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AN02FREV001/REV 4.0 27 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE ALIMENTOS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 28 CURSO DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE ALIMENTOS MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 29 MÓDULO II 3 SEGURANÇA EM LABORATÓRIO QUÍMICO Um laboratório é um local que exige muita atenção, cuidado e tranquilidade para trabalhar, pois aparentemente não demonstra risco algum, principalmente para as pessoas que já trabalham a um bom tempo no laboratório. Os perigos e riscos continuam presentes não podemos nos esquecer deles, por isso, é necessário conhecer alguns procedimentos. Quando falamos em segurança nos referimos à segurança da pessoa, ou seja, manter o local adequado para o bom andamento do trabalho. Para isso, a vestimenta deve estar de acordo com as exigências do local. Segurança também envolve atos seguros, isto é, a pessoa tem que saber como se comportar. 3.1 NORMAS PARA O TRABALHO EXPERIMENTAL Trabalhar em um laboratório que realiza análises físico-químicas exige uma série de cuidados. A pessoa que irá fazer as análises precisa saber exatamente o que está fazendo e como realizar seu trabalho da maneira mais segura e adequada para evitar acidentes. A seguir estão relacionados alguns itens importantes para o bom desempenho de um trabalho em laboratório. Mas o mais importante é sempre usar o bom senso e na dúvida não faça, pergunte para uma pessoa que possa te ajudar. Em relação a como se comportar para trabalhar no laboratório: Esteja sempre acompanhado, para realizar qualquer tarefa, nunca faça sozinho; Siga rigorosamente as instruções de trabalho; AN02FREV001/REV 4.0 30 Uma brincadeira às vezes é irresistível, mas resista, trabalhe com seriedade; Antes de manusear um reagente verifique se é perigoso; Se estiver com fome ou sede, saia do laboratório para comer ou beber. Se já estiver comendo, termine de comer e depois entre no laboratório. Onde há reagentes químicos não deve ter alimento; Fumar no laboratório É PROIBIDO; Antes de entrar no laboratório coloque bolsa, agasalho ou qualquer outro objeto em local apropriado, pois nas bancadas deve estar apenas o material que será utilizado para realizar a análise; Saiba onde está o chuveiro de emergência, lava olhos e extintores e também como utilizá-los; Para testar um reagente químico utilize testes químicos, jamais experimente ou toque; Para operar um equipamento é preciso ter passado por um treinamento ou ter lido atentamente as instruções de uso; No final do trabalho, tire os plugues dos equipamentos da tomada, verifique se o registro de gás está fechado, lave as mãos e apague as luzes. Em relação ao que usar para trabalhar no laboratório: Sempre esteja de calça comprida; Sempre use calçado fechado; Sempre coloque um jaleco por cima da roupa; Se tiver cabelo comprido, mantenha preso por completo; Retire qualquer adorno, brinco, colar, pulseira, anéis, aliança, outros; Use óculos de proteção; Use luvas de proteção apropriadas. Existem vários tipos: para manusear reagente, realizar uma análise ou manusear objetos que foram aquecidos; Recomenda-se que não use lente de contato. Em relação a como agir para trabalhar no laboratório: AN02FREV001/REV 4.0 31 Ao manipular solventes inflamáveis esteja longe de chamas e de locais onde há incidência de sol. Se for preciso aquecer não use chama direta; Todas as análises que envolvam liberação de vapores dos reagentes devem ser realizadas em local apropriado, onde tenha um sistema de exaustão adequada. Este local é chamado de capela; Sempre use o pipetador para pipetar qualquer substância, mesmo que ela não ofereça riscos; Para realizar um descarte de reagente é preciso verificar qual é o procedimento correto a ser seguido; Antes de utilizar qualquer material verifique se o mesmo está em condições de uso, limpo adequadamente e sem avarias; Utilize as vidrarias e utensílios de acordo com sua função; Se algum recipiente de vidro quebrar, esse deve ser jogado em um local destinado para vidro quebrado que não será o lixo comum; Se algum produto químico entrar em contato com os olhos, boca ou pele, imediatamente lave abundantemente com água e depois procure o tratamento adequado; Se algum produto químico for derramado, lave o local imediatamente ou coloque um aviso; Após utilizar uma chapa de aquecimento deixe um aviso indicando que está quente; Mantenha o frasco de reagente sempre fechado após o uso. Alguns reagentes podem sofrer modificações se ficar muito tempo em contato com o ar do ambiente; Para utilizar um reagente, coloque a quantidade que será utilizada em um recipiente e se sobrar não volte para o frasco do reagente; Jamais utilize a mesma pipeta para pipetar diferentes reagentes sem ter realizado um enxágue antes; Se o interior da vidraria estiver molhado (água), ele deve ser seco ou você pode utilizar um pouco do reagente para ambientar e depois utilizar; Vidraria volumétrica não deve ser seca em estufa com temperaturas elevadas; AN02FREV001/REV 4.0 32 Ao preparar uma solução com ácido proceda de seguinte maneira: COLOQUE ÁGUA NO RECIPIENTE E DEPOIS ADICIONE O ÁCIDO. 3.2 DESCARTE DE RESÍDUOS Segundo a legislação, a Resolução RDC no 306 de 7 de dezembro de 2044, dispõe sobre o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Neste regulamento o grupo B engloba substâncias químicas que devem ser identificadas por meio do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substâncias químicas e frases de risco. Segundo esta Resolução, as características de risco das substâncias químicas são classificadas de acordo com a Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos – FISQ, conforme NBR 14725 da ABNT e Decreto/PR 2657/98. Esta Resolução também prevê que resíduos químicos que apresentem risco à saúde ou ao meio ambiente, quando não forem submetidos a processos de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento ou disposição final específicos. Outra consideração importante, neste Regulamento, é a forma de acondicionamento dos resíduos, eles devem ser acondicionados levando em consideração as exigências de compatibilidade química entre os resíduos e com o material da embalagem para evitar qualquer tipo de reação química. Na Tabela 1 estão relacionados compostos que são incompatíveis com algumas substâncias químicas. TABELA 1 - INCOMPATIBILIDADE DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Substância Compostos incompatíveis. Acetileno Cloro, bromo, flúor, cobre, prata, mercúrio. Ácido Acético Ácido crômico, ácido perclórico, peróxidos, permanganatos, ácido nítrico, etilenoglicol. Acetona Misturas de ácidos sulfúrico e nítrico concentrados, AN02FREV001/REV 4.0 33 peróxido de hidrogênio. Ácido crômico Ácido acético, naftaleno, cânfora, glicerol, turpentine, álcool, outros líquidos inflamáveis. Ácido hidrociânico Ácido nítrico, álcalis. Ácido fluorídrico, fluoreto hidrogênio Amônia (aquosa ou anidra). Ácido nítrico concentrado Ácido cianídrico, anilinas, óxidos de cromo VI, sulfeto de hidrogênio,líquidos e gases combustíveis, ácido acético, ácido crômico. Ácido Oxálico Prata e mercúrio. Ácido Perclórico Anidrido acético, álcoois, bismuto e suas ligas, papel, madeira. Ácido Sulfúrico Cloratos, percloratos, permanganatos e água. Alquil alumínio Água. Amônia anidra Mercúrio, cloro, hipoclorito de cálcio, iodo, bromo, ácido fluorídrico. Anidrido acético Compostos contendo hidroxil tais como etilenoglicol, ácido perclórico. Anilina Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio. Azida sódica Chumbo, cobre e outros metais. Bromo e Cloro Benzeno, hidróxido de amônio, benzina de petróleo, hidrogênio, acetileno, etano, propano, butadienos, pós- metálicos. Carvão ativo Dicromatos, permanganatos, ácido nítrico, ácido sulfúrico, hipoclorito de sódio. Cloro Amônia, acetileno, butadieno, butano, outros gases de petróleo, hidrogênio, carbeto de sódio, turpentine, benzeno, metais finamente divididos, benzinas e outras frações do petróleo. Cianetos Ácidos e álcalis. AN02FREV001/REV 4.0 34 Cloratos, percloratos, clorato de potássio Sais de amônio, ácidos, metais em pó, matérias orgânicas particuladas, combustíveis. Cobre metálico Acetileno, peróxido de hidrogênio, azidas. Dióxido de cloro Amônia, metano, fósforo, sulfeto de hidrogênio. Flúor Isolado de tudo. Fósforo Enxofre, compostos oxigenados, cloratos, percloratos, nitratos, permanganatos. Halogênios Amoníaco, acetileno e hidrocarbonetos. Hidrazida Peróxido de hidrogênio, ácido nítrico e outros oxidantes. Hidrocarbonetos (butano, propano) Ácido crômico, flúor, cloro, bromo, peróxidos. Iodo Acetileno, hidróxido de amônio, hidrogênio. Líquido inflamável Ácido nítrico, nitrato de amônio, óxido de cromo VI, peróxidos, flúor, cloro, bromo, hidrogênio. Mercúrio Acetileno, ácido fulmínico, amônia. Metais alcalinos Dióxido de carbono, tetracloreto de carbono, outros hidrocarbonetos clorados. Nitrato de amônio Ácidos, pós-metálicos, líquidos inflamáveis, cloretos, enxofre, compostos orgânicos em pó. Nitrato de sódio Nitrato de amônio e outros sais de amônio. Óxido de cálcio Água. Óxido de Cromo VI Ácido acético, glicerina, benzina de petróleo, líquidos inflamáveis, naftaleno. Oxigênio Óleos, graxas, hidrogênio, líquidos, sólidos e gases inflamáveis. Perclorato de potássio Ácidos. Permanganato de Glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúrico. AN02FREV001/REV 4.0 35 potássio Peróxido de Hidrogênio Cobre, cromo, ferro, álcoois, acetonas, substâncias combustíveis. Peróxido de sódio Ácido acético, anidrido acético, benzaldeído, etanol, metanol, etilenoglicol, acetatos de metila e etila, furfural. Prata e sais de prata Acetileno, ácido tartárico, ácido oxálico, compostos de amônio. Sódio Dióxido de carbono, tetracloreto de carbono, outros hidrocarbonetos clorados. Sulfeto de hidrogênio Ácido nítrico fumegante, gases oxidantes. FONTE: Manual de Biossegurança. Mario Hiroyuki Hirata; Jorge Mancini Filho. De acordo com a norma da ABNT NBR 10004:2004 é possível verificar qual é a classificação dos resíduos químicos. Nesta norma os resíduos são classificados como: resíduo classe I (Perigosos); resíduo classe II (Não perigosos); resíduo classe II A (Não inertes) e resíduo classe II B (Inertes). Nas tabelas 2, 3 e 4 estão relacionadas quais embalagens podem ser usadas para o descarte de resíduos; em qual embalagem cada tipo de resíduo deve ser acondicionado; e como deve ser realizado o tratamento de alguns resíduos químicos. Esta classificação foi elaborada pela Unidade de Gestão de Resíduos UGR/CEMA/UFSCAR no trabalho sob o título “Normas de Procedimentos para Segregação, Identificação, Acondicionamento e Coleta de Resíduos Químicos”. AN02FREV001/REV 4.0 36 TABELA 2 - CLASSIFICAÇÃO DO TIPO DE COLETOR E SUA RESPECTIVA EMBALAGEM E RECIPIENTE Tipo de coletor Embalagens e recipientes A Recipiente de vidro de 1 ou 4 L B Recipiente de plástico (bombonas) de 5 ou 10 L C Recipiente de plástico (bombonas) de 10 a 20 L, com cinta de vedação ou rosca. D Recipiente resistente a rompimento, de preferência de plástico e fechado firmemente. E Recipiente resistente a rompimento com alta vedação e indicação clara de seu conteúdo. F Recipiente de vidro com alta vedação, evitando a emanação de vapores para o ambiente. G Resíduos de sais metálicos regeneráveis, cada metal deve ser recolhido separadamente. Utilizar recipiente de vidro com alta vedação. H Recipiente plástico resistente a rompimento. I Material radioativo. Utilizar recipiente adequado de acordo com a emissão das partículas alfa, beta ou gama, seguir corretamente a legislação do IPEN e normas do CNEN. FONTE: INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades - SI. 8ª ed.(revisada), 2007. AN02FREV001/REV 4.0 37 TABELA 3 - COMPATIBILIDADE DAS SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS NOS DIFERENTES TIPOS DE RECIPIENTES Especificações – substâncias orgânicas Tipo de recipiente coletor Solvente orgânico isento de halogênios. A / B Solvente orgânico contendo halogênio. A / B Reagente orgânico relativamente inerte do ponto de vista químico. A / B Reagente orgânico relativamente inerte do ponto de vista químico, se contiver halogênio. A / B Reagente orgânico relativamente inerte do ponto de vista químico, se contiver resíduo sólido. C Resíduo sólido de produtos orgânicos. C Soluções aquosas de ácidos orgânicos. A / B Bases orgânicas e aminas na forma associada (para evitar odores, neutralizar cuidadosamente com ácido diluído). G Nitrilos e mercaptanas. A / B Nitrilos e mercaptanas – fase aquosa e orgânica (eliminar o excesso de oxidantes com tiossulfato de sódio. F Aldeído hidrossolúvel e derivados. A / B Compostos organometálicos – fase aquosa. A Compostos organometálicos – fase orgânica. A / D Produtos carcinogênicos e compostos combustíveis classificados como muito tóxicos ou tóxicos. F Peróxidos orgânicos identificáveis em soluções aquosas (dissolvidos e desativados com reagentes específicos) – resíduos orgânicos. A / B Peróxidos orgânicos identificáveis em soluções aquosas (dissolvidos e desativados com reagentes específicos) – solução aquosa. D Halogênio de ácido. B Compostos combustíveis tóxicos. F FONTE: INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades - SI. 8ª ed.(revisada), 2007. AN02FREV001/REV 4.0 38 TABELA 4 - COMPATIBILIDADE DAS SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS NOS DIFERENTES TIPOS DE RECIPIENTES Especificações – substâncias inorgânicas Tipo de recipiente coletor Ácidos inorgânicos. A / B Bases inorgânicas. A / B Sais inorgânicos. C Solução contendo sais inorgânicos. A / B Solução e sólido que contém metais pesados (sais de tálio e suas soluções devem ter cuidados especiais). D Compostos inorgânicos de selênio – fase aquosa. E Berílio e seus sais (carcinogênico). D Compostos de urânio e tório (respeitar a legislação em vigor do IPEN e CNEN). I Resíduo inorgânico de mercúrio. F Cianetos. E Peróxido inorgânico oxidante como o bromo e iodo. D Ácido fluorídrico e as soluções de fluoretos inorgânicos – fase sólida. H Ácido fluorídrico e as soluções de fluoretos inorgânicos – fase líquida. D Resíduos de halogênios inorgânicos líquidos e reativos, sensíveis à hidrólise. E Fósforo e seus compostos (são facilmente inflamáveis, desativa-se em atmosfera de gás protetor) – fase sólida. H Metais alcalinos e amidos de metais alcalinos. A / B Resíduo inorgânico tóxico, por exemplo, sais de metais pesados e suas soluções. A / B Resíduos que contêm metais preciosos - sólidos. C Resíduos que contêm metais preciosos - solução. D Alquinos de alumínio (sensíveis à hidrólise). F FONTE: INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades - SI. 8ª ed.(revisada), 2007. AN02FREV001/REV 4.0 39 Em cada análise química pode ser utilizada uma variedadede compostos, desta forma, a quantidade de tipos de resíduos gerados também será grande. Por isso, para realizar o tratamento de resíduos químicos, eles são divididos em diferentes classes conforme suas características. Por exemplo: Resíduos ácidos: Se proveniente de soluções concentradas - diluir até obtenção de solução com 50% de H2O e ajustar o pH entre 6 e 8. Se proveniente de soluções diluídas - Ajustar o pH. Se proveniente de sólidos ou pastas - Misturar com o mesmo volume de água. Ajustar o pH entre 6 e 8. Resíduos básicos: Se proveniente de soluções concentradas - Diluir até obtenção de solução com 50% de H2O. Ajustar o pH entre 6 e 8. Se proveniente de soluções diluídas - Ajustar o pH. Se proveniente de sólidas ou pastas - Misturar com o mesmo volume de água e ajustar o pH. Soluções residuais contendo metais pesados: Sais de chumbo Adicionar, sob agitação, solução 0,1% de metasilicato de sódio (Na2SiO3) na solução contendo sais de chumbo. Ajustar o pH em torno de 7,0 com ácido sulfúrico (H2SO4) 2 mol L -1 Deixar a solução em repouso por uma noite. Filtrar ou evaporar em capela e coletar o material sólido, testando o sobrenadante. AN02FREV001/REV 4.0 40 Sais de cádmio Adicionar, sob agitação, solução 0,1% de metassilicato de sódio na solução contendo sais de cádmio. Ajustar o pH em torno de 7,0 com ácido sulfúrico (H2SO4) 2 mol L -1 . Aquecer a 80 ºC por 15 minutos. Deixar a solução em repouso por uma noite. Filtrar ou evaporar em capela e coletar o material sólido, testando o sobrenadante. Sais de bário Adicionar, sob agitação, solução 10% (m/v) de sulfato de sódio. Verificar a formação de precipitado e se foi quantitativa. Filtrar o sobrenadante. Para descartar o sobrenadante diluir em 50 vezes ou evaporar em capela. Mercúrio - sais solúveis Ajustar o pH para 10 com solução de hidróxido de sódio (NaOH) 10% Adicionar solução de sulfeto de sódio 20%, sob agitação, até não observar precipitação. Filtrar e acondicionar o precipitado em depósito adequado. Sais de arsênio Adicionar solução de ácido clorídrico (HCl) na solução contendo arsênio. Aquecer até ebulição. Adicionar solução 1% de tioacetamida, sob agitação e ebulição por 20 minutos. Neutralizar com solução de NaOH. Filtrar o precipitado e para sobrenadante descartar. Diluir em 50 vezes. AN02FREV001/REV 4.0 41 Sais de crômio O Cr(OH)6 é solúvel e o Cr(OH)3 é insolúvel, portanto, o Cr +6 deve ser reduzido a Cr+3 com tiossulfato de sódio (Na2S2O3) ou sulfato ferroso/sulfeto de sódio, conforme tratamento A e B: Tratamento A. Tiosulfato de sódio (Na2S2O3) Para pH menor que 3 adicionar Na2S2O3, sob agitação, solução de H2SO4 3 mol L-1 e deixar reagir por algum tempo. Para pH maior que 9,5 adicionar hidróxido de sódio (NaOH) ou hidróxido de sódio (Ca(OH)2). Manter em repouso por uma semana e realizar a decantação. Neutralizar o líquido sobrenadante e descartar o sólido em depósito adequado. Tratamento B. Sulfato ferroso e sulfeto de sódio Para pH entre 7,5 a 8,5 adicionar sulfato ferroso e sulfeto de sódio, sob agitação, e deixar reagir por um período. Ajustar o pH para 9,5 com NaOH. Deixar em repouso por uma noite. Neutralizar o líquido sobrenadante e descartar o sólido em depósito adequado. Sais de níquel Precipitar com hidróxido na faixa de pH de 7 - 8. Testar o sobrenadante com solução de dimetilglioxima 1% em 1-propanol, cor vermelha indica presença de Ni. Hidroperóxidos Adicionar 100 mL de amostra + 20 mL solução Na2S2O3 a 50% em um funil de separação por cinco minutos. AN02FREV001/REV 4.0 42 Peróxidos (H2O2, Na2O2, (CH3)3COOH) Adicionar 5 mL de peróxido de hidrogênio (H2O2) 30% em 100 mL de Na2S2O3 10% (m/v) sob agitação a temperatura ambiente (testar destruição com KI/HCl). Permanganato de potássio (KMnO4) Na capela, adicionar 5 g de KMnO4 em 200 mL de solução de NaOH 1 mol L -1 e adicionar 10 g de Na2S2O3. A cor púrpura da mistura deve desaparecer, se não, adicionar mais Na2S2O3. Após agitar por 30 minutos, diluir com 200 mL de água, filtrar e descartar. Hipocloritos (NaOCl; Ca (OCl)2; (CH3)3COCl) Adicionar 5 mL ou 5 g de hipoclorito em 100 mL de Na2S2O3 10% (m/v) e agitar a mistura. Quando todo hipoclorito dissolver na solução, teste a completa destruição do oxidante (KI/HCl/amido). Fósforo e seus compostos Adicionar 100 ml de solução de hipoclorito de sódio 5%, que contenha 5 ml de uma solução de hidróxido de sódio à 50%, gota a gota em um banho de gelo, precipitando os produtos da oxidação e separando por sucção. Iodo Adicionar 5 g de iodo a uma solução aquosa (300 mL) contendo tiossulfato de sódio (1 g). Agitar a mistura até a dissolução de todo o iodo e descoloração da solução. Neutralizar o resíduo com carbonato de sódio e descartar na pia. Bromo Na capela, adicionar 5 g de bromo a 1 L de água. Em seguida, adicionar cerca de 120 mL de uma solução de bissulfito de sódio recém-preparada, até o desaparecimento de toda a coloração. Neutralizar a solução com carbonato de sódio e descartar na pia. AN02FREV001/REV 4.0 43 Resíduos contendo cianetos Reações com solução contendo no máximo 2% de cianeto (m/v) utilizar solução de hipoclorito de cálcio (Ca(OCl)2) 65% em meio básico (solução de NaOH 100 g L-1). Testar com solução recém-preparada de sulfato ferroso 5% (duas gotas) fervendo-se durante 30 segundos (alíquota de 1 mL). Precipitado azul escuro indica CN. Resíduos de halogêneos inorgânicos líquidos e reativos, sensíveis à hidrólise Agitar em capela com água contendo ferro durante uma noite. Neutralizar com Hidróxido de Sódio. Ácido fluorídrico e as soluções de fluoretos inorgânicos Precipitar com carbonato de cálcio, separando o precipitado. 3.3 COMBATE A INCÊNDIOS Um laboratório deve ter extintores de combate a incêndios em locais devidamente sinalizados. As pessoas que trabalham no laboratório devem saber como e quando utilizar um extintor, pois existem diferentes extintores que se adequam a cada classe de incêndio. Por isso, o primeiro passo é saber quais são as classes de incêndio. Existem quatro classes de incêndio: Classe A de incêndio: compreende os materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, por exemplo: tecidos, madeira, papel, fibras, etc. Classe B de incêndio: compreende os produtos inflamáveis, que queimam somente em sua superfície, não deixando resíduos, por exemplo: óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina, etc. AN02FREV001/REV 4.0 44 Classe C de incêndio: compreende os equipamentos elétricos energizados, por exemplo: motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc. Classe D de incêndio: compreende os elementos pirofóricos, por exemplo: magnésio, zircônio, titânio. Agora que já conhecemos as classes de incêndios vamos verificar qual extintor é mais apropriado para usar em cada tipo de incêndio: Extintor com água pressurizada deve ser usado em incêndio Classe A. Extintor de espuma deve ser usado em incêndio de Classe A e B. Extintor com gás carbônico deve ser usado, preferencialmente, em incêndio das Classes B e C, embora possa ser usado também em incêndio de Classe A em seu início. Extintor pó químico seco é usado em incêndio das Classes B e C. Nos incêndios Classe D, será usado o extintor tipo pó químico seco, porém o pó químico será especial para cada material. Nos rótulos dos extintores, entre outras informações, existem desenhos que indicam em qual tipo de material ele pode ser usado (Figura 20). Na partesuperior do desenho está a classe de incêndio, cada uma possui cor e figura geométrica específica. Cor verde e triângulo para a classe A, cor vermelha e quadrado para a classe B, cor azul e círculo para a classe C e cor amarela e estrela para a classe D. FIGURA 20 - DESENHOS UTILIZADOS EM EXTINTOR DE INCÊNDIO FONTE: Disponível em: <http://extintor-de-incendio.blogspot.com.br/2010/07/classes-de- incendio.html>. Acesso em: 19 ago. 2012. AN02FREV001/REV 4.0 45 4 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS 4.1 VIDRARIA, REAGENTES E EQUIPAMENTOS 4.1.1 Identificação de vidraria e equipamentos Em um laboratório existe uma infinidade de equipamentos, vidrarias e utensílios que podem ser usados. Na tabela 5 temos alguns equipamentos mais usuais e também sua finalidade. Na tabela 6 temos as vidrarias mais usuais e sua finalidade de uso. E na tabela 7 temos os utensílios utilizados em laboratório. TABELA 5 - FINALIDADE DE ALGUNS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM LABORATÓRIO QUÍMICO Equipamentos Finalidade Estufa de secagem. Como o próprio nome diz é para realizar a secagem de material. Ela pode chegar até 1800C. Não é recomendado utilizar material volumétrico, pois pode perder sua calibração. Também pode ser utilizada para análises físico-química. Banho-maria. É utilizado para aquecimento de compostos que são sensíveis a alta temperatura ou que não podem ficar direto em contato com a fonte de calor. Também é utilizado em análises onde o composto precisa ficar certo tempo sob aquecimento. AN02FREV001/REV 4.0 46 Chapa de aquecimento. É utilizada para aquecer soluções, muitas vezes uma reação precisa ser realizada sob aquecimento. Várias chapas de aquecimento também têm um comando que permite agitação da solução utilizando um agitador magnético. Bico de Bunsen. Muito utilizado para realizar aquecimento de substâncias, porém não deve ser utilizado quando o composto for volátil ou inflamável. A chama deve ser azul. Na parte inferior do bico de Bunsen tem uma entrada de ar que pode ser controlada para obter essa chama. Manta de aquecimento. Utilizada principalmente para compostos voláteis ou inflamáveis. Também é utilizada para realizar destilação ou refluxo. O balão é colocado no interior da manta para proceder ao aquecimento. Mufla. É utilizada para análises que precisam de temperaturas muito altas. Nunca colocar recipiente de vidro, sempre utilizar recipiente de porcelana ou outro material que seja resistente a altas temperaturas. Balança analítica. Essa balança é muito sensível, por isso, o material que será pesado tem que ficar fechado para que nenhuma corrente de ar interfira na pesagem. Ela é capaz de pesar pequenas massas com alta precisão. Balança semianalítica. Essa balança não possui a proteção para o material que estiver sendo pesado, geralmente, é utilizada para pesagem de massas maiores. AN02FREV001/REV 4.0 47 Destilador. Esse equipamento aquece a água até ebulição, o vapor condensa e é coletado, dessa forma obtém-se a água destilada. Realizar a destilação evita a presença de algumas impurezas que a água pode conter. Em laboratório para o preparo de soluções sempre é utilizada água destilada. pHmetro. É utilizado para medir o pH de uma solução, ou seja, para saber se a solução é ácida, básica ou neutra. Antes de usar ele deve ser calibrado com solução tampão. Para realizar a leitura do pH as soluções devem estar a temperatura ambiente. Fonte: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1024&bih=505&site=imghp& tbm=isch&sa=1&q=bico+de+Bunsen+chapa+aquecimento+manta+estufa+destilador+mufla&oq=bico+ de+Bunsen+chapa+aquecimento+manta+estufa+destilador+mufla&gs_l=img.12...14435.19857.0.217 81.17.14.0.0.0.0.868.4821.1j5j1j1j1j2j2.13.0...0.0...1c.E0nHHJOHlvU>. Acesso em: 21 ago. 2012. TABELA 6 - FINALIDADE DE ALGUMAS VIDRARIAS UTILIZADAS EM LABORATÓRIO QUÍMICO Béquer. É utilizado para realizar aquecimento de líquidos, preparo de soluções, dissolução de sólidos, pesagem de compostos sólidos. Proveta. É utilizada para medir volumes de líquidos, ela é graduada para facilitar a visualização do volume desejado. AN02FREV001/REV 4.0 48 Erlenmeyer. É utilizado para acondicionar líquidos, principalmente se for necessário ficar sob agitação, seu formato dificulta a perda de líquido. Também é muito utilizado quando se realiza uma titulação. Balão volumétrico. É um recipiente calibrado e contém um volume preestabelecido; no gargalo possui uma única marcação, chamada de menisco, que indica o volume desejado. É utilizado para o preparo e diluição de soluções. Pipeta volumétrica. Ela é calibrada e tem um volume preestabelecido; na parte superior possui uma única marcação, chamada de menisco, que indica o volume desejado. Ao pipetar a ponta mais fina da pipeta deve entrar em contato com o líquido e na outra ponta deve ser colocado o pipetador. Pipeta graduada. É usada para escoar volumes variáveis, ela possui uma graduação que facilita a visualização do volume desejado. Para pipetar é necessário utilizar um pipetador. Bureta. É utilizada em uma titulação. Ela possui na parte inferior uma torneira que permite controlar a vazão do líquido. O líquido é colocado pela parte de cima, antes de acertar o volume é necessário verificar se há bolha e abrir a torneira para o líquido preencher a parte que fica abaixo AN02FREV001/REV 4.0 49 da torneira. Funil de separação. É utilizado para separar líquidos que não se misturam, ou seja, que são imiscíveis, ou para realizar extração com solvente. Os líquidos são colocados por meio da parte superior, depois que as fases estiverem bem definidas, a torneira, que está na parte inferior, é aberta permitindo a saída do líquido. Funil de Buchner acoplado ao kitassato. O kitassato é muito parecido com o erlenmeyer, porém possui uma saída lateral, que permite ser conectado a uma bomba a vácuo. Sobre o funil de Buchner é colocado um papel de filtro e depois o material que será filtrado por sistema de vácuo. O material sólido fica no funil e o sobrenadante no kitassato. Dessecador. É utilizado para resfriar recipientes que foram aquecidos ou para armazenar substâncias que facilmente absorvem a umidade do ar. Ele possui uma tampa que veda a entrada de ar, mantendo a atmosfera do seu interior livre do contato atmosférico. Isto é possível, pois as bordas da tampa são esmerilhadas e é usual passar um lubrificante adequado para melhorar a vedação. Por isso, quando você remover ou colocar a tampa de um dessecador, use um movimento de arrastar para o lado. Para remover a umidade de ar no AN02FREV001/REV 4.0 50 interior do dessecador é utilizado um agente dessecante que fica na parte inferior. E em cima deste agente é colocada uma placa de porcelana para os recipientes ficarem apoiados. Os agentes dessecantes são substâncias que têm a propriedade de absorver vapores de água, por meio de uma ação química ou física. Dos agentes dessecantes mais utilizados encontram-se: cloreto de cálcio anidro, sulfato de cálcio anidro, óxido de bário, óxido de cálcio e sílica gel. A sílica gel contém o cloreto de cobalto como indicador que acusa quando o dessecante já absorveu muita água, mudando sua coloração de azul para rosa. Quando isso acontece é necessário levar a sílica para a estufa e aquecer até que volte para a coloração azulada. FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1024&bih=505&site=imghp &tbm=isch&sa=1&q=b%C3%A9quer+bureta+proveta+bal%C3%A3o+volum%C3%A9trico+dessecado r+funil+de+separa%C3%A7%C3%A3o+erlenmeyre&oq=b%C3%A9quer+bureta+proveta+bal%C3%A 3o+volum%C3%A9trico+dessecador+funil+de+separa%C3%A7%C3%A3o+erlenmeyre&gs_l=img.12...65653.112724.0.114321.82.74.0.0.0.0.1139.19066.13j11j19j10j3j8j3j1.68.0...0.0...1c.IoFVcbbfnWA>. Acesso em: 21 ago. 2012. TABELA 7 - FINALIDADE DE ALGUNS UTENSÍLIOS UTILIZADOS EM LABORATÓRIO QUÍMICO Espátulas. São utilizadas para transferir compostos sólidos, como por exemplo, no momento da pesagem ou após uma filtração. AN02FREV001/REV 4.0 51 Pipeta de Pasteur. É utilizada para transferência de pequenos volumes, por exemplo, na hora de acertar o menisco do balão volumétrico ou quando necessita de algumas gotas. Pisseta. Normalmente é colocada água destilada em seu interior, porém pode conter outros líquidos. É utilizada para completar volumes ou para molhar as bordas de recipientes para facilitar o escoamento de sólidos ou líquidos que ficam aderidos. Barrilete. É utilizado para acondicionar a água que foi destilada. Almofariz e pistilo. São utilizados para realizar a maceração de um sólido. O sólido é colocado no interior do almofariz e com o auxílio do pistilo é realizada a maceração. Suporte universal. Muitas vezes é preciso prender a vidraria para realizar uma análise. O suporte com o auxílio de garras é utilizado para fixar a vidraria. AN02FREV001/REV 4.0 52 Pipetador de borracha ou pera. Ele deve ser acoplado à pipeta conforme a figura indica e antes de pipetar a parte redonda deve estar murcha. Para o líquido subir é necessário apertar no local que fica logo acima da ponta da pipeta. Para o líquido descer é necessário apertar na parte de borracha que está perpendicular à pipeta e tem uma pequena bola na ponta ou simplesmente retire o pipetador. Pipetador manual. Na parte branca que está embaixo é o local para acoplar a pipeta. Para o líquido subir basta rodar o botão redondo e a parte de cima também irá subir, como mostra a figura. Para o líquido descer é só girar o botão no sentido contrário. As cores dos pipetadores indicam a capacidade de cada um. Um pipetador verde tem capacidade para 10 mL. Bastão de vidro ou bagueta. É utilizado para homogeneizar solução, isto é, quando um reagente (sólido ou líquido) deve ser misturado em outro reagente, normalmente líquido, para realizar esta mistura utiliza-se o bastão de vidro. A espátula que foi utilizada para pesar o reagente não deve ser utilizada, pois ela pode conter resíduo do reagente, o que iria alterar, dessa forma, a massa que foi pesada, modificando a concentração final da solução. O bastão de vidro também pode ser utilizado na transferência da solução, ele é colocado junto ao bico do béquer para que a solução escorra por ele. FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?hl=pt- BR&biw=1024&bih=505&site=imghp&tbm=isch&sa=1&q=pistilo+pisseta+pipeta+barrilete+esp%C3%A 1tula+pipetador+manual&oq=pistilo+pisseta+pipeta+barrilete+esp%C3%A1tula+pipetador+manual&g s_l=img.12...37903.43502.0.45269.17.17.0.0.0.0.757.4061.2j1j4j5-1j3.11.0...0.0...1c.Q8uwt6oiZFw>. Acesso em: 21 ago. 2012. AN02FREV001/REV 4.0 53 4.1.2 Identificação de reagentes químicos Os reagentes químicos possuem características próprias como ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade, entre outras. Porém, alguns reagentes são classificados como corrosivo, tóxico, nocivo, comburente ou explosivo. Para facilitar a verificação do reagente, em relação ao perigo que ele pode oferecer, no rótulo, o fabricante tem que colocar símbolos que indica qual a periculosidade que o reagente possui. Veja na Figura 21 abaixo qual é a simbologia utilizada: FIGURA 21 - SIMBOLOGIA QUE PODE SER ENCONTRADA NO RÓTULO DE REAGENTE QUÍMICO FONTE: Disponível em: <http://aprendemaiscfq.blogspot.com.br/p/fichas-de-trabalho.html>. Acesso em: 19 ago. 2012. Muitas vezes é preciso conhecer um pouco mais sobre os perigos que o reagente pode oferecer. Por isso, foi desenvolvido um diagrama que, por meio de uma numeração, identifica qual o grau de risco que o reagente oferece em relação à saúde, inflamabilidade, reatividade e periculosidade específica. Este diagrama é conhecido por Diagrama de Hommel ou diamante do perigo (Figura 22). Além dos números também são utilizadas diferentes cores para cada quadrante, por exemplo, o número que estiver no quadrante de cor azul indica qual é o risco que o composto oferece à saúde. Os números indicativos vão de zero a quatro, sendo que, o zero indica que não oferece risco e quatro que é altamente perigoso. Para saber qual é o diagrama de certos composto você pode consultar o AN02FREV001/REV 4.0 54 site: <http://www.qca.ibilce.unesp.br/prevencao/classificacaonfpa.pdf>. Ou qualquer outro site ou livro que contenha fichas FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico), também chamadas de fichas MSDS (Material Safety Data Sheet). FIGURA 22 - DIAGRAMA DE HOMMELL FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 40422003000200026>. Acesso em: 19 ago. 2012. Depois de conhecer algumas características dos reagentes é necessário saber como utilizá-los adequadamente. Ao adquirir um reagente é por meio do rótulo do fabricante que você terá a garantia da qualidade do reagente. Porém, após o lacre original do recipiente ser rompido, a garantia da qualidade passa a ser dos usuários. Portanto, a confiança com que se pode continuar usando um reagente, depois de aberta a embalagem original, depende inteiramente do cuidado com que foi sucessivamente manipulado. Uma série de regras deve ser rigorosamente obedecida para evitar a contaminação do reagente: a) Evitar a introdução de qualquer vidraria no frasco como, por exemplo, pipeta; b) Recolocar a tampa do reagente imediatamente após o uso; c) Nunca retornar ao recipiente algum excesso de reagente antes retirado e não utilizado; AN02FREV001/REV 4.0 55 d) Soluções alcalinas atacam o vidro e provocam a passagem de sílica para a fase líquida, por isso devem ficar em frascos plásticos; e) Certas soluções, não devidamente isoladas da atmosfera, podem sofrer alteração por absorção de dióxido de carbono, oxigênio, etc.; f) Algumas soluções se alteram pela ação da luz, este efeito pode ser minimizado mediante o uso de frasco âmbar. Se todos estes cuidados forem tomados com certeza não haverá risco de perda do reagente por contaminação ou degradação. 4.1.3 Técnicas de purificação da água As análises químicas envolvem o consumo de quantidades consideráveis de água para lavagem de vidraria, preparo de soluções, extração, entre outras atividades. Para ter certeza que a água que está sendo utilizada está livre de contaminantes ela pode passar por dois processos de purificação. O primeiro é conhecido como destilação e o segundo como desmineralização. O processo de destilação irá remover as espécies contaminantes não voláteis, inorgânicas ou orgânicas; gases que estiverem dissolvidos são liberados durante a destilação junto com o vapor de água e a matéria em suspensão é retida no pote de destilação. Mesmo com o processo de destilação a água ainda pode conter impurezas de natureza diversa. Por exemplo, os sólidos dissolvidos (cálcio, magnésio, ferro, cloreto e outros) presentes na água antes da destilação podem ser mecanicamente arrastados pelo vapor de água durante a destilação. Para avaliar se o processo de destilação foi eficiente pode realizar a medida da condutância da água destilada. O processo de desmineralização consiste em passar a água através de duas colunas, a primeira possui uma resina catiônica fortemente ácida e a segunda uma resina aniônica fortemente básica. Dessa forma, qualquer composto que esteja na forma ionizada ficará retido em uma das colunas. AN02FREV001/REV 4.0 56 Outro processo que também pode ser utilizado é a osmose reversa. Este processo consistena passagem de água por uma membrana semipermeável, que age como um filtro. A membrana remove de 95 a 97% das substâncias orgânicas, bactérias, e de 90 a 97% das substâncias dos minerais dissolvidos e ionizados, porém não remove as impurezas gasosas. 4.2 TÉCNICAS BÁSICAS DE LABORATÓRIO 4.2.1 Técnicas de volumetria Ao utilizar uma vidraria é necessário saber que qualquer recipiente de vidro apresenta o problema da aderência do fluido nas suas paredes internas, mesmo estando limpo e seco. Por isso, a vidraria volumétrica tem o seu volume corrigido. Entretanto, outros fatores podem influir no volume final a ser transferido, como por exemplo, tempo de escoamento, viscosidade do líquido, ângulo da vidraria. Antes de utilizar uma vidraria, é necessário tomar alguns cuidados para evitar contaminação ou diluição da solução: Primeiro é preciso verificar se a vidraria está em condição de uso, sem avarias e limpa. Quando encher o recipiente de vidro com o líquido, verifique se nenhuma bolha de ar ficou retida no seu interior. Se o recipiente estiver molhado, ele deve ser lavado com pequenos volumes da solução a ser utilizada. Ao se colocar um determinado líquido em um recipiente para efetuar a medida de seu volume, a linha do líquido, geralmente, é côncava, isto é, apresenta um mínimo na região central. Por isso, deve-se utilizar o ponto mínimo para efetuar a leitura. E a pessoa deve posicionar-se de modo que a sua linha de visão fique em posição frontal em relação à superfície do líquido (Figura 23). AN02FREV001/REV 4.0 57 FIGURA 23 - FORMAÇÃO DE MENISCO EM UM TUBO DE VIDRO E MANEIRA CORRETA DE VISUALIZAR O MENISCO Fonte: Disponível em: <http://www.monografias.com/trabajos71/propiedades-no-caracteristicas- quimica/propiedades-no-caracteristicas-quimica2.shtml> e <http://www.juntadeandalucia.es /averroes/~04000134/fisiqui/practicasq/node5.html>. Acesso em: 19 ago. 2012. Como o volume preestabelecido de vidraria volumétrica é, geralmente, calibrado a 20°C não é recomendado colocar soluções aquecidas ou manter a temperaturas elevadas. Por isso, vidraria volumétrica não deve ser seca em estufa. As pipetas volumétricas, ao final de uma transferência, retêm sempre uma pequena quantidade de líquido na sua extremidade inferior, a qual deverá ser desprezada. Também é recomendado que o líquido seja escoado pela ação da gravidade e, após pipetar uma solução, sempre permaneça com o pipetador para cima. No preparo de uma solução geralmente o componente presente em maior quantidade é chamado de solvente e o que estiver em menor quantidade é o soluto. Por exemplo, água com sal e açúcar, a água é o solvente, o sal e o açúcar são os solutos. Observe que uma solução pode conter mais de um soluto. Agora vamos ver quais são os passos para preparar uma solução: Pesar, com o auxílio de uma espátula, a quantidade de soluto necessária em recipiente limpo e seco, geralmente é utilizado um béquer. Adicionar um volume de solvente inferior ao volume final da solução a ser preparada para dissolver o soluto, misturar a solução com o bastão de vidro, nunca com a espátula que foi utilizada na pesagem. AN02FREV001/REV 4.0 58 A solução, que está no béquer, deve ser transferida quantitativamente para o balão volumétrico que possui o volume desejado. Porém, se ocorrer aquecimento ou resfriamento ao adicionar o solvente no soluto, espere a solução atingir a temperatura ambiente para realizar a transferência. Se estiver preparando ácido, o béquer já deve conter água antes de adicionar o ácido concentrado. Após a primeira transferência, o béquer deve ser lavado, com o auxílio de uma pisseta, com pequenas quantidades de solvente, transferindo os volumes utilizados para o balão. Este procedimento garante que todo o soluto seja transferido para o balão. Adiciona-se solvente até que a parte inferior do menisco esteja sobre a marca indicativa no gargalo do balão que irá corresponder ao volume desejado. Em seguida, o balão é tampado e a solução deve ser homogeneizada invertendo-se o balão volumétrico diversas vezes. A mão deve pressionar a tampa do balão para evitar que ela saia. A solução deve ser transferida para um frasco com tampa e identificada. Na etiqueta deve constar qual é a solução, sua concentração, quando foi preparada, quem fez e outras informações adicionais que julgar necessário. Após efetuar a análise, a vidraria deve ser lavada. Inicialmente é realizado um enxágue em água corrente e dependendo do estado em que se encontra o material, é suficiente o uso de solução detergente. Algumas vezes, quando apresentar sólidos aderidos, é necessário utilizar solução sulfonítrica (ácido sulfúrico concentrado mais ácido nítrico concentrado na proporção de 1:1) ou solução de etanolato de sódio ou potássio (NaOH ou KOH 5% em etanol). O etanolato deve ser usado somente em casos extremos, porque ataca o vidro, após seu uso o material deve ser enxaguado com água em abundância. Também pode ser utilizada solução diluída de ácido clorídrico 2% para neutralizar qualquer traço de substância alcalina e, em seguida, lava-se com água. AN02FREV001/REV 4.0 59 4.2.2 Resolução de instrumentos de medição As vidrarias graduadas possuem diferentes escalas, divisões. Para saber qual é a resolução da vidraria, ou seja, qual é o volume que corresponde à menor divisão, pode ser realizado um cálculo simples que irá nos mostrar esse valor. Veja a seguir: Escolha um determinado volume; Conte quantas divisões tem neste espaço referente ao volume escolhido; Agora é só dividir o volume determinado pelo número de divisões presentes. Veja os exemplos na Tabela 8. TABELA 8 - DETERMINAÇÃO DA RESOLUÇÃO EM DIFERENTES VIDRARIAS O volume escolhido será entre os valores 19 e 21, neste espaço cabem 2 mL. Entre o 19 e o 21 temos 10 divisões. Portanto, iremos dividir 2 por 10 e o resultado é 0,2. Isto indica que a resolução desta vidraria é de 0,2 mL, ou seja, cada divisão corresponde a 0,2 mL. Veja o caso deste erlenmeyer. Observe que a primeira divisão começa em 100 mL, porém a próxima divisão é 150 mL. Se escolhermos o volume entre 100 e 200 iremos dividir 100 por 2, obtendo o resultado de 50 mL. Porém, se optarmos pelo volume total iremos dividir 250 por 4, obtendo o resultado de 62,5 mL. Este resultado está errado, isto ocorreu porque a menor marcação não iniciou no 50. Portanto, atenção! AN02FREV001/REV 4.0 60 No caso desta proveta, se escolher o volume entre 10 e 50 terá muitas divisões para contar, então, é melhor escolher um volume menor. Por exemplo, entre 30 e 40, temos 10 mL e 10 divisões. Assim, para calcular a resolução basta dividir 10 por 10 e iremos obter o valor de 1. Portanto, a resolução desta proveta é de 1 mL. Esta pipeta é de 10 mL, por isso, acima da marcação zero está escrito o valor 10 mL. Vamos escolher entre os valores 0 e 2, neste espaço temos o volume de 2 mL e 20 divisões, portanto a resolução será de 0,1 mL, ou seja, 2 dividido por 20. As pipetas possuem uma marcação como mostra a figura. A marcação 1/10 indica que a cada 1 mL existem 10 divisões e a marcação 10 indica o volume total da pipeta, neste caso é de 10 mL. FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&biw=1024&bih=505&site=imghp &tbm=isch&sa=1&q=vidraria+graduada+e+volumetrica&oq=vidraria+gra&gs_l=img.1.1.0i24l2.6663.35 294.0.37348.14.12.0.2.2.1.451.3133.2j1j3j4j2.12.0...0.0...1c.Wk4GagqRmec>. Acesso em: 20 ago. 2012. 4.2.3 Técnicas de manuseio de alguns equipamentos Quase toda análise química envolve uma operação de pesagem, seja para medir a quantidade de uma amostra, como para preparar soluções. Para realizar a pesagem utiliza-se a balança,esta pode ser semianalítica ou analítica. O local onde a balança deve ficar tem que ser livre de poeira e corrosão; ela deve ser colocada onde não haja corrente de ar ou presença de equipamentos que, quando em funcionamento, promovam trepidação. Antes de iniciar uma pesagem é preciso conhecer alguns procedimentos: Nunca tocar com as mãos os objetos a serem pesados. Estes objetos devem ser manipulados com uma pinça ou papel limpo. AN02FREV001/REV 4.0 61 Todo o objeto deve ser pesado à temperatura ambiente. Nunca colocar reagente diretamente sobre o prato da balança, sempre utilizar um recipiente para a pesagem que pode ser um béquer ou um pedaço de papel manteiga. Sempre que alguma substância química cair acidentalmente sobre o prato da balança, ela deve ser imediatamente removida. Quando utilizar balança analítica manter sempre as laterais da câmera de pesagem fechadas, quando se faz a leitura, pois qualquer corrente de ar pode causar erro. Nunca colocar objetos molhados ou úmidos para realizar a pesagem, pois a água presente irá ocasionar erro. Sempre, antes de iniciar a pesagem, deve-se verificar se a balança está nivelada. A balança possui um dispositivo chamado “tara” ele serve para desconsiderar o peso do objeto que está sendo utilizado para conter o composto a ser pesado. Portanto, após clicar neste dispositivo, o valor que irá aparecer é o zero. Um equipamento muito utilizado em laboratório é o pHmetro. Existem diferentes tipos, entre eles o pHmetro de bancada que precisa de alguns cuidados para ser manuseado. Antes de efetuar a leitura do pH, o equipamento tem que ser calibrado. Para calibrar, geralmente, são utilizadas duas soluções tampões uma com pH igual a 4 e outra com pH igual a 7. Tanto para calibrar como para realizar as leituras as soluções devem estar em temperatura ambiente. O pHmetro possui um eletrodo que é muito sensível, após cada leitura o eletrodo deve ser molhado, com o auxílio de uma pisseta, e suavemente enxugado com um papel macio. Somente após o enxágue o eletrodo pode ser colocado em outra amostra. No interior do eletrodo, geralmente, tem uma solução de iodeto de potássio (KI), por isso, sempre é necessário verificar a quantidade de solução presente para adicionar mais, quando necessário. Quando o pHmetro não estiver sendo usado o eletrodo deve ficar mergulhado em solução de iodeto de potássio. AN02FREV001/REV 4.0 62 Ao utilizar o destilador, antes de ligar o aquecimento é preciso abrir a torneira para ele encher de água, pois se não tiver água no boiler, a resistência pode ser danificada. Após o processo de destilação, primeiro desliga o aquecimento para depois fechar a torneira de água. Há muitos outros equipamentos nos laboratórios químicos, cada um com suas especificidades. Portanto, antes de manuseá-los procure saber exatamente como funciona e quais são os cuidados que devem ser tomados para não danificar o equipamento. Com o avanço tecnológico vão surgindo novos modelos e novos tipos de equipamentos, por isso, fica difícil citar uma variedade de equipamentos, muitas vezes, somente o fato de mudar de fabricante o procedimento de uso muda completamente. Em geral, os laboratórios além de treinarem a pessoa a manusear, também, deixam próximo do equipamento um papel que indica o procedimento de uso. FIM DO MÓDULO II
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