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O que é o Contemporâneo

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O que é o Contemporâneo?
Quando se fala de contemporaneidade, não se deve associa-la ao tempo cronológico, diferente do que o senso comum prega; deve-se pensar no contemporâneo como uma percepção sobre um determinado tempo, seja ele o nosso tempo, seja aquele que não participamos, mas que outros viveram.
Assim, Agamben, usando como referência as ideias de Nietzsche, defende que o contemporâneo é aquele sujeito que não se adequa ao próprio tempo e não corresponde as expectativas dele. Esse sujeito precisa se manter isolado do período em que vive para que possa enxerga-lo em sua totalidade de modo crítico e dessa maneira captar a escuridão presente a sua volta, ou seja, analisar as incertezas que o cerca e a partir daí, apossa-se da luz, das certezas de seu tempo e, compreender as possibilidades que essa escuridão lhe oferece para o futuro e a partir de seu lugar dentro do seu tempo, poder olhar para o passado e enxergar nele uma serie de possibilidades novas.
E é esse senso crítico, essa “angustia” com a vida, que falta a grande parte dos indivíduos do Século XXI. Por estar muito ocupado satisfazendo-se com as novas tecnologias, às relações econômicas e ao consumo desenfreado, o homem pós-moderno não se aflige com a vida a sua volta, e acomoda-se com a realidade que vive, o que para Agamben significa que ele não compreende o próprio tempo de fato, como ele é.
A face obscura da globalização
A Globalização pode ser definida como um conjunto de transformações nos âmbitos econômicos, sociais e políticos que marcou uma nova ordem mundial e a ascensão do capitalismo.
O processo de globalização intensificou as relações comerciais entre os países e a iniciativa privada. As multinacionais contribuíram para a efetivação desse sistema, levando em consideração que essas empresas desenvolvem atividades em diferentes territórios. Além disso, a globalização foi o agente decisivo para a mudança nas relações comerciais e financeiras entre os países, criaram-se blocos econômicos que possibilitaram a descentralização do poder que uma nação mantinha sobre a outra, além do intercâmbio cultural e comercial entre eles.
Entretanto, a globalização tem como lado negativo a crescente interdependência entre os povos, o que beneficia apenas os países desenvolvidos que ficam cada vez mais ricos, devido a sua maior captação de recursos financeiros, à exportação de produtos altamente valorizados e aos grandes investimentos em pesquisa e ciência. Ao passo que os países em desenvolvimento ficam cada vez mais pobres em função da incapacidade de gerar riquezas.
Assim, a globalização apresenta-se como uma “fabula”, um mito da realidade social, pois apresenta o mundo como um lugar próspero, dinâmico e solidário, onde o grande fluxo de informações obtidas por meio de programas televisivos e, principalmente, pela internet, exerce influência nos hábitos alimentares, linguísticos, comportamentais e até de vestimenta, e quem não se adequa a esse modelo, torna-se obsoleto, fora de moda.
Nesse sentido, para grande parte da população mundial a globalização atua como uma fábrica de perversidades. O desemprego se torna crônico, a pobreza aumenta, novas enfermidades se instalam, a educação de qualidade é cada vez mais inacessível e o consumo é cada vez mais representado como fonte de felicidade. A perversidade sistêmica está relacionada a adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as relações humanas.
Diante disso, o escritor e geografo, Milton Santos, em sua obra “Por Uma Outra Globalização”, propõe a construção de uma nova globalização, mais humana, democrática, participativa e consciente.
Conflitos socioambientais associados à implantação de barragens e hidrelétricas
· O que são usinas hidrelétricas?
A usina hidrelétrica é uma das principais matrizes energéticas utilizadas no mundo. A energia produzida em uma hidrelétrica é uma das mais seguras, além de ser considerada fonte renovável de energia, já que utiliza a água como principal recurso gerador de eletricidade; assim, são construídas grandes infraestruturas hidráulicas capazes de extrair o máximo potencial desse recurso. E embora o investimento necessário para pôr em funcionamento uma usina hidrelétrica seja alto, os custos operacionais são baixos e suas instalações têm uma longa vida útil;
· Usinas hidrelétricas no Brasil
O Brasil é o terceiro maior produtor de energia hidrelétrica do mundo com cerca de 70,9% da energia elétrica proveniente das hidrelétricas. Existem pouco mais de 100 usinas hidrelétricas espalhadas pelo Brasil. Entre elas, cinco se destacam pela capacidade de gerar eletricidade:
1. Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional: localizada no Rio Paraná, abrange parte do estado do Paraná e parte do Paraguai;
2. Usina Hidrelétrica de Belo Monte: localizada no Rio Xingu, no Pará;
3. Usina Hidrelétrica de Tucuruí: localizada no Rio Tocantins, também no estado do Pará;
4. Usina Hidrelétrica de Jirau: localizada no Rio Madeira, em Rondônia;
5. Usina Hidrelétrica Santo Antônio: localizada no Rio Madeira, também em Rondônia.
· A energia gerada na usina hidrelétrica é limpa?
Apesar de ser considerada uma fonte de energia limpa, a geração de energia hidrelétrica contribui, através da decomposição da vegetação submersa, para a emissão de dióxido de carbono e metano, dois gases que intensificam o aquecimento global.
· Impactos socioambientais das usinas hidrelétricas
O Brasil é o país com o maior potencial hídrico do planeta, o que agregado às características físicas e geográficas do país, torna a hidroeletricidade uma opção natural para geração de energia. Entretanto, para suprir essa necessidade, muitas vezes, não se considera os custos ambientais, sociais e econômicos aos atingidos direta e indiretamente no desenvolvimento desses projetos.
Assim, observa-se problemas gerados para a flora e fauna como a destruição da vegetação natural da região, o assoreamento do leito dos rios, o desmoronamento de barreiras – Como o Rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho – Além da poluição das águas e introdução de substâncias tóxicas nos reservatórios pela lixiviação de pesticidas, herbicidas e fungicidas provenientes das plantações preexistentes na região alagada, o que causa alterações na água do reservatório relativas à temperatura, oxigenação e pH. A implantação da barreira física, a barragem, impede migrações sazonais de espécies animais, e a extinção de algumas espécies de peixes, perturbando o equilíbrio do ecossistema.
A construção de uma hidrelétrica, além dos problemas ambientais, também apresenta inúmeros impasses sociais (socioambientais). Muitos prejuízos acometem as pessoas atingidas pelas construções de barragens, entre eles danos financeiros, psicológicos e físicos. Entre os principais problemas para essas pessoas, estão: o aumento da demanda de mão de obra, que provoca o surgimento de vários vilarejos sem a estrutura adequada (saneamento básico e vias de circulação) para a recepção de novas famílias; além da extinção de inúmeras propriedades rurais e o consequente deslocamento das comunidades para as cidades do entorno, aumentando as aglomerações urbanas;
A legislação brasileira, contudo, não ampara essas pessoas atingidas em lei específica e quem define quem são as pessoas atingidas por uma construção é a própria empresa responsável pelo empreendimento fazendo com que esses indivíduos disponham apenas de uma legislação civil esparsa para garantir a reparação dos efeitos indesejados.
· Como fazer para diminuir esses impactos?
     Uma alternativa para a diminuição dos impactos causados pelas usinas hidrelétricas é a construção de usinas “a fio d'água”, opção adotada para a construção da Usina de Belo Monte. Essas construções não precisam de reservatório de água ou o têm em dimensões menores, o que poderiam reduzir as áreas alagadas e consequentemente, preservar a maior parte das áreas de entorno, além da proteção da fauna e da flora e o deslocamento, se necessário, de uma quantidade menor de pessoas.
     A desvantagem desse tipo de usinaé que ela usa o fluxo de água do próprio rio para movimentar suas turbinas, ficando à mercê do volume de chuvas para a geração de energia e diminuindo a segurança energética do país, pois em época de cheia a produção aumenta, mas em época de seca, diminui.
Universidade no Século XXI: questões epistemológicas
Dentro desse contexto de universidade e epistemologia, o autor Boaventura Santos faz uma abordagem muito interessante discutindo a ideia de que as epistemologias foram suprimidas com o processo de colonização.
O âmbito cultural e político da produção e reprodução do conhecimento foi suprimido pela epistemologia dominante, negando a importância da Epistemologia do Sul (citada por Boaventura).
Dessa forma, dentro da Universidade do século XXI existe uma grande necessidade de reconhecimento das epistemologias do sul, dos conhecimentos, práticas e saberes que foram silenciados por muitos anos.
Na atualidade, o racismo epistêmico tem implicado diretamente na falta de construção de processos formativos emancipatórios. As produções epistemológicas de intelectuais negros, indígenas e indivíduos oriundos de comunidades pobres, não recebem o devido prestígio corroborando para um cenário de exclusão e segregação.
Em correlação com o que já foi tratado se pode inferir uma das obras que a equipe utilizou para a confecção do trabalho, sendo ela a "Interseccionalidade" de Carla Akotirene. No livro, o conceito desenvolvido inicialmente por Kimberlé Crenshaw é abordado de forma ampla e se comparado com a universidade atual reflete inúmeras problemáticas, tais como os preconceitos atrelados às pesquisadoras, o ponto de intersecção entre as características que formam essas mulheres de forma múltipla e também permitem o reconhecimento de privilégios, bem como a necessidade de exercer a sororidade dentro deste campo científico.
A Universidade do século XXI
A sociedade contemporânea vive um período de intensas mudanças decorrentes da necessidade de se conciliar e adaptar valores da atual “Era do Saber e da Informação". Simultaneamente, a Universidade vive o mesmo dilema: de um lado, o consenso sobre sua importância para o desenvolvimento do país, de maneira a assegurar a inserção na economia global, por outro questionam-se os custos advindos em especial das atividades relacionadas diretamente da produção do saber inovador.
A visão de Universidade secular, estabelecida na premissa de que cabe a ela proteger todo o conhecimento e as ciências, é confrontada com a ideia de que a Universidade deve, como instituição, atender às demandas de uma sociedade que hoje deseja consumir produtos que agregam informações de conteúdo tecnológico e é impulsionada cada vez mais pelas necessidades da economia de mercado. E mesmo diante de tais pressões, ela tem procurado exercer sua vocação histórica e manter, sobretudo, a liberdade de pensamento e geração de novos conhecimentos, que lhe são característicos.
Entretanto, o elevado custo operacional de suas atividades e a consequente falta de investimento público, além da crescente complexidade da produção científica e a insatisfação da comunidade acadêmica ao ver o conhecimento sendo tratado de modo inteiramente dependente da demanda, tornaram-se desafios que tornam a manutenção da Universidade, especialmente a publica, cada vez mais difícil.
E se, no passado, a Universidade era a principal instituição detentora do conhecimento, hoje este se encontra disseminado em toda a sociedade, nas mais variadas formas e disponibilizado através dos meios de comunicação de massa. Assim, a perda de hegemonia recoloca a questão da missão institucional da Universidade e a maneira de se buscar formas de assegurar um ensino que contemple a diversidade do conhecimento e que, simultaneamente, forme profissionais com competência em áreas específicas e capazes de incorporar valores que propiciem o pleno exercício de sua cidadania.
As três culturas na Universidade
A princípio, é de amplo saber que as universidades brasileiras exerceram e exercem um papel fundamental na formação de cidadãos críticos. Esse espaço de conhecimento e aprendizagem possui uma intrínseca relação com o desenvolvimento científico, econômico e político de um país. Com o passar dos anos, a universidade pública brasileira vem se reinventando, trazendo novas perspectivas que visam otimizar ainda mais o processo de aquisição de conhecimento.
A inserção das três culturas (Científica, Artística e Humanística) no ensino superior representa um grande passo para um futuro inovador. No mundo globalizado no qual vivemos, a formação profissional de base interdisciplinar surge como demanda de expressiva necessidade econômica e política, uma vez que, o indivíduo terá uma formação ampla que vai além da sua área de atuação.
Segundo Jean Piaget, biólogo e um dos mais importantes pensadores do século XX, a interdisciplinaridade pode ser entendida como o intercâmbio mútuo e a integração recíproca de várias ciências, ou seja, a interdisciplinaridade é um caminho para o melhor entendimento das disciplinas entre si. É fundamental, uma vez que abrange temas e conteúdos permitindo dessa forma recursos ampliados e dinâmicos, onde as aprendizagens são entendidas. Dessa forma, integralizar essas três culturas é promover um conhecimento múltiplo que irá agregar também na formação do indivíduo dentro da esfera social.
Ainda no processo de sua reinvenção, a educação superior vem percebendo a importância de abordar assuntos do seu período, bem como integrar as áreas que o compõem para que seus personagens - em destaque os estudantes – estejam sempre cientes do funcionamento, necessidades e características do tempo em que habitam e em que, futuramente, atuarão como profissionais. Nesse mesmo contexto, os Bacharelados Interdisciplinares também têm papel de extrema relevância para a reestruturação das instituições de ensino superior. Além de possibilitar que os estudantes se relacionem com diversas áreas do conhecimento, os chamados “BI´s” propõem um diálogo enriquecedor e necessário das áreas entre si. Integrando saberes, unindo realidades e compartilhando ideias, os Bacharelados Interdisciplinares – fundamentados nas três culturas – permitem que os estudantes possam se encontrar, criar novos entendimentos de si, e principalmente conhecer o futuro campo de atuação, enriquecendo assim não só as vidas acadêmicas e profissionais dos indivíduos, mas também pessoais. Os estudantes dessas “novas instituições”, não mais “presos” aos currículos acadêmicos tradicionais, têm autonomia e livre circulação na universidade, e isso facilita o contato entre culturas, saberes diferentes e múltiplos entendimentos sobre a produção de conhecimentos nas respectivas áreas. Com novas percepções do mundo, esses universitários percebem que é no constante diálogo que as relações se fortalecem e desenvolvem; podem ter contato com suas preferências e descobrir novos desejos; e saberão lidar melhor com a complexidade da sociedade contemporânea.

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