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VIA AEREA AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE INTUBAÇÃO O paciente consegue proteger as vias aéreas? Se o paciente consegue falar ou deglutir de maneira voluntária, isso indica uma boa indicação de proteção de vias aéreas. Agora, pacientes com secreção em VAS, com reflexos de vomito diminuídos, fonação anormal geralmente são pacientes com alto risco, seja de broncoaspirar ou de não manter a via aérea pervia. Existe falha na ventilação ou oxigenação? Pacientes com taquipneia, estridor, respiração superficial, batimento de asa de nariz, uso de musculatura acessória, são indicativos de que há falha na ventilação. Pacientes podem dessaturar abaixo de 90%. Qual a evolução clínica esperada? Pacientes que podem evoluir com má condição de via aérea como pacientes com queimaduras de face, pacientes em anafilaxia, pacientes com lesões expansivas em região cervical ou de sistema nervoso central é indicada a intubação precoce. Qual o próximo passo no manejo do paciente? Pacientes que vão para cirurgia ou radiogravia de intervenção, ou pacientes que vão ser sedados profundamente podem se beneficiar da intubação precoce e está indicado. PREDITORES DE VIA AEREA DIFÍCIL Mallampati Devem ser avaliados sempre que uma via aérea for manipulada: - Laringoscopia difícil (LEMON) Look externo: anatomia, sangue, queimaduras Evaluation: 3-3-2 Mallampati: III e IV Obstruction: VEDS – voz anasalada, estridor, dispneia, salivação excessiva Neck mobility: diminuição da flexão e extensão do pescoço - Mascara Facial difícil (ROMAN) Restriction/radiation: radioterapia cervical recente, doenças que diminuem complacência (asma, DPOC, pneumonia) Obstruction/obesity: IMC > 25, abcesso, laringoespasmo, tumores Mallampati/male/mask: homem, barba, mallampati III ou IV Age: acima de 55 anos No teeth: pacientes edêntulos - Supraglotico difícil (RODS) Restriction/radiaton: radioterapia ou problemas restritivos como no ROMAN Obstruction/obesity: obesidade, obstrução por tumor, massa Distorted anatomy: anatomia distorcida Short tireomentoniana: diminuição da distancia tireomentoniana e hiotireoidea - Cricotireoidostomia difícil (SMART) Surgery: cirurgias em região de membrana cricotireoidea, fibrose Mass: massa em região de membrana Anatomy: defeitos anatômicos, prescoço curto, gordura Radiaton: fibrose por radiação em membrana Tumor: tumor em região com risco de sangramento SEQUENCIA RÁPIDA DE INTUBAÇÃO PREPARAÇÃO - Aspirar às doses das medicações para a indução e pós-anestesia; - Monitorizar o paciente (cardioscopia, capnografia, oximetria, pressão arterial); - Acesso venoso de qualidade (de preferencia dois acessos em caso de falha); - Selecionar o tamanho correto de tubo e um tubo 0,5 mm menor e testar o balonete; - Selecionar o laringoscópio seja Macintosh ou Muller, e testá-lo; - Deixar em reserva vias aéreas de resgate, como mascara laríngea, canula de Guedel; Entende-se que a lamina reta ou de Muller é utilizada para elevação da epiglote de forma direta, ele não é colocado na valécula, mas abaixo da epiglote de modo a levantá-la diretamente. É mais utilizado em pacientes com laringe anteriorizada, pacientes com epiglote grande e flexível como é caso de crianças; pacientes com incisivos bem protrusos. Já a lamina curva ou de Macintosh, é utilizada para elevar a epiglote de modo indireto, colocando-a sob a valecula e pressionando o ligamento hio-epiglótico. PRÉ-OXIGENAÇÃO Na sequencia rápida, não é necessário ventilar o paciente de modo manual, a não ser que a oximetria esteja abaixo de 93% durante a indução. Apesar disso, deve-se proceder com a oxigenação. O recomendado é uma pré- oxigenação por pelo menos 3-5 minutos ou 8 respirações utilizando toda a capacidade vital no paciente consciente e que compreenda isso. Em uma posição cefálica entre 35-45 graus. Podem ser utilizadas dois recursos para a pré-oxigenação: - Bolsa-valvula-máscara-reservatório: 10- 15L por minuto, em fluxometro, bem vedada a face do paciente; - Máscara não-reinalante com reservatório: com fluxometro, máxima capacidade, 40L por minuto. Não se deve ventilar o paciente, usa-se apenas os dispositivos com fluxometro. OTIMIZAÇÃO PRÉ-INDUÇÃO Aqui o importante é controlar a hemodinâmica, seja com uso de drogas vasoativas entre outros. O fentanil pode ser utilizado aqui em casos de crise hipertensiva, PIC elevada, hemorragia intra-craniana, dissecção de aorta. O fentanil é um opioide, analgésico, 100x mais potente que a morfina, simpatolítico e que promove hipotensão reflexa. Deve ser administrado em dose lenta 3 microgramas/kg para evitar síndrome do tórax rídigo. Objetivos da intubação - Nickson INDUÇÃO Utilizando drogas hipnóticas e bloqueadores neuromusculares, começa-se a indução. Sempre comece com o hipnótico primeiro, para o paciente não sentir desconforto do bloqueio neuromuscular consciente. POSICIONAMENTO O posicionamento do paciente e do médico é essencial para a intubação. A cabeceira deve estar na linha do processo xifoide do médico. A cabeça do paciente deve ser colocada sob um coxim, de modo a alinhar o meato acústico externo com o manúbrio do paciente. O coxim vai no occipito e a posição é a posição do Sniffer ou cheirador. Em pacientes obesos, pode-se utilizar um coxim em forma de rampa, utilizando sob a cintura escapular. PASSAGEM DO TUBO Com a mão esquerda segurando o laringoscópio, entra-se na rima labial direita e empurra-se a língua para a esquerda, para visualização da epiglote. Coloca-se o laringoscópio na valécula, caso ele seja curvo, e empurra-se para anterior e superior. Encontra-se a glote e coloca-se o tubo até a marcação. Pode ser realizada algumas manobras para facilitação da intubação. A manobra BURP – back, up, right pressure pode ajudar com um auxiliar a realizando. A manobra de Sellik – pressão na cricoide, não deve ser utilizada, pois pode fechar a via aérea. Duas tentativas devem ser realizadas, e em caso de oximetria abaixo de 93% deve-se interromper, chamar ajuda e ventilar o paciente. PÓS-INTUBAÇÃO Após a intubação deve-se inflar o balonete, fixar o tubo verificar o posicionamento do tubo, pode ser com o estetoscópio, começando pela área gástrica e depois para o pulmão esquerdo, identificando intubação gástrica ou seletiva, respectivamente. O ventilador deve ser aberto permitindo 4-6 ml/kg de volume corrente. E a pressão de pico não deve exceder 30 mmHg. Observa-se a oximetria e o capnografo, confirmando a intubação. Sugere-se iniciar a analgesia continua após a intubação. ESCOLHA DO TUBO A escolha do tubo depende da idade, do peso e da extensão oral do paciente. - Neonatos: geralmente tubos de 2,5mm – 3 mm. - Pediátricos: geralmente tubos de 3,5 mm – 8 mm dependendo da idade. - Adultos: geralmente tubos de 8 mm – 9,5 mm dependendo do sexo. Para memorizar: Com cuff: 4 + idade/4 Sem cuff: 3,5 + idade/4 O comprimento do tubo obedece a regra do PESO + 6 cm.(p.e. 3kg = 9 cm; 4kg = 10 cm). EM NEONATOS, NÃO UTILIZA-SE CUFF ESCOLHA DAS MEDICAÇÕES Hipnóticos As doses são calculadas com base no peso ideal. - Obeso: aumentar em 30% a dose ideal; - Idoso: reduzir em 30% a dose ideal.. ETOMIDATO APRESENTAÇÃO: 2 mg/ml - DOSE: 0,3 mg/kg EV - Inicio de ação: < 1 minuto - Duração de ação: 3-5 minutos - Uso da gravidez: classe C - Efeito colateral: mioclonias, ardência local - Vantagem: cardioestabilidade Não possui efeitos cardiovasculares significativos, possui tempo de ação e duração curta. Causa redução da pressão intra-craniana mantendo pressão de perfusão cerebral, reduz o fluxo sanguíneo e o metabolismo cerebral. - O ETOMIDATO EM DOSES SUPERIORES A 1, PODE GERAR SUPRESSÃO ADRENAL, SENDO ASSOCIADO A CORTICOIDE. QUETAMINAAPRESENTAÇÃO: 50mg/ml - DOSE: 1-2 mg/kg EV ou 5-10mg/kg IM - Inicio de ação: < 30s EV | 4-5min IM - Duração de ação: 5-10 minutos | 10- 30min - Uso da gravidez: não é definido - Efeito colateral: alucinações, confusão, agitação, descarga adrenérgica endógena (taquicardia), ou hipotensão (em casos de depleção adrenérgica endógena). - Vantagem: manutenção da PPC, broncodilatação, única a manter o drive respiratório quando administrada em 60s na intubação lenta. A quetamina possui certo grau de analgesia associado, por bloqueio dos receptores NMDA. É uma dose dissociativa, pode propiciar inconsciência, mas manter o drive respiratório e reflexos primitivos. Na intubação lenta, se o paciente está muito agitado, e não é possível pré-oxigenar, pode-se utilizar a quetamina, para manter o drive e pre- oxigenar. PROPOFOL APRESENTAÇÃO: 10mg/ml - DOSE: 0,5-2 mg/kg EV - Inicio de ação: < 50 segundos - Duração de ação: 5-10 minutos - Uso da gravidez: classe B (escolha) - Efeito colateral: hipotensão, vasodilatação, cardiodepressão, diminuição da PPC, apneia obstrutiva - Vantagem: rápida ação e curta duração O propofol possui efeito hipotensor importante, deve-se tomar cuidado com PCR por hipotensão. Em pacientes chocados o correto é utilizar 0,5 mg/kg em virtude da diminuição da volemia, que pode piorar com seu efeito hipotensor. MIDAZOLAM APRESENTAÇÃO: 5mg/ml - DOSE: 0,3 mg/kg EV - Inicio de ação: 2-3 min - Duração de ação: 20-30 minutos - Uso da gravidez: classe D - Efeito colateral: hipotensão mais forme com opioide, diminuição da PPC Bloqueadores Neuromusculares SUCCINILCOLINA APRESENTAÇÃO: 20mg/ml - DOSE: 1,5mg/kg EV | 4mg/kg IM - Inicio de ação: < 60 segundos | 2- 3min - Duração de ação: 4-6 minutos | 10- 30min IM - Uso da gravidez: classe C - CONTRA-INDICAÇÃO ABSOLUTA: hipertermia maligna, miopatias, rabdomiolise (queimaduras, esmagamento, neuromuscular aguda, AVC) por risco de hipercalemia, neuromusculares progressivas (ELA). HIPERCALEMIA ISOLADA NÃO É CONTRA-INDICAÇÃO DESDE QUE A MEMBRANA DO CARDIOMIOCITO NÃO ESTEJA INSTAVEL. ROCURÔNIO APRESENTAÇÃO: 10mg/ml - DOSE: 1mg/kg EV - Inicio de ação: < 120 s - Duração de ação: 1 hora - Uso da gravidez: classe C - Vantagem: possui reversor = sugamaddex 2/4/15 mg/kg SEDAÇÃO PÓS-INTUBAÇÃO Fentanil: na dose de 3 microgramas/kg em infusão lenta (síndrome da rigidez torácica). Opioide forte 100x mais forte que a morfina. APRESENTAÇÃO: 50 microgramas/ml USO DILUIDO: 10-50 microgramas/hora Quetamina: APRESENTAÇÃO: 50mg/ml USO DILUIDO: 0,5-4 mg/kg/h Propofol: APRESENTAÇÃO: 10 mg/ml DOSE: 5-50 microgramas/kg/min NÃO DILUIDO Midazolam: APRESENTAÇÃO: 5mg/ml USO DILUIDO: 0,05-0,4 mg/kg/h Dexmedetomidina: APRESENTAÇÃO: 100 microgramas/ml USO DILUIDO: 0,2-0,7 microgramas/kg/h SEQUENCIA PROLONGADA DE INTUBAÇÃO A sequencia prolongada de intubação difere apenas pelo uso de uma sedação antes da pre-oxigenação, e uma pré-oxigenação diferente. É recomendada na emergência em pacientes agitados em que a pré- oxigenação não é conseguida. Droga de escolha é a quetamina 1-2mg/kg em infusão lenta 60s. Pós sedação, a pré-oxigenação é feita com VNI ou mascara não reinalante, com oxigênio em 100%, PEEP inicial de 5 cmH20 até 15 cmH20. Mantém + 3 minutos após sat > 95%. FALHA DE VIA AEREA Ocorre em duas situações: 1- Não consigo manter sat > 93% durante ou pos-laringo 2- Não consigo intubar após 3 tentativas Nesse caso chama-se ajuda imediatamente. E existe duas situações nesses casos: - Não intubo + ventilo - Não intubo + não ventilo: mais grave No caso de não intubar e não ventilar, opta-se por via aérea de resgate com máscara laríngea, e preparo do material pra cricotireoidostomia. Em caso de falha da mascara, opta-se pela cricotireoidostomia. A traqueostomia é realizada apenas em crianças <12 anos e trauma de laringe, entre o 2 e 3 anel traqueal. A fechada é mais rápido e menos custoso, a aberta é apenas em centro cirúrgico.
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