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Economia
Teoria e Política
F r a n c i s c o M O C H Ó N 
Revisão Técnica e Adaptação
CARLOS ROBERTO MARTINS PASSOS 
Tradução da 
5a edição
Visite nosso site:
www.mcgraw-hill.com.br
Economia: Teoria e Política colabora com o professor na tarefa de apresentar ao aluno a forma de raciocinar própria 
da Economia ao oferecer uma introdução clara e rigorosa dos princípios da Economia moderna. Para despertar o 
interesse desse aluno que entra em contato pela primeira vez com a Economia e abordar de forma intuitiva os 
conceitos econômicos, o autor recorre a exemplos e aplicações, evitando, na medida do possível, os argumentos 
baseados na teoria econômica formal.
Revisada e adaptada pelo Professor e Economista Carlos Roberto Martins Passos, a obra de Francisco Mochón 
destaca-se pelas seguintes características:
Inserções ao longo do texto e novos apêndices no final dos capítulos tornam o livro mais próximo da realidade 
brasileira.
Texto agradável, de fácil leitura e compreensão, faz uma abordagem de todos os conceitos que um estudante 
de Economia deve conhecer, mas de uma forma relativamente concisa.
Problemas de caráter econômico são apresentados tanto no nível do Estado, como no das atividades 
profissionais e empresariais, e até mesmo na vida cotidiana.
Gráficos, quadros, figuras e notas complementares ilustram e enriquecem o conteúdo estudado.
Aplicações
Livro-texto para as disciplinas Introdução à Economia e Teoria Econômica dos cursos de graduação em Economia 
e Administração. Recomendado também para economistas e administradores que desejem atualizar seus 
conhecimentos na área.
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Economia: Teoria e Política
MOCHÓN 
 
5
a edição
Francisco MOCHÓN MORCILLO
Catedrático de Teoria Econômica
Facultad de Ciencias Económicas
Universidad Nacional de Educación a Distancia
Tradução
Fátima Conceição Murad
Leila de Barros
Sheila Clara Dystyler Ladeira
Revisão Técnica e Adaptação
Carlos Roberto Martins Passos
Economista com graduação e pós-graduação pela 
Universidade de São Paulo – USP 
Lecionou nos cursos de graduação da PUC/SP, FMU e UNIP, 
na pós-graduação da FASP e da Faculdade São Luís, e no MBA
em Finanças do Ibmec e no IbmesLaw, do Ibmec Educacional
Bangcoc Beijing Bogotá Caracas Cidade do México 
Cingapura Londres Madri Milão Montreal Nova Delhi Nova York
Santiago São Paulo Seul Sydney Taipé Toronto
ECONOMIA
TEORIA E POLÍTICA
Tradução da 5a Edição Espanhola
ECONOMIA: TEORIA E POLÍTICA - 139
A p ê n d i c e 7 . C
A D e f e s a d a C o n c o r r ê n c i a n o B r a s i l
1 Introdução
Examinamos, no capítulo anterior e neste, duas estru-
turas mercadológicas distintas: a concorrência perfeita 
e o monopólio. Vimos também que as estruturas menos 
concorrenciais são setores compostos por poucos produ-
tores, de tal modo que cada produtor tem algum grau de 
monopólio. Com maior poder de mercado, tais setores 
podem prejudicar potenciais compradores, pois estes aca-
bam adquirindo bens a preços mais elevados que aqueles 
que prevaleceriam em mercados competitivos (acabam 
cobrando preços superiores aos custos marginais). Além 
de pagar mais pelo produto, nas estruturas com menor 
concorrência, o consumidor tem uma quantidade menor 
de produto à sua disposição. De fato, os mercados falham 
na presença da concorrência imperfeita. 
O poder monopólico se refl ete em dois grandes gru-
pos de mercados imperfeitos: monopólios naturais e oli-
gopólios. Deve-se, portanto, limitar o poder de mercado, 
evitando, assim, que ele seja usado de maneira anticon-
correncial. Vamos inicialmente expor a Lei Antitruste no 
Brasil, para em seguida apresentar um esboço do funcio-
namento do SBDC.
2 A Lei Antitruste no Brasil
É interessante observar que a base de organização de 
um sistema de defesa da concorrência está presente na 
Constituição Federal de 1988, no Título VII, Da Ordem 
Econômica e Financeira, Capítulo 1, Dos Princípios 
Gerais da Atividade Econômica. Nele encontramos, no 
Art. 170, a afi rmação de que a ordem econômica, fundada 
na valorização do trabalho e na livre iniciativa, tem por 
fi m assegurar, entre outros princípios, o da livre concor-
rência (inciso IV) e de defesa do consumidor (inciso V).
A legislação que trata desses assuntos é a Lei 
no 8.884, de 11 de junho de 1994, que transforma o 
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) 
em Autarquia, ampliando seus poderes. Ela dispõe so-
bre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem 
econômica orientada pelos princípios constitucionais de 
liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social 
da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao 
abuso do poder econômico. A Lei no 8.884 veio sistema-
tizar e aperfeiçoar a legislação antitruste. Ela previne os 
efeitos anticoncorrenciais de qualquer forma de concen-
tração econômica (todos os atos, sob qualquer forma ma-
nifestados, passíveis de limitar ou de qualquer maneira 
prejudicar a livre concorrência, ou resultar na dominação 
de mercados relevantes de bens ou serviços). A coletivi-
dade é a titular dos bens jurídicos protegidos pela Lei.
Já em seu Art. 1o fi ca estipulada a fi nalidade da lei: 
tratar da prevenção e da repressão às infrações contra a 
ordem econômica, orientada pelos ditames constitucio-
nais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função 
social da propriedade, defesa dos consumidores e repres-
são ao abuso do poder econômico. 
2.1 Infrações
Com relação às infrações, em seu Art. 20 a referida lei 
defi ne que
“Constituem infração da ordem econômica, indepen-
dentemente de culpa, os atos sob qualquer forma mani-
festados, que tenham por objeto ou possam produzir os 
seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
I – limitar, falsear, ou de qualquer forma prejudicar a 
livre concorrência ou a livre iniciativa;
II – dominar mercado relevante de bens e serviços;
III – aumentar arbitrariamente os lucros;
IV – exercer de forma abusiva posição dominante.”
Por posição dominante entende-se quando a empresa 
ou grupo de empresas controla 20% de mercado relevan-
te, podendo esse percentual ser alterado pelo Cade para 
setores específi cos da economia. 
Em seu Art. 21, a Lei no 8.884 caracteriza o que se 
entende por infração à ordem econômica, ao longo de 24 
incisos:
I – fi xar ou praticar, em acordo com concorrente, sob 
qualquer forma, preços e condições de venda de bens ou 
de prestação de serviços;
140 - CAPÍTULO 7 - O MONOPÓLIO
II – obter ou infl uenciar a adoção de conduta comer-
cial uniforme ou concertada entre concorrentes;
III – dividir os mercados de serviços ou produtos, aca-
bados ou semi-acabados, ou as fontes de abastecimento 
de matérias-primas ou produtos intermediários;
IV – limitar ou impedir o acesso de novas empresas 
ao mercado;
V – criar difi culdades à constituição, ao funcionamento, 
ou ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de for-
necedor, adquirente ou fi nanciador de bens ou serviços;
VI – impedir o acesso de concorrentes às fontes de in-
sumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem 
como aos canais de distribuição;
VII – exigir ou conceder exclusividade para divulga-
ção de publicidade nos meios de comunicação de massa.
VIII – combinar previamente preços ou ajustar vanta-
gens na concorrência pública ou administrativa;
IX – utilizar meios enganosos para provocar a oscila-
ção de preços de terceiros;
X – regular mercados de bens e serviços, estabelecen-
do acordos para limitar ou controlar a pesquisa e o desen-
volvimento tecnológico, a produção de bens ou prestação 
de serviços, ou para difi cultar investimentos destinados à 
produção de bens ou serviços ou à sua distribuição;
XI – impor, no comércio de bens ou serviços, a distri-
buidores, varejistas e representantes, preços de revenda, 
descontos, condições de pagamentos, quantidades míni-
mas ou máximas, margem de lucro ou quaisquer outras 
condições de comercialização relativos a negócios destes 
com terceiros;XII – discriminar adquirentes ou fornecedores de bens 
ou serviços por meio de fi xação diferenciada de preços, 
ou de condições operacionais de venda ou prestação de 
serviços;
XIII – recusar a venda de bens ou a prestação de ser-
viços, dentro das condições de pagamentos normais aos 
usos e costumes comerciais;
XIV – difi cultar ou romper a continuidade ou desen-
volvimento de relações comerciais de prazo indetermi-
nado em razão de recusa da outra parte em submeter-se 
a cláusulas e condições comerciais injustifi cáveis ou an-
ticoncorrenciais;
XV – destruir, inutilizar ou açambarcar matérias-pri-
mas, produtos intermediários ou acabados, assim como 
destruir, inutilizar ou difi cultar a operação de equipamentos 
destinados a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
XVI – açambarcar ou impedir a exploração de direitos 
de propriedade industrial ou intelectual ou de tecnologia;
XVII – abandonar, fazer abandonar ou destruir lavou-
ras ou plantações, sem justa causa comprovada;
XVIII – vender injustifi cadamente mercadoria abaixo 
do preço de custo;
XIX – importar quaisquer bens abaixo do custo no 
país exportador, que não seja signatário dos códigos 
Antidumping e de subsídios do GATT;
XX – interromper ou reduzir em grande escala a pro-
dução, sem justa causa comprovada;
XXI – cessar parcial ou totalmente as atividades da 
empresa sem justa causa comprovada;
XXII – reter bens de produção ou de consumo, exceto 
para garantir a cobertura dos custos de produção;
XXIII – subordinar a venda de um bem à aquisição de 
outro ou à utilização de um serviço, ou subordinar a pres-
tação de um serviço à utilização de outro ou à aquisição 
de um bem;
XXIV – impor preços excessivos, ou aumentar sem 
justa causa o preço de bem ou serviço. 
Verifi ca-se, ao longo desses itens, restrições a:
a) práticas que resultem em combinação objetivando 
evitar a competição entre empresas que estejam no 
mercado;
b) práticas que impeçam a entrada de novas empresas no 
mercado;
c) práticas que tenham por objetivo a expulsão de em-
presas que já estejam no mercado;
d) imposição de controles ao longo da cadeia produtiva.
2.2 Penas
O Art. 23 da referida lei sujeita os responsáveis por práti-
cas de infração da ordem econômicas às seguintes penas:
“I – no caso de empresa, multa de um a trinta por cen-
to do valor do faturamento bruto do seu último exercício, 
excluídos os impostos, a qual nunca será inferior à vanta-
gem auferida, quando quantifi cável;
ECONOMIA: TEORIA E POLÍTICA - 141
II – no caso de administrador, direta ou indiretamente 
responsável pela infração cometida pela empresa, multa 
de dez a cinqüenta por cento do valor daquela aplicável à 
empresa, de responsabilidade pessoal e exclusiva ao ad-
ministrador.
III – No caso das demais pessoas físicas ou jurídicas 
de direito público ou privado, bem como quaisquer asso-
ciações de entidades ou pessoas constituídas de fato ou 
de direito, ainda que temporariamente, com ou sem per-
sonalidade jurídica, que não exerçam atividade empre-
sarial, não sendo possível utilizar-se o critério do valor 
do faturamento bruto, a multa será de 6.000 (seis mil) a 
6.000.000 (seis milhões) de unidades Fiscais de referên-
cia – UFIR, ou padrão superveniente.”
Vale dizer que, em caso de reincidência, as multas se-
rão aplicadas em dobro.
3 O Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência
O objetivo principal do Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência (SBDC) é a promoção de uma economia 
competitiva por meio da prevenção e da repressão de 
ações que possam limitar ou prejudicar a concorrência, 
com base na Lei de Defesa da Concorrência.
O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência 
é composto pela Secretaria de Acompanhamento 
Econômico (SEAE), vinculada ao Ministério da Fazenda, 
pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) e pelo 
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), 
ambos vinculados ao Ministério da Justiça.
Para compreendermos o SBDC é preciso conhecer a 
atuação de cada uma das Secretarias e do Cade, e como a 
defesa da concorrência é tratada em nosso País.
3.1 Secretaria de Direito Econômico
A Secretaria de Direito Econômico, do Ministério 
da Justiça, subdivide-se em dois departamentos: o 
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor 
(DPDC) e o Departamento de Proteção e Defesa 
Econômica (DPDE).
O DPDC trata de questões pertinentes à Lei no 
8.078/1990, e dispõe sobre a proteção do consumidor, 
não se confundindo com matéria de antitruste, que fi ca 
a cargo do DPDE. Este possui função analítica e investi-
gativa. É função do órgão analisar as questões de defesa 
da concorrência, baseado na Lei no 8.884/1994, e instruir 
os processos, principalmente em seus aspectos jurídicos, 
para posterior decisão fi nal do Cade. 
3.2 Secretaria de Acompanhamento Econômico 
(SEAE)
A Secretaria de Acompanhamento Econômico, do 
Ministério da Fazenda, aborda as questões de defesa da 
concorrência sob o aspecto econômico da matéria e ela-
bora parecer técnico que auxiliará a SDE na instrução 
do processo e o Cade na sua decisão fi nal. Da mesma 
forma que a SDE, tem função analítica e investigativa. 
Entretanto, o parecer técnico da SEAE e a nota técnica e 
o despacho da SDE não são vinculativos, podendo o Cade 
adotá-los em sua decisão ou não.
3.3 Conselho Administrativo de Defesa Econômica 
(Cade)
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), 
criado em 1962 e transformado, em 1994, em Autarquia 
vinculada ao Ministério da Justiça, tem suas atribuições 
previstas na Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994. Sua 
fi nalidade é orientar, fi scalizar, prevenir e apurar abusos 
de poder econômico, exercendo papel tutelador da pre-
venção e repressão desse abuso.
Ao Cade, última instância decisória na esfera admi-
nistrativa, cabe julgar os processos em matéria concor-
rencial, após análise dos pareceres da SEAE e da SDE. 
As decisões do Cade não comportam revisão no âmbito 
do Poder Executivo, sendo possíveis apenas no âmbito do 
Poder Judiciário.
3.4 A Atuação dos Órgãos do Sistema Brasileiro de 
Defesa da Concorrência 
A atuação dos órgãos do SBDC subdivide-se em três tipos:
I – preventiva, por meio do controle de estruturas de 
mercado, via apreciação de atos de concentração (fusões, 
aquisições e incorporações de empresas);
II – repressiva, mediante controle de condutas ou prá-
ticas anticoncorrenciais, que busca verifi car a existência 
de infrações à ordem econômica, das quais são exemplos 
as vendas casadas, os acordos de exclusividade e a for-
mação de cartel; e 
III – educacional, que corresponde ao papel de difusão 
da cultura da concorrência, via parceria com instituições 
para a realização de seminários, palestras, cursos e publi-
142 - CAPÍTULO 7 - O MONOPÓLIO
cações de relatórios e matérias em revistas especializa-
das, visando a um maior interesse acadêmico pela área, 
ao incremento da qualidade técnica e da credibilidade das 
decisões emitidas e à consolidação das regras antitruste 
perante a sociedade.
4 Mudanças no Sistema Brasileiro de Defesa 
da Concorrência
O governo federal enviou ao Congresso Nacional o projeto 
de reforma do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência 
(SBDC). O projeto altera a Lei no 8.884/1994, e traz mu-
danças na estrutura e na forma de atuação dos órgãos do 
SBDC. O objetivo das mudanças é tornar o sistema mais 
racional, rápido e efi ciente.
Pelo projeto, o SBDC será composto por apenas dois 
órgãos: Secretaria de Acompanhamento Econômico 
(SEAE) e Conselho Administrativo de Defesa Econômico 
(Cade), deixando de existir as atribuições da Secretaria 
de Direito Econômico (SDE). As tarefas desempenha-
das pelo Departamento de Proteção e Defesa Econômica 
(DPDE) da SDE, referentes à instrução de processos ad-
ministrativos e análise de atos de concentração, deverão 
fi car sob a responsabilidade do Cade.
As funções de investigação de condutas anticoncor-
renciais e de análise de atos de concentração serão desem-
penhadas pelo Cade, que, com isso, passará a ser compos-to por quatro órgãos: Superintendência Geral (que atuará 
como um promotor, investigando denúncias para, depois, 
submetê-las ao julgamento do tribunal); Departamento de 
Estudos Econômicos (que elaborará estudos e pareceres 
para auxiliar o trabalho dos conselheiros e da diretoria ge-
ral); Procuradoria Geral; e Tribunal Administrativo (res-
ponsável pelo julgamento). Hoje, SEAE e a SDE fazem a 
instrução dos casos, que são julgados ao fi nal pelo Cade.
A SEAE passará a responder pela “advocacia da con-
corrência”, analisando normas setoriais e medidas to-
madas por outros órgãos de governo de forma a evitar 
distorções no ambiente concorrencial. Pela proposta do 
governo, a Secretaria não será mais obrigada a investigar 
condutas anticompetitivas ou fazer pareceres sobre fusões 
e aquisições, mas pode atuar se considerar necessário.
A principal mudança é que a análise de fusões e aqui-
sições passará a ser feita antes do fechamento do negócio 
e não depois, como é realizada hoje.
Após essa breve apresentação a respeito das principais 
alterações na estrutura do SBDC, mostraremos, a seguir, 
uma síntese dos principais pontos do projeto, indicando 
como atua hoje e como fi cará após a reestruturação.
Formação atual Após a reestruturação
Estrutura A defesa da concorrência no País é feita por três ór-
gãos: Secretaria de Acompanhamento Econômico 
(do Ministério da Fazenda), Secretaria de Direito 
Econômico e Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica (ambos do Ministério da Justiça). No 
formato atual, há uma duplicidade de atuação 
entre SDE e SEAE, principalmente na análise de 
atos de concentração, já que as duas secretarias 
fazem o mesmo trabalho de instrução e precisam 
emitir, cada uma, um parecer para cada caso.
O Cade concentrará as atividades de investiga-
ção, análise e julgamento da área de concorrên-
cia. A SDE deixa de existir, mas o Departamento 
de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) 
permanecerá na estrutura do MJ. A SEAE con-
tinuará existindo, porém, passará a atuar princi-
palmente na advocacia da concorrência.
Estrutura do Cade Hoje, é formado pelo Conselho, que julga os ca-
sos, e pela Procuradoria, que representa o Cade 
na Justiça.
O Cade passará a ser composto pela Superin-
tendência Geral (atuará como uma espécie de 
promotoria, investigando empresas suspeitas 
de prejudicar concorrentes e fazendo a instru-
ção dos casos), pelo Departamento de Estudos 
Econômicos (elaborará estudos e pareceres 
econômicos, de ofício ou por solicitação de con-
selheiro relator ou do superintendente-geral), 
pelo Tribunal Administrativo (responsável pelo 
julgamento) e pela Procuradoria Geral (que terá 
sua atuação perante o Judiciário reforçada).
(continua)
ECONOMIA: TEORIA E POLÍTICA - 143
Formação atual Após a reestruturação
Fusões e aquisições O negócio é aprovado depois de concretizado. A análise passa a ser prévia.
Critério de 
submissão de 
atos de
concentração
Todas as operações em que uma das empresas 
tenha faturamento acima de R$ 400 milhões ou 
que resultem na concentração de 20% do merca-
do precisam ser submetidas aos órgãos de defesa 
da concorrência brasileiros.
O critério passará a ser mais seletivo e objetivo. 
Especifi ca-se que será considerado apenas o fa-
turamento, no Brasil, das empresas envolvidas e 
deixa de haver critério com base na participação 
de mercado. Os valores poderão ser alterados 
para se adequarem à dinâmica econômica.
Análise simplifi cada Para todos os casos apresentados ao SBDC, mes-
mo os mais simples, SDE e SEAE precisam elabo-
rar pareceres sobre a operação e encaminhar para 
julgamento do Cade.
Casos que não representarem risco à concor-
rência poderão ser aprovados apenas com uma 
determinação do superintendente-geral. A deci-
são do superintendente-geral será passível de 
revisão, se requerida por conselheiros, terceiros 
interessados, SEAE, Ministério Público ou agên-
cias reguladoras. Os casos mais complexos con-
tinuarão a ser julgados pelo tribunal.
Possibilidade 
de acordo
Há incentivos para que as empresas não passem 
todas as informações necessárias para a análi-
se das secretarias e inundem os conselheiros do 
Cade de dados antes do julgamento. Dessa forma, 
protela-se a decisão fi nal e cria-se um fato con-
sumado, mais difícil de desinvestimento, um meio-
termo entre a aprovação e a rejeição da operação, 
que é imposta pelos conselheiros e não negocia-
da.
Será criado o acordo em controle de concentra-
ções, para que empresas e autoridades de con-
corrência cheguem a uma proposta consensual 
nos casos mais complexos, a qual dependerá de 
aprovação do tribunal.
Defi nição de papéis Não há uma defi nição explícita sobre os papéis 
de cada órgão, o que resulta em uma atuação em 
que ora os órgãos exercem função de juízes, ora 
promotores.
Todo o projeto será estruturado no sentido de 
defi nir esses papéis. A Superintendência Geral 
exercerá o papel de promotoria e o tribunal é o 
juiz.
Ênfase no combate a
cartéis
Tradicionalmente, o número de atos de concentra-
ção submetidos à aprovação dos órgãos fez que 
o sistema tivesse como foco a análise de fusões 
e aquisições, o que passou a mudar a partir de 
2000.
Com a diminuição do número de fusões e aquisi-
ções a serem analisadas, recursos humanos se-
rão direcionados para a investigação de cartéis.
O programa de leniência, adotado a partir da atual 
gestão da SDE, ganhará um capítulo específi co. 
Ficará explicitado que a assinatura de acordos 
de leniência impedirá a propositura de denún-
cias criminais, o que dará mais segurança às 
empresas e dirigentes que quiserem assinar um 
acordo de leniência. A SDE precisará, a cada 
caso, conseguir o compromisso dos ministérios 
públicos de que não será oferecida denúncia.
Penalidades Apesar de a lei prever penas mais rígidas, como 
a proibição de fazer contratações com instituições 
fi nanceiras ofi ciais e participar de licitações, em 
geral são aplicadas apenas multas de até 30% do 
faturamento da empresa.
As penalidades previstas para os casos mais 
graves tornar-se-ão mais objetivas. A multa pas-
sa a variar de R$ 6 mil a R$ 200 milhões.
Mandato dos
conselheiros
Os conselheiros têm mandato de dois anos, pror-
rogáveis por igual período.
Os mandatos passarão a ser de quatro anos não 
coincidentes, evitando mudanças bruscas na 
composição do órgão, e será proibida a prorro-
gação dos mandatos para o período seguinte.
(continua)
144 - CAPÍTULO 7 - O MONOPÓLIO
Formação atual Após a reestruturação
Quarentena Nada impede que um conselheiro deixe o Cade e 
passe a advogar para uma empresa logo de ime-
diato.
Será instituída uma quarentena de 120 dias para 
os conselheiros e para o procurador-geral.
Independência nas 
investigações
Os responsáveis pela investigação de condutas 
anticoncorrenciais, os secretários da SEAE e da 
SDE são demissíveis a qualquer tempo.
Assim como os conselheiros, o superintenden-
te-geral, responsável pelas investigações, terá 
mandato de dois anos, para garantir a indepen-
dência nas investigações.
Carreira Não há carreira e quadro de pessoal permanente 
para os órgãos.
Será criado um corpo técnico para o Cade e são 
disponibilizados mais cargos DAS.
Federalização dos 
crimes contra a 
ordem econômica
A competência é da justiça comum. A competência para processar e julgar crimes 
contra a ordem econômica será transferida para 
a Justiça Federal.
Fonte: SEAE – Ministério da Justiça.
5 Glossário Básico de Defesa da 
Concorrência*
Acordo de exclusividade: ocorre quando compradores 
de um determinado bem ou serviço se comprometem a 
adquiri-lo com exclusividade de determinado vendedor (ou 
vice-versa), fi cando assim proibidos de comercializar os 
bens dos rivais. O efeito econômico é similar ao efeito da 
restrição territorial. Em ambos os casos a competição via 
preços é limitada. O estabelecimento de um acordo de ex-
clusividade pode elevar os custos de entrada de competido-
res potenciais ou elevar os custos de rivais efetivos no mer-
cado do provedor, aumentandoa possibilidade de exercício 
de poder de mercado no setor correspondente. Os acordos 
de distribuição exclusiva aumentam o poder de mercado do 
provedor na medida em que conseguem restringir o acesso 
de rivais potenciais ou efetivos aos sistemas de distribuição, 
obrigando-os a constituir canais próprios.
Acordo de Leniência: programa de redução de penas para 
os infratores à ordem econômica que se apresentarem es-
pontaneamente às autoridades antitruste, instituído pela 
Lei no 10.149/2000 e regulamentado pela Portaria MJ no 
849/2000. Mediante o programa, aqueles que cooperarem 
com o Governo, identifi cando os demais co-autores da infra-
ção e apresentando provas concretas, poderão ser poupados 
de processo administrativo ou ter as suas penas reduzidas 
de um a dois terços. A Lei no 10.149/2000 garantiu sua ex-
tensão à esfera penal, signifi cando que o cumprimento do 
acordo de leniência extingue a punibilidade criminal das in-
frações à ordem econômica, caso se constituam em crime de 
ação penal pública.
Agente econômico: qualquer pessoa física ou jurídica 
(empresa privada ou pública, com fi ns lucrativos ou não, 
indústria, comércio, profi ssional liberal etc.) que partici-
pa, independentemente, como sujeito ativo na atividade 
econômica.
Averiguação Preliminar: investigação que a SDE pro-
move, de ofício ou à vista de representação escrita e fun-
damentada de qualquer interessado, quando os indícios 
de infração à ordem econômica não são sufi cientes para a 
instauração de um Processo Administrativo.
Aquisição (incorporação): Aquisição do controle de um 
agente econômico por outro, no qual o agente econômico 
adquirido desaparece como pessoa jurídica, mas o adqui-
rente mantém a identidade jurídica anterior ao ato.
Barreiras à entrada: Qualquer fator em um mercado que 
ponha um potencial competidor efi ciente em desvanta-
gem com relação aos agentes econômicos estabelecidos. 
Entre os fatores que constituem importantes barreiras à 
entrada, destacam-se: a) custos fi xos elevados; b) custos 
afundados; c) barreiras legais ou regulatórias; d) recur-
sos de propriedade das empresas instaladas; e) economias 
de escala ou de escopo; f) grau de integração da cadeia 
produtiva; g) fi delidade dos consumidores às marcas es-
tabelecidas; e h) a ameaça de reação dos competidores 
instalados.
Barreiras legais ou regulatórias: As barreiras legais e 
regulatórias são exigências criadas pelo governo para a 
instalação e o funcionamento de uma empresa, tais como 
as licenças comerciais. As barreiras legais podem repre-
sentar, na prática, um incremento nos custos afundados, 
quando sua superação implicar custos elevados ou quan-
* Fonte: SDE – Ministério da Justiça.
 
	Capa
	A Defesa da Concorrência no Brasil
	Intordução
	A lei Antitruste no Brasil
	Infrações
	Penas
	Os sistema brasileiro de defesa da concorrência
	Secretaria de direito econômico
	Secretaria de acompanhamento econômico (SEAE)
	Conselho administrativo de defesa econômica (CADE)
	A atuação dos órgãos do sistema brasileiro de defesa da concorrência
	Mudanças no sistema brasileiro de defesa da concorrência

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