Prévia do material em texto
TERAPIA NUTRICIONAL NA PANCREATITE NUTRIÇÃO CLÍNICA Profª Ma. Marilene Magalhães de Brito TERESINA-PI, 2020 PÂNCREAS Glândula alongada, achatada, situada no abdome superior, atrás do estômago Funções endócrinas e exócrinas Endócrinas: Fabricação de glucagon e insulina Exocrínas: Enzimas e outas substâncias que atuam na digestão PANCREATITE Inflamação do Pâncreas Crônica Aguda PANCREATITE Normalmente, as enzimas pancreáticas são produzidas e transportadas para o duodeno em formas inativas. Na pancreatite, elas são ativadas dentro do pâncreas e digerem os tecidos circunstantes. A morte de células libera enzimas na corrente sanguínea, onde podem ser detectados níveis altos. https://labtestsonline.org.br/glossary/duodenum DIAGNÓSTICO Cínica compatível: dor epigástrica de forte intensidade que irradia para o dorso em faixa, associada a muitos vômitos. Enzimas pancreáticas: amilase ou lipase acima de 3 a 5 vezes a normalidade. A lipase é mais específica. Tomografia de abdome: mostra inflamação do pâncreas. É utilizada no diagnóstico quando não há clínica ou enzima. PANCREATITE AGUDA Forma Grave: Deterioração do estado nutricional Repercussão inflamatória e metabólica Internação prolongada Podem apresentar sepse Necessidade de intervenção cirúrgica Forma grave: 25% Mortalidade: 10 a 20% Forma leve: 70 a 75% Mortalidade: 1% PANCREATITE AGUDA: ETIOLOGIA Ingestão de álcool Doenças do trato biliar Hipertrigliceridemia Traumas abdominais Pós-operatórios de cirurgias abdominais Causas infecciosas (p.ex., virais) Medicamentosas (p.ex., corticosteroides). PANCREATITE AGUDA: FISIOPATOLOGIA Cerca de 10% dos pacientes desenvolvem a forma necrótica e hemorrágica Distúrbios gerais graves com insuficiência de órgãos, com quadro de síndrome da resposta inflamatória sistêmica, sendo associada à alta mortalidade Ativação de enzimas digestivas na célula Acinar Provocando lesão Liberação de mediadores inflamatórios (citocinas) Desenvolvimento do processo inflamatório PANCREATITE AGUDA Forma leve: edema discreto, elevações do nível sérico das enzimas (amilase e lipase), com quadro de dor abdominal e vômitos, apresentando mortalidade relativamente baixa. O tratamento em geral consiste no jejum alimentar por 2 a 5 dias, com hidratação e analgesia até o alívio dos sintomas. A partir daí, deve-se proceder com a introdução de dieta líquida hipolipídica, com progressiva evolução da consistência PANCREATITE AGUDA Resposta inflamatória sistêmica (TNF α, Il- 1, Il-6) Resposta anti-inflamatória de compensação (Il-10, Il-4) Grande mobilização das reservas energéticas, especialmente da massa magra O estresse oxidativo + catabolismo + resposta inflamatória sistêmica PANCREATITE AGUDA: TERAPIA NUTRICIONAL Desnutrição aguda TN é fundamental na modulação da resposta inflamatória e metabólica do indivíduo. A TN artifcial não está indicada na pancreatite aguda leve, se o paciente consegue ingerir alimentos por via oral até 5-7 dias após o início do quadro. Na pancreatite aguda grave seu uso é indicado PANCREATITE AGUDA: TERAPIA NUTRICIONAL O objetivo primário da TN na pancreatite aguda é minimizar o catabolismo, evitando assim a instalação da desnutrição proteica energética ou o seu agravo. Dentre os objetivos da TN incluem-se também a imunomodulação. PANCREATITE AGUDA: TERAPIA NUTRICIONAL Na pancreatite aguda grave, a via de preferência deve ser a enteral. Na impossibilidade de uso da via enteral ou quando esta for insuficiente, a via parenteral está indicada Jejuno: Quando o nutriente é fornecido após o ângulo de Treitz, ocorre pouca ou nenhuma alteração da secreção exócrina pancreática Foi demonstrado que a TNE por via gástrica pode ser considerada segura e bem tolerada por até 79% dos pacientes com pancreatite aguda grave PANCREATITE AGUDA: TERAPIA NUTRICIONAL O tipo de dieta indicado na pancreatite aguda é a oligomérica (fórmula baseada em peptídeos). A dieta polimérica (fórmula padrão com proteína intacta) deve ser tentada, se tolerada. PANCREATITE AGUDA: TERAPIA NUTRICIONAL Na pancreatite leve, onde está indicada a alimentação oral, a dieta deve ser rica em carboidratos e proteínas e baixa em gorduras (menos de 30% da ingestão energética) Recomenda-se fórmula com alto teor de TCM para a TN jejunal na pancreatite aguda grave. PANCREATITE AGUDA: TERAPIA NUTRICIONAL O melhor método de terapia nutricional para pacientes com pancreatite moderada a grave ainda precisa ser definido mediante avaliações prospectivas da evolução da doença. PANCREATITE CRÔNICA - ETIOLOGIA O alcoolismo crônico (60 a 70%) Cálculos biliares por hipercalcemia Hiperlipidemia Predisposição herdada. PANCREATITE CRÔNICA Pacientes com pancreatite crônica podem ter crises recorrentes com sintomas semelhantes aos da pancreatite aguda. A frequência dessas crises costuma aumentar com o progresso da doença. A fibrose progressiva do tecido pancreático destrói as células produtoras de enzimas e, mais tarde, as células produtoras de hormônios PANCREATITE CRÔNICA A destruição progressiva do pâncreas em 90% compromete a parte endócrina, dando origem ao diabetes melitus Deficiência específica de cálcio, magnésio, zinco, tiamina e ácido fólico tem sido relatada PANCREATITE CRÔNICA – ESTADO NUTRICIONAL Aumento do requerimento nutricional processo inflamatório crônico que leva ao hipercatabolisto e hipermetabolismo Ingestão alcoólica persistente Presença de dor Redução da secreção de enzimas digestivas (25 a 45% dos casos) redução da dingestão e absorção Esteatorreia (30%) diarreias volumosas e má absorção de vitaminas lipossolúveis Desnutrição: 50% PANCREATITE CRÔNICA: TERAPIA NUTRICIONAL Períodos recorrentes da PC: Déficit do estado nutricional Aumentando os requerimentos proteicos e energéticos Diminuindo a ingestão oral Aumento das perdas de nutrientes Instalação da desnutrição proteico-energética é inevitável. PANCREATITE CRÔNICA – TERAPIA NUTRICIONAL O objetivo da TN é: • Controlar a dor, corrigir a má absorção, controlar as complicações, propiciando melhor ingestão energética, evitando a perda de peso e o surgimento da desnutrição proteico-energética. A maioria dos portadores de pancreatite crônica possui algum grau de desnutrição e estes devem ser acompanhados de perto PANCREATITE CRÔNICA – TERAPIA NUTRICIONAL Total abstinência alcoólica e controle da dor. Analgésicos devem ser ofertados no período pré-prandial Cerca de 80% dos pacientes são tratados com uma dieta via oral normal, associada ou não a enzimas pancreáticas. PANCREATITE CRÔNICA – TERAPIA NUTRICIONAL Ingestão oral não for suficiente, a baixa ingestão e a perda de peso persistirem Suplementação: Suplemento oral rico em proteína hidrolisada Triglicerídeos de cadeia média (TCM) Vitaminas lipossolúveis A, D, E e K Outros micronutrientes + pancreáticas está indicado. PANCREATITE CRÔNICA – TERAPIA NUTRICIONAL Apenas uma pequena quantidade de pacientes requer a terapia nutricional enteral. Casos mais graves (5% dos casos) A NP está indicada em pacientes com obstrução gástrica secundária à estenose duodenal e em casos de fístulas pancreáticas. OBRIGADA Ma. Marilene Magalhães marilene_mmb@hotmail.com Professora do Curso de Nutrição