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Dirofilariose - Sistema Cardiovascular

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integrantes: cristiane da silva rocha oliveira; fernanda karolayne lima bandeira; miriosmar lima vanderley; raissa de sousa oliveira; andrya lorrany medeiros de sousa
 
 medicina veterinária 
(p3 – noite)
 
 
 FARMACODINÂMICA
 SISTEMA CARDIOVASCULAR - DIROFILARIOSE
Patos 
2023.2
DIROFILARIOSE
ETIOLOGIA:
A Dirofilariose, também conhecida como a doença do verme do coração, é uma doença causada pelo parasita Dirofilaria immitis. Sendo transmitido através da picada dos mosquitos da classe e família Diptera culicidae, são especies muito conhecidas pela sua capacidade em transmitir doenças graves (dengue, febre amarela, malária, filarioses e encefalites), e ocorre com acentuada a prevalência desses mosquitos em áreas litorâneas de países conhecidos por seu clima subtropical. Como a fase principal do seus ciclo de vida depende exclusivamente da agua para o seudesenvolvimento, locais de habitat favorável são a principal caracteristica de países como o Brasil, com sua elevada amplitude térmica anual. A familia culicinae, onde se encontram as espécies com importância médica, as fêmeas são caracterizadas como hematófagas, ou seja, alimentam-se de sangue. Esse habito gera a sequencia de fatores que acarretam a infecção no animais. O modo mais comum de transmissão da doença de um animal para outro é através da picada desses mosquitos culicídeos. Várias espécies de culicídeos podem carregar larvas infectante.
‘’O ciclo biológico da Dirofilária immitis, agente etiológico da dirofilariose, inicia-se quando um mosquito ingere microfilárias ou larvas de primeiro estágio (L1), ao realizar o repasto sanguíneo em um hospedeiro infectado. O desenvolvimento das larvas L3 infectantes no mosquito leva, aproximadamente, duas semanas. Ao realizar novo repasto sanguíneo larvas infectantes penetrarão no novo hospedeiro, onde seguirão por dentro da subcútis, passandopara o estágio L4 em cerca de nove a doze dias e, então, para o estágio L5 no coração’’ (NELSON, 1992). 
Quando um mosquito (hospedeiro intermediário) infectado pica um animal hospedeiro, ele transmite as microfilárias (formas jovens do parasita) através da ferida provocada pelo inseto, para o sangue desse animal. Essas larvas em estado L3 (1mm) penetram pelo tecido subcutâneo e muscular do animal, seguido a corrente sanguínea para as vias circulatórias. É importante ressaltar que, na derme essas larvas passam para a fase seguinte e transforma-se em L4, apenas 3 dias após a infecção. Começam a migrar pelos tecidos e mais tarde entram no sistema circulatório que transporta diretamente aos órgãos cardiorrespiratórios 
Desta forma, com o tempo, essas microfilárias se desenvolvem e se transformam em vermes adultos, em um período de 90 a 100 dias. Se alojam principalmente no coração, nos pulmões e nos vasos sanguíneos desses animais, causando problemas cardíacos e respiratórios, tendo já crescido massivamente após a infecção. No coração, se alojam principalmente no ventrículo direito e nas artérias pulmonares dos lobos caudais do hospedeiro, mudando para L5, onde atingem a maturidade sexual, acasalam e o ciclo se completa com a liberação de novas microfilárias na corrente sanguínea. A Dirofilariose é mais comum em cães, mas também pode afetar outros mamíferos, gatos, silvestres e, em casos raros, seres humanos. 
FISIOPATOGENIA
A estrutura do parasita dentro da artéria, impulsiona uma pressão maior do que a suportada pelos vasos. Assim os vermes adultos causam uma obstrução dos vasos sanguíneos e danos aos tecidos, desencadeando assim, um processo inflamatório. Desta forma, é gerado uma resposta pelo sistema imunológico do hospedeiro, respondendo à presença dos vermes, levando à inflamação e danos nos tecidos onde os parasitas estão localizados. A gravidade das alterações varia conforme a carga parasitária, a duração da infecção e como o sistema imune do animal reage à presença dos vermes. Originando uma resistência no fluxo sanguíneo ou hipertensão pulmonar. Isso pode resultar em sintomas como tosse, dificuldade respiratória, fadiga e, em casos avançados, insuficiência cardíaca.
‘‘Assim que as dirofilárias imaturas chegam às artérias pulmonares, iniciam-se as alterações nestes vasos. A presença de parasitas causa lesões endoteliais, seguida por descamação endotelial e aderência de leucócitos ativados e plaquetas. Estas células liberam fatores tróficos que estimulam a migração de células musculares da camada média para a camada íntima, resultando na sua proliferação. A proliferação vilosa é constituída por músculo liso e colágeno, e recoberta por uma camada celular semelhante à endotelial. Esta proliferação endotelial, com redução da complacência e do diâmetro da luz vascular é uma alteração patológica característica da dirofilariose canina e ocorre após três a quatro semanas da chegada dos parasitas às artérias pulmonares’’ (BOWMAN & ATKINS, 2009).
A dirofilariose causa um aumento nas células dos vasos sanguíneos, abrindo assim espaços entre elas, tornando os vasos mais permeáveis nos pulmões. Isso pode levar a um bloqueio gradual dos vasos, mas, na maioria das vezes, a circulação sanguínea consegue se adaptar. Porém, em casos com muitos parasitas, isso pode ser perigoso. O aumento da permeabilidade dos vasos resulta em vazamento e inchaço ao redor das artérias. Às vezes, exames (radiográficos) mostram manchas nos pulmões (infiltrados intersticiais e alveolares) e, em alguns animais, partes dos pulmões podem ficar mais densas.
Os parasitas podem prejudicar o tecido dos pulmões, sendo a inflamação eosinofílica a lesão mais comum. Isso acontece quando o sistema de defesa do corpo destrói as microfilárias dos parasitas, causando uma resposta inflamatória nos pulmões. A formação de pequenos aglomerados dos parasitas nos pulmões (granulomas) é menos comum. As dirofilárias também são as responsáveis pelo aumento no risco de tromboembolismo nos animais acometidos pela doença. Uma vez mortas elas podem bloquear permanentemente a passagem de um vaso ou artéria, resultando no enfarte dos tecidos circundantes. 
‘‘O tromboembolismo, que ocorre em virtude da morte de parasitas, pode causar colapso agudo por desencadear ou agravar a hipertensão pulmonar, a insuficiência cardíaca ou o infarto pulmonar. Com isso, parasitas mortos tendem a agravar o dano vascular e estimulam a coagulação’’ (HOCK & STRICKLAND, 2008).
SINAIS CLÍNICOS: 
Muitos cães, principalmente os recentemente infectados, são assintomáticos, sendo a doença diagnosticada apenas por um resultado positivo em testes sanguíneos de triagem de rotina. Como primeiro método de triagem, recomenda que testes de antígeno (Ag) de dirofilárias sejam utilizados. A eficácia do teste na detecção das dirofilarias só poderá ser confirmada após 7 meses de infecção, o tempo necessário para que o ciclo biológico da Dirofilaria immitis se complete no hospedeiro e as fêmeas entrem em reprodução. Já os cães sintomáticos, o que indica um estágio avançado da doença, podem apresentar um histórico de tosse crônica, dispnéia, taquipneia, síncope, fadiga, intolerância a exercícios, mucosas pálidas ou ictéricas, hemoptise, perda de peso, anorexia, trombocitopenia, ascite e insuficiência cardíaca congestiva direita (onde os parasitas mais se alojam), levando o animal à morte.
Em sua forma aguda, principalmente na síndrome da veia cava, os animais infectados apresentam fraqueza, anorexia, depressão, tempo de preenchimento capilar prolongado, distensão ou pulsação da veia jugular, dispnéia, hepatoesplenomegalia, hemoglobinemia, colapso e choque. A morte pode ocorrer poucas horas após o aparecimento das manifestações clínicas.
Em relação a auscultação: ‘‘Quando auscultados, sons pulmonares aumentados ou anormais (sibilos estertores), sopro de insuficiência tricúspideou arritmias cardíacas são detectado’’ (NELSON & COUTO,2006).
DIAGNOSTICO:
O diagnóstico de dirofilariose é confirmado pela identificação de substâncias produzidas pelos parasitas adultos (detecção de antígenos circulantes da forma adulta) de Dirofilária immitis, além de considerar os sintomas e exames de imagem (radiografia).
‘‘O diagnóstico baseia-se inicialmente na observação de sinais clínicos sugestivos de dirofilariose como tosse, dispnéia, intolerância a exercícios e fraqueza, associados ao histórico e a exames complementares. Na anamnese é importante obter informações sobre possíveis viagens a áreas endêmicas, assim como sobre a administração ou não de medicamentos profiláticos para animais que residem em áreas endêmicas. A realização de exames complementares também é importante, pois podem auxiliar no diagnóstico, fornece informações sobre o estado geral de saúde do paciente e gravidade da doença, e direcionar o clínico na escolha do tratamento adequado’’ (CASTRIC, 2002; VENCO, 2007).
‘‘Os testes atualmente disponíveis para o diagnóstico definitivo de dirofilariose baseiam-se na identificação de antígenos circulantes através de teste de ELISA e na identificação de microfilárias circulantes através de exame direto de sangue a fresco ou por métodos de concentração (Teste de filtração e Teste de Knott modificado). Segundo as últimas diretrizes publicadas pela American Heartworm Society (2012) para o diagnóstico, prevenção e tratamento da dirofilariose canina, o teste de detecção de antígenos é mais sensível e deve ser o teste de primeira escolha para o diagnóstico da doença em cães. O teste de identificação de microfilárias é considerado um teste complementar e deve ser realizado associado ao teste de identificação de antígenos com o objetivo de avaliar se o animal apresenta ou não microfilaremia. A identificação de antígenos e a visualização das microfilárias só são possíveis após cinco e seis meses pós-infecção, respectivamente. Atualmente não existem testes que possibilitem o diagnóstico antes deste período’’ (AMERICAN HEARTWORM SOCIETY, 2012)
O outro exame que facilita a chegada a um diagnóstico mais preciso é o PCR (Reação em cadeia da polimerase), pois possibilita um resultado da doença em animais com baixa contagem de microfilárias. Já, o exame radiográfico é o método mais objetivo de avaliar a gravidade da doença cardiopulmonar secundária a infecção por D immitis. Por fim, o ecocardiograma pode fornecer evidência definitiva de dirofilariose, bem como permitir a avaliação das consequências patológicas cardíacas da doença. No entanto, não é um método eficiente de fazer o diagnóstico, particularmente em cães infectados baixa carga parasitaria, nos quais os nematoides são localizados nos ramos periféricos das artérias pulmonares.
PROGNOSTICO:
O prognóstico da dirofilariose pode variar dependendo de vários fatores, incluindo a gravidade da infecção, a saúde geral do animal, a presença de complicações e a resposta ao tratamento.
· Estágio da doença: Em estágios iniciais, quando a infecção é detectada precocemente e o tratamento é iniciado, as chances de recuperação são melhores. Nos estágios avançados, com complicações cardíacas ou pulmonares significativas, o prognóstico pode ser mais reservado.
· Carga parasitária: A quantidade de vermes no sistema circulatório do animal também influencia. Uma carga parasitária alta pode causar danos mais graves aos órgãos e complicar o tratamento.
· Resposta ao tratamento: A resposta do animal ao tratamento é crucial. Em alguns casos, os vermes podem ser eliminados com sucesso e o animal pode se recuperar, mas se houver danos severos aos órgãos, o prognóstico pode ser menos favorável.
· Complicações: Complicações como insuficiência cardíaca, danos pulmonares graves ou problemas associados à circulação sanguínea podem afetar o prognóstico.
Em geral, com detecção precoce, tratamento adequado e cuidados veterinários contínuos, muitos animais conseguem uma boa qualidade de vida após a dirofilariose. No entanto, nos casos mais avançados ou com complicações significativas, o prognóstico pode ser menos otimista.
TRATAMENTO:
Em animais assintomáticos, ou com sinais leves onde a doença se apresenta mais em seu estado inicial normalmente é simples, mas ainda assim podem haver complicações nesses casos. Já, em pacientes em estado moderado a grave, o tratamento é um tanto que desafiador, os quais apresentam maior risco de complicações e uma probabilidade maior de óbitos. 
‘‘Os objetivos do tratamento são melhorar a condição clínica do paciente, eliminar a D. immitis (estágios larvais e adultos) e minimizar o surgimento de complicações’’ (SCHREY & TRAUTVETTER, 1998; SHEARER, 2011; AMERICAN HEARTWORM SOCIETY, 2012).
É crucial fazer testes adicionais antes de iniciar o tratamento, para que se possa avaliar a saúde geral do paciente, a gravidade da doença e classificação quanto ao risco de complicações tromboembólicas. Assim, permitindo a detecção de doenças concomitantes. A avaliação de um animal de alto e baixo risco é extremamente importante quanto as considerações de tratamento, caso o animal apresente características tromboembolísticas é importante para determinar as intervenções farmacológicas. 
A probabilidade de complicações tromboembólicas pode ser estimada por fatores como: a carga parasitária, o tamanho e a idade do animal (cães e gatos entre cinco e sete anos apresentam maior carga parasitária), a presença de doenças associadas, a gravidade da doença pulmonar e o potencial de restrição durante o tratamento. A classificação mais recente categoriza os animais em dois grupos: alto ou baixo risco de desenvolver complicações tromboembolísticas, sendo fundamental para o clínico que conheça o tratamento e tenha um bom prognóstico.
‘‘Histórico e exame físico completos, associados a exames complementares como radiografias torácicas, hemograma completo, perfil bioquímico, urinálise e ecocardiograma devem ser utilizados para determinar a gravidade da doença e a existência de outras patologias. Os resultados de tais testes vão determinar qual a terapia adequada para cada paciente’’ (HOCK & STRICKLAND, 2008).
Portanto, é possível chegar à conclusão de que cães que apresentam sinais clínicos significativos, em relação ao tratamento, não deve ser iniciado até que os sinais clínicos sejam estabilizados. Para isso talvez seja necessário a utilização de glicocorticoesteroides, diuréticos, vaso-dilatatores, agentes inotrópicos positivos e fluidoterapia. O tratamento envolve a combinação de vários fármacos para combater os parasitas, em diferentes fases do processo infeccioso. É recomendado pela American Heartworm Society, a combinação de adulticidas e larvicidas, empregadas para tratamento de prevenção a longo prazo.
TERAPIA ADULTICIDA – DICLORIDRATO DE MELARSOMINA
· Immiticide ®
· Merial
‘‘Antes da descoberta da melarsomina, a tiacetarsamida era utilizada no tratamento adulticida da dirofilariose em cães. Este fármaco, porém, apresentava várias desvantagens e não era considerado seguro devido à sua hepatotoxicidade e nefrotoxicidade na administração de doses recomendadas. A melarsonina demonstrou ser mais eficaz, segura e fácil de ser administrada que a tiacertamida. Esta nova molécula também demonstrou ser altamente eficaz contra parasitas imaturos com mais de quatro meses de desenvolvimento, ao contrário da tiacertamida que é ineficaz contra parasitas imaturos e apenas parcialmente efetiva contra parasitas com seis meses de desenvolvimento’’ (MCCALL et al., 1994; MCTIER et al., 1994; BANETH et al., 2002).
Anteriormente a melarsomina não havia demonstrado muita atividade contra dirofilárias com menos de 4 meses de desenvolvimento. Porém, em dados recentes ainda não publicados, sugerem que a melarsomina tenha sim um certo efeito sobre os vermes em estado jovem. 
‘‘A melarsomina é considerada relativamente segura, apesar da sua baixa margem de segurança. Uma única dose de 7,5mg/kg (o triplo da dose recomendada), pode resultar em inflamação pulmonar, edema e morte’’ (HOCK &STRICKLAND, 2008; MERIAL, 2010).
Melarsomina, administrada através de injeção intramuscular profunda na musculatura epaxial lombar (região entre a 3ª e a 5ª vértebra lombar). O fármaco não deve ser administrado em nenhum outro local e injeções superficiais ou extravasamento subcutâneo devem ser evitados. É a única droga adulticida aprovado pela FDA. Um leve edema e uma dor breve no local da injeção pode ser observado por poucos dias após a aplicação do produto, em um terço dos animais e geralmente desaparecem após uma a quatro semanas. Podendo ser minimizado quando a aplicação desse injetável é realizada no local exato da musculatura epaxial com uma agulha nova e de tamanho adequado de acordo com o porte do cão e sua condição corporal, seguindo rigorosamente as instruções do fabricante. 
O procedimento de injeção se fundamenta na administração de duas doses de melarsomina, isto é, duas aplicações de 2,5 mg/kg com um intervalo de 24 horas, conforme as instruções do produto, para tratar a dirofilariose de classe 1 e 2. Isso resulta em uma redução de cerca de 90% na população de parasitas adultos. Já o protocolo alternativo, com três doses (uma aplicação de 2,5 mg/kg seguida, um mês depois, por duas aplicações da mesma dose com um intervalo de 24 horas), é recomendado para tratar a dirofilariose de classe 3 e tem como objetivo a eliminação de 98% dos nematoides adultos.
‘‘A melarsomina é considerada relativamente segura, apesar da sua baixa margem de segurança. Uma única dose de 7,5mg/kg (o triplo da dose recomendada), pode resultar em inflamação pulmonar, edema e morte’’ (HOCK & STRICKLAND, 2008; MERIAL, 2010).
‘‘O paciente deve ser hospitalizado para a administração do medicamento e monitorado durante as primeiras 24 horas após a última injeção (MERIAL, 2010). O protocolo clássico de duas doses (2,5mg/kg cada) com alternância de 24 horas foi atualmente substituído pelo protocolo de três doses, segundo recomendações da American Heartworm Society (2012). Isto é justificado pelo fato de o protocolo de três doses apresentar maior eficiência e segurança. Uma única injeção na dose de 2,5mg/kg é administrada, seguida por um intervalo mínimo de um mês entre as duas próximas injeções com intervalos de 24 horas. Este protocolo visa reduzir a carga parasitária com uma injeção inicial, porém sem eliminar uma quantidade maciça de vermes de uma única vez, reduzindo o risco de tromboembolismo pulmonar grave e morte. Este protocolo, porém, requer maior tempo de restrição de exercício, possui o custo de uma injeção adicional e culmina em uma dose total maior do medicamento. Em pacientes com síndrome da veia cava o tratamento adulticida só deve ser realizado após a remoção cirúrgica dos parasitas’’ (HOCK & STRICKLAND, 2008; BOWMAN & ATKINS, 2009; WARE, 2010; AMERICAN HEARTWORM SOCIETY, 2012).
Eventualmente, podem surgir efeitos adversos, como tremores, letargia ou dificuldade respiratória. Uma superdosagem pode levar a colapso, salivação intensa, vômitos, dificuldade respiratória devido à inflamação pulmonar, inchaço, estupor e até mesmo óbito. A administração de dimercaprol, numa dose de 3mk/kg por via intramuscular, pode ajudar a reduzir os efeitos tóxicos. Seis meses após o término do tratamento, é recomendável realizar testes para detectar antígenos, avaliando assim a eficácia da terapia adulticida.
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR 
O tromboembolismo pulmonar é uma consequência inevitável de um tratamento adulticida eficaz e pode ser grave quando a carga parasitária é elevada e a doença arterial pulmonar é severa. Os sinais de embolia, como febre baixa, tosse, hemoptise e agravamento da insuficiência cardíaca direita, geralmente se manifestam dentro de 7 a 10 dias, embora às vezes possam surgir até quatro semanas após o fim do tratamento adulticida. Um elemento crucial para diminuir o risco de complicações tromboembólicas é a completa restrição do exercício físico nesses pacientes.
TERAPIA COADJUVANTE – ESTEROIDES 
Administrar pequenas quantidades de glicocorticoides anti-inflamatórios ajuda a controlar os sinais clínicos do tromboembolismo pulmonar. Estudos indicam uma diminuição na eficácia do tiacetarsamida sódica quando usada em conjunto com glicocorticoides. Entretanto, não foi observada redução na eficácia quando a melarsomina foi combinada com prednisona. Em regiões onde a incidência da doença é alta e os animais têm maior probabilidade de ter uma carga parasitária elevada, os glicocorticoides, como a prednisona, podem ser empregados. A prednisona é geralmente administrada em doses de 0,5 mg/kg duas vezes ao dia (BID) na primeira semana, 0,5 mg/kg uma vez ao dia (SID) na segunda semana, seguida por 0,5 mg/kg em dias alternados (EOD) por uma ou duas semanas.
DOXICICLINA 
Muitos filarídeos, incluindo a Dirofilaria immitis, hospedam bactérias intracelulares obrigatórias do gênero Wolbachia, que são gram-negativas e endo-simbiontes. A doxiciclina reduz a quantidade de Wolbachia em todos os estágios das dirofilárias. Estudos realizados em cães com dirofilariose experimental demonstram que a administração de doxiciclina no primeiro ou segundo mês após a infecção experimental por dirofilárias foi fatal para larvas dos estágios terceiro e quarto. Além disso, em cães infectados por parasitas adultos, a administração de doxiciclina resulta na gradual supressão da microfilaremia.
Pesquisas revelaram que cães infectados experimentalmente com D. immitis e submetidos previamente a tratamento com ivermectina e doxiciclina antes de receberem a terapia de melarsomina apresentaram uma redução na patologia pulmonar associada à morte dos nematoides. Quando incorporada ao tratamento da dirofilariose, a doxiciclina deve ser administrada antes da melarsomina para reduzir ou eliminar a presença de Wolbachia e seus metabólitos no momento em que os nematoides morrerem e se fragmentarem. A doxiciclina é administrada em uma dose de 10 mg/kg duas vezes ao dia por quatro semanas.
LACTONAS MACROCÍCLICAS
· ivermectina, 
· milbemicina oxima
· selamectina
· moxidectina
‘‘Esses fármacos são altamente eficientes contra microfilárias em estágios larvais L3 e L4 e possuem efeito adulticida quando administrados continuamente por período superior a 24 meses’’ (SCHREY & TRAUTVETTER, 1998; AMERICAN HEARTWORM SOCIETY, 2012). 
‘‘Acredita-se que as lactonas macrocíclicas potencializem a ação inibidora neuronal mediada pelo ácido gama-aminobutírico (GABA), promovendo hiperpolarização do neurônio e, portanto, inibindo a transmissão nervosa (Sartor e Bicudo, 1999).’’
As lactonas macrocíclicas são um grupo de compostos com propriedades antiparasitárias, comumente usadas em medicina veterinária para o tratamento de parasitas em animais, como nematoides, vermes redondos e alguns insetos. Elas agem interferindo no sistema nervoso do parasita. Esses compostos bloqueiam os canais de cloro controlados por glutamato, que são essenciais para a função neuromuscular nos parasitas. Isso leva à paralisia e à morte do parasita, pois eles não conseguem mais se contrair ou mover-se normalmente. Além disso, essas lactonas também afetam os canais de cálcio nos músculos dos parasitas, interferindo na liberação e na regulação do cálcio intracelular. Esse processo também contribui para a paralisia e subsequente eliminação do parasita. Esses mecanismos de ação das lactonas macrocíclicas são eficazes contra uma variedade de parasitas e contribuem significativamente para sua utilidade no tratamento e controle de infestações parasitárias em animais.
É recomendada a administração de lactonas macrocíclicas em doses profiláticas durante dois a três meses antes do início do tratamento adulticida.
Lactonas macrocíclicas – Doxiciclina
‘‘A utilização conjunta de algumas lactonas macrocíclicas com a doxiciclina causa a supressão individual da embriogênese e fragiliza os nematoides adultos. Estudos têm demonstrado que a administração de doxiciclina em combinação com ivermectina fornece atividade adulticida mais rápida do que a ivermectina sozinha, assim como o uso deles combinadas reduz deforma mais eficaz o número Wolbachia, do que só a administração da doxiciclina’’ (Bazzocchi et al,2008).
TRATAMENTO CIRURGICO
Em casos extremos nos quais há uma grande carga de vermes, a cirurgia pode ser considerada para remover os vermes do coração ou dos grandes vasos. Esta intervenção cirúrgica é altamente complexa e arriscada, pois envolve a abertura do coração ou dos vasos sanguíneos para extrair os vermes de forma delicada, a fim de evitar complicações graves, como embolia pulmonar ou obstrução vascular.
PREVENÇÃO:
A prevenção farmacológica da dirofilariose em animais de estimação geralmente envolve o uso regular de medicamentos conhecidos como preventivos de dirofilariose, comumente administrados mensalmente. Estes medicamentos são eficazes na prevenção da infecção por Dirofilaria immitis, o verme causador da dirofilariose. Alguns dos tipos de preventivos mais comuns incluem:
· Ivermectina: Disponível em várias formas, como comprimidos, soluções tópicas ou injeções. É um medicamento eficaz para prevenção da dirofilariose.
· Milbemicina oxima: Outra opção em forma de comprimido, conhecida por sua eficácia na prevenção não apenas da dirofilariose, mas também de outros parasitas intestinais comuns.
· Selamectina: Aplicada topicamente, é usada para prevenir a dirofilariose, pulgas e carrapatos.
· Moxidectina: Geralmente disponível como uma formulação tópica ou oral, é eficaz na prevenção da dirofilariose.
Estes preventivos são administrados regularmente, de acordo com as instruções do médico veterinário, e são recomendados durante todo o ano, não apenas nos meses mais quentes, já que a infecção pode ocorrer em qualquer época do ano, dependendo da região.
‘‘Os fármacos destinados a prevenção da dirofilariose que são atualmente comercializados (ivermectina, milbemicina oxima, moxidectina e selamectina), pertencem a classe das lactonas macrocíclicas. Estas drogas são eficazes contra microfilárias, L3 e L4, e em alguns casos de uso contínuo, parasitos adultos’’ (McCall et al, 2001, 2008b).
O ProHeart SR-12 é um medicamento utilizado na prevenção da dirofilariose canina e também no controle de infestações por vermes do coração em cães. Ele é uma formulação de liberação prolongada do princípio ativo moxidectina, um agente antiparasitário. A principal característica do ProHeart SR-12 é a sua longa duração de ação. Uma única injeção subcutânea desse medicamento pode proporcionar proteção contra a dirofilariose e controlar outras infecções parasitárias do coração por até 12 meses, daí o "SR-12" no nome, indicando a liberação estendida por um ano.
A moxidectina atua como um parasiticida, impedindo o desenvolvimento das larvas de Dirofilaria immitis, o verme causador da dirofilariose, e também controlando outros vermes intestinais e do coração. Esta formulação de liberação prolongada oferece comodidade aos tutores de animais de estimação, pois elimina a necessidade de administração mensal de medicamentos preventivos. No entanto, é importante que a injeção seja administrada por um médico veterinário, e a escolha desse método preventivo deve ser discutida com um profissional para garantir que seja apropriado para o animal em questão.
· Administração oral: A ivermectina e milbemicina oxima estão disponíveis para administração oral mensal. Algumas formulações são aromatizadas e mastigáveis para aceitação dos animais e facilidade de uso. As doses são de acordo com a faixa de peso do animal. Para uma eficácia mais segura, a profilaxia da dirofilariose deve ser realizada durante todo o ano, mas se a opção for realizar o tratamento na estação de transmissão, este deve começar pelo menos um mês antes do início previsto do início da transmissão e, na dependência do produto utilizado, se faz necessário a continuidade do uso do produto por até seis meses após a estação de transmissão 
· Administração tópica: Moxidectina e selamectina são formulações líquidas disponíveis para aplicação tópica. Os parâmetros para o tratamento com produtos tópicos são iguais aos protocolos mensais utilizados na administração oral. 
· Administração parenteral: Uma única dose subcutânea de liberação lenta de moxidectina impregnada com microesferas lipídicas fornece proteção contínua por seis meses, com o potencial de garantir melhor aderência ao esquema de dosagem. Para garantir proteção máxima o tratamento deve ser feito a cada seis meses.

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