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TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL NO CLIMATÉRIO CRISTINA HELOISA MÜLLER FARMACOLOGIA 2 CURSO DE MEDICINA UFPEL CICLOS DE VIDA DA MULHER SINTOMAS • Transitórios • Alterações ciclo menstrual • Sintomatologia mais aguda • Não Transitórios • Fenômenos atróficos geniturinários • Distúrbios metabolismo lipídio e ósseo. • Vasomotores • Fogachos • Sudorese • Sintomas psíquicos • calafrios, a insônia ou sono agitado, vertigens, parestesias, diminuição da memória e fadiga • Relacionados ao processo de envelhecimento podem ocorrer durante o climatério • Hipoestrogenismo TERAPÊUTICA REPOSIÇÃO HORMONAL -TRH • TERAPIA HORMONAL: mais eficaz Indicações da Terapia Hormonal • Combater os sintomas vasomotores • Conservação do trofismo vaginal e da pele • Preservar a massa óssea • Melhora do bem-estar geral • Melhora da sexualidade SIM SINTOMAS NÃO Contra-indicações absolutas? SIM NÃO MÉTODOS NÃO HORMONAIS NÃO TEM INDICAÇÃO TH CONTRA INDICAÇÕES • ABSOLUTAS • Câncer de Mama; • Câncer de Endométrio; • Doença Hepática Grave; • Sangramento Genital Não Esclarecido; • História de Tromboembolismo Agudo e Recorrente; • RELATIVAS • Hipertensão arterial • Diabetes mellitus não-controlados • Endometriose • Miomatose uterina • ESTROGÊNIOS ISOLADAMENTE • PROGESTOGÊNIOS ISOLADAMENTE • ESTROGÊNIOS E PROGESTOGÊNIOS • ESQUEMA COMBINADO CÍCLICO • ESQUEMA COMBINADO E. CONTÍNUO / P. CÍCLICO • ESQUEMA COMBINADO CONTÍNUO • Outros Hormônios • TIBOLONA - USO CONTÍNUO • SERMS • TAMOXIFENO, RALOXIFENO - USO CONTÍNUO ESQUEMAS TERAPÊUTICOS Estrogênio Progestagênio ISOLADOS COMBINADOS Estrogênio contínuo Progestagênio contínuo Estrogênio contínuo e progestagênio cíclico Estrogênio e progestagênio cíclico Estrogênio e progestagênio contínuos • HISTERECTOMIZADAS Dispensam PROGESTAGÊNIOS Uso de ESTROGÊNIOS • ÚTERO INTACTO ESTROGÊNIOS PROGESTAGÊNIOS • ATROFIA UROGENITAL • Estrogenioterapia tópica: estriol ou promestriene • Atrofia for intensa: estrogênios eqüinos conjugados • atentando para possíveis sintomas ou sinais sistêmicos (alterações endometriais ou mastalgia) ESQUEMAS TERAPÊUTICOS ESTROGÊNIOS / VIA ADMINISTRAÇÃO Fonte: Consenso Brasileiro de Multidisciplinar de Assistência à Saúde da Mulher Climatérica- SOBRAC PROGESTAGÊNIOS / VIA DE ADMINISTRAÇÃO Fonte: Consenso Brasileiro de Multidisciplinar de Assistência à Saúde da Mulher Climatérica- SOBRAC VIAS DE ADMINISTRAÇÃO VIA ORAL • Alívio mais rápido sintomatologia vasomotora VIA PARENTERAL • Transdérmica • Diretamente na circulação sistémica, evitando a sua primeira passagem hepática • Originar alergia ou má adesividade • Apresenta alívio menos rápido da sintomatologia vasomotora • Injetável • Intra-uterina • Implantes • Vaginal • Nasal OUTRAS ALTERNATIVAS TIBOLONA • ação estrogênica, progestagênica ou androgênica • interferência no metabolismo tecidual • bloqueio seletivo de algumas enzimas • ação agonista dos estrogénios no osso e vagina • antagonista na mama e no endométrio; mista no sistema cardiovascular e levemente androgênica no sistema nervoso central (?) SERMS (moduladores seletivos dos receptores de estrogênio): • tamoxifeno (10mg/ dia, VO) nas mulheres que tiveram câncer de mama • raloxifeno (60mg/dia, VO). SERMS • bloqueio da ação do estrogênio • um efeito similar ou até maior que este hormônio • OSSOS: atua como um estimulador, aumentando a densidade óssea e diminuindo portanto o risco de osteoporose • MAMA: tanto o tamoxifeno quanto o raloxifeno impedem a ação do hormônio feminino, funcionando como bloqueadores de estrógeno, impedindo que a célula tumoral cresça e se multiplique • ÚTERO: tamoxifeno atua como um bloqueador do hormônio e após a menopausa, como um estimulador, podendo levar a um espessamento do endométrio OUTRAS ALTERNATIVAS Fonte: Lüllmann, Heinz, et al. Farmacologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. EFEITOS ADVERSOS Fonte: Whalen, Karen, et al. Farmacologia Ilustrada. Disponível em: Minha Biblioteca, (6th edição). Grupo A, 2016. SIM SINTOMAS NÃO Contra-indicações absolutas? SIM NÃO MÉTODOS NÃO HORMONAIS NÃO TEM INDICAÇÃO TH TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NÃO HORMONAL • Melhorar os SINTOMAS vasomotores • Quadros de ANSIEDADE E/OU DEPRESSÃO, relacionados ou não ao climatério • Efeitos COLATERAIS TH • CONTRA INDICAÇÃO TH • Resposta à terapia hormonal é INSATISFATÓRIA Fonte: Manual Atenção Mulher Climatério TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NÃO HORMONAL Fonte: Manual Atenção Mulher Climatério TRH – BENEFÍCIOS COMPROVADOS • A eficácia da terapêutica hormonal para aliviar os sintomas vasomotores está MUITO BEM ESTABELECIDA, sendo considerada o TRATAMENTO MAIS EFETIVO para os sintomas vasomotores em mulheres na peri e pós-menopausa em qualquer idade. Os BENEFÍCIOS SOBREPÕEM OS RISCOS quando indicada para mulheres abaixo de 60 anos e com menos de dez anos de menopausa. • As ondas de calor são o sintoma mais comum na peri e pós- menopausa, afetando cerca de 60% a 80% das mulheres • Um estudo de revisão da Cochrane Library sobre eficácia da TH para tratamento das ondas de calor, incluindo 24 ensaios clínicos, mostrou redução de 75% (IC: 64% a 82%) na frequência e 87% (RR: 0,13; IC95%: 0,06 a 027) na severidade delas. TRH – BENEFÍCIOS COMPROVADOS • SINTOMAS UROGENITAIS • A terapia estrogênica promove o crescimento celular vaginal e a maturação celular, promove a recolonização com lactobacilos, aumenta o fluxo sanguíneo vaginal, diminui o pH vaginal para os níveis da menacme, melhora a espessura e a elasticidade vaginal e a resposta sexual – PREFERÊNCIA USO VAGINAL • Melhora urgência urinária • Redução de ITU - A TRH deve ser suspensa assim que os benefícios por ela gerados não forem mais necessários ou a partir do momento em que a relação BENEFÍCIO VERSUS RISCO NÃO for mais vantajosa (nível de evidência: B). - No caso da terapia somente com componente estrogênico, parece haver maior flexibilidade no tempo de utilização visto que não houve associação entre risco de câncer de mama e uso de estrogênio isoladamente por até sete anos (nível de evidência: A) • NÃO existem evidências de que a SUSPENSÃO GRADATIVA de TH ofereça maior benefício em relação à melhora da sintomatologia climatérica ou retorno ao uso da TH quando COMPARADA À DESCONTINUAÇÃO IMEDIATA (nível de evidência: A). • NÃO há definição para uma DURAÇÃO MÁXIMA OBRIGATÓRIA para TH ou idade máxima na qual esta deva ser suspensa (nível de evidência: D) CONCLUSÕES TRH • Os esquemas INDIVIDUALIZADOS • Optar pela MENOR DOSE EFETIVA • Duração: AVALIADA PERIODICAMENTE (indicação versus contra-indicação); • ORIENTAR as mulheres a terem um estilo de vida mais saudável. TRH X OSTEOPOROSE A menopausa acelera a perda óssea pela diminuição do nível de estrogênio ( a reabsorção excede a formação). • A ação do estrogênio como protetor do osso não está bem estabelecida, parece ser por duas ações principais: 1 ) indireta - estimula a produção de calcitonina (pelas cél. Tireóide) que seria a responsável pela redução da reabsorção óssea, diminui a sensibilidade dos ossos ao pht 2 ) direta - sobre as células ósseas. OS ESTUDOS SUGEREM QUE OS ESTRÓGENOS SÃO AGONISTAS DOS OSTEOBLASTOS, AGIRIAM DIRETAMENTE NOS OSTEOBLASTOS ESTIMULANDO A FORMAÇÃO DE TGF b OU INIBINDO A PRODUÇÃO DE PGE. PREVENÇÃO E TRATAMENTO OSTEOPOROSE Portaria MS/GM nº 451/2014 - Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Osteoporose TERAPIA HORMONAL • Aumenta a massa óssea • Aumento da DMO• Proteção do osso, prevenção fraturas • Prevenção de osteoporose em mulheres <60 • Os efeitos benéficos de Terapia Hormonal Estrogênica (THE) ou Terapia Hormonal Estroprogestativa (THEP) sistêmica oral ou transdérmica nas doses convencionais na PRESERVAÇÃO DE DMO estão bem estabelecidos. • Metanálise, de 57 ECRs, publicada em 2002, comparou THE/THEP versus placebo em mulheres pós-menopausadas demonstrou aumento consistente de DMO com a terapia hormonal em todos os sítios ósseos avaliados. • No estudo PEPI (Postmenopausal Estrogen/Progestin Intervention) , com 875 participantes, dose diárias de 0.625 mg de estrógenos conjugados (CE), com ou sem um progestógeno (acetato de medroxiprogesterona[AMP] ou progesterna micronizada), durante 3 anos, AUMENTOU SIGNIFICATIVAMENTE A DMO DA COLUNA LOMBAR entre 3.5% a 5.0%, com um aumento de 1.7% no quadril (A). • No estudo WHI, um ECR de 5 anos de duração e com inclusão de 16608 mulheres pós-menopausadas (idade 50 a 79 anos), as doses diárias convencionais de THEP ( 0,625mg de CE + 10mg de AMP) AUMENTARAM SIGNIFICATIVAMENTE A DMO DE COLUNA LOMBAR E FÊMUR total em 4,5% e 3,7%, respectivamente, em relação ao placebo • Novas evidências vêm se acumulando com a utilização de BAIXAS OU ULTRABAIXAS DOSES DE TH E SEUS EFEITOS NA DMO. • Doses de 0,3mg/dia de EC, estradiol micronizado de 0,25mg/dia e 0,014mg/dia de estradiol transdérmico, em ECRs, resultam em aumentos modestos, mas estatisticamente significativos, da DMO na coluna e quadril em relação ao placebo. PREVENÇÃO E TRATAMENTO OSTEOPOROSE • CÁLCIO+ VITAMINA D • 1.500mg ao dia, associados a 400–800 UI de vitamina D • cálcio quelato e ao carbonato de cálcio (maior absorção) • BIFOSFONATOS • Aumentar a massa óssea corporal • Alendronato de sódio em doses diárias (10mg) ou semanais (70mg) VO • Risedronato sódico 5mg por dia ou 35mg em dose única semanal VO • Zolendranato e Ibandronato IV PREVENÇÃO E TRATAMENTO OSTEOPOROSE • SERMs • Paratormônio (PTH) • estimula a formação e a reabsorção óssea • diminui o risco de fraturas • Ranelato de estrôncio (RE), uso VO TRH X DOENÇA CARDIOVASCULAR • TRH versus prevenção da Doença cardiovascular precisam de melhor definição • Efeitos positivos no metabolismo lipídico • com redução de colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL), aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL) • Efeito antiaterosclerótico • Aumento marcadores inflamatórios associados a doença arterial (>prostaglandinas) • Efeito vasodilatador • Aumento secreção oxido nítrico • Redução da resistência insulínica TRH X DOENÇA CARDIOVASCULAR TRH X DIABETES MELLITOS TRH X CÂNCER DE MAMA PEPI TRIAL - >HDL E <LDL HERS (1998) - diminuição do risco de diabetes do tipo II WHI – Aumento risco DCV, AVC, tromboembolismo, aumento risco de câncer de mama
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