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2 DIREITO DE PROPRIEDADE Não define no CC Atributos sim: O proprietário pode usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reivindicar de quem a injustamente a possua ou detenha. Conceito: o poder jurídico concedido pela lei a algum para usar, gozar, dispor de um determinado bem e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o esteja possuindo. Usar : consiste em utilizar-se da coisa no seu próprio interesse, ou seja, extrair da coisa todos os benefícios ou vantagens que ela puder prestar, sem alterar-lhe a substância. Gozar o proprietário pode retirar da coisa as suas utilidades econômicas, como, por exemplo, os frutos naturais, industriais e civis, além dos produtos. Dispor é a faculdade de alienar a coisa, seja onerosa ou gratuitamente. Reivindicar: não é uma faculdade, é um direito subjetivo. Concede ao proprietário o direito de recuperar a coisa que lhe foi injustamente retirada, para restaurar o seu patrimônio. Neste caso, existe a ação reivindicatória, cuja autoria é exclusiva do proprietário PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA PROPRIEDADE 1º - Oponibilidade erga omnes: o direito de propriedade é oposto contra qualquer pessoa que o viole – caráter absoluto. 2º - Publicidade: o direito de propriedade só é oponível quando se torna público, e a propriedade se torna pública pelo registro. O registro dá publicidade à propriedade. 3º - Perpetuidade: o direito de propriedade é perpétuo. A propriedade só desaparece por vontade do proprietário ou por determinação legal. Existe uma exceção que é a propriedade resolúvel. 4º - Exclusividade: não é um princípio absoluto. Exceção: condomínio. 5º - Elasticidade: a propriedade pode se distender ao máximo ou comprimir ao máximo à vontade do proprietário. Quando o proprietário detém todos os poderes, há a propriedade plena. Quando um dos poderes é retirado do proprietário, chama-se propriedade limitada, o mesmo que direito reais sobre coisas alheias. Ex: superfície, usufruto, hipoteca. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE Nota – não se adquire a pp no caso de morte – o que há é sucessão desde o momento da morte - 1784 Aquisição da Propriedade Imóvel Originária : O modo de aquisição a título originário é um ato próprio, ocorre quando a coisa encontra-se desvinculada de qualquer relação com o titular anterior e sem que haja relevância com o antecessor. Ex. usucapião, desapropriação já que independe da vontade do proprietário. Outro exemplo de aquisição originária é a acessão. Derivada : ocorre quando a transmissão é feita de um proprietário a outro, por ato inter vivos ou causa mortis. A coisa chega ao adquirente com as mesmas características anteriores, não se extingue o ônus. Ex: Servidão, hipoteca, compra e venda e doação. Gratuita: A gratuita se dá quando a propriedade é adquirida sem contraprestação, como no caso da doação. Onerosa: existe uma contraprestação, como na compra e venda. Singular: quando se refere a uma coisa determinada, como comprar uma casa. Universal: se adquire uma universalidade de direitos. Exemplo: sucessão aberta. MODOS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE: 1º Usucapião: É modo originário de aquisição do domínio, através da posse mansa e pacífica, seu principal elemento, por determinado lapso de tempo. Não depende de relação jurídica anterior Consolida a propriedade, estimulando a paz social e diminui para o proprietário o ônus da prova de domínio. Há várias espécies de usucapião: extraordinária, ordinária, urbana, rural e outros (quadro de usucapião) Veja quadro da usucapião – material de aula 2º) O segundo modo de adquirir a propriedade imóvel é o registro do título aquisitivo. – Lei 6.015/73 (art. 182) e art. 1245 CC O registro também é regido por princípios gerais como constitutividade, prioridade 1246, continuidade, publicidade, legalidade, especialidade etc. quem não registra não é dono” – 1245 ss OBS prenotar o título 1246 retroage à data da prenotação, Prenotar é levar o título para que seja verificada a sua aptidão ao registro = não se confunde com orçamento. 3º) O terceiro modo de adquirir a propriedade é pelas acessões. Há cinco modalidades de acessões no Código Brasileiro 1248 e 81 do CC • Direitos Reais Acessões são acréscimos que a coisa sofre no seu valor ou no volume em razão de elemento externo. Industrial ou artificial: plantações ou construções; Físicas ou naturais, que correspondem à formação de ilhas, aluvião, avulsão e álveo abandonado. Acessão –natural ---------- Ilhas (art. 1249- proprietários ribeirinhos), aluvião (art. 1250 – acréscimos paulatinos e quase imperceptíveis – divide-se entre os pp diferentes se o caso ou fica apenas no domínio de frente a formação),avulsão (art. 1251 força ou violentamente uma porção de terra se desloca a outra – com ou sem indenização) álveo abandonado (art.1252 – sem indenização divide-se o leito do rio entres os ribeirinhos) , ---------- construções / construções (ação humana) (arts. 1253, 1258 e 1259 (nesses dois casos precisa verificar o limite de 20% do todo) plantações (arts.1254 e 1255) Ilhas rios não navegáveis -- depende da posição das ilhas no leito dos rios, nos termos do artigo 1.249 do Código Civil, que estabelece as seguintes regras: I – As que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas (lados da ilha), até a linha que dividir o álveo (rio) em duas partes iguais. II – As que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado. III – as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram. Aluvião acréscimo sucessivo de terras às margens de um curso de água, de forma lenta e imperceptível. Assim, nos termos do art. 1.250 do Código Civil, esses acréscimos pertencem aos donos dos terrenos marginais, não havendo qualquer obrigação do favorecido em relação ao prejudicado, vez que a aluvião é obra da natureza e não do trabalho humano. Avulsão 1251 por força natural violenta, uma porção de terra se destaca de um prédio e se junta a outro. O dono do prédio ao qual se junta a porção de terra irá adquirir a propriedade do acréscimo desde que indenize o dono do prédio de onde se destacou a porção de terra; ou, ainda, irá adquirir a propriedade sem indenização desde que, no prazo de um ano, não tenha havido reclamação por parte do proprietário prejudicado. Abandono de álveo – 1252 - porção de terra que surge quando um rio seca ou tem seu curso desviado por conta de um fenômeno natural. álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso. ACESSÃO ARTIFICIAL POR PLANTAÇÕES OU CONSTRUÇÕES 1253 CC toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. presunção relativa, os artigos 1.254 e seguintes do CC tratam de disciplinar as situações que fogem a esta presunção. o dono do solo edifica ou planta em terreno próprio, com sementes ou materiais alheios (art. 1.254, CC): nessa situação, o dono do terreno (principal) torna-se proprietário das sementes, plantas ou materiais alheios (acessórios), devendo, no entanto, ressarcir o material que utilizou e respondendo, ainda, por eventuais perdas e danos, se agiu de má fé. Interessante, não? o dono das sementes, plantas ou materiais semeia, planta ou constrói em terreno alheio (art. 1.255 e 1.256, CC): nessa situação, o dono das sementes, plantas ou materiais há de perde-las em proveito do proprietário do terreno; entretanto, se agiu de boa fé, terá direito a indenização. Ocorre ainda que, se a construção ou plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante o pagamento de indenização. Por fim, se de ambas as partes houve má fé, o proprietáriohá de adquirir as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. um terceiro planta ou edifica com semente ou material alheios, em terreno igualmente alheio (art. 1.257, caput e parágrafo único, CC): nesse caso, o proprietário do terreno adquire a propriedade das sementes, plantas ou materiais, sendo que o dono destas, por sua vez, terá direito a indenização paga pelo terceiro. Invasão do solo alheio por construção: quando a invasão não é superior a 5% do solo alheio e o valor da construção é superior ao valor do solo invadido (art. 1.258, CC): se agiu de boa fé, o construtor adquire a propriedade, mas deve indenizar o proprietário da área invadida. Por outro lado, se agiu de má fé, adquire a propriedade apenas na impossibilidade de demolição e se for para proteger terceiros de boa fé (Enunciado 318 da IV Jornada de Direito Civil), devendo indenizar ainda em 10 vezes as perdas e danos. quando a invasão é superior a 5% do solo alheio (art. 1.259, CC): se agiu de boa fé, o construtor também adquire a propriedade, devendo igualmente indenizar o proprietário da área invadida. Por outro lado, se agiu de má fé, deve-se demolir a construção, sendo o construtor obrigado a indenizar em 2 vezes as perdas e danos. Aquisição Propriedade Movel Usucapião 1260 – ordinária posse qualificada + 3 anos + justo título + boa fé - extraordinária – posse qualificada + 5 anos = sem outros Ocupação – coisa sem dono ( ex. pescador) – art. 1263 Achado / Tesouro - perdido (1264) quem achar e dono do prédio ( meio a meio) - 1264 Tradição – 1267 a) Tradição real forma de transmissão da pp fisicamente b) Tradição simbólica – entrego a chave ao filho pelo ingresso na faculdade c) Tradição ficta = 1267 § único – constituto possessório – eu que já tinha em nome pp passo (por contrato) a possuir em nome alheio ex. tenho um colar comprado na Joalheria Joinha e vendo a Maria que deixa comigo (clausula contitui) mantendo-me com a posse direta Especificação 1269 – trabalhando em matéria prima em parte alheia adquire a pp se a tiver transformado substancialmente – ex. escultura. 1279 – trabalhando sobre matéria prima totalmente alheia e não se puder retornar a fiorma precedente – do especificador salvo má-fé ou mesmo com ela se o valor do bem especificado for excessivamente considerável sobre o valor da matéria rpima. Confusão Comistão (não comissão como está no CC erro de redação legislativa) e Adjunção - arts. 1272/1274 Mesclas Involuntárias Confusão – coisas líquidas Comistão – coisas solidas Adjunção – coisas justapostas (ex. um mosaico – caquinhos sobre uma base de cimento) Se puder ser separado – separam-se , Se não puder – fica indiviso e pp fica na proporção do que se empregou ex. 100 l – 10 litros de álcool 45% de Joao e álcool 55% de Joaquim – Joaquim terá 55 dos 110l e João 45 dos 100l. PERDA DA PROPRIEDADE A perda da propriedade ocorre pela alienação, renúncia, abandono, perecimento do imóvel ou desapropriação. 1275 Alienação é um contrato oneroso bilateral, mediante a transferência da coisa. Gratuita ==. como a doação, Oneroso, como a compra e venda. Renúncia é um ato unilateral, pelo qual o proprietário declara, expressamente, o seu intuito de abrir mão de seu direito sobre a coisa, em favor de terceira pessoa que não precisa manifestar sua aceitação. Por escritura pública e deve ser levada a registro. Abandono é o ato unilateral, sem qualquer formalidade, em que o titular do domínio se desfaz, voluntariamente, do seu imóvel, porque não quer mais continuar sendo, por várias razões, o seu dono; é necessária a intenção abdicativa; simples negligência ou descuido não a caracterizam. No abandono, não há conhecimento de terceiros. O perecimento do imóvel é a extinção do direito de propriedade, pela perda da coisa que lhe servia de objeto. Pode decorrer de ato involuntário, se resultante de acontecimentos naturais, quando o mar invade um terreno, ou de ato voluntário do titular do domínio, como no caso de destruição. Desapropriação é o ato involuntário de perda da propriedade privada, por intervenção do Poder Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, adquirindo-o, mediante prévia e justa indenização.