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Universidade Federal da Bahia Instituto de Humanidades, Artes & Ciências HACA50 – Racionalidades em Saúde: Sistemas Médicos e Práticas Alternativas Aluna: Maria Antônia Gabriel de Souza Santos AUTORREFLEXÃO HACA50 A disciplina e conteúdo A disciplina HACA50 – Racionalidades em Saúde: Sistemas Médicos e Práticas Alternativas, da Universidade Federal da Bahia, é um componente optativo que conta com uma carga-horária de 68 horas, ministrado pela professora Anamelia Lins, e é oferecido para os estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, bem como para muitos outros cursos da área de saúde da Universidade. O componente, partindo dos ideais dos bacharelados interdisciplinares, apresenta ensino interdisciplinar, e por isso parte de uma discussão pautada pelas Ciências Sociais em Saúde sobre as influências culturais em torno do processo saúde- doença-cuidado. Em seguida apresenta elementos histórico-político-sociais influenciadores da existência da Política Nacional de Práticas Integrativas e apresenta as racionalidades médicas e algumas práticas. Assim, em meio a disciplinas que apresentam conteúdos fundamentados no mecanicismo e no determinismo biológico, que visam o aprendizado da área da saúde apenas por meio de questões biomédicas, HACA50 se apresenta como uma oportunidade de discutir racionalidades e práticas holísticas de forma de abrangente. Através dela, podemos perceber que a saúde é um campo transdisciplinar, que atravessa mudanças, que nos leva ao reconhecimento da complexidade do processo saúde-doença. Nesse sentido, entendo HACA50 como uma matéria que vai além de preencher a carga horaria universitária, ela é uma oportunidade de ampliação de conhecimentos, para nos fazer enxergar além da medicina ocidental e biomédica, através do estudo das racionalidades em saúde e dos sistemas terapêuticos alternativos, desde práticas como a medicina chinesa, aromaterapia, ayurveda, medicina antroposófica e tantas outras que fogem do modelo biomédico. Além disso, trouxe essa realidade dentro do Brasil e do Sistema Único de Saúde com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPICs). As discussões e os encontros desse componente promoveram em mim reflexões sobre o modelo de saúde em que estou inserida e sobre a minha futura prática como profissional de saúde. Além disso, me ajudou a enxergar as Pics como verdadeiras alternativas terapêuticas e quebrar os preconceitos e estigmas que eu tinha a respeito dessa temática. As discussões tecidas, os encontros em sala e fora dela têm se integrado, fazendo parte da minha formação pessoal e profissional, bem como me impulsionado a buscar ações no plano prático e transpor para a realidade, o que extraio de conhecimento das aulas e das minhas próprias reflexões, tem mostrado que é possível alcançar os objetivos propostos também no SUS que é possível levar esse cuidado integrando um maior número de pessoas. E aqui deixo meus elogios a metodologia de ensino da professora Anamelia, que facilitou todo esse processo. Muito além de apresentar o conteúdo teórico, a professora apresentou como esses sistemas terapêuticos funcionam na prática e trouxe dinâmicas e convidados atuantes de cada área estudada, o que, em minha opinião, tornou o ambiente, em geral, leve e prazeroso para nós estudantes. Material didático, avaliações e professora Ao longo do semestre, a professora Anamelia apresentou diversos textos e artigos como ferramenta de apoio e material didático. Gostei como o conteúdo ofertado estava todo disponibilizado online, bem como a simplicidade das leituras, sendo o primeiro artigo trabalhado pela professora, “A Medicina Integrativa e a construção de um novo modelo na saúde”, o que mais me chamou atenção. De autoria de Márcia Aparecida Padovan Otani e Nelson Filice de Barro, o artigo trabalha os conceitos e diferenças entre Medicina Alternativa, Complementar e Integrativa de maneira altamente didática e que tirou minhas dúvidas iniciais a respeito da disciplina. Para HACA50, como métodos avaliativos, tivemos uma avaliação e um seminário. A primeira, uma avaliação em dupla com consulta composta por questões dissertativas com base no conteúdo apresentado e discutido e entre estas uma questão autorreflexiva. Inicialmente estava contra a ideia de a professora sortear as duplas, com medo de enfrentar problemas com a minha. Entretanto, não encontrei dificuldades em trabalhar com o colega e conseguimos resolver as questões dentro do tempo estabelecido de forma harmoniosa. O segundo método, me agradou bastante pois sempre gostei de apresentar seminários. Eu e meu grupo tivemos certa dificuldade inicialmente para decidir qual seria o assunto que gostaríamos de apresentar, diante de tantas opções, mas depois que finalmente decidimos, tudo seguiu tranquilamente. No que diz respeito a professora Anamelia, começo citando o quanto a achei tranquila e como parece sempre estar antenada em todo o conteúdo exposto na matéria. Entretanto, demorou um pouco para definir o cronograma da disciplina, o que me deixou perdida, inicialmente, em organizar meus prazos, não só de HACA50, mas também das outras disciplinas. A respeito da monitora, Júlia se mostrou muito eficiente e prestativa durante todo o semestre, sempre tirando as dúvidas de toda a turma, ajudando no que fosse necessário, além de simpática nesse atendimento. Assim, gostaria de registrar o quanto fiquei satisfeita com a dupla “professora + monitora”, sendo esse um dos pontos altos da disciplina. Autoavaliação Sobre minha participação no componente, como aluna, acredito que meu desempenho tenha atingido os objetivos da disciplina, possibilitando a participação nas discussões, podendo contribuir com os colegas com os meus pontos de vista, minhas interpretações dos textos trabalhados e minhas experiências pessoais. O caminho traçado por mim, até aqui, no Bacharelado Interdisciplinar em Saúde está cada vez mais repleto de ressignificações e constantes aprendizados. Dessa forma o componente HACA 50 vem desenvolvendo um percurso similar, abrindo minha mente para o modo com que as palavras que pronunciamos impactarão na nossa vida, me fazendo compreender o ser humano em sua forma holística, empoderando meus diversos posicionamentos pessoais, desconstruindo o modelo biomédico, ampliando minha visão do processo saúde doença e me fazendo relativizar os conceitos etnocêntricos enraizados na minha cultura. Tendo certeza de que levarei esse aprendizado para além dos muros da universidade, empoderando outras pessoas e cada vez mais assimilarei outros posicionamentos críticos.
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