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Afogamento é definido como uma submersão associada à dificuldade respiratória e asfixia. FISIOPATOLOGIA A principal causa do afogamento é a dificuldade de manter as vias aéreas na superfície da água. Teremos então: 1) Episódio de pânico; 2) Tentativa de interromper a respiração; 3) Respiração involuntária, aspiração e tosse; 4) Broncoaspiração de água; 5) Diminuição da tensão superficial do surfactante; 6) Aumento da permeabilidade da membrana alvéolo-capilar; 7) Disturbio hidroeletrolítico 8) Ácidose metabólica, hipóxica, isquemia; 9) Choque e morte. CLASSIFICAÇÃO Paciente alerta, responsivo e consciente GRAU I Tosse GRAU II Pouca espuma na boca e nariz e apresenta ausculta alterada GRAU III Muita espuma na boca e nariz, ausculta alterada, edema agudo de pulmão e normotenso, pulso radial palpável. GRAU IV Muita espuma na boca, nariz, ausculta alterada, edema agudo de pulmão e hipotensão ou choque, pulso radial não palpável (apenas central). Paciente irresponsivo GRAU V Pulso central palpável GRAU VI Pulso central não palpável Paciente com tempo de submersão > 1 hora é considerado em óbito. ACHADOS CLÍNICOS Desconforto Respiratório: taquipneia, estertores, roncos, sibilos Hipoxemia: cianose, palidez Sistema nervoso central: letargia, diminuição do nível de consciência, coma com pupilas dilatadas e fixas, e edema cerebral citotóxico devido as citocinas inflamatórias inquemicas. Insuficiencia renal aguda: devido a isquemia e liberação de citocinas, ao metabolismo anaeróbio, gerando acidose lática e insuficiência renal, além da hióxia dos nefrons. Vomitos: esses pacientes são considerados de estomago cheio, devido a deglutição do líquido e vomitam devito a pressão positiva do ambu durante o transporte e a rabdomiólise. Hipotermia: pode gerar arritmias, além de favorecer coagulopatias e pode gerar coagulação intravascular disseminada. EXAMES COMPLEMENTARES ECG ou monitor continuo Todos os pacientes (identificar arritmias) Gasometria Todos os pacientes, verificar hipoxemia, hipercapnia, ácidose (repetir de 12 em 12 horas se insuficiência respiratória) Hemograma Completo Leucocitose pode ser encontrado, verificar plaquetas Eletrólitos (Na, K, cálcio) Podem ocorrer em alguns pacientes Coagulograma Descartar coagulação intravascular disseminada AST/ALT e bilirrubinas Verificar lesão hepática e hemólise Radiografia Seriada em todos que possuem achados pulmonares EEG Se suspeita de epilepsia em paciente inconsciente TC Se suspeita de trauma RM 3-4 dias após, pra ver prognóstico TRATAMENTO SUPORTE BÁSICO DE VIDA Pré-hospitalar - Resgate com segurança: resgatar o paciente, garantindo a segurança da equipe e do afogado. Pode ser realizado ventilação boca a boca desde que não atrase a retirada da água. - Verificar possíveis causas: pensar em possíveis causas e na necessidade de estabilização da coluna vertebral. - Avaliar o ABC: o foco no afogamento é a via aérea, antes mesmo da verificação do pulso. PACIENTE RESPONSIVO Colocar o paciente em posição de segurança e iniciar avaliação A) Verificar se as vias aéreas estão pérvias e a presença de espuma em região bucal-nasal B) Verificar a efetividade da respiração e ausculta do pulmão e oximetria C) Verificar glicemia, temperatura e Glasgow PACIENTE NÃO-RESPONSIVO - Checar vias aéreas e respiração - Se paciente não respira, tentar abrir as vias aéreas, e se não der certo realizar 5 ventilações de resgate; - Checar pulso - Se o paciente não tem pulso, iniciar RCP; a RCP sem ventilação não é recomendada no afogamento o ideal é realizar a ventilação. - Se o paciente tem pulso, manter ventilação de resgate: 1 ventilação a cada 3-5 segundos para crianças e 5-6 segundos para adultos. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA Pré-hospitalar Grau 1 - Repouso, aquecimento e tranquilizar a vítima; - Na ausência de comorbidades, a vítima pode ser liberada no local; Grau II - Repouso, aquecimento e tranquilizar Oxigenoterapia de baixo fluxo Cânula nasal 5L / minuto - Encaminhar a unidade de emergência Grau III e IV - Repouso, aquecimento e tranquilizar Oxigenoterapia de alto fluxo 15L/min por máscara não reinalante ou IOT - Iniciar infusão com cristaloides IV - Encaminhar a unidade de emergência (UTI) Grau V - Abrir vias aéreas - Verificar ventilação espontânea - Se não tiver ventilação espontânea: 5 ventilações de resgate - Checar pulso - Tendo pulso, ventile 1 ventilação a cada 3-5 segundos para crianças e de 5-6 segundos para adultos. - Se houver retorno da ventilação espontânea, administrar oxigênio a 15L/min, infusão de cristaloide e encaminho pra UTI Grau VI - Abrir vias aéreas - Verificar ventilação espontânea - Se não tiver ventilação espontânea: 5 ventilações de resgate - Checar pulso - Não tendo pulso, iniciar RCP - Encaminhar para UTI SUPORTE AVANÇADO DE VIDA HOSPITALAR Quando o paciente chegar ao departamento de emergência, o ideal é: - Reavaliar hipóxia e fornecer oxigênio suplementar; - Manter temperatura >= 35 graus, podendo ser administrado cristaloide aquecido; - Tratar lesões traumáticas se houver. Glasgow > 13 + sem sinais pulmonares (tosse, sibilo, estertor) + saturação >= 95%: - Observação por 4-6 horas - UTI se piora Glasgow < 13: - Oxigenio suplementar - Meta PaO2: > 60mmHg adultos > 80mmHg crianças - Elevação de cabeceira 30º
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