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TRILHA 02

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TRILHA 02 
Considerando o sistema de juizados especiais criminais, previsto na Lei n° 
9.099/1995, e a jurisprudência do STJ e STF sobre a matéria, RESPONDA 
FUNDAMENTADAMENTE: 
1 - Tratando-se de crime de ação penal privada ou pública condicionada à 
representação, a realização de composição civil dos danos entre autor e vítima gera a 
extinção da punibilidade? 
É extinta a punibilidade no caso de composição civil dos danos entre autor e vítima, quando 
se tratar de ação penal privada ou ação penal pública condicionada à representação. 
 
Lei 9.099/95. Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada 
pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil 
competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública 
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de 
queixa ou representação. 
2 - A despeito da omissão legislativa, é permitida a realização de transação penal para 
os crimes de ação penal privada, por se tratar de direito subjetivo do autor do fato? 
A transação penal, assim como a suspensão condicional do processo, não se trata de direito 
subjetivo do autor do fato. 
3 - O procedimento de apuração de infrações de menor potencial ofensivo não admite 
a realização de exames periciais, haja vista a necessidade de brevidade na conclusão do 
processo? 
É possível a realização de exames periciais no curso do procedimento em sede de Juizados 
Especiais, tendo a lei previsto expressamente o procedimento adotado. 
 
Lei 9.099/95. Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará 
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a 
vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 
4 - Admite-se transação penal para os crimes dolosos com pena máxima inferior ou igual 
a 2 anos e para os delitos culposos, independentemente da sanção aplicada? 
A transação penal consiste numa espécie de acordo realizado entre o acusado e o Ministério 
Público, no qual o acusado aceita cumprir as determinações e as condições propostas pelo 
promotor em troca do arquivamento do processo. Assim, não há condenação, o processo é 
encerrado sem análise da questão e o acusado continua sem registros criminais. 
 
Esse benefício é próprio das infrações penais de menor potencial ofensivo (crimes com pena 
máxima cominada até 02 anos e contravenções penais), independente se dolosas ou 
culposas. 
5 - A sentença que homologa a transação penal faz coisa julgada material, e o 
descumprimento do acordo deve ser resolvido por meio de execução na esfera cível? 
É entendimento sumulado que a homologação da transação penal não faz coisa julgada 
material, podendo, em caso de descumprimento de uma de suas cláusulas, o Ministério 
Público continuar a persecução penal. 
 
Súmula vinculante 35 do STF: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da 
Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a 
situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução 
penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. 
 
 
 
Samuel, irritado com o fato de Felipe estar olhando para a sua namorada, desferiu 
neste um soco, causando-lhe lesões corporais de natureza leve. Lavrado o Termo 
Circunstanciado, foram os autos encaminhados ao Ministério Público, que requereu 
ao Juízo a designação de audiência preliminar com vistas ao oferecimento de 
transação penal e à composição civil dos danos causados à vítima. 
RESPONDA FUNDAMENTADAMENTE: 
A - Poderá ser oferecida queixa oral por parte de Felipe, caso o Ministério Público não 
ofereça a transação penal a Samuel? 
Estaria correto, nos termos do art. 77, §3º da Lei 9099, se o crime de lesão corporal leve 
fosse de ação penal privada. Porém, é de ação penal pública condicionada a 
representação. 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de 
representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões 
culposas. 
Art. 77, § 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, 
cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a 
adoção das providências previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei. 
 
 
B - Implicará renúncia ao direito de queixa o não comparecimento de Felipe, embora 
intimado, à audiência preliminar? 
 
O que importa renúncia ao direito de queixa ou representação é a homologação de acordo 
de composição civil de danos (art. 74, § único, Lei 9099). O não comparecimento de 
qualquer dos envolvidos implica na providência do art. 71 da Lei 9099. 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz 
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil 
competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública 
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de 
queixa ou representação. 
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria 
providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 
e 68 desta Lei. 
 
C - Poderá Felipe, não obtida a composição civil dos danos, exercer o direito de 
representação verbalmente em face de Samuel? 
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a 
oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo. 
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica 
decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei. 
 
D - Poderá o juiz oferecer transação penal a Samuel, caso discorde do não oferecimento 
do referido benefício pelo Ministério Público? 
Valendo a redação antiga do art. 28 do CPP, cabe controle judicial do oferecimento da 
transação, podendo o juiz se entender ser o caso de transação e não tendo o 
representante do MP oferecido, remeter a questão ao Procurador-Geral (analogia à 
súmula 696 STF). 
Súmula 696 STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional 
do processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, 
remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de 
Processo Penal. 
 
E - Poderá o Ministério Público oferecer a transação penal a Samuel, desde que com a 
concordância expressa de Felipe, na audiência preliminar? 
Tratando-se de ação penal pública, ainda que condicionada a representação, o oferecimento 
da transação penal não depende de concordância da vítima, bastando que ela tenha 
representado, e que tenham sido preenchidos os pressupsotos do art. 76 da Lei 9099.

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