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0 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS CAÇAPAVA DO SUL CURSO DE GEOLOGIA ROCHAS METAMÓRFICAS “ROCHAS METAMÓRFICAS: COMPOSIÇÃO MINERALÓGICAS E PRINCIPAIS PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÕES METAMÓRFICAS E TEXTURAIS ” Letícia Martins Marly Silva Rodolfo Busolin Caçapava do Sul, 07 de dezembro de 2013. 1 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 6 2. FATORES QUE CONTROLAM O METAMORFISMO 7 I. A temperatura (T) 7 II. A pressão (P) 8 III. Os fluídos metamórficos 9 3. TEXTURA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS 9 4. ROCHAS CARBONATADAS 12 IV. CÁLCÁRIOS 14 V. MARGAS 16 5. METAMORFISMO DE ROCHAS PELÍTICAS 17 VI. Rochas pelíticas em condições de baixo grau 18 VII. Metamorfismo de pelitos no esquema zonal barroviano 19 Zona da Clorita 20 Zona da Biotita 21 Zona da Granada 21 Zona da Estaurolita 21 Zona da Cianita 22 Zona da Silimanita 22 VIII. Metamorfismo de alta temperatura em pelitos 23 Migmatitos, uma introdução: 23 2 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Zona superior da Silimanita 24 Zona da cordierita-granada-feldspato K 25 Zonas de Ultra-alto Grau 25 IX. Metamorfismo de pelitos a baixas pressões 26 Zona da Biotita 27 Zona da Cordierita 27 Zona da Andaluzita 27 Zona da Silimanita 27 Zona Superior da Silimanita 27 X. Metamorfismo de pelitos a pressões elevadas 29 6. METAMORFISMO DE ROCHAS ÍGNEAS MÁFICAS 29 XI. A classificação da fácies 31 XII. Metamorfismo de rochas básicas em graus baixos: Fácies zeolita e prehnita- pumpellyita 31 Fácies Zeolita 31 Fácies prehnita-pumpellyita 32 XIII. Metabasitos de zonas barrovianas: Fácies xisto verde e anfibolito 33 Zonas da clorita e biotita 33 Zona da granada 33 Zonas da estaurolita e cianita 34 Zona da silimanita 34 XIV. Metamorfismo de rochas básicas sob pressões elevadas: Fácies xisto azul e eclogito 35 Fácies xisto azul 35 Fácies Eclogito 36 XV. Metamorfismo de alta temperatura: Fácies granulito 37 3 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Granulito de baixa pressão 38 Granulitos de média pressão 38 Granulitos de alta pressão 39 7. METAMORFISMO DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS 39 Reações em valores de XCO2 extremamente pequenos 41 Reações dentro de um amplo intervalo de XCO2 entre extremos: 41 Reações em valores XCO2 muito grandes: 42 8. GRAUAQUES 43 9. PRINCIPAIS ROCHAS METAMÓRFICAS E SUAS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 44 XVI. METAMORFISMO DE FOLHELHOS E ARGILITOS 44 Ardósia 44 Filito 44 Xisto (mica-xisto) 45 Xisto (clorita-xisto) 45 Gnaisse 45 XVII. METAMORFISMO DE ARENITOS 45 Quartzito 46 Itabirito 46 XVIII. METAMORFISMO DE CALCÁRIOS 46 Mármore 46 XIX. METAMORFISMO DE BASALTOS 46 Xisto Verde 47 Anfibolito 47 Granulito 47 4 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa XX. OUTROS NOMES 47 Serpentinito 47 Eclogito 47 Xisto Azul 48 Migmatito 48 XXI. ROCHAS ASSOCIADAS A ESFORÇOS TECTÔNICOS 48 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS 49 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49 5 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa SUMÁRIO DE FIGURAS Figura 1 - Relação dos ambientes de placas tectônicas. Fuck; 2004. ................. 8 Figura 2 - Transformações metamórficas dos Minerais Paragenéticos do Calcário. Skippen (1971). ............................................................................................... 15 Figura 3 - Condições de equilíbrio no metamorfismo de Margas. .................... 17 Figura 4 - Diagrama para classificação de metapelitos. .................................... 18 Figura 5 - Diagrama KFMASH e AFM ............................................................. 19 Figura 6 - Esquema Zonal de Barrow. ............................................................... 20 Figura 7 - Distribuição de minerais em metapelitos no esquema de zonas barroviana. ...................................................................................................................... 20 Figura 8 - Diagramas para as zonas barrovianas a pressões intermediárias. ..... 23 Figura 9 - Esquema de diagramas para metamorfismo de rochas pelíticas em altas temperaturas. .......................................................................................................... 26 Figura 10 - Diagramas das zonas da andaluzita-clorita e clorita-biotita a baixas pressões. .......................................................................................................................... 28 Figura 11 - Diagrama para as zonas da cordierita e dos fácies anfibolitas e granulitas no metamorfismo de rochas pelíticas a baixas pressões. ............................... 28 Figura 12 - Diagrama de metamorfismo de rochas pelíticas a altas pressões. .. 29 Figura 13 - Diagrama ACFN e ACF para distinção de rochas metamórficas oriundas de rochas máficas. ............................................................................................ 30 Figura 14 - Séries diagramas para fácies zeolitas, prehnita-pumpellyita e xistos verdes. ............................................................................................................................. 33 Figura 15 - Séries diagramas para fácies xistos verdes e anfibolitos de pressões baixas a intermediárias. .................................................................................................. 35 Figura 16 - Gráfico dos fácies de alta pressão, xistos azuis e eclogitos. ........... 37 Figura 17 - Diagramas para determinação de rochas metamórficas oriundas de rochas ultramáficas, com água ou CaO. ......................................................................... 40 Figura 18 - Gráfico de associações minerais em rochas metamórficas ultramáficas de acordo com as condições P e T. ............................................................ 43 6 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa 1. INTRODUÇÃO Metamorfismo diz respeito aos processos de transformação por meio dos quais uma rocha originalmente formada em um ambiente ígneo ou sedimentar recristaliza-se para produzir uma rocha metamórfica. A maioria das rochas metamórficas retém algumas das características do material original, tais como a composição química global ou feições maiores, tipo acamamento, enquanto são desenvolvidas novas texturas e, frequentemente, novos minerais (Fuck, 2004). Durante o metamorfismo, as rochas são submetidas a dois tipos principais de mudanças facilmente observáveis: substituição dos minerais originais por minerais metamórficos novos, em razão de reações químicas (istoé, mudança de fase) e recristalização de novos minerais, produzindo novas texturas, tais como orientação de minerais lamelares em ardósias ou o progressivo aumento de granulometria de calcário para mármore (mudanças texturais). Esses tipos de mudanças podem ocorrer juntos ou mais ou menos independente, conforme a causa do metamorfismo ou tipo de rocha envolvido (Fuck, 2004). Segundo (Fuck, 2004), uma feição importante do metamorfismo é o fato de se dar essencialmente no estado sólido. Em outras palavras, uma rocha nunca é completamente desagregada, e assim, feições como o acamamento sedimentar original são preservadas, ainda que frequentemente deformadas e rompidas. A descrição do metamorfismo como um processo que corresponde mudanças em estado sólido ano deve ser tomada ao pé da letra: pequenas quantidades de fluido podem estar presentes nos poros de rochas durante o metamorfismo, acreditando-se que esses fluidos desempenha um papel muito importante ao facilitar as transformações metamórficas. Em muitos estudos, verificou-se que as rochas metamórficas têm a mesma composição química das rochas ígneas ou sedimentares originais, exceto pela remoção ou adição de fases voláteis. Metamorfismo desse tipo é conhecido como metamorfismo isoquímico. Algumas vezes, entretanto, a composição química da rocha é modificada de forma mais extensiva durante a recristalização. Usualmente isso acontece onde soluções quentes circulam livremente pelas rochas, dissolvendo algumas substancias e precipitando outras, ou onde camadas adjacentes ao de composição química contrastante, reagindo entre si na interface. O processo de modificação química que ocorre durante o metamorfismo é conhecido como metassomatismo e as rochas resultantes são rochas metassomáticas. 7 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa 2. FATORES QUE CONTROLAM O METAMORFISMO O metamorfismo ocorre quando uma rocha é submetida a um novo ambiente químico ou físico, no qual sua associação mineralógica não é mais estável. Um ambiente químico novo pode significar a infiltração de fluido que reage com a rocha. Mudanças no ambiente físico podem significar variação na temperatura ou na pressão a que a rocha é submetida, ou aplicação de tensões desiguais que conduzem a deformação e recristalização da rocha, produzindo novas texturas (Fuck, 2004). I. A temperatura (T) Segundo Fuck, 2004 a temperatura é uma medida do estado de aquecimento de substâncias. Calor flui dos corpos com temperaturas mais elevadas para os corpos com temperaturas mais baixas até que o diferencial de temperatura seja eliminado. Diferentes substâncias requerem diferentes quantidades de calor para elevar suas temperaturas por uma dada quantidade. As rochas são bons isolantes, pois são lentas na condução do calor. Grandes volumes de rocha, como os que são envolvidos em metamorfismo regional, usualmente necessitam de dezenas de milhões de anos para sofrer grandes mudanças de temperatura. Quase invariavelmente a temperatura cresce com a profundidade na Terra, e a taxa com que muda com a profundidade é denominado gradiente geotermal. O gradiente geotermal é diretamente relacionado com o fluxo de calor através da crosta. Medidas atuais de fluxo de calor próximo da superfície fornecem uma indicação da variação do gradiente geotermal em diferentes ambientes geotectônicos. Sclater et.al. (1980) mostra que em geral o fluxo de calor é maior na crosta continental que nas bacias oceânicas mais antigas; crosta oceânica jovem, entretanto apresenta valores mais altos de fluxo de calor, pois ainda está em processo de resfriamento em consequência da sua formação original em temperaturas magmáticas. A razão para as variações regionais no fluxo de calor é que há três tipos principais de contribuição para o fluxo de calor na superfície, o que provoca situações distintas: (A) calor do manto que flui para a base da crosta, (B) calor gerado no interior da crosta por desintegração radioativa e (C) calor trazido par a crosta por corpos ascendentes de magma. Adicionalmente ao calor suprido à crosta, o gradiente de temperatura pode também ser afetado pela absorção de calor. As fontes e os sumidouros mais importantes 8 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa de calor relevantes para o metamorfismo. As fontes e os sumidouros mais importantes de calor para o metamorfismo são exemplificados na Figura 1. Figura 1 - Relação dos ambientes de placas tectônicas. Fuck; 2004. Em virtude da forma com que os vários fatores contribuem para o fluxo de calor na crosta, os gradientes geotermais variam com a profundidade, geralmente tendem a ser mais acentuados perto da superfície, em virtude da maior incidência de calor radiogênico. Abaixo da litosfera, a convecção do manto provavelmente resulta em uma temperatura relativamente uniforme ao longo de profundidades consideráveis. II. A pressão (P) Segundo Fuck (2004) a pressão é uma medida da força por unidade de área a que uma rocha esta submedida, depende do peso das rochas sobrejacentes e por isso da profundidade. A pressão total exercida em um ponto da crosta em consequência do peso das rochas sobrejacentes é conhecida como pressão litostática e é igual a pgh, onde p é a densidade media das rochas sobrejacentes, h é a profundidade e g é a aceleração da gravidade. Na maioria dos ambiente metamórficos, admitimos que a pressão atuante em um ponto é aproximadamente uniforme em todas as direções e é igual à pressão litostática. Por si só a pressão litostática não causa deformação; de fato, algumas rochas foram metamorfizadas sob pressões muito altas, equivalente àquelas que imperam na base da crosta, sem sofrer deformação significativa. Uma rocha que experimenta diferentes pressões em diferentes direções esta sujeita a tensão deviatórica. A deformação resultante dessa tensão desempenha um papel importante na determinação das características texturais das rochas, mas não influi na associação mineral 9 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa desenvolvidas, exceto no sentido que a deformação pode catalisar reações ou permitir o movimento de fluidos. Uma variável muito importante em metamorfismo é a pressão do fluido presente nos poros e nos minais que constituem as rochas. Quando uma rocha é seca, a pressão de fluido é zero e a pressão litostática atua nos limites dos grãos, mantendo-os unidos e tornando o colapso muito difícil. Porém, se houver fluido presente nos poros, a pressão de fluido tende a atuar em sentido oposto, reduzindo a pressão efetiva que atua nos limites dos grãos, tornando, assim, o faturamento mais provável. Mesmo em caso da diagênese profunda, os sedimentos ficam soterrados em profundidade suficiente para que o fluido não possa ser expulso e passar para a superfície ao longo de fraturas. III. Os fluídos metamórficos O metamorfismo pode alterar significativamente a mineralogia da rocha, introduzindo ou removendo componentes químicos que se dissolvem na agua. Os fluidos hidrotermais produzidos durante o metamorfismo transportam dióxido de carbono dissolvido, como também substancias químicas como sódio, potássio, sílica, cobre e zinco que são solúveis em água quente sob pressão. Quando soluções quentes percolam até as partes rasas da crosta, elas reagem com as rochas nas quais penetram, mudando sua composição química e mineralógica, ealgumas vezes substituindo um mineral pelo outro, sem alterar a textura da rocha. Esse tipo de modificação na composição da rocha por transporte de fluidos de substâncias químicas dentro ou fora dela é chamado de metassomatismo. Muitos depósitos valiosos de cobre, zinco, chumbo e outros metais são formados por esse tipo de substituição (Press, et. al, 2008). Ainda segundo Press, et. al, 2008, os fluidos hidrotermais aceleram as reações químicas metamórficas. Os átomos e íons dissolvidos no fluido podem migrar agraves da rocha e reagir com os sólidos para formar novos minerais. Com a continuidade do metamorfismo, a água reage com a rocha quando ligações químicas entre minerais e moléculas de agua formam-se ou se equilibram. 3. TEXTURA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS Todas as rochas, quando submetidas aos processos de metamorfismo, imprimem novas texturas. Essas texturas são determinadas pela composição mineralógica do 10 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa protólito, tamanho, forma e arranjo dos cristais. Algumas texturas dependem do tipo dos minerais da rocha, como por exemplo, as micas que são placóides. Em geral, considera- se que o tamanho dos cristais aumenta proporcionalmente com o aumento do grau metamórfico. Cada variedade textural revela alguma coisa sobre o processo Nas rochas metamórficas as texturas desenvolvem-se em função do crescimento dos minerais (blastese) e da deformação que, normalmente leva a cominuição dos cristais e orientação (fragmentação, recuperação, recristalização, dissolução, neomineralização), como o metamorfismo, nos estágios iniciais, envolve nucleação seguida de crescimento mineral no estado sólido, ou seja, envolve blastese. O radical "blasto" é utilizado para designar a superposição parcial de textura metamórfica sobre as texturas sedimentares e magmáticas (blastopsamítica, blastosubofítica, etc.). Em uma mesma rocha podemos encontrar mais de uma textura e termos transicionais entre essas. Quando isso ocorre, devemos citá-las e agrupá-las em um nome apenas. Texturas como granolepidoblástica ou lepidonematoblástica são comumente utilizadas nesse tipo de classificação. Abaixo estão relacionadas às principais texturas presentes em rochas metamórficas: •Granoblástica: ocorre quando a rocha apresenta minerais granulares sem orientação. •Granoblástica poligonal: É um tipo de textura granoblástica, quando os grãos apresentam forma de mosaico e tiverem aproximadamente as mesmas dimensões, e os contatos entre eles possuírem interfaces retas e junções tríplices. •Lepidoblástica: É típica em rochas que apresentam minerais micáceos com orientação dada por biotita, muscovita, clorita etc. •Nematoblástica: Está relacionada com a orientação de minerais prismáticos como piroxênios e anfibólios na rocha. •Porfiroblástica: Este tipo de textura ocorre quando espécies minerais destacam-se em tamanho na matriz da rocha. 11 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa A textura das rochas metamórficas também é determinada macroscópicamente pelo tamanho, forma e arranjo dos minerais. Em geral, o tamanho dos grãos aumenta à medida que o grau de metamorfismo também aumenta. Um tipo de característica textural, considerada como um importante critério de classificação de uma dada rocha metamórfica, é a existência ou ausência de foliação. A Foliação é uma estrutura planar originada durante os processos metamórficos e que resulta quer de um alinhamento preferencial de certos minerais anteriores ao processo metamórfico quer dos resultantes dos processos de Recristalização. A existência de foliação pode estar relacionada com a presença de certos minerais com hábito tabular/lamelar, como, por exemplo, as micas, que sob a ação de tensões dirigidas (não litostáticas) tendem a ficar orientados numa posição perpendicular à da tensão que afetou a rocha. Existem 3 tipos de Foliação: Clivagem: quando a rocha tem um grão muito fino e facilmente se divide segundo planos com superfície lisa, correspondentes à orientação de minerais microscópicos. Característicos de rochas de baixo grau de metamorfismo. ( Ex. Filito e Ardósia ). Xistosidade: Se os cristais são mais desenvolvidos, são gerados em condições de metamorfismo de grau mais elevado (médio grau de metamorfismo), onde se notam perfeitamente os planos de foliação se se separar a rocha por esses planos, que podem apresentar uma superfície irregular devido ao desenvolvimento dos cristais. (Ex.: Micaxisto). Bandado gnáissico: Durante o metamorfismo de grau muito elevado, os minerais podem ser segregados, formando bandas alternadas de minerais claros e escuros. (Ex.: Gnaisse). Outro tipo de textura que pode ser identificada em rochas metamórficas é a textura não foliada (também chamada granoblástica). As rochas que apresentam este tipo de textura resultam de processos metamórficos relacionados com o metamorfismo de contato. 12 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Entretanto, analisar e interpretar as texturas e estruturas das rochas metamórficas sejam herdadas, tipomorfas ou pós-metamórficas, é tarefa que, geralmente, envolve mais do que o estudo de uma amostra e sua lâmina delgada ou seção polida e, mesmo, mais do que o estudo deum afloramento, ou seja, para termos segurança de nossos estudos, temos que ter uma boa base de cartografia geológica e correlação de estruturas e texturas observadas, analisadas e interpretadas na região. A análise e interpretação de texturas e estruturas metamórficas, além desta abrangência geográfica, exige conhecimento e entendimento multidisciplinar porque não se estudam texturas e estruturas de rochas metamórficas sem se conhecer, entre outras: Quais texturas primordiais, ígneas ou sedimentares, que possam ter sido deixadas como vestígios ou que possam ter influenciado no desenvolvimento das texturas transformadas; Qual a mais provável composição inicial, química e mineralógica, que auxilie na interpretação do protólito; Qual a geologia estrutural da região, analisada desde o nível macro até micro, e quais os fatores tectônico/estruturais envolvidos; Quais os processos de reações químico/mineralógicos envolvidos, considerando-se fatores composicionais da rocha e dos fluidos durante os processos de transformação. Assim, tal tipo de estudos é um quebra-cabeças onde as peças que vão se encaixando durante a pesquisa correspondem a eventos que devem ser correlacionados, na medida do possível, em níveis locais, regionais a continentais e em um tempo geocronológico, procurando-se determinar a rocha original e sua provável ambiência geotectônica e as etapas transformantes, cada uma dessas etapas caracterizada pelos fatores físicos (P, Pdirigida, Pfluidos, T), químicos(processos metassomáticos) e sua correlação com processos e ambiente geológico. 4. ROCHAS CARBONATADAS O metamorfismo de rochas carbonatadas propiciam interessantes exemplos de reações metamórficas. A ocorrência de dolomitos silicosos e calcários dolomíticos 13 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa silicosos é muito comum, ao passo que sedimentos com Magnesita são bem raros. Eskola (1922), e mais tarde Bowen (1940), fizeramum estudo sistemático de sequencia de reações que, em resposta a temperatura crescente, ocorrem em rochas carbonatadas dentro de uma determinada pressão de CO2 . Os seguintes minerais, muito conhecidos como metamorfismo progressivo, são aí formados: tremolita, forsterita, diopsídio, wollastonita, periclásio (brucita), monticelita, akermanita, espurrita, mervinita, larnita e outros minerais. A esta sequencia Tilley (1948) acrescentou o talco como o mineral que se forma até em temperatura mais baixa que tremolita. Ao contrário do que até então se pensava, foi verificado recentemente que a formação de talco é comum em metamorfismo de dolomito silicoso. As reações metamórficas em carbonatos silicosos liberam CO2, mas se antes do metamorfismo havia presença de água, a pressão do CO2 e a temperatura não podem ser encaradas como únicos fatores de metamorfismo. Ao lado da temperatura, devem ser consideradas a pressão total do fluido (que é a soma das pressões parciais de CO2 e H2O). e a razão das duas pressões parciais (ou a fração molar, seja de CO2, seja de H2O). Por isso, na maioria das reações que envolvem carbonatos, o equilíbrio é (pelo menos) bivariante. Isto é válido mesmo quando H2O está ausente na equação das reações, porque H2O é sempre um constituinte da fase fluida presente em metassedimentos. No estado supercrítico os dois componentes H2O e CO2 constituem uma só fase fluida; são miscíveis em todas as proporções. A aplicação de equilíbrios bivariantes às paragêneses naturais é mais complexa que a de equilíbrios univariantes. No entanto as rochas carbonatadas são muito comuns e muitas associações minerais metamórficas são petrogeneticamente significativas e, por isso, merecem um tratamento mais detalhado. Isto se tornou possível graças a progressos recentes na investigação experimental de reações metamórficas em rochas constituídas por dolomita e quartzo, além da calcita e/ou magnetita. Todo o equilíbrio bivariante que envolve os dois componentes voláteis e está representado por um plano situado em um volume com os três eixos perpendiculares sendo temperatura, fração molar de CO2 e de pressão de fluidos total. Em equilíbrio bivariante uma associação mineral não se restringe a um determinado valor de pressão em uma determinada temperatura, mas sim em um intervalo de temperatura. 14 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa IV. CÁLCÁRIOS As rochas constituídas de quartzo, dolomita e calcita ou mesmo Magnesita não são afetadas por metamorfismo de grau incipiente; mas em grau fraco, pois alguns minerais começam a reagir e em grau metamórfico mais elevado correm várias reações em rochas desta composição. Neste trabalho vamos lidar com as transformações de minerais como o talco, tremolita, diopsídio e forsterita e as paragêneses minerais resultantes. A formação de monticelita, akermanita, merwinita e outros ocorrem em temperaturas mais elevadas e pressões muito baixas será discutido mais a frente. Em dolomita, talco, tremolita e diopsidio, algum Fe2+ pode substituir o Mg em solução sólida, mas também são comuns variedades isentas de ferro. Assim para descrever as transformações metamórficas que ocorrem em calcários não há uma vasta gama, mas dentre estas destacamos algumas transformações principais como segue na Tabela 1. Reações Minerais 1 3 dolomita + 4 quartzo + H2O = 1 talco + 3 calcita + 3 CO2 2 5 talco + 6 calcita + 4 quartzo = 3 tremolita + 6 CO2 + 2 H2O 3 2 talco + 3 calcita = 1 tremolita + 1 dolomita + 1 CO2 + 1 H2O 4 5 dolomita + 8 quartzo + 1 H2O = 1 tremolita + 3 calcita + 7 CO2 5 2 dolomita + 1 talco + 4 quartzo = 1 tremolita + 4 CO2 Tabela 1 Reações dos minerais com o metamorfismo de um Calcário Essas reações dependem de duas principais variáveis do sistema, como a pressão e a temperatura (relacionados ao grau do metamorfismo) e também da disponibilidade dos minerais na rocha e o conteúdo dos voláteis, assim Skippen (1971) propôs a seguinte relação demonstrada na Figura 2, que leva em relação todos os fatores para a formação dos minerais. Uma sequencia de associações em mármores bastante puros e de dolomitos silicosos submetidos a metamorfismo progressivo, pode propiciar um indicador de pressão para baixos graus de metamorfismo, ou seja; baixa pressão. É essencial que tais mármores ocorram em grande área ou dentro de uma auréola de contato que foi 15 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa metamorfisada em um intervalo de temperatura de metamorfismo de grau médio e alto grau. Os resultados experimentais discutidos até agora mostram que a sequencia progressiva de certas paragêneses de equilíbrio depende de modo apreciável do Ponto de fusão do mineral. Isso acontece porque a inflexão da curva demonstrada no gráfico acima (Figura 2) muda drasticamente com a variação de temperatura e pressão. Assim vários pontos principais podem ser relacionados e ressaltados em relação ao metamorfismo de calcários; sendo que a Dolomita é um reagente importante somente quando há também a presença do quartzo e a pressão para que haja a sua transformação tem que ser baixa, relacionando a um metamorfismo de baixo grau. Também outro fator curioso a ser ressaltado é que não é necessária a presença de Calcita na maioria das reações e transformações metamórficas de calcário e ao contrário da Dolomita quando presente no metamorfismo evidencia um metamorfismo de alto grau. Figura 2 - Transformações metamórficas dos Minerais Paragenéticos do Calcário. Skippen (1971). 16 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Além de todos os minerais citados acima outros minerais podem ocorrer com o metamorfismo de calcários, sendo principalmente os minerais com altos teores de Al que ocorrem em menores quantidades; como a muscovita, plagioclásio, escapolita e flogopita. Assim é de extrema importância a compreensão destas transformações metamórficas para o entendimento da formação destas rochas metamórficas. Portanto como já foi dito no inicio deste trabalho os calcários são oriundos principalmente de metamorfismo de baixo/médio grau; e essas transformações metamórficas são oriundas de processos de metamorfismo relacionados a processos hidrotermais com metamorfismo de contato e também a metamorfismo regional de alto grau, conforme já foi relacionado seu reconhecimento com a paragênese dos minerais. E em relação a morfologias externas sua textura apresenta sempre de forma idiomórfica, pois a maioria dos minerais são recristalizados possuindo em sua maior quantidade uma forma euédrica. V. MARGAS Os Margas constituem um grupo de rochas sedimentares com faixa de composição muito ampla. Os constituintes argilosos, predominantemente as micas, clorita e quartzo; estão misturados com Calcita ou Dolomita em proporções variáveis. Os minerais como a zoisita e a granada grossulária; podem formar-se em margas metamorfisados de grau incipiente, a grossulária reage com quartzo em temperaturas mais elevadas formando a wollastonita e anortita, sendo por sua vez esses minerais paragenéticos a calcita. Em Margas que originalmente continham constituintes argilosos ricos em alumínio, há a formação de margarita (mica) em metamorfismo de baixo grau; sendo que este mineral é considerado raro, exceto em depósitos minerais de esmeril, sendo um mineral estável em formações de depósitos. A relaçãoentre as reações de estabilização dos minerais metamórficos que formam esta mármore com elementos contaminados, esta descrita na Figura 3, onde a wollastonita e a anortita, nos da a relação de temperatura e pressão do metamorfismo. 17 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Figura 3 - Condições de equilíbrio no metamorfismo de Margas. As condições III e IV foram reconhecidas em metamorfismo regional, enquanto a reação I em metamorfismo de contato de baixa pressão e alta temperatura. O estudo dos metassedimentos carbonáticas enfatiza a importância de uma possível variável adicional no metamorfismo: a composição da fase fluida. A despeito dessa variável adicional, os mármores em particular, parecem apresentar associações minerais que variam regularmente com a temperatura de forma similar em diferentes terrenos metamórficos. 5. METAMORFISMO DE ROCHAS PELÍTICAS Rochas pelíticas são derivadas de sedimentos ricos em argila e são de particular importância nos estudos de metamofismo, porque envolvem uma ampla gama de minerais distintos. A expressão ‘rochas pelíticas’ é às vezes usada de maneira frouxa, como um termo de campo para representar todas as rochas ardosianas ou xistosas com uma alta proporção de micas ou outros filossilicatos. Entretanto, os minerais característicos que distinguem as zonas metamórficas em pelitos de mais alto grau podem se desenvolver somente num espectro muito mais restrito de composições ricas em Al e pobre em Ca. Em termos químicos, reações em rochas pelíticas envolvem principalmente os componentes SiO2, Al2O3, FeO, MgO, K2O e água. A maioria dos estudos teóricos e experimentai tenta modelar as rochas naturais, usando esse sistema simplificado que se 18 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa tornou conhecido como o sistema KMFASH (Figura 5), a partir das letras iniciais dos componentes. Outros componentes, especialmente Fe2O2, TiO2, MnO, CaO, Na2O e C, também podem estar presentes de maneiras significativas, mas algumas importantes exceções, usualmente não desempenham papel de relevo nas reações que produzem os minerais índices mais importantes no metamorfismo. Figura 4 - Diagrama para classificação de metapelitos. VI. Rochas pelíticas em condições de baixo grau Sedimentos ricos em argila podem sofrer extensas mudanças durante a diagênese, não havendo distinção nítida entre os processos diagenético e metamórfico. Recristalização de baixa temperatura tem sido objeto de esforços consideráveis de pesquisa recentemente, devido ao seu significado para o desenvolvimento de reservatórios de hidrocarbonetos e alguns estudos de campos geotermais. Requer técnicas bastante especializadas, porque o tamanho de grão muito fino impede a identificação fácil das fases. A transição da diagênese para o grau baixo de 19 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa metamorfismo em sedimentos clásticos constataram mudanças diagenéticas até metamórficas precoces em argilas, estudados por Dunoyer de Sengozac (1970), Frey (1987) e Curtis (1985). Durante os estágios avançados de diagênese, muitas argilas se tornam instáveis e os sedimentos pelíticos são convertidos em misturas de clorita e ilita, com minerais do grupo da caulinita possivelmente presentes. Essas mudanças provavelmente não são isoquímicas. Pode haver considerável troca de íons com o fluído dos poros que é expulso a medida que as argilas são compactadas. Alguns autores usam o termo de anquizona para a zona de rochas portadoras de clorita-ilita, que transaciona para o metamorfismo, e o termo epizona para os graus mais baixos de metamorfismo que se sucedem a essa zona no qual a ilita é substituída por mica branca. As micas brancas muito finas das rochas ardosianas epizonais são conhecidas como sericita. Seu constituinte dominante é a fengita, uma variedade de muscovita, no qual houve a substituição acoplada de 2Al3+ por Si4+ e Fe2+ ou Mg2+. Figura 5 - Diagrama KFMASH e AFM VII. Metamorfismo de pelitos no esquema zonal barroviano As associações mineralógicas distintas podem ser produzidas se o aquecimento ocorrer sob condições de pressão mais alta ou mais baixa da que vigeu na área, ou se 20 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa atingir temperaturas mais elevadas. Que será descrito para cada zona a distinção e o que ocorre nos pelitos. Figura 6 - Esquema Zonal de Barrow. Figura 7 - Distribuição de minerais em metapelitos no esquema de zonas barroviana. Zona da Clorita – Na zona da clorita, as rochas pelíticas formam ardósias de granulometria fina, frequentemente com matéria carbonosa. Podem conter clorita e muscovita fengítica, com variáveis proporçoes de quartzo, albita e acessórios. Podem conter também feldspato potássico, estilpnomelano ou calcita. 21 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Zona da Biotita – A definição dessa zona não é simples como se supunha. Mather (1970) assinalou que as rochas que desenvolveram biotita não eram pelíticas, mas sim grauvacas ricas em feldspato potássico, no qual ocorria a reação. feldspato K + clorita biotita + muscotiva + quartzo + água No entanto, pelitos verdadeiros não possuem feldspato K e neles a biotita é formada por temperaturas maiores através de outra reação contínua: fengita + clorita biotita+ muscotiva pobre em fengita + quartzo + água Nesse caso a associação possui três graus de liberdade, no qual em clorita- biotita-muscovita xistos equilibrados a mesma P e T, podem possuim diferentes composições minerais. Zona da Granada – O mineral seguinte a aparecer na sequência barroviana é a granada, nesse grau as rochas pelíticas são tipicamente xistos e seus minerais são suficientemente desenvolvidos para serem facilmente identificados em lâmina delgada. Uma rocha pelítica da zona da granada apresenta a associação de granada + biotita + clorita + muscovita + quartzo + plagioclásio(albita), ilmenita ou magnetita podem estar presentes, e as vezes epidoto. Minerais acessórios também podem se formar, como apatita, zircão ou turmalina, além de sulfetos como pirita. A granada característica da zona da granada é rica na molécula de almandina e provavelmente cresce em consequência da reação contínua: clorita + muscovita granda + biotita + quartzo + água Zona da Estaurolita – Somente nessa zona torna-se evidente a distinção entre pelitos verdadeiros e outros micaxistos, uma vez que a estaurolina cresce em rochas pelíticas ricas em Al e pobres em Ca e raramente em outros tipos litológicos. Pelitos da zona da estaurolita possuem associação de estaurolita + granada + biotita + muscovita + quartzo + plagioclásio. Nas áreas que ocorrem pelitos adequadamente aluminosos, a estaurolia se formará a partir da quebra do cloritóide em reações como: 22 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampacloritóride + quartzo estaurolita + granada + água Mas também podem ser encontrada em rochas pelíticas com composições impróprias para o desenvolviment o do cloritóide, nesse caso será formada pela reação descontínua: granada + muscovita + clorita estaurolita + biotita + quartzo + água Nessa reação, a qualquer temperatura, quando um dos três reagentes tenham sido consumidos, é cessada a reação e alguma estaurolita adicional pode ser produzida por reação descontínua com as duas fases restantes. Zona da Cianita – A zona barroviana da cianita é tipificada por associações variadas como granada + estaurolita + biotita(+ muscotiva + quartzo) da zona da estaurolita, bem como as que contem cianita: cianita + granada + estaurolita + biotita(+ muscotiva + quartzo), e pela substituição da conexão estaurolita-clorita pela conexão cianita-biotita, correspondente a reação descontínua: muscovita + estaurolita + clorita biotita + cianita + quartzo + água Essa reação só ocorrerá em pelitos com minerais relativamente ricos em Mg. Uma vez que a associação biotita-cianita tenha se estabilizado, há um crescimento adicional de cianita que pode ocorrer pela reação contínua: Estaurolita + muscovita + quartzo Al 2SiO5 + biotita + água Tendo um efeito de alargamento do campo da cianita-biotita no diagrama AFM. Zona da Silimanita – Se difere pela zona da cianita pela ocorrência da silimanita, no qual a cianita ainda pode estar presente. A silimanita normalmente ocorre em formas de agulhas muito finas, podendo estar emaranhadas ou em inclusões em quartzo ou biotita, conhecidas como fibrolita. Silimanita prismática bem desenvolvida é em geram restrita as fácies granulito, exceto quando pseudomorfiza andaluzita. A reação representativa da passagem a partir da zona da cianita é a transição polimórfica: 23 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa cianita silimanita Alguma permanência de cianita sugere que essa reação é muito lenta, e a provável explicação é que a silimanita é produzida a partir da destruição de outros minerais. Na zona da silimanita, a estaurolita desaparece dos pelitos com muscovita e quartzo em consequência da reação contínua: estaurolita + muscovita + quartzo granada + biotita + silimanita + água Embora essa reação cause o desaparecimento de estaurolita no diagrama AFM, não é incomum encontrar pelitos sem muscovita nessa zona, porque esse mineral é um reagente na maioria das reações ocorrida desde a isógrada da biotita e pode ter sido inteiramente consumida em graus mais baixos. Figura 8 - Diagramas para as zonas barrovianas a pressões intermediárias. VIII. Metamorfismo de alta temperatura em pelitos Migmatitos, uma introdução: Em alguns cinturões metamórficos, a zona da silimanita é sucedida por zonas de mais alto grau, nas quais as rochas são 24 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa frequentemente migmatitos. Isso significa que são literalmente rochas mistas, nas quais os xistos são predominantes, contendo porém, pods que são veios ou camadas de material leucocrático de composição granítica. Embora migmatitos sejam bem mais desenvolvidos em rochas pelíticas, também são formadas em outros metassedimentos silicosos, rochas metabásicas entre outras. Uma variedade de tipos de migmatitos pode se desenvolver em metassedimentos pelíticos, na dependência principalmente da forma de ocorrência do material granítico, conhecido como leucossoma, em virtude da sua coloração clara. A porção xistosa da rocha é conhecida como melanossoma ou simplesmente restito, no caso em que a rocha foi empobrecida em material granítico durante o processo de migmatização. O estudo de reações de alta temperatura em pelitos torna-se mais complexo em virtude do desenvolvimento de uma fase fundida, cuja composição não é fixa. Zona superior da Silimanita – As isógradas mais bem conhecidas acima da primeira entrada da silimanita é assim chamada de ‘segunda isógrada da silimanita’ de acordo com Evans e Guidotti (1966), que representa o crescimento de silimanita adicional a partir da quebra da muscovita: Muscovita + quartzo Al 2SiO5 + feldspato K + água Por isso a zona superior da silimanita é caracterizada pela coexistência de silimanita e feldspato K e não pela ocorrência do primeiro mineral. Tendo em vista isso, Thompson (1982) estudando áreas que sofreram metamorfismo de alto grau, mostrou que sob pressões moderadas do metamorfismo barroviano, a reação anterior pode ser substituída por; muscovita + quartzo + água silimanita + fusão ou por muscovita + biotita + quartzo + água silimanita + fusão que deve ocorrer na maioria das rochas naturais, uma vez que estas contêm biotita. Ambas as reações envolvem uma fase fluída aquosa, que se dissolve na fusão produzida. Na maioria das situações naturais, é difícil imaginar a disponibilidade de fluido suficiente para permitir a produção de grande quantidade de fusão saturada em água. A reação de fusão cessará quando toda a água contida nos poros tiver sido assimilada na fusão, até que um aquecimento adicional venha a ocorrer. A fusão 25 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa adicional pode ser a destruição de minerais hidratados, que liberam água, por sua vez dissolvida na fusão: muscovita + quartzo feldspato K + silimanita + fusão Zona da cordierita-granada-feldspato K – A temperaturas mais elevadas as rochas pelíticas desenvolvem associações com cordierita, granada e feldspato K e silimanita, embora nem todos esses minerais ocorram necessariamente juntos. As associações resultam de reações continuas como: biotita + quartzo + silimanita feldspato K + cordierita + fusão biotita + quartzo + silimanita feldspato K + granada + fusão Embora padrões de diferenciação da temperatura e equilíbrio de Fe e Mg também possibilitam que a granada e cordierita ocorram juntas. Essa associação é tipicamente de migmatitos pelíticos de alto grau, considerados o início da fácies granulito. Zonas de Ultra-alto Grau – Rochas de fácies granulito de alto grau contêm ortopiroxênio. A pressões médias, temperaturas muito altas são necessárias para permitir que o ortopiroxênio seja formado, mas a formação desse mineral também depende da pressão, e sob pressões mais elevadas, essa fase é mais estável a temperaturas mais baixas. Associações com ortopiroxênio podem ser relacionas com as associações cordierita-granada mais comuns, através da reação de equilíbrio: Al 2SiO5 + ortopiroxênio = cordierita + granada No qual o par de silimanita + ortopiroxênio é estável a temperaturas mais elevadas que cordierita + granada. Ortoanfibólios também podem ser encontrados em rochas pelíticas de alto grau. Em algumas partes do mundo Grew(1980) e Harley(1983) encontraram a associação estável de safirina + quartzo. Essa associação é estável a temperaturas ainda mais elevadas que o par silimanita + ortopiroxênio, sendo encontradas em rochas totalmente isentas de minerais hidratados. Durante o aquecimento pode ser formado pela reação: 26 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal doPampa - Unipampa silimanita + ortopiroxênio safirina + quartzo Na qual, normalmente dará origem a associação de safirina + quartzo + ortopiroxênio, esta provavelmente é a associação de mais alto grau que, em escala regional, se encontra desenvolvidas em metassedimentos, requerendo temperaturas de pelo menos 850°C (Drop e Bucher-Nurminen, 1984) até 1000°C. Figura 9 - Esquema de diagramas para metamorfismo de rochas pelíticas em altas temperaturas. IX. Metamorfismo de pelitos a baixas pressões As rochas pelíticas podem se aquecidas num intervalo de temperaturas comparável a das zonas barrovianas, porém sob pressões mais baixas, tanto em metamorfismo de contato como em alguns tipos de metamorfismo regional. As principais diferenças em relação ao esquema zonal barroviano podem ser sumarizadas dessa forma: - A cianita não ocorre, mas a andaluzita pode estar presente; - A cordierita é mais comum e se forma a temperaturas mais baixas; - A granada é menos abundante ou ausente e a estaurolita também pode faltar; - Migmatitos comente se desenvolvem acima da segunda isógrada da silimanita. 27 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Harte e Hudson (1979) descreveram várias sequências separadas de zonas metamórficas na Escócia, sendo bastante típica zonas de muitas auréolas termais. Embora o metamorfismo seja notoriamente regional, o suprimento de calor magmático é sem dúvida importante. Zona da Biotita – As rochas de mais baixo grau na área são similares aquelas do esquema da zona barroviana da biotita, apresentando associações biotita + clorita + muscovita + quartzo. Zona da Cordierita – A cordierita aparece como primeiro mineral índice distintivo através da reação contínua: clorita + muscovita cordierita + biotita + quartzo + água Zona da Andaluzita – A andaluzita torna-se uma fase possível na maioria das composições pelíticas sob baixas pressões, como resultado da reação descontínua: clorita + muscovita + quartzo cordierita + andaluzita + biotita + água Que representa o limite superior da clorita em muscovita-quartzo xistos. Quando a clorita for totalmente consumida a reação acaba cessando, porém em maiores temperaturas Harte e Hudson (1979) pode ser produzida pela reação continua: cordierita + muscovita + quartzo andaluzita + biotita + água Zona da Silimanita – Esta zona pode ser atribuída a ocorrência da reação polimórfica de andaluzita para silimanita. Porém, como no caso das zonas barrovianas de silimanita, parece provável que a silimanita nova também é produzida pela reação de destruição de minerais para sua formação, análogo ao do esquema zonal barroviano. Zona Superior da Silimanita – Uma zona superior da silimanita com associação silimanita + cordierita + biotita + feldspato K + quartzo + muscovita também está presente na área. 28 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Figura 10 - Diagramas das zonas da andaluzita-clorita e clorita-biotita a baixas pressões. Figura 11 - Diagrama para as zonas da cordierita e dos fácies anfibolitas e granulitas no metamorfismo de rochas pelíticas a baixas pressões. 29 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa X. Metamorfismo de pelitos a pressões elevadas Até os anos 2000 havia poucos estudos sobre metamorfismo de alta pressão de pelitos e poucos resultados disponíveis sugeriam que, como nos baixos graus, nenhum esquema zonal muito claro poderia ser distinguido. Foi quando Chopin e Schreyer (1983) identificaram uma sequência de quatro zonas em rochas de alta pressão. Os quais apresentam diferentes tipos de associações minerais, através das reações: clorita Fe + quartzo granada + talco + água clorita Fe-Mg + quartzo cloritóide Fe-Mg + talco + água clorita Mg + quartzo cianita + talco + água Figura 12 - Diagrama de metamorfismo de rochas pelíticas a altas pressões. 6. METAMORFISMO DE ROCHAS ÍGNEAS MÁFICAS Derrames de lavas e intrusões menores relacionadas, bem como sedimentos vulcanogênicos, são frequentemente encontrados em sequências metamórficas. Em muitos cinturões orogênicos, predominam tipos básicos de rochas ígneas, mas em outras áreas, tufos e grauvacas de composições intermediárias são importantes. 30 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Em um amplo intervalo de condições metamórficas, as rochas metabásicas são dominadas por anfibólios, sendo conhecidas como anfibolitos. Os anfibolitos podem ser também formados pelo metamorfismo de sedimentos margosos, constituídos por uma mistura de material argiloso e carbonático, ou por interações metassomáticas entre camadas sedimentares contrastantes durante o metamorfismo (Orville 1969). Em comparação com sedimentos pelíticos, as rochas básicas mostram duas importantes diferenças no seu metamorfismo. Em primeiro lugar, a associação ígnea inicial é constituída de minerais anidro, estáveis em altas temperaturas, em contrastes marcantes com as argilas. Em segundo lugar em relação aos metapelitos, diz respeito ao tipo de associação mineral e de reações que ocorrem. Na maioria dos graus metamórficos, as rochas metabásicas contem um número relativamente reduzido de minerais, muitos dos quais mostram extensa solução sólida, de maneira que um número muito menor de isógradas será detectado. A maioria das reações é contínua, com mudanças progressivas nos intervalos de temperatura e pressão. Figura 13 - Diagrama ACFN e ACF para distinção de rochas metamórficas oriundas de rochas máficas. 31 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa XI. A classificação da fácies Exceto em graus muito baixos de metamorfismo, as associações dos metabasitos são menos sensíveis às mudanças de pressão e temperatura que as dos pelitos. Logo as zonas que os definem, representam um intervalo mais amplo de condições de possíveis formações, nesse sentido, os metabasitos não menos úteis que os pelitos como indicadores de metamorfismo. No entanto ‘pelitos verdadeiros’ não são facilmente encontrados em zonas de metamorfismo, sendo mais comum encontrar rochas básicas nesses cinturões metamórficos, por isso a necessidade de se estudar a interação de rochas de composição máfica como indicadores metamórficos. XII. Metamorfismo de rochas básicas em graus baixos: Fácies zeolita e prehnita-pumpellyita Fácies Zeolita Até meados dos anos 2000, a hidratação e alteração de rochas ígneas em baixa temperatura era considerada uma calamidade para os petrólogos de rochas ígneas, que acabava por inibir seu trabalho, não sendo considerado como um ramo da petrologia 32 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa metamórfica, quando foi demonstrado por D.S. Coombs (1954) que há padrões sistemáticos de zoneamento metamórfico, foi pensando nisso que Fyfe et al. (1958) estabeleceram o fácieszeolita, com resultados obtidos de Coombs na Nova Zelândia. Nesse local há predominância de grauvacas vulcanogênicas e tufos, sendo por isso, particularmente susceptíveis ao metamorfismo por conterem minerais instáveis de vidro vulcânico, além de minerais ígneos de alta temperatura. Nos montes de Taringatura na Nova Zelândia, compreende um pacote de 10 km de grauvacas triássicas, e outros 5 km de sedimentos sobrejacentes que foram perdidos pela erosão, as rochas não foram muito deformadas, e a série de alteração mineral é devido a profundidade de soterramento, sendo um ‘metamorfismo de soterramento’. Na porção superior da sucessão, o vidro vulcânico foi alterado parazeolita heulandita e raramente para analcima, quartzo secundário e finos filossilicatos são encontrados, no entanto os minerais ígneos de alta temperatura estão intactos. Com o aumento da profundidade, é alcançada a segunda zona, onde os plagioclásios cálcicos são substituídos por silicatos Ca-Al hidratados como prehnita e pumpellyita, contendo possivelmente epidoto. Outros estudos nessa região da Nova Zelândia, constatou que em partes também houve a interação metassomática e um outro mineral do grupo da zeolita sendo dominante. Fácies prehnita-pumpellyita Desde que Coombs descreveu os efeitos de metamorfismo de baixo grau, em muitas outras partes do mundo também foram encontrados e reconhecidos condições distintas de metamorfismo. A mudança mineralógica nos montes Taringatura mostra a mudança de fácies zeolita para fácies prehnita-pumpellyita Kawachi (1975). Os minerais típicos dessa fácies em metabasanitos incluem, prehnita, pumpellyita, actinolita, clorita, epidoto, albita, quartzo, sericita, lawsonita, titanita e estilpnomelano. Rochas com essa sequência mineral apresentam coloração azul- esverdeada. Pode ser confundido com a rocha ígnea original, mas é bem distinta pela sequência de fácies zeolita e prehnita-pumpellyita, dependendo das condições que exercem sobre a rocha e se há ou não a interação com fluídos. Em outras palavras o metamorfismo não é progressivo nos graus mais baixos. 33 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Figura 14 - Séries diagramas para fácies zeolitas, prehnita-pumpellyita e xistos verdes. XIII. Metabasitos de zonas barrovianas: Fácies xisto verde e anfibolito O primeiro estudo sistemático dos metabasitos da Escócia foi realizado por Wiseman (1934), que tentou correlacionar suas associações com as zonas pelíticas, obtendo as seguintes observações: Zonas da clorita e biotita – As texturas ígneas originais as vezes estão presente, mas a associação mineral é inteiramente metamórfica. Minerais dominantes são clorita, epidoto, albita, actinolita verde e quartzo, frequentemente com calcita e biotita, sendo posteriormente reconhecido o estilpnomelano. Zona da granada – Em metabasitos, a granada na realidade aparece em graus mais baixo que em pelitos. Ao mesmo tempo, a clorita e calcita tornam-se mais escassas, a actinolita é substituída por hornblenda verde e plagioclásio mais cálcico pode aparecer. 34 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Zonas da estaurolita e cianita – Biotita e clorita estão ausentes e também há frequentemente a presença de calcita. Hornblenda verde e plagioclásio dominam, epidoto é escasso. Zona da silimanita – As rochas são dominadas por hornblenda verde e marrom- esverdeada e plagioclásio intermediário, sem a presença de epidoto. Cooper (1972) estudou os metabasitos em Haast Pass na Nova Zelândia, conseguindo constatar diferentes minerais de baixo grau para graus mais elevados, evidenciando que apesar de não ser visível há uma mudança de fácies, de xisto verde para anfibolito, no qual pode constatar que o início de fácies anfibolitos correspondem ao início da zona do oligoclásio ou da estaurolita. Harte e Graham (1975), sumarizaram da seguinte forma as mudanças que ocorrem nessa mudança de fácies num metabasito: - Há um decréscimo em abundância de actinolita, estilpnomelano (desaparece), clorita, epidoto e albita (desaparece) - Há um aumento em abundância de hornblenda, granada e plagioclásio. No entanto, é difícil escrever reações específicas que correspondam essas mudanças tendo em vista que as rochas contem relativamente poucas fases (Apenas 4 ou 5) e são constituídas por muitos componentes (Até 10 componentes). Porém uma das reações que podem ser descritas e é muito importante nesses graus mais baixos é clorita + calcita epidoto + actinolita + fluído com água e gases Que corresponde do fato da associação de clorita + calcita se tornar escassa com o aumento do grau metamórfico. Outras reações que também podem ser descritas e são importantes para constatar essa mudança de fácies são as reações propostas por Cooper: clorita + epitodo Al + quartzo hornblenda tschermakítica + anortita + água albita + actinolita Hornblenda edenítica + quartzo actinolita + clorita + quartzo hornblenda tschermakítica + água 35 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Figura 15 - Séries diagramas para fácies xistos verdes e anfibolitos de pressões baixas a intermediárias. XIV. Metamorfismo de rochas básicas sob pressões elevadas: Fácies xisto azul e eclogito Os metabasitos são especialmente importantes na compreensão do metamorfismo sob pressões elevadas e temperaturas baixas, porque sob essas condições, sofrem muitas modificações mineralógicas, enquanto os pelitos sorem poucas mudanças nessas condições. Fácies xisto azul O efeito mais característico provocado pelo metamorfismo de alta pressão em rochas básicas é a substituição de anfibólios cálcicos pelo anfibólio sódico glaucofano, encontrados na sequência barroviana, o que lhe permite ter essa coloração lilás/azul ardosiana que é característica. Outros minerais diagnóstico de metamorfismo de alta pressão nas rochas básicas são lawsonita, piroxênio rico em jadeíta e aragonita. 36 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Quando se fala na sequência barroviana, a primeira isógrada distinta marca o aparecimento de pumpellyita, estilpnomelano e actinolita, que aparecem no mesmo grau. A zona seguinte, é marcada pelo aparecimento de lawsonita e glaucofano, que é pertencente a fácies xisto azul. Relictos ígneos ainda permanecem e influenciam pela qual crescem as fases metamórficas. A reação seguinte marca o aparecimento de lawsonita plagioclásio + água lawsonita + albita A isógrada seguinte marca o aparecimento do epidoto e a destruição das feições ígneas reliquiares. Com o aumento do grau metamórfico aparece o piroxênio onfacita, epidoto e granada, ao mesmo tempo em que pumpellyita, estilpnomelano e lawsonita desaparecem. Por isso os metabasitos da zona do epidoto são predominantemente glaucofano xistos. Hornblenda pode estar presente junto com onfacita, granada e paragonita, em consequência da reação contínua: albita + epidoto + glaucofano onfacita + paragonita + hornblenda + água Essa reação marca a faixa de transição do xisto azul para o eclogito, no qual Ridley (1984) propôs uma reação alternativa para marcar o limite superior dos xistosazul: zoisita + glaucofano granada + onfacita + paragonita +quartzo + água Fácies Eclogito Sob condições extremas de metamorfismo, incluindo pressão elevada e temperaturas moderadas a altas, rochas de composição basáltica se recristalizam para uma rocha característica, densa, vermelha e verde, conhecida como eclogito, contendo granada, piroxênio onfacítico. Outros minerais comumente presentes são quartzo, rutilo, cianita, anfibólio e pirita, plagioclásio nunca estará presente! Eclogitos podem ser o produto do metamorfismo de metabasitos de grau baixo ou produzitos diretamente do metamorfismo de basalto ou gabro. Yoder e Tilley (1962), investigaram experimentalmente relações entre eclogito e gabro. Tendo em vista os 37 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa estudos do modo de ocorrência dos eclogitos Coleman et al. (1965) classificaram eclogitos naturais em três tipos: Grupo A – Ocorrem como xenólitos em kimberlitos ou basaltos, como os que ocorrem em Oahu no Havaí. Esse grupo não é muito detalhado por não ter muitos estudos. Grupo B – Ocorrem como bandas ou lentes em gnaisses migmatíticos, como os encontrados na Noruega. No qual pode conter quartzo e rutilo, além de estar presente granada e onfacita; cianita, zoisita e paragonita também são comuns. Grupo C – Ocorrem como bandas ou lentes associadas a xistos azuis, como os encontrados em Nova Caledônia, California ou Alpina-Tethyana. É presente a granada e onfacita, contem anfibólios, zoisita, fengita, paragonita e quartzo podem estar presentes. Cloritóide algumas vezes estão presentes. Figura 16 - Gráfico dos fácies de alta pressão, xistos azuis e eclogitos. XV. Metamorfismo de alta temperatura: Fácies granulito Nos graus mais elevados do metamorfismo, as temperaturas excedem a das zonas barroviana, hornblenda é destruída dos metabasitos e piroxênios aparecem em seu 38 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa lugar. Pode ocorrer também fusão parcial da rocha, produzindo metabasitos migmatitos, com leucossoma de plagioclásio e quartzo. Exceto as rochas de alta pressão, onde os piroxênios são sódicos, os metabasitos portadores de piroxênio são típicos de fácies granulito e da zona de transição entre fácies anfibolito e granulito. Comumente é encontrado o granulito com rochas de fácies anfibolito, que sofreu retrabalhamento e infiltração de fluídos, são caracteristicamente mais antigos. A transição progressiva para fácies granulito é observada no complexo de Willyama, no distrito de Broken Hill, New South Wales, Austrália. De acordo com Binns (1965), é a seguinte sequência zonal nos metabasitos: A – Hornblenda verde-azulada + plagioclásio +/- granada +/- epidoto ou clinozoisita + ilmenita; B – Hornblenda verde-azulada ou marrom-esverdeada + plagioclásio + clinopiroxênio +/- granada + ilmenita; C – Hornblenda marrom-esverdeada + plagioclásio + clinopiroxênio + ortopiroxênio + ilmenita. Essa sequência de aparecimento de clino e ortopiroxênio foi encontrada por Spear (1981). A Zona A é típica de fácies anfibolitos, enquanto a Zona C pertence a fácies granulito, no qual pode observar a presença de clino e ortopiroxênio. A Zona B é a transicional. Fácies granulito abrange um amplo intervalo de pressões metamórficas de altas temperatura, esse intervalo de pressões apresentam características distintas entre si, por isso Green e Ringwood (1967) propuseram uma divisão tríplice de fácies granulito: Granulito de baixa pressão – Contém ortopiroxênio + clinopiroxênio + plagioclásio. Nas variedades mais básicas pode ocorrer olivina + plagioclásio, que constitui a associação de baixa pressão para o granulito. Pelitos associados contem abundante cordierita, embora granada e hiperstênio estejam presentes. Granulitos de média pressão – São caracterizados pela associação de granada + clinopiroxênio + ortopiroxênio + plagioclásio, sendo que a hornblenda também pode estar presente. Quartzo é um mineral acessório possível, mas normalmente não coexiste com granada nem clinopiroxênio. Rochas pelíticas nesse grau metamórfico, são tipicamente migmatitos com granada e cordierita coexistindo. 39 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Granulitos de pressão média são relacionados com os encontrados em baixas pressões através das equações: olivina + plagioclásio granada olivina + plagioclásio diopsídio Al + enstatita Al + quartzo Granulitos de alta pressão – São associados a pelitos que contem feldspato K + cianita; também são distinguidos pela ausência de clino e ortopiroxênio em metabasitos que portam plagioclásio. Suas associações podem ser relacionadas a pressões médias através das reações Ortopiroxênio + plagioclásio granada + clinopiroxênio + quartzo Ortopiroxênio + plagioclásio granada + quartzo Muitos granulito, tais como o do complexo de Willyama da Austrália, parecem ser o produto final do metamorfismo de rochas básicas, submetidas a temperaturas muito elevadas. Entretanto pode ter duas possibilidades de origem alternativa de granulito básicos, que podem ser importantes em alguns casos. Howie (1955) diz que nem todos os granulito são de origem metamórfica, podendo ser o produto de cristalização de magmas básicos sob pressões elevadas. Uma segunda possibilidade é de que o caráter anidro de alguns granulito é devido, não a temperaturas extremas, mas de uma permeação de anfibolitos por CO2 derivado do manto (Touret, 1971). 7. METAMORFISMO DE ROCHAS ULTRAMÁFICAS As rochas ultramáficas são constituídas predominantemente por MgO e SiO2 Os minerais mais importantes de rochas ultramáficas são olivina, ortopiroxênio e/ou clinopiroxênio, a razão MgO/FeO das rochas é muito alta, tendo também presente o CaO. Para ocorrer o metamorfismo de rochas ultramáficas, necessita de acesso da água ou de gás carbônico, sendo que em particular a água comumente está disponível e a introdução de água transforma as rochas ultramáficas em serpentinitos, constituídos principalmente por antigorita e lizardita crisotila, quantidade menores de talco ou brucita e alguma magnetita. 40 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa O acesso de água e gás carbônico a rochas ultramáficas é comprovado pela transformação de serpentinitos em rochas constituídas por talco+ magnesita + dolomita. A introdução de água e pequenas quantidade de gás carbônico, resultou muitas vezes em coroas de talco + magnesita envolvendo serpentinito anteriormente formado apenas pela introdução da água. Figura 17 - Diagramas para determinação de rochas metamórficas oriundas de rochas ultramáficas, com água ou CaO. Trabalhos experimentais antes de 1967 não levavam em consideração a concentração de CO2, somente de H2O. Greenwood (1967) e Johannes (1969), consideraram a presença de CO2 e de H2O no sistema MgO-SiO2-H2O-CO2, os minerais desse sistema estão dispostos em ordem segundo a razão (Mg x 100)/(MgO +SiO2)(Tabela 2): Quartzo (Q) 0% MgO Talco (Ta) 43% MgO Antofilita (Anto) 47% MgO Enstatita (En) 50% MgO Serpentina (S) 60% MgO Forsterira (Fo) 67% MgO 41 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficase texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Brucita (B) Periclásio (P) Magnesita (M) 100% MgO Tabela 2: Razão para a quantidade de magnésio e magnésio com sílica No sistema MgO-SiO2 a composição de rochas ultramáficas se encontra entre forsterita e enstatita, porque olivina e piroxênio são os constituintes predominantes. A presenta de clinopiroxênio calcífero, somada a do ortopiroxênio, torna necessário que seja considerado o CaO também como componente. A composição bruta da maioria dos serpentinito situa-se entre 60 e 67% de MgO. Portanto sempre que a serpentina for reagente, os produtos serão dois minerais, um menor que 67% de MgO e outro maior que 67% de MgO. O quartzo só pode ser esperado em temperatura menor que a da reação: 1 talco + 1 água 1 serpentina + 2 quartzo Tendo que ser consideradas as seguintes reações. Reações em valores de XCO2 extremamente pequenos 1 serpentina + 1 magnesita 2 forsterita + 2 água + 1 CO2 2 serpentina + 3 CO2 1 talco + 3 magnesita + 3 água 1 serpentina + 3 CO2 2 quartzo + 3 magnesita + 2 água 1 serpentina + 1 brucita 2 forsterita + 1 talco + 9 água 5 serpentina 6 forsterita + 1 talco + 1 água 1 serpentina + 2 quartzo 1 talco + 1 água 1 brucita + 1 CO2 1 magnesita + 1 água 1 brucita 1 periclásio + 1 água Reações dentro de um amplo intervalo de XCO2 entre extremos: 1 talco + 5 magnesita 4 forsterita + 2 água + 5 CO2 4 quartzo + 3 magnesita + 1 água 1 talco + 3 CO2 9 talco + 4 forsterita 5 antofilita + 4 água 42 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa 1 antofilita + 1 forsterita 9 enstatita + 1 água 7 talco 3 antofilita + 4 quartzo + 4 água 1 antofilita 7 enstatita + 1 quartzo + 1 água Reações em valores XCO2 muito grandes: 1 antofilita + 9 magnesita 8 forsterita + 1 água + 9 CO2 2 talco + 1 magnesita 1 antofilita + 1 água + 1 CO2 7 magnesita + 8 quartzo + 1 água 1 antofilita + 7 CO2 1 antofilita + 1 magnesita 4 enstatita + 1 água +1 CO2 1 enstatita + 2 magnesita 2 forsterita + 2 CO2 2 magnesita + 2 quartzo 1 enstatita + 2 CO2 Até agora a maior parte das investigações petrográficas falharam ao considerar a importância de certas associações de três ou mais minerais do sistema MgO-SiO2 – fluido isento de Ca. Entretanto foram observadas paragêneses de dois minerais em rochas ultramáficas metamorfizadas. Uma sequência de paragêneses de metamorfismo com temperatura crescente foi publicada por Evans e Trommsdorff (1970) - talco ou brucita + serpentina (Espécie antigorita) - forsterita + serpentina (Espécie antigorita) - forsterita + talco - antofilita + talco e antofilita + forsterita - enstatita + forsterita Até agora os estudos de paragênese minerais foram consideradas somente para o sistema MgO-SiO2-H2O-CO2. Quando Al2O3 e/ou CaO e/ou FeO são componentes adicionais de uma rocha ultramáfica, aparecem minerais adicionais. A presença de um ou mais desses componentes nas rochas ultramáficas quando metamorfizadas, dão origem a uma nova assembleia mineral, em associação com os já citados, minerais esses como clorita, safirina, espinélio, piropo, gedrita, diopsídio, pargassita e tremolita. 43 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Figura 18 - Gráfico de associações minerais em rochas metamórficas ultramáficas de acordo com as condições P e T. 8. GRAUAQUES Grauaques são rochas sedimentares clásticas constituídas por quartzo, feldspato e filossilicatos (micas, cloritas, minerais argilosos, etc.) geralmente com fragmentos de outras rochas. Quando os sedimentos são provenientes de rochas máficas, as paragêneses minerais serão qualitativamente as mesmas paragêneses das rochas máficas. Entretanto, quantitativamente os minerais máficos de Ca-Al geralmente estão presentes em apenas quantidades subordinadas, ao passo que a mica branca e, especialmente o quartzo se apresentam com teor mais elevado. A quantidade de feldspato em metagrauaques pode ser muito variável, dependendo da ração inicial de quartzo / feldspato potássico no sedimento (Winkler, 1975). Quando o sedimento que constituintes dos grauaques são peliticos e compostos também de quartzo e feldspato, as modificações metamórficas são essencialmente as de rochas pelíticas. Os grauaques geralmente não fornecem paragêneses metamórficas que não possam ser observadas tão bem ou melhor que os pelitos. Dado o fato de que muitos grauaques não conterem albita, mas antes plagioclásio com anortita, minerais como 44 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa pumpelyíta e lawsolita podem ser formados, em pequenas quantidades, a partir de plagioclásio dentrítico que, então, é albitizado. Também segundo Winkler (1975) sob pressões muito altas a albita comumente forma piroxênio jadeítico. Este mineral, por sua vez, é muito importante em metagrauaques originadas em metamorfismo de pressão muito alta e baixa temperatura. Segundo Ernst (1971) na Califórnia se encontra uma ocorrência clássica de metagrauaques onde na zona de mais alta pressão desenvolveu piroxênio jadeítico. Estes piroxênios se encontram nos metagrauaques de Diablo Range do São Franciscano, localizados na faixa central da costa da Califórnia. Todos os grauaques contem quartzo, albita e / ou piroxênio jadeítico como principais constituintes. A mica branca, clorita e quantidades menores de esfenio e matéria carbonosa estão sempre presentes, ao passo que CaCO3, estilpnomelano, óxido de ferro e / ou pirita são encontrados em apenas algumas amostras. Lawsolita e / ou pumpelyita neoformadas geralmente constituem apenas 1 a 5% das rochas. 9. PRINCIPAIS ROCHAS METAMÓRFICAS E SUAS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS XVI. METAMORFISMO DE FOLHELHOS E ARGILITOS Ardósia Rocha microcristalina; Cor de cinza a preta; Apresenta clivagem ardosiana, peceptível pela boa divisibilidade; Apresenta aspecto sedoso nos planos; Consistência mole, sendo fácil de ser riscada com canivete; Produto de baixo grau de metamorfismo sobre argilito; Minerais: quartzo, feldspatos, argilas, calcita, micas. Filito Rocha micro a macrocristalina; Cor prateada, cinzenta, esverdeada ou até preta; 45 “Rochas metamórficas: composição mineralógicas e principais processos de transformações metamórficas e texturais” Letícia Martins¹; Marly Silva¹; Rodolfo Busolin¹ ¹ Universidade Federal do Pampa - Unipampa Apresenta minerais perceptíveis a olho nú - clorita ou mica; Formada por continuação do metamorfismo sobre a ardósia e folhelho indicando grau metamórfico médio; Em função da foliação, apresenta boa divisibilidade. Xisto (mica-xisto) Rocha macrocristalina; Cor prateada, cinzenta ou preta; Minerais visíveis - micas (muscovita ou biotita), quartzo, granada, etc., em grãos maiores que as anteriores; Em função da xistosidade, apresenta boa divisibilidade. Xisto (clorita-xisto) Rocha macrocristalina; Cor esverdeada; Principal mineral - clorita; Em função da xistosidade, apresenta boa divisibilidade. Gnaisse Rocha com textura orientada e bandada, bandas claras e escuras alternadas; Mineralogia – feldspatos, quartzo, micas, anfibólios,
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