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CONTESTAÇÃO PRÓPRIO (horas extras desvio de função e ressarcimento uso de celular)

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Flavio Galdino
	Isadora Almeida
	Jordano Fernandes
	Luíza Valle
	Giovana Sosa Mello
	Sergio Coelho
	Pablo Cerdeira
	Roberta Maffei
	Thays Tagliari
	Bruna Vilanova Machado
	Rafael Pimenta
	Rodrigo Saraiva P. Garcia
	Tomás Martins Costa
	Bruna Silveira
	Gabriel Fernandes Dutra
	Eduardo Takemi Kataoka
	Luiz Eduardo Brito Chaves
	Vanderson Maçullo
	Ana Paula Barbato
	Ana Elisa Silva Corrêa
	Luiz Roberto Ayoub
	Thiago Gonzalez Queiroz
	Jacques Rubens
	Jorge Luis Costa
	Bruna Gallucci Ortolan
	Gustavo Salgueiro
	Yasmin Paiva
	Manoela Moreira
	Fernanda Weaver
	Victor Silva Castro
	Diogo Rezende de Almeida
	Fernanda Medina Pantoja
	Livia Tostes
	Ana Beatriz Carmello
	Caroline Rabello Müller
	Rodrigo Candido de Oliveira
	Júlia Danziger
	Amanda Frigerio
	Bettina Wermelinger
	Beatriz Pacheco Villar
	Cristina Biancastelli
	Luan Gomes
Evandro Menezes de Carvalho
	Sávio Capra
	Lucas Amaral
	Rafaela C. Freitas
	Isabel Picot França
	Evandro Menezes de Carvalho 
	Isabella Costa
	Thiago Merhy
	Bruno F. Aust Augusto 
	Marcelo Atherino
	Dione Assis
	Raianne Ramos
	Gabriela Bellido
	
	Marta Alves
	Isabela Rampini
	Ana Gasparine
	Gabriela Burmeister
	
	Filipe Guimarães
	Luciana Machado
	Yuri Athayde
	Fernanda Drugowich
	
	Cláudia Maziteli Trindade
	Vanessa F. F. Rodrigues
	Lucas Ferreira
	Gabrielle Mussauer
	
	Pedro Murgel
	Milene Moreno
	Leonardo Mattia
	Daniel Araujo
	
	Gabriel Barreto
	Julianne Zanconato
	Isabela Augusta Xavier
	Bruna Fortunato
	
	Felipe Brandão 
	Ivana Harter
	Letícia Campanelli
	Jeniffer Gomes
	
	Adrianna Chambô Eiger
	Beatriz Capanema
	Rafael Dantas
	Julia Cola
	
	Mauro Teixeira de Faria 
	Claudia Tiemi Ferreira
	Manuela Coccarelli
	Paula Regina Brendolan
	
	Wallace Corbo
	Bruno Duarte
	Paula Ocké
	Ramon Barbosa Baptistella
	
	André Furquim Werneck
	Fernanda David
	Bianca Barros
	Giovanna Salviano Santos
	
EXMO. SR. DR. JUIZ DA 1ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO - 2ª REGIÃO
Proc. nº 1001502-49.2022.5.02.0601
	TENDA NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS S/A, sociedade com sede na Rua Boa Vista, nº 280, pavimentos 8º e 9º, Centro, São Paulo, SP, CEP 01014-908, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda (CNPJ/MF) sob o nº 09.625.762/0001-58, vem, por seu representante legal, nos autos da reclamação trabalhista que lhe move PAULO JOSÉ DE PAULA, vem, perante essa Vara do Trabalho, por sua advogada abaixo assinada, apresentar contestação, pelas razões abaixo expostas:
INICIALMENTE
1. Inicialmente requer a V. Exa. se digne determinar sejam as intimações, notificações, citações e publicações realizadas exclusivamente na pessoa da advogada MARTA CRISTINA DE FARIA ALVES, inscrita na OAB/RJ sob o nº 150.162, com escritório na Av. Rio Branco, 138, 11º andar, Centro, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20.040-002, sob pena de nulidade.
DO REQUERIMENTO DE SIGILO NA DEFESA
1. 
2. A ré requer que seja mantido o sigilo da peça contestatória até a realização da audiência, haja vista que a legislação trabalhista vigente determina que a defesa será apresentada em audiência, caso não haja acordo, consoante disposto no art. 847 da CLT. Além disso, o art. 844, do mesmo diploma legal, prevê o arquivamento do processo em caso de ausência da parte Autora, o que só é possível se a defesa ainda não estiver disponibilizada, caso em que se aplicaria a pena de confissão.
3. Não obstante, entende a ré que a citação na Justiça do trabalho é ato meramente cartorário e que o saneamento do processo se dá apenas em audiência, razão pela qual se faz necessário manter o sigilo até este momento.
A PETIÇÃO INICIAL
4. Pretende o Reclamante, por meio da presente ação, obter (i) horas extras; (ii) desvio de função; (iii) ressarcimento por uso de celular particular; (iv) gratuidade de justiça; e (x) honorários advocatícios.
5. Sustenta, para tanto, que foi contratado em 08/09/2020, para exercer a função de almoxarife e dispensado sem justa causa em 01/07/2022.
6. Entretanto, consoante se demonstrará a seguir, a pretensão do Reclamante não merece prosperar.
DO JUÍZO 100% DIGITAL
4. Desde já a Contestante informa que DISCORDA da tramitação da presente ação pelo “Juízo 100% Digital”.
ESPECIFICAÇÃO DE PROVAS
5. 
6. 
7. 
8. A Reclamada afirma ter interesse na produção de prova oral (depoimento pessoal do Autor e oitiva de testemunhas), relacionadas aos pedidos em cotejo.
9. Ainda que se entenda que é ônus da parte autora a prova de suas assertivas, o fato é que também se faz imprescindível a produção de contraprova.
10. Por fim, a Reclamada manifesta seu interesse em levar testemunhas à audiência, na forma do art. 825, CLT.
PRELIMINARMENTE
DAS INÉPCIAS DA PETIÇÃO INICIAL
16. Preliminarmente, argui a Ré a inépcia da petição inicial, com relação aos pedidos elencados abaixo:
Do desvio de função
17. Genérica a informação do Autor acerca do desvio de função, aduzindo que durante todo contrato de trabalho exerceu função de ajudante, sem, contudo, informar quais eram as atividades exercidas por ele capaz de ensejar o referido desvio.
IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DE JUSTIÇA
1. 
21. Ignorando as disposições legais constantes no artigo 790, parágrafo 3º e 4º da CLT, o autor requer que lhe seja deferido o benefício da gratuidade de justiça, contudo, não atende aos requisitos previstos no referido diploma legal, uma vez que não comprovou a insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.
22. Vejamos o disposto no artigo 790, § 3º e 4º da CLT:
“Art. 790 – Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
(...)
§ 3º - É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que percebem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social.
§ 4º - O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo”.
23. Com a alteração trazida pela lei 13.467/2017, não cabe mais à parte tão somente declarar sua hipossuficiência econômica. Deve comprovar com necessária robustez a insuficiência financeira capaz de afastar eventual condenação a ela imposta.
24. Desta forma, impõe-se o indeferimento do pedido de gratuidade de justiça.
MÉRITO
DA JORNADA DE TRABALHO – INDEVIDAS HORAS EXTRAS
25. Em síntese, alega o Reclamante que sua jornada contratual era das 07h às 18h, de segunda à sábado, com 1h de intervalo intrajornada.
26. Salienta-se, que nada comprova o Autor quanto ao alegado, ônus que lhe competia por força do art. 818, da CLT.
27. Pois bem, impugna a ora Contestante o horário informado pelo Reclamante, visto que seu horário de labor era das 07h às 16h, de segunda à sexta e das 07h às 11h, sempre com 1h de intervalo para descanso e refeição, conforme se verifica do contrato de trabalho e cartões de ponto ora anexados.
28. A título exemplificativo, abaixo o controle de ponto que ratifica a jornada e frequência informada pela Contestante:
29. Importante ressaltar que que o Reclamante possuía acordo de compensação e prorrogação de jornada e que, conforme consta dos holerites e cartões de ponto anexos, toda eventual jornada era devidamente compensada, razão pela qual a Ré impugna severamente a planilha de horas extras apresentada pelo Autor, ora porque não reflete a real jornada deste, ora porque a jornada era compensada. 
30. Assim, a Contestante se reporta aos demais argumentos acima, não havendo como imputar qualquer condenação em horas extras.
31. Ressalta-se, ainda, que não há que se falar em invalidade do acordo de compensação e nulidade do banco de horas, não havendo amparo fático e legalpara tanto, conforme mencionado em linhas ao norte.
32. Note-se que o Autor usufruía diariamente do banco de horas:
33. Não obstante, todas as faltas do Autor eram debitadas do seu saldo de banco de horas, conforme se demonstra abaixo:
34. Com isso, o reclamante não faz jus ao pagamento de horas extraordinárias e incidências nos DSR´s, no aviso prévio, em férias acrescidas do terço, em salários trezenos, FGTS + 40% e feriados em dobro.
35. Diante disso, requer a Ré a improcedência do pedido em comento. Requer também, que eventual pagamento observe o disposto na Súmula 85, itens III e IV, do C. TST, no que couber.  
36. De qualquer forma, em caso de eventual condenação, o que somente se admite por argumentar, restaria afastado o pedido de integração de horas extras nas demais verbas salariais, por tratar-se de verba de cunho indenizatório, condicionada ao labor excedente à jornada diária.  
37. Igualmente, não há que se falar em integração das horas extras no RSR, pois o empregado mensalista ou quinzenalista já recebe o repouso semanal remunerado incluído no salário, conforme artigo 7º, parágrafo 2º, da Lei 605/49, e OJ nº 394, da SBDI-1 do TST.  
38. O parágrafo 5º do artigo 142, da CLT, e as Súmulas 45, 63 e 172 do TST, que tratam sobre o cômputo das horas extras, nada falam sobre o reflexo no RSR.  
39. Desse modo, admitir a repercussão das supostas horas extras no Repouso Semanal Remunerado acabaria por gerar o duplo pagamento pela mesma parcela, o bis in idem, que é veementemente rechaçado pelo ordenamento jurídico.
AUSÊCIA DE DESVIO DE FUNÇÃO
40. Informa o Reclamante em sua exordial que foi contratado como almoxarife, mas na verdade, exercia as atividades da função de ajudante geral.
41. Primeiro, conforme arguido em sede preliminar, o pedido encontra inepto por ausência de fundamento. Contudo, em observância ao princípio da eventualidade e concentração do atos, não se absterá a ré e debater sobre o mérito.
42. Pois bem, nega a Ré que este tenha exercido função diversa da qual fora contratado, qual seja: almoxarife
43. É importante destacar que os documentos ora anexados comprovam as atividades exercidas pelo Reclamante na função de almoxarife, portanto, descabe, por completo, as alegações contidas na peça de ingresso.
44. Em que pese a ausência de delimitação das atividades realizadas por ele, a Ré colaciona abaixo o descritivo de funções de almoxarife nos quadros desta:
45. Assim, e certo afirmar que muito embora alegue, fato é que o reclamante não se desincumbiu do ônus de comprovar suas alegações, ônus que lhe incumbia com base no artigo 818 da CLT.
46. Além disso, de acordo com o artigo 461, parágrafo 2º da CLT, é condição sine qua non para o deferimento de diferenças salariais que a empresa possua quadro de carreira registrado efetivamente no Ministério do Trabalho, o que não é o caso da reclamada.
47. Ademais, não se desincumbiu o reclamante de demonstrar a existência de regramento jurídico, seja em norma coletiva, seja em regimento interno da empresa ou mesmo em plano de carreira a viabilizar o estabelecimento de um padrão remuneratório tal qual requerido.
48. Há de se registrar, ainda, que não há lei ou dispositivo com força de lei a ensejar o pagamento de diferenças salariais por eventual desvio de função, razão pela qual eventual deferimento importaria em violação ao art. 5º, II, da CRFB.
49. Além do mais, o art. 456, da CLT, diz que o empregado deve exercer todas as atividades solicitados pelo Empregador, desde que não sejam incompatíveis com a sua função.
50. Veja-se, ainda, que o contrato de trabalho, devidamente assinado pelo Reclamante, também previa que o Reclamante poderia exercer todas as atividades compatíveis a sua função.
51. Então, é de se concluir que não há amparo legal para a pretendida diferença salarial resultante de desvio de função, eis que inexistente no nosso ordenamento jurídico vigente.
52. Desta forma, impugna a Reclamada o valor indicado de R$35.473,00, vez que, repita-se, o Reclamante durante todo o contrato de trabalho exerceu a função de almoxarife, impugnando, ainda, as fotografias acostadas sob id b601690, posto que produzidas de FORMA UNILATERAL.
53. Por extrema cautela, verifica-se das fotografias que o Autor estava tão somente exercendo a atividade de ALMOXARIFE, senão vejamos:
54. Em ID. b601690, páginas 03, 04, 05 e 06, demonstram o recebimento dos materiais no canteiro de obra, ao passo que nas páginas 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 demonstram o armazenamento, estando, inclusive, anexadas em duplicidade. Já nas páginas 1 e 2, sequer comprovam algo, posto que o Autor se encontra tão somente segurando um material e parado em frente aos referidos objetos, respectivamente.
55. De toda sorte, veja-se, ainda, que a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), no que se refere ao código pelo qual o Autor fora contratado, qual seja: nº 4141-05, descreve as atividades abaixo:
56. Portanto, não há que se falar em reconhecimento do desvio de função.
57. Diante disso, improcede pedido em comento e consectários, bem como a retificação na CTPS.
INDEVIDO RESSARCIMENTO POR USO DE CELULAR
58. O Reclamante pretende o ressarcimento por uso do seu celular particular para funções do trabalho.
59. Inicialmente, conforme arguido em sede preliminar, o pedido encontra inepto, contudo, não se absterá a ré e debater sobre o mérito.
60. Impugna severamente a Ré as alegações ventiladas pelo Autor na inicial, primeiro porque o Autor sequer indica quais eram as atividades que necessitavam do uso do celular, segundo que NÃO HÁ NENHUMA NECESSIDADE DE USO DO CELULAR PARTICULAR NO AMBIENTE DE TRABALHO.
61. Ato contínuo, esclarece a Ré que o canal disponibilizado para a comunicação na empresa é o Microsoft Teams, bem como ramal do setor, qual o Autor possui livre acesso através dos computadores e telefone fixo disponibilizados pela Reclamada.
62. Não obstante, sequer havia qualquer imposição da Ré e de seus prepostos para que o Autor utilizasse seu celular pessoal no trabalho.
63. 	Portanto, é ônus do Reclamante comprovar suas alegações, conforme dispõe o art. 818, I, da CLT, o qual não se desincumbiu. Mas não e só! Importante destacar a inviabilidade de ressarcimento por valor que sequer é demonstrado o efetivo gasto, não havendo nenhum documento nos autos que demonstre o custeio e o valor pretendido pelo Autor como suposta conta telefônica paga mensalmente.
64. 	Tratando-se de suposto dano material, imprescindível a efetiva demonstração do dano, o que não há no caso em tela.
65. 	Assim, improcede o pedido. 
DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS
66. Com relação aos honorários de sucumbência pretendidos pelo Reclamante, na remota hipótese de ser julgado procedente o pedido principal, requer a Ré, que estes sejam fixados em patamar mínimo, tendo em vista a ausência de complexidade da demanda.
67. Sabe-se que quando do deferimento da verba pretendida, devem ser observados diversos critérios devidamente capitulados no artigo 791-A, § 2º da CLT, como “a natureza e a importância da causa” e “o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o serviço”.
68. Neste sentido é o artigo consolidado:
“§ 2º - Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I – o grau de zelo professional; 
II – o lugar de prestação de serviço;
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço”.
69. Desta feita, observa-se que o percentual declinado a compensação dos honorários advocatícios, deve ser congruente com a presente demanda que não envolve, evidentemente, questão da alta complexidade jurídica, a justificar a pretensão de percentual tão elevado.
70. Veja-se, assim, que a presente ação não comporta a prática de atos processuais complexos, a construção de teses rebuscadas ou mesmo, a produção de prova pericial e documental que justifiquem a fixação dos honorários de sucumbência no percentual máximo de 15%.
71. Istoposto, caso seja julgado procedente a presente demanda, requer que os honorários sejam fixados em valor não superior à 5% (cinco por cento) do valor atribuído a causa.
72. Além disso, deverá o Reclamante pagar honorários sucumbenciais ao patrono que subscreve a presente defesa, em caso de sucumbência total, ou parcial, no mesmo percentual acima aduzido.
LIMITAÇÃO DOS PEDIDOS
73. O art. 840, §1º, CLT  dispõe que o pedido deve ser certo, determinado e com indicação do seu valor:
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1o  Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.  
74. É evidente que o propósito do legislador infraconstitucional, ao redigir o referido dispositivo legal, não tinha como única pretensão que o litigante liquidasse seus pedidos, para fins de adequação do rito processual, pois esse procedimento já era feito antes das alterações promovidas pela Lei nº 13.467/2017.
75. A finalidade do legislador infraconstitucional era a de limitar a lide e a pretensão autoral, seja para fixação da reciprocidade da sucumbência, seja para limitar os efeitos da condenação. Entendimento em sentido contrário viola, flagrantemente, o princípio da congruência, esculpido no art. 492, CPC:
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
76. Desse modo, em caso de procedência da ação, os valores eventualmente deferidos ao Autor devem se limitar à quantificação por ele apresentada, sob pena de decisão ultra petita.
77. A jurisprudência milita favoravelmente à tese patronal:
RECURSO DE REVISTA DA 1ª RECLAMADA. JULGAMENTO ULTRA PETITA. LIMITES DA CONDENAÇÃO. VALORES EXPRESSAMENTE INDICADOS NA PETIÇÃO INICIAL. Os foram apresentados de forma líquida. Desse modo, os valores principais apurados em liquidação não poderão ultrapassar os pedidos na inicial em cada título deferido, nos termos dos artigos 141 e 492 do CPC/2015. Precedentes. Recurso de revista que se conhece e que se dá provimento. (AIRR – 2354-08.2013.5.015.0096, Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, 6ª Turma, Data de Publicação, 12.04.2019)
78. Logo, pugna-se para que este juízo, na remota hipótese de procedência do feito, limite à condenação aos valores liquidados pelo autor em sua petição vestibular.  
DOS RECOLHIMENTOS FISCAIS E PREVIDENCIÁRIOS
79. Pretende o Autor que a Ré seja condenada a quitar os valores de IR e INSS em que seja condenado. Todavia, carece de amparo legal a sua pretensão, pois as leis previdenciária e fiscal não preveem a alteração do sujeito obrigacional. 
80. Em relação aos recolhimentos fiscais espera a Ré seja aplicado o disposto no art. 46 da Lei n° 8541/92, haja vista que o imposto incidente sobre os rendimentos pagos em cumprimento de decisão judicial deverá ser “retido na fonte pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, no momento em que, por qualquer forma, o rendimento se torne disponível para o beneficiário”.
81. Já no que concerne aos recolhimentos previdenciários, deverão ser observados os critérios insertos no art. 276 do Decreto nº 3.048/1999, observando-se as quotas-parte do empregado e do empregador. 
82. Em consonância com o exposto é o entendimento do C. TST, contido na Súmula 368:
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.04.2012) - Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998 )
II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo ser calculadas, em relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010. 
III - Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001)
DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
83. No que se refere aos juros e correção monetária, considerando o tema pacificado pelo E. STF, em recente decisão proferida nos autos da Ação Direta de Constitucionalidade nº 58, tornou-se compulsória a aplicação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo Especial – IPCA-E somente na fase pré-judicial, sendo a partir do ajuizamento da ação, aplicável tão somente a correção pela taxa SELIC. 
84. Naquela decisão, restou definido que diante da omissão quanto aos índices de correção monetária e juros nas decisões já transitadas em julgado, também deve ser adotado o critério de atualização ali definido. Confira-se: 
“Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 879, § 7º, e ao art. 899, § 4º, da CLT, na redação dada pela Lei 13.467 de 2017, no sentido de considerar que à atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho deverão ser aplicados, até que sobrevenha solução legislativa, os mesmos índices de correção monetária e de juros que vigentes para as condenações cíveis em geral, quais sejam a incidência do IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir da citação, a incidência da taxa SELIC (art. 406 do Código Civil), nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio. Por fim, por maioria, modulou os efeitos da decisão, ao entendimento de que (i) são reputados válidos e não ensejarão qualquer rediscussão (na ação em curso ou em nova demanda, incluindo ação rescisória) todos os pagamentos realizados utilizando a TR (IPCA-E ou qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como devem ser mantidas e executadas as sentenças transitadas em julgado que expressamente adotaram, na sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA-E) e os juros de mora de 1% ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento (independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal) devem ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob pena de alegação futura de inexigibilidade de título judicial fundado em interpretação contrária ao posicionamento do STF (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5º e 7º, do CPC) e (iii) igualmente, ao acórdão formalizado pelo Supremo sobre a questão dever-se-á aplicar eficácia erga omnes e efeito vinculante, no sentido de atingir aqueles feitos já transitados em julgado desde que sem qualquer manifestação expressa quanto aos índices de correção monetária e taxa de juros (omissão expressa ou simples consideração de seguir os critérios legais), vencidos os Ministros Alexandre de Moraes e Marco Aurélio, que não modulavam os efeitos da decisão. Impedido o Ministro Luiz Fux (Presidente).Presidiu o julgamento a Ministra Rosa Weber (Vice-Presidente). Plenário, 18.12.2020 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF).” (g.n.) 
85. Desta forma, deverá ser aplicada o entendimento do STJ na ADC 58 para fins de atualização, ou seja, IPCA-E na fase pré-judicial e Selic a partir da citação.
COMPENSAÇÃO/DEDUÇÃO
86. Ad cautelam, na remota e improvável hipótese de deferimento de alguma verba ao Reclamante, requer sejam deduzidos/compensados os valores pagos pela primeira reclamada sob o mesmo título, a fim de se evitar o bis in idem e o enriquecimento ilícito, situações repudiadas nessa Justiça Especializada.
CONCLUSÃO
87. Ante o exposto, requer seja acolhida a inépcia e, no mérito, julgado improcedente o pedido autoral, condenando o Autor nas custas atinentes a presente demanda, nos termos das razões acima expostas.
88. Por fim, na remota hipótese desta ação ser julgada procedente, requer seja determinada eventual compensação/dedução dos valores pagos ao Reclamante sob idêntico título.
89. Protesta pela produção de prova testemunhal, depoimento pessoal do Autor, prova pericial, além de documentação complementar.
90. Finalmente, a advogada que subscreve a presente defesa, declara a autenticidade dos documentos ora juntados, na forma do art. 830, da CLT.
Nestes termos,
P. Deferimento.
São Paulo, 09 de novembro de 2022.
MARTA ALVES
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