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1 @vitoriafx CONCEITOS CLIMATÉRIO: período fisiológico de transição da menacme (período reprodutivo) para o período não reprodutivo. PERIMENOPAUSA: período que antecede a menopausa, já com a presença de distúrbios da duração do ciclo menstrual. MENOPAUSA: é a data da última menstruação, definida após 12 meses de amenorreia. • Idade média: 51 anos • Menopausa precoce: < 40 anos • Menopausa tardia: > 55 anos PÓS-MENOPAUSA: se inicia após 12 meses da ultima menstruação e vai até os 65 anos. SENILIDADE: período que se inicia a partir dos 65 anos. FATORES QUE AFETAM A MENOPAUSA → Genética/ antecedente familiar; → Tabagismo; → Histerectomia prévia; MENOPAUSA PRECOCE Causada por insuficiência ovariana primária: → Idiopática – sem causa conhecida → Com causas: Doença autoimune; Síndrome de Turner. FISIOLOGIA → O ovário tem muito folículos ovarianos que, durante a vida tendem a diminuírem progressivamente. → Concomitantemente diminuindo a quantidade de inibina produzida que irá atuar na hipófise aumentando o FSH. A inibina é um hormônio produzido pelos folículos ovarianos cuja principal função é a inibição da produção de hormônio folículo-estimulante (FSH) pela hipófise. → Com isso a paciente pode ter: • Ciclos anovulatórios (sem ovular); • Ciclos espaniomenorreicos (intervalo entre as menstruações mais alargados); • Ciclos de amenorreia; • Sangramento uterino anormal/ disfuncional. → Com insuficiência ovariana têm-se a cessação na produção de estrogênio. → Com isso, o estroma ovariano e principalmente a adrenal passa a produzir hormônios androgênicos (masculinos). Esses sofrem aromatização (enzima aromatase) e transforam-se em ESTROMA. → ESTROMA - o principal estrogênio produzido pela mulher no climatério. QUADRO CLÍNICO A redução do estrogênio causa diversos sintomas → ALTERAÇÕES VASOMOTORES (Fogachos): • Calor intenso que pode estar associado a sudorese; • Também pode está associado: tontura, calafrios, parestesia, insônia e palpitações. • Sintoma toraco-cefálico, com duração de 2 a 3 minutos, que acontecem várias vezes no dia e são mais perceptíveis a noite; • Sintoma mais comum, que ocorre em 80% das mulheres. • As ondas de calor perduram, em geral, por 1 a 2 anos e desaparecem gradativamente. → SECURA VAGINAL • Pode provocar atrofia vaginal; • Ressecamento vaginal • Dispareunia de penetração; • Vaginite atrófica; • Aumento de infecções do trato urinário (ITU). → IRREGULARIDADE MENSTRUAL • Sangramento anormal disfuncional; • Oligomenorreia. → SISTEMA NERVOSO CENTRAL • Distúrbio do sono • Depressão • Ansiedade • Redução da memória • Redução da libido → COMPOSIÇÃO CORPÓREA • Redução da massa muscular; 2 @vitoriafx • Aumento do tecido adiposo (tendência de acúmulo de gordura na região abdominal); ▪ Aumento de LDL ▪ Redução de HDL • Redução do colágeno. → PERDA ÓSSEA • Risco de osteopenia e osteoporose. As mudanças costumam ser mais evidentes na região da coluna e do fêmur. A clínica é de lombalgia, perda de altura e cifose. A queda de estrogênio diminui a atividade dos osteoblastos e aumenta a atividade dos osteoclastos. Osteoblasto: são as células responsáveis pela formação da matriz orgânica do tecido ósseo. Osteoclastos: está envolvido na reabsorção e remodelagem do tecido ósseo. Com isso, vai se instalando a osteopenia (ocorre quando o corpo não produz um novo osso tão rapidamente quanto reabsorve o osso antigo.) e progredindo para a osteoporose. → RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES • Aumento de IAM e AVC. → SINTOMAS PSICOGÊNICOS: • Diminuição da autoestima • Irritabilidade • Insônia • Dificuldades sexuais • Sintomas depressivos DIAGNÓSTICO → Diagnóstico totalmente clínico; → Não há necessidade de exames laboratoriais para o diagnóstico. → Pode ser solicitar exames laboratoriais para avaliação geral da paciente antes da indicação do tratamento hormonal e de rotina para o acompanhamento *Alta incidência de doenças crônicas. • BHCG – descartar qualquer possibilidade de gravidez. • FSH e LH (se elevados comprovam a falência ovariana) • Perfil lipídico • Glicemia • TSH (descartar hipotireoidismo) • Pesquisa de sangue oculto nas fezes (> 50 anos). • CCO (Papanicolau) • MMG (mamografia) • Colonoscopia • Densitometria óssea (>65 anos ou tiver fatores de risco) • USG transvaginal Ausência de menstruação + FSH e LH elevados = falência ovariana. Fatores de risco para osteoporose TRATAMENTO → Tem como objetivo o alívio dos sintomas (sintomas vasomotores, atrofia urogenital e prevenção da osteoporose) TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) → Pode ser realizado com estrogênio isolado ou combinado (estrogênio e progesterona). • Mulheres com útero – estrogênio + progesterona. • Mulheres histerectomizadas – estrogênio isolado. Para pacientes com útero só o estrogênio causaria hiperplasia do endométrio e aumento do risco de câncer. Sendo a progesterona uma fonte protetora. CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS DA TRH → Antecedentes de câncer de mama e endométrio → Tromboembolismo agudo → Doenças hepáticas ativa → Sangramento uterino indeterminado → Porfiria CONTRA-INDICAÇÕES RELATIVAS DA TRH → Tromboembolismo prévio → IAM / AVC → HAS → DM 3 @vitoriafx → Mioma uterino e endometriose → Doença da vesícula biliar → Lúpus → Melanoma RISCO DA TRH → Risco de desenvolver câncer de mama (aumento do estrogênio e progesterona) → Trombose – maior risco pela via oral de administração. CANDIDATAS IDEIAS PARA A TRH → Mulheres sintomáticas com < 10 anos de menopausa; → Ou < 60 anos de idade. → Não pode ter história: câncer de mama, TVP, TEP, IAM, AVC ou doença hepática ativa. Mulheres com >10 anos de menopausa ou >60 anos deve- se evitar a TRH devido a associação com o aumento de doenças cardiovasculares. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DA TRH VIA ORAL → Aumento do HDL → Diminui o LDL → Aumenta triglicérides → Maior associação a TVP TRANSDÉRMICA → Não interfere nos triglicérides → Menor associação com TVP → Menor associação com AVC TRH não é indicada para prevenção de doença cardiovascular ou osteoporose TEMPO DE USO Estrogênio isolado → terapia por no máximo 5 anos, mas deve-se considerar o risco/ benefício. Estrogênio com progesterona → é recomendado o uso de 3 a 5 anos, devido ao aumento do risco de câncer de mama. Mas assim como o anterior, deve-se considerar o risco/ benefício. OUTRAS OPÇÕES DE TRATAMENTO → ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina): • Venlafaxina • Paroxetina • Citalopram → Anticonvulsivantes: • Gabapenina → Tibolona (esteroide sintético): • Função de estrogênio, progesterona e androgênio; • Reduz risco de osteoporose e fogachos; • Contraindicados em casos de câncer de mama. → Fitoterápicos: • Não existe consenso científico. PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE → Recomendar dieta rica em cálcio (1.200mg/dia) e vitamina D (800 a 1000 mg/dia) → Aconselhar exposição solar, sem fotoproteção, por pelo menos 15 minutos diariamente antes da 10h ou depois das 16h. → Recomendar exercícios físicos regulares para fortalecimento muscular ósseo, melhora do equilíbrio e da flexibilidade. → Aconselhar cessação de tabagismo e redução do consumo de bebidas alcoólicas e cafeína. ATIVIDADE FÍSICA → Exercícios recomendados: • Atividades aeróbicas: ▪ Caminhada rápida ▪ Corrida ▪ Ciclismo ▪ Natação ▪ Hidroginástica ▪ Dança • Treinamento de força: ▪ Musculação ▪ Pilates • Treinamentos de equilíbrio: ▪ Yoga ▪ Pilates Pacientes portadoras de doenças crônicas (cardiovascular, respiratórias, músculo -esqueléticas, metabólicas, entreoutras) devem ter autorização e acompanhamento de 4 @vitoriafx diversos profissionais como médicos, fisioterapeutas e nutricionistas. → Efeitos da atividade física: • Fortalece a musculatura; • Manutenção do bem estar e funcionamento do corpo; • Redução da incidência ou retardamento da progressão de doenças crônicas; • Auxilia na manutenção do peso; • Melhora qualidade do sono; • Previne osteoporose e artrose; • Quando praticada em grupo pode criar integração social e redução do isolamento e ansiedade. SINDROME GENITO-URINÁRIA DA MENOPAUSA (vaginite atrófica) Sintomas: ✓ Secura vaginal ✓ Dispareunia ✓ Queixas urinárias Diagnóstico: ✓ Diagnóstico clínico ✓ Exames: pH > 5; aumento de células basais e pabasais; aumento de leucócitos . Tratamento: ✓ Hidratante vaginal ✓ Lubrificante vaginal ✓ Estrogênio vaginal em menor dose ESTUDO WHI → WHI – Women’s health initiative (iniciativa da saúde na mulher) → É um estudo nos EUA que durou 15 anos e avaliou os efeitos da terapia de reposição hormonal (TRH) a longo prazo. → Considerou 161.808 mulheres pós-menopausa, com idade entre 50 e 79 anos. → As mulheres foram divididas em dois grupos: • Grupo 1 – mulheres histerectomizadas: ▪ Regime de estrogênio isolado ▪ Placebo (sem uso de TRH) • Grupo 2 – paciente não histerectomizadas: ▪ Regime combinado (estrogênio e progesterona) ▪ Placebo (sem uso de TRH) AVALIAÇÃO: → Mulheres histerectomizadas com uso de terapia isolada de estrogênio: • Aumento do riso de AVC e trombose. • Ausência de risco para câncer de mama (sugerindo associação de câncer de mama com a progesterona). → Mulheres não histerectomizadas com uso de terapia combinada (E+P): • Aumento do risco: câncer de mama, doença cardíaca, AVC, tromboembolismo; • Redução do risco: fraturas de quadril e câncer de cólon e reto. O estudo foi interrompido prematuramente devido os riscos para câncer de mama terem superado os benefícios após 5 anos de acompanhamento. CONCLUSÃO: → Só deve ser realizado TRH para pacientes sintomáticas O uso deve ser inferior a 5 anos devido ao aumento de câncer de mama e riscos cardiovasculares. → A TRH é benéfica na proteção contra osteoporose, mas não deve ser utilizada se essa for a única queixa da paciente, visto a outras alternativas medicamentosas. REFERÊNCIAS ✓ Tratado de Ginecologia – Berek e Novak ✓ Manual do Climatério – Febrasgo (2010) ✓ Atenção a mulher no climatério – Min. da Saúde (2008) ✓ Protocolo de Climatério – prefeitura de BH (2009) ✓ Osteoporose pós-menopausica – Febrasgo (2018) ✓ TRH (mini-revisão) – Dolores Pardini (UFSP)
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