Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 1/18 Segurança do trabalho Normas regulamentadoras do trabalho relativas aos programas de saúde e segurança do trabalho As normas regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho e Previdência estão divididas em normas setoriais, especiais e gerais. As normas setoriais definem os parâmetros mínimos de segurança e saúde em setores econômicos específicos e as normas classificadas como especiais definem requisitos de saúde e segurança no trabalho (SST) relativos a atividades executadas, que podem ser empregadas em qualquer segmento econômico. Já as normas regulamentadoras gerais são compostas por normas que regulamentam condições de aplicação ampla e sem relação expressa com atividades, segmentos econômicos, entre outros. A tabela 1 apresenta alguns exemplos de NRs, obedecendo a essa classificação e de acordo com a Portaria n.º 787/2018 do extinto Ministério do Trabalho. 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 2/18 Geral Setorial Especial NR-1: disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais[1] NR-18: segurança e saúde no trabalho na indústria da construção[1] NR-10: segurança em instalações e serviços em eletricidade NR-17: ergonomia NR-22: segurança e saúde ocupacional na mineração NR-19: explosivos NR-28: fiscalização e penalidades NR-29: norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário NR-33: segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados [1] Em vigor a partir do segundo semestre de 2022 Tabela 1 – Exemplos de normas regulamentadoras segundo sua classificação A existência de uma divisão entre as normas regulamentadoras auxilia os profissionais de segurança do trabalho a determinarem quais requisitos legais são aplicáveis à empresa. Naturalmente, uma empresa deverá atender a mais de uma norma regulamentadora e a gestão delas será tão complexa quanto maior o número de normas a serem atendidas e também da relação existente entre elas. Para auxiliar a gestão das normas e de seus requisitos, existem normas que tratam de programas de segurança ou de programas de saúde. Um programa é uma ferramenta utilizada no gerenciamento de SST, que envolve análise das condições de exposição, atendimento legal, planejamento, entre outros, além disso, tem um foco de realimentação de informações com o objetivo de produzir uma melhoria na gestão crescente e estruturada. 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 3/18 Algumas normas gerais tratam de programas de segurança e saúde, como, por exemplo, a NR-1, que trata, entre outros aspectos, do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que é um programa amplo e relacionado com diversas NRs das três classificações. Outro exemplo é a NR-7, que trata do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), um programa voltado ao acompanhamento da saúde dos trabalhadores e fortemente ligado ao PGR. A NR- 18, por outro lado, que é uma norma setorial, apresenta seu próprio PGR, embora ele utilize da estrutura básica do PGR da NR-1. Programas completos podem ser encontrados também em normas regulamentadoras setoriais, como, por exemplo, na NR-22, uma norma que trata de atividades ligadas à mineração e que contém um programa de gerenciamento próprio, também chamado de PGR. A NR-31, que estabelece as condições mínimas de SST em atividades como agricultura, exploração florestal e aquicultura, apresenta um programa chamado Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural, ou PGRTR. As NRs que tratam de programas ou que apresentam programas em sua estrutura definem o objetivo, a extensão e uma estrutura mínima. As normas também definem critérios para a revisão do programa e a frequência da condução de uma análise geral. Embora exista uma estrutura e requisitos a serem atendidos, os programas permitem uma adaptação na forma de elaboração e acompanhamento de acordo com as características de cada empresa (procedimentos internos e nível de maturidade em SST). Um programa amplo como o PGR, que envolve todos os fatores de riscos, pode contemplar outros programas ou operar com um programa principal, desde que eles contenham objetivos em comum. Por exemplo, o PGR foca no gerenciamento de riscos, já o Programa de Proteção Respiratória (PPR) foca no gerenciamento de riscos de agentes químicos que podem ingressar pela via respiratória do trabalhador, e uma das medidas preventivas é o uso de proteção respiratória. Nesse sentido, pode-se imaginar o PPR como uma parte do PGR. Assim, o PPR poderia ser contemplado pelo programa da NR-1 ou poderia constituir programa próprio, mas 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 4/18 ligado ao PGR (programa principal). A decisão de como a gestão e a integração entre os programas devem ser conduzidas é da equipe responsável pelo PGR, seguindo os preceitos das normas regulamentadoras e alinhada à gestão da empresa. São exemplos de outros programas que podem estar ligados ou serem integrados ao PGR durante a implantação e implementação o Programa de Conservação Auditiva (PCA) e o Programa de Prevenção Exposição Ocupacional ao Benzeno (PPEOB), quando pertinentes à determinada atividade. A gestão de um programa, além de seguir os requisitos previstos na própria norma, pode apresentar uma relação com outras normas, como, por exemplo, as NRs 5 e 6. O programa previsto na NR-1 exige que a comissão interna de prevenção de acidentes seja ouvida quanto à percepção dos riscos. Quando os equipamentos de proteção individual são uma das estratégias para controlar a exposição dos trabalhadores, uma gestão da NR-6 deve ser conduzida junto ao programa. A condução e implementação dos programas também está ligada ao correto dimensionamento do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), do qual o técnico faz parte, pois um quadro insuficiente de profissionais de SST, de acordo com a NR-4, além de ser uma não conformidade, impacta negativamente a gestão de SST. Embora programas e laudos tenham objetivos e estruturas diferentes, uma parte dos dados pode ser comum a eles, assim, durante a elaboração de um programa, poderão ser coletados dados que posteriormente serão utilizados em programas, como atividades desenvolvidas, condições de exposição, medidas de controle. Essa relação ocorre principalmente entre o PGR, o Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT) e o laudo de insalubridade que têm os agentes biológicos, químicos e físicos como foco (LTCAT e laudo de insalubridade) ou como parte de seus fatores de riscos (PGR). 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 5/18 Programa de Gerenciamento de Riscos/NR-1 A NR-1 estabelece a necessidade de elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), a partir do segundo semestre de 2021. O PGR é um programa com foco preventivo, que envolve os cinco fatores de risco (acidente, biológico, ergonômico, físico e químico), a preparação para emergências e a investigação de acidentes e doenças ocupacionais, esta última voltada aos ajustes dos controles no caso de ocorrência dos eventos. A norma estabelece uma documentação mínima para o PGR composta pelo inventário de risco e pelo plano de ação. A implementação e o acompanhamento do programa envolvem verificação da execução das ações planejadas, a inspeção dos ambientes de trabalho, o monitoramento da exposição aos agentes nocivos e a contínua verificação da eficácia das medidas de controle. O programa contém como tempo máximo de revisão geral o prazo de dois anos, sendo que, nos casos em que a empresa é certificada em um sistema de gestão de SST, o prazo é de três anos. Programa de Gerenciamento de Riscos/NR-22 A NR-22, norma voltada ao segmento de mineração, contém um PGR proposto dentro de sua estrutura para atendimento dos requisitos legais propostos na norma. Esse programa está voltado ao controle dos cinco fatores de risco, mas contempla situações de emergência e análises sobrea estabilidade geológica do local da mina. Segundo a norma, as medidas implementadas devem ser acompanhadas ao longo do tempo para garantir que continuam cumprindo seu papel, e a exposição aos agentes deve ser monitorada para analisar a necessidade de alteração do programa, em especial do plano de ação. Uma revisão geral do programa deve ser realizada com frequência anual. 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 6/18 Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural – PGRTR A NR-31 estabelece um programa de gestão próprio, para atendimento da própria norma, com foco na melhoria das condições de trabalho, nas ações de promoção da saúde e da integridade física dos empregados e nas ações educativas voltadas à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. O programa deve cobrir a exposição aos fatores de risco físicos, químicos, biológicos, de acidentes e ergonômicos, os acidentes e as questões relacionadas à organização do trabalho. A estrutura desse programa é semelhante à estrutura do PGR/NR-1. Programas com foco em agentes físicos e químicos Alguns programas de segurança com foco em agentes específicos podem ser desenvolvidos dentro das empresas com intuito de controlar a exposição ocupacional. Esses programas devem estar relacionados a programas de gerenciamento que envolvem os demais agentes, como, por exemplo, o PGR da NR-1. Entre esses programas destacam-se os seguintes: 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 7/18 Programa de Proteção Respiratória (PPR): a. Fator de risco – São os agentes químicos que, devido à condição de exposição, podem ser inalados e que, em alguns casos, representem um risco também aos olhos. b. Exigência legal – Portaria n.º 672/2021 c. Documento norteador para elaboração – Quarta edição do Programa de Proteção Respiratória Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores, publicado pela Fundacentro em 2016 d. Objetivo do programa – O objetivo do programa é gerenciar a seleção, a utilização e a manutenção de equipamentos de proteção respiratória, com a finalidade de resguardar a saúde dos trabalhadores. Programa de Conservação Auditiva (PCA): a. Fator de risco – São os ruídos contínuos, intermitentes e de impacto. Uma relação entre exposição combinada de ruído e substâncias químicas ototóxicas também é pode ser tratada no programa. b. Exigência legal – Anexo II (norma geral) da NR-7 e item 36.12.5 (norma setorial) da NR-36 c. Documento norteador para elaboração – Guia de Diretrizes e Parâmetros Mínimos para a Elaboração e a Gestão do Programa de Conservação Auditiva (PCA), publicado pela Fundacentro em 2018 d. Objetivo do programa – O objetivo do programa é determinar um conjunto de medidas e ações que visem prevenir ou estabilizar a perda auditiva em trabalhadores ocupacionalmente expostos. Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno (PPEOB) a. Fator de risco – O agente químico envolvido nesse programa é o Benzeno. b. Exigência legal – Anexo 13-A da NR-15 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 8/18 c. Documento norteador para elaboração – Anexo 13-A da NR- 15 d. Objetivo do programa – O objetivo do programa é prevenir a exposição ocupacional ao benzeno, nos termos dos itens 2 e 2.1 do Anexo 13-A. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional/NR-7 O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) estabelecido pela NR-7 tem como foco o acompanhamento da saúde dos empregados com base nos agentes de riscos a que eles estão expostos. Um dos principais objetivos do programa é identificar em fase precoce qualquer sinal de comprometimento da saúde do trabalhador, evitando assim o desenvolvimento de uma doença ocupacional. A elaboração e a gestão do programa estão a cargo do profissional médico do trabalho. O PCMSO é construído com base em dados de exposição levantados em outros programas, como o PGR da NR-1, com vigência a partir do segundo semestre de 2022, e antes disso com base no PPRA. Logo, é fundamental que o desenvolvimento dos programas de base sejam realizados de forma criteriosa. A implementação do PCMSO é efetuada por meio da realização de exames clínicos e complementares a critério do médico, do qual resultará um relatório analítico do programa que, por sua vez, poderá subsidiar uma avaliação dos programas de base. Programas extintos Eventualmente, ocorrem mudanças nos textos normativos. Uma dessas mudanças, ocorrida no ano de 2020, extinguiu dois programas de SST: o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), ambos previstos pelas NRs 9 e 18, respectivamente. Esses programas foram inclusos ou incorporados pelo PGR previsto na NR-1 ou na NR-18, conforme o caso, sendo que as normas referidas tiveram seu texto alterado para harmonizar os três textos. A extinção 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 9/18 prevista em 2020 ocorreu em 2022, possibilitando que as empresas possam se adequar à nova realidade. Embora os programas estejam extintos, a gestão de sua documentação deve ser realizada pelo período de 20 anos a partir da data de sua emissão. Outro programa extinto foi o Programa de Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente do Trabalho Rural, previsto pela antiga NR-31. O novo texto da NR-31 definiu o seu substituto: o Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural. Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho/NR-4 A NR-4 trata do dimensionamento e da implantação do SESMT dentro da empresa. Porém, após a implantação, é necessário fazer a gestão dessa norma regulamentadora. A implantação desse serviço deve ser registrada no Ministério do Trabalho e Previdência, mediante o sistema SESMT. O sistema SESMT foi criado em 2016 para dar celeridade ao registro do serviço junto ao Ministério, sendo que o registro e as alterações devem ser informados via Internet, seguindo o disposto na NR-4. A norma regulamentadora apresenta algumas regras para formação do SESMT em relação à distribuição de estabelecimentos e isso impacta no dimensionamento desse serviço especializado. Para caracterizar essas peculiaridades, o sistema SESMT utiliza uma nomenclatura que não está prevista na NR-4, mas que está em acordo com os itens normativos. São tipos de SESMTs dentro do sistema os seguintes: SESMT individual 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 10/18 SESMT de atuação restrita a único estabelecimento inserido no quadro II da NR-4, e que não seja responsável por nenhuma obra. Esse SESMT é aquele previsto no item 4.2 da NR-4. SESMT estadual SESMT composto por todos os estabelecimentos da empresa em um estado, sendo que nenhum dos estabelecimentos poderá ser enquadrado como SESMT individual. Esse SESMT é aquele previsto no item 4.2.5 da NR-4. SESMT regional SESMT composto por um ou mais estabelecimentos que estão enquadrados como SESMT individual e por um ou mais estabelecimentos que não estão abrangidos no quadro II da norma, dentro do mesmo estado. Esse SESMT é aquele previsto no item 4.2.4 da NR-4. SESMT centralizado SESMT composto por dois ou mais estabelecimentos distantes entre si em até 5 km. Esse SESMT é aquele previsto no item 4.2.2 da NR-4. SESMT individual com obra SESMT composto por estabelecimento, que pode ser matriz ou filial, responsável por obras envolvendo menos de 1.000 trabalhadores e que são executadas no mesmo estado ou unidade da Federação do estabelecimento 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 11/18 responsável pela obra. Esse SESMT é aquele previsto no item 4.2.1 da NR-4. SESMT obra SESMT a ser composto em obras com número de trabalhadores igual ou superior a 1.000, ou quando a obra for inserida no quadro II e o estabelecimento responsável não se situar no mesmo estado ou unidade da Federação. Esse SESMT é aquele previsto nos itens 4.2 e 4.2.1 da NR-4. Para saber mais sobre o registro do SESMT por meio do sistemaSESMT, procure na Internet por esse termo e acesse a página do governo federal. Você poderá acessar um guia de perguntas e respostas e um manual do usuário! É sabido que o dimensionamento é calculado pelo grau de risco da atividade principal da empresa e pelo número de funcionários. Portanto, toda vez que ou mudar o grau de risco ou mudar o número de funcionários, é necessário fazer um novo estudo da situação do SESMT para verificar se há a necessidade de mudanças na equipe, tanto para aumentar o efetivo quanto para diminui-lo. Havendo alteração no grupo, é necessário realizar essa alteração no sistema SESMT. Isso deverá ocorrer, também, toda a vez que algum integrante sair da empresa e, em seu lugar, for contratado um novo profissional da área para fazer parte e integrar o SESMT. Dessa forma, o técnico em segurança do trabalho realizará a gestão e o acompanhamento do grupo, atendendo plenamente à legislação constante na NR-4. Comissão interna de prevenção de acidentes/NR-5 A NR-5 estabelece que a comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) também deve ser acompanhada ao longo do mandato vigente e deve ser feita a gestão do seu trabalho e da sua formação. A CIPA é um grupo autônomo no seu 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 12/18 trabalho, porém precisa de apoio de um técnico em segurança do trabalho, que deverá encaminhar todas as ações e orientações necessárias para o cumprimento da legislação vigente, o tempo todo. A gestão da CIPA começa logo após a eleição, pelos funcionários da empresa, dos membros que irão assumir a comissão. O número de componentes é determinado de acordo com o CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas e o número de funcionários da empresa. Verificar o número de componentes da CIPA é uma atividade faz parte da função do técnico em segurança, que deverá verificar em cada eleição quantos serão os integrantes da CIPA. Após a eleição, deverá ser encaminhada pelo administrador da empresa, ou por pessoas por ele designadas, a indicação dos componentes da CIPA pelo empregador, o que tornará o grupo completo, com os membros eleitos e com os membros indicados. Assim que o grupo estiver completo, é necessário providenciar o treinamento específico para integrantes da CIPA, conforme está determinado na NR-5. Esse treinamento pode ser ministrado pelo técnico em segurança ou por empresa ou profissional contratado e que tenha todas as condições para ministrá-lo. Deverão ser emitidos certificados de participação do curso juntamente com uma lista de presença de todos os dias em que o curso foi ministrado. A gestão desses documentos é responsabilidade do profissional da saúde e segurança do trabalho. Depois de concluído o treinamento, é necessário providenciar a posse do novo grupo. Esse dia deverá ser assim que terminar o mandato do grupo anterior – é preciso haver cuidado para não ultrapassar um ano do mandato. Porém, para essa ocasião, é necessário indicar uma pessoa para ser secretário e o seu substituo, que poderão ser ou não integrantes do grupo, e o nome dessas pessoas deve constar em ata. De acordo com a NR-5, por ocasião da posse, deverão ser gerados três documentos, que são: ata de eleição, ata de posse e calendário das reuniões ordinárias. Esses documentos devem ficar arquivados junto ao SESMT, sob a gestão de um profissional da área e à disposição para a fiscalização do Ministério do 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 13/18 Trabalho e Previdência. Uma cópia desses documentos poderá ser enviada ao sindicato dos trabalhadores da categoria, se assim for solicitado. Novamente, essa gestão dos documentos e o respectivo envio ao sindicato é parte das atividades do técnico em segurança do trabalho. Ao longo de todo o mandato da CIPA, o profissional deverá fazer a gestão de todo o processo, ajudando no plano de trabalho da equipe, na elaboração das atas de reunião e de outros documentos e atividades a serem realizadas ao longo desse ano. Além disso, se durante o mandato algum membro sair da CIPA, não importando o motivo, é preciso providenciar outra pessoa para ocupar o seu lugar. Se for um membro eleito, o substituto será o próximo mais votado constante na ata de eleição. Se for um membro indicado, o empregador deverá nomear outra pessoa para integrar a equipe. Nesse momento, o técnico em segurança deverá providenciar o treinamento dessas pessoas e toda a documentação pertinente à realização da troca, sendo essa gestão responsabilidade do profissional da área da saúde e da segurança. Quando faltarem dois meses (60 dias) para o término do mandato, é necessário iniciar a gestão para a eleição da nova CIPA, em que serão emitidos documentos, conforme determina a NR-5, para realizar a referida eleição. Podemos perceber então uma série de atividades sob a responsabilidade do técnico em segurança do trabalho frente a gestão da CIPA, cumprindo todas as determinações legais pertinentes, representando o empregador no cumprimento da legislação pertinente. Equipamento de proteção individual/NR-6 Conforme determina a NR-6, é necessário realizar uma gestão permanente dos equipamentos de proteção individual (EPIs), incluindo uma série de ações e providências para prevenir acidentes e acompanhar o seu desenvolvimento. 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 14/18 A troca desses equipamentos junto aos funcionários deve ser efetivada e documentada em uma ficha individual para o seu recebimento, mediante assinatura do funcionário. Essa troca deve ocorrer toda vez que o equipamento estiver danificado ou tiver o seu prazo vencido, conforme orientações do fabricante. Faz parte da atividade de gestão por parte do profissional da área de segurança do trabalho verificar a qualidade dos equipamentos, a sua durabilidade, a proteção oferecida na prevenção de acidentes e o seu conforto quando estiver sendo utilizado pelos funcionários. Caso o EPI não esteja oferecendo a proteção necessária, é dever do técnico em segurança pesquisar junto ao mercado um novo equipamento adequado, realizar testes se for preciso, determinando a sua compra e a troca junto aos funcionários que o estão utilizando. Cabe também, por meio de uma permanente identificação e avaliação de riscos, verificar se há um novo fator de risco e determinar qual equipamento será utilizado para a proteção das pessoas envolvidas. No que se refere a buscar novos equipamentos no mercado, é muito importante estar sempre atualizado com o lançamento de novos equipamentos e fazer testes e análises, pois é possível encontrar novos produtos que poderão ser mais confortáveis para o uso e, principalmente, com um custo menor, porque a gestão das despesas com EPIs também é uma atividade de gestão sob a responsabilidade do técnico em segurança. Conforme vimos anteriormente, quando da troca dos equipamentos, ocorre a geração de resíduos dos equipamentos de proteção, sendo necessário o descarte obedecendo às legislações ambientais sobre o assunto, sendo da esfera municipal, estadual ou federal. Dependendo do uso desses equipamentos, se estiverem em contato com produtos químicos contaminantes ao ambiente natural, esses resíduos deverão ser descartados em local apropriado e determinado pelos órgãos ambientais dentro das esferas governamentais pertinentes ao assunto. 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 15/18 NR-15 – Atividades e operações insalubres A NR-15 caracteriza as atividades e as operações insalubres dentro de uma empresa. O processo de gestão começa com a avaliação dos agentes biológicos, físicos e químicos existentes nos locais de trabalho, caracterizando ou não se a exposição, de acordo com a norma, é insalubre. Após esse momento, por meio de um documento interno elaborado pelo setor da segurança do trabalho (laudo a cargo de engenheiro de segurança ou médico do trabalho) e encaminhado ao setor de recursos humanos, é solicitado o pagamento do adicional de insalubridadedevido ao funcionário exposto ao agente, conforme enquadramento pela NR-15. Nesse caso, o agente deve ser permanentemente monitorado para verificar a necessidade de continuar o pagamento do adicional, pois, se a avaliação constatar que o nível medido passou a ficar abaixo do limite de tolerância ou que a exposição cessou, o profissional da área da segurança informará imediatamente ao setor de recursos humanos, por um documento interno, solicitando que o pagamento do adicional seja suspenso. Em paralelo a todas essas providências, o profissional técnico em segurança do trabalho participará da implantação das medidas de controle ou eliminação dos agentes considerados insalubres e caracterizados na avaliação realizada anteriormente. A gestão dessas medidas sempre deverá iniciar com a tentativa de eliminar o agente. Caso não seja possível, o próximo passo é reduzir a níveis aceitáveis esse agente. Se essa redução não chegou a patamares que sejam abaixo dos limites de tolerância, deve-se partir para medidas de engenharia para controlar os agentes. Se ainda assim o nível do agente não estiver adequado, serão implantadas medidas administrativas, finalizando com a implantação dos equipamentos de proteção individual. Todas essas ações, desde o início do processo, devem ser documentadas e os registros devem ser mantidos e arquivados em local de fácil acesso para os órgãos de fiscalização, portanto deve ser elaborado um programa de gestão da área da saúde e da segurança do trabalho sob responsabilidade do profissional técnico em segurança do trabalho. 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 16/18 Independentemente das ações que foram implementadas, elas devem ser permanentemente monitoradas verificando se os resultados alcançados estão dentro do planejamento executado. Caso contrário, serão implantadas novas ações de controle, ou as ações implementadas serão substituídas por outras que possam fornecer resultados melhores no que se refere a controlar os agentes considerados insalubres. Diante disso, podemos perceber a importância da gestão dessa norma regulamentadora por parte do profissional de segurança do trabalho, com intuito de tornar o ambiente salubre controlando ou eliminando os agentes, visando à prevenção de doenças do trabalho. Encerramento Para verificar a evolução de um programa e sua implementação, o profissional de segurança pode promover algumas opções, como indicadores de SST, por exemplo. Os indicadores são uma ferramenta para acompanhar as perdas, como acidentes e doenças ocupacionais, ou para acompanhar processos, como treinamentos e desvios de segurança. O foco principal de qualquer programa está relacionado às ações preventivas, entretanto as simples proposição e implementação das ações não significam um bom desempenho em SST. Dessa maneira, é preciso realizar o acompanhamento por meio de indicadores que podem apontar se alguma tendência de precarização das medidas de controle está se desenvolvendo ou se perdas estão ocorrendo. Esses resultados são utilizados para definir ajustes no programa. Entre as ações e os indicadores há um item básico, que é o acompanhamento da implementação das medidas previstas. Se as ações planejadas não forem executadas, um programa não produzirá resultados positivos e nem oportunidades 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 17/18 de melhorias poderão ser identificadas. Assim, algum mecanismo de acompanhamento deve ser previsto. Algumas perguntas básicas podem auxiliar nos pontos importantes da implementação e no seu acompanhamento ao longo do tempo: As medidas de controle foram implementadas nos prazos definidos no plano de ação ou no cronograma? Os controles coletivos que dependem de efetiva instalação, como sistemas de ventilação e enclausuramento de fontes de perigos, foram instalados e inspecionados? Os trabalhadores receberam instruções adequadas no uso de controles coletivos e individuais? Os trabalhadores receberam instruções sobre como conduzir um trabalho seguro de acordo com as mudanças ocorridas? Os controles implementados fazem parte de cronograma de inspeções que verifique sua eficácia ao longo do tempo? As análises de doenças ocupacionais e de acidentes indicaram como uma das causas falhas nos controles implementados? Dados de exposição, como nível de pressão sonora, são coletados para determinar que os controles permanecem eficazes? Assim, além do conhecimento dos programas a serem elaborados na empresa, por força da legislação, é necessário traçar estratégias para acompanhar sua implementação. A correta implementação traz benefícios à empresa como um ambiente de trabalho seguro, maior produtividade, foco no negócio, entre outros. 20/11/2023 20:08 Versão para impressão about:blank 18/18 (#header-topo)
Compartilhar