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TCC Juliana 06-05 PRONTO BU

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
JULIANA DIAS DUTRA 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE 
ODONTOLOGIA DA UFSC SOBRE URGÊNCIAS ENDODÔNTICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2019 
 
 
Juliana Dias Dutra 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE 
ODONTOLOGIA DA UFSC SOBRE URGÊNCIAS ENDODÔNTICAS 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Federal de 
Santa Catarina como requisito parcial para a 
conclusão do Curso de Graduação em 
Odontologia. 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Thais Mageste 
Duque 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2019 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ALUNOS DO CURSO DE 
ODONTOLOGIA DA UFSC SOBRE URGÊNCIAS ENDODÔNTICAS 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título 
de Cirurgiã-Dentista e aprovado em sua forma final pelo Departamento de 
Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina. 
 
Florianópolis, 21 de maio de 2019. 
 
Banca Examinadora: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, 
Ricardo e Sebastiana, que não 
mediram esforços para que eu 
chegasse até aqui, me dando todo o 
suporte necessário. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À Universidade Federal de Santa Catarina, por ter sido o lugar onde eu vivi 
toda a trajetória acadêmica, e passei momentos inesquecíveis nos últimos cinco 
anos da minha vida. Tenho muito orgulho em levar o nome da UFSC junto comigo. 
A todos meus professores, que me acompanharam durante a graduação e 
me transmitiram todo conhecimento necessário para que eu venha a me tornar uma 
Cirurgiã-Dentista. 
À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Thaís Mageste Duque, que sempre esteve 
disponível para me ajudar quando eu precisei e me passou muita calma e confiança 
para realização deste trabalho. Agradeço toda sua dedicação e calma comigo, te 
admiro muito! 
Ao meu coorientador, Prof.º Dr. Augusto Bodanezi, que mesmo de longe 
contribuiu para que eu chegasse até aqui. 
Aos membros da minha banca, Prof.ª Dr.ª Dayane Ribeiro Aguiar e Prof.ª 
Dr.ª Cleonice da Silveira Teixeira, que aceitaram prontamente o convite para 
participar deste momento tão especial para mim. 
À Prof.ª Me. Michelli Santos, que foi uma das incentivadoras para que esse 
trabalho acontecesse, principalmente no ínicio dele. 
A todos meus familiares, especialmente meus avós Valdir Ricardo Dutra, 
Rosemari de Oliveira e Dezalda da Silva Dias, que sempre estiveram presentes 
em minha vida, me dando todo carinho e amor. A família é a base de tudo e sem 
vocês eu nada seria. 
Aos meus pais, Ricardo Luiz Dutra e Sebastiana da Silva Dias Dutra, que 
foram meus maiores incentivadores para estar aqui hoje. Vocês me ensinaram tudo 
que eu sei, me deram exemplo, amor, carinho e tudo que eu poderia pedir a Deus. 
Obrigada por me mostrarem o caminho certo a seguir e por permitirem que meus 
sonhos virassem realidade desde quando eu era pequena. Amo vocês. 
Ao meu namorado, Gustavo de Borja Borges, por toda ajuda neste trabalho 
e em todos os momentos que mais necessitei. Agradeço pela paciência, calma, 
carinho e dedicação comigo, mesmo nos momentos de tensão e ansiedade. 
Obrigada por acreditar que eu sou capaz sempre. O meu muitíssimo obrigado, amo 
você. 
 
 
Ao meu cachorro, Théo, que foi a companhia mais fiel durante os momentos 
de nervosismo e a melhor distração possível. 
Às minhas amigas, Iasmin Aguiar, Mariana Lonzetti e Sara Tonelli, que 
estiveram presentes em minha vida desde os primeiros dias de faculdade, nos 
melhores e piores momentos. 
Às minhas companheiras do grupo “Sereias”, por tornarem todos os dias 
mais leves e divertidos, especialmente Melina Franchini, Beatriz Boppré, Maria 
Cristina Schimidt e Luiza Hess. 
À minha dupla, Patrícia Garcez Zanotto, por ter sido meu alicerce dentro e 
fora da faculdade desde o primeiro dia de aula. Obrigada por ter sido uma amiga tão 
especial, espero que a nossa parceria dure para sempre. 
E a Deus, por ser o responsável por tudo isso, e me dar saúde para chegar 
até aqui. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “O sucesso nasce do querer, da 
determinação e persistência em se 
chegar a um objetivo. Mesmo não 
atingindo o alvo, quem busca e vence 
obstáculos, no mínimo fará coisas 
admiráveis.” 
 José de Alencar 
 
 
 
DUTRA, Juliana Dias. Avaliação conhecimento dos alunos do curso de 
odontologia da UFSC sobre urgências endodônticas. 2019. 56f. Trabalho de 
conclusão de curso – Graduação em Odontologia, Universidade Federal de Santa 
Catarina, Florianópolis, SC. 
 
RESUMO 
 
As urgências são extremamente comuns no dia a dia das clínicas 
odontológicas, principalmente as dores relacionadas com o envolvimento pulpar. O 
sucesso do tratamento endodôntico de urgência está intimamente relacionado com o 
correto diagnóstico dos casos. O objetivo desse estudo foi avaliar o nível de 
conhecimento dos alunos que cursam a disciplina de Urgências do Curso de 
Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 
sobre diagnóstico endodôntico. Assim, avaliar se os alunos de Odontologia estão 
preparados para solucionar e diagnosticar as urgências endodônticas. Para a 
realização deste trabalho, os alunos responderam um questionário avaliando 
problemas comuns encontrados nos serviços de urgência, assim como seus 
diagnósticos e tratamentos. Depois os resultados foram tabelados e foi realizada 
uma análise descritiva e quantitativa. Em sua unanimidade, 100% dos voluntários 
consideraram importante saber a conduta correta frente às urgências em 
endodontia. Além disso, 65% dos alunos responderam que se sentem aptos a 
conduzir sozinhos um atendimento de urgência. A grande maioria dos estudantes 
(73%) consideraram a definição do diagnóstico como a etapa de maior dificuldade 
dentro de um atendimento de urgência. Quando questionados sobre urgências 
endodônticas específicas, os alunos demonstraram maior conhecimento no 
diagnóstico da avulsão (78% responderam corretamente a questão), enquanto as 
menores taxas de acerto foram na questão sobre pericementite apical aguda de 
origem bacteriana (48,7%). Esses resultados mostraram que os alunos que estão 
finalizando a graduação ainda possuem dificuldades relacionadas ao atendimento 
de urgência. Além disso, eles necessitam de mais treinamento clínico dentro do 
curso de Graduação. 
Palavras-chave: diagnóstico endodôntico; tratamento; urgências; nível de 
conhecimento; questionário 
 
 
ABSTRACT 
 
Urgencies are extremely common in dental clinics, especially those related to 
pulpal involvement. The success of urgency endodontic treatment is closely related 
to the correct diagnosis of the cases. The objective of this study was to evaluate the 
level of knowledge of the graduation students from dentistry of UFSC (Federal 
University of Santa Catarina) on endodontic diagnosis. Thus, evaluate if the students 
of Dentistry are prepared to solve and diagnose the endodontic urgencies. For the 
accomplishment of this work, the students answered a questionnaire evaluating 
common problems found in the urgency services, as well as their diagnoses and 
treatments. Afterwards the results were tabulated and a descriptive and quantitative 
analysis was performed. In their unanimity, 100% of the volunteers considered it 
important to know the correct behavior in the face of urgencies in endodontics. In 
addition, 65% of the students answered that they feel able to conduct urgency care 
alone. The vast majority of students (73%) considered the definition of diagnosis as 
the most difficult stage within an urgency care. When questioned about specific 
endodonticurgencies, students demonstrated more knowledge in the diagnosis of 
avulsion (78% correctly answered the question), while the lowest accuracy rates 
were in the question about acute apical pericementite of bacterial origin (48.7%). 
These results have shown that students who are finishing graduation still have 
difficulties related to urgency care. In addition, they require more clinical training 
within the graduation course. 
Key-words: endodontic diagnosis; treatment; urgencies; knowledge level; 
questionnaire 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1: O que os alunos esperam de um atendimento de urgência............... 27 
Gráfico 2: Maior dificuldade dos alunos no atendimento de urgência ................ 28 
Gráfico 3: Importância do atendimento de urgência para o Cirurgião-Dentista .. 28 
Gráfico 4: Você se sente preparado para conduzir sozinho (a) um atendimento 
de urgência endodôntica? ........................................................................... 29 
Gráfico 5: Relação entre grau de dificuldade e fases do atendimento de urgência
 .................................................................................................................... 30 
Gráfico 6: Motivos pelos quais os alunos procuram o estágio de Urgências ..... 30 
Gráfico 7: Medidas mais eficientes para se obter um diagnóstico mais preciso 
Erro! Indicador não definido. 
Gráfico 8: Atendimento de urgência endodôntica nas clínicas anteriores (clínicas 
I, II ou III) ..................................................................................................... 31 
Gráfico 9: Após realizar os exames clínicos e complementares e diante da 
incerteza sobre o diagnóstico de dor do paciente, qual a sua conduta mais 
provável? .................................................................................................... 32 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 13 
2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 15 
3 OBJETIVOS ............................................................................................... 25 
3.1 Objetivo Geral ..................................................................................... 25 
3.2 Objetivos Específicos .......................................................................... 25 
4 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 26 
4.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................ 26 
4.2 Amostra ............................................................................................... 26 
4.3 Instrumento de Pesquisa ..................................................................... 26 
4.4 Coleta de Dados ................................................................................. 26 
4.5 Análise de Dados ................................................................................ 26 
5 RESULTADOS .......................................................................................... 27 
6 DISCUSSÃO .............................................................................................. 33 
7 CONCLUSÃO ............................................................................................ 37 
8 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 38 
9 ANEXOS .................................................................................................... 44 
9.1 Anexo 1: Ata de apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso .. 44 
9.2 Anexo 2: Termo de consentimento livre e esclarecido dos pacientes . 45 
9.3 Anexo 3: Parecer do comitê de ética................................................... 48 
9.4 Anexo 4: Questionário ......................................................................... 52 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Os termos urgência e emergência são aplicados em muitas ocasiões dentro 
da área da Saúde. Na maioria das vezes, esses termos são apresentados de forma 
semelhante. Porém, são termos totalmente diferentes. Na busca pelo correto 
entendimento de cada uma das expressões, o dicionário Aurélio esclarece que 
emergência é um termo que indica “situação crítica; acontecimento perigoso” 
enquanto urgência estaria relacionado a situações “que urgem; que são necessárias 
serem feitas com rapidez; indispensável, imprescindível”. Nas urgências 
odontológicas, o profissional pode ter tempo para conseguir planejar o caso, sem 
que isso comprometa a vida do paciente. Já as emergências, são situações clinicas 
perigosas, onde o cirurgião dentista não pode perder muito tempo e deve agir 
imediatamente (ANDRADE et al., 2011) 
De acordo com essas definições, concluímos que as ocorrências 
relacionadas à prática odontológica devem ser classificadas como urgências, uma 
vez que muito raramente a vida do paciente se encontra comprometida (SANCHEZ; 
DRUMOND, 2011). 
No atendimento das urgências odontológicas, tanto em consultório como em 
instituições de ensino, a procura do paciente é motivada, na maioria das vezes, por 
uma queixa de dor (KANEGANE et al., 2003). Segundo Torabinejad e Walton 
(1991), as urgências decorrentes de dor pulpar representam 51% dos atendimentos 
endodônticos. 
A dor é um sintoma clínico importante no diagnóstico, porém não permite 
estabelecer com precisão a extensão da inflamação pulpar e as possibilidades de 
reparação (ESTRELA, 2004). Apesar disso, segundo Oliveira (1994), a exploração 
da sintomatologia dolorosa, como forma de avaliação da vitalidade pulpar, deve 
constituir rotina durante o exame clinico. 
Para avaliar com exatidão a dor dentária, cabe ao profissional considerar 
também outros tipos de lesões que não as de origem endodôntica e assim, 
diferenciar dor de origem odontogênica e não odontogênica. Podemos citar, como 
exemplo, lesões agudas da cavidade oral, queimaduras, gengivites, doenças virais, 
distúrbios neurológicos, dor miofascial, entre outras (BENDER, 2000). 
14 
 
O diagnóstico e o plano de tratamento são essenciais para a prática da 
Odontologia, principalmente na Endodontia. O diagnóstico determina o tipo de 
patologia que envolve o dente. O plano de tratamento envolve a seleção apropriada 
de sinais e sintomas, determinando o nível de dificuldade do tratamento, a sua 
individualidade e sequência dos procedimentos, chegando no final ao 
restabelecimento da saúde e funcionalidade do dente (STEWART, 2005). 
Um plano de tratamento endodôntico bem sucedido depende do diagnóstico 
correto. Nas alterações da polpa dentária, as características necessárias para o 
estabelecimento das condições patológicas ficam restritas à anamnese, exame 
clínico, testes de sensibilidade pulpar e avaliação radiográfica. Isto ocorre pelo fato 
da polpa estar envolvida por paredes rígidas de dentina, fato que impede sua 
visualização direta durante o atendimento clínico (SILVA et al., 2008). 
O tratamento endodôntico de urgência deve ser priorizado, com o objetivo de 
aliviar a dor e controlar qualquer inflamação ou infeção que possa estar presente 
(CARROTE, 2004). Além disso, ele é considerado indispensável para diminuir a 
sintomatologia dolorosa que pode estar impedindo e dificultando as atividades dos 
indivíduos (DEUS, 2010). 
Apesar da existência da terapêutica medicamentosa para o alívio da dor, 
essa é uma opção dentre tantas possíveis para solucionar as dores de origem 
pulpar. Os tratamentos clínicos também fornecem grandes benefícios para o alívio 
da dor odontogênica, como pulpotomia, pulpectomia, incisão e drenagem e, em 
algumas situações, alívio oclusal. Na maioria das vezes, a escolha é feita de acordo 
com a experiência clínica (ROSENBERG, 2002). 
Desta forma, o objetivo desse trabalho é avaliar o conhecimento dos alunos 
que cursam a disciplina de “Urgências” doCurso de Graduação em Odontologia da 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), abordando principalmente 
questões diagnósticas pulpares comuns que aparecem nas urgências odontológicas. 
 
15 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
Diante de uma urgência odontológica, o Cirurgião-Dentista precisa estar 
capacitado para executar o procedimento mais adequado para cada caso, estando 
atento aos sinais clínicos e sintomas das patologias orofaciais mais comuns 
encontradas nesses atendimentos (BEZERRA et al., 2015). 
Rios e Queiroz (2017) avaliaram 44 cirurgiões dentistas através de um 
questionário. O objetivo foi mostrar a opinião destes profissionais sobre suas 
funções no serviço público odontológico de urgência municipal. Dentre as opções 
fornecidas, “aliviar as queixas de dor” e “atender pacientes com problemas dentários 
envolvendo trauma” foram as mais relatadas (82% e 66% respectivamente). 
Enquanto isso, a afirmação “atender às demandas de qualquer paciente” apresentou 
a menor taxa dentre os entrevistados (36%). 
Em 2012, Pinto et al. avaliaram 164 prontuários arquivados junto à ESF 
(Estratégia de Saúde da Família) Lourdes II, em Montes Claros, Minas Gerais. O 
estudo mostrou que dentre os fatores que motivaram a procura pelo atendimento de 
urgência odontológica na ESF, a dor foi a queixa predominante (78%), seguida pelo 
relato de sangramento na gengiva (8,5%), inchaço na gengiva (4,3%), sensibilidade 
no dente (4,3%), dente quebrado (3,7%) entre outros motivos (1,2%). 
Em outra pesquisa, Munerato, Flaminghi e Petry (2005) analisaram 918 
fichas e 1.138 atendimentos e comprovaram que o principal motivo que leva um 
paciente a procurar o atendimento de urgência, é a sensação de dor (57,3%). Além 
disso, relataram que 44,11% dos atendimentos foram motivados por problemas 
endodônticos, principalmente pulpite (34,73%) e abcesso periapical agudo (15,96%). 
A Endodontia é a especialidade que trata as alterações da polpa dentária e 
dos tecidos perirradiculares. O estudo e a prática dessa área englobam as ciências 
básicas e clínicas, incluindo a biologia da polpa normal, a etiologia, o diagnóstico, a 
prevenção e o tratamento das doenças e injúrias que atingem a polpa, associadas 
ou não, às alterações perirradiculares (WALTON; PASHLEY; OGILVE, 1989). 
O diagnóstico representa a base para a estruturação do tratamento 
odontológico, principalmente quando a queixa principal do paciente relaciona-se à 
dor de origem odontogênica (ESTRELA, 2004). 
Santos et al. (2011) realizaram um estudo com 49 prontuários. O objetivo foi 
avaliar o conhecimento dos acadêmicos de Odontologia em relação à correta 
16 
 
interpretação dos recursos semiotécnicos utilizados no diagnóstico endodôntico. Os 
autores concluíram que em 71,4% dos casos houve concordância entre a hipótese 
diagnóstica apresentada pelos alunos e a análise feita pelos autores. Além disso, 
fazendo o cruzamento entre a hipótese diagnóstica inicial (aluno) e a hipótese 
diagnóstica final (pesquisadores), o aluno diagnosticou corretamente apenas 27,3% 
dos casos de pulpite irreversível. Além disso, 72,7% dos casos de pulpite irreversível 
foram diagnosticados pelo aluno como sendo necrose pulpar. 
Seijo et al. (2013) aplicaram um questionário com questões abertas e de 
múltipla escolha em 115 alunos da graduação de Odontologia na Universidade 
Federal de Minas Gerais (UFMG). O objetivo do estudo foi avaliar a opinião dos 
alunos em relação aos conteúdos gerais durante o tratamento endodôntico. Os 
resultados mostraram que 74,8 % dos participantes classificaram a aprendizagem 
durante o tratamento como “boa”. Eles relacionaram essa condição à seleção dos 
pacientes, atrasos ou faltas dos pacientes, quantidade de treinamento clínico, 
orientação do professor, dificuldades ou falta de experiência clínica, número de 
tratamentos endodônticos realizados e tempo gasto durante os tratamentos 
endodônticos. 
Segundo Wannmacher et al. (2014) no protocolo de urgências em 
Odontologia da cidade de Porto Alegre, a consulta de urgência diferencia-se das 
consultas odontológicas de rotina, pois esta relacionada à resolução do que motivou 
a busca pelo atendimento. Desta forma haverá uma adequação da anamnese e 
exame do paciente, buscando, primordialmente, informações que possam influenciar 
a escolha da conduta. As características da dor e um breve relato do 
desenvolvimento da patologia devem ser averiguados. O exame clínico deve focar 
nos aspectos significativos sobre a patologia que motivou o atendimento. Na busca 
do diagnóstico, além das características clínicas, testes de vitalidade pulpar, pressão 
e percussão podem ser utilizados. Por fim, exames complementares devem ser 
realizados sempre que necessários. 
Um estudo retrospectivo foi realizado para identificar fatores clínicos e de 
diagnóstico associados com a dor de origem odontogênica. Foram selecionados 
1.765 pacientes que buscaram tratamento para dor odontogênica no Serviço de 
Urgência da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. De todas 
as urgências odontogênicas, as pulpites sintomáticas (28,3%) e as periodontites 
apicais de origem infecciosa (26,4%) foram as mais relatadas. A periodontite apical 
17 
 
sintomática de origem traumática (0,6%) foi a patologia menos relatada (ESTRELA 
et al., 2011). 
Desta forma, dentro das urgências endodônticas, o diagnóstico é 
fundamental. Além disso, as patologias mais comuns e mais relatadas nos serviços 
de urgência são: pulpite aguda irreversível, pericementite apical, abcesso periapical 
agudo e avulsão dentária. 
 
2.1 Pulpite Aguda Irreversível 
A maioria dos casos de urgência e dor de origem odontológica é causada 
por problemas de origem endodôntica, dentre as quais a pulpite irreversível 
sintomática é a mais comum (DOURADO et al., 2005). 
Esta condição pulpar denota estágio avançado de inflamação. A polpa foi 
submetida a uma agressão e apenas a remoção do agente patogênico não basta 
para cessar a dor. Assim, a polpa não apresenta condições de voltar ao estado de 
normalidade após a remoção da causa (LEONARDI et al., 2011). 
Iqbal, Kim e Yoon (2007) avaliaram 951 pacientes com situação de 
emergência e 997 em situações não emergentes por meio de um banco de dados. 
Os dados analisados foram referentes aos diagnósticos pulpares e periapicais, além 
de informações sobre sintomas de dor relatados pelos pacientes. Os resultados 
mostraram que 60% dos tratamentos endodônticos foram resultado da doença cárie. 
Assim, uma análise foi feita para determinar a relação da cárie com os diagnósticos 
de pulpite sintomática/assintomática e periodontite sintomática/assintomática. A 
possibilidade de a cárie ser o fator causal para condições pulpares sintomáticas foi 
quatro vezes maior do que para condições pulpares assintomáticas. Além disso, a 
dor aguda foi mais prevalente em casos de pulpite sintomática, quando comparado 
com casos de periodontite sintomática. Por outro lado, a dor maçante foi mais 
prevalente em condições periapicais sintomáticas. E por fim, complementou-se que 
os testes de percussão e palpação foram significativos no diagnóstico diferencial 
entre condições pulpares e periapicais. 
Quando presente, a dor associada a uma inflamação aguda da polpa pode 
ser provocada, localizada e persistir por um longo período de tempo, mesmo após a 
remoção do estímulo. Em casos mais avançados de inflamação pulpar, a dor pode 
ser pulsátil, excruciante, lancinante, contínua e espontânea (LOPES; SIQUEIRA 
JUNIOR, 2010). 
18 
 
Os testes térmicos com calor são positivos, exacerbando a dor, já que o 
calor causa vasodilatação, e potencializa a pressão tecidual. Já testes com frio, 
podem causar alívio da dor devido ao seu efeito vasoconstritor e anestésico. Além 
disso, no exame radiográfico o espaço do ligamento periodontal pode se apresentar 
normal ou ligeiramente espessado. Clinicamente, a resposta àpalpação apical e à 
percussão vertical pode ser negativa ou positiva (LOPES; SIQUEIRA JUNIOR, 
2010). 
Durante esta condição patológica, é comum o paciente relatar que a dor se 
torna mais intensa à noite. A justificativa está no fato de que ao deitar-se, a pressão 
pulpar interna aumenta e, como o tecido está inflamado, a dor exacerba (LEONARDI 
et al., 2011). 
Ricucci, Loghin e Siqueira Junior (2014) realizaram uma pesquisa com 95 
dentes extraídos. Com base nos critérios clínicos, os dentes foram categorizados 
como tendo polpa normal, pulpite reversível ou pulpite irreversível. Após o 
processamento para a análise histológica, as polpas foram caracterizadas como 
saudáveis, inflamadas reversivelmente e inflamadas irreversivelmente. Os dentes 
associados à pulpite irreversível apresentaram clinicamente dor intensa, provocada 
ou espontânea, contínua, latejante e difícil de localizar. Em alguns casos a dor era 
irradiada para outros lugares e os testes de sensibilidade deram respostas 
exageradas, não cessando após a remoção do estímulo. O teste de percussão na 
maioria das vezes foi negativo e radiograficamente a única evidência foi o aumento 
do espaço do ligamento periodontal. O diagnóstico clínico de pulpite irreversível 
correspondeu ao diagnóstico histológico para essa condição em 27 (84,4%) dos 32 
casos. Já o diagnóstico clínico de polpa normal/pulpite reversível correspondeu ao 
histológico em 57 (96,6%) dos 59 casos. 
Muitas vezes o diagnóstico de pulpite aguda irreversível pode ser confundido 
com o de abcesso dentoalveolar agudo. Como diagnóstico diferencial, a 
sensibilidade pulpar percebida pelos testes térmico e de cavidade diferencia essas 
duas patologias (KEINE et al., 2015). 
O tratamento da pulpite aguda irreversível consiste na remoção total do 
tecido pulpar inflamado (tratamento endodôntico convencional) ou na remoção 
parcial (tratamento endodôntico conservador) (LOPES; SIQUEIRA JUNIOR, 2010). 
Martins et al. (2014) analisaram 862 prontuários e mostraram que no 
diagnóstico de urgência, a pulpite irreversível sintomática é a mais frequente. Além 
19 
 
disso, observaram que a pulpectomia parcial foi o tratamento de urgência mais 
comum (14,5%), seguido da pulpectomia (12,3%). 
 
2.2 Pericementite Apical 
Para Abbott (2004), a periodontite apical é o termo que descreve o processo 
inflamatório periapical que ocorre em resposta à presença de microorganismos e 
outros agentes irritantes no sistema de canais radiculares. Apesar de muitas vezes 
não apresentar sintomatologia, essa condição patológica pode se exacerbar, e 
então, os sinais e sintomas podem vir a se tornar evidentes clinicamente. 
A pericementite apical aguda pode ter origem traumática ou bacteriana 
(Estrela, 2004). Podemos encontrar casos de pericementite apical aguda em dentes 
que apresentam restauração alta, dentes traumatizados, sobre-instrumentados, 
sobre-obturados, dentes que sofreram ação irritante de substâncias químicas 
durante o tratamento endodôntico ou pela presença de bactérias e suas toxinas 
(PÉCORA; SILVA, 2004). 
Quando ocorre a inflamação pulpar, há um aumento na pressão tissular e 
diminuição do fluxo sanguíneo, gerando necrose pulpar. Após isso, o envolvimento 
periapical é rápido, podendo gerar um quadro crônico ou agudo. Através da polpa 
necrosada, os microorganismos chegam à região periapical. Uma vez estabelecida 
esta condição, há duas conseqüências básicas: o surgimento de uma periodontite 
apical sintomática (aguda), geralmente com evolução para o abscesso periapical 
sintomático; ou uma periodontite apical assintomática (crônica), estabelecendo o 
desenvolvimento de uma lesão periapical (PÉCORA; SILVA, 2004). Quem determina 
se a evolução da pericementite apical será para um processo inflamatório de caráter 
exsudativo (abcesso dentoalveolar agudo) ou proliferativo (granuloma e cistos) são 
fatores locais e sistêmicos. Os locais são o número e virulência das bactérias e o 
diâmetro do forame apical, já o sistêmico está relacionado à resistência orgânica do 
hospedeiro (LEONARDI et al., 2011). 
A sintomatologia da periodontite apical aguda em dentes necrosados é 
relatada pelo paciente como sensação de “dente crescido”, dor contínua, pulsátil, 
agravada pela pressão e oclusão dos dentes. Os testes térmicos a quente e a frio 
apresentam-se negativos. No teste de percussão, o paciente pode apresentar 
sintomatologia e mobilidade. Radiograficamente, as condições são normais ou há a 
20 
 
presença de um leve espessamento do ligamento periodontal (LOPES; SIQUEIRA 
JUNIOR, 2010). 
A pericementite apical muitas vezes é confundida com o abscesso periapical 
agudo, já que este representa uma fase avançada do processo, com desintegração 
do tecido periapical. No diagnóstico diferencial das duas condições é necessário 
avaliar a história clínica e os sintomas, lançando mão dos testes de vitalidade pulpar 
(KIRCHHOFF; VIAPIANA; RIBEIRO, 2013). 
O tratamento imediato da periodontite apical aguda em dentes necrosados é 
o tratamento endodôntico. Para Peters, Wesselink e Moorer (1995), a terapia 
endodôntica é baseada na eliminação de bactérias dos canais infectados e na 
prevenção da re-infecção, sendo que os insucessos geralmente são causados por 
microorganismos resistentes que se localizam dentro dos túbulos dentinários. O 
protocolo para esses casos é cirurgia de acesso com irrigação abundante seguida 
do estabelecimento de patência foraminal, aplicação de medicação analgésica e 
anti-inflamatória no canal e selamento coronário. Além disso, deve-se realizar alívio 
oclusal e prescrição de analgésico e anti-inflamatório para posterior finalização do 
tratamento endodôntico (LOPES; SIQUEIRA JUNIOR, 2010). 
Nos casos de periodontite apical aguda em dentes com polpa vital, o 
tratamento consiste apenas no alívio oclusal e, caso necessário, prescrição de 
medicação analgésica (LOPES; SIQUEIRA JUNIOR, 2010). 
 
2.3 Abcesso Periapical Agudo 
Os abcessos são eventos de inflamação aguda, que resultam em dor e 
aumento do tecido gengival. Desta forma, o paciente deverá receber cuidados 
imediatos para alívio da dor, restabelecimento da função e da estética 
(RODRIGUES; CANGUSSU; FIGUEIREDO, 2015). 
O abcesso periapical agudo não apresenta fístula e é uma alteração 
inflamatória periapical associada à coleção purulenta, composta pela desintegração 
tecidual e caracterizada pela presença de exsudato no interior da lesão. Esta 
alteração é resultado da baixa resistência do hospedeiro, junto com o aumento do 
número e virulência dos microorganismos (ESTRELA, 2004). 
Necrose pulpar e presença de uma microbiota específica são fatores 
essenciais para o desenvolvimento dessa injúria. De acordo com os sinais e 
sintomas apresentados, é possível classificar os abcessos dentoalveolares agudos 
21 
 
em 3 fases: perirradicular ou primeira fase, intraóssea ou segunda fase e 
submucosa/subcutânea ou terceira fase. Apesar disso, existem muitas dificuldades 
para estabelecer os parâmetros de cada fase, permitindo o uso de um protocolo 
único de tratamento, tanto local quanto sistêmico (KEINE et al., 2015). 
Muitas vezes, esse tipo de lesão é confundido com lesões periodontais 
(abcesso periodontal). Para um adequado diagnóstico diferencial é necessário 
associar informações coletadas na história clínica, exame clínico e radiográfico. Para 
isso é de fundamental importância a avaliação dos sinais e sintomas, resultados dos 
testes de vitalidade pulpar, palpação e percussão, observar a presença de cáries e 
bolsas periodontais e realizar rastreamento de fístulas quando estiverem presentes 
(RODRIGUES; CANGUSSU; FIGUEIREDO, 2015). 
Nesta condição, o paciente queixa-se de dor espontânea, pulsátil, lancinante 
e localizada, podendo ou não apresentar evidências de envolvimento sistêmico, tais 
como linfadenite regional, febre e mal-estar. Na inspeção, verifica-se tumefação intra 
e/ou extra-oral,flutuante ou não e, em alguns casos, é possível ter mobilidade 
dentária e ligeira extrusão. Os testes de percussão e palpação apresentam-se 
positivos, devendo ser realizados com extrema cautela, visto que a sensibilidade 
pode ser exagerada. Radiograficamente, verifica-se apenas a presença de 
espessamento no espaço do ligamento periodontal, devido ao edema que extrui o 
dente do alvéolo (LOPES; SIQUEIRA JUNIOR, 2010). 
O tratamento do abscesso periapical agudo deve ser a drenagem da coleção 
purulenta e a eliminação do agente agressor. A drenagem pode ser realizada 
intracanal, por incisão da mucosa ou ambos (LOPES; SIQUEIRA JUNIOR, 2010). 
 Quando em fase aguda inicial, deve-se realizar a abertura do dente para 
esvaziamento do conteúdo do canal, tentativa de drenagem via canal, colocação de 
medicação intracanal e por fim selamento coronário. No estágio em evolução com 
presença de edema intraoral duro, a conduta é a mesma que a anterior e é 
recomendado não incisar e prescrever bochechos com água morna para evidenciar 
o ponto de flutuação. Já no estágio evoluído com tumefação mole, deve-se fazer 
tentativa de drenagem via canal, drenagem da região com uma incisão intra ou 
extraoral e prescrição de bochechos aquecidos para estimular a drenagem. Após 
isso, em todos os casos o tratamento definitivo é o endodôntico (RODRIGUES; 
CANGUSSU; FIGUEIREDO, 2015). A prescrição de antibióticos só deverá ocorrer 
em casos de febre, prostração, perda ou déficit de função ou quando o sistema 
22 
 
imune se encontra comprometido. Quando o tratamento local é executado 
adequadamente, a prescrição de antibióticos não fornece benefícios adicionais 
(KEINE et al., 2015). 
Segundo Soares e Goldberg (2011), é muito importante o Cirurgião-Dentista 
ter conhecimento dos aspectos clínicos do abcesso dentoalveolar agudo. Essa 
patologia caracterizada pela inflamação pulpar aguda e do periápice pode se 
propagar para tecidos moles e se disseminar para os espaços submandibulares, 
sublingual, e submentoniano, o que é extremamente perigoso para o paciente. Um 
abcesso dentoalveolar agudo não tratado pode evoluir para complicações sistêmicas 
como osteomielite, angina de Ludwig, dentes de Turner e até mesmo óbito 
(LEONARDI et al., 2011). 
 Em um estudo retrospectivo, Gonçalves et. al. (2013) avaliaram as 
características e o tratamento médico de pacientes que necessitam de 
hospitalização para o tratamento de infecções odontogénicas. Os autores 
concluíram que a dor (47,1%) foi o principal motivo da internação. Em sua maioria 
(86,3%) a dor foi causada pelo diagnóstico de abscesso dentoalveolar, com necrose 
pulpar como a causa inicial (67,5%). O sinal prevalente foi o edema submandibular 
ou facial (61,4%). O antibiótico mais prescrito foi penicilina G associada com 
metronidazol (25,3%). Em aproximadamente 58,7% dos casos houve regressão dos 
sinais e sintomas somente com antibioticoterapia e em alguns casos, a drenagem 
cirúrgica foi necessária (18,7%). Um caso de angina de Ludwig resultou em morte e 
o tempo médio de permanência hospitalar foi de 4,4 dias, sendo maior nos casos de 
angina de Ludwig. 
 
2.4 Avulsão Dentária 
A avulsão dentária é caracterizada pelo deslocamento total do dente para fora 
do alvéolo. Ele ocorre devido a um impacto traumático que pode causar danos nas 
estruturas do ligamento periodontal, osso alveolar, cemento e polpa dentária 
(SOUZA et al., 2013). 
Em um estudo realizado por Souza-Filho et al. (2009) através da avaliação 
513 traumatismos dentários de 172 pacientes no período de 2003 a 2006, foi 
observado que dentre as lesões de tecidos periodontais, as avulsões dentárias 
foram as mais frequentes, acometendo 29,63% (152) dos casos. 
23 
 
Beretta et al. (2017) avaliaram 101 socorristas através de um questionário. 
Eles mostraram que a maioria (73,3%) dos entrevistados possuía o conhecimento de 
que um dente avulsionado pode ser reimplantado, embora mais da metade (56,4%) 
indicou que somente o dentista pode realizar este procedimento. Os entrevistados 
não formaram um consenso quanto ao tempo ideal do dente fora do alvéolo. 
Os casos de avulsão dentária podem gerar a perda do dente. No entanto, a 
rapidez no reimplante pode favorecer o prognóstico (BERETTA et al., 2017). 
Quando o assunto é reimplante de dentes decíduos, sempre há divergência 
de opiniões quanto ao prognóstico. Segundo Poluha, Nascimento e Terada (2016) 
existem vantagens/indicações e desvantagens/contraindicações para o reimplante. 
As contra-indicações se baseiam no risco de danos ao dente permanente sucessor 
em desenvolvimento, como manchas hipoplásicas e mudanças morfológicas nas 
coroas. Além disso, os autores afirmaram que a perda de um incisivo decíduo tem 
pouca importância no que diz respeito à função mastigatória de crianças. 
Christophersen, Freund e Harild (2005) avaliaram o registro odontológico de 
4.238 crianças de três clínicas municipais de saúde bucal na Dinamarca. Em seu 
estudo, 30% dos dentes permanentes sucessores de dentes decíduos reimplantados 
tiveram distúrbios de desenvolvimento. Os autores afirmaram que o percentual ficou 
muito abaixo de outros estudos, e que uma possível justificativa para isso foi que a 
maioria das crianças que tiveram dentes avulsionados eram maiores de 4 anos. 
Quando a idade no momento da lesão foi comparada com a frequência de 
problemas no desenvolvimento, os resultados mostraram que quanto mais jovem a 
criança era, maior o risco de alterações nos sucessores permanentes. 
Em casos de avulsão dentária, o tempo de permanência extra-alveolar é um 
dos fatores críticos e determinantes para o sucesso do reimplante dental. É 
considerado ideal um intervalo de 60 minutos em meio seco, o que favorece a 
viabilidade das células do ligamento periodontal (SOUZA et al., 2013). 
Uma vez ocorrida a avulsão dentária, a vitalidade do ligamento periodontal é 
primordial para o sucesso do reimplante do dente avulsionado. Caso não seja 
possível o reimplante imediato, é recomendado que o mesmo seja armazenado em 
um meio úmido (ANDREASEN; ANDREASEN, 2001). Além disso, o paciente deve 
ser orientado a procurar imediatamente o dentista (MAIA et al., 2005). 
24 
 
Para um bom prognóstico do caso, os fatores críticos são: o meio de 
armazenamento e o intervalo de tempo até o reimplante (TZIGKOUNAKIS et al., 
2008). 
A solução salina equilibrada de Hanks® vem sendo considerada um ideal 
meio de armazenamento, sendo referência em casos de avulsão. Ela mantém a 
vitalidade do ligamento periodontal por até 24 horas (ISHIDA et al., 2014). 
O leite é considerado um meio favorável para o armazenamento, pois além 
de fácil acesso, diminui o risco de morte celular. Este meio apresenta pH e 
osmolaridade adequados, baixa contaminação bacteriana e presença de fator de 
crescimento epitelial (EGF) que estimula a proliferação e regeneração das células, 
diminuindo a probabilidade de anquilose. Apesar disso, ele perde sua eficácia após 
2 horas (ISHIDA et al., 2014). 
Em relação ao tempo que o dente ficou extra-alveolar, a Associação 
Americana de Endodontia (AAE) e a Associação Internacional de Traumatologia 
Dental (IADT) recomendam os seguintes procedimentos para realização do 
reimplante de dentes com ápice fechado: se o dente já chegar reimplantado, verificar 
apenas sua posição na arcada; se possuir um ressecamento menor que 60 minutos, 
limpar a raiz com soro fisiológico, caso esteja contaminada, e reimplantá-lo 
suavemente; se possuir um ressecamento maior que 60 minutos, remover o 
ligamento periodontal e imergir o dente em flúor por 5 minutos antes do reimplante. 
Já para o reimplante de dentes com o ápice aberto, as recomendações são: se o 
dente já chegar reimplantado, apenas verificar a posição na arcada; se possuir 
ressecamento menor que 60 minutos, limpar a raiz com soro fisiológico e imergi-lo 
em doxiciclina antes do reimplante; caso o dente possua um tempoextra-alveolar 
maior que 60 minutos, não reimplantá-lo (MAIA et al., 2005). Além disso, o 
reimplante de dentes decíduos avulsionados diante de um trauma é contra-indicado 
em virtude de possíveis seqüelas ao germe permanente da dentição subsequente 
(MAIA et al., 2005). 
A literatura enfatiza a necessidade de se realizar uma contenção passiva 
que permita movimentação fisiológica do elemento em seu alvéolo, com intervalo de 
10-14 dias. Dentes com formação radicular completa geralmente evoluem para 
necrose pulpar, devendo, nesses casos, ser iniciado o tratamento endodôntico após 
7-10 dias, por meio da extirpação pulpar e colocação de medicação intracanal à 
base de hidróxido de cálcio (SOUZA et al., 2013). 
25 
 
 
3 OBJETIVOS 
 
3.1 Objetivo Geral 
Avaliar o conhecimento dos alunos que cursam a disciplina de Urgências do 
Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina 
(UFSC), abordando principalmente questões diagnósticas pulpares comuns nas 
urgências odontológicas. 
 
3.2 Objetivos Específicos 
- Avaliar se os estudantes já realizaram o atendimento de alguma urgência 
endodôntica na UFSC; 
- Avaliar se os estudantes estão aptos e se sentem preparados para atender 
urgências endodônticas; 
- Demonstrar a importância da realização de um diagnóstico correto para a 
escolha do tratamento adequado; 
- Evidenciar a capacidade dos alunos de solucionarem corretamente as 
patologias pulpares e periapicais de urgência. 
26 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
 
4.1 Tipo de Pesquisa 
Este estudo se caracteriza como uma pesquisa transversal, observacional e 
de caráter descritivo e analítico. 
 
4.2 Amostra 
A amostra foi composta pelos alunos da nona e décima fase regularmente 
matriculados nas disciplinas/clínicas de Urgências da Universidade Federal de Santa 
Catarina - UFSC. Os alunos foram devidamente orientados sobre a pesquisa e, os 
que aceitaram participar, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido 
(Anexo 1), que foi aprovado pelo comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da 
Universidade Federal de Santa Catarina (Anexo 2). 
 
4.3 Instrumento de Pesquisa 
Para realização desse estudo, utilizou-se um questionário semi estruturado 
(Anexo 3), composto por 14 perguntas que avaliaram o conhecimento teórico dos 
estudantes sobre patologias pulpares e periapicais, assim como seus diagnósticos e 
conduta correta frente as mesmas. 
Este questionário é uma adaptação de outro questionário anteriormente 
utilizado em um trabalho de conclusão de curso (Douglas Pereira de Souza, 2016). 
 
4.4 Coleta de Dados 
O questionário semi estruturado foi aplicado pelos pesquisadores no intervalo 
da aula. O tempo médio para respondê-lo foi de 10 minutos. Junto com o 
questionário foi entregue um termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1) 
para cada participante, convidando-o a participar da pesquisa. 
 
4.5 Análise de Dados 
Foi realizada uma análise estatística descritiva, avaliando o desempenho dos 
alunos. As questões discursivas foram relatadas de forma resumida e conforme a 
importância para o trabalho. Todos os dados foram agrupados e gráficos de 
porcentagens foram utilizados para mostrar os resultados. 
 
27 
 
5 RESULTADOS 
 
Os resultados parciais da pesquisa foram baseados em 41 questionários 
respondidos pelos alunos regularmente matriculados nas disciplinas de Urgências 
da UFSC. Desses 41 questionários, 29 eram de alunos matriculados na nona fase e 
12 de alunos da décima fase. 
Nas questões discursivas, os alunos poderiam responder cada questão com 
mais de uma resposta. Os alunos foram questionados em relação ao que eles 
esperavam de um atendimento de urgência. As respostas mais prevalentes foram 
“sanar a dor do paciente” (17/41); “resolver a queixa principal do paciente” (15/41); 
“que o atendimento seja realmente uma urgência e não um tratamento eletivo” (8/41) 
e “resolução e efetividade” (7/41). As respostas menos expressivas foram “aprender 
a ter condutas corretas com o paciente, como realizar uma anamnese clara e 
objetiva”; “paciente apresentando dor insuportável”; “agilidade” e “paciente com 
muitas dores” (Gráfico 1). 
 
 
Gráfico 1: O que os alunos esperam de um atendimento de urgência 
 
 Quando questionados em relação a qual seria a maior dificuldade em atender 
um paciente de urgência, a maioria dos alunos relatou que seria a realização do 
diagnóstico (Gráfico 2). 
 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Sanar a dor do
paciente
Resolver a queixa
principal do paciente
Atendimento de
urgência - e não
eletivo
Resolução e
efetividade
Outros
N
ú
m
er
o
 d
e 
p
es
so
as
 
Respostas 
28 
 
 
Gráfico 2: Maior dificuldade dos alunos no atendimento de urgência 
 
Foi perguntado para os alunos qual a importância do atendimento de 
urgência para o Cirurgião-Dentista e, a maioria deles responderam: “para saber 
conduzir o paciente em situações não previsíveis”, “para adquirir experiência”, “para 
adquirir agilidade” e “para aprender a realizar diagnóstico e tratamento corretos” 
(Gráfico 3). 
 
 
Gráfico 3: Importância do atendimento de urgência para o Cirurgião-Dentista 
0
5
10
15
20
25
Limitações da
clínica da UFSC
Realiazação de
plano de
tratamento
imediato
Diagnóstico Decisão do
melhor
tratamento
Casos de
atendimento
eletivo
Anestesia em
quadros
inflamatórios
exacerbados
Outros
N
ú
m
er
o
 d
e 
p
es
so
as
 
Respostas 
0
2
4
6
8
10
12
14
Rotina nos
atendimentos
Saber conduzir o
paciente em
situações não
previsíveis
Adquirir
experiência
Aprender a
realizer
diagnóstico e
tratamento
corretos
Adquirir agilidade Outros
N
ú
m
er
o
 d
e 
p
es
so
as
 
Respostas 
29 
 
Quando questionados em relação ao atendimento das urgências 
endodônticas, 61% (25/41) responderam que se sentem preparados para conduzir 
sozinhos o atendimento. No entanto, 39% (16/41), não se sentem confiantes 
(Gráfico 4). 
 
 
Gráfico 4: Você se sente preparado para conduzir sozinho (a) um atendimento de urgência 
endodôntica? 
 
Os alunos foram questionados em relação ao grau de dificuldade de 
algumas fases do atendimento de urgência, como diagnóstico, tratamento, 
relacionamento com o paciente, planejamento e relacionamento com o professor 
supervisor. De todas essas etapas, foi percebido que 73% dos alunos (30/41) acham 
que a definição do diagnóstico é a etapa de maior dificuldade e 75,5% (31/41) 
avaliam um certo grau de dificuldade na definição do tratamento (Gráfico 5). 
 
61% 
39% 
Sim Não
30 
 
 
Gráfico 5: Relação entre grau de dificuldade e fases do atendimento de urgência 
 
Na avaliação sobre os motivos pelos quais o aluno buscou o estágio no 
serviço de Urgências da UFSC, 86% (33/38) acreditam ser pela importância em 
aprender diagnóstico, além de aumentar a agilidade no atendimento (55%). Também 
foi interessante perceber que os alunos não acreditam no retorno financeiro quando 
o assunto são as urgências (61%) (Gráfico 6). 
 
 
Gráfico 6: Motivos pelos quais os alunos procuram o estágio de Urgências 
0
5
10
15
20
25
30
35
Definição do diagnóstico Terapêutica/tratamento
que será instituído
Relacionamento com o
paciente
Planejamento do caso Relacionamento com o
professor supervisor
N
° 
d
e
 p
e
ss
o
as
 
Fases do atendimento 
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5
0
5
10
15
20
25
30
35
Obter
experiência em
diagnóstico
Ganhar
agilidade no
atendimento
Realizar novos
procedimentos
Aliviar
condição
dolorosa dos
pacientes
Complementar
o conteúdo
teórico
recebido
Retorno
financeiro
Disponibilidade
de horário
N
° 
d
e 
p
es
so
as
 
Motivos 
Grau 1 Grau 2 Grau 3 Grau 4 Grau 5
31 
 
Em relação às medidas mais eficientes para se obter um diagnóstico mais 
preciso, 65,8% dos alunos (27/41) acreditam que é importante obter a maior 
quantidade de informações subjetivas e objetivas possível. E 12% (5/41) acreditam 
que é importantediscutir o caso com um supervisor ou colega. 
Os alunos também foram questionados em relação a ter atendido algum tipo 
de urgência nos períodos anteriores, antes de ter contato com a disciplina de 
Urgências. Dos 41 alunos da pesquisa, 73,1% (30/41) responderam que sim e 
26,9% (11/41) responderam que não (Gráfico 7). 
 
Gráfico7: Atendimento de urgência endodôntica nas clínicas anteriores (clínicas I, II ou III) 
 
Em relação a incerteza sobre o diagnóstico de dor do paciente, 32% (14/41) 
responderam que nesses casos eles solicitam a ajuda de um colega ou professor e 
apenas 12% (5/41) repetiriam ou analisariam novamente os exames 
complementares (Gráfico 8). 
 
73% 
27% 
Sim Não
32 
 
 
Gráfico 8 : Após realizar os exames clínicos e complementares e diante da incerteza sobre o 
diagnóstico de dor do paciente, qual a sua conduta mais provável? 
Todos os alunos (100%) responderam ser importante saber a conduta 
correta a ser tomada frente às urgências em endodontia. 
No questionário, também foram colocados casos clínicos relacionados à 
urgência, para avaliar o conhecimento dos alunos. Uma das perguntas relacionava 
diagnóstico de várias urgências endodônticas ao plano de tratamento correto para 
cada uma delas. Nesse caso, 68,2% dos alunos (28/41) conseguiram responder 
corretamente a questão. 
Na questão clínica relacionada ao tratamento de periodontite 
(pericementite) apical aguda de origem bacteriana, 48,7% dos alunos (20/41) 
conseguiram responder corretamente a questão. 
Na questão clinica relacionada ao tratamento de pulpite aguda irreversível, 
56% dos alunos (23/41) conseguiram responder corretamente a questão. 
Na questão clínica relacionada ao tratamento da avulsão dentária, 78% dos 
alunos (32/41) conseguiram responder corretamente a questão. 
12% 
23% 
32% 
5% 
28% 
Repetir ou analisar novamente os exames complementares
Realizar nova anamnese mais detalhada
Solicitar ajuda de colega ou professor
Dispensar o paciente e estudar melhor o caso
Eliminar prováveis causas da dor e acompanhar o paciente
33 
 
6 DISCUSSÃO 
 
A escassez de estudos que avaliassem o nível de conhecimento dos alunos 
da graduação de Odontologia sobre urgências clínicas, especialmente endodônticas, 
foi o fator motivador desse estudo. Este trabalho visa trazer melhorias para as 
disciplinas do curso de Odontologia da UFSC e, consequentemente, para o 
tratamento dos pacientes. 
Quando os alunos foram questionados sobre o que esperavam de um 
atendimento de urgência, 41,4% (17/41) citaram “sanar a dor do paciente”. Esse 
dado foi semelhante ao apresentado por Rios e Queiroz (2017), onde 82% dos 
voluntários acreditavam que “aliviar as queixas de dor do paciente” era sua principal 
função no serviço odontológico de urgência. Ambos os achados corroboram com 
outros estudos que mostram que a dor é o principal fator que motiva o paciente a 
procurar atendimento de urgência (PINTO et al., 2012) (MUNERATO; FLAMINGHI; 
PETRY, 2005) (KANEGANE et al., 2003). 
No nosso estudo, os alunos não concordam em realizar tratamentos eletivos 
nos serviços de urgência, o que também vai de acordo com Rios e Queiroz (2017). 
Também foi questionado aos alunos se eles se sentiam preparados para 
atender urgências endodônticas por conta própria, e 61% (25/41) responderam que 
“sim”. Apesar de a maioria se sentir apta, um número significativo (16/41 – 39%) 
ainda se mostra desconfiante, o que é um dado preocupante para esse estudo, já 
que os alunos participantes da pesquisa estavam próximos de finalizar a graduação. 
Tal informação também pode ser vista no estudo de Seijo et al. (2013) que avaliaram 
a opinião dos estudantes brasileiros de Odontologia sobre a aprendizagem em 
endodontia, e constataram a baixa autoconfiança dos alunos ao realizarem 
procedimentos endodônticos. Nos achados desse estudo, as principais dificuldades 
relatadas pelos alunos foram o acesso e identificação dos canais radiculares, 
exploração e modelagem de canais curvos e estreitos, realização de tomadas 
radiográficas, instalação do isolamento absoluto e definição do comprimento de 
trabalho. 
Na questão que abordava os motivos pelos quais os estudantes procuraram 
o estágio de Urgências, 86% (33/38) dos entrevistados responderam ter sido para 
obter experiência em diagnóstico e 55% para aumentar a agilidade no atendimento. 
34 
 
Esses dados novamente corroboram com o estudo de Seijo et al. (2013), onde ficou 
claro que as dificuldades encontradas durante um atendimento endodôntico, eram 
causadas principalmente pela falta de experiência clínica e agilidade. 
Quando questionados sobre o grau de dificuldade de algumas fases do 
atendimento de urgência, 73% dos alunos (30/41) concordaram que a definição do 
diagnóstico é a etapa mais difícil. Esses dados corroboram com outros estudos que 
afirmam que a construção do diagnóstico é uma tarefa bastante desafiadora para o 
Cirurgião-Dentista, já que a polpa dentária é envolta por paredes de dentina e não é 
visível clinicamente (SILVA et al., 2008) (SANTOS et al., 2011). Além disso, deve-se 
salientar a importância do diagnóstico para planejar a terapia de acordo, visto que 
muitos dentes endodonticamente comprometidos são ignorados por não serem 
identificados com precisão (LOBPRISE & BLOOM, 2001). 
No nosso trabalho 65,8% (27/41) dos voluntários mostraram que para se 
obter um diagnóstico mais preciso, é importante coletar a maior quantidade de 
informações subjetivas e objetivas possível. Esses resultados vão de acordo com o 
estudo de Silva et al. (2008) que afirmaram que para a realização de um diagnóstico 
correto sobre as alterações da polpa dentária humana, os dados da anamnese são 
fatores imprescindíveis, bem como exame clínico, testes de sensibilidade pulpar e 
avaliação radiográfica. Contudo, sabe-se que o real estado inflamatório da polpa 
dentária só pode ser determinado através da biópsia e da avaliação histológica da 
mesma (SELTZER; BENDER; NAZIMOV, 1965). 
No questionário aqui aplicado, também haviam questões simulando casos 
clínicos para avaliar o desempenho dos alunos frente aos mesmos. 
Quando a questão relacionava casos de urgência endodôntica (pulpite 
aguda irreversível, abcesso periapical agudo e pericementite traumática) com o 
plano de tratamento correto para cada uma delas (uso de medicação intra-canal), 
68,2% (28/41) dos participantes responderam corretamente a questão. Apesar de o 
índice de acerto ter sido maior que 50%, ainda é um valor preocupante, visto que o 
sucesso da terapia endodôntica está intimamente relacionado à medicação 
intracanal empregada. Além do mais, ainda que muitos profissionais realizem o 
tratamento do sistema de canais radiculares em sessão única, há casos onde existe 
a necessidade de desinfecção química adicional (ROSA et al., 2011). 
Na questão clínica relacionada ao tratamento da pulpite aguda irreversível, 
56% dos alunos (23/41) conseguiram responder corretamente a questão. Apesar de 
35 
 
a maioria ter respondido adequadamente, o número de erros é significativo, o que 
vai de acordo com Santos et al. (2011) que avaliaram o conhecimento dos 
acadêmicos de Odontologia sobre diagnóstico endodôntico. Neste estudo, eles 
observaram que apenas 27,3% dos casos de pulpite aguda irreversível foram 
diagnosticados corretamente pelos alunos e que 72,7% dos casos de pulpite aguda 
irreversível foram diagnosticados como necrose. 
Na questão sobre o tratamento da avulsão dentária, 78% dos alunos 
conseguiram responder corretamente a questão, concordando que não se deve 
reimplantar dentes decíduos. Isso vai de acordo com o estudo de Maia et al. (2005), 
onde os autores afirmaram que o reimplante de dentes decíduos é contra-indicado 
devido as possíveis sequelas aos germes dos dentes permanentes da dentição 
subsequente. Por outro lado, segundo Christophersen, Freund e Harild (2005) que 
avaliaram registros de 4.328 criançasde três clínicas municipais na Dinamarca, 
apenas 30% dos dentes permanentes sucessores de dentes decíduos reimplantados 
tiveram distúrbios de desenvolvimento. Essa divergência mostra o quanto o assunto 
ainda é discutido por autores e que outros fatores podem influenciar na falha de 
desenvolvimento dos sucessores permanentes, como idade no momento do trauma 
(CRISTOPHERSEN; FREUND; HARILD, 2005). 
 Poluha, Nascimento e Terada (2016) propuseram que existem 
vantagens/indicações e desvantagens/contra-indicações para o reimplante de 
dentes decíduos. As vantagens/indicações se resumem à manutenção da estética 
da dentição normal, mantimento de espaço na arcada e situações onde a ausência 
de lesão ao sucessor permanente pela manobra do reimplante do dente decíduo, é 
esperada. Já as desvantagens/contra-indicações giram em torno do risco de dano 
ao germe do dente permanente sucessor, necessidade de tratamentos adicionais 
após o reimplante e insignificância da presença de um incisivo decíduo para sucesso 
da função mastigatória. 
 Reforça-se então, a necessidade de treinamento em diagnóstico clínico para 
os alunos nas disciplinas de Odontologia da UFSC, visto que essa parece ser a 
principal dificuldade dos estudantes durante os atendimentos. Dessa maneira, o 
tratamento fornecido aos pacientes também melhorará. Além disso, ressaltamos a 
importância do conhecimento em situações de urgências endodônticas, visto que 
elas são as principais causas dos atendimentos dos serviços de urgência 
36 
 
(TORABINEJAD; WALTON, 1991) (MUNERATO; FLAMINGHI; PETRY, 2005) 
(ESTRELA et al., 2011) (DOURADO et al., 2005). 
 
37 
 
7 CONCLUSÃO 
 
De acordo com os achados do presente estudo, concluiu-se que a maioria 
dos alunos já havia atendido uma urgência endodôntica nas clínicas anteriores ao 
estágio de Urgências, e que se sentem aptos a conduzir um atendimento de 
urgência sozinhos. 
Além disso, foi comprovado que de todas as fases que compõem um 
atendimento urgencial, a construção do diagnóstico é a etapa em que os alunos 
possuem maior dificuldade e que julgam ser a mais importante; afinal um diagnóstico 
preciso é o que leva a um plano de tratamento bem sucedido. 
Mesmo perto do fim da graduação, os alunos ainda possuem dificuldades 
em certos temas relacionados ao atendimento de urgência, o que sugere que eles 
necessitam ter mais conhecimento associado a maior quantidade de treinamento 
clínico sobre esse assunto. 
Para finalizar, o atendimento de urgência tem grande importância na 
formação dos graduandos de odontologia, pois neste tipo de atendimento eles 
aprendem a lidar com situações imprevisíveis e adquirem experiência e agilidade. 
 
38 
 
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s_odontologia_a5.1.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2018. 
 
44 
 
9 ANEXOS 
9.1 Anexo 1: Ata de apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
45 
 
9.2 Anexo 2: Termo de consentimento livre e esclarecido dos pacientes 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
Você está sendo convidado, por mim Juliana Dias Dutra (aluna de 
Graduação em Odontologia da UFSC), a participar de uma pesquisa intitulada 
“Avaliação do nível de conhecimento dos alunos do curso de odontologia da 
UFSC sobre urgências endodônticas” que tem como objetivo avaliar o nível de 
preparo dos alunos participantes da clínica de Urgências da UFSC em diagnóstico 
endodôntico e condutas clínicas sobre o mesmo assunto. 
Para isso, precisamos aplicar e analisar os dados do questionário escolhido 
por mim neste trabalho e apresentado no Anexo 3. Respondendo o questionário, 
você não terá nenhum prejuízo ou desconforto. 
Sua participação é voluntária e caso não queira participar da pesquisa 
respondendo ao questionário, isso não lhe trará nenhum problema. Também é 
garantida a liberdade de retirada deste consentimento a qualquer momento e que 
deixe de participar do estudo, sem qualquer prejuízo. Se você estiver de acordo em 
participar desta pesquisa, garantimos que ela será utilizada somente neste trabalho, 
e que não haverá ligação entre as respostas obtidas e o participante. 
Além disso, será garantido o sigilo, o respeito e a privacidade dos 
participantes, assim como a garantia de indenização diante de eventuais danos 
decorrentes da pesquisa, de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho 
Nacional de Saúde. 
O pesquisador se responsabiliza por eventuais riscos e desconfortos 
decorrentes da participação da pesquisa, além dos benefícios e indenizações que 
possam vir a ocorrer por consequência, ainda que sejam empregadas providencias e 
cautelas para evitar e/ou reduzir efeitos e condições adversas que possam causar 
dano. 
46 
 
Não haverá benefício direto para o paciente. No entanto, ao final da 
pesquisa será possível avaliar o nível de conhecimento dos alunos do curso de 
Odontologia da UFSC sobre urgências endodônticas e descobrir se os mesmos 
saem da faculdade preparados para diagnosticar e solucionar questões sobre esse 
tema. 
Em qualquer momento você poderá entrar em contato comigo pelo telefone 
(48) 999003293 ou pelo e-mail: julianadiasdutra@hotmail.com, nos quais estarei 
disponível para fornecer todas as informações e dúvidas a respeito deste estudo, 
tendo você o direito de retirar o seu consentimento de participação. O presente 
documento, que estará sendo assinado, caso concorde em participar do estudo, é 
confidencial. Você receberá uma cópia desse consentimento, onde consta o 
endereço e o telefone do pesquisador principal. 
Dúvidas sobre a pesquisa envolvendo princípios éticos poderão ser 
questionadas ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFSC localizado no Prédio 
Reitoria II, 4° andar, sala 401, R: Desembargador Vitor Lima, nº 222, Trindade, 
Florianópolis/SC. Contato: (48) 3721-6094; cep.propesq@contato.ufsc.br. Horário de 
funcionamento: 2ª a 6ª feira – 10:00 às 12:00h e 16:00 às 18:00h. Equipe da 
Secretaria: Angélika Puskás – Técnico-Administrativo em Educação. 
Se não há qualquer dúvida em relação a esta pesquisa e se concorda em 
participar, solicitamos que assine este Termo de Consentimento. Agrademos desde 
já a sua atenção e sua colaboração e colocamo-nos a sua disposição para 
quaisquer esclarecimentos. 
Juliana Dias Dutra - (48) 99003293 / julianadiasdutra@hotmail.com 
Thais Mageste Duque - (19) 98183-1889 / (48) 3721-5840 
Florianópolis, _____, de ________________ de 2018. 
 
______________________________________________ 
Assinatura do Participante de pesquisa/Responsável Legal 
 
______________________________________________ 
Juliana Dias Dutra – Pesquisadora/ Discente de Odontologia 
 
______________________________________________ 
Thais Mageste Duque – Pesquisadora/ Docente de Odontologia 
47 
 
 
48 
 
 
9.3 Anexo 3: Parecer do comitê de ética 
 
 
49 
 
 
50 
 
 
51 
 
 
 
52 
 
9.4 Anexo 4: Questionário 
 
 Prezado voluntário, 
Este questionário visa coletar informações sobre a sua autopercepção e 
conhecimento quanto aos atendimentos de urgências endodônticas. Todas as 
questões devem ser respondidas respeitando o enunciado de cada uma. Por 
favor, NÃO DEIXE QUESTÕES EM BRANCO, pois suas respostas são muito 
importantes para toda a equipe de pesquisadores. O sigilo das suas respostas 
será garantido. 
 
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 
Idade: ______ 
 
1. O que você espera de um atendimento de urgência? 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
2. Qual a maior dificuldade em atender um paciente de urgência? 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________ 
 
3. Por que o atendimento de urgência é importante para o cirurgião dentista? 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________ 
 
4. A partir dos conhecimentos adquiridos nos semestres anteriores, você se 
sente preparado para conduzir sozinho(a) um atendimento de urgência 
endodôntica? 
53 
 
( ) Não ( ) Sim 
 
5. Classifique em ordem crescente (1 – menos significativo, 5 – mais 
significativo) o grau de dificuldade das seguintes fases do atendimento de 
urgência: 
( ) Definição do diagnóstico 
( ) Terapêutica/tratamento que será instituído 
( ) Relacionamento com o paciente 
( ) Planejamento do caso 
( ) Relacionamento com o professor supervisor 
 
6. Classifique por ordem de importância (1 – menos importante, 5 - mais 
importante) os motivos pelos quais você buscou o estágio no serviço de 
urgência da UFSC: 
 
( ) Obter experiência em diagnóstico 
( ) Ganhar agilidade no atendimento 
( ) Realizar novos procedimentos 
 ( ) Aliviar a condição dolorosa dos pacientes 
( ) Complementar o conteúdo teórico recebido 
( ) Retorno financeiro 
( ) Disponibilidade de horário 
 
54 
 
7. Na sua concepção, qual das medidas a seguir seria mais eficiente para se 
obter o diagnóstico mais preciso sobre a condição do paciente? (Poderá ser 
marcado até duas opções) 
( ) Obter a maior quantidade de informações subjetivas e objetivas possível 
( ) Conhecer antecipadamente as manifestações da doença e sua evolução 
( ) Ter realizado muitos diagnósticos anteriormente (experiência clínica) 
( ) Discutir o caso com um supervisor ou colega 
( ) Solicitar e interpretar adequadamente os exames clínicos e complementares 
disponíveis 
 
8. No decorrer do curso, você já atendeu alguma situação de urgência 
endodôntica na clínica odontológica (Clínicas I, II ou III)? 
( ) Sim ( ) Não 
Em caso afirmativo, qual o tipo de urgência endodôntica e qual a conduta que 
foi tomada? 
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________ 
 
9. Realizados os exames clínicos e complementares, diante da incerteza sobre 
o diagnóstico de dor do paciente, apontar qual seria a sua conduta mais 
provável: 
( ) Repetir ou analisar novamente os exames complementares 
( ) Realizar nova anamnese mais detalhada 
( ) Solicitar ajuda de colega ou professor 
55 
 
( ) Dispensar o paciente e estudar melhor o caso 
( ) Eliminar prováveis causas da dor e acompanhar o paciente 
 
10. Que nível de importância tem para o estudante de odontologia saber a 
conduta mais correta que deve ser tomada frente às urgências em 
endodontia? 
(A) Muito importante 
(B) Pouco importante 
(C) Irrelevante 
(D) Não sei responder 
 
11. Analise a tabela a baixo e associe as duas colunas. 
 
12. Você iniciou o tratamento endodôntico um dia atrás (acesso, esvaziamento e 
medicação intracanal com tricresolformalina) de um paciente adulto 
diagnosticado com periodontite (pericementite) apical aguda de origem 
DIAGNÓSTICO 
1 Pulpite aguda irreversível 
2 Abscesso dentoalveolar agudo em fase 
inicial 
3 Periodontite apical aguda (Pericementite 
apical aguda) de origem traumática 
4 Abscesso dentoalveolar agudo em fase 
evoluída 
MEDICAÇÃO DE URGÊNCIA 
( ) Otosporin 
( ) Tricresol formalina 
( ) Sem necessidade de 
medicação 
( ) Tricresol formalina 
56 
 
bacteriana. No entanto, o mesmo o procurou hoje, pois sentia dor aguda no 
dente em tratamento e aumento de volume extraoral. Qual seria a conduta de 
urgência diante do caso? *durante a anamnese o paciente não relatou alergia 
medicamentosa. 
(A) Prescreve analgésicos, bochechos com água morna e compressas 
quentes. 
(B) A prescrição de analgésicos e compressas frias na região do edema é 
suficiente para estagnar o caso, pois uma nova instrumentação poderia 
levar uma exacerbação do mesmo. 
(C) Realizaria uma nova intervenção endodôntica e prescreveria antibiótico. 
(D) Prescreveria antibiótico e analgésico e acompanharia o paciente. 
(E) Não saberia como prosseguir e encaminharia o paciente para um 
especialista. 
 
13. Paciente adulto apresenta dor intensa, pulsátil, contínua no dente 25 e que 
quando abaixa a cabeça ou deita piora. Utilizou analgésico, mas não surtiu 
efeito. Qual a sua conduta de urgência? 
(A) Anestesia, acesso, remoção parcial do conteúdo pulpar, colocação de 
bolinha de algodão estéril, selamento provisório e prescrição de anti-
inflamatório. 
(B) Anestesia, acesso, colocação de medicação intracanal (tricresol 
formalina), selamento provisório e prescrição de anti-inflamatório. 
(C) Anestesia, remoção do cariado, tratamento expectante, selamento 
cavitário e prescrição de anti-inflamatório e antibiótico. 
(D) Anestesia, acesso, remoção do tecido pulpar, hemostasia, colocação de 
medicação intracanal (corticosteroide), selamento e prescrição de anti-
inflamatório. 
57 
 
(E) Não saberia como prosseguir e encaminharia o paciente para um 
especialista. 
 
14. Frente a uma avulsão dentária traumática em dente decíduo e permanente 
você: 
(A) Não reimplanta em hipótese alguma o primeiro, pois é contraindicado pelo 
risco de prejudicar o germe permanente e reimplanta o segundo levando 
em consideração o tempo decorrido desde o trauma, o meio de 
conservação do dente, estado do alvéolo, o local da queda e o estágio de 
formação radicular. 
(B) Não reimplanta o primeiro, pois é contraindicado pelo risco de prejudicar o 
germe do permanente e só reimplante o segundo, quando o elemento 
avulsionado vier bem acondicionado, isto é, transportado ao consultório 
somente na boca em região de vestíbulo. 
(C) Reimplanta sempre o dente decíduo e prescreve antibiótico e anti-
inflamatório ao paciente. Não reimplanta o dente permanente quando 
decorrido mais de 30 minutos desde o acidente ou quando o dente estiver 
seco. 
(D) Reimplanta sempre o dente decíduo e acompanha o paciente. Reimplanta 
o dente permanente independentemente do tempo fora da boca, desde 
que a formação apical esteja incompleta. 
(E) Não reimplanta o dente decíduo pois logo irromperá o dente permanente. 
Não reimplanta o dente permanente quando decorridas mais de duas 
horas do acidente. 
(F) Não saberia conduzir o caso e encaminharia o paciente para um 
especialista.

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