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AS ORIGENS DO DIREITO COMERCIAL E DA ATIVIDADE EMPRESARIAL O termo latino commercium, etimologicamente, quer dizer “tráfico de mercadorias”, ou seja, a troca voluntária de mercadorias por outras mercadorias, ou sua negociação por valores, estando implicitamente ligada à atitude da negociação entre os interessados. Os atos de negociação, de venda, revenda, ou aquisição de algo, em síntese, são relações de negócios, sendo essas atitudes uma singular e própria relação desenvolvida pelo homem, isto é, a prática do relacionamento para a geração de negócios. Para ocorrência da negociação é preciso que dois fatores sejam combinados: o desejo de alguém em adquirir algo em consonância com alguém que deseja ceder ou vender algo. Nos tempos primitivos, tal atividade comercial se destinava apenas à garantia da subsistência, ou seja, não havia a troca de mercadorias, sendo que isso foi ocorrendo gradativamente com a evolução das relações sociais. Nessa época, os grupos sociais procuravam bastar- -se a si mesmos, produzindo somente o que tinham necessidade, e utilizando o que obtinham da natureza para sua sobrevivência; como armas primitivas, a prática da caça, e utensílios para sua utilização. Mas o crescimento populacional demonstrou a inviabilidade desse sistema, dando início à negociação, ou a chamada troca: bens desnecessários ou supérfluos para certos grupos que eram, para outros, necessários. Desde o início das transações comerciais – surgidas na antiguidade e até hoje praticadas –, fez-se necessária a busca por manter essa prática de forma transparente e legalizada, e isso trouxe a necessidade de necessária regulamentação do comércio. Com o aumento da população na idade média, o comércio teve seu ápice, sendo praticado com maior intensidade durante a formação das comunidades e dos vilarejos que se desenvolveram ao redor dos feudos. Naquela época, havia regras que eram respeitadas pelos comerciantes, mas somente para eles desenvolverem suas atividades comerciais, ou seja, não chegava a ser formado um conjunto legal de normas obedecidas por todos. Consequentemente, houve o surgimento das cidades e a criação dos estados; nesse contexto, fez -se necessária a criação de regulamentações para a prática do comércio e, no campo jurídico, surgiu o nascimento das linhas gerais do Direito Comercial. O Direito Comum, naquela época, não tratava das questões comerciais, sendo os próprios comerciantes que, organizados, criaram entre si algumas regras para garantia dessa atividade. Os Juízes eram escolhidos por meio de assembleias, e faziam o papel de Juiz Consultor no julgamento de demandas oriundas das relações econômicas entre comerciantes e também demais questões não comerciais.
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