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Natureza dos Direitos 
Trabalhistas
● Definição de Direito do Trabalho
● a) “É o complexo de regras, princípios e institutos 
jurídicos que regulam as relações empregatícias, 
quer no plano especificamente contratual quer no 
plano mais largo dos vínculos estabelecidos entre os 
entes coletivos que representam os sujeitos desse 
contrato. Regula o Direito do Trabalho, ainda, outras 
relações laborativas não empregatícias 
especificadas em lei.”( Maurício Godinho Delgado) 
● b) O Direito do Trabalho engloba dois segmentos: 
● b.1 – individual
● b.2 – coletivo
● Direito Individual do Trabalho: Trata da 
regulação do contrato de emprego, fixando 
direitos, obrigações e deveres das partes. 
Trata, de igual forma, de outras relações 
laborativas especificamente determinadas 
em lei.
● Direito Coletivo do Trabalho: Regula as 
relações entre organizações coletivas de 
empregados e empregadores e/ou entre os 
sindicatos dos trabalhadores e 
empregadores diretamente ( convenção e 
acordos coletivos de trabalho)
● PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO DO 
TRABALHO
● a) O Direito Individual do Trabalho é dotado 
de princípios especiais, que asseguram sua 
autonomia e especifidade no universo 
jurídico.
● Merecem destaque os mais importantes, os 
quais integram o chamado núcleo basilar dos 
princípios especiais do Direito do Trabalho:
● a.1) princípio da proteção;
● a.2) princípio da norma mais favorável;
● a.3) princípio da imperatividade das normas 
trabalhistas;
● a.4) princípio da indisponibilidade dos 
direitos trabalhistas ( conhecido como 
princípio da irrenunciabilidade dos direitos 
trabalhistas;
● a.5) princípio da condição mais benéfica;
● a.6) princípio da inalterabilidade contratual;
● a.7) princípio da irredutibilidade salarial;
● a.8) princípio da primazia da realidade;
● a.9) princípio da continuidade da relação de 
emprego.
● Princípio da Indisponibilidade dos direitos 
trabalhistas.
● - Os direitos trabalhistas são irrenunciáveis.
● - O trabalhador não pode dispor das 
condições e normas que lhe são favoráveis, 
sobretudo do conjunto de normas mínimas e 
cogentes asseguradas pelo ordenamento 
jurídico.
● A regra geral da indisponibilidade dos 
direitos trabalhistas está contida nos artigos 
9º, 444 e 468 da CLT.
● Art. 9º Serão nulos de pleno direito os atos 
praticados com o objetivo de desvirtuar, 
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos 
contidos na presente Consolidação.
● Art.444. As relações contratuais de trabalho 
podem ser objeto de livre estipulação das 
partes interessadas em tudo quanto não 
contravenha às disposições de proteção ao 
trabalho, aos contratos coletivos que lhes 
sejam aplicáveis e às decisões das 
autoridades competentes.
● Art.468.Nos contratos individuais de trabalho 
só é lícita a alteração das respectivas 
condições por mútuo consentimento, e ainda 
assim desde que não resultem, direta ou 
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob 
pena de nulidade da cláusula infringente 
desta garantia.
● É possível a renúncia de direitos?
Situações excepcionais previstas em lei: 
renúncia à antiga estabilidade celetista em 
decorrência da opção pelo FGTS, no período 
● anterior à Constituição de 1988;
● o elastecimento da jornada de trabalho em 
virtude de regime de compensação (art. 7º, 
inciso XIII, da CF) ; 
● o elastecimento de jornada em turnos 
ininterruptos de revezamento (art. 7º, XIV, da 
CF), por meio de negociação coletiva;
● Renúncia tácita à estabilidade no emprego 
pelo dirigente sindical que solicitar ou aceitar 
transferência para local fora de sua base 
territorial (art. 543, caput d § 1º, da CLT).
● A Súmula nº 51, II, do C.TST, na 
interpretação do art. 468 da CLT, prevê outra 
possibilidade de renúncia: 
(...)
● II - Havendo a coexistência de dois 
regulamentos da empresa, a opção do 
empregado por um deles tem efeito jurídico 
de renúncia às regras do sistema de outro.
 
● A questão que se levanta é:
● Como compatibilizar o princípio da 
indisponibilidade dos direitos trabalhistas 
com a Política Judiciária Nacional de 
Tratamento Adequado das Disputas de 
Interesses no Âmbito do Poder Judiciário 
Trabalhista? 
● Antes de se chegar a uma conclusão, 
cumpre estabelecer a diferença entre 
renúncia e transação.
● A renúncia é um ato unilateral no qual a 
parte se despoja de um direito assegurado 
pelo ordenamento jurídico. (Pressupõe a 
certeza do direito).
● A transação constitui ato bilateral, no qual as 
partes acordantes, fazendo concessões 
recíprocas, se ajustam a respeito de 
relações jurídicas duvidosas.
● O Ministro Maurício Coutinho Delgado 
pontua as diferenças entre renúncia e 
transação nos seguintes termos:
● “Renúncia é ato unilateral da parte, através 
do qual ela se despoja de um direito de que 
é titular, sem correspondente concessão 
pela parte beneficiada pela renúncia.
● Transação é ato bilateral (ou plurilateral), 
pelo qual se acertam direitos e obrigações 
entre as partes acordantes, mediante 
concessões recíprocas (despojamento 
recíproco), envolvendo questões fáticas ou 
● Jurídicas duvidosas (res dubia).”
● Ainda, é necessário não perder de vista a 
extensão da indisponibilidade dos direitos 
trabalhistas.
● Sobre o tema, ainda uma vez Maurício 
Godinho Delgado, leciona:
● “Absoluta será a indisponibilidade, do ponto 
de vista do Direito Individual do Trabalho, 
quando o direito enfocado merecer uma 
tutela de interesse público, por traduzir um 
patamar civilizatório mínimo firmado pela 
● Sociedade política em um dado momento 
histórico. É o que ocorre, como já apontado, 
ilustrativamente, com o direito à assinatura 
de CTPS, ao salário mínimo, à incidência 
das normas de proteção à saúde e 
segurança do trabalhador
● Relativa será a indisponibilidade, do ponto 
de vista do Direito Individual do Trabalho, 
quando o direito enfocado traduzir interesse 
individual ou bilateral simples, que não 
caracterize um padrão civilizatório geral 
mínimo firmado pela sociedade política em 
um dado momento histórico. É o que se 
passa, ilustrativamente, com a modalidade 
de salário paga ao empregado ao longo da 
relação de emprego (salário fixo versus 
salário variável, por exemplo): essa 
modalidade salarial pode se alterar, 
● Licitamente, desde que a alteração não 
produza prejuízo efetivo ao trabalhador. As 
parcelas de indisponibilidade relativa podem 
ser objeto de transação (não de renúncia, 
obviamente), desde que a transação não 
resulte em efetivo prejuízo ao 
empregado(art.468, CLT).”
● Nessa quadra, é lícito concluir que é vedada, 
como regra geral, a renúncia de direitos 
trabalhistas, salvo raríssimas exceções 
expressamente previstas em lei.
● Ainda podemos concluir ser possível a 
transação sobre direitos não revestidos pela 
indisponibilidade absoluta, desde que 
presente a incerteza subjetiva quanto aos 
direitos e obrigações, bem como os demais 
requisitos do ato jurídico em geral 
( capacidade da parte, livre
● Manifestação de vontade, objeto lícito e 
forma prescrita ou não defesa por lei).
POLÍTICA JUDICIÁRIA NACIONAL DE 
TRATAMENTO ADEQUADO DAS DISPUTAS DE 
INTERESSES NO ÂMBITO DO PODER JUDICIÁRIO
● Função precípua do sistema judiciário: 
promover a pacificação social e possibilitar o 
exercício da cidadania.
● Acesso à Justiça:Não significa apenas o 
ingresso ao Poder Judiciário, mas a 
tempestividade e a justeza das respostas 
recebidas pelas partes. 
● A Emenda Constitucional nº 45/2004: criação 
do Conselho Nacional de Justiça – 
responsável pelo controle da atividade 
administrativa e financeira do Poder 
Judiciário (art. 103-B da CF/88)
● O CNJ tem como bandeira a construção de 
uma política pública voltada ao tratamento 
adequado dos conflitos de interesses. (com o 
objetivo de efetivar o acesso à justiça, 
● de promover responsabilidade social e 
também alcançar eficiência operacional na 
gestão dos recursos do Poder Judiciário .
● Com esse escopo, em agosto de 2006, 
durante a gestão da MinistraEllen Gracie, o 
CNJ lançou o “Movimento pela Conciliação”, 
com o slogan Conciliar é Legal.
● A Resolução nº 125/2010 do CNJ 
institucionalizou a Política Judiciária Nacional
de tratamento adequado dos conflitos de 
● interesses, a realizar três objetivos 
estratégicos do Poder Judiciário, previstos 
na Resolução nº 70/2009 do CNJ, a saber: a 
eficiência operacional, o acesso à justiça e a 
responsabilidade social. 
● Eficiência operacional: racionalização da 
prestação jurisdicional que busca evitar uma 
desnecessária movimentação da máquina 
judiciária (custo unitário do processo: R$ 
264,00, aproximadamente).
● Acesso à Justiça: participação ativa das 
partes na resolução do conflito; eleva o grau 
de satisfação dos usuários com o sistema de 
justiça, na medida em que a solução do 
conflito é construída de forma colaborativa 
● 
● Responsabilidade social: permite o 
empoderamento das partes, que ganham 
autonomia para gerenciar seus conflitos de 
interesses. Avançam na percepção e 
consciência de seus direitos.
●
● O desenho estratégico da política 
conciliatória nacional:
● - Núcleos Permanentes de Métodos 
Consensuais de Solução de Disputas – 
NUPEMEC-JT;
● -Centros Judiciários de Métodos 
Consensuais de Solução de Disputas – 
CEJUSC-JT; 
● -Capacitação permanente de magistrados, 
servidores e colaboradores;
● Acompanhamento estatístico específico, a 
ser realizado pelos TRTs.
● Radiografia do Poder Judiciário
● Justiça em números.
● Ano de 2015
● a) redução no crescimento de casos novos, 
na ordem de 5,5%, com exceção da Justiça 
do Trabalho, que teve + 1,7% de 
crescimento na demanda.
Total: 27.280.287 Total: 73.936.309
● Fonte: Justiça em Números - CNJ
● A Resolução 174/2016 do CSJT dispõe 
sobre a política judiciária nacional de 
tratamento adequado das disputas de 
interesses no âmbito do Poder Judiciário e 
segue a mesma diretriz traçada pela 
Resolução nº 125/2010 do CNJ.
● A Semana Nacional da Conciliação 
Trabalhista: realizada pelo CSJT, desde 
2015.
● III Semana Nacional da Conciliação, 
realizada no período de 22 a 26 de maio de 
2017.
● Produtividade do TRT 8ª Região.
● 1º Grau - Fase de Conhecimento: os acordos 
homologados totalizaram R$ 9.331.012,32
 
● Fase de Execução: R$5.068.171,41
 
● Total: R$ 14.399.183,73
 
● 2º Grau (audiências realizadas no CEJUSC) 
 Processos em tramitação no TST: 
R$ 3.445.314,03
● Processos em tramitação no TRT8: 
R$ 710.033,00 
● Total: R$. 15.109.216,78 (sem a soma dos 
processos do TST)
● Contribuições para o INSS: R$ 1.001.318,79
● Imposto de Renda: R$ 24.619,32

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