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FARMACOLOGIA FARMACOCINÉTICA Farmacocinética é o que o organismo faz com o fármaco e possui quatro etapas: Primeira etapa: ABSORÇÃO Processo de passagem do fármaco do local que ele foi depositado até a corrente sanguínea. A Absorção está relacionada com passagem por membranas biológicas. Existem alguns fatores que podem alterar a absorção de um fármaco, esses fatores podem estar ligados ao: • Fármaco • Local Fatores Ligados ao FÁRMACO Solubilidade O coeficiente de partição óleo/água do composto é muito importante para sua absorção, quanto maior o seu coeficiente óleo/água mais lipossolúvel é o fármaco, e de modo geral substâncias lipossolúveis são mais bem absorvidas. Forma farmacêutica Em geral, medicamentos líquidos são absorvidos mais rapidamente do que os comprimidos que precisão de dissolução Tamanho da molécula Moléculas menores com mesma solubilidade de maiores podem permear mais fácil e mais rápido a membrana. Velocidade de dissolução Características físico-químicas • Fármacos de Natureza esteroidal: são lipossolúveis e encontrados na forma molecular • Fármacos em forma de sal: em meio aquoso é encontrado na forma ionizada, são hidrossolúveis. • Ex: Dipirona-sódica (não esteroidal) A grande maioria dos fármacos possuem natureza ácida ou natureza básica Natureza Ácida: O fármaco pode ser encontrado tanto na forma Molecular (HA) quanto na forma ionizada. (H+ A-) Natureza básica: O fármaco pode ser encontrado tanto na forma Molecular (B) quando na forma ionizada (BH+) A forma molecular tanto da natureza ácida como básica é mais bem absorvida pois é mais lipossolúvel. Íons não atravessam camada FOSFOLIPÍDICA. Fatores ligados ao LOCAL de absorção Circulação Local O Aporte sanguíneo regional, ou seja, a vascularização pode otimizar o processo de absorção. Ex: pulmonar, anal, intestino. • Áreas de superfície de absorção: Pele: 1,7 m2, Pulmão: 70 m2, Trato gastrintestinal: 120 m2 Mecanismos de transporte pela membrana Presença de alimentos/motilidade A presença de alimentos no intestino pode dificultar a absorção, pois pode haver competição de receptores entre o fármaco e a comida. A motilidade gastrointestinal também pode ser um problema, motilidade acelerada pode atrapalhar a absorção, motilidade lenta pode causar quadros de intoxicação. Antagonismo Farmacocinético: nesse tipo de antagonismo uma substância compromete uma das etapas farmacocinéticas de outra substância, reduzindo a sua biodisponibilidade. Ex: tetraciclina não pode ser ingerida com Leite, por conta da competição do cálcio e medicamento. pH Dependendo do pH do meio o fármaco pode ser encontrado mais na forma molecular ou na forma ionizada e isso pode determinar sua absorção, sendo a forma molecular mais bem absorvida. A Força ácida de um composto é determinada pela constante de ionização (Ka) (“capacidade de ionizar”). Ácidos fracos podem ser encontrados tanto na forma molecular (HA) quanto ionizada (H+ e A-). Ácidos fortes são encontrados quase que 100% na forma ionizada Quanto maior a constante de ionização do composto maior é a força ácida. Quanto MAIOR o valor de Ka menor é o pKA do composto e vice versa. A forma que o farmaco será encontrado é determinada pela equação de Handerson-Hasselbalch: Para substâncias de natureza ácida, quanto menor for o pH do meio, maior será a concentração do fármaco na forma molecular. Para substâncias de natureza básica, quanto maior for o PH do meio, maior será a concentração do fármaco na forma molecular. Vias de Administração É o modo pelo qual o medicamento é introduzido no organismo A diferença na absorção do fármaco entre as formas farmacêuticas é função da formulação e da via de administração Fatores que orientam a escolha da via de administração: Propriedades físicas e químicas da droga Se o princípio ativo é sólido / líquido / gasoso (volátil); solubilidade; estabilidade; pH; irritação (mucosa). Local de ação desejado (ação tópica ou sistêmica) No caso de ação tópica é aconselhado massagear a região com o fármaco, pois a massagem (atrito) aumenta o aporte sanguíneo (hiperemia) para o local e isso otimiza o processo de absorção. Velocidade e extensão de absorção da droga por diferentes vias (área de absorção), rapidez com que se deseja obter a resposta (rotina ou emergência) Algumas partes do corpo humano têm uma área maior ou menor de aporte sanguíneo e isso pode determinar o seu rápido acesso para o sangue. Ex.: Absorção pelo pulmão tem rápido acesso sanguíneo. Medicamentos líquidos funcionam de forma mais rápida, pois o comprimido precisa ser dissolvido para liberar o princípio ativo. Efeitos dos sucos digestivos e do metabolismo de primeira passagem sobre a droga Sucos Digestivos: dependendo da origem química do fármaco ele pode sofrer degradação antes de ser absorvido, por exemplo, se o fármaco tem origem proteica como a insulina, ele não pode ser administrado por via oral, pois as enzimas proteolíticas do estômago irão degradá-lo. Metabolismo de primeira passagem: corresponde à intensa modificação na estrutura química do fármaco com consequente redução de sua biodisponibilidade, o que pode fazer com que ele atinja a concentração plasmática da circulação sistêmica em uma faixa subterapêutica. Quando ingerimos o medicamento via oral, ele passa por todo sistema gastrointestinal até ser absorvido pelos enterócitos. Quando ele é absorvido no intestino o fármaco cai na circulação enterohepática, onde segue até o fígado e através da circulação sanguínea chega ao coração onde é distribuído sistematicamente para vários tecidos onde o fármaco pode agir em vários receptores presentes nas células. Porém para que o fármaco realize a ação desejada, ele precisa ser encontrado em uma biodisponibilidade adequada. Biodisponibilidade: é quantidade biodisponível, ou seja, é a quantidade disponível no organismo. Biodisponibilidade adequada: Corresponde a quantidade de fármaco disponível no organismo (na circulação sistêmica) capaz de exercer efeito terapêutico. A quantidade de fármaco presente no sangue que está na Janela terapêutica. Janela terapêutica: corresponde a uma faixa de valores de concentração plasmática delimitada pela concentração mínima efetiva e pela concentração máxima tóxica. É na janela terapêutica que se observa o efeito terapêutico. Faixa Subterapêutica: faixa de valores de concentração plasmática onde não se observa o efeito terapêutico. Concentração mínima efetiva: concentração mínima que deve ser atingida para se observar o efeito terapêutico. Concentração Máxima Tóxica: Concentração máxima aceitável a partir da qual observamos eventos relacionados à intoxicação. Efeitos Colaterais não tem relação com super dosagem, super dosagem está relacionado à intoxicação. Os medicamentos podem ter uma janela terapêutica estreita ou larga, e de modo geral quanto maior a janela terapêutica mais seguro é o fármaco. Exatidão da dose necessária (as vias IV e inalatórias podem proporcionar um controle preciso) Estado do paciente (inconsciente, com vômito) Dependendo do estado do paciente algumas vias de administração não são possíveis, como por exemplo, paciente que está inconsciente não dá para utilizar a via oral. Via PARENTERAL: exclusão da participação do intestino no processo de absorção. A via retal é uma ótima via de administração, pois é bastante vascularizada, e o fármaco quando é absorvido nessa região não passa por metabolismo de primeira passagem. Segunda etapa: DISTRIBUIÇÃO Processo onde ocorre o transporte do fármaco do local que ele foi absorvido ou depositado, para outros locais do organismo. A circulação sanguínea é a mais importante nesse processo, porém a rede linfáticatambém é utilizada. Pela lógica circulatória uma grande quantidade de fármaco vai para locais de maior aporte sanguíneo como coração fígado, rins e SNC. A imensa maioria dos fármacos são distribuídos ligados a proteínas plasmáticas. Essa ligação é uma ligação reversível, e dependendo do local a reação pode ocorrer em um sentido ou outro. Uma importante proteína plasmática na distribuição de fármacos é a albumina Albumina • Sintetizada no fígado • Tempo de meia vida de três semanas • Uma das proteínas mais importantes no que diz respeito a distribuição do fármaco • Liga-se principalmente às drogas ácidas Outras proteínas que também fazem parte: -Globulina: Liga-se principalmente a esteroides androgênicos e estrogênicos. Glicoproteína acida α-1: Liga-se principalmente às drogas básicas. Quando ocorre a absorção e a concentração do fármaco aumenta, ele tende a se ligar a proteínas plasmáticas; o complexo fármaco-proteína através da circulação sistêmica o leva para locais de menor concentração, e isso faz com que o ocorra uma dissociação desse complexo em proteína + fármaco livre. Para o fármaco sair da circulação ele precisa estar na forma livre, ou seja, sem estar ligado a proteínas plasmáticas; pois as proteínas plasmáticas não saem do vaso sanguíneo. Quando o fármaco está livre; ele pode se ligar a receptores celulares ou difundir membranas biológicas e dependendo do local (tecido alvo, outros tecidos) isso pode gerar o efeito terapêutico ou efeito colateral. É importante ressaltar que o fármaco entra a favor do gradiente químico. Sequestro de Fármacos O sequestro de fármacos ocorre quando a entrada no tecido foi tanta que isso reduziu a biodisponibilidade adequada, deixando o fármaco na faixa subterapêutica. Ex: A massa corporal (Gordura corporal) é um fator que interfere na distribuição do fármaco, isso porque dependendo da quantidade de tecido adiposo presente, ele pode atuar no sequestro de fármacos lipossolúveis. Outra situação de sequestro que pode ocorre é o fármaco se ligar a receptores ou moléculas e não se dissociar mais, reduzindo também a biodisponibilidade adequada, deixando o fármaco na faixa subterapêutica. Ex: a tetraciclina é um antibiótico que tem afinidade por íons de cálcio podendo se acumular em ossos. Situações que comprometem a distribuição do fármaco Hipoproteínemia SATURAÇÃO - Se o indivíduo tem hipoproteínemia, ou seja, redução de proteínas plasmáticas isso pode comprometer a distribuição de um fármaco, pois como tem pouca proteína o fármaco se liga e as proteínas saturam. Ingestão de Fármacos juntos: COMPETIÇÃO - A ingestão de dois fármacos diferentes que possuam o mesmo sítio de ligação de proteínas plasmáticas pode gerar competição Tanto na saturação quando na competição a concentração plasmática do fármaco livre fica alta, e mesmo com a posologia adequada pode causar quadros de intoxicação. Terceira etapa: BIOTRANSFORMAÇÃO É a transformação química de substâncias dentro do nosso organismo, e consiste na construção e degradação de substâncias, respectivamente, pela conversão enzimática. Diversos órgãos têm a capacidade de metabolizar em certo grau os fármacos através de reações enzimáticas. Assim, os rins, o trato gastrintestinal, os pulmões, a pele e outros órgãos contribuem para o metabolismo sistêmico dos fármacos. Entretanto, o fígado é que contém a maior diversidade e quantidade de enzimas metabólicas, de modo que a maior parte do metabolismo dos fármacos ocorre nesse órgão. O principal objetivo do fígado na biotransformação é aumentar a solubilidade do composto em água, a biotransformação na maioria das vezes está relacionada com a inativação do composto, porém pode também tornar a substância/fármaco bioativo ou tóxico para o corpo. Ou seja, a biotransformação tem por objetivo tornar os compostos mais hidrossolúveis para facilitar a movimentação no sangue e a sua excreção. Se a substância for um FÁRMACO ocorre bioinativação gerando como produto metabolitos inativos que possuem relação com eficácia terapêutica perdida. Já se a substância for um PRÓ-FÁRMACO ocorre bioativação tendo como produto o fármaco com eficácia terapêutica. O fármaco pode também sofrer biotransformação e continuar tendo eficácia terapêutica. Quanto maior for a biotransformação, menor será o tempo de efeito do fármaco, por outro lado, quanto menor for a biotransformação, maior será o tempo de efeito do fármaco. Nem todos os fármacos sofrem biotransformação. De modo geral substâncias lipossolúveis são mais biotransformadas que substâncias mais hidrossolúveis (eliminadas mais facilmente), isso porque os fármacos altamente lipofílicos podem penetrar mais facilmente nas células (inclusive nos hepatócitos), consequentemente, o fígado metaboliza preferencialmente os fármacos lipossolúveis. As reações de biotransformação são classificadas em dois tipos: reações de Fase I e de Fase II. Reações de Fase I • As reações de fase I incluem oxidação, redução ou hidrólise; porém a mais importante é a oxidação. • Os produtos da reação de fase I geralmente são quimicamente mais reativos; por isso, às vezes se apresentam mais tóxicos ou carcinogênicos que o fármaco original. • As reações de fase I são realizadas por sistema de enzimas monooxigenases denominadas de citocromo P450 Citocromo P450 • As enzimas do citocromo P450 são heme proteínas (conjugadas com grupo HEME) abrangendo uma grande família de enzimas relacionadas, porém distintas (cada uma chamada de CYP, seguida por um conjunto de números e uma letra). • Elas se diferenciam entre si pela sequência de aminoácidos, sensibilidade a inibidores, agentes indutores e na especificidade das reações que catalisam. • Atuam como monooxigenases • Citocromo P450 com isoformas diferentes podem ter ação sobre vários substratos diferentes ou pelo mesmo substrato Oxidação dos fármacos A oxidação dos fármacos pelo sistema monooxigenase P450 requer: • Fármaco • Enzima P450 • Oxigênio molecular • NADPH e NADPH-P450 redutase O CP450 possui um grupo prostético em sua estrutura, o ferro férrico ou Fe³⁺ (Ferro oxidado), que possui pouca afinidade pelo oxigênio. • O CP450, que contém ferro férrico, combina- se com uma molécula do fármaco (“FH”) e recebe um elétron da NADPH-P450 redutase, que reduz o ferro para Fe²⁺ (Ferro Ferroso), que possui grande afinidade pelo oxigênio. • Quando o Citocromo P450 está associado ao Fe²⁺, é combinado na sua estrutura um oxigênio molecular, um próton e um segundo elétron para formar um complexo Fe2+OOH + fármaco. • Esse complexo se combina com outro próton para produzir água e o complexo oxeno-férrico (FeO)3+ - FH. O ferro nessa etapa volta a ficar oxidado, ou seja, pouca afinidade pelo O2. • O (FeO)3+ liga o oxigênio ao fármaco formando um fármaco oxidado (“FOH”) que é solúvel em água, facilitando a sua excreção. A enzima P450 é regenerada e pode se ligar novamente ao fármaco. Reações de Fase II As reações da fase 2 são sintéticas (“anabólicas”) e incluem conjugação por enzimas transferase, que normalmente resulta em produtos inativos. Em certas ocasiões, a conjugação pode resultar em ativação metabólica de pró-fármacos. Os grupos mais comumente adicionados incluem glicuronato, sulfato, glutationa e acetato. A conjugação com o ácido glicurônico conhecida como glicuronidação é a conjugação mais comum e aumenta muito a solubilidade da substância em água • Quando há infecções bacterianas ou dependendo da microbiota do indivíduo, a bactéria pode ter enzimas glicuronidases que retiram o ácido Glicurônico do fármaco e este pode ser reabsorvido novamente. As reações de fase I normalmente introduzem na molécula um grupo reativo, como o grupohidroxila, um processo conhecido como “funcionalização”. Esse grupo serve de ponto de ataque para que o sistema de conjugação ligue um substituinte, como o glicuronídeo o que explica porque as reações de fase I precedem as reações de fase II. • Se o fármaco passar por essas duas reações, necessariamente ele tem que passar primeiro pela I e depois pela II. Substâncias muito hidrossolúveis podem ser excretadas sem ser biotransformadas, outras que não possuem tanta solubilidade em água podem passar pela reação 1 ou pela reação 2 e ser excretada ou podem passar primeiro pela 1 depois pela 2 e ser excretada A concentração de enzimas hepáticas possui um grande efeito sobre a biodisponibilidade do fármaco dentro do organismo: ↑ Enzimas = ↑ Biotransformação = ↓ Biodisponibilidade, podendo deixar o fármaco na faixa subterapêutica. Isso pode acontecer pelo uso crônico de um fármaco ou substância (etanol), aumentando a produção de enzimas específicas contra ele, ou por um efeito cruzado. • Um exemplo de efeito cruzado é do anticoncepcional, que é um medicamento que não sofre muita biotransformação, por isso pode ser administrado via oral, mas se a pessoa começar a utilizar rifampicina, que é um grande indutor de enzimas hepáticas, de forma inespecífica, o anticoncepcional passará a sofrer uma intensa biotransformação, ficando com a sua concentração na faixa subterapêutica e não conseguindo mais exercer seu efeito. • Quando o indivíduo adquire tolerância ele não responde mais a terapia, e essa tolerância pode ser por indução enzimática. É utilizado pela farmacologia clínica para justificar perda de efeito por uso prolongado. ↓ Enzimas = ↓ Biotransformação = ↑ Biodisponibilidade, podendo ficar na faixa de intoxicação. Isso pode acontecer pela utilização de substâncias que inibam a biotransformação, aumentando o efeito do fármaco, o que pode gerar um quadro de intoxicação. Muitos medicamentos não podem ser ingeridos com álcool, pois o álcool aumenta as enzimas de biotransformação presentes no fígado e isso aumenta a biotransformação do fármaco, e diminui sua biodisponibilidade, podendo colocar o medicamento na faixa subterapêutica. O fármaco livre, se tiver característica lipossolúvel, pode difundir pelo plano da membrana a favor do gradiente e, por afinidade, pode ficar armazenado no tecido adiposo. Tecido adiposo pode atuar como tecido de armazenamento de fármacos lipossolúveis, entretanto se este tecido adiposo for muito grande o tecido pode funcionar como tecido de sequestro de fármacos. • O armazenamento consiste na fração do fármaco que adentrou o tecido sem comprometer a biodisponibilidade adequada. À medida que a concentração do fármaco na corrente sanguínea diminui, o fármaco armazenado pode retornar à circulação sanguínea, prolongando a biodisponibilidade adequada do fármaco. Ou seja, o tecido de armazenamento pode prolongar o tempo de ação de um fármaco. Metabolismo de PRIMEIRA PASSAGEM: corresponde a uma intensa modificação na estrutura química do fármaco com consequente redução na sua biodisponibilidade, o que pode fazer com que ele atinja a concentração plasmática da circulação sistêmica em uma faixa subterapêutica. • A eliminação pré-sistêmica é a mesma coisa que metabolismo de primeira passagem, que é a biotransformação do fármaco antes que ele chegue no tecido alvo. EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM: Consiste na passagem do fármaco da luz intestinal para o fígado, por meio da veia porta, antes de atingir a circulação sistêmica, reduzindo a sua biodisponibilidade. Fatores que influenciam na biotransformação Ligados às pessoas • Indutores hepáticos • Doenças hepáticas • Grave desnutrição • Polimorfismo genético – Podem aumentar ou não a produção de enzimas hepáticas e isso pode determinar quadros de efeitos subterapêuticos ou de intoxicação. • Idade (feto, recém-nascido, crianças e idosos) Ligados aos fármacos • Solubilidade • Tamanho da partícula • pKa • Natureza química Quarta etapa: ELIMINAÇÃO • Fármacos que são lipossolúveis precisam ser biotransformados para serem excretados Proteina + F ------------ [PF] ---------- Fígado (biotransformação) ------------ Metabólito ------------ Sangue ------------ Excreção renal Parte do fármaco absorvido é direcionado ao fígado através da circulação, onde poderá sofrer biotransformação sendo transformado em metabólito e sendo excretado pela urina. Alguns fármacos que são hidrossolúveis, não são biotransformados para serem excretados, eles são direcionados diretamente para os rins. Tempo de meia vida do fármaco Tempo necessário para que haja a redução da concentração do fármaco em 50% partindo da concentração máxima observada. Saber o tempo de meia vida é importante para prever o tempo de ação do fármaco. Constante de Eliminação (Kelim) O fármaco tem uma determinada Kelim que corresponde à fração de fármaco eliminada por uma unidade de tempo. • Quanto maior o Kelim menor é o tempo de meia vida do fármaco • Quanto menor o Kelim maior é o tempo de meia vida do fármaco. A constante de eliminação tem relação com: Característica química do fármaco Se o fármaco é mais hidrossolúvel ou lipossolúvel; Fármacos hidrossolúveis são mais rapidamente eliminados que os lipossolúveis, isso porque os fármacos hidrossolúveis em sua maioria não sofrem biotransformação. Número de compartimentos que o fármaco pode ser encontrado O fármaco pode ser encontrado em vários compartimentos, o compartimento Central, o tecido alvo, o tecido adiposo, outros tecidos. Compartimento central (compartimento único): é a soma do volume plasmático com o líquido extracelular dos tecidos altamente perfundidos (como pulmões, coração, fígado), onde a concentração da droga é difundida instantaneamente, ou seja, a concentração do fármaco no sangue. Vd (Volume de distribuição de fármacos) Volume no qual o fármaco pode ser distribuído. Um único fármaco pode ter mais de um tempo de meia vida, dependendo do número de compartimentos. Quanto mais compartimentos, maior será o tempo para eliminação desse fármaco. Compartimento Periférico: formado por tecidos de menor perfusão, este compartimento precisa de mais tempo para que seja atingido um equilíbrio de concentração. São tecidos como os músculos, a pele, tecido gorduroso, entre outros. Excreção Modo pelo qual as drogas são removidas do organismo A excreção de drogas ocorre de acordo com suas propriedades físico-químicas (hidrossolúvel, lipossolúvel, volátil). As 3 principais vias de excreção são: • Excreção Renal: Fármacos Hidrossolúveis • Excreção Pulmonar: Gases ou voláteis • Excreção Fecal: Sem absorção, lipossolúveis. Existem compostos que se ligam ao colesterol, assim ele irá ser eliminado nas fezes, diminuindo a Colesterolemia. A Excreção também pode ocorrer por lagrimas, leite materno, suor e saliva. Gestante não pode fazer uso de automedicação para que o fármaco não seja excretado durante a lactação e prejudique o neonato. Excreção Renal • Filtração glomerular (apenas substâncias combinadas com moléculas grandes, como proteínas, não são filtradas) • Secreção tubular ativa (ácidos e bases fracas, logo são excretados mais rapidamente) • Secreção tubular passiva (difusão) Reabsorção e Excreção O pH da urina pode interferir na reabsorção e excreção do fármaco, dependendo da natureza do fármaco e do pH da urina isso pode otimizar o processo de excreção ou reabsorção. Fármacos de natureza ácida tem melhor EXCREÇÃO na urina alcalina, pois ele fica na forma ionizada, tendo maior dificuldade de atravessas às membranas e ser reabsorvido. Fármacos de natureza ácida tem melhor REABSORÇÃO em urina ácida, pois fica mais na forma molecular, tendo maior facilidadede atravessas às membranas e ser reabsorvido. Fármacos de natureza alcalina/básica tem melhor EXCREÇÃO na urina ácida, pois ele fica na forma ionizada, tendo maior dificuldade de atravessas as membranas e ser reabsorvido. Fármacos de natureza básica tem melhor REABSORÇÃO em urina alcalina, pois fica mais na forma molecular, tendo maior facilidade de atravessas às membranas e ser reabsorvido. Substâncias lipossolúveis são reabsorvidas após filtração (não sofrem boa excreção renal), pois tem alta capacidade de permear membranas biológicas. Mas isso dificilmente acontece, pois geralmente o fármaco é biotransformado no fígado, tornando-o mais hidrossolúvel. Excreção biliar ou fecal A passagem do fármaco do sangue para a vesícula biliar acontece por transporte ativo. Substâncias excretadas pela bile podem ser reabsorvidas na mucosa intestinal. Ex: digitoxina, morfina, diazepam. Algumas drogas conjugadas principalmente com ácido glicurônico podem ser hidrolisadas (glicuronidases) no intestino por bactérias, permitindo a reabsorção deles. Transportes com auxílio de transportador • Túbulo renal (absorção) • Trato biliar (absorção) • Barreira hematoencefálica (distribuição) • Trato gastrintestinal (excreção) O ácido úrico é produto do catabolismo da adenina e da guanina, e ele é transportado de forma ativa pelos túbulos, porém se é administrado um fármaco pode gerar competição pelo transportador para excreção e tem-se elevação da uricemia. Manutenção da biodisponibilidade Se dois compostos possuírem o mesmo princípio ativo, mas com excipientes diferentes, isso pode retardar o processo de absorção. • Também pode acontecer de ter dois medicamentos com princípios ativos diferentes, em que um é absorvido mais rápido que o outro. Dois fármacos são bioequivalentes quando possuírem a mesma forma farmacêutica, o mesmo excipiente, a mesma via de administração e terem suas taxas e a extensões de absorção iguais. Cmáx É a concentração máxima do fármaco no plasma Este parâmetro representa a maior concentração sanguínea alcançada pelo fármaco após administração oral, sendo, por isso, diretamente proporcional à absorção. Desta forma, depende diretamente da extensão e velocidade de absorção, porém, também da velocidade de eliminação, uma vez que está se inicia assim que o fármaco é introduzido no organismo. Vmáx É o tempo necessário para que a Cmax seja atingida. Este parâmetro tem íntima relação com a velocidade de absorção do fármaco e pode ser usado como simples medida desta. É alcançado quando a velocidade de entrada do fármaco na circulação é excedida pelas velocidades de eliminação e distribuição; absorção não pode, portanto, ser considerada completa neste estágio. Índice terapêutico O índice terapêutico de um fármaco é a razão entre a dose tóxica (DL) e a dose capaz de produzir a resposta clinicamente desejada, ou seja, a dose mínima efetiva (DE). Índice terapêutico = dose tóxica/dose efetiva • DL50 é a dose letal capaz de matar 50% da amostra (pessoas) • DE50 é a dose efetiva capaz de atingir 50% da amostra. Quanto mais distantes estiverem esses valores, mais seguro é o fármaco, pois a dose efetiva deve ser bem menor que a dose letal. ✓ Quanto maior o IT, mais seguro é o fármaco. ✓ Quando menor o IT, mais tóxico é o fármaco. NÃO existe DL menor que DE, isso significaria que a pessoa teria morrido antes do medicamento ter feito o efeito. Quanto mais próximo de 1,0 o valor dessa razão entre DL e DE, mais perigoso é o fármaco. Se uma substância/fármaco possuir o valor da Dose letal IGUAL ao de Dose efetiva, a razão entre esses números será igual a 1,0. Ou seja, o seu índice terapêutico igual a 1,0. Essa substância JAMAIS deverá ser utilizada como um fármaco pois a dose que mata é a mesma que exerce o efeito terapêutico. FARMACODINÂMICA Eficácia terapêutica x eficácia intrínseca • Eficácia terapêutica: exercer o efeito terapêutico observado • Eficácia intrínseca: capacidade que uma substância tem de disparar uma resposta Um fármaco pode ter eficácia terapêutica sem ter uma eficácia intrínseca. Ligantes endógenos como Ach, GABA e Insulina, possuem afinidade, ou seja, possuem capacidade de se associar e a eficácia Intrínseca (capacidade de disparar resposta) A norepinefrina se liga a um receptor alfa-1 na superfície da membrana dos miócitos (músculo), disparando um sinal que estimula a vasoconstrição (ação hipertensiva). A prazosina é um fármaco que se liga ao mesmo receptor que a norepinefrina, mas ele NÃO POSSUI eficácia intrínseca, portanto não tem o disparo de um sinal. Ele é usado como anti-hipertensivo, pois se liga ao receptor sem disparar uma resposta, bloqueando-o e impedindo a ação da norepinefrina. A prazosina possui eficácia intrínseca igual à zero, e é classificada como um antagonista competitivo de receptor. Uma substância pode ter eficácia intrínseca igual a zero e apresentar eficácia terapêutica, isso é comum para substâncias denominadas de antagonistas competitivos de receptor. Agonista: • A epinefrina se liga a um receptor presente na membrana do miócito e do bronquíolo, promovendo o relaxamento. • O salbutamol é um fármaco agonista do receptor, se ligando ao mesmo receptor, disparando um sinal que também estimula o relaxamento, mimetizando a ação do ligante endógeno. Em resumo IT = DL50/DE50 • Um agonista do receptor: tem afinidade, eficácia intrínseca e eficácia terapêutica que mimetiza a ação do ligante endógeno. • Um antagonista competitivo de receptor: tem afinidade, eficácia terapêutica, mas NÃO TEM eficácia intrínseca, pois impede a ligação do ligante endógeno com o receptor. • Eficácia intrínseca pode ou não estar associada ao efeito terapêutico. Potência x Eficácia terapêutica Potência: quantidade de fármaco de que se necessita para produzir um efeito, como por exemplo, aliviar a dor ou diminuir a pressão arterial. A quantidade de fármaco geralmente é dada em miligramas. Para comparar a potência entre dois fármacos: de DOSES DIFERENTES e efeitos iguais • Se uma substância A produz seu efeito a partir da administração de uma dose de 5mg/kg e uma substância B produz o mesmo efeito a partir da administração de uma dose de 10mg/kg, significa que a substância A tem uma potência maior do que a substância B, pois com uma dose menor consegue produzir o mesmo efeito que a substância B. Um fármaco com maior potência não é necessariamente melhor que outro. Quando os médicos julgam as qualidades relativas dos fármacos, consideram muitos fatores, como o perfil dos efeitos secundários, a toxicidade potencial, a duração do efeito e, por conseguinte, o número de doses diárias requeridas, e o seu custo. Eficácia terapêutica: refere-se à resposta terapêutica máxima que um fármaco pode induzir em uma determinada dose • Para comparar a eficácia terapêutica entre dois fármacos: doses iguais, efeitos iguais Se uma substância A produz 100% do seu efeito a partir da administração de uma dose de 10mg/kg e uma substância B produz 50% efeito a partir da administração de uma dose de 10mg/kg, significa que a substância A tem uma eficácia terapêutica maior do que a substância B, pois com a mesma dose ela consegue produzir um efeito maior que a substância B. • Por exemplo, o diurético furosemida elimina muito mais NaCl e água pela urina que o diurético clorotiazida. Por isso a furosemida tem maior eficácia, ou efeito terapêutico, que a clorotiazida. Tal como a potência, a eficácia é um dos fatores que os médicos consideram ao selecionar o fármaco mais apropriado para um paciente. Quando um medicamento é administrado diariamente, com o intuito de deixar a concentração plasmática dele no nível da faixa terapêutica. É ditoque a concentração está em um estado estacionário. Medicamentos crônicos buscam o estado estacionário. • Alguns fármacos possuem um elevado tempo de latência, que é o tempo entre o início da administração e o início do efeito terapêutico. E dependendo da forma farmacêutica, pode haver uma liberação do fármaco de forma convencional ou prolongada. • Um exemplo são alguns depressivos, que podem demorar algumas semanas para ter o efeito terapêutico mesmo estando em uma biodisponibilidade ideal logo nos primeiros dias. Alguns fármacos mesmo sendo encontrados na biodisponibilidade adequada não possuem efeito imediato. Dependendo da condição do paciente pode ser feito uma dose de ataque. • Dose de ataque tem relação com uma dose elevada para atingir rapidamente a biodisponibilidade, seguida por outras doses menores para manter essa biodisponibilidade. Porém isso só pode ser feito com medicamentos que possuem uma janela terapêutica larga. Essa tática é comum no uso de antimicrobianos, quando está em quadros graves de infecção. INTERAÇÃO DROGA-RECEPTOR Aspectos quantitativos das interações fármaco-receptor O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da ligação fármaco–receptor. Na farmacologia básica é comum a avaliação quantitativa da substância próxima ao sítio de interação. • É a avaliação da eficácia intrínseca (capacidade de disparar resposta) e da afinidade (capacidade de se ligar). É muito comum esta avaliação em preparações biológicas isoladas e (hoje) em estudos pré-clínicos, feitos em ratos, camundongos, cobaias etc. As preparações biológicas envolvem a remoção de tecidos (ex: aorta, leito do mesentério, traqueia, brônquio, íleo do intestino, estômago, útero, coração, músculo estriado...) e isolamento destes para a análise. Esta análise é feita in vitro com o objetivo de avaliar a reposta da substância que está sendo testada. Para estes testes o mínimo de variáveis deve interferir no estudo, as condições do órgão estudado devem ser mimetizadas para que se tenha condições semelhantes do organismo. Para a solução mimetizar o meio em que o tecido estava, 3 pontos precisam ser observados para cada tecido: • Composição (concentração de H+, Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Cl, tampão). • Temperatura • Aeração Obs.: o músculo liso é bastante utilizado para preparações biológicas porque possue grande variedade de receptores. Para as preparações biológicas é comum termos chamadas de banhos que comportam de 5 a 10 ml, com sistema de registro, local de entrada e saída da solução, alças de aço inoxidável, serpentina para controle da temperatura e local para aeração. Banhos e transdutores de força O animal é sacrificado para poder pegar o tecido/órgão em que o fármaco será testado. Esse material é limpo e preparado, sendo colocado em uma solução nutritiva com temperatura e pH adequado para ele se estabilizar (demora cerca de 2 horas). Depois esse tecido é colocado em um poço onde tem uma substância que mimetiza o local que ele estava dentro do corpo do animal e é tensionado, permitindo a leitura das alterações dele. Quando iniciamos um procedimento experimental com curvas concentração-resposta, qual deve ser o primeiro cuidado a ser tomado? A primeira coisa que precisa ser feita é ver se a célula está viva e responsiva Isso poderia ser feito através de um ligante conhecido, mas isso acaba sendo muito caro e pode comprometer os receptores presentes na membrana do tecido. Outra maneira é dar um estímulo para o tecido reagir, como uma contração muscular • Para isso é utilizada uma solução de íons de cloreto de potássio, com concentração aproximadamente de 30 a 50 milimolar, promovendo a despolarização da célula excitável por fluxo de íons. Assim os VOCs de cálcio irão se abrir, permitindo a entrada dele na célula, resultando na contração muscular. Esse método é denominado de acoplamento eletromecânico. • Como aqui é só um pedaço do tecido que está sendo usado, a contração continuará até os íons de potássio e cloro serem retirados por alguém, por isso a solução sempre terá que ser lavada ao final do teste, zerando a contração. Chegou uma substância X no seu laboratório é foi pedido para você construir a curva concentração- resposta dela. Como você faria? Após preparar o tecido e averiguar que ele está vivo e responsivo, adiciona-se uma determinada quantidade da substância/fármaco na solução, calculando a concentração do fármaco nela. Iria adicionando cada vez mais dessa substância a solução, verificando a sua curva de concentração resposta. Quando essa chegasse ao seu incremento total (onde a resposta não muda mais), saberia que cheguei ao efeito máximo (Emáx) que aquele fármaco pode exercer. Curva cumulativa: quando a substância vai sendo adicionada a solução em que o tecido está sem que haja uma lavagem dela, fazendo com que a concentração da substância na solução seja crescente, permitindo chegar até o Emáx. Emáx: é o efeito máximo que uma substância pode causar (avalia a eficácia intrínseca) Amplificação da resposta - É a amplificação do sinal do receptor para as outras proteínas, reações bioquímicas que ocorrem no interior das células. Para avaliação da afinidade e eficácia intrínseca utiliza-se um gráfico de resposta por concentração (ou seja, gráfico de curva concentração resposta). A concentração do fármaco geralmente é utilizada e colocada em escala logarítmica para uma maior variação e para que o 100% de resposta seja atingido, ou seja, para que o Emáx seja atingido. Quando se faz uma curva resposta em escala logarítmica tem-se como curva resultante uma sigmoide simétrica. CE50: É a concentração efetiva para disparar 50% da resposta do tecido (avalia a afinidade da proteína ao ligante) - Essa avaliação também pode ser feita utilizando a concentração do fármaco em escala linear. Quando se faz uma curva resposta em escala linear tem-se como curva resultante uma Hipérbole retangular. Agonistas e antagonistas Agonista - Apresenta eficácia intrínseca (Emáx) ou positiva sendo pleno ou parcial. Agonista pleno ou total: dá o máximo de resposta que a preparação pode oferecer – Apresenta eficácia intrínseca. Agonista parcial: não atinge o máximo de resposta que a preparação pode oferecer (submáxima). – Apresenta eficácia intrínseca. COMPARANDO com a curva de REFERÊNCIA temos que: A e E: Agonistas totais (atingem Emáx). B, C e D: Agonistas parciais (não atingem Emáx). A: mesma eficácia da referência, maior afinidade (CE50 menor). B: menor eficácia, menor afinidade. C: menor eficácia (E. máx. ↓), maior afinidade (CE50 menor). D: menor eficácia e menor afinidade E: mesma eficácia e menor afinidade. Receptores: os receptores podem estar em repouso (R) ou em sua forma ativa (R*), levando a resposta celular. Para que ele saia de repouso para a forma ativa ocorrem mudanças conformacionais (interconversão). Um agonista pleno se liga aos receptores ativos, aumentando a conversão dos que estão em repouso para o estado ativo, e é capaz de disparar uma resposta máxima do tecido. Um agonista parcial se liga aos receptores ativos, aumentando a conversão dos que estão em repouso para o estado ativo, é capaz de dispara uma resposta submáxima do tecido. Um agonista inverso se liga aos receptores em repouso, aumentando a conversão dos que estão ativos para o estado de repouso, diminuindo a resposta celular, pois diminui a quantidade de receptores ativos. Um antagonista competitivo do receptor se liga aos receptores ativos e em repouso, mas possui uma eficácia intrínseca igual à zero, bloqueando e impedindo a ligação de um agonista a eles. Não tem, pois não dispara resposta, porém isso não significa que ele não exerce o seu efeito terapêutico.• Ele também é reversível, portanto, pode se desconectando dos receptores. • Por se ligar aos receptores ativos e em repouso, ele não altera a Inter conversão entre eles, por isso, não altera a resposta basal, por isso não a um deslocamento da resposta. Um antagonista não competitivo do receptor BLOQUEIA alguma etapa da cadeia de eventos que leva a produção de uma resposta por um agonista, podendo ser por uma ligação aos receptores, não no sítio de ligação do agonista, mas em outro lugar, promovendo uma mudança conformacional dele e impedindo que o agonista se ligue. • Ele é irreversível, se conectando por ligação covalente e não se desligando mais. Os agonistas possuem uma resposta positiva, aumentando a resposta pelo organismo. Os antagonistas possuem uma resposta negativa, diminuindo a resposta pelo organismo. A faixa de valores precisa ser muito grande, pois dentro do nosso corpo nós liberamos pequenas quantidades de ligante endógenos e nunca trabalhamos com resposta total. Proponha um experimento que permita o pesquisador concluir de forma irrefutável que a substância em análise seja um antagonista competitivo de receptor É feito um protocolo inicial com um agonista conhecido, construindo a curva concentração resposta. Depois é feita a lavagem da solução e a incubação do tecido com o antagonista. Depois é adicionado o mesmo agonista e uma nova curva é feita. • Se for um antagonista competitivo, será observado um deslocamento da curva para a direita, pois é necessária uma maior concentração para que o agonista exerça seu efeito máximo. • Se for um antagonista não competitivo ou irreversível, não adianta aumentar a concentração do agonista, pois algum ponto da sinalização foi bloqueado; ou a ligação entre o antagonista e o receptor não pode ser desfeita não havendo resposta; ou tendo respostas em baixas quantidades, dependendo da concentração do antagonista. • Nesse caso NÃO TEM um deslocamento da curva para a direita e sim um achatamento/Abalamento dela. Mecanismos de sinalização intracelular • Também chamada de farmacodinâmica • O fármaco mimetiza ou antagoniza o efeito de ligantes endógenos Os ligantes endógenos podem ser divididos, pelo seu coeficiente de partição de óleo/água. • Ligantes Hidrossolúveis - Receptores de superfície • Ligantes Lipossolúveis - Receptores intracelulares Os receptores de superfície de membrana plasmática são proteínas e são divididos em três grupos Receptores ionotrópicos (acoplados a canais iônicos) Relacionado a eventos excitatórios ou inibitórios (despolarização/hiperpolarização) Receptores metabotrópicos ou acoplados a proteína G • Adenilato ciclase ➞ AMPc • Fosfolipase C ➞ IP3 e DAG No receptor metabotrópico, o ligante se conecta e dispara o sinal para a proteína G, que vai atuar sobre um efetor (enzimas) que atua sobre um substrato. Ligante se liga ao receptor de superfície que muda sua conformação ativando a proteína G; a proteína G é capaz de atuar sobre uma enzima, e essa age sobre um substrato gerando um produto. Receptores com atividade enzimática • Tirosina cinase • Guanilato ciclase Receptores intracelulares • Receptores citoplasmáticos • Receptores nucleares Proteína G A proteína G no repouso é uma proteína globular heterotrimérica, formada por 3 subunidades α, β e ϫ. A subunidade α no repouso está associada à molécula de GDP (Guanosina difosfato), quando ocorre o estímulo da proteína G tem a saída do GDP e a entrada do GTP (Guanosina trifosfato), diminuindo a afinidade da subunidade α do complexo βϫ. A proteína G quando é ativa se torna um dímero funcional. A subunidade α é responsável pela via de sinalização principal, e ela pode agir sobre um efetor de forma excitatória ou inibitória. Enquanto a subunidade α estiver ligada ao GTP ela está ativa, porém a própria subunidade α possui atividade GTPásica intrínseca, ou seja, é capaz de hidrolisar da GTP, formando GDP + P, voltando a ficar associada ao GDP e por conseguinte o complexo βϫ. Dessa forma a proteína G volta a ficar no estado de repouso, podendo ser ativada de novo. Um ligante pode se ligar com um receptor que estimula centenas de proteínas G e uma subunidade α pode atuar sobre dezenas de efetores • Na transdução da sinalização metabotrópica acontece a amplificação do sinal • Otimizar o que esse primeiro mensageiro pode fazer é uma maneira de economizar GTPϫS: no lugar do 3º fosfato tem a presença de um enxofre • Esse é um análogo não hidrolisável do GTP • Quando essa se conecta com a subunidade α ela não se desliga mais, não permitindo que a proteína G volte ao estado de repouso, ficando sempre ativa. Proteína Gq/11 Quando essa proteína é estimulada, a subunidade α da Gq/11 estimula a enzima FLCβ (fosfolipase C β), que faz hidrolise do fosfolipídio de membrana denominado de fosfatidilinositol-4,5-difosfato (PIP2); em diacilglicerol (DAG) e inositol-1,4,5-trifosfato (IP3). O DAG difunde- se na membrana para ativar a proteína cinase C (PKC), e O IP3 pode atuar em receptores que fazem parte da estrutura de canais iônicos (canais operados por ligante) no estoque de cálcio, deixando os canais de um estado não condutor para um estado condutor. Quando o canal está aberto o cálcio sai a favor do gradiente químico do retículo endoplasmático para o citosol. A PCK com a presença de cálcio irá realizar a fosforilação de substratos específicos. Para que ação seja impedida precisa-se de ação de enzimas fosfatases que hidrolisam os fosfatos dos efetores, impedindo com que exerça seu efeito. Proteína Gq/11 em musculo liso está relacionada com espasmo Proteína Gs Quando a proteína Gs é estimulada, a subunidade α estimula a enzima Adenilato ciclase, que converte ATP em AMPc. O AMPc aumentado ativa a PKA (proteína cinase A), que é dependente de AMPc, e essa começa a fosforilar substratos. • Adenilato ciclase quando ativada sempre está relacionada com aumento de AMPc A enzima PDE (fosfodiesterase) pode agir sobre o AMPc hidrolisando-o em AMP, isso diminui os níveis de AMPc que causará uma menor ativação do PKA. Proteína Gi Quando essa proteína é estimulada, a subunidade α atua INIBINDO a enzima adenilato ciclase (AC) diminuindo a formação do produto e segundos mensageiros do ATP o AMPc. Além disso, atua estimulando a PDE (fosfodiesterase) que age sobre o AMPc hidrolisando-o em AMP, isso diminui os níveis de AMPc. • Com a diminuição do AMPc terá a DIMINUIÇÃO da ativação da PKA (proteína cinase A), que é dependente de AMPc, assim a fosforilação de substratos diminuirá, diminuindo os processos intracelulares. Dependendo da célula em que o PKA foi ativado, ela poderá fosforilar substratos que contribuirão com o aumento ou com a redução na concentração de cálcio intracelular. • Em músculos lisos haverá uma redução na concentração de cálcio e outros eventos que contribuirão para o relaxamento • Em músculos estriados (cardíaco ou esquelético) e em neurônios a ativação da PKA promoverá aumento na concentração de cálcio intracelular. o Em músculos estriados a ativação do PKA tem relação com espasmo o Em neurônio tem relação com exocitose de neurotransmissor Entretanto o mais importante estímulo relacionado a elevação na concentração de cálcio no neurônio tem relação com o potencial de ação, abertura de VOCs de cálcio e influxo de cálcio por esses canais. • Normalmente em músculos lisos o PKA tem ação de relaxamento e o PKC tem ação de contração Receptores enzimáticos Receptores Guanilato-ciclase Os receptores com guanilil ciclases presentes na membrana são denominados de particulados e não possuem nenhuma proteína G intermediária. A ligação do ligante estimula a atividade intrínseca de guanilato ciclasedo receptor, que age sobre o GTP convertendo- o em cGMP. Há também o receptor Guanilato Ciclase S (solúvel no meio intracelular) - Funciona da mesma maneira que o GCparticulada, porém esse fica solúvel no citoplasma, então o ligante precisa entrar na célula e se conectar a esse receptor. Receptores tirosinocinase A ativação de receptores de superfície celular associados à tirosinocinase pelo ligante induz o agrupamento dos receptores. Esse evento de agrupamento recruta proteínas citoplasmáticas, que são então ativadas para fosforilar. • A insulina pode atuar sobre um receptor que tem atividade enzimática chamado de tirosina cinase, fazendo com que os aminoácidos tirosinas presentes na parte intracelular do receptor sejam fosforilados e isso vai gerar um sinal que irá ativar a PDE. • O glucagon aumenta os valores de AMPc • A insulina diminui os valores de AMPc ativando a PDE, que vai hidrolisar o AMPc Existem proteínas que possuem um domínio SH, reconhecendo as tirosinas fosforiladas dos receptores tirosina cinase. Essas proteínas são importantes na formação do sinal dentro da célula Os únicos aminoácidos encontrados em proteínas que podem ser fosforilados são serina, treonina e tirosina, pois apenas estes apresentam hidroxila na sua cadeia lateral, que pode ser substituída por um fosfato - PKA, PKG e PKS são serina treonina cinases (S/T cinases). As enzimas PKA, PKG e PKS precisam reconhecer aminoácidos de sequencias consenso para reconhecer e fosforilar serinas ou treoninas. O receptor metabotrópico pode atuar sobre várias proteínas G, e ele possui 7 segmentos transmembranares. O receptor metabotrópico pode estar relacionada com abertura de canais iônicos, é mais lenta que a ionotrópica, pois depende da concentração de segundos mensageiros e de reações de fosforilação. Já na ionotrópica é mais rápida pois o ligante se liga ao seu receptor que já está presente no canal iônico, obtendo resposta. Perda de resposta A perda na resposta é fisiologicamente importante para evitar o super estímulo da célula e causar danos celulares • Dessensibilização • Taquifilaxia • Tolerância • Downregulation Tolerância Tolerância é um termo comum na farmacologia clínica e tem relação com redução ou perda da resposta devido ao uso crônico • Um dos principais motivos da pessoa desenvolver uma tolerância é o aumento na concentração de enzimas hepáticas, mas também pode ser por uma infra-regulação de receptores, onde eles estão na membrana, mas a sinalização não acontece mais da mesma forma. Dessensibilização Dessensibilização é um termo utilizado na farmacologia básica, e consiste na perda de resposta por contato prolongado, normalmente acontecendo de 15’ a 30’ (minutos). Essa dessensibilização possui dois grupos: Homóloga: tem a exposição a um determinado agonista por 5’, aí é feito a lavagem e é esperado uns 30’, depois é adicionado o MESMO agonista, mas a segunda resposta ao MESMO agonista não tem a mesma amplitude Heteróloga: tem a exposição a um determinado agonista por 5’, aí é feito a lavagem e é esperado uns 30’, depois é adicionado um OUTRO AGONISTA, que até em um outro receptor e ativa outra sinalização, mas a segunda resposta ao OUTRO agonista não tem a mesma amplitude + A preparação biológica fica refrataria a estimulação feita por um outro ligante Taquifilaxia A administração repetida da mesma dose de um fármaco resulta em redução do efeito deste fármaco com o decorrer do tempo - O tempo de contato com o fármaco é pequeno (1’30’’), o tempo de lavagem é de 30’, depois é repetido isso, não dando um intervalo entre elas. Aqui a resposta também vai ficando menor, porém não acontece de maneira tão abrupta como ocorre na dessensibilização. A principal diferença entre a Taquifilaxia e a dessensibilização homologa é o tempo de lavagem, na Taquifilaxia é por um curto período de tempo, em comparação a dessensibilização homologa em que os tempos são maiores. Downregulation Corresponde a uma perda da resposta por contato prolongado (geralmente horas) e tem relação com alteração no número de proteínas receptoras no plano da membrana Isso acontece pela internalização dos receptores pela célula e destruição deles TRANSMISSÃO COLINÉRGICA A produção de acetilcolina ocorre no neurônio a partir da reação de Acetil CoA + Colina pela enzima Acetilcolina transferase (COAT). A acetilcolina produzida é armazenada em vesículas. Quando a despolarização do neurônio pré-sináptico atinge o limiar de excitabilidade, o PA vai ser gerado e propagado ao longo do axônio. Devido a essa despolarização, os VOCS de cálcio presentes no axônio terminal irão ser abertos, ocorrendo o influxo de cálcio para dentro do neurônio. O cálcio irá se ligar nas vesículas onde está contida a acetilcolina permitindo sua condução até o plano da membrana ocorrendo a exocitose. A acetilcolina na fenda pode se ligar aos seus receptores que são divididos em dois grupos: Receptores Muscarínicos Os receptores muscarínicos são receptores metabotrópicos, ou acoplados a proteína G. Atualmente existem cinco isoformas possíveis para os receptores muscarínicos. • M1, M3 e M5 (Ímpar) – A proteína G envolvida é a Gq/11 e (FLC Beta) • M2 e M4 (par) – A proteína G envolvida é a Gi e Adenilato ciclase. Receptores nicotínicos Os receptores nicotínicos são receptores ionotrópicos, ou seja, associados a canais iônicos (majoritariamente seletivo para SÓDIO). E são divididos conforme a sua localização: • Receptor nicotínico M – Encontrado em tecido muscular • Receptor nicotínico N – Encontrado em neurônios A acetilcolina possui maior afinidade pelos receptores muscarínicos do que pelos nicotínicos, isso quer dizer que em pequenas quantidades as ações observadas para acetilcolina são chamadas de ações muscarínicas. E em grandes concentrações as ações observadas para acetilcolina são chamadas de ações nicotínicas. A Acetilcolina liberada na fenda sináptica pode também ser hidrolisada, por ação da enzima acetilcolinesterase. Dando origem à colina e ao acetato. A colina pode ser reabsorvida juntamente com o sódio e usada para a formação de uma nova molécula de acetilcolina. Acetilcolina em pequenas quantidades Pressão Arterial: PA = DC x RVP Age em receptores Muscarínicos Receptores M2 do coração promovendo uma bradicardia, ou seja, uma diminuição da frequência cardíaca (FC). • M2 no coração: As subunidades βϫ da proteína Gi, inibem a ação da Adenilato ciclase e aumentam a abertura dos canais de potássio, com consequente hiperpolarização da célula. Receptores M3 dos vasos sanguíneos promovendo uma vasodilatação. Queda da RVP. Ou seja, a ação dos muscarínicos pela ação da acetilcolina estão relacionados com queda de pressão arterial. Pupila Na pupila há receptores M3 na musculatura concêntrica, que estão acoplados a Proteína Gq/11 e ao serem estimulados pela Ach geram espasmos e miose (diminuição da pupila). Quando o indivíduo faz uso tópico de atropina é observado a midríase, devido à antagonização dos receptores muscarínicos. Fármacos Parassimpáticos Em interação medicamentosa com Ach os compostos podem agir como Parassimpaticomiméticos, quando mimetizam a ação da Ach e Parassimpaticolíticos quando antagonizam a ação da Ach. Betanecol – Parassimpaticomimético: mimetiza a ação do parassimpático, utilizado, por exemplo, em quadros de hipotonismo de bexiga. A bexiga é um local onde tem muitos receptores M3, que estão acoplados a Ptn Gq/11 e levam ao espasmo, auxiliando na micção. Porém o uso deste fármaco pode gerar cólica intestinal. Carbacol (CCh) – Parassimpaticomimético: utilizado na pesquisa básica. É um análogo não hidrolisável da Ach (não é hidrolisado pela AchE), possui ação em receptoresmuscarínicos e nicotínicos.. Pilocarpina – Parassimpaticomimético: encontrada como colírio. É um agonista parcial de receptores muscarínicos M3, causa espasmo e faz com que os músculos se aproximem e desobstruam o local de drenagem do líquido, utilizado para pacientes com glaucoma. • Se administrado por via oral pode causar intensas cólicas. Então as principais indicações relacionadas aos receptores muscarínicos são: asma, glaucoma, hipotonia de bexiga. Ipratrópio – Parassimpaticolítico: utilizado por via inalatória é antagonista de receptor muscarínico (se liga e não dispara resposta). Na traqueia há receptores M3 e a estimulação colinérgica pode levar ao espasmo e asma. Então o uso de Parassimpaticolíticos pode auxiliar na asma. Butilescopolamina (buscopan) – Parassimpaticolítico: antagonista de receptores muscarínicos atuando como antiespasmódico. Muito utilizado na cólica intestinal. Atropina – Parassimpaticolítico: diminui bradicardia causada por estimulação vagal, por antagonizar receptores muscarínicos no coração. A Atropina é um antagonista competitivo de receptor muscarínico, e é considerada uma substância PARASSIMPATICOLÍTICA, pois antagoniza as ações do parassimpático. Nos gráficos podemos observar que ao se adicionar Ach ocorre queda de PA, quando adiciona Ach + Atropina não há alteração de PA, confirmando que esta substância é antagonista competitivo de receptores muscarínicos, e ao se adicionar Ach em altas concentrações há aumento de PA devido ao estímulo de receptores nicotínicos. Toxina botulínica - Inibe a exocitose da Acetilcolina na fenda e dependendo da quantidade inibida, o indivíduo fica sem expressão facial, é um bloqueador ganglionar e bloqueia a transmissão neuromuscular Vesamicol - Medicamento que não permite que as vesículas de liberação se formem. A acetilcolina produzida é transportada para vesículas onde fica armazenada. O transporte da Ach na vesícula é mediado por um contra transportador de H+ e Ach, que é inibido pelo Vesamicol. Hemicolínio - Medicamento que não permite que o colina entre na célula. Impede a captação da Colina para a formação de uma nova molécula de acetilcolina. Acetilcolina em maiores quantidades Age em receptores Nicotínicos Quando se tem a liberação de muita acetilcolina ocorre ligação dessa Ach com neurônios noradrenérgicos e suprarrenal, que irão exocitar norepinefrina que irá aumentar a pressão arterial agindo em receptores adrenérgicos. Junção neuromuscular Após a exocitose da acetilcolina na junção neuromuscular, ela irá se ligar em receptores nicotínicos Nm presentes nas membranas das células musculares esquelética. Esses receptores são receptores ionotrópicos e estão relacionados com fluxo de íons sódio. Quando a acetilcolina se liga no receptor nicotínico ocorre mudança conformacional do canal que sai do estado não condutor para o estado condutor e com isso o influxo de íons sódio para dentro da célula. Esse influxo causa uma despolarização no miócito abrindo os VOCs de sódio, que vão despolarizar ainda mais a célula gerando uma onda despolarizante. Essa onda despolarizante segue até as invaginações denominadas de túbulo T onde estão presentes os retículos sarcoplasmáticos. Os retículos sarcoplasmáticos são estoques de cálcio presentes nos miócitos, e eles possuem canais de cálcio que controlam sua liberação no citoplasma. Esses canais são obstruídos por estruturas proteicas operadas por voltagem, os DHP (dihidropiridinicos), que bloqueiam a saída do cálcio pelos canais. Quando a onda despolarizante atinge esse DHP ele muda a sua conformação, e desobstrui os canais de cálcio liberando cálcio no citoplasma. O cálcio liberado se liga a troponina C, fazendo com que ocorra uma mudança conformacional da troponina, de modo a afastar a tropomiosina do sítio de ligação entre actina e miosina. A cabeça da miosina energizada se liga a actina e ocorre a contração. Bloqueadores da junção neuromuscular Existem fármacos que são bloqueadores da junção neuromuscular, são utilizados como adjuvantes anestésicos. Quando utilizados, o indivíduo perde o controle da musculatura estriada e precisam de suporte para ventilação, pois comprometem a respiração também. Eles podem ser divididos em dois grupos: Bloqueador não despolarizante Tubocurarina: antagonista competitivo de receptor nicotínico. Quando é introduzida se liga ao receptor e não dispara uma resposta. • Não é absorvida pelo trato gastrointestinal • Este composto promove relaxamento da musculatura estriada. • Este quadro pode ser revertido com inibidores da acetilcolinesterase ou anticolinesterasicos (AchE). Pois aumenta a concentração de Ach na fenda, tendo maior probabilidade de a Ach se ligar. Bloqueadores despolarizantes Suxametônio: agonista de receptor nicotínico (se liga e dispara resposta). Causa despolarização persistente. • Inicialmente faz com que o VOC se abra e haja influxo de sódio, mas por ser persistente o VOC fica na forma inativa e o potencial de ação não é propagado. Portanto é um bloqueio por despolarização persistente. • A introdução desse fármaco induz um espasmo inicial denominado de fasciculação. • Paciente após a cirurgia reclama de dor por conta das microrrupturas de filamentos • Um agente colinesterásico potencializa o bloqueio despolarizante. Agentes Anticolinesterásicos São inibidores enzimáticos da colinesterase, e são responsáveis por aumentar a acetilcolina na fenda. Um anticolinesterásico reverte um bloqueio despolarizante, pois ele aumenta Ach na fenda. São divididos em organofosforados e carbamatos, e dependendo da substância que foram derivados, podem ser: Reversíveis Carbamatos Fisostigmina • É lipossolúvel e bem absorvido por VO, utilizado em quadros de miastenia gravis, porém como aumenta Ach não apenas na Junção Neuro Muscular, mas em todo o organismo nem sempre é utilizado. Neostigmina • São hidrossolúveis e não atravessam a barreira hematoencefálica, não tendo ação central, porém é pouco absorvido por VO. Utilizado em quadros de miastenia gravis Irreversíveis São utilizados como pesticidas e armas químicas. Organofosforado - gás sarin utilizado como arma química. • Gás sarin: Inibidores da colinesterase aumenta a concentração de Ach por não ter a hidrolise. TRANSMISSÃO NORADRENÉGICA - SIMPATICOMIMÉTICOS E SIMPATICOLÍTICOS O SNA simpático media as ações do organismo de luta e fuga através de duas substâncias que são ligantes endógenos e agonistas plenos: Noraepinefrina (NE) e a Epinefrina (Epi). Síntese A NE e Epi são catecolaminas (possuem um grupo catecol e uma cadeia lateral de amina) sintetizadas e degradadas no organismo com a ação de mediadores enzimáticos. A NE é produzida por neurônios noradrenérgicos e possui como precursor a tirosina que é um aminoácido essencial produzida a partir da fenilalanina. A tirosina pode ser captada pelo neurônio e convertida em DOPA pela enzima tirosina hidroxilase, depois a DOPA sofre ação da DOPA descarboxilase e forma a Dopamina. A dopamina forma a Noraepinefrina/Noradrenalina com a ação da dopamina β-hidroxilase (adiciona hidroxila). A NE pode sofrer ação da feniletanolamina N-metiltransferase e formar a Epinefrina/Adrenalina. A NE possui apenas 1 hidroxila a mais que a dopamina, fazendo com que a dopamina apenas se ligue em receptores D1, D2 e D3 (metabotrópicos), mas dependendo de sua concentração no organismo, também é capaz de estimular receptores noradrenéricos. O aumento na concentração dos ligantes faz com que se tornem inespecíficos. O ATP pode ser considerado agonista de receptor, sendo capaz de estimular receptores purinérgicos (metabotróicos ou ionotrópicos), atuando como pré- agregante na coaguação plaquetária. SecreçãoDepois de serem produzidas, a NE e Epi são armazenas em vesículas presentes nas regiões terminais dos axônios dos neurônios, sendo secretadas quando acontecer um estímulo pelo SNA simpático. Quando ocorrer propagação do PA nesse neurônio, haverá a abertura dos VOCs de Cálcio presentes nas regiões terminais, isso irá aumentar o influxo de cálcio, aumentando sua contração intracelular. O cálcio no citoplasma se liga as vesículas contentando NE ou Epi, e as ancoram na membrana plasmática, liberando o neurotransmissor. Esses dois ligantes endógenos quando liberados atuam estimulando adrenoceptores que podem ser α ou β. Esses adrenoceptores são receptores metabotrópicos, isto é, acoplados a proteína G. A NE pode atuar em receptores pós-sinápticos como α1, β1, β2, β3, que são acoplados a proteína Gs, mas quando está presente em grandes quantidades na fenda sináptica, também pode atuar em receptores dos neurônios que a secretaram (Neurônios pré- sinápticos) sendo esses os receptores α2 que estão acoplados a proteína Gi, logo inibem a Adenilato ciclase, diminuindo a produção de AMPc e a ativação da PKA, portanto não haverá fosforilação dos canais de cálcio, diminuindo a concentração de cálcio intracelular, o que vai diminuir a exocitose a Noradrenalina. • PKA em neurônio e em cardiomiócito fosforila canal de cálcio, fazendo com que ele fique aberto por mais tempo. • Esse mecanismo é muito importante para controlar a concentração na fenda. • A clonidina é um importante anti-hipertensivo em gestantes, ela é um agonista α2. Captação Quando a NE é exocitada ela aumenta sua concentração na fenda, o que é um estímulo para a diminuição da sua concentração. Ela pode ser retirada da fenda através de processos de captação. Captação 1 - A NE interage com uma proteína presente na membrana das células pré-sinápticas que provoca sua internalização novamente no neurônio pré- sináptico. Quando está livre no citoplasma pode sofrer ação da MAO (monoamino oxidase) ou do carreador monoamino vesicular (cMAV). • A MAO é uma enzima que oxida monoaminas como a NE e a Epi, permitindo a degradação desses neurotransmissores; • O carreador monoamino vesicular (cMAV) é capaz de colocar a NE presente no citoplasma, novamente dentro da vesícula podendo promover a sua exocitose novamente. Quando o cMAV coloca a NE dentro da vesícula também garante que não seja oxidada pela MAO. Captação 2 - O neurônio pós-sináptico também pode captar a NE através de uma proteína transportadora, depois de internalizada a NE é degradada pela ação da enzima COMT (catecol-orto-metiltransferase), que degrada catecolaminas. Nessa captação 2 a NE não pode ser armazenada em vesículas. Dependendo da quantidade de NE ambas as captações podem acontecer, quanto maior a concentração mais chance de ocorrer as duas. Receptores e afinidade Adrenoceptores são estimulados por 3 agonistas de ação direta, Noradrenalina, Epinefrina (ambos endógenos) e Isoprenalina (exógenos) O receptor Alfa possui maior afinidade por Noradrenalina, depois por Epinefrina, seguido de Isoprenalina. O receptor Beta possui maior afinidade por Isoprenalina, depois Epinefrina e depois Noradrenalina. Ações nos receptores: Receptor Beta Estimular receptor beta em músculo liso reduz a concentração de cálcio. Em músculo liso a PKA fosforila MLCK, canais de potássio e a cálcio ATPase (aumentando a captação de cálcio para o reticulo). Estimular receptor beta em musculo estriado aumenta a concentração de cálcio. Em musculatura estriada, a PKA fosforila os canais de cálcio deixando-os abertos, ocorrendo a contração. Receptor Alfa Receptor α1 – Associado à Gq/11 Receptor α2 – Associado à Gi Fármacos Simpaticolítico: possui ação contraria do simpático, ou seja, são antagonistas competitivos de receptor. Simpaticomimético: mimetiza a ação do simpático. • Ação Direta: de modo geral, são substâncias que atuam como agonistas de adrenoceptores nas células efetoras. • Ação indireta: aumentam a concentração da NE na fenda sináptica de forma indireta. o Ex: Inibidores da MAO, inibidores da Captação 1, cocaína. • Ação mista Simpaticomiméticos de Ação INDIRETA Mimetiza a ação do simpático por aumentar a concentração da noraepinefrina na fenda sináptica Cocaína: inibe a receptação 1 de NE aumentando este neurotransmissor na fenda sináptica, estimulando receptores α1 deixando a pupila dilata, aumentando a PA. Quando esta substância é aspirada ela promove vasoconstrição, reduzindo o aporte sanguíneo na região do nariz e podendo levar a necrose, pois o tecido do nariz/ cartilagem já é pouco vascularizado. Receptor α1 Receptor β1 Antidepressivos: podem ser inibidores da MAO, aumentando a concentração de NE na vesícula e diminuindo sua oxidação. Imipramina: antidepressivo usado para tratar dor neurogênica, dor reumatológica, atua inibindo a receptação 1, consequentemente aumentando a NORA na fenda. Simpaticomiméticos de Ação MISTA porém o componente indireto é mais importante: Anfetamina entra na terminação nervosa através da recaptação 1 e penetra nas vesículas sinápticas via cMAV, em troca com a NE, que se acumula no citosol. Parte da NE é degradada pela MAO no interior da terminação nervosa, enquanto outra parte escapa, em troca com a anfetamina através do transportador de norepinefrina da receptação 1, atuando então em receptores pós-sinápticos. • A anfetamina também reduz a recaptura de NE através do transportador, potencializando assim a ação da NE liberada. • Inibe em certa quantidade a MAO A TIRAMINA e a EFEDRINA possuem o mesmo mecanismo de ação. Efedrina: além desses efeitos, quando é exocitado pela vesícula pode se ligar em receptor alfa 1 de vaso promovendo vasoconstricção e diminuindo o extravasamento de liquido. Usado como DESCONGESTIONANTE NASAL Tiramina • Entra pela Recaptação 1 • Promove saída da NE da vesícula, a qual fica livre no citosol • Inibe receptação 1 • Atua em receptor alfa 1 presente em vasos sanguíneos. A tiramina é uma monoamina que pode ser encontrada em grande quantidade em queijos e vinhos, principalmente queijos amarelos e vinhos tintos. Ao ingerir estes alimentos a tiramida é absorvida pelos enterócitos e é oxidada pela MAO presente nessas células. O restante que não é oxidado cai na circulação enterohepática e vai para os hepatócitos que também possuem a enzima MAO. Então a tiramina acaba não chegando até a circulação sanguínea. Porém pacientes depressivos que utilizam inibidores da MAO não devem ingerir estes alimentos e utilizar medicamentos com tiramina (interação proibitiva), pois podem potencializar o efeito da tiramina tendo picos de Pressão Arterial. A isso se dá o nome de “Reação ao Queijo”. Simpaticomiméticos de Ação DIRETA Atua como agonista de receptor • Salbutamol é um agonista de receptor β2 levando ao relaxamento de bronquíolos, • Fenilefrina - Agente midriático e descongestionante, pois esta droga é agonista de receptor α1. Simpaticolítico São substâncias que antagonizam as ações do simpático: Prazosin: atua como antagonista de receptor α1, para tratamento de hipertensão, causando vasodilatação e redução da resistência periférica. Reserpina: utilizada para terapia anti-hipertensiva, desloca a NORA da vesícula para o citoplasma, que é oxidada pela MAO, diminuindo a sua concentração na fenda. Esta droga pode desenvolver depressão, então não é mais utilizado em humanos, apenas na pesquisa clínica. Propranolol: é um beta bloqueador, antagonista de β1 e β2, utilizado para terapia anti-hipertensiva, pois diminui a FC e reduz a liberação de renina. Nunca deve ser utilizado em pacientes asmáticos. HIPERTENSÃO ARTERIAL O desequilíbrio da pressão arterial pode comprometera qualidade de vida e causar a abreviação dela. Muitas vezes, dependendo do quão aumentada a PA está, pode ser assintomática. É classificada e tratada de acordo com os estágios. Para o estágio I a monoterapia é suficiente, estágios II e III necessitam ser tratadas em associações. As associações podem ser: Utilização de 2 princípios ativos de classes diferentes, como por exemplo um diurético e um inibidor da ECA, são medicamentos que agem por mecanismos diferentes, ou seja, diferem na farmacodinâmica Utilização de 2 princípios ativos da mesma classe, como por exemplo dois diuréticos, possuem o mesmo mecanismo, ou seja, diferem apenas na farmacocinética (Podem ter T máx. diferentes). A Hipertensão pode afetar principalmente rins e coração (cardiomegalia – aumento na força de contração). Complicações • Acidente vascular hemorrágico • Acidente vascular isquêmico • Doença cardíaca (tanto cardiomegalia quanto doença cardíaca coronariana) • Insuficiência renal Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, para adultos consideram-se pressões ELEVADAS igual ou superior 140 mmHg de máxima e 90 mmHg de mínima. Para controle é importante a redução de peso, diminuição na ingestão de cloreto de sódio, isto porque o NaCl é osmoticamente ativo, promovendo um aumento de água dentro do vaso sanguíneo, aumentando a volemia, e piorando a Hipertensão arterial. Classificações Primárias ou essenciais (95% dos casos) Essas possuem fisiopatogenia não esclarecida (causa não conhecida) Fatores Genéticos e Ambientais • Hereditariedade • Idade • Raça • Peso • Bebida alcoólica • Sedentarismo • Tabagismo (nicotina age em neurônios noradrenérgicos e estimula liberação de Noradrenalina) • Excesso de Sal • Estresse Obs.: Produtos Light: menor concentração de determinada substância. Produtos Diet: não apresenta determinada substância. • Ex: Sal light tem NaCl e KCl e Sal diet tem apenas KCl KCl - Não apresenta osmolaridade ativa e aumenta a atividade da bomba sódio potássio, logo não aumenta a pressão arterial. Secundarias ou não essenciais (5% dos casos) Estas possuem fisiopatogenia esclarecida/causa identificável (o que não quer dizer que é possível tratar). Fatores Responsáveis • Doença renal • Drogas (estrógeno e progesterona) • Excesso de secreção de aldosterona • Excesso de secreção de catecolaminas • Outras doenças endócrinas • Gravidez Consequência da Pressão Alta Aumento da massa muscular do coração (risco de infarto, angina, arritmia), obstrução de artérias (aterosclerose), insuficiência renal, aumento do risco de derrame, comprometimento da visão. Controle da Pressão Arterial Curto prazo Possui um mecanismo de reflexo que é regulado pelos barorreceptores localizados no arco aórtico e seios carotídeos, que são sensíveis à variação de pressão. O controle em curto prazo não é modulado farmacologicamente. Quando há o aumento na pressão arterial, ocorre um maior estiramento dos barorreceptores. Os barorreceptores estirados ativam o nervo vagal, o sinal percorre até o bulbo que promove a ativação do sistema parassimpático que vai liberar acetilcolina causando bradicardia e consequentemente queda na pressão arterial. Quando há queda na pressão arterial, ocorre um menor estiramento dos barorreceptores. Os barorreceptores menos estirados enviam o sinal para o bulbo que irá ativar o sistema simpático liberando noradrenalina causando taquicardia e vasoconstrição, consequentemente aumento na pressão arterial. Longo Prazo A modulação ocorre pelo Sistema Renina Angiotensina Aldosterona ou SRAA. Este sistema responde quando ocorre perda/queda prolongada da PA, por mais de 4 dias. É um sistema sempre hipertensor e é modulado farmacologicamente. Quando ocorre redução do filtrado glomerular, isso estimula as células justa glomerulares da mácula densa a secretarem renina (enzima) no sangue. Esta renina age sobre o angiotensinogênio, tendo como produto a angiotensina I que já tem efeitos fisiológicos, porém fracos, como vasoconstrição leve (aumenta PA). A angiotensina I na região do pulmão entra em contato com a ECA (enzima conversora de angiotensina), que a converte em angiotensina II. • A angiotensina II é capaz de atuar sobre os receptores AT1 (acoplado a Proteína Gq/11) presentes em miócitos de arteríola e no córtex da suprarrenal. Quando a Angiotensina II se liga em receptores AT1 presentes em miócitos de arteríola promove a contração, ou seja, a vasoconstrição. • Ela faz isso também na arteríola eferente que sai da cápsula de bowman, promovendo assim um maior extravasamento de plasma na cápsula, aumentando o filtrado glomerular. Quando a Angiotensina II se liga em receptores AT1 do córtex renal estimula as glândulas adrenais a secretarem ALDOSTERONA. A aldosterona aumenta a retenção/reabsorção de sódio e a excreção de potássio, reduzindo a diurese (controle do filtrado glomerular), aumentando o volume sistólico (VS) e consequente aumento de PA. Tratamento da Hipertensão Arterial Não farmacológico Baixa ingestão de sódio, redução de peso, exercícios físicos, cessar tabagismo, diminuir o consumo de álcool, diminuir o estresse. Tratamento Farmacológico da Hipertensão Diuréticos: Representa 70% da prescrição para esta terapia, pois condensa 2 características de eficácia terapêutica e possui baixo custo. É utilizado de forma crônica. Depressores do SNA simpático: Podem ser de ação central, bloqueadores de neurônios adrenérgicos ou antagonistas de receptores adrenérgicos. Vasodilatadores de ação direta: Possuem indicação anti-hipertensiva restrita, normalmente esta classe de anti-hipertensivo não é utilizada como monoterapia. Podem disparar resposta compensatória. Inibidores/ Bloqueadores/ Antagonistas de canais de Ca⁺²: Em miócito de arteríola há muito canal de cálcio, se o fármaco bloquear o canal de cálcio ocorre diminuição do influxo deste íon. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA). Antagonista dos receptores AT1 e angiotensina II. Os anti-hipertensivos são usados em: • ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva) • Insuficiência Renal • Edema pulmonar • Hipertensão o Hipercalcemia o Cálculos renais Diuréticos Aumentam a diurese, ou seja, a eliminação de água pela urina, reduzindo o volume plasmático (volemia) e consequentemente o débito cardíaco (DC), levando a queda da PA. Os diuréticos podem ser: Diuréticos de ação direta nas células do néfron Causam natriurese que vai ser de maior ou menor grau dependendo da classe do medicamento. Natriurese é a excreção de sódio que é osmoticamente ativo pela urina, atraindo a água junto e promovendo sua eliminação. Diuréticos modificadores do filtrado glomerular Essas substâncias são osmoticamente ativas, podem ser administradas por via parenteral e ir para a cápsula de bowman, em seguida para os túbulos renais, onde não são reabsorvidos e ficam aprisionadas, atraindo água para o túbulo aumentando a diurese. Ex: Manitol, Sorbitol Ação direta Diuréticos de alça São os mais utilizados e possuem maior eficácia terapêutica; causam natriurese. Atuam inibindo o transportador Na⁺/K⁺/2Cl⁻ encontrado na membrana apical de células epiteliais renais no ramo ascendente da alça de HENLE. São capazes de provocar a excreção de 15 a 25% do Na+ existente no filtrado glomerular. Porém causam a diminuição de potássio no plasma causando uma Hipocalemia acentuada (calium = potássio). • Exs: Furosemida e Bumetanida. Hipocalemia pode causar Ritmo cardíaco anormal (disritmias), Fadiga, Paralisia Fraqueza ou espasmos musculares. Tiazidas Inibe a ação do transportador Na+/Cl- no túbulo distal com aumento de eliminação de Na+, Cl-, K+ e água. Causa também hipocalemia, porém
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