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DESENVOLVIMENTO HUMANO - RESENHA

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Ocupação e Desenvolvimento: Uma Perspectiva Contextual 
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES 
A ideia geral de que as ocupações são as atividades cotidianas e os eventos especiais determinados pela cultura apreende uma definição centrada no adulto (Spitzer, 2003). O que dizer sobre as atividades que as crianças pensam ser maneiras interessantes de gastar seu tempo, como caminhar sobre uma gangorra ou pular na cama. Estas “ocupações inventadas” poderiam ser aceitas em situações especiais, como na casa da avó, mas não são tipicamente incentivadas atualmente. 
As crianças se ocupam com brincadeiras conforme são incentivadas por adultos ou muitas vezes por seu próprio interesse. No entanto, estas ocupações específicas para a criança e para a situação não refletem as práticas culturais mais amplas, uma maneira rotineira da comunidade de fazer as coisas e a apreciação comum da importância de uma ocupação (Gallimore & Lopez, 2001; Miller & Goodnow, 1995; Rogoff, 2003).
 
O que é em desenvolvimento e o que é desenvolvimento? 
Ao se engajarem em ocupações, as crianças satisfazem suas necessidades e interesses atuais, enquanto também aprendem com seus ambientes, habilidades de controle e formas de comportamento de que irão precisar quando forem mais velhas. Quando a criança tem uma certa dificuldade para se engajar nas ocupações valorizadas e esperadas ou não realizá-las para sua própria satisfação ou para a satisfação de outros, os terapeutas ocupacionais trabalham com as famílias, professores e outros membros da equipe para melhorar o desempenho das crianças nas ocupações convencionais. O desenvolvimento de uma ocupação é construído sobre a estrutura das experiências de outras pessoas e também o desenvolvimento de uma ocupação é parte de uma situação social maior e do domínio das práticas culturais. 
 Numa simples brincadeira de construir um castelo de areia na praia, uma criança pode levar para a vida adulta, muitos conhecimentos e lembranças. Durante meses e anos, ela construirá castelos de areia com outras pessoas e sozinha, e estas experiências cumulativas informarão, mais tarde, à sua compreensão sobre construção de castelos de areia e às suas experiências o que significa a construção deles, e ainda mais tarde ela irá criar estruturas inovadoras e de idealização mais complexa. 
 Embora diferente nos intervalos de tempo, o aprendizado está associado a mudanças provocadas pelo desenvolvimento, com muitas dessas mudanças tendo as mesmas origens, de modo que o aprendizado pode ser compreendido como um micro desenvolvimento (Granott & Parziale, 2002; Siegler, 2000). Por séculos, gerações de crianças aprendem a realizar as ocupações valorizadas por suas comunidades. Os mecanismos de desenvolvimento que precisam ser compreendidos são as forças que inicialmente conduzem a realizar uma ocupação e como o micro desenvolvimento transforma a maneira pela qual ela é realizada e experimentada. Por séculos, gerações de crianças aprendem a realizar as ocupações valorizadas por suas comunidades. 
Nosso conhecimento sobre crianças e o que elas fazem em determinadas idades origina-se de diferentes fontes. Como conversas entre as pessoas e as observações que elas fazem. Os indivíduos que possuem anos de experiência com muitas crianças podem ser vistos como detentores de conhecimento digno de confiança. Na terapia ocupacional, os profissionais experientes frequentemente oferecem relatos de informações para os profissionais principiantes à medida que atuam como supervisores clínicos ou proferem seminários com base em suas experiências práticas. 
O conhecimento de “senso comum” e as informações relatadas são socialmente construídos, modelados pelo modo como uma sociedade vê as crianças naquele momento na história. Isto significa que as ideias sobre as crianças e o que elas fazem mudam com o passar do tempo (Davis, Polatajko & Ruud, 2002). 
 
Duas perspectivas importadas da psicologia do desenvolvimento. 
 No pensamento de como as coisas funcionam existem diferentes formas de pensamento e acreditasse que que a mudança venha como um produto da força do ambiente. Outros autores têm uma visão biológica da criança, explicando o desenvolvimento como o resultado de um programa geneticamente direcionado para se tornar mais maduro. Ambas as perspectivas de como o desenvolvimento age aparecem nas literaturas da psicologia e da terapia ocupacional. Os teóricos clássicos em psicologia do desenvolvimento descrevem uma necessidade intrínseca de ajuste psicossocial, conhecimento ou domínio (Erikson, 1982; Piaget, 1952; White, 1959). Em síntese, a estratégia de adotar as teorias da psicologia do desenvolvimento a respeito das crianças não produziu uma massa coerente de conhecimento que trate do desenvolvimento das ocupações. 
 
Uma terceira perspectiva sobre o processo do desenvolvimento. 
 A massa de conhecimento que informa a terapia ocupacional não pode ser apenas sobre o desenvolvimento das capacidades das crianças. Nossa compreensão precisa ser contextual, olhando a pessoa-situação como um sistema funcional completo (Dickie, Cutchin & Humphry, 2006). A partir desta perspectiva, a ocupação é a maneira pela qual uma pessoa se relaciona com o ambiente. Em observação feita em creche com crianças de grupos diferentes, inclusive com necessidades especiais, observou-se uma conexão entre as crianças enquanto exerciam suas ocupações. Estas mudanças ocorrem em uma escala de tempo de micro desenvolvimento e gradualmente, durante meses e anos, as ocupações se desenvolvem. 
Recursos da Sociedade que Estimulam o Desenvolvimento das Ocupações na Infância 
Com a mudança do foco do desenvolvimento do indivíduo para o desenvolvimento da ocupação, é mais fácil ver os aspectos socioculturais nas ocupações cotidianas e como estes fazem parte do processo de desenvolvimento. O investimento social nas ocupações das crianças é refletido pela criação de coisas para elas fazerem e objetos fabricados para suas ocupações (Mouritsen, 2002). Outro investimento social nas ocupações das crianças é o comprometimento dos recursos humanos. Na terapia ocupacional, compreender as influências sociais sobre o desenvolvimento da ocupação é informativo. Estas ocupações carregam expectativas normativas por meio das quais uma comunidade compartilha a compreensão de que, em uma determinada idade, as crianças irão se comportar de uma determinada maneira. Assim, os pais e os educadores podem encaminhar crianças para tratamento se elas não participarem das ocupações esperadas. Da mesma maneira, as crianças raramente fazem parte apenas de uma comunidade, de modo que as práticas culturais e as expectativas normativas de suas famílias e aquelas das creches e dos programas educacionais podem ser diferentes. O terapeuta ocupacional desejará ouvir sobre as ocupações que são esperadas em diferentes situações. 
 
Influências Interpessoais sobre o Engajamento Ocupacional 
 Os comportamentos das crianças ao realizarem diferentes ocupações são organizados em esforços intencionais, a fim de experimentar os efeitos que são significativos para elas ou para alcançar os resultados que elas têm em mente (Humphry 2002; Spitzer, 2003). As conexões interpessoais em uma situação social com pessoas familiares são fundamentais para o desenvolvimento das ocupações. Os terapeutas ocupacionais procuram indicadores de aprendizado sobre as ocupações e tiram proveito desses processos ao trabalhar com as crianças que estão em risco de atrasos. As crianças não precisam de conceitos abstratos tais como a maneira pela qual as ações de outras pessoas são orientadas por pensamentos antes de compreender os atos do outro como propositais; Em vez disso, as crianças são sensíveis ao fluxo organizado e focalizado das pessoas por meio de seu engajamento emocional (Reddy & Morris, 2004). 
 As crianças podem alternar entre aprender por meio da participação indireta e pela participação compartilhada com um colega ou com um parceiro mais experiente em uma ocupação. Quando as crianças fazem alguma coisa em conjunto, elas organizamseus desempenhos em torno de sua situação compartilhada, ou seja, criando a ocupação em colaboração. Ao conduzirem suas ações para manter sua participação, as demandas de desempenho são distribuídas entre os participantes. Dessa maneira, uma criança pode modelar, apontar ou oferecer sugestões para apoiar um colega que está tendo problemas de desempenho. 
 O segundo aspecto no mecanismo de mudança interpessoal diz respeito à progressão do sentimento de significado da criança e ao resultado esperado na ocupação que ela está engajada. As ideias de uma criança sobre a ocupação fazem parte da maneira como ela interpreta o que está acontecendo, quando tenta fazer uma definição da situação”. O importante é que, como parte da definição de situação da criança, mesmo quando se engajar na ocupação sozinha na próxima vez, ela retém a sensação de pertencer a um grupo maior, definido pela ocupação. 
 Uma das ideias do senso comum que os terapeutas ocupacionais podem ouvir é que as crianças precisam demonstrar amadurecimento de habilidades antes de participar de uma ocupação. O poder de uma ocupação compartilhada assume um peso adicional como um mecanismo de mudança quando a outra pessoa detém um papel socialmente identificado com expectativas para ensinar, apoiar ou orientar a participação das crianças nas ocupações (Rogoff, 2003; Valsiner, 1997).
 
A Dinâmica do Fazer 
O modo pelo qual alguma coisa é feita não é predeterminado e o uso 
combinado das capacidades sensor motoras, psicossociais e cognitivas da criança na ação são interdependentes, influenciando umas às outras. As ideias de uma criança sobre a ocupação e as disponibilidades no ambiente determinam o desempenho ocupacional. Em um momento, o aparecimento de uma nova habilidade, como dar um até logo com o indicador e o polegar ou pular, era creditado como reflexo da maturação motora do sistema nervoso. No entanto, atualmente é reconhecido que o desempenho é influenciado de modo simultâneo por várias estruturas e funções orgânicas e por vários aspectos da situação que acontece naquele momento. 
 Três mecanismos de mudança interligados ocorrem quando uma criança se engaja na realização de uma ocupação. Os desafios originam-se de novos ambientes, novos objetos utilizados na ocupação, ou modificações na maneira pela qual outra pessoa colabora em sua realização. Quando uma maneira familiar de realizar a ocupação fracassa, a criança tenta diferentes combinações das capacidades. Em um processo de tentativa e erro, a criança funciona por vezes acima do limite de sua faixa de desempenho. 
 A criança aprende que novas combinações de capacidades funcionam e em quais condições, empregando mais frequência as estratégias que alcançam o resultado esperado e selecionando com mais exatidão a estratégia que se adapta a uma determinada situação. A participação na ocupação leva ao desempenho mais refinado e constrói a generalização entre os meios. As mudanças na compreensão de uma criança quanto ao resultado ou às ideias sobre o significado de realizar uma ocupação também modificam o desempenho. 
 Mesmo que uma ocupação parece ser rotineira, muitas vezes para, para a criança pode não ser e para ela haverá sempre algo diferente mesmo que pareça ser repetitivo. Embora a maturação das capacidades não explique por completo as mudanças no desempenho ocupacional, as capacidades realmente se modificam com o uso. Em um sentido biológico amplo, o desenvolvimento de uma criança ocorre ao mesmo tempo em diversos níveis, incluindo a atividade genética, a estrutura corporal, as funções dos sistemas orgânicos, as capacidades e o desempenho. As mudanças acontecem de forma extremamente rápida e quase imperceptível para os expectadores.