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Penfigo é um conjunto de doenças caracterizadas pela formação de autoanticorpos da classe IgG contra uma proteína (desmogleína) presente nos desmossomos dos queratinócitos intraepidérmicos. Os mais importantes são: - Penfigo Foliáceo - Penfigo Vulgar O pênfigo foliáceo é dividido em forma endêmica e não-endemica: - Endemica: chamado de fogo selvagem mais comum no Brasil, nas regiões do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - Não-endemica: é a forma de Cazenave, ocorrendo mais em adultos de 40-50 anos, de distribuição universal. Patogenia Hipótese ambiental: devido ao caráter endêmico do pênfigo foliáceo, suspeitou-se de um parâmetro ambiental. Estudos mais recentes verificaram uma possível associação com reação-cruzada pela picada do flebotominio ou dos simulideos (borrachudo). Genética: nos estudos, foram verificados que havia muita concordância em relação a família (93%) na gênese da doença. Foi postulado então uma hipótese genética, ligada a genes do HLA, sobretudo o gene DRB1. Imunológicos: estudos verificaram que no pênfigo foliáceo há a formação de anticorpos IgG4 contra a desmogleina 1, atrelados possivelmente a inoculação de antígenos e formação cruzada de anticorpos contra os epítopos EC1 e EC2 da desmogleina. Esses estudos foram realizados em Mato Grosso do Sul, e foi comprovado um raio maior desses anticorpos em áreas endêmicas. Manifestações Clinicas É caracterizado por bolhas flácidas, facilmente rompidas, formando crostas e escamas, com inicio na região cranial e evoluindo para caudal. Pode estar associado a uma evolução para eritrodermia. As lesões possuem queimação e ardor o que delimita o nome fogo selvagem. No pênfigo foliáceo, as mucosas são poupadas, pois a desmogleina 1 é quase nula nessa região. SEMIOLOGIA: Sinal de Nikolsky e Aboe-Hansen positivos Histopatologia Clivagem acantolítica em região subcornea alta da epiderme, devido a maior presença de desmogleina 1 nesse região. Citológico Apresenta a células acantolíticas, ou seja, queratinócitos que descolaram e apresentam agora aspecto esférico. Imunoflorescência Predominio de florescência em região subcornea, demonstrando a presença de anticorpos. Tratamento - Corticoterapia sistêmica é a primeira escolha O pênfigo vulgar é dividido em pênfigo vulgar mucoso e vulgar muco-cutaneo: Mucoso: acomete a desmogleina-3 apenas na mucosa Muco-cutaneo: acomete a desmogleina-1 e desmogleina-3 na mucosa e pele Manifestações clinicas Em quase todos os pacientes vão aparecer bolhas flácidas em região de mucosa, sobretudo oral, que evoluem com erosões aftosas, e que podem acometer a pele. Na pele podem aparecer no couro cabeludo, na face, no pescoço, na virilha. As bolhas são acompanhadas de crostas hemáticas, hemorragias (“bife sangrante”) e são úmidas. - O acometimento do estado geral é mais grave nesse pênfigo, e a infecção é a principal causa de morte. SEMIOLOGIA: Sinal de Nikolsky e Aboe-Hansen positivos Histopatológico Clivagem acantolítica em região suprabasal baixa da epiderme, devido a maior presença de desmogleina 3 nesse região. Citológico Apresenta a células acantolíticas, ou seja, queratinócitos que descolaram e apresentam agora aspecto esférico. Imunoflorescência Predominio de florescência em região suprabasal, demonstrando a presença de anticorpos. Tratamento - Corticoterapia sistêmica é a primeira escolha É uma doença autoimune que acomete a região subepidérmica. Patogenia Formação de anticorpos da classe IgG contra o hemidesmossomo entre a epiderme e a derme (junção dermoepidermica) Manifestações clinicas Bolhas tensas, grandes, com conteúdo claro ou hemorrágico, associado a pele normal ou a urticarias pruriginosas. Predomina em áreas flexurais como virilhas, parte interna das coxas, axilas, inferior do abdome. Pode acometer mucosa. Histopatologia Bolhas subepidérmicas, não- acantolíticas, associado a infiltrado inflamatório com eosinófilos, monócitos e neutrófilos. Imunoflorescencia Florescencia presente na ZONA DA MEMBRANA BASAL, região subepidérmica, área de hemidesmossomos. Para diferenciar da epidermólise bolhosa pode ser feita a técnica do salt-split com NaCl, promovendo um descolamento da junção dermoepidermica e verificando a imunoflorescencia. PENFIGOIDE BOLHOSO: predomínio no teto da zona da membrana basal É uma doença autoimune que compromete o colágeno do tipo 7, na região das fibras de ancoragem da ZONA DA MEMBRANA BASAL. Manifestações clinicas Apresenta-se com fragilidade da pele em regiões de trauma, como cotovelos, joelhos e mãos, que evoluem com cicatrizes atróficas hipo ou hiperpigmentados. Surge desde o nascimento. Podem aparecer manifestações inflamatórias e bolhosas, com bolhas tensas, acometimento mucoso. Histopatologia Bolhas subepidérmicas, associado a infiltrado inflamatório rica em neutrófilos, eosinófilos e monócitos, mas mínimo. Imunoflorescencia Florescencia presente na ZONA DA MEMBRANA BASAL, região subepidérmica, área das fibras de ancoragem. Para diferenciar do penfigoide bolhoso pode ser feita a técnica do salt-split com NaCl, promovendo um descolamento da junção dermoepidermica e verificando a imunoflorescencia. EPIDERMÓLISE BOLHOSA: predomínio no assoalho da zona da membrana basal É uma dermatose bolhosa associada a intolerância ao gluten, mas só 10% dos pacientes com dermatite herpetiforme manifesta a intolerância e a incidência entre os que tem intolerância é de 25%. Patogenia A exposição ao gluten, promove uma reação contra a gliadina, na interação com a transglutaminase tecidual, promovendo a formação de anticorpos antigliadina, antitransglutaminase e antiendomisio, além de IgA. O IgA interage nas papilas dérmicas promovendo a migração de células de defesa e formando as bolhas. Manifestações clinicas Lesões vesiculobolhosas muito pruriginosas em superfície extensora, como cotovelos, joelhos, nadegas. Podem evoluir com bolhas tensas, mas simulam as lesões herpéticas. Pode estar associada a síndromes disabsortivas. Histopatologia Vesiculobolha na região subepidérmica, com presença de infiltrado neutrofilico na derme papilar. Imunoflorescencia Depósitos de IgA de aspecto granular em região de papilas dérmicas
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