Buscar

TRANSTORNOS DO HUMOR - RESUMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Depressão maior e transtorno bipolar 
 O transtorno depressivo maior 
pode ser considerado unipolar, 
quando apresenta apenas a 
depressão ou bipolar quando 
associado a episódios maníacos ou 
episódios maníacos isolados, sem 
depressão associada. 
 Episódios maníacos sem 
depressão associada são 
considerados bipolares e podem ser 
classificados em mania pura ou mania 
unipolar. 
 Existem ainda a hipomania, 
ciclotimia e distimia que são 
consideradas subcategorias de 
transtorno de humor. A hipomania é 
um episódio maníaco que não se 
encaixa nos critérios pra mania. 
Ciclotimia é um episódio menos grave 
de transtorno bipolar. Distimia é um 
episódio menos grave de depressão 
maior. 
 
Depressão 
 O transtorno depressivo maior 
não apresenta episódios maníacos, 
hipomaníacos e nem mistos. 
Geralmente está associado a pelo 
menos quatro sintomas de uma lista 
que inclui falta de energia, 
sentimentos de culpa, perda de peso 
e apetite, distúrbios do sono e de 
atividades, pensamentos recorrentes 
de morte e suicídio. 
 
Mania 
 Mania se caracteriza por 
episódios que ocorrem por pelo 
menos uma semana caracterizados 
por autoestima inflada, necessidade 
menor de sono, aumento da atividade 
mental e física, envolvimento 
excessivo em atividades prazerosas, 
distratibilidade. 
 A mania é caracterizada por 
episódios de humor expansivo, 
exagerado e as vezes irritativo, 
associado a quadros de 
impulsividade, aumento da atividade 
psicomotora com quadros de 
taquipsiquismo, taquilalia, logorreia, 
ideias grandiosas, aumento de 
energia e atividade, redução da 
necessidade de sono, aumento da 
libido, autoconfiança exagerada, 
perda de medo. Os pacientes podem 
ter quadros de doar seus bens ou 
começar atividades sexuais com 
várias parceiras, falar alto, interromper 
conversas, se perder nos 
pensamentos. 
 A Hipomania é um quadro 
semelhante à mania, mas menos 
grave, não estando associada a 
quadros psicóticos, sem 
comprometimento do funcionamento 
social e ocupacional, e que dura pelo 
menos quatro dias, sendo relatado por 
outrem. 
 Episódios mistos ocorrem 
quando há quadros de episódios 
maníacos-depressivos quase todos os 
dias, por pelo menos uma semana. 
 Um transtorno bipolar I é 
caracterizado por quadros de mania 
e depressão pelo menos uma vez, mas 
não tão recorrentes. 
 Um transtorno bipolar II é 
caracterizado por quadros de 
hipomania e depressão maior. 
 
Distimia é caracterizado por episódios 
depressivos de duração de pelo 
menos dois anos, mas que são menos 
graves que um transtorno depressivo 
maior. 
 
Ciclotimia é caracterizada por ciclos 
de hipomania e episódio depressivos 
menos graves que o depressivo maior, 
com duração de pelo menos dois 
anos. 
 
Epidemiologia 
Prevalência: o transtorno depressivo 
maior tem uma prevalência de 17% de 
todos os transtornos psiquiátricos. 
Dentre os transtornos bipolares, o mais 
prevalente é o bipolar II. 
 
Sexo: o transtorno depressivo maior 
ocorre 2x mais em mulheres, e os 
episódios maníacos são mais comuns 
em homens. Entretanto, mulheres com 
episódios maníacos geralmente 
apresentam associados episódios 
depressivos, e, além disso, as mulheres 
possuem mais chance de ciclagem 
rápida que são pelo menos 4 
episódios maníacos em um anos. 
 
Idade: o transtorno bipolar I é mais 
precoce que o transtorno depressivo 
maior, com idade média de 30 anos. 
O transtorno depressivo maior tem 
idade média de 40 anos. Com 50% 
dos casos acontecendo entre 20-50 
anos. 
 
Estado civil: tanto o transtorno bipolar I 
quanto o transtorno depressivo maior 
ocorrem em pessoas sem 
relacionamento conjugal intimo. 
 
Fatores socioeconômicos: o transtorno 
de depressão maior não evidenciou 
prevalências relacionadas a fatores 
socioeconômicos, enquanto o 
transtorno bipolar I demonstrou maior 
prevalência em classes mais altas e 
sem ensino superior. 
 
Comorbidade: pacientes com TDM 
apresentaram maior risco associado a 
transtornos comorbidos, como 
dependência de álcool, substâncias, 
ansiedade, TOC. 
 
Etiologia 
Fatores Biológicos: o sistema límbico se 
destaca dentre os fatores que são 
mais implicados nos transtornos do 
humor, gerando desequilíbrios na 
produção de aminas biogênicas. 
Nesse interim, encaixam-se os 
distúrbios de norepinefrina e de 
serotonina, tendo como auxiliares a 
dopamina e histamina. Associado a 
isso destacam-se os distúrbios 
tireoidianos, distúrbios do sono, 
distúrbios na morfofisiologia cerebral, 
anormalidades do sistema 
imunológico. 
 
Teoria das neurotrofinas: as 
monoaminas induzem a ativação do 
CREB que responde ao AMPc, 
gerando a produção de BDNF – fator 
neurotrofico derivado do cérebro – 
que induz a formação de mais 
espinhas dendríticas, melhorando os 
sinais depressivos. 
 
Fatores genéticos: estudos identificam 
que filhos cujo um dos pais possui 
transtorno de humor possuem 10% a 
25% de risco de desenvolver, e 
quando os dois pais apresentam, o 
risco duplica. Irmãos gêmeos 
monozigóticos apresentaram uma 
concordância de até 90% para TH, 
enquanto irmãos gêmeos dizigóticos 
obtiveram uma concordância de até 
35%. 
 
Fatores psicossociais: 
- Eventos de vida e ambientais: 
estresses de vida, perda conjugal, 
perda de emprego são um dos fatores 
ambientais mais comuns na origem de 
TH. Além disso, a perda de um dos 
progenitores antes dos 11 anos de 
idade parece ser o evento de vida 
mais importante. 
- Fatores psicodinâmicos: são diversas 
teorias que envolvem a etiologia de 
depressão, como separação dos pais, 
anormalidades de convivência mae-
bebe no período oral, violência física 
em relacionamentos, incapacidade 
de alcançar objetivos. 
 
Teoria cognitiva: se baseia em 
distorções cognitivas, baseadas em 
uma tríade: percepções do eu = 
autopercepção negativa; 
percepções do meio = hostil e 
exigente; percepções do futuro = 
sofrimento e fracasso. 
 
Teoria da impotência aprendida: se 
baseia no aceitar o que vier, pois 
nada vai mudar se eu fizer algo. 
Ocorre quando eventos incontroláveis 
produzem uma sensação aprendida 
de impotência e desmotivação. 
 
Quadro Clínico 
 Alguns sintomas são 
fundamentais para o diagnóstico 
depressivo: anedonia, lentificação 
psicomotora (falta de energia física e 
mental), humor depressivo, falta de 
interesse e motivação. Em casos de 
crianças e adolescentes pode 
aparecer irritação e mal-humor no 
lugar do humor depressivo. Em alguns 
casos, aparecem apatia e falta de 
motivação. 
 O deprimido se autoavalia de 
forma negativa, possui pensamenos 
negativos que preponderam na maior 
parte do dia, tem preocupações 
excessivas, cria problemas ou 
aumenta problemas reais, usa como 
justificativa sintomas depressivos para 
outros sintomas depressivos. 
 Podem aparecer delírios, como 
o delírio de culpa (responsáveis por 
tragédias no mundo), delírio de ruina 
(arruinados financeiramente e por isso 
é culpado pela fome dos filhos), delírio 
de perseguição (perseguidos por algo 
que fizeram), delírio hipocondríaco 
(delírio de que foram acometidos por 
doenças graves), delírio niilista 
(negando a existência da vida, da 
morte, do mundo). 
 Quinze porcento dos 
deprimidos cometem suicídio. Existem 
graus, o deprimido pode preferir estar 
morto e não pensar em se matar, 
pode imaginar o suicídio sem planejá-
lo, e em casos graves arquiteta-lo 
detalhadamente. 
 Resumidamente os sintomas 
depressivos incluem: letargia 
psicomotora, insônia/hipersonia, 
inapetência e perda de peso ou 
aumento de peso e de apetite, 
redução da capacidade hedônica, 
fadigabilidade, pensamentos e 
sentimentos negativos, humor 
depressivo ou irritável, dores difusas, 
falta de interesse e motivação, 
diminuição da libido. 
 
Critérios para o diagnóstico de 
depressão maior conforme o Manual 
diagnostico e estatístico dedoenças 
mentais: 
 
1) Pelo menos cinco sintomas 
abaixo, que inclua humor 
depressivo ou perda de prazer 
ou interesse: 
- Humor deprimido a maior 
parte do dia e quase todos os 
dias, por relato pessoal ou de 
pessoas próximas; 
- Diminuição do interesse ou 
prazer na maior parte das 
atividades na maior parte do 
dia, quase todos os dias; 
- Perda ou aumento de peso 
sem dieta, ou perda e aumento 
de apetite quase todos os dias; 
- Insonia ou Hipersonia quase 
todos os dias; 
- Agitação ou retardo 
psicomotor observados por 
outrem, quase todos os dias; 
- Fadigabilidade; 
- Sentimento de inutilidade ou 
culpa excessiva; 
- Capacidade diminuída de 
concentração, indecisão, 
pensamento; 
- Pensamentos de morte e 
ideação suicida; 
2) Os sintomas não devem se 
enquadrar em quadros de 
mania ou mistos; 
3) Os sintomas não devem estar 
associados ao uso de 
substâncias nem outras 
condições clinicas como o 
hipotireoidismo; 
4) Os sintomas causam prejuízo ao 
funcionamento social e 
ocupacional, sendo 
clinicamente importantes; 
5) Não são melhor explicados por 
luto, ou seja, persistem por mais 
de 2 meses ou então estão 
associados a ideação suicida e 
pensamentos de morte, 
quadros psicóticos, acentuados 
prejuízos funcionais. 
 
Subtipos depressivos 
Depressão melancólica: caracteriza-
se por humor depressivo, anedonia 
absoluta, culpa, insônia terminal, 
diminuição do apetite, perda de peso, 
retardo/agitação psicomotora. 
 
Depressão atípica: o quadro se 
manifesta com inversão das 
atividades vegetativas, isto é, ganho 
de peso, ganho de apetite, 
capacidade de se alegrar a coisas 
positivas, hipersonia, fragilidade 
extrema a rejeição interpessoal, 
“paralisia de chumbo” que é a perda 
total da força. 
 
Depressão sazonal: é aquela que 
ocorre em épocas distintas do ano, 
geralmente começo do outono ou 
inverno, sendo comum em mulheres, 
caracterizada por sintomas atípicos. 
 
Depressão psicótica: caracteriza 
depressões graves, em que pode 
apresentar os delírios (de culpa, ruina, 
hipocondríaco, niilista), pode 
apresentar alucinações, 
principalmente auditivas, e ilusões 
como vultos. 
 
Depressão bipolar: quando associada 
a transtorno misto, maníaco ou 
hipomaníaco, no caso do TABI e TABII 
respectivamente. 
 
Distimia: a distimia é semelhante a 
uma depressão maior, mas é mais 
branda e persiste por pelo menos dois 
anos. É uma forma mais crônica, não 
apresenta muita aparência chorosa, a 
falta de interesse pelas coisas pode 
aparecer de maneira menos radical e 
alterações de peso podem também 
não aparecer. Não pode haver um 
período de 2 meses sem sinais ou 
sintomas. E o TBM pode aparecer, mas 
só após os dois anos.

Continue navegando