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POROSE Desordens Metabólicas OSTEO Discentes: Matheus Louvison Bigheti e Rafaela Magalhães Arsénio Docentes: Josiane Neves Coelho Marques e Luiz Felipe Viola UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO MEDICINA 7º SEMESTRE ROTEIRO ETIOPATOGENIA DIAGNÓSTICO TRATAMENTOCASO CLÍNICO INTRODUÇÃO 01 02 03 0405 02 É uma doença osteometabólica muito comum na prática clínica. Caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração de sua microarquitetura. Ou seja, grande risco de FRAGILIDADE E FRATURA ÓSSEA. OSTEOPOROSEintrodução Fraturas de quadril Idade elevada como fator de risco Mulheres na pós-menopausa são mais afetadas Homens têm mais fraturas A Osteoporose tem como principal risco a questão das fraturas, que causam dor, incapacidade física, deformidades, redução da qualidade e expectativa de vida. 50% mulheres a partir dos 50 anos (VILAR, 2020) 39% das fraturas anuais, em homem (VILAR, 2020) 03 PRIMÁRIA 04 etiopatogenia SECUNDÁRIA Menopausa Envelhecimento Fatores fisiológicos: Medicamentos (glicocorticoides) Doenças inflamatórias e de medula óssea Síntese defeituosa de tecido conjuntivo Hipogonadismo e endocrinopatias Má absorção Baixo peso corporal Hábitos de vida ou diversos Fatores patológicos: Osso velho OsteoclastoOsso novo Osteoblasto su b stituição reabsorção RANK RANKL Osteócitos rep aro 05 Tecido ósseo é ativo e está em constante processo de remodelação. REMODELAÇÃO ÓSSEA O desequilíbrio desse processo leva à patogênese da osteoporose. Aumento da reabsorção (ação osteoclástica) em detrimento da formação (ação osteoblástica). Osteoblasto osteoclasto Osso velho OsteoclastoOsso novo Osteoblasto su b stituição reabsorção RANK RANKL OPG Osteócitos rep aro 06 Tecido ósseo é ativo e está em constante processo de remodelação. REMODELAÇÃO ÓSSEA O desequilíbrio desse processo leva à patogênese da osteoporose. Aumento da reabsorção (ação osteoclástica) em detrimento da formação (ação osteoblástica). Osteoblasto osteoclastoX Osso velho OsteoclastoOsso novo Osteoblasto su b stituição reabsorção RANKL Osteócitos rep aro 07 Tecido ósseo é ativo e está em constante processo de remodelação. REMODELAÇÃO ÓSSEA O desequilíbrio desse processo leva à patogênese da osteoporose. Aumento da reabsorção (ação osteoclástica) em detrimento da formação (ação osteoblástica). estimulado por vitamina D, PTH, peptídeo relacionado ao PTH, IL-1, IL-6, IL-2 VIA ESTIMULADORA DA REABSORÇÃO *IFN-alfa bloqueia o processo, age no osteoclasto 08 Tecido ósseo é ativo e está em constante processo de remodelação. REMODELAÇÃO ÓSSEA O desequilíbrio desse processo leva à patogênese da osteoporose. Aumento da reabsorção (ação osteoclástica) em detrimento da formação (ação osteoblástica). VIA DE FORMAÇÃO ÓSSEA (VIA WNT) LPR5 ptnas Frizzled + correceptores Ligandinas Wnt Beta- catenina osteoblasto Esclerostina X osteócito Osso velho OsteoclastoOsso novo Osteoblasto su b stituição reabsorção Osteócitos rep aro Principalmente por causa do envelhecimento Menor produção cutânea de vitamina D Deficiência de vitamina D devido disfunção renal Déficit alimentar Diminuição na absorção alimentar de cálcio (diminuição de receptores intestinais de vitamina D) Vit D Cálcio 09 AUMENTO DO PTH etiopatogenia PTH Novas unidades de remodelação Osteócitos senescentes, apoptóticos ou disfuncionais Citocinas que estimulam osteoclastogênese + 10 ESTROGÊNIO etiopatogenia Inibe a Esclerostina e suprime o RANKL Regula as citocinas Estímulo osteoblástico + produção de IGF-1 e TGF-beta + síntese pró-colágeno LPR5 ptnas Frizzled + correceptores Ligandinas Wnt Beta- catenina osteoblasto Esclerostina X osteócito 11 etiopatogenia 12 etiopatogenia O pico de massa óssea, na 3ª década de vida, tem grande influência na fisiopatologia Massa óssea depende de hereditariedade, fatores ambientais e hormônios. Homens têm maior pico de massa óssea, resistência óssea, qualidade de mineralização do colágeno, macro e microestrutura; menor taxa de reabsorção e de perda óssea O envelhecimento é o principal responsável pelo desenvolvimento da osteoporose 13 etiopatogenia Independente da osteoporose ser primária ou secundária Deficiência de um dos fatores já é um risco Homens possuem testosterona (convertida a estradiol) e IGF-1 O Estrogênio possui um papel FUNDAMENTAL. No envelhecimento há elevação de PTH por diferentes mecanismos (deficiência de vitamina D, déficit alimentar e redução de cálcio) e mudanças na produção de células ósseas Papel importantíssimo na fisiopatologia e na osteoporose secundária Efeito semelhante ao envelhecimento Suprime diretamente osteoblastogênese Comportamento bimodal de perda óssea Inibe absorção intestinal e reabsorção renal de cálcio, com risco de hiperparatireoidismo secundário 14 GLICOCORTICOIDE etiopatogenia Osso velho OsteoclastoOsso novo Osteoblasto su b stituição reabsorção Osteócitos rep aro X X Glicocorticoide 15 DIAGNÓSTICO Doença assintomática até fratura por fragilidade TRAUMA MÍNIMO 16 V é r t e b r a s Assintomática 2/3 DIAGNÓSTICO Doença assintomática até fratura por fragilidade TRAUMA MÍNIMO 17 V é r t e b r a s Dor e Limitação 1/3 Q u a d r i l Grande morbimortalidade R á d i o d i s t a l Fratura de Colles diagnóstico DENSITOMETRIA ÓSSEA Teste padrão para diagnóstico de osteoporose e osteopenia 18 PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES: Mulheres ≥ 65 anos de idade e homens ≥ 70 anos de idade Mulheres na pós-menopausa ou homens < 70 anos de idade com qualquer uma das seguintes situações: Baixo peso Fratura de fragilidade prévia Uso de medicamentos de alto risco para perda de massa óssea Doença ou condição que cause perda de massa óssea Mulheres na transição menopausal com fatores de risco para fratura diagnóstico DENSITOMETRIA ÓSSEA Teste padrão para diagnóstico de osteoporose e osteopenia Forte correlação entre risco de fratura e medida da DMO; Relação entre incremento da DMO e redução do risco de fraturas durante o tratamento (monitorado como exame) 19 Conteúdo Mineral ósseo (em grama) e área óssea (em cm2) Subestimada em pessoas <1,5m Superestimada em pessoas >1,9m Escore T: desvio padrão da DMO com relação aos indivíduos JOVENS. Usado para diagnóstico em mulheres pós- menopausa e homens > 50 anos. Escore Z: compara DMO com pessoas da MESMA IDADE. Diagnóstico de baixa massa óssea em mulheres pré- menopausa e homens < 50 anos. Escore T Diagnóstico Até -1,0 normal < -1,0 e > -2,5 osteopenia =< -2,5 osteoporose =< -2,5 + uma ou mais fraturas de fragilidade osteoporose grave ou estabelecida diagnóstico DENSITOMETRIA ÓSSEA Teste padrão para diagnóstico de osteoporose e osteopenia 20 Escore T: desvio padrão da DMO com relação aos indivíduos JOVENS. Usado para diagnóstico em mulheres pós- menopausa e homens > 50 anos Escore Z Público Diagnóstico =< -2,0 Mulheres pré- menopausa Homens < 50 Baixa Massa Óssea Se fratura por fragilidade, osteoporose =< -2,0 Mulheres pós- menopausa Homens > 50 Causa secundária de perda óssea =< -2,0 < 20 anos Perda de massa óssea (único utilizado) diagnóstico DENSITOMETRIA ÓSSEA Teste padrão para diagnóstico de osteoporose e osteopenia 21 Escore Z: só é diagnosticada a osteoporose se houver fratura de fragilidade. Não se aplica o termo “osteopenia”. 22 A densitometria deve mensurar a DMO nos locais de interesse (ROI): vértebras L1-L4, fêmur total, colo do fêmur e rádio 33% (antebraço não dominante) Para seguimento, sempre usar o mesmo aparelho e local diagnóstico DENSITOMETRIA ÓSSEA Teste padrão para diagnóstico de osteoporose e osteopenia 23 Melhores sítios de comparação são coluna lombar e fêmur total Avaliar escores T e Z , valores absolutos e Mínima Variação Significativa (MVS) FRATURA VERTEBRAL diagnóstico Método semiquantitativo de Genant 24 OUTROS diagnóstico 25 EXAMES ESCORE DE OSSO TRABECULAR Mensuração indiretada microarquitetura óssea, adicional ao cálculo de DMO. Inversamente proporcional ao risco fraturas. Muito útil no DM2, hiperparatireoidismo 1º e corticoide crônico EXAMES DE IMAGEM BIÓPSIA ÓSSEA TCQ: medir densidade volumétrica em coluna, quadril, ossos cortical e trabecular + acompanhamento terapêutico. UQc: predição de risco de fratura. DOP: aparelhos portáteis. Histomorfometria é o padrão-ouro, mas é invasivo e complexo. Usada apenas em casos específicos, como osteomalacia ou doença mineral óssea do paciente renal crônico. OUTROS diagnóstico 26 EXAMES FRAX® Ferramenta reconhecida pela OMS e amplamente utilizada, e em especial em locais sem acesso ao DMO. Utilizam-se fatores independentes no questionário como: Idade; sexo; histórico de fraturas; artrite reumatoide; uso de glicocorticoide; tabagismo; consumo de álcool. OUTROS diagnóstico 27 EXAMES LABORATORIAL Hemograma Vitamina D Cálcio Creatinina Albumina PTH Deve-se solicitar, para investigação inicial: Em todo o diagnóstico de osteoporose deve-se procurar por causas secundárias MARCADORES ÓSSEOS Formação: propeptídeos do procolágeno tipo I, fosfatase alcalina óssea específica, osteocalcina Rebsorção: derivados da degradação do colágeno tipo I, fosfatase ácida resistente ao tartarato, hidroxiprolina, catepsina K Não recomendados. Ainda em padronização.Fósforo Fosfatase alcalina Calciúria de 24h TSH Testosterona em homens TRATAMENTO Medidas Gerais Suspender tabagismo, etilismo e consumo excessivo de cafeína; Prevenir quedas e aumentar segurança em casa: calçados adequados, corrimão, tapete antiderrapante, iluminação adequada, etc; Verificar e corrigir distúrbios visuais e auditivos; Suplementação de cálcio e vitamina D. Vitamina D < 20ng/mL indica reposição com 50.000UI/semana por 6-8 semanas 28 TRATAMENTO Farmacológico Fratura de fragilidade, independente de Escore T Escore T < -2,5 seja coluna, fêmur total ou colo do fêmur Escore T entre -1,0 e -2,5, mas que pelo FRAX possua risco de fratura (em 10 anos) acima de 3% no quadril ou acima de 20% em outro local Escore T < -2,5 no rádio 33% (Brasil) Indica-se tratamento medicamentoso em mulheres menopausadas e homens a partir dos 50 anos se apresentarem: 29 TRATAMENTO Farmacológico As principais classes utilizadas para tratamento da osteoporose podem ser divididas em 2 grandes grupos: Inibidores da Reabsorção Óssea Estimuladores da Formação Óssea Bifosfonados Estrogênios Calcitonina Moduladores Seletivos de Receptor de Estrógeno (SERM) Denosumabe Teriparatida Abaloparatida Romosozumabe 30 BIFOSFONATOS PRIMEIRA LINHA DE TRATAMENTO PARA OSTEOPOROSE. Ingestão em jejum, com exceção do risedronato Realizam apoptose do osteoclasto Risco de diminuição do cálcio sérico Meia-vida de 10 anos Risedronato, ibandronato e alendronato (V0) Ácido zoledrônico (IV) Uso de BF oral por 5 anos e BF IV por 3 anos + drug holiday Uso de BF oral por 5 anos e BF IV por 3 anos + drug holiday 31 ESTROGÊNIOS Diversas formulação (com ou sem progesterona) Aumento de DMO e diminuição de fraturas CUIDADO com CA de mama e desfechos cardiovasculares Usar em sintomas de climatério, antes de 60 anos de idade e de 10 anos de menopausa Tibolona é um bom estrogênio, com redução de risco de fraturas vertebrais e não vertebrais Terapia Hormonal de Menopausa e Tibolona 32 MODULADORES SELETIVOS DO RECEPTOR DE ESTROGÊNIO Sem estrutura esteroide, mas interagem com os receptores de estrogênio, tanto como agonistas, quanto como antagonistas, dependendo do tecido No tecido ósseo, são agonistas! No tecido mamário são antagonistas, reduzindo risco de CA de mama Aumento de DMO e diminuição de fratura vertebral Em contrapartida, raloxifeno não demontrou redução de fraturas não vertebrais 33 34 DENOSUMABE Injeção subcutânea de 60mg a cada 6 meses Ainda com poucas evidências, sendo indicado apenas em casos individualizados NÃO DEVE ser feito o drug holiday, devido ao efeito rebote Para suspensão do medicamento, deve ser feita terapia preventiva com BF Anticorpo monoclonal humano contra o RANKL, com efeito antirreabsortivo 35 TERIPARATIDA Injeção subcutânea, rapidamente metabolizada, que gera picos e vales no organismos - aumento da formação óssea 20mcg/dia MÁXIMO de 24 meses Indicada em casos mais graves, geralmente em conjunto com outros fármacos CONTRAINDICADA em situações de risco de osteossarcoma DNA recombinante, molécula de PTH 36 COMBINADA Aumento de DMO Não houve análise de riscos e fraturas No momento, não há indicação baseada em evidências NOVOS FÁRMACOS Abaloparatida: análogo da proteína relacionada ao PTH Romosozumabe: anticorpo que bloqueia a Esclerostina. TERAPIA PONTOS 37 38 Caso Clínico A paciente Sra. A. é uma mulher caucasiana de 72 anos que entrou na menopausa aos 56 anos e tem quatro filhos. Ela é viúva, mora sozinha e é ex-tabagista. Além disso, apresenta cifose torácica e é proprietária de uma loja de bolos em sua garagem. A queixa principal que a trouxe à consulta é uma dor persistente no quadril, coluna e joelhos que começou após uma queda em sua garagem há cerca de 3 meses. A paciente descreve essa dor como incômoda e relata que sua intensidade varia ao longo do tempo, não seguindo um horário específico. Ela afirma que essas dores têm prejudicado significativamente suas atividades diárias, incluindo seu trabalho na loja de bolos. 39 Caso Clínico Cifose torácica acentuada; Dor à palpação na região lombar; Sem déficits motores ou sensitivos no exame neurológicos; Não há sinais de fratura visíveis na inspeção. Hemograma completo : dentro dos parâmetros da normalidade Bioquímica sanguínea: Creatinina, Ureia e eletrólitos dentro dos limites de referência Vitamina D sérica: 17ng/mL Densitometria óssea: redução da densidade mineral óssea na coluna lombar em L4, L5, e L1-L4 (escore T: -2,6; -2,1 e -2,7, respectivamente) Ao Exame Físico: Exames laboratoriais: 40 Caso Clínico Hipovitaminose por vitamina D (17ng/mL) Cifose torácica Osteoporose Fratura prévia Controle de dor: prescrição de analgésicos de acordo com a intensidade da dor Fisioterapia com exercícios de fortalecimento Suplementação de vitamina D - dose de 7.000UI/dia ou 50.000UI/semana Suplementação de cálcio Tratamento de osteoporose com bifosfonato oral por 5 anos ou IV por 3 anos Diminuir risco de quedas Avaliar problemas auditivos e visuais Avaliação: Plano: 41 REFERÊNCIAS BANDEIRA, F. et al.. Bone markers and osteoporosis therapy. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 58, n. 5, p. 504–513, jul. 2014. VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022, Caps. 85 - 86. Zerbini CA, Szejnfeld VL, Abergaria BH, McCloskey EV, Johansson H, Kanis JA. Incidence of hip fracture in Brazil and the development of a FRAX model: Questionário. Arch Osteoporos. 2015;10:224. OBRIGADO! 42
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