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Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6 Edição_Parte228

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após a resposta inicial, devido à resistência adquirida.67,68,77
Eficácia
Na maior série até agora publicada,73 24 AH localmente agressivos ou carcinomas hipofisários foram tratados com
temozolomida. Ao final, 48% dos pacientes apresentaram redução do volume tumoral (43%) ou diminuição da
hiperprolactinemia (5%) durante um tempo médio de seguimento de 32,1 meses, e esses parâmetros se mantiveram em 34% de
todos os pacientes (70% dos respondedores iniciais).73 Entre 16 adenomas atípicos tratados com temozolomida, todos com
MGMT < 20% alcançaram resposta terapêutica (definida como redução da lesão ≥ 30%), o que não ocorreu nos casos com
MGMT > 20% (Figura 12.5).73 Efeitos adversos foram observados em 54% dos pacientes. O efeito adverso grave mais comum
foi trombocitopenia, mas nenhum paciente precisou descontinuar o tratamento.73 Um benefício adicional de tratamento com
temozolomida é a mudança na consistência do tumor devido a necrose intratumoral, e esse amolecimento do tumor o torna mais
favorável a aspiração e curetagem.
Em uma revisão, 24 de 40 (60%) casos publicados demonstraram resposta à terapia com a temozolomida.78 As taxas de
resposta mais elevadas foram observadas entre os prolactinomas (73%) e tumores secretores de ACTH (60%), enquanto os
tumores não funcionantes exibiram taxas mais baixas (40%). Uma baixa expresssão de MGMT, determinada por imuno-
histoquímica, esteve associada à elevada taxa de resposta (76%), a qual não ocorreu nos pacientes com alta expressão de
MGMT. O estudo também mostrou a falta de correlação da resposta à temozolomida com a análise da metilação do promotor do
gene MGMT.78
Figura 12.5 Entre 16 adenomas hipofisários atípicos tratados com temozolomida, todos aqueles com MGMT < 20% tiveram
resposta terapêutica (redução no tamanho da lesão ≥ 30%), a qual não ocorreu em nenhum dos casos com MGMT > 20%.
(Adaptada de Bengtsson et al., 2015.)73
Em uma revisão posterior de 46 casos tratados com temozolomida (30 adenomas agressivos 16 carcinomas), as taxas de
respostas foram de 60% para os adenomas e 69% para os carcinomas.65 Em 34 pacientes com tumores com imunoexpressão de
MGMT documentada (23 adenomas e 11 carcinomas), boa resposta terapêutica à temozolomida foi observada em 14/18
(77,7%) casos com imunoexpressão baixa de MGMT, em 5/8 (62,5%) com imunoexpressão intermediária e em apenas 1/8 dos
casos (12,5%) com imunoexpressão alta.65
Em uma série argentina,68 entre pacientes com adenomas agressivos, somente dois (33,3%), com doença de Cushing,
responderam favoravelmente à temozolomida.
Como a expressão da MGMT diminui a eficácia da temozolomida, os pesquisadores têm procurado encontrar uma estratégia
de tratamento para pacientes com alta expressão de MGMT. Há um papel teórico para terapias que levem à depleção de
MGMT, incluindo esquemas de dose alternativos (p. ex., 50 mg/m2/dia) e administração de pseudossubstratos da MGMT.73
Estratégias envolvendo pirimetamina e capecitabina, um profármaco do 5-fluoruracil, estão também sob investigação, uma vez
que esses fármacos têm demonstrado sinergia com temozolomida.51,67
Efeitos colaterais
A temozolomida é geralmente bem tolerada. A toxicidade mais comum e dose-limitante é a mielossupressão, com graus 3 ou
4 de trombocitopenia ocorrendo em 7 a 17% dos pacientes, sendo neutropenia rara.79 Efeitos secundários não hematológicos são
78
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	Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição

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