar. Outro objetivo dessa fase é descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles (MARCONI; LAKATOS, 2003). Nessa etapa da pesquisa de campo, a coleta de dados constitui uma etapa importante, e não deve ser confundida com a pesquisa propriamente dita. É importante determinar as técnicas que serão usadas para coletar os dados, definir a amostra que deve ser representativa e suficiente para chegar às conclusões. Uma vez coletados os dados, esses serão elaborados, analisados, interpretados e representado de forma gráfica. Por último, será feita a discussão dos resultados da pesquisa, a partir da análise e interpretação dos dados (ANDRADE, 1998; MARCONI; LAKATOS, 2003). 6 Para maiores informações sobre pesquisa de campo ver: FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 4.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 16 A coleta de dados pode ser feita utilizando algumas das seguintes técnicas: 1) Observação É uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos da observação de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 190). De acordo com Gil (1999, p. 111), a observação pode ser: a) Observação simples: o pesquisador permanece alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem. Nesse procedimento, o pesquisador é muito mais um espectador que um ator (p. 111). b) Observação participante ou observação ativa: consiste na participação rela do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Neste caso, o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo. Daí por que se pode definir observação participante como técnica pela qual se chega ao conhecimento da vida de grupo a partir do interior dele mesmo (p. 111, grifo nosso). A técnica da observação participante foi introduzida na pesquisa social pelos antropólogos no estudo das chamadas “sociedades primitivas”. A partir daí passou a ser utilizada também pelos antropólogos nos estudos de comunidades e de subculturas específicas (p. 113). Na década de 1980 passou a ser adotada como técnica fundamental nos estudos designados como pesquisa participante por Carlos Rodrigues Brandão, em sua obra Pesquisa participante, publicada pela Editora Brasiliense. c) Observação sistemática (GIL, 1999, p.114): é frequentemente utilizada em pesquisas que têm como objetivo a descrição precisa dos fenômenos ou o teste de hipóteses. Nas pesquisas deste tipo, o pesquisador sabe quais os aspectos da comunidade ou grupo que são significativos para alcançar os objetivos pretendidos. Por esta razão, elabora previamente um plano de observação. A observação sistemática pode ocorrer em situações de campo ou de laboratório. Para mais informações sobre esta técnica, consultar Gil (1999, p. 115), em que há o roteiro com as doze categorias padronizadas de comportamento, criadas por R.F. Bates (1950), denominado “Registro de Interação do Grupo”. 17 2) Pesquisa-ação As expressões “pesquisa participante” e “pesquisa-ação” são frequentemente dadas como sinônimas (THIOLLENT, 1994, p.7). Para o autor, as expressões não são sinônimas porque pesquisa-ação, além da participação, supõe uma forma de ação planejada de caráter social, educacional, técnico ou outro, que nem sempre se encontra em propostas de pesquisa participante (p.7). A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 1994, p.14). As áreas de aplicação da pesquisa-ação (THIOLLENT, 1994, p.73-95) são: educação, comunicação, serviço social, organização e sistemas, desenvolvimento rural e difusão de tecnologia e práticas políticas. 3) Entrevista É a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção de dados que interessam à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação (GIL, 1999, p.119). As entrevistas podem ser classificadas em (GIL, 1999, p. 120-121): a) Informais; b) Entrevista focalizada; c) Entrevista por pautas; d) Entrevista estruturada. Além desses tipos, há ainda a entrevista por telefone e Skype, pelo computador e celular e pelas redes sociais. É importante registrar (gravar, anotar) a entrevista, com autorização do entrevistado. 18 4) História oral Para Freitas (2002, p. 18), especialista no assunto, história oral é um método de pesquisa que utiliza a técnica da entrevista e outros procedimentos articulados entre si, no registro de narrativas da experiência humana [...] De abrangência multidisciplinar [a história oral] tem sido sistematicamente utilizada por diversas áreas das ciências humanas: História, Sociologia, Antropologia, Linguística, Psicologia, entre outras. Para a referida autora, a história oral pode ser dividida em três gêneros distintos: tradição oral, história de vida, história temática assim caracterizados (FREITAS, 2002, p. 17-22): a) Tradição oral: presente nas comunidades tribais e nas sociedades rurais e urbanas como forma de preservar a sabedoria dos ancestrais (2002, p. 19). b) História de vida7: um relato autobiográfico, mas do qual a escrita – que define a autobiografia – está ausente. Na história de vida é feita uma reconstituição do passado, efetuado pelo próprio indivíduo, sobre o próprio indivíduo. Esse relato – que não é necessariamente conduzido pelo pesquisador – pode abranger a totalidade da existência do informante. Para tanto, seriam necessárias inúmeras horas de gravação (2002, p. 21). c) História oral temática: a entrevista tem caráter temático e é realizado com um grupo de pessoas, sobre um assunto específico. Essa entrevista – que tem característica de depoimento – não abrange necessariamente a totalidade da existência do informante. Dessa maneira, os depoimentos podem ser mais numerosos, resultado em maiores quantidades de informações, o que permite uma comparação entre eles, apontando divergências, convergências e evidências de uma memória coletiva, por exemplo (2002, p. 22). 5) Estudo de caso O estudo de caso se caracteriza como um tipo de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Visa ao exame detalhado de um ambiente, de um simples sujeito ou de uma situação particular[...] O propósito fundamental do estudo de caso (como tipo de pesquisa) é analisar intensivamente uma dada unidade social, que pode ser, por exemplo, um líder sindical, uma empresa que vem desenvolvendo um sistema inédito de controle de 7 Ver também CHIZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991. 19 qualidade, um grupo de pessoas envolvido com a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) de uma grande indústria que apresenta baixos índices de acidentes de trabalho [...] O estudo de caso tem se tornado a estratégia preferida quando os pesquisadores procuram responder às questões “como” e “por que” certos fenômenos ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de algum contexto de vida real[...] No estudo de caso, o pesquisador geralmente utiliza uma variedade de dados coletados em diferentes momentos, por meio de variadas fontes de informação. Tem como técnicas fundamentais de pesquisa a observação e a entrevista [...] Ainda que os estudos de caso sejam, em essência, pesquisa de caráter qualitativo, podem comportar dados quantitativos para aclarar algum aspecto da questão investigativa. É importante ressaltar que, quando há análise quantitativa, geralmente, o tratamento estatístico não é sofisticado (GODOY, 1995, p.25-26). Um bom estudo de caso constitui tarefa difícil de realizar. Mas é comum encontrar pesquisadores inexperientes, entusiasmados pela flexibilidade metodológica dos estudos de caso, que decidem adotá-lo em situações para as quais não é recomendado. Como consequência, ao final de sua pesquisa, conseguem apenas um amontoado de dados que não conseguem analisar e interpretar (GIL,1999, p. 55). 6) Diário de campo Embora pareça fácil, a confecção de um diário de campo requer um certo grau de esforço, porque não se trata apenas de escrever uma série de dados num caderno de páginas em branco. Trata-se de registrar o convívio com os nossos informantes, convívio este que não está representado apenas pela fala dos mesmos, no registro que fazemos do próprio espaço (LOPES, 2002, p. 135). 7) Questionário É um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas, por escrito, e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo, pela internet [mais comum no contexto atual] ou por um portador. Depois de preenchido, o pesquisado devolve o questionário do mesmo modo. Junto com o questionário deve-se enviar uma nota ou carta, explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o interesse 20 do recebedor, no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável. O questionário deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação da pesquisa abordada. Em média, os questionários expedidos pelos pesquisadores alcançam 25% de devolução (MARCONI; LAKATOS, 2003; RIBAS, 2004). 7) Formulário É um instrumento que se caracteriza pelo contato face a face entre pesquisador e informante. A diferença entre o questionário é que o formulário pode ser usualmente preenchido pelo próprio investigador. Uma das vantagens que o informante recebe do pesquisador, podendo inclusive reformular a proposta, esclarecer algumas perguntas, dar explicações, ou seja, ajustar o formulário à experiência e à compreensão de cada informante. Por isso, pode englobar questões mais complexas que o questionário (RIBAS, 2004; MARCONI; LAKATOS, 2003). Referências ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2010. 176 p. CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991 (Biblioteca da educação. Série 1. Escolar; v. 6). FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2003. FREITAS, S. M. de. História oral: possibilidades e procedimentos São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP: Imprensa Oficial do Estado, 2002. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. ______. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999. GODOY, A. S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.35, n.3, p. 20-29,maio/jun. 1995. LOPES, D. L. Diário de campo: o registro da reconstrução da natureza e da cultura. In: WITHAKER, D. C.A. Sociologia rural: questões metodológicas emergentes. Presidente Wenceslau/São Paulo: Letras à Margem, 2002. p. 35-142. Para maior aprofundamento sobre o assunto ver: RIBAS, 2004; MARCONI; LAKATOS, 2003. 21 MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2003. RIBAS, S. A. Metodologia científica aplicada. Rio de Janeiro: Ed UERJ, 2004. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 6.ed. São Paulo: Cortez, 1994. WHYTE, W. F. Sociedade da esquina: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Tradução de Maria Lucia de Oliveira. Revisão técnica de Karina Kuchnir. Apresentação de Gilberto Velho. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005 (1ª. Edição:1943). 22 5 AMOSTRAGEM: noções gerais De acordo com a natureza da pesquisa8, o pesquisador necessita fazer levantamentos para avaliar a variabilidade dos fenômenos no espaço e ao longo do tempo. Entretanto, “há situações em que um levantamento completo é inviável, senão impossível, devido a restrições de custo, tempo, material, mão-de-obra, etc. [...], o que nos leva a adotar a amostragem como solução” (GERARDI; NENTWIG -SILVA, 1981, p.12). O conhecimento e a compreensão de alguns termos são importantes, antes de realizar a pesquisa (GERARDI; NENTWIG -SILVA, 1981; REY, 1993): - universo ou população: conjunto de todos os seres (pessoas, objetos ou fatos) que apresentem pelo menos uma característica em comum); - amostra: é uma parte representativa de uma população; - amostragem: é o processo de retirada da amostra; - unidades amostrais (ou unidades taxonômicas de observação): são elementos a partir dos quais são levantadas as informações (por exemplo, municípios, propriedades agrícolas, postos meteorológicos, pontos em fotos aéreas, estabelecimentos comerciais ou industriais). Os tipos de amostragem podem ser classificados em dois grandes grupos: amostragem probabilística e não-probabilística. Na abordagem quantitativa usa-se a probabilística: os dados são rigorosamente científicos e baseiam-se nas leis dos grandes números; de regularidade estatística; da inércia dos grandes números; da permanência. Os tipos são: aleatória simples, sistemática e estratificada. Na abordagem qualitativa usa-se a não probabilística: os dados não apresentam fundamentação matemática ou estatística, dependendo unicamente dos critérios pesquisados. Os procedimentos são mais críticos em relação à validade dos seus resultados. Os tipos são por acessibilidade, tipicidade e cotas (GIL, 1999). 8 Para maiores esclarecimentos sobre amostragem recomenda-se a leitura de GERARDI; SILVA, 1981; GIL, 1999. (RETIRAR ESTA NOTA) 23 Outros tipos de amostragem não probabilísticas usados para selecionar os sujeitos na pesquisa qualitativa são (TURATO, 2003, p. 368): saturação: os sujeitos são incluídos e reunidos pelo critério da homogeneidade ampla. Esta amostra é fechada quando as respostas de novos informantes se tornam expressamente repetitivas, na avaliação de seu pesquisador, de seus supervisores e dos pares acadêmicos; bola de neve: os sujeitos são estudados em profundidade, incluídos por vivência, desenvolvimento de teoria, novo sujeito indicado pelo anterior e melhor estruturação teórica, sucessivas entrevistas e revisões da teoria até considerá-las organizadas; por variedade de tipos: os sujeitos são incluídos e reunidos pelo critério da homogeneidade fundamental. Esta amostra é fechada no número de tipos de informantes segundo características várias, eleitas pelo pesquisador. A definição do tamanho da amostra geralmente ocorre por meio da utilização de técnicas estatísticas, principalmente quando se realiza uma pesquisa quantitativa. Nesse caso, se o pesquisador não tiver o domínio da Estatística deverá recorrer a um profissional da área. Referências GERARDI, L. H. de O.; NENTWIG-SILVA, B. C. N. Quantificação em geografia. São Paulo: DIFEL, 1981. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999. REY, L. Planejar e redigir trabalhos científicos. 2.ed. rev. ampl. São Paulo: Edgard Blücher, 1993. TURATO, E. R. Decidindo quais indivíduos estudar. Tratado de metodologia da pesquisa qualitativa. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 351-358. 24 6 PROJETO DE PESQUISA: etapas O projeto de pesquisa é a intenção de executar a pesquisa visando solucionar o problema que levou o investigador a essa proposta. A partir de um roteiro pré-estabelecido as etapas são desenvolvidas para chegar ao resultado final. O roteiro a seguir está baseado na Norma Brasileira Registrada – NBR 15287, abr./2011, da ABNT. SUGESTÃO A A estrutura básica de um projeto de pesquisa compõe-se de parte externa (capa e lombada) e parte interna (elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais): 1) PARTE EXTERNA Capa (opcional) Lombada (opcional) 2) PARTE INTERNA 2.1 Elementos pré-textuais Folha de Rosto (obrigatório) Listas (opcional) Sumário (obrigatório) 2.2) Elementos textuais Parte introdutória (tema, problema, hipóteses (quando houver), objetivos: geral e específicos e justificativa) Referencial teórico Metodologia Recursos Cronograma 25 2.3 Elementos pós-textuais Referências (obrigatório) Apêndice(s) e anexo(s) (opcional) Índice(s) (opcional) O que deve conter cada item: 1) PARTE EXTERNA CAPA (Opcional) Apresenta as seguintes informações: a) nome da entidade para qual deve ser submetido, quando solicitado; b) nome (s) do (s) autor (es); c) título; d) subtítulo (se houver, deve ser evidenciada sua subordinação ao título, precedido de dois pontos (:) ou distinguido tipograficamente; e) local (cidade) a entidade, onde deve ser apresentado; f) ano de depósito (entrega). LOMBADA (Opcional) Parte da capa que reúne as margens internas ou dobras das folhas, sejam elas costuradas, grampeadas, coladas ou mantidas de outra maneira. Também chamada de dorso (ABNT NBR 12225-2004). 2) PARTE INTERNA 2.1 Elementos pré-textuais Folha de rosto (obrigatória) Apresenta as seguintes informações: a) nome(s) do (s) autor (es); b) título; 26 c) subtítulo (se houver, deve ser evidenciada a sua subordinação ao título, precedido de dois pontos (:), ou distinguido tipograficamente; d) tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a que deve ser submetido; e) local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado; f) ano de depósito (entrega). NOTA: se exigido pela entidade, devem ser apresentados dados curriculares do(s) autor (es) em folha(s) distinta(s) após a folha de rosto. LISTA DE ILUSTRAÇÕES (Opcional) Lista elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número da página. Quando necessário, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros). LISTA DE TABELAS (opcional) Lista elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número de página. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (opcional) Consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressões correspondentes grafadas por extenso. Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo. LISTA DE SÍMBOLOS (Opcional) Elemento opcional, que deve ser elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com o devido significado. 27 SUMÁRIO (obrigatório) É a enumeração das divisões,
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