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FARMACOLOGIA

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FARMACOLOGIA 
FARMACOCINÉTICA 
Farmacocinética é o que o organismo faz com o 
fármaco e possui quatro etapas: 
Primeira etapa: ABSORÇÃO 
Processo de passagem do fármaco do local que ele foi 
depositado até a corrente sanguínea. A Absorção está 
relacionada com passagem por membranas 
biológicas. 
Existem alguns fatores que podem alterar a absorção 
de um fármaco, esses fatores podem estar ligados ao: 
• Fármaco 
• Local 
Fatores Ligados ao FÁRMACO 
Solubilidade 
O coeficiente de partição óleo/água do composto é 
muito importante para sua absorção, quanto maior o 
seu coeficiente óleo/água mais lipossolúvel é o 
fármaco, e de modo geral substâncias lipossolúveis 
são mais bem absorvidas. 
Forma farmacêutica 
Em geral, medicamentos líquidos são absorvidos mais 
rapidamente do que os comprimidos que precisão de 
dissolução 
Tamanho da molécula 
Moléculas menores com mesma solubilidade de 
maiores podem permear mais fácil e mais rápido a 
membrana. 
Velocidade de dissolução 
Características físico-químicas 
• Fármacos de Natureza esteroidal: são 
lipossolúveis e encontrados na forma 
molecular 
• Fármacos em forma de sal: em meio aquoso é 
encontrado na forma ionizada, são 
hidrossolúveis. 
• Ex: Dipirona-sódica (não esteroidal) 
A grande maioria dos fármacos possuem natureza 
ácida ou natureza básica 
Natureza Ácida: 
O fármaco pode ser encontrado tanto na forma 
Molecular (HA) quanto na forma ionizada. (H+ A-) 
Natureza básica: 
O fármaco pode ser encontrado tanto na forma 
Molecular (B) quando na forma ionizada (BH+) 
A forma molecular tanto da natureza ácida como 
básica é mais bem absorvida pois é mais lipossolúvel. 
Íons não atravessam camada FOSFOLIPÍDICA. 
Fatores ligados ao LOCAL de absorção 
Circulação Local 
O Aporte sanguíneo regional, ou seja, a vascularização 
pode otimizar o processo de absorção. 
Ex: pulmonar, anal, intestino. 
• Áreas de superfície de absorção: Pele: 1,7 m2, 
Pulmão: 70 m2, Trato gastrintestinal: 120 m2 
Mecanismos de transporte pela membrana 
Presença de alimentos/motilidade 
A presença de alimentos no intestino pode dificultar a 
absorção, pois pode haver competição de receptores 
entre o fármaco e a comida. 
A motilidade gastrointestinal também pode ser um 
problema, motilidade acelerada pode atrapalhar a 
absorção, motilidade lenta pode causar quadros de 
intoxicação. 
Antagonismo Farmacocinético: nesse tipo de 
antagonismo uma substância compromete uma das 
etapas farmacocinéticas de outra substância, 
reduzindo a sua biodisponibilidade. 
Ex: tetraciclina não pode ser ingerida com Leite, por 
conta da competição do cálcio e medicamento. 
pH 
Dependendo do pH do meio o fármaco pode ser 
encontrado mais na forma molecular ou na forma 
ionizada e isso pode determinar sua absorção, sendo a 
forma molecular mais bem absorvida. 
A Força ácida de um composto é determinada pela 
constante de ionização (Ka) (“capacidade de ionizar”). 
Ácidos fracos podem ser encontrados tanto na forma 
molecular (HA) quanto ionizada (H+ e A-). Ácidos fortes 
são encontrados quase que 100% na forma ionizada 
Quanto maior a constante de ionização do composto 
maior é a força ácida. Quanto MAIOR o valor de Ka 
menor é o pKA do composto e vice versa. 
A forma que o farmaco será encontrado é determinada 
pela equação de Handerson-Hasselbalch: 
 
 
 
Para substâncias de natureza ácida, quanto menor for 
o pH do meio, maior será a concentração do fármaco 
na forma molecular. 
Para substâncias de natureza básica, quanto maior for 
o PH do meio, maior será a concentração do fármaco 
na forma molecular. 
Vias de Administração 
É o modo pelo qual o medicamento é introduzido no 
organismo 
A diferença na absorção do fármaco entre as formas 
farmacêuticas é função da formulação e da via de 
administração 
Fatores que orientam a escolha da via de 
administração: 
Propriedades físicas e químicas da droga 
Se o princípio ativo é sólido / líquido / gasoso (volátil); 
solubilidade; estabilidade; pH; irritação (mucosa). 
 
 
Local de ação desejado (ação tópica ou sistêmica) 
No caso de ação tópica é aconselhado massagear a 
região com o fármaco, pois a massagem (atrito) 
aumenta o aporte sanguíneo (hiperemia) para o local e 
isso otimiza o processo de absorção. 
Velocidade e extensão de absorção da droga por 
diferentes vias (área de absorção), rapidez com que se 
deseja obter a resposta (rotina ou emergência) 
Algumas partes do corpo humano têm uma área maior 
ou menor de aporte sanguíneo e isso pode determinar 
o seu rápido acesso para o sangue. Ex.: Absorção pelo 
pulmão tem rápido acesso sanguíneo. 
Medicamentos líquidos funcionam de forma mais 
rápida, pois o comprimido precisa ser dissolvido para 
liberar o princípio ativo. 
Efeitos dos sucos digestivos e do metabolismo de 
primeira passagem sobre a droga 
Sucos Digestivos: dependendo da origem química do 
fármaco ele pode sofrer degradação antes de ser 
absorvido, por exemplo, se o fármaco tem origem 
proteica como a insulina, ele não pode ser 
administrado por via oral, pois as enzimas proteolíticas 
do estômago irão degradá-lo. 
Metabolismo de primeira passagem: corresponde à 
intensa modificação na estrutura química do fármaco 
com consequente redução de sua biodisponibilidade, 
o que pode fazer com que ele atinja a concentração 
plasmática da circulação sistêmica em uma faixa 
subterapêutica. 
Quando ingerimos o medicamento via oral, ele passa 
por todo sistema gastrointestinal até ser absorvido 
pelos enterócitos. Quando ele é absorvido no intestino 
o fármaco cai na circulação enterohepática, onde 
segue até o fígado e através da circulação sanguínea 
chega ao coração onde é distribuído sistematicamente 
para vários tecidos onde o fármaco pode agir em vários 
receptores presentes nas células. 
Porém para que o fármaco realize a ação desejada, ele 
precisa ser encontrado em uma biodisponibilidade 
adequada. 
Biodisponibilidade: é quantidade biodisponível, ou 
seja, é a quantidade disponível no organismo. 
Biodisponibilidade adequada: Corresponde a 
quantidade de fármaco disponível no organismo (na 
circulação sistêmica) capaz de exercer efeito 
terapêutico. A quantidade de fármaco presente no 
sangue que está na Janela terapêutica. 
 
Janela terapêutica: corresponde a uma faixa de valores 
de concentração plasmática delimitada pela 
concentração mínima efetiva e pela concentração 
máxima tóxica. É na janela terapêutica que se observa 
o efeito terapêutico. 
Faixa Subterapêutica: faixa de valores de 
concentração plasmática onde não se observa o efeito 
terapêutico. 
Concentração mínima efetiva: concentração mínima 
que deve ser atingida para se observar o efeito 
terapêutico. 
Concentração Máxima Tóxica: Concentração máxima 
aceitável a partir da qual observamos eventos 
relacionados à intoxicação. 
Efeitos Colaterais não tem relação com super 
dosagem, super dosagem está relacionado à 
intoxicação. 
Os medicamentos podem ter uma janela terapêutica 
estreita ou larga, e de modo geral quanto maior a 
janela terapêutica mais seguro é o fármaco. 
Exatidão da dose necessária (as vias IV e inalatórias 
podem proporcionar um controle preciso) 
Estado do paciente (inconsciente, com vômito) 
Dependendo do estado do paciente algumas vias de 
administração não são possíveis, como por exemplo, 
paciente que está inconsciente não dá para utilizar a 
via oral. 
Via PARENTERAL: exclusão da participação do 
intestino no processo de absorção. 
A via retal é uma ótima via de administração, pois é 
bastante vascularizada, e o fármaco quando é 
absorvido nessa região não passa por metabolismo de 
primeira passagem. 
Segunda etapa: DISTRIBUIÇÃO 
Processo onde ocorre o transporte do fármaco do local 
que ele foi absorvido ou depositado, para outros locais 
do organismo. 
A circulação sanguínea é a mais importante nesse 
processo, porém a rede linfáticatambém é utilizada. 
Pela lógica circulatória uma grande quantidade de 
fármaco vai para locais de maior aporte sanguíneo 
como coração fígado, rins e SNC. 
A imensa maioria dos fármacos são distribuídos ligados 
a proteínas plasmáticas. 
 
Essa ligação é uma ligação reversível, e dependendo do 
local a reação pode ocorrer em um sentido ou outro. 
Uma importante proteína plasmática na distribuição de 
fármacos é a albumina 
Albumina 
• Sintetizada no fígado 
• Tempo de meia vida de três semanas 
• Uma das proteínas mais importantes no que 
diz respeito a distribuição do fármaco 
• Liga-se principalmente às drogas ácidas 
Outras proteínas que também fazem parte: 
-Globulina: Liga-se principalmente a esteroides 
androgênicos e estrogênicos. 
Glicoproteína acida α-1: Liga-se principalmente às 
drogas básicas. 
Quando ocorre a absorção e a concentração do 
fármaco aumenta, ele tende a se ligar a proteínas 
plasmáticas; o complexo fármaco-proteína através da 
circulação sistêmica o leva para locais de menor 
concentração, e isso faz com que o ocorra uma 
dissociação desse complexo em proteína + fármaco 
livre. 
Para o fármaco sair da circulação ele precisa estar na 
forma livre, ou seja, sem estar ligado a proteínas 
plasmáticas; pois as proteínas plasmáticas não saem do 
vaso sanguíneo. 
Quando o fármaco está livre; ele pode se ligar a 
receptores celulares ou difundir membranas 
biológicas e dependendo do local (tecido alvo, outros 
tecidos) isso pode gerar o efeito terapêutico ou efeito 
colateral. 
É importante ressaltar que o fármaco entra a favor do 
gradiente químico. 
 
Sequestro de Fármacos 
O sequestro de fármacos ocorre quando a entrada no 
tecido foi tanta que isso reduziu a biodisponibilidade 
adequada, deixando o fármaco na faixa 
subterapêutica. 
Ex: A massa corporal (Gordura corporal) é um fator que 
interfere na distribuição do fármaco, isso porque 
dependendo da quantidade de tecido adiposo 
presente, ele pode atuar no sequestro de fármacos 
lipossolúveis. 
Outra situação de sequestro que pode ocorre é o 
fármaco se ligar a receptores ou moléculas e não se 
dissociar mais, reduzindo também a biodisponibilidade 
adequada, deixando o fármaco na faixa 
subterapêutica. 
Ex: a tetraciclina é um antibiótico que tem afinidade 
por íons de cálcio podendo se acumular em ossos. 
 
Situações que comprometem a distribuição do 
fármaco 
Hipoproteínemia 
SATURAÇÃO - Se o indivíduo tem hipoproteínemia, ou 
seja, redução de proteínas plasmáticas isso pode 
comprometer a distribuição de um fármaco, pois como 
tem pouca proteína o fármaco se liga e as proteínas 
saturam. 
Ingestão de Fármacos juntos: 
COMPETIÇÃO - A ingestão de dois fármacos diferentes 
que possuam o mesmo sítio de ligação de proteínas 
plasmáticas pode gerar competição 
Tanto na saturação quando na competição a 
concentração plasmática do fármaco livre fica alta, e 
mesmo com a posologia adequada pode causar 
quadros de intoxicação. 
Terceira etapa: BIOTRANSFORMAÇÃO 
É a transformação química de substâncias dentro do 
nosso organismo, e consiste na construção e 
degradação de substâncias, respectivamente, pela 
conversão enzimática. 
Diversos órgãos têm a capacidade de metabolizar em 
certo grau os fármacos através de reações enzimáticas. 
Assim, os rins, o trato gastrintestinal, os pulmões, a 
pele e outros órgãos contribuem para o metabolismo 
sistêmico dos fármacos. Entretanto, o fígado é que 
contém a maior diversidade e quantidade de enzimas 
metabólicas, de modo que a maior parte do 
metabolismo dos fármacos ocorre nesse órgão. 
O principal objetivo do fígado na biotransformação é 
aumentar a solubilidade do composto em água, a 
biotransformação na maioria das vezes está 
relacionada com a inativação do composto, porém 
pode também tornar a substância/fármaco bioativo ou 
tóxico para o corpo. Ou seja, a biotransformação tem 
por objetivo tornar os compostos mais hidrossolúveis 
para facilitar a movimentação no sangue e a sua 
excreção. 
Se a substância for um FÁRMACO ocorre bioinativação 
gerando como produto metabolitos inativos que 
possuem relação com eficácia terapêutica perdida. Já 
se a substância for um PRÓ-FÁRMACO ocorre 
bioativação tendo como produto o fármaco com 
eficácia terapêutica. O fármaco pode também sofrer 
biotransformação e continuar tendo eficácia 
terapêutica. 
Quanto maior for a biotransformação, menor será o 
tempo de efeito do fármaco, por outro lado, quanto 
menor for a biotransformação, maior será o tempo de 
efeito do fármaco. 
Nem todos os fármacos sofrem biotransformação. De 
modo geral substâncias lipossolúveis são mais 
biotransformadas que substâncias mais hidrossolúveis 
(eliminadas mais facilmente), isso porque os fármacos 
altamente lipofílicos podem penetrar mais facilmente 
nas células (inclusive nos hepatócitos), 
consequentemente, o fígado metaboliza 
preferencialmente os fármacos lipossolúveis. 
As reações de biotransformação são classificadas em 
dois tipos: reações de Fase I e de Fase II. 
Reações de Fase I 
• As reações de fase I incluem oxidação, redução 
ou hidrólise; porém a mais importante é a 
oxidação. 
• Os produtos da reação de fase I geralmente são 
quimicamente mais reativos; por isso, às vezes 
se apresentam mais tóxicos ou carcinogênicos 
que o fármaco original. 
• As reações de fase I são realizadas por sistema 
de enzimas monooxigenases denominadas de 
citocromo P450 
Citocromo P450 
• As enzimas do citocromo P450 são heme 
proteínas (conjugadas com grupo HEME) 
abrangendo uma grande família de enzimas 
relacionadas, porém distintas (cada uma 
chamada de CYP, seguida por um conjunto de 
números e uma letra). 
 
• Elas se diferenciam entre si pela sequência de 
aminoácidos, sensibilidade a inibidores, 
agentes indutores e na especificidade das 
reações que catalisam. 
• Atuam como monooxigenases 
• Citocromo P450 com isoformas diferentes 
podem ter ação sobre vários substratos 
diferentes ou pelo mesmo substrato 
Oxidação dos fármacos 
A oxidação dos fármacos pelo sistema monooxigenase 
P450 requer: 
• Fármaco 
• Enzima P450 
• Oxigênio molecular 
• NADPH e NADPH-P450 redutase 
O CP450 possui um grupo prostético em sua estrutura, 
o ferro férrico ou Fe³⁺ (Ferro oxidado), que possui 
pouca afinidade pelo oxigênio. 
• O CP450, que contém ferro férrico, combina-
se com uma molécula do fármaco (“FH”) e 
recebe um elétron da NADPH-P450 redutase, 
que reduz o ferro para Fe²⁺ (Ferro Ferroso), 
que possui grande afinidade pelo oxigênio. 
• Quando o Citocromo P450 está associado ao 
Fe²⁺, é combinado na sua estrutura um 
oxigênio molecular, um próton e um segundo 
elétron para formar um complexo Fe2+OOH + 
fármaco. 
• Esse complexo se combina com outro 
próton para produzir água e o complexo 
oxeno-férrico (FeO)3+ - FH. O ferro nessa 
etapa volta a ficar oxidado, ou seja, pouca 
afinidade pelo O2. 
• O (FeO)3+ liga o oxigênio ao fármaco formando 
um fármaco oxidado (“FOH”) que é solúvel em 
água, facilitando a sua excreção. A enzima 
P450 é regenerada e pode se ligar novamente 
ao fármaco. 
 
Reações de Fase II 
As reações da fase 2 são sintéticas (“anabólicas”) e 
incluem conjugação por enzimas transferase, que 
normalmente resulta em produtos inativos. Em certas 
ocasiões, a conjugação pode resultar em ativação 
metabólica de pró-fármacos. Os grupos mais 
comumente adicionados incluem glicuronato, sulfato, 
glutationa e acetato. 
A conjugação com o ácido glicurônico conhecida como 
glicuronidação é a conjugação mais comum e aumenta 
muito a solubilidade da substância em água 
• Quando há infecções bacterianas ou 
dependendo da microbiota do indivíduo, a 
bactéria pode ter enzimas glicuronidases que 
retiram o ácido Glicurônico do fármaco e este 
pode ser reabsorvido novamente. 
As reações de fase I normalmente introduzem na 
molécula um grupo reativo, como o grupohidroxila, 
um processo conhecido como “funcionalização”. Esse 
grupo serve de ponto de ataque para que o sistema de 
conjugação ligue um substituinte, como o glicuronídeo 
o que explica porque as reações de fase I precedem as 
reações de fase II. 
• Se o fármaco passar por essas duas reações, 
necessariamente ele tem que passar primeiro 
pela I e depois pela II. 
Substâncias muito hidrossolúveis podem ser 
excretadas sem ser biotransformadas, outras que não 
possuem tanta solubilidade em água podem passar 
pela reação 1 ou pela reação 2 e ser excretada ou 
podem passar primeiro pela 1 depois pela 2 e ser 
excretada 
 
A concentração de enzimas hepáticas possui um 
grande efeito sobre a biodisponibilidade do fármaco 
dentro do organismo: 
↑ Enzimas = ↑ Biotransformação = ↓ 
Biodisponibilidade, podendo deixar o fármaco na faixa 
subterapêutica. 
Isso pode acontecer pelo uso crônico de um fármaco 
ou substância (etanol), aumentando a produção de 
enzimas específicas contra ele, ou por um efeito 
cruzado. 
• Um exemplo de efeito cruzado é do 
anticoncepcional, que é um medicamento que 
não sofre muita biotransformação, por isso 
pode ser administrado via oral, mas se a 
pessoa começar a utilizar rifampicina, que é 
um grande indutor de enzimas hepáticas, de 
forma inespecífica, o anticoncepcional passará 
a sofrer uma intensa biotransformação, 
ficando com a sua concentração na faixa 
subterapêutica e não conseguindo mais 
exercer seu efeito. 
• Quando o indivíduo adquire tolerância ele não 
responde mais a terapia, e essa tolerância 
pode ser por indução enzimática. É utilizado 
pela farmacologia clínica para justificar perda 
de efeito por uso prolongado. 
↓ Enzimas = ↓ Biotransformação = ↑ 
Biodisponibilidade, podendo ficar na faixa de 
intoxicação. 
Isso pode acontecer pela utilização de substâncias que 
inibam a biotransformação, aumentando o efeito do 
fármaco, o que pode gerar um quadro de intoxicação. 
Muitos medicamentos não podem ser ingeridos com 
álcool, pois o álcool aumenta as enzimas de 
biotransformação presentes no fígado e isso aumenta 
a biotransformação do fármaco, e diminui sua 
biodisponibilidade, podendo colocar o medicamento 
na faixa subterapêutica. 
O fármaco livre, se tiver característica lipossolúvel, 
pode difundir pelo plano da membrana a favor do 
gradiente e, por afinidade, pode ficar armazenado no 
tecido adiposo. 
Tecido adiposo pode atuar como tecido de 
armazenamento de fármacos lipossolúveis, entretanto 
se este tecido adiposo for muito grande o tecido pode 
funcionar como tecido de sequestro de fármacos. 
• O armazenamento consiste na fração do 
fármaco que adentrou o tecido sem 
comprometer a biodisponibilidade adequada. 
À medida que a concentração do fármaco na corrente 
sanguínea diminui, o fármaco armazenado pode 
retornar à circulação sanguínea, prolongando a 
biodisponibilidade adequada do fármaco. Ou seja, o 
tecido de armazenamento pode prolongar o tempo de 
ação de um fármaco. 
Metabolismo de PRIMEIRA PASSAGEM: corresponde a 
uma intensa modificação na estrutura química do 
fármaco com consequente redução na sua 
biodisponibilidade, o que pode fazer com que ele atinja 
a concentração plasmática da circulação sistêmica em 
uma faixa subterapêutica. 
• A eliminação pré-sistêmica é a mesma coisa 
que metabolismo de primeira passagem, que é 
a biotransformação do fármaco antes que ele 
chegue no tecido alvo. 
EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM: Consiste na 
passagem do fármaco da luz intestinal para o fígado, 
por meio da veia porta, antes de atingir a circulação 
sistêmica, reduzindo a sua biodisponibilidade. 
Fatores que influenciam na biotransformação 
Ligados às pessoas 
• Indutores hepáticos 
• Doenças hepáticas 
• Grave desnutrição 
• Polimorfismo genético – Podem aumentar ou 
não a produção de enzimas hepáticas e isso 
pode determinar quadros de efeitos 
subterapêuticos ou de intoxicação. 
• Idade (feto, recém-nascido, crianças e idosos) 
Ligados aos fármacos 
• Solubilidade 
• Tamanho da partícula 
• pKa 
• Natureza química 
Quarta etapa: ELIMINAÇÃO 
• Fármacos que são lipossolúveis precisam ser 
biotransformados para serem excretados 
Proteina + F ------------ [PF] ---------- Fígado 
(biotransformação) ------------ Metabólito ------------ 
Sangue ------------ Excreção renal 
Parte do fármaco absorvido é direcionado ao fígado 
através da circulação, onde poderá sofrer 
biotransformação sendo transformado em metabólito 
e sendo excretado pela urina. Alguns fármacos que são 
hidrossolúveis, não são biotransformados para serem 
excretados, eles são direcionados diretamente para os 
rins. 
Tempo de meia vida do fármaco 
Tempo necessário para que haja a redução da 
concentração do fármaco em 50% partindo da 
concentração máxima observada. Saber o tempo de 
meia vida é importante para prever o tempo de ação 
do fármaco. 
Constante de Eliminação (Kelim) 
O fármaco tem uma determinada Kelim que 
corresponde à fração de fármaco eliminada por uma 
unidade de tempo. 
• Quanto maior o Kelim menor é o tempo de 
meia vida do fármaco 
• Quanto menor o Kelim maior é o tempo de 
meia vida do fármaco. 
A constante de eliminação tem relação com: 
Característica química do fármaco 
Se o fármaco é mais hidrossolúvel ou lipossolúvel; 
Fármacos hidrossolúveis são mais rapidamente 
eliminados que os lipossolúveis, isso porque os 
fármacos hidrossolúveis em sua maioria não sofrem 
biotransformação. 
Número de compartimentos que o fármaco pode ser 
encontrado 
O fármaco pode ser encontrado em vários 
compartimentos, o compartimento Central, o tecido 
alvo, o tecido adiposo, outros tecidos. 
Compartimento central (compartimento único): é a 
soma do volume plasmático com o líquido extracelular 
dos tecidos altamente perfundidos (como pulmões, 
coração, fígado), onde a concentração da droga é 
difundida instantaneamente, ou seja, a concentração 
do fármaco no sangue. 
Vd (Volume de distribuição de fármacos) 
Volume no qual o fármaco pode ser distribuído. 
Um único fármaco pode ter mais de um tempo de meia 
vida, dependendo do número de compartimentos. 
Quanto mais compartimentos, maior será o tempo 
para eliminação desse fármaco. 
 
Compartimento Periférico: formado por tecidos de 
menor perfusão, este compartimento precisa de mais 
tempo para que seja atingido um equilíbrio de 
concentração. São tecidos como os músculos, a pele, 
tecido gorduroso, entre outros. 
Excreção 
Modo pelo qual as drogas são removidas do organismo 
A excreção de drogas ocorre de acordo com suas 
propriedades físico-químicas (hidrossolúvel, 
lipossolúvel, volátil). 
As 3 principais vias de excreção são: 
• Excreção Renal: Fármacos Hidrossolúveis 
• Excreção Pulmonar: Gases ou voláteis 
• Excreção Fecal: Sem absorção, lipossolúveis. 
 
Existem compostos que se ligam ao colesterol, assim 
ele irá ser eliminado nas fezes, diminuindo a 
Colesterolemia. 
A Excreção também pode ocorrer por lagrimas, leite 
materno, suor e saliva. Gestante não pode fazer uso 
de automedicação para que o fármaco não seja 
excretado durante a lactação e prejudique o neonato. 
Excreção Renal 
• Filtração glomerular (apenas substâncias 
combinadas com moléculas grandes, como 
proteínas, não são filtradas) 
• Secreção tubular ativa (ácidos e bases fracas, 
logo são excretados mais rapidamente) 
• Secreção tubular passiva (difusão) 
Reabsorção e Excreção 
O pH da urina pode interferir na reabsorção e excreção 
do fármaco, dependendo da natureza do fármaco e do 
pH da urina isso pode otimizar o processo de excreção 
ou reabsorção. 
Fármacos de natureza ácida tem melhor EXCREÇÃO na 
urina alcalina, pois ele fica na forma ionizada, tendo 
maior dificuldade de atravessas às membranas e ser 
reabsorvido. 
Fármacos de natureza ácida tem melhor REABSORÇÃO 
em urina ácida, pois fica mais na forma molecular, 
tendo maior facilidadede atravessas às membranas e 
ser reabsorvido. 
Fármacos de natureza alcalina/básica tem melhor 
EXCREÇÃO na urina ácida, pois ele fica na forma 
ionizada, tendo maior dificuldade de atravessas as 
membranas e ser reabsorvido. 
Fármacos de natureza básica tem melhor 
REABSORÇÃO em urina alcalina, pois fica mais na 
forma molecular, tendo maior facilidade de atravessas 
às membranas e ser reabsorvido. 
Substâncias lipossolúveis são reabsorvidas após 
filtração (não sofrem boa excreção renal), pois tem alta 
capacidade de permear membranas biológicas. Mas 
isso dificilmente acontece, pois geralmente o fármaco 
é biotransformado no fígado, tornando-o mais 
hidrossolúvel. 
 
Excreção biliar ou fecal 
A passagem do fármaco do sangue para a vesícula biliar 
acontece por transporte ativo. 
Substâncias excretadas pela bile podem ser 
reabsorvidas na mucosa intestinal. Ex: digitoxina, 
morfina, diazepam. 
Algumas drogas conjugadas principalmente com ácido 
glicurônico podem ser hidrolisadas (glicuronidases) no 
intestino por bactérias, permitindo a reabsorção deles. 
Transportes com auxílio de transportador 
• Túbulo renal (absorção) 
• Trato biliar (absorção) 
• Barreira hematoencefálica (distribuição) 
• Trato gastrintestinal (excreção) 
O ácido úrico é produto do catabolismo da adenina e 
da guanina, e ele é transportado de forma ativa pelos 
túbulos, porém se é administrado um fármaco pode 
gerar competição pelo transportador para excreção e 
tem-se elevação da uricemia. 
 
Manutenção da biodisponibilidade 
Se dois compostos possuírem o mesmo princípio ativo, 
mas com excipientes diferentes, isso pode retardar o 
processo de absorção. 
• Também pode acontecer de ter dois 
medicamentos com princípios ativos 
diferentes, em que um é absorvido mais 
rápido que o outro. 
Dois fármacos são bioequivalentes quando possuírem 
a mesma forma farmacêutica, o mesmo excipiente, a 
mesma via de administração e terem suas taxas e a 
extensões de absorção iguais. 
Cmáx 
É a concentração máxima do fármaco no plasma 
Este parâmetro representa a maior concentração 
sanguínea alcançada pelo fármaco após administração 
oral, sendo, por isso, diretamente proporcional à 
absorção. Desta forma, depende diretamente da 
extensão e velocidade de absorção, porém, também da 
velocidade de eliminação, uma vez que está se inicia 
assim que o fármaco é introduzido no organismo. 
Vmáx 
É o tempo necessário para que a Cmax seja atingida. 
Este parâmetro tem íntima relação com a velocidade 
de absorção do fármaco e pode ser usado como 
simples medida desta. 
É alcançado quando a velocidade de entrada do 
fármaco na circulação é excedida pelas velocidades de 
eliminação e distribuição; absorção não pode, 
portanto, ser considerada completa neste estágio. 
 
Índice terapêutico 
O índice terapêutico de um fármaco é a razão entre a 
dose tóxica (DL) e a dose capaz de produzir a resposta 
clinicamente desejada, ou seja, a dose mínima efetiva 
(DE). 
Índice terapêutico = dose tóxica/dose efetiva 
• DL50 é a dose letal capaz de matar 50% da 
amostra (pessoas) 
• DE50 é a dose efetiva capaz de atingir 50% da 
amostra. 
 
Quanto mais distantes estiverem esses valores, mais 
seguro é o fármaco, pois a dose efetiva deve ser bem 
menor que a dose letal. 
✓ Quanto maior o IT, mais seguro é o fármaco. 
✓ Quando menor o IT, mais tóxico é o fármaco. 
 
NÃO existe DL menor que DE, isso significaria que a 
pessoa teria morrido antes do medicamento ter feito o 
efeito. 
Quanto mais próximo de 1,0 o valor dessa razão entre 
DL e DE, mais perigoso é o fármaco. 
Se uma substância/fármaco possuir o valor da Dose 
letal IGUAL ao de Dose efetiva, a razão entre esses 
números será igual a 1,0. Ou seja, o seu índice 
terapêutico igual a 1,0. Essa substância JAMAIS deverá 
ser utilizada como um fármaco pois a dose que mata é 
a mesma que exerce o efeito terapêutico. 
FARMACODINÂMICA 
Eficácia terapêutica x eficácia intrínseca 
• Eficácia terapêutica: exercer o efeito terapêutico 
observado 
• Eficácia intrínseca: capacidade que uma substância 
tem de disparar uma resposta 
Um fármaco pode ter eficácia terapêutica sem ter uma 
eficácia intrínseca. 
Ligantes endógenos como Ach, GABA e Insulina, 
possuem afinidade, ou seja, possuem capacidade de se 
associar e a eficácia Intrínseca (capacidade de disparar 
resposta) 
A norepinefrina se liga a um receptor alfa-1 na 
superfície da membrana dos miócitos (músculo), 
disparando um sinal que estimula a vasoconstrição 
(ação hipertensiva). 
A prazosina é um fármaco que se liga ao mesmo 
receptor que a norepinefrina, mas ele NÃO POSSUI 
eficácia intrínseca, portanto não tem o disparo de um 
sinal. Ele é usado como anti-hipertensivo, pois se liga 
ao receptor sem disparar uma resposta, bloqueando-o 
e impedindo a ação da norepinefrina. A prazosina 
possui eficácia intrínseca igual à zero, e é classificada 
como um antagonista competitivo de receptor. 
Uma substância pode ter eficácia intrínseca igual a 
zero e apresentar eficácia terapêutica, isso é comum 
para substâncias denominadas de antagonistas 
competitivos de receptor. 
Agonista: 
• A epinefrina se liga a um receptor presente na 
membrana do miócito e do bronquíolo, 
promovendo o relaxamento. 
• O salbutamol é um fármaco agonista do 
receptor, se ligando ao mesmo receptor, 
disparando um sinal que também estimula o 
relaxamento, mimetizando a ação do ligante 
endógeno. 
Em resumo 
IT = DL50/DE50 
• Um agonista do receptor: tem afinidade, 
eficácia intrínseca e eficácia terapêutica que 
mimetiza a ação do ligante endógeno. 
• Um antagonista competitivo de receptor: tem 
afinidade, eficácia terapêutica, mas NÃO TEM 
eficácia intrínseca, pois impede a ligação do 
ligante endógeno com o receptor. 
• Eficácia intrínseca pode ou não estar associada 
ao efeito terapêutico. 
Potência x Eficácia terapêutica 
Potência: quantidade de fármaco de que se necessita 
para produzir um efeito, como por exemplo, aliviar a 
dor ou diminuir a pressão arterial. A quantidade de 
fármaco geralmente é dada em miligramas. 
Para comparar a potência entre dois fármacos: de 
DOSES DIFERENTES e efeitos iguais 
• Se uma substância A produz seu efeito a partir 
da administração de uma dose de 5mg/kg e 
uma substância B produz o mesmo efeito a 
partir da administração de uma dose de 
10mg/kg, significa que a substância A tem uma 
potência maior do que a substância B, pois 
com uma dose menor consegue produzir o 
mesmo efeito que a substância B. 
Um fármaco com maior potência não é 
necessariamente melhor que outro. Quando os 
médicos julgam as qualidades relativas dos fármacos, 
consideram muitos fatores, como o perfil dos efeitos 
secundários, a toxicidade potencial, a duração do 
efeito e, por conseguinte, o número de doses diárias 
requeridas, e o seu custo. 
Eficácia terapêutica: refere-se à resposta terapêutica 
máxima que um fármaco pode induzir em uma 
determinada dose 
• Para comparar a eficácia terapêutica entre dois 
fármacos: doses iguais, efeitos iguais 
Se uma substância A produz 100% do seu efeito a 
partir da administração de uma dose de 10mg/kg e 
uma substância B produz 50% efeito a partir da 
administração de uma dose de 10mg/kg, significa que 
a substância A tem uma eficácia terapêutica maior do 
que a substância B, pois com a mesma dose ela 
consegue produzir um efeito maior que a substância B. 
• Por exemplo, o diurético furosemida elimina 
muito mais NaCl e água pela urina que o 
diurético clorotiazida. Por isso a furosemida 
tem maior eficácia, ou efeito terapêutico, que 
a clorotiazida. Tal como a potência, a eficácia 
é um dos fatores que os médicos consideram 
ao selecionar o fármaco mais apropriado para 
um paciente. 
 
Quando um medicamento é administrado diariamente, 
com o intuito de deixar a concentração plasmática dele 
no nível da faixa terapêutica. É ditoque a concentração 
está em um estado estacionário. Medicamentos 
crônicos buscam o estado estacionário. 
• Alguns fármacos possuem um elevado tempo 
de latência, que é o tempo entre o início da 
administração e o início do efeito terapêutico. 
E dependendo da forma farmacêutica, pode 
haver uma liberação do fármaco de forma 
convencional ou prolongada. 
• Um exemplo são alguns depressivos, que 
podem demorar algumas semanas para ter o 
efeito terapêutico mesmo estando em uma 
biodisponibilidade ideal logo nos primeiros 
dias. 
Alguns fármacos mesmo sendo encontrados na 
biodisponibilidade adequada não possuem efeito 
imediato. Dependendo da condição do paciente pode 
ser feito uma dose de ataque. 
• Dose de ataque tem relação com uma dose 
elevada para atingir rapidamente a 
biodisponibilidade, seguida por outras doses 
menores para manter essa biodisponibilidade. 
Porém isso só pode ser feito com 
medicamentos que possuem uma janela 
terapêutica larga. Essa tática é comum no uso 
de antimicrobianos, quando está em quadros 
graves de infecção. 
INTERAÇÃO DROGA-RECEPTOR 
Aspectos quantitativos das interações 
fármaco-receptor 
O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da 
ligação fármaco–receptor. Na farmacologia básica é 
comum a avaliação quantitativa da substância próxima 
ao sítio de interação. 
• É a avaliação da eficácia intrínseca (capacidade 
de disparar resposta) e da afinidade 
(capacidade de se ligar). 
É muito comum esta avaliação em preparações 
biológicas isoladas e (hoje) em estudos pré-clínicos, 
feitos em ratos, camundongos, cobaias etc. As 
preparações biológicas envolvem a remoção de tecidos 
(ex: aorta, leito do mesentério, traqueia, brônquio, íleo 
do intestino, estômago, útero, coração, músculo 
estriado...) e isolamento destes para a análise. Esta 
análise é feita in vitro com o objetivo de avaliar a 
reposta da substância que está sendo testada. 
Para estes testes o mínimo de variáveis deve interferir 
no estudo, as condições do órgão estudado devem ser 
mimetizadas para que se tenha condições semelhantes 
do organismo. Para a solução mimetizar o meio em que 
o tecido estava, 3 pontos precisam ser observados para 
cada tecido: 
• Composição (concentração de H+, Na+, K+, 
Ca2+, Mg2+, Cl, tampão). 
• Temperatura 
• Aeração 
Obs.: o músculo liso é bastante utilizado para 
preparações biológicas porque possue grande 
variedade de receptores. 
Para as preparações biológicas é comum termos 
chamadas de banhos que comportam de 5 a 10 ml, 
com sistema de registro, local de entrada e saída da 
solução, alças de aço inoxidável, serpentina para 
controle da temperatura e local para aeração. 
 
Banhos e transdutores de força 
O animal é sacrificado para poder pegar o tecido/órgão 
em que o fármaco será testado. Esse material é limpo 
e preparado, sendo colocado em uma solução nutritiva 
com temperatura e pH adequado para ele se estabilizar 
(demora cerca de 2 horas). Depois esse tecido é 
colocado em um poço onde tem uma substância que 
mimetiza o local que ele estava dentro do corpo do 
animal e é tensionado, permitindo a leitura das 
alterações dele. 
Quando iniciamos um procedimento experimental 
com curvas concentração-resposta, qual deve ser o 
primeiro cuidado a ser tomado? 
A primeira coisa que precisa ser feita é ver se a célula 
está viva e responsiva 
Isso poderia ser feito através de um ligante conhecido, 
mas isso acaba sendo muito caro e pode comprometer 
os receptores presentes na membrana do tecido. 
Outra maneira é dar um estímulo para o tecido reagir, 
como uma contração muscular 
• Para isso é utilizada uma solução de íons de 
cloreto de potássio, com concentração 
aproximadamente de 30 a 50 milimolar, 
promovendo a despolarização da célula 
excitável por fluxo de íons. Assim os VOCs de 
cálcio irão se abrir, permitindo a entrada dele 
na célula, resultando na contração muscular. 
Esse método é denominado de acoplamento 
eletromecânico. 
• Como aqui é só um pedaço do tecido que está 
sendo usado, a contração continuará até os 
íons de potássio e cloro serem retirados por 
alguém, por isso a solução sempre terá que ser 
lavada ao final do teste, zerando a contração. 
Chegou uma substância X no seu laboratório é foi 
pedido para você construir a curva concentração-
resposta dela. Como você faria? 
Após preparar o tecido e averiguar que ele está vivo e 
responsivo, adiciona-se uma determinada quantidade 
da substância/fármaco na solução, calculando a 
concentração do fármaco nela. 
Iria adicionando cada vez mais dessa substância a 
solução, verificando a sua curva de concentração 
resposta. 
Quando essa chegasse ao seu incremento total (onde a 
resposta não muda mais), saberia que cheguei ao 
efeito máximo (Emáx) que aquele fármaco pode 
exercer. 
Curva cumulativa: quando a substância vai sendo 
adicionada a solução em que o tecido está sem que 
haja uma lavagem dela, fazendo com que a 
concentração da substância na solução seja crescente, 
permitindo chegar até o Emáx. 
Emáx: é o efeito máximo que uma substância pode 
causar (avalia a eficácia intrínseca) 
Amplificação da resposta 
- É a amplificação do sinal 
do receptor para as outras 
proteínas, reações 
bioquímicas que ocorrem 
no interior das células. 
Para avaliação da 
afinidade e eficácia intrínseca utiliza-se um gráfico de 
resposta por concentração (ou seja, gráfico de curva 
concentração resposta). A concentração do fármaco 
geralmente é utilizada e colocada em escala 
logarítmica para uma maior variação e para que o 
100% de resposta seja atingido, ou seja, para que o 
Emáx seja atingido. Quando se faz uma curva resposta 
em escala logarítmica tem-se como curva resultante 
uma sigmoide simétrica. 
CE50: É a concentração 
efetiva para disparar 50% 
da resposta do tecido 
(avalia a afinidade da 
proteína ao ligante) - 
Essa avaliação também 
pode ser feita utilizando a concentração do fármaco 
em escala linear. Quando se faz uma curva resposta 
em escala linear tem-se como curva resultante uma 
Hipérbole retangular. 
Agonistas e antagonistas 
Agonista - Apresenta eficácia intrínseca (Emáx) ou 
positiva sendo pleno ou parcial. 
Agonista pleno ou total: dá o máximo de resposta que 
a preparação pode oferecer – Apresenta eficácia 
intrínseca. 
Agonista parcial: não atinge o máximo de resposta que 
a preparação pode oferecer (submáxima). – Apresenta 
eficácia intrínseca. 
COMPARANDO com a curva de REFERÊNCIA temos 
que: 
 
A e E: Agonistas totais (atingem Emáx). 
B, C e D: Agonistas parciais (não atingem Emáx). 
A: mesma eficácia da referência, maior afinidade (CE50 
menor). 
B: menor eficácia, menor afinidade. 
C: menor eficácia (E. máx. ↓), maior afinidade (CE50 
menor). 
D: menor eficácia e menor afinidade 
E: mesma eficácia e menor afinidade. 
Receptores: os receptores podem estar em repouso (R) 
ou em sua forma ativa (R*), levando a resposta celular. 
Para que ele saia de repouso para a forma ativa 
ocorrem mudanças conformacionais (interconversão). 
Um agonista pleno se liga aos receptores ativos, 
aumentando a conversão dos que estão em repouso 
para o estado ativo, e é capaz de disparar uma resposta 
máxima do tecido. 
Um agonista parcial se liga aos receptores ativos, 
aumentando a conversão dos que estão em repouso 
para o estado ativo, é capaz de dispara uma resposta 
submáxima do tecido. 
Um agonista inverso se liga aos receptores em 
repouso, aumentando a conversão dos que estão 
ativos para o estado de repouso, diminuindo a resposta 
celular, pois diminui a quantidade de receptores ativos. 
Um antagonista competitivo do receptor se liga aos 
receptores ativos e em repouso, mas possui uma 
eficácia intrínseca igual à zero, bloqueando e 
impedindo a ligação de um agonista a eles. Não tem, 
pois não dispara resposta, porém isso não significa que 
ele não exerce o seu efeito terapêutico.• Ele também é reversível, portanto, pode se 
desconectando dos receptores. 
• Por se ligar aos receptores ativos e em 
repouso, ele não altera a Inter conversão entre 
eles, por isso, não altera a resposta basal, por 
isso não a um deslocamento da resposta. 
Um antagonista não competitivo do receptor 
BLOQUEIA alguma etapa da cadeia de eventos que leva 
a produção de uma resposta por um agonista, podendo 
ser por uma ligação aos receptores, não no sítio de 
ligação do agonista, mas em outro lugar, promovendo 
uma mudança conformacional dele e impedindo que o 
agonista se ligue. 
• Ele é irreversível, se conectando por ligação 
covalente e não se desligando mais. 
 
 
Os agonistas possuem uma resposta positiva, 
aumentando a resposta pelo organismo. Os 
antagonistas possuem uma resposta negativa, 
diminuindo a resposta pelo organismo. 
A faixa de valores precisa ser muito grande, pois dentro 
do nosso corpo nós liberamos pequenas quantidades 
de ligante endógenos e nunca trabalhamos com 
resposta total. 
Proponha um experimento que permita o 
pesquisador concluir de forma irrefutável que a 
substância em análise seja um antagonista 
competitivo de receptor 
É feito um protocolo inicial com um agonista 
conhecido, construindo a curva concentração resposta. 
Depois é feita a lavagem da solução e a incubação do 
tecido com o antagonista. Depois é adicionado o 
mesmo agonista e uma nova curva é feita. 
• Se for um antagonista competitivo, será 
observado um deslocamento da curva para a 
direita, pois é necessária uma maior 
concentração para que o agonista exerça seu 
efeito máximo. 
 
• Se for um antagonista não competitivo ou 
irreversível, não adianta aumentar a 
concentração do agonista, pois algum ponto da 
sinalização foi bloqueado; ou a ligação entre o 
antagonista e o receptor não pode ser desfeita 
não havendo resposta; ou tendo respostas em 
baixas quantidades, dependendo da 
concentração do antagonista. 
 
• Nesse caso NÃO TEM um deslocamento da 
curva para a direita e sim um 
achatamento/Abalamento dela. 
 
Mecanismos de sinalização intracelular 
• Também chamada de farmacodinâmica 
• O fármaco mimetiza ou antagoniza o efeito de 
ligantes endógenos 
Os ligantes endógenos podem ser divididos, pelo seu 
coeficiente de partição de óleo/água. 
• Ligantes Hidrossolúveis - Receptores de 
superfície 
• Ligantes Lipossolúveis - Receptores 
intracelulares 
Os receptores de superfície de membrana plasmática 
são proteínas e são divididos em três grupos 
Receptores ionotrópicos (acoplados a canais iônicos) 
Relacionado a eventos excitatórios ou inibitórios 
(despolarização/hiperpolarização) 
Receptores metabotrópicos ou acoplados a proteína 
G 
• Adenilato ciclase ➞ AMPc 
• Fosfolipase C ➞ IP3 e DAG 
No receptor metabotrópico, o ligante se conecta e 
dispara o sinal para a proteína G, que vai atuar sobre 
um efetor (enzimas) que atua sobre um substrato. 
Ligante se liga ao receptor de superfície que muda sua 
conformação ativando a proteína G; a proteína G é 
capaz de atuar sobre uma enzima, e essa age sobre um 
substrato gerando um produto. 
Receptores com atividade enzimática 
• Tirosina cinase 
• Guanilato ciclase 
Receptores intracelulares 
• Receptores citoplasmáticos 
• Receptores nucleares 
 
Proteína G 
A proteína G no repouso é uma proteína globular 
heterotrimérica, formada por 3 subunidades α, β e ϫ. 
A subunidade α no repouso está associada à molécula 
de GDP (Guanosina difosfato), quando ocorre o 
estímulo da proteína G tem a saída do GDP e a entrada 
do GTP (Guanosina trifosfato), diminuindo a afinidade 
da subunidade α do complexo βϫ. A proteína G quando 
é ativa se torna um dímero funcional. 
A subunidade α é responsável pela via de sinalização 
principal, e ela pode agir sobre um efetor de forma 
excitatória ou inibitória. Enquanto a subunidade α 
estiver ligada ao GTP ela está ativa, porém a própria 
subunidade α possui atividade GTPásica intrínseca, ou 
seja, é capaz de hidrolisar da GTP, formando GDP + P, 
voltando a ficar associada ao GDP e por conseguinte o 
complexo βϫ. Dessa forma a proteína G volta a ficar no 
estado de repouso, podendo ser ativada de novo. 
Um ligante pode se ligar com um receptor que estimula 
centenas de proteínas G e uma subunidade α pode 
atuar sobre dezenas de efetores 
• Na transdução da sinalização metabotrópica 
acontece a amplificação do sinal 
• Otimizar o que esse primeiro mensageiro pode 
fazer é uma maneira de economizar 
GTPϫS: no lugar do 3º fosfato tem a presença de um 
enxofre 
• Esse é um análogo não hidrolisável do GTP 
• Quando essa se conecta com a subunidade α 
ela não se desliga mais, não permitindo que a 
proteína G volte ao estado de repouso, ficando 
sempre ativa. 
 
Proteína Gq/11 
Quando essa proteína é estimulada, a subunidade α da 
Gq/11 estimula a enzima FLCβ (fosfolipase C β), que faz 
hidrolise do fosfolipídio de membrana denominado de 
fosfatidilinositol-4,5-difosfato (PIP2); em diacilglicerol 
(DAG) e inositol-1,4,5-trifosfato (IP3). O DAG difunde-
se na membrana para ativar a proteína cinase C (PKC), 
e O IP3 pode atuar em receptores que fazem parte da 
estrutura de canais iônicos (canais operados por 
ligante) no estoque de cálcio, deixando os canais de um 
estado não condutor para um estado condutor. 
Quando o canal está aberto o cálcio sai a favor do 
gradiente químico do retículo endoplasmático para o 
citosol. A PCK com a presença de cálcio irá realizar a 
fosforilação de substratos específicos. 
Para que ação seja impedida precisa-se de ação de 
enzimas fosfatases que hidrolisam os fosfatos dos 
efetores, impedindo com que exerça seu efeito. 
Proteína Gq/11 em musculo liso está relacionada com 
espasmo 
 
Proteína Gs 
Quando a proteína Gs é estimulada, a subunidade α 
estimula a enzima Adenilato ciclase, que converte ATP 
em AMPc. O AMPc aumentado ativa a PKA (proteína 
cinase A), que é dependente de AMPc, e essa começa 
a fosforilar substratos. 
• Adenilato ciclase quando ativada sempre está 
relacionada com aumento de AMPc 
A enzima PDE (fosfodiesterase) pode agir sobre o 
AMPc hidrolisando-o em AMP, isso diminui os níveis de 
AMPc que causará uma menor ativação do PKA. 
 
Proteína Gi 
Quando essa proteína é estimulada, a subunidade α 
atua INIBINDO a enzima adenilato ciclase (AC) 
diminuindo a formação do produto e segundos 
mensageiros do ATP o AMPc. Além disso, atua 
estimulando a PDE (fosfodiesterase) que age sobre o 
AMPc hidrolisando-o em AMP, isso diminui os níveis de 
AMPc. 
• Com a diminuição do AMPc terá a 
DIMINUIÇÃO da ativação da PKA (proteína 
cinase A), que é dependente de AMPc, assim a 
fosforilação de substratos diminuirá, 
diminuindo os processos intracelulares. 
 Dependendo da célula em que o PKA foi ativado, ela 
poderá fosforilar substratos que contribuirão com o 
aumento ou com a redução na concentração de cálcio 
intracelular. 
• Em músculos lisos haverá uma redução na 
concentração de cálcio e outros eventos que 
contribuirão para o relaxamento 
• Em músculos estriados (cardíaco ou 
esquelético) e em neurônios a ativação da PKA 
promoverá aumento na concentração de cálcio 
intracelular. 
o Em músculos estriados a ativação do 
PKA tem relação com espasmo 
o Em neurônio tem relação com 
exocitose de neurotransmissor 
Entretanto o mais importante estímulo relacionado a 
elevação na concentração de cálcio no neurônio tem 
relação com o potencial de ação, abertura de VOCs de 
cálcio e influxo de cálcio por esses canais. 
• Normalmente em músculos lisos o PKA tem 
ação de relaxamento e o PKC tem ação de 
contração 
Receptores enzimáticos 
Receptores Guanilato-ciclase 
Os receptores com guanilil ciclases presentes na 
membrana são denominados de particulados e não 
possuem nenhuma proteína G intermediária. A ligação 
do ligante estimula a atividade intrínseca de guanilato 
ciclasedo receptor, que age sobre o GTP convertendo-
o em cGMP. 
Há também o receptor Guanilato Ciclase S (solúvel no 
meio intracelular) - Funciona da mesma maneira que o 
GCparticulada, porém esse fica solúvel no citoplasma, 
então o ligante precisa entrar na célula e se conectar a 
esse receptor. 
 
Receptores tirosinocinase 
A ativação de receptores de superfície celular 
associados à tirosinocinase pelo ligante induz o 
agrupamento dos receptores. Esse evento de 
agrupamento recruta proteínas citoplasmáticas, que 
são então ativadas para fosforilar. 
• A insulina pode atuar sobre um receptor que 
tem atividade enzimática chamado de tirosina 
cinase, fazendo com que os aminoácidos 
tirosinas presentes na parte intracelular do 
receptor sejam fosforilados e isso vai gerar um 
sinal que irá ativar a PDE. 
• O glucagon aumenta os valores de AMPc 
• A insulina diminui os valores de AMPc ativando 
a PDE, que vai hidrolisar o AMPc 
Existem proteínas que possuem um domínio SH, 
reconhecendo as tirosinas fosforiladas dos receptores 
tirosina cinase. Essas proteínas são importantes na 
formação do sinal dentro da célula 
Os únicos aminoácidos encontrados em proteínas que 
podem ser fosforilados são serina, treonina e tirosina, 
pois apenas estes apresentam hidroxila na sua cadeia 
lateral, que pode ser substituída por um fosfato - PKA, 
PKG e PKS são serina treonina cinases (S/T cinases). 
As enzimas PKA, PKG e PKS precisam reconhecer 
aminoácidos de sequencias consenso para reconhecer 
e fosforilar serinas ou treoninas. 
O receptor metabotrópico pode atuar sobre várias 
proteínas G, e ele possui 7 segmentos 
transmembranares. 
O receptor metabotrópico pode estar relacionada com 
abertura de canais iônicos, é mais lenta que a 
ionotrópica, pois depende da concentração de 
segundos mensageiros e de reações de fosforilação. Já 
na ionotrópica é mais rápida pois o ligante se liga ao 
seu receptor que já está presente no canal iônico, 
obtendo resposta. 
Perda de resposta 
A perda na resposta é fisiologicamente importante 
para evitar o super estímulo da célula e causar danos 
celulares 
• Dessensibilização 
• Taquifilaxia 
• Tolerância 
• Downregulation 
Tolerância 
Tolerância é um termo comum na farmacologia clínica 
e tem relação com redução ou perda da resposta 
devido ao uso crônico 
• Um dos principais motivos da pessoa 
desenvolver uma tolerância é o aumento na 
concentração de enzimas hepáticas, mas 
também pode ser por uma infra-regulação de 
receptores, onde eles estão na membrana, 
mas a sinalização não acontece mais da mesma 
forma. 
Dessensibilização 
Dessensibilização é um termo utilizado na 
farmacologia básica, e consiste na perda de resposta 
por contato prolongado, normalmente acontecendo 
de 15’ a 30’ (minutos). 
Essa dessensibilização possui dois grupos: 
Homóloga: tem a exposição a um determinado 
agonista por 5’, aí é feito a lavagem e é esperado uns 
30’, depois é adicionado o MESMO agonista, mas a 
segunda resposta ao MESMO agonista não tem a 
mesma amplitude 
Heteróloga: tem a exposição a um determinado 
agonista por 5’, aí é feito a lavagem e é esperado uns 
30’, depois é adicionado um OUTRO AGONISTA, que 
até em um outro receptor e ativa outra sinalização, 
mas a segunda resposta ao OUTRO agonista não tem a 
mesma amplitude 
+ A preparação biológica fica refrataria a estimulação 
feita por um outro ligante 
Taquifilaxia 
A administração repetida da mesma dose de um 
fármaco resulta em redução do efeito deste fármaco 
com o decorrer do tempo 
- O tempo de contato com o fármaco é pequeno 
(1’30’’), o tempo de lavagem é de 30’, depois é repetido 
isso, não dando um intervalo entre elas. Aqui a 
resposta também vai ficando menor, porém não 
acontece de maneira tão abrupta como ocorre na 
dessensibilização. 
A principal diferença entre a Taquifilaxia e a 
dessensibilização homologa é o tempo de lavagem, na 
Taquifilaxia é por um curto período de tempo, em 
comparação a dessensibilização homologa em que os 
tempos são maiores. 
Downregulation 
 Corresponde a uma perda da resposta por contato 
prolongado (geralmente horas) e tem relação com 
alteração no número de proteínas receptoras no 
plano da membrana 
Isso acontece pela internalização dos receptores pela 
célula e destruição deles 
TRANSMISSÃO COLINÉRGICA 
A produção de acetilcolina ocorre no neurônio a partir 
da reação de Acetil CoA + Colina pela enzima 
Acetilcolina transferase (COAT). A acetilcolina 
produzida é armazenada em vesículas. 
Quando a despolarização do neurônio pré-sináptico 
atinge o limiar de excitabilidade, o PA vai ser gerado e 
propagado ao longo do axônio. Devido a essa 
despolarização, os VOCS de cálcio presentes no axônio 
terminal irão ser abertos, ocorrendo o influxo de cálcio 
para dentro do neurônio. O cálcio irá se ligar nas 
vesículas onde está contida a acetilcolina permitindo 
sua condução até o plano da membrana ocorrendo a 
exocitose. 
A acetilcolina na fenda pode se ligar aos seus 
receptores que são divididos em dois grupos: 
Receptores Muscarínicos 
Os receptores muscarínicos são receptores 
metabotrópicos, ou acoplados a proteína G. 
Atualmente existem cinco isoformas possíveis para os 
receptores muscarínicos. 
• M1, M3 e M5 (Ímpar) – A proteína G envolvida 
é a Gq/11 e (FLC Beta) 
• M2 e M4 (par) – A proteína G envolvida é a Gi 
e Adenilato ciclase. 
Receptores nicotínicos 
Os receptores nicotínicos são receptores ionotrópicos, 
ou seja, associados a canais iônicos (majoritariamente 
seletivo para SÓDIO). E são divididos conforme a sua 
localização: 
• Receptor nicotínico M – Encontrado em tecido 
muscular 
• Receptor nicotínico N – Encontrado em 
neurônios 
A acetilcolina possui maior afinidade pelos receptores 
muscarínicos do que pelos nicotínicos, isso quer dizer 
que em pequenas quantidades as ações observadas 
para acetilcolina são chamadas de ações muscarínicas. 
E em grandes concentrações as ações observadas para 
acetilcolina são chamadas de ações nicotínicas. 
A Acetilcolina liberada na fenda sináptica pode 
também ser hidrolisada, por ação da enzima 
acetilcolinesterase. Dando origem à colina e ao 
acetato. A colina pode ser reabsorvida juntamente 
com o sódio e usada para a formação de uma nova 
molécula de acetilcolina. 
Acetilcolina em pequenas quantidades 
Pressão Arterial: PA = DC x RVP 
Age em receptores Muscarínicos 
Receptores M2 do coração promovendo uma 
bradicardia, ou seja, uma diminuição da frequência 
cardíaca (FC). 
• M2 no coração: As subunidades βϫ da proteína 
Gi, inibem a ação da Adenilato ciclase e 
aumentam a abertura dos canais de potássio, 
com consequente hiperpolarização da célula. 
Receptores M3 dos vasos sanguíneos promovendo 
uma vasodilatação. Queda da RVP. 
Ou seja, a ação dos muscarínicos pela ação da 
acetilcolina estão relacionados com queda de pressão 
arterial. 
Pupila 
Na pupila há receptores M3 na 
musculatura concêntrica, que 
estão acoplados a Proteína 
Gq/11 e ao serem estimulados 
pela Ach geram espasmos e 
miose (diminuição da pupila). Quando o indivíduo faz 
uso tópico de atropina é observado a midríase, devido 
à antagonização dos receptores muscarínicos. 
Fármacos Parassimpáticos 
Em interação medicamentosa com Ach os compostos 
podem agir como Parassimpaticomiméticos, quando 
mimetizam a ação da Ach e Parassimpaticolíticos 
quando antagonizam a ação da Ach. 
Betanecol – Parassimpaticomimético: mimetiza a ação 
do parassimpático, utilizado, por exemplo, em quadros 
de hipotonismo de bexiga. A bexiga é um local onde 
tem muitos receptores M3, que estão acoplados a Ptn 
Gq/11 e levam ao espasmo, auxiliando na micção. 
Porém o uso deste fármaco pode gerar cólica 
intestinal. 
Carbacol (CCh) – Parassimpaticomimético: utilizado na 
pesquisa básica. É um análogo não hidrolisável da Ach 
(não é hidrolisado pela AchE), possui ação em 
receptoresmuscarínicos e nicotínicos.. 
Pilocarpina – Parassimpaticomimético: encontrada 
como colírio. É um agonista parcial de receptores 
muscarínicos M3, causa espasmo e faz com que os 
músculos se aproximem e desobstruam o local de 
drenagem do líquido, utilizado para pacientes com 
glaucoma. 
• Se administrado por via oral pode causar 
intensas cólicas. Então as principais indicações 
relacionadas aos receptores muscarínicos são: 
asma, glaucoma, hipotonia de bexiga. 
Ipratrópio – Parassimpaticolítico: utilizado por via 
inalatória é antagonista de receptor muscarínico (se 
liga e não dispara resposta). Na traqueia há receptores 
M3 e a estimulação colinérgica pode levar ao espasmo 
e asma. Então o uso de Parassimpaticolíticos pode 
auxiliar na asma. 
Butilescopolamina (buscopan) – Parassimpaticolítico: 
antagonista de receptores muscarínicos atuando como 
antiespasmódico. Muito utilizado na cólica intestinal. 
Atropina – Parassimpaticolítico: diminui bradicardia 
causada por estimulação vagal, por antagonizar 
receptores muscarínicos no coração. 
A Atropina é um antagonista competitivo de receptor 
muscarínico, e é considerada uma substância 
PARASSIMPATICOLÍTICA, pois antagoniza as ações do 
parassimpático. 
Nos gráficos podemos observar que ao se adicionar 
Ach ocorre queda de PA, quando adiciona Ach + 
Atropina não há alteração de PA, confirmando que esta 
substância é antagonista competitivo de receptores 
muscarínicos, e ao se adicionar Ach em altas 
concentrações há aumento de PA devido ao estímulo 
de receptores nicotínicos. 
 
Toxina botulínica - Inibe a exocitose da Acetilcolina na 
fenda e dependendo da quantidade inibida, o indivíduo 
fica sem expressão facial, é um bloqueador ganglionar 
e bloqueia a transmissão neuromuscular 
Vesamicol - Medicamento que não permite que as 
vesículas de liberação se formem. A acetilcolina 
produzida é transportada para vesículas onde fica 
armazenada. O transporte da Ach na vesícula é 
mediado por um contra transportador de H+ e Ach, 
que é inibido pelo Vesamicol. 
Hemicolínio - Medicamento que não permite que o 
colina entre na célula. Impede a captação da Colina 
para a formação de uma nova molécula de acetilcolina. 
Acetilcolina em maiores quantidades 
Age em receptores Nicotínicos 
Quando se tem a liberação de muita acetilcolina ocorre 
ligação dessa Ach com neurônios noradrenérgicos e 
suprarrenal, que irão exocitar norepinefrina que irá 
aumentar a pressão arterial agindo em receptores 
adrenérgicos. 
Junção neuromuscular 
Após a exocitose da acetilcolina na junção 
neuromuscular, ela irá se ligar em receptores 
nicotínicos Nm presentes nas membranas das células 
musculares esquelética. Esses receptores são 
receptores ionotrópicos e estão relacionados com 
fluxo de íons sódio. Quando a acetilcolina se liga no 
receptor nicotínico ocorre mudança conformacional do 
canal que sai do estado não condutor para o estado 
condutor e com isso o influxo de íons sódio para 
dentro da célula. Esse influxo causa uma 
despolarização no miócito abrindo os VOCs de sódio, 
que vão despolarizar ainda mais a célula gerando uma 
onda despolarizante. 
Essa onda despolarizante segue até as invaginações 
denominadas de túbulo T onde estão presentes os 
retículos sarcoplasmáticos. Os retículos 
sarcoplasmáticos são estoques de cálcio presentes nos 
miócitos, e eles possuem canais de cálcio que 
controlam sua liberação no citoplasma. Esses canais 
são obstruídos por estruturas proteicas operadas por 
voltagem, os DHP (dihidropiridinicos), que bloqueiam 
a saída do cálcio pelos canais. Quando a onda 
despolarizante atinge esse DHP ele muda a sua 
conformação, e desobstrui os canais de cálcio 
liberando cálcio no citoplasma. 
O cálcio liberado se liga a troponina C, fazendo com que 
ocorra uma mudança conformacional da troponina, de 
modo a afastar a tropomiosina do sítio de ligação entre 
actina e miosina. A cabeça da miosina energizada se 
liga a actina e ocorre a contração. 
 
Bloqueadores da junção neuromuscular 
Existem fármacos que são bloqueadores da junção 
neuromuscular, são utilizados como adjuvantes 
anestésicos. 
Quando utilizados, o indivíduo perde o controle da 
musculatura estriada e precisam de suporte para 
ventilação, pois comprometem a respiração também. 
Eles podem ser divididos em dois grupos: 
Bloqueador não despolarizante 
Tubocurarina: antagonista competitivo de receptor 
nicotínico. Quando é introduzida se liga ao receptor e 
não dispara uma resposta. 
• Não é absorvida pelo trato gastrointestinal 
• Este composto promove relaxamento da 
musculatura estriada. 
• Este quadro pode ser revertido com inibidores 
da acetilcolinesterase ou anticolinesterasicos 
(AchE). Pois aumenta a concentração de Ach 
na fenda, tendo maior probabilidade de a Ach 
se ligar. 
Bloqueadores despolarizantes 
Suxametônio: agonista de receptor nicotínico (se liga e 
dispara resposta). Causa despolarização persistente. 
• Inicialmente faz com que o VOC se abra e haja 
influxo de sódio, mas por ser persistente o VOC 
fica na forma inativa e o potencial de ação não 
é propagado. Portanto é um bloqueio por 
despolarização persistente. 
• A introdução desse fármaco induz um espasmo 
inicial denominado de fasciculação. 
• Paciente após a cirurgia reclama de dor por 
conta das microrrupturas de filamentos 
• Um agente colinesterásico potencializa o 
bloqueio despolarizante. 
Agentes Anticolinesterásicos 
São inibidores enzimáticos da colinesterase, e são 
responsáveis por aumentar a acetilcolina na fenda. Um 
anticolinesterásico reverte um bloqueio 
despolarizante, pois ele aumenta Ach na fenda. 
São divididos em organofosforados e carbamatos, e 
dependendo da substância que foram derivados, 
podem ser: 
Reversíveis 
Carbamatos 
Fisostigmina 
• É lipossolúvel e bem absorvido por VO, 
utilizado em quadros de miastenia gravis, 
porém como aumenta Ach não apenas na 
Junção Neuro Muscular, mas em todo o 
organismo nem sempre é utilizado. 
Neostigmina 
• São hidrossolúveis e não atravessam a barreira 
hematoencefálica, não tendo ação central, 
porém é pouco absorvido por VO. Utilizado em 
quadros de miastenia gravis 
Irreversíveis 
São utilizados como pesticidas e armas químicas. 
Organofosforado - gás sarin utilizado como arma 
química. 
• Gás sarin: Inibidores da colinesterase aumenta 
a concentração de Ach por não ter a hidrolise. 
TRANSMISSÃO NORADRENÉGICA - 
SIMPATICOMIMÉTICOS E SIMPATICOLÍTICOS 
O SNA simpático media as ações do organismo de luta 
e fuga através de duas substâncias que são ligantes 
endógenos e agonistas plenos: Noraepinefrina (NE) e a 
Epinefrina (Epi). 
 
Síntese 
A NE e Epi são catecolaminas (possuem um grupo 
catecol e uma cadeia lateral de amina) sintetizadas e 
degradadas no organismo com a ação de mediadores 
enzimáticos. 
A NE é produzida por neurônios noradrenérgicos e 
possui como precursor a tirosina que é um aminoácido 
essencial produzida a partir da fenilalanina. 
A tirosina pode ser captada pelo neurônio e convertida 
em DOPA pela enzima tirosina hidroxilase, depois a 
DOPA sofre ação da DOPA descarboxilase e forma a 
Dopamina. A dopamina forma a 
Noraepinefrina/Noradrenalina com a ação da 
dopamina β-hidroxilase (adiciona hidroxila). A NE pode 
sofrer ação da feniletanolamina N-metiltransferase e 
formar a Epinefrina/Adrenalina. 
A NE possui apenas 1 
hidroxila a mais que a 
dopamina, fazendo com que 
a dopamina apenas se ligue 
em receptores D1, D2 e D3 
(metabotrópicos), mas 
dependendo de sua 
concentração no organismo, 
também é capaz de estimular 
receptores noradrenéricos. 
O aumento na concentração 
dos ligantes faz com que se 
tornem inespecíficos. 
O ATP pode ser considerado agonista de receptor, 
sendo capaz de estimular receptores purinérgicos 
(metabotróicos ou ionotrópicos), atuando como pré-
agregante na coaguação plaquetária. 
SecreçãoDepois de serem produzidas, a NE e Epi são armazenas 
em vesículas presentes nas regiões terminais dos 
axônios dos neurônios, sendo secretadas quando 
acontecer um estímulo pelo SNA simpático. 
Quando ocorrer propagação do PA nesse neurônio, 
haverá a abertura dos VOCs de Cálcio presentes nas 
regiões terminais, isso irá aumentar o influxo de cálcio, 
aumentando sua contração intracelular. O cálcio no 
citoplasma se liga as vesículas contentando NE ou Epi, 
e as ancoram na membrana plasmática, liberando o 
neurotransmissor. 
Esses dois ligantes endógenos quando liberados atuam 
estimulando adrenoceptores que podem ser α ou β. 
Esses adrenoceptores são receptores metabotrópicos, 
isto é, acoplados a proteína G. 
A NE pode atuar em receptores pós-sinápticos como 
α1, β1, β2, β3, que são acoplados a proteína Gs, mas 
quando está presente em grandes quantidades na 
fenda sináptica, também pode atuar em receptores 
dos neurônios que a secretaram (Neurônios pré-
sinápticos) sendo esses os receptores α2 que estão 
acoplados a proteína Gi, logo inibem a Adenilato 
ciclase, diminuindo a produção de AMPc e a ativação 
da PKA, portanto não haverá fosforilação dos canais de 
cálcio, diminuindo a concentração de cálcio 
intracelular, o que vai diminuir a exocitose a 
Noradrenalina. 
• PKA em neurônio e em cardiomiócito fosforila 
canal de cálcio, fazendo com que ele fique 
aberto por mais tempo. 
• Esse mecanismo é muito importante para 
controlar a concentração na fenda. 
• A clonidina é um importante anti-hipertensivo 
em gestantes, ela é um agonista α2. 
 
Captação 
Quando a NE é exocitada ela aumenta sua 
concentração na fenda, o que é um estímulo para a 
diminuição da sua concentração. Ela pode ser retirada 
da fenda através de processos de captação. 
Captação 1 - A NE interage com uma proteína presente 
na membrana das células pré-sinápticas que provoca 
sua internalização novamente no neurônio pré-
sináptico. Quando está livre no citoplasma pode sofrer 
ação da MAO (monoamino oxidase) ou do carreador 
monoamino vesicular (cMAV). 
• A MAO é uma enzima que oxida monoaminas 
como a NE e a Epi, permitindo a degradação 
desses neurotransmissores; 
• O carreador monoamino vesicular (cMAV) é 
capaz de colocar a NE presente no citoplasma, 
novamente dentro da vesícula podendo 
promover a sua exocitose novamente. Quando 
o cMAV coloca a NE dentro da vesícula 
também garante que não seja oxidada pela 
MAO. 
Captação 2 - O neurônio pós-sináptico também pode 
captar a NE através de uma proteína transportadora, 
depois de internalizada a NE é degradada pela ação da 
enzima COMT (catecol-orto-metiltransferase), que 
degrada catecolaminas. Nessa captação 2 a NE não 
pode ser armazenada em vesículas. 
Dependendo da quantidade de NE ambas as captações 
podem acontecer, quanto maior a concentração mais 
chance de ocorrer as duas. 
 Receptores e afinidade 
Adrenoceptores são estimulados por 3 agonistas de 
ação direta, Noradrenalina, Epinefrina (ambos 
endógenos) e Isoprenalina (exógenos) 
O receptor Alfa possui maior afinidade por 
Noradrenalina, depois por Epinefrina, seguido de 
Isoprenalina. 
O receptor Beta possui maior afinidade por 
Isoprenalina, depois Epinefrina e depois 
Noradrenalina. 
 
Ações nos receptores: 
 
Receptor Beta 
Estimular receptor beta em músculo liso reduz a 
concentração de cálcio. Em músculo liso a PKA fosforila 
MLCK, canais de potássio e a cálcio ATPase 
(aumentando a captação de cálcio para o reticulo). 
 
Estimular receptor beta em musculo estriado aumenta 
a concentração de cálcio. Em musculatura estriada, a 
PKA fosforila os canais de cálcio deixando-os abertos, 
ocorrendo a contração. 
 
Receptor Alfa 
Receptor α1 – Associado à Gq/11 
 
Receptor α2 – Associado à Gi 
 
Fármacos 
Simpaticolítico: possui ação contraria do simpático, ou 
seja, são antagonistas competitivos de receptor. 
Simpaticomimético: mimetiza a ação do simpático. 
• Ação Direta: de modo geral, são substâncias 
que atuam como agonistas de adrenoceptores 
nas células efetoras. 
• Ação indireta: aumentam a concentração da 
NE na fenda sináptica de forma indireta. 
o Ex: Inibidores da MAO, inibidores da 
Captação 1, cocaína. 
• Ação mista 
Simpaticomiméticos de Ação INDIRETA 
Mimetiza a ação do simpático por aumentar a 
concentração da noraepinefrina na fenda sináptica 
Cocaína: inibe a receptação 1 de NE aumentando este 
neurotransmissor na fenda sináptica, estimulando 
receptores α1 deixando a pupila dilata, aumentando a 
PA. Quando esta substância é aspirada ela promove 
vasoconstrição, reduzindo o aporte sanguíneo na 
região do nariz e podendo levar a necrose, pois o tecido 
do nariz/ cartilagem já é pouco vascularizado. 
Receptor α1 
Receptor β1 
Antidepressivos: podem ser inibidores da MAO, 
aumentando a concentração de NE na vesícula e 
diminuindo sua oxidação. 
Imipramina: antidepressivo usado para tratar dor 
neurogênica, dor reumatológica, atua inibindo a 
receptação 1, consequentemente aumentando a 
NORA na fenda. 
Simpaticomiméticos de Ação MISTA 
porém o componente indireto é mais importante: 
Anfetamina entra na terminação nervosa através da 
recaptação 1 e penetra nas vesículas sinápticas via 
cMAV, em troca com a NE, que se acumula no citosol. 
Parte da NE é degradada pela MAO no interior da 
terminação nervosa, enquanto outra parte escapa, em 
troca com a anfetamina através do transportador de 
norepinefrina da receptação 1, atuando então em 
receptores pós-sinápticos. 
• A anfetamina também reduz a recaptura de NE 
através do transportador, potencializando 
assim a ação da NE liberada. 
• Inibe em certa quantidade a MAO 
 
A TIRAMINA e a EFEDRINA possuem o mesmo 
mecanismo de ação. 
Efedrina: além desses efeitos, quando é exocitado pela 
vesícula pode se ligar em receptor alfa 1 de vaso 
promovendo vasoconstricção e diminuindo o 
extravasamento de liquido. Usado como 
DESCONGESTIONANTE NASAL 
Tiramina 
• Entra pela Recaptação 1 
• Promove saída da NE da vesícula, a qual fica 
livre no citosol 
• Inibe receptação 1 
• Atua em receptor alfa 1 presente em vasos 
sanguíneos. 
A tiramina é uma monoamina que pode ser encontrada 
em grande quantidade em queijos e vinhos, 
principalmente queijos amarelos e vinhos tintos. Ao 
ingerir estes alimentos a tiramida é absorvida pelos 
enterócitos e é oxidada pela MAO presente nessas 
células. O restante que não é oxidado cai na circulação 
enterohepática e vai para os hepatócitos que também 
possuem a enzima MAO. Então a tiramina acaba não 
chegando até a circulação sanguínea. Porém pacientes 
depressivos que utilizam inibidores da MAO não 
devem ingerir estes alimentos e utilizar medicamentos 
com tiramina (interação proibitiva), pois podem 
potencializar o efeito da tiramina tendo picos de 
Pressão Arterial. A isso se dá o nome de “Reação ao 
Queijo”. 
Simpaticomiméticos de Ação DIRETA 
Atua como agonista de receptor 
• Salbutamol é um agonista de receptor β2 
levando ao relaxamento de bronquíolos, 
• Fenilefrina - Agente midriático e 
descongestionante, pois esta droga é agonista 
de receptor α1. 
Simpaticolítico 
São substâncias que antagonizam as ações do 
simpático: 
Prazosin: atua como antagonista de receptor α1, para 
tratamento de hipertensão, causando vasodilatação e 
redução da resistência periférica. 
Reserpina: utilizada para terapia anti-hipertensiva, 
desloca a NORA da vesícula para o citoplasma, que é 
oxidada pela MAO, diminuindo a sua concentração na 
fenda. Esta droga pode desenvolver depressão, então 
não é mais utilizado em humanos, apenas na pesquisa 
clínica. 
Propranolol: é um beta bloqueador, antagonista de β1 
e β2, utilizado para terapia anti-hipertensiva, pois 
diminui a FC e reduz a liberação de renina. Nunca deve 
ser utilizado em pacientes asmáticos. 
 
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL 
O desequilíbrio da pressão arterial pode comprometera qualidade de vida e causar a abreviação dela. Muitas 
vezes, dependendo do quão aumentada a PA está, 
pode ser assintomática. 
É classificada e tratada de acordo com os estágios. Para 
o estágio I a monoterapia é suficiente, estágios II e III 
necessitam ser tratadas em associações. 
As associações podem ser: 
Utilização de 2 princípios ativos de classes diferentes, 
como por exemplo um diurético e um inibidor da ECA, 
são medicamentos que agem por mecanismos 
diferentes, ou seja, diferem na farmacodinâmica 
Utilização de 2 princípios ativos da mesma classe, como 
por exemplo dois diuréticos, possuem o mesmo 
mecanismo, ou seja, diferem apenas na 
farmacocinética (Podem ter T máx. diferentes). 
 
A Hipertensão pode afetar principalmente rins e 
coração (cardiomegalia – aumento na força de 
contração). 
Complicações 
• Acidente vascular hemorrágico 
• Acidente vascular isquêmico 
• Doença cardíaca (tanto cardiomegalia quanto 
doença cardíaca coronariana) 
• Insuficiência renal 
Segundo o III Consenso Brasileiro de Hipertensão 
Arterial, para adultos consideram-se pressões 
ELEVADAS igual ou superior 140 mmHg de máxima e 90 
mmHg de mínima. 
Para controle é importante a redução de peso, 
diminuição na ingestão de cloreto de sódio, isto porque 
o NaCl é osmoticamente ativo, promovendo um 
aumento de água dentro do vaso sanguíneo, 
aumentando a volemia, e piorando a Hipertensão 
arterial. 
 
Classificações 
Primárias ou essenciais (95% dos casos) 
Essas possuem fisiopatogenia não esclarecida (causa 
não conhecida) 
Fatores Genéticos e Ambientais 
• Hereditariedade 
• Idade 
• Raça 
• Peso 
• Bebida alcoólica 
• Sedentarismo 
• Tabagismo (nicotina age em neurônios 
noradrenérgicos e estimula liberação de 
Noradrenalina) 
• Excesso de Sal 
• Estresse 
Obs.: Produtos Light: menor concentração de 
determinada substância. Produtos Diet: não apresenta 
determinada substância. 
• Ex: Sal light tem NaCl e KCl e Sal diet tem 
apenas KCl 
KCl - Não apresenta osmolaridade ativa e aumenta a 
atividade da bomba sódio potássio, logo não aumenta 
a pressão arterial. 
Secundarias ou não essenciais (5% dos casos) 
Estas possuem fisiopatogenia esclarecida/causa 
identificável (o que não quer dizer que é possível 
tratar). 
Fatores Responsáveis 
• Doença renal 
• Drogas (estrógeno e progesterona) 
• Excesso de secreção de aldosterona 
• Excesso de secreção de catecolaminas 
• Outras doenças endócrinas 
• Gravidez 
Consequência da Pressão Alta 
Aumento da massa muscular do coração (risco de 
infarto, angina, arritmia), obstrução de artérias 
(aterosclerose), insuficiência renal, aumento do risco 
de derrame, comprometimento da visão. 
Controle da Pressão Arterial 
Curto prazo 
Possui um mecanismo de reflexo que é regulado pelos 
barorreceptores localizados no arco aórtico e seios 
carotídeos, que são sensíveis à variação de pressão. O 
controle em curto prazo não é modulado 
farmacologicamente. 
Quando há o aumento na pressão arterial, ocorre um 
maior estiramento dos barorreceptores. Os 
barorreceptores estirados ativam o nervo vagal, o sinal 
percorre até o bulbo que promove a ativação do 
sistema parassimpático que vai liberar acetilcolina 
causando bradicardia e consequentemente queda na 
pressão arterial. 
Quando há queda na pressão arterial, ocorre um 
menor estiramento dos barorreceptores. Os 
barorreceptores menos estirados enviam o sinal para o 
bulbo que irá ativar o sistema simpático liberando 
noradrenalina causando taquicardia e vasoconstrição, 
consequentemente aumento na pressão arterial. 
 Longo Prazo 
A modulação ocorre pelo Sistema Renina Angiotensina 
Aldosterona ou SRAA. Este sistema responde quando 
ocorre perda/queda prolongada da PA, por mais de 4 
dias. É um sistema sempre hipertensor e é modulado 
farmacologicamente. 
Quando ocorre redução do filtrado glomerular, isso 
estimula as células justa glomerulares da mácula densa 
a secretarem renina (enzima) no sangue. Esta renina 
age sobre o angiotensinogênio, tendo como produto a 
angiotensina I que já tem efeitos fisiológicos, porém 
fracos, como vasoconstrição leve (aumenta PA). A 
angiotensina I na região do pulmão entra em contato 
com a ECA (enzima conversora de angiotensina), que 
a converte em angiotensina II. 
• A angiotensina II é capaz de atuar sobre os 
receptores AT1 (acoplado a Proteína Gq/11) 
presentes em miócitos de arteríola e no córtex 
da suprarrenal. Quando a Angiotensina II se 
liga em receptores AT1 presentes em miócitos 
de arteríola promove a contração, ou seja, a 
vasoconstrição. 
• Ela faz isso também na arteríola eferente que 
sai da cápsula de bowman, promovendo assim 
um maior extravasamento de plasma na 
cápsula, aumentando o filtrado glomerular. 
Quando a Angiotensina II se liga em receptores AT1 do 
córtex renal estimula as glândulas adrenais a 
secretarem ALDOSTERONA. A aldosterona aumenta a 
retenção/reabsorção de sódio e a excreção de 
potássio, reduzindo a diurese (controle do filtrado 
glomerular), aumentando o volume sistólico (VS) e 
consequente aumento de PA. 
 
Tratamento da Hipertensão Arterial 
Não farmacológico 
Baixa ingestão de sódio, redução de peso, exercícios 
físicos, cessar tabagismo, diminuir o consumo de 
álcool, diminuir o estresse. 
Tratamento Farmacológico da Hipertensão 
Diuréticos: Representa 70% da prescrição para esta 
terapia, pois condensa 2 características de eficácia 
terapêutica e possui baixo custo. É utilizado de forma 
crônica. 
Depressores do SNA simpático: Podem ser de ação 
central, bloqueadores de neurônios adrenérgicos ou 
antagonistas de receptores adrenérgicos. 
Vasodilatadores de ação direta: Possuem indicação 
anti-hipertensiva restrita, normalmente esta classe de 
anti-hipertensivo não é utilizada como monoterapia. 
Podem disparar resposta compensatória. 
Inibidores/ Bloqueadores/ Antagonistas de canais de 
Ca⁺²: Em miócito de arteríola há muito canal de cálcio, 
se o fármaco bloquear o canal de cálcio ocorre 
diminuição do influxo deste íon. 
 
Inibidores da enzima conversora de angiotensina 
(ECA). 
Antagonista dos receptores AT1 e angiotensina II. 
Os anti-hipertensivos são usados em: 
• ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva) 
• Insuficiência Renal 
• Edema pulmonar 
• Hipertensão 
o Hipercalcemia 
o Cálculos renais 
Diuréticos 
Aumentam a diurese, ou seja, a eliminação de água 
pela urina, reduzindo o volume plasmático (volemia) e 
consequentemente o débito cardíaco (DC), levando a 
queda da PA. 
Os diuréticos podem ser: 
Diuréticos de ação direta nas células do néfron 
Causam natriurese que vai ser de maior ou menor grau 
dependendo da classe do medicamento. 
Natriurese é a excreção de sódio que é osmoticamente 
ativo pela urina, atraindo a água junto e promovendo 
sua eliminação. 
Diuréticos modificadores do filtrado glomerular 
Essas substâncias são osmoticamente ativas, podem 
ser administradas por via parenteral e ir para a cápsula 
de bowman, em seguida para os túbulos renais, onde 
não são reabsorvidos e ficam aprisionadas, atraindo 
água para o túbulo aumentando a diurese. 
Ex: Manitol, Sorbitol 
Ação direta 
Diuréticos de alça 
São os mais utilizados e possuem maior eficácia 
terapêutica; causam natriurese. Atuam inibindo o 
transportador Na⁺/K⁺/2Cl⁻ encontrado na membrana 
apical de células epiteliais renais no ramo ascendente 
da alça de HENLE. São capazes de provocar a excreção 
de 15 a 25% do Na+ existente no filtrado glomerular. 
Porém causam a diminuição de potássio no plasma 
causando uma Hipocalemia acentuada (calium = 
potássio). 
 
 
• Exs: Furosemida e Bumetanida. 
Hipocalemia pode causar Ritmo cardíaco anormal 
(disritmias), Fadiga, Paralisia Fraqueza ou espasmos 
musculares. 
Tiazidas 
Inibe a ação do transportador Na+/Cl- no túbulo distal 
com aumento de eliminação de Na+, Cl-, K+ e água. 
Causa também hipocalemia, porém

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