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Direito Civil VIII Direito real: É oponível erga omnes e precisa ter registro, ou seja, publicidade. Conceito O direito real sobre coisa alheia é o de receber, por meio de norma jurídica, permissão do seu proprietário para usá-la ou tê-la como se fosse sua, em determinadas circunstâncias, ou sob condição de acordo com a lei e com o que foi estabelecido, em contrato válido. Os direitos reais existem somente no Código Civil, ou seja, eles não podem ser inventados. Sendo que é a partir destes que é possível, de acordo com a lei, celebrar um contrato válido, para que outra pessoa possa usufruir do meu bem ou para que eu possa usufruir do bem dela. Espécies Direitos reais de gozo Enfiteuse (CC de 1916, arts. 678 a 694; CC, art. 2038, §§ 1º, I e II, e 2º); Servidões prediais (CC, arts. 1.225, II, 1.378 a 1.389); Usufruto (CC, arts. 1.225, IV, 1.390 a 1.411); Uso (CC, arts. 1.225, V, 1.412 e 1.413); Habitação (CC, arts. 1.225, VI, 1.414 a 1.416); Superfície (CC, arts. 1.225, II, 1.369 a 1.377); Laje (CC, arts. 1.510-A a 1.510- E Incluído pela Lei n° 13.465/2017). Direito de Habitação: Direito que o sujeito tem de morar na sua casa, com a sua família. Este direito não pode ser arguido para alugar um imóvel ou montar neste um comércio. Ademais, ele é vitalício, de modo que, mesmo que uma pessoa divorciada case posteriormente, não irá perde-lo. Direito de Superfície: Esse direito acontece quando um sujeito usa a propriedade de alguém por um determinado período de tempo e, depois, o devolve para aquela com todas as benfeitorias realizadas no mesmo. Direito de Laje: Acontece quando uma pessoa é dona de um terreno e constrói um imóvel no mesmo. Posteriormente, ela cede o direito de laje para outra pessoa morar em cima do seu imóvel, ou seja, lhe cede o direito de usar o espaço aéreo de seu imóvel. Nesse caso, apesar desta pessoa não ser proprietária do terreno, ela poderá eventualmente vender esse direito para outro sujeito. Direitos reais de garantia Penhor (CC, arts. 1.225, VIII, 1.431 a 1.472); Anticrese (CC, arts. 1.225, X, 1.506 a 1.510); Hipoteca (CC, arts. 1.225, IX, 1.473 a 1.505); Alienação fiduciária em garantia (Lei nº. 4.728/65, art. 66, com alterações do Dec-lei nº. 911/69 e art 4º da Lei nº. 6.071/74; CC, arts. 1.361 a 1.368-B). Penhor: A pessoa vai empenhar, e não penhorar, algo. Anticrese: Usada no meio comercial. Direito real de aquisição Compromisso ou promessa irretratável de venda (Dec.-lei nº. 58/37; Dec. nº. 3.079/38; Lei nº. 649/49; Lei nº. 6.014/73; Lei nº. 4.380/64; Lei nº. 6.766/79; CC, arts. 1.225, VII, 1.417 e 1.418). Esse compromisso consta na matrícula do bem, o qual dirá que ambas as partes se comprometeram em vender e pagar por este, respectivamente, não podendo vir a se arrependerem posteriormente. Constituição por atos inter vivos → Tradição para que haja aquisição de direito real sobre coisa móvel alheia. → Transcrição para que haja aquisição de direito real sobe coisa imóvel alheia → CC, arts. 1.226 e 1.227. Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição. Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. Para que haja a tradição, é necessário realizar a entrega o bem, contudo, pode-se registrá-lo também. Art. 678. Dá-se a enfiteuse, aforamento, ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui à outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. Art. 679. O contrato de enfiteuse é perpétuo. A enfiteuse por tempo limitado considera-se arrendamento, e com tal se rege. Art. 680. Só podem ser objeto de enfiteuse terras não cultivadas ou terrenos que se destinem a edificação. Art. 681. Os bens enfitêuticos transmitem- se por herança na mesma ordem estabelecida a respeito dos alodiais neste Código, arts. 1.603 e 1619; mas, não podem ser divididos em glebas sem consentimento do senhorio. Art. 682. É obrigado o enfiteuta a satisfazer os impostos e os ônus reais que gravarem o imóvel. Art. 683. O enfiteuta, ou foreiro, não pode vender nem dar em pagamento o domínio útil, sem prévio aviso ao senhorio direto, para que este exerça o direito de opção; e o senhorio direto tem trinta dia para declarar, por escrito, datado e assinado, que quer a preferência na alienação, pelo mesmo preço e nas mesmas condições. Se dentro do prazo indicado, não responder ou não oferecer o preço da alienação, poderá o foreiro efetuá-la com quem entender. Art. 684. Compete igualmente ao foreiro o direito de preferência, no caso de querer o senhorio vender o domínio direto ou dá-lo em pagamento. Para este efeito, ficará o dito senhorio sujeito à mesma obrigação imposta, em semelhantes circunstâncias, ao foreiro. Art. 685. Se o enfiteuta não cumprir o disposto no art. 683, poderá o senhorio direto usar, não obstante, de seu direito de preferência, havendo do adquirente o prédio pelo preço da aquisição. Art. 686. Sempre que se realizar a transferência do domínio útil, por venda ou doação em pagamento, o senhorio direto, que não usar da opção, terá direito de receber do alienante o laudêmio, que será de dois e meio por cento sobre o preço da alienação, se outro não se tiver fixado no título de aforamento. Art. 687. O foreiro não tem direito à remissão do foro, por esterilidade ou destruição parcial do prédio enfitêutico, nem pela perda total de seus frutos; pode, em tais casos, porém, abandoná-lo ao senhorio direto, e, independentemente do seu consenso, fazer inscrever o ato da renúncia (art.691). Art. 688. É lícito ao enfiteuta doar, dar em dote, ou trocar por coisa não fungível o prédio aforado, avisando o senhorio direto, dentro em sessenta dias, contados do ato da transmissão, sob pena de continuar responsável pelo pagamento do foro. Art. 689. Fazendo-se penhora, por dívidas do enfiteuta, sobre o prédio emprazado, será citado o senhorio direto, para assistir à praça, e terá preferência, quer no caso de arrematação, sobre os demais lançadores, em condições iguais, quer, em falta deles, no caso de adjudicação. Art. 690. Quando o prédio emprazado vier a pertencer a várias pessoas, estas, dentro em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1603. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1603. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1619. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art683 seis meses, elegerão um cabecel, sob pena de se devolver ao senhorio o direito de escolha. § 1º Feita a escolha, todas as ações do senhorio contra os foreiros serão propostas contra o cabecel, salvo a este o direito regressivo contra os outros pelas respectivas quotas. § 2º Se, porém, o senhorio direto convier na divisão do prazo, cada uma das glebas em que for dividido constituirá prazo distinto. Art. 691. Se o enfiteuta pretender abandonar gratuitamente ao senhorio o prédio aforado, poderão opor-se os credores prejudicados com o abandono, prestando caução pelas pensões futuras, até que sejam pagos de sua dívidas. Art. 692. A enfiteuse extingue-se: I - Pela natural deterioração do prédio aforado, quando chegue a não valer o capital correspondente ao fôro e mais um quinto deste. II - Pelo compromisso, deixando o foreiro de pagar as pensões devidas, por três anos consecutivos, caso em que o senhorio o indenizará das benfeitorias necessárias. III - Falecendo o emfiteuta, sem herdeiros, salvo o direito dos credores.Art. 693. Todos os aforamentos, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis trinta anos depois de constituídos, mediante pagamento de vinte pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar o direito ao resgate, nem contrariar a disposições imperativas deste capítulo. Art. 693. Todos os aforamentos, inclusive os constituídos anteriormente a este Código, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis dez anos depois de constituídos, mediante pagamento de um laudêmio, que será de dois e meio por cento sobre o valor atual da propriedade plena, e de dez pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar ao direito de resgate, nem contrariar as disposições imperativas deste capítulo. (Redação dada pela Lei nº 5.827, de 1972) Art. 693. Todos os aforamentos, salvo acôrdo entre as partes, são resgatáveis vinte anos depois de constituídos, mediante pagamento de vinte pensões anuais pelo foreiro, que não poderá, no seu contrato, renunciar o direito ao resgate, nem contrariar as disposições imperativas dêste capítulo. (Redação dada pela Lei nº 2.437, de 1955) Art. 694. A sub-emfiteuse está sujeita às mesmas disposições que a enfiteuse. A dos terrenos de marinha e acrescidos será regulada em lei especial. Conceito É o direito real sobre coisa alheia que autoriza o enfiteuta a exercer, restritiva e perpetuamente sobre a coisa imóvel, todos os poderes do domínio, mediante pagamento ao senhorio direto de uma renda anual (CC de 1916, art. 678). Art. 678. Dá-se a enfiteuse, aforamento, ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui à outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. Nesse direito real, o sujeito constrói o bem, o partilha e o vende gravado de enfiteuse. Deste modo, todo ano aquele que o compra precisa pagar uma taxa, assim como acontece quando este o transaciona. Exemplo: Imóveis da Redentora de São José do Rio Preto, que pertence ao Bispado. Esses imóveis decorrentes de enfiteuse são transmitidos por herança, tanto em relação ao enfiteuta, quanto em relação ao foreio. Natureza jurídica É o mais amplo direito real sobre coisa alheia, de gozo, já que com ela pode-se tirar da coisa todas as utilidades e vantagens que encerra e emprega-la nos misters a que, por sua natureza, se presta, sem lhe destruir a substância e com a obrigação de pagar ao proprietário uma certa renda anual. O único e verdadeiro titular do domínio do bem aforado é o senhorio direto. Domínio indireto: É o domínio do enfiteuta. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5827.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5827.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L2437.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L2437.htm#art1 Objeto a) Terras não cultivadas (CC de 1916, art. 680) Art. 680. Só podem ser objeto de enfiteuse terras não cultivadas ou terrenos que se destinem a edificação. b) Terrenos que se destinam a edificação (CC de 1916, art. 680) c) Terrenos de marinha e acrescidos (CC de 1916, art. 694; Decreto-lei nº 4.120/42, Decreto-lei nº 4.105/68, Decreto-lei nº 9.760/46, Decreto-lei nº 1.850/81) Art. 694. A sub-emfiteuse está sujeita às mesmas disposições que a enfiteuse. A dos terrenos de marinha e acrescidos será regulada em lei especial. Nos dias atuais ainda é possível fazer enfiteuse nos terrenos da marinha, posto que a legislação que trata destes é específica. Constituição → Transcrição (Lei nº 6.015/73, art. 167, I, n. 10) Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. I - o registro: 10) da enfiteuse; → Sucessão hereditária (CC de 1916, art. 678) Art. 678. Dá-se a enfiteuse, aforamento, ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui à outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. Direitos e deveres do enfiteuta Direitos a) Usufruir do bem aforado b) Transmitir a coisa enfiteuta aos herdeiros (CC de 1916, art. 681) Art. 681. Os bens enfitêuticos transmitem-se por herança na mesma ordem estabelecida a respeito dos alodiais neste Código, arts. 1.603 e 1619; mas, não podem ser divididos em glebas sem consentimento do senhorio. c) Alienar o imóvel aforado (CC de 1916, art. 683) comunicando o senhorio direto para que exerça o direito de preferência Art. 683. O enfiteuta, ou foreiro, não pode vender nem dar em pagamento o domínio útil, sem prévio aviso ao senhorio direto, para que este exerça o direito de opção; e o senhorio direto tem trinta dia para declarar, por escrito, datado e assinado, que quer a preferência na alienação, pelo mesmo preço e nas mesmas condições. Nos dias atuais, se for vendido o enfiteuse para o enfiteuta, acaba-se a enfiteuse. d) Adquirir o imóvel, tendo direito de preferência, se o senhorio quiser aliená-lo (CC de 1916, art. 684) Art. 684. Compete igualmente ao foreiro o direito de preferência, no caso de querer o senhorio vender o domínio direto ou dá-lo em pagamento. Para este efeito, ficará o dito senhorio sujeito à mesma obrigação imposta, em semelhantes circunstâncias, ao foreiro. e) Abandonar o bem enfitêutico (CC de 1916, art. 687 e 691) Art. 687. O foreiro não tem direito à remissão do foro, por esterilidade ou destruição parcial do prédio enfitêutico, nem pela perda total de seus frutos; pode, em tais casos, porém, abandoná-lo ao senhorio direto, e, independentemente do seu consenso, fazer inscrever o ato da renúncia (art.691). Art. 691. Se o enfiteuta pretender abandonar gratuitamente ao senhorio o prédio https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1603. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1619. aforado, poderão opor-se os credores prejudicados com o abandono, prestando caução pelas pensões futuras, até que sejam pagos de sua dívidas. f) Gravar a coisa aforada Ou seja, gravar de ônus. Exemplo: É possível dar o bem aforado em garantia de financiamento. g) Instituir subenfiteuse (CC de 1916, art. 694), hoje vedada por força do CC atual art. 2038, §1º, II Art. 694. A sub-emfiteuse está sujeita às mesmas disposições que a enfiteuse. A dos terrenos de marinha e acrescidos será regulada em lei especial. Art. 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916 , e leis posteriores. § 1 o Nos aforamentos a que se refere este artigo é defeso: I - cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor das construções ou plantações; II - constituir subenfiteuse. Exemplo: O enfiteuta vendeu parte do bem dele para o outro. Se aquele que comprou não pagar, quem irá fazê-lo é o enfiteuta que vendeu. h) Constituir co-enfiteuse (CC de 1916, art. 690, §§1º e 2º) Art. 690. Quando o prédio emprazado vier a pertencer a várias pessoas, estas, dentro em seis meses, elegerão um cabecel, sob pena de se devolver ao senhorio o direito de escolha. § 1º Feita a escolha, todas as ações do senhorio contra os foreiros serão propostas contra o cabecel, salvo a este o direito regressivo contra os outros pelas respectivas quotas. § 2º Se, porém, o senhorio direto convier na divisão do prazo, cada uma das glebas em que for dividido constituirá prazo distinto. Co-enfiteuse: Há mais de uma pessoa sendo enfiteuta da mesma coisa. i) Às benfeitorias necessárias em casode comisso (CC de 1916, art. 692, II) Art. 692. A enfiteuse extingue-se: II - Pelo compromisso, deixando o foreiro de pagar as pensões devidas, por três anos consecutivos, caso em que o senhorio o indenizará das benfeitorias necessárias. Comisso: O proprietário pega o bem de volta, porque o outro não o pagou. j) Ao resgate do foro (CC de 1916, art. 693, Decreto nº 22.785/33, art. 1º e Decreto-Lei nº 9.760/46, arts. 103, §2º e 122) Art. 693. Todos os aforamentos, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis trinta anos depois de constituídos, mediante pagamento de vinte pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar o direito ao resgate, nem contrariar a disposições imperativas deste capítulo. Art. 693. Todos os aforamentos, inclusive os constituídos anteriormente a este Código, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis dez anos depois de constituídos, mediante pagamento de um laudêmio, que será de dois e meio por cento sobre o valor atual da propriedade plena, e de dez pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar ao direito de resgate, nem contrariar as disposições imperativas deste capítulo. (Redação dada pela Lei nº 5.827, de 1972) Art. 1º E' vedado o resgate dos aforamentos de terrenos pertencentes ao Domínio da União. Art. 103. O aforamento extinguir-se- á: § 2o Na consolidação pela União do domínio pleno de terreno que haja concedido em aforamento, deduzir-se-á do valor do mesmo domínio a importância equivalente a 17% (dezessete por cento), correspondente ao valor do domínio direto. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5827.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5827.htm#art1 Art. 122. Autorizada, na forma do disposto no art. 103, a remissão do aforamento dos terrenos compreendidos em determinada zona, o S.P.U. notificará os foreiros, na forma do parágrafo único do art. 104, da autorização concedida. Parágrafo único. A decisão da Secretaria do Patrimônio da União sobre os pedidos de remissão do aforamento de terreno de marinha e/ou acrescido de marinha localizado fora da faixa de segurança constitui ato vinculado. Acontece quando se compra do proprietário o direito dele. k) Às ações possessória, confessória negatória Deveres a) Não atingir a substância da coisa com sua fruição (CC de 1916, art. 681) Art. 681. Os bens enfitêuticos transmitem-se por herança na mesma ordem estabelecida a respeito dos alodiais neste Código, arts. 1.603 e 1619; mas, não podem ser divididos em glebas sem consentimento do senhorio. b) Não vender ou dar em pagamento o bem aforado sem avisar o senhorio (CC de 1916, art. 683) Art. 683. O enfiteuta, ou foreiro, não pode vender nem dar em pagamento o domínio útil, sem prévio aviso ao senhorio direto, para que este exerça o direito de opção; e o senhorio direto tem trinta dia para declarar, por escrito, datado e assinado, que quer a preferência na alienação, pelo mesmo preço e nas mesmas condições. Se dentro do prazo indicado, não responder ou não oferecer o preço da alienação, poderá o foreiro efetuá-la com quem entender. c) Avisar o senhorio direto quando doar, ou trocar por coisa não fungível o prédio aforado (CC de 1916, art. 688) Art. 688. É lícito ao enfiteuta doar, dar em dote, ou trocar por coisa não fungível o prédio aforado, avisando o senhorio direto, dentro em sessenta dias, contados do ato da transmissão, sob pena de continuar responsável pelo pagamento do foro. d) Eleger cabecel quando houver co- enfiteuse (CC de 1916, art. 690) Art. 690. Quando o prédio emprazado vier a pertencer a várias pessoas, estas, dentro em seis meses, elegerão um cabecel, sob pena de se devolver ao senhorio o direito de escolha. § 1º Feita a escolha, todas as ações do senhorio contra os foreiros serão propostas contra o cabecel, salvo a este o direito regressivo contra os outros pelas respectivas quotas. § 2º Se, porém, o senhorio direto convier na divisão do prazo, cada uma das glebas em que for dividido constituirá prazo distinto. Cabecel: Pessoa que vai responder por tudo o que acontecer no condomínio fechado. e) Pagar o foro anual (CC de 1916, art. 678) Art. 678. Dá-se a enfiteuse, aforamento, ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui à outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. f) Pagar previamente os credores quando abandonar gratuitamente ao senhorio o prédio aforado (CC de 1916, art. 691) Art. 691. Se o enfiteuta pretender abandonar gratuitamente ao senhorio o prédio aforado, poderão opor-se os credores prejudicados com o abandono, prestando caução pelas pensões futuras, até que sejam pagos de sua dívidas. g) Pagar laudêmio em caso de alienação (CC de 1916, art. 686) ao senhorio salvo os casos arrolados nos Decretos-lei nºs 1.850/81 e 1.876/81. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1603. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1619. Atualmente não tem mais esse dever, em razão do disposto no artigo 2.038, §1º, I, do NCC Art. 686. Sempre que se realizar a transferência do domínio útil, por venda ou doação em pagamento, o senhorio direto, que não usar da opção, terá direito de receber do alienante o laudêmio, que será de dois e meio por cento sobre o preço da alienação, se outro não se tiver fixado no título de aforamento. Art. 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916 , e leis posteriores. § 1 o Nos aforamentos a que se refere este artigo é defeso: I - cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor das construções ou plantações; h) Pagar as importâncias previstas no art. 693 do CC de 1916, para exercer o resgate Art. 693. Todos os aforamentos, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis trinta anos depois de constituídos, mediante pagamento de vinte pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar o direito ao resgate, nem contrariar a disposições imperativas deste capítulo. Art. 693. Todos os aforamentos, inclusive os constituídos anteriormente a este Código, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis dez anos depois de constituídos, mediante pagamento de um laudêmio, que será de dois e meio por cento sobre o valor atual da propriedade plena, e de dez pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar ao direito de resgate, nem contrariar as disposições imperativas deste capítulo. i) Pagar os impostos e ônus que gravarem o imóvel (CC de 1916, art. 682) e contribuições de melhoria (Decreto-lei nº 195/67, art. 8º, §1º) Art. 682. É obrigado o enfiteuta a satisfazer os impostos e os ônus reais que gravarem o imóvel. Art 8º Responde pelo pagamento da Contribuição de Melhoria o proprietário do imóvel ao tempo do seu lançamento, e esta responsabilidade se transmite aos adquirentes e sucessores, a qualquer título, do domínio do imóvel. § 1º No caso de enfiteuse, responde pela Contribuição de Melhoria o enfiteuta. Direitos e obrigações do senhorio direto Direitos a) Exigir a conservação da substância do bem b) Às acessões c) Ao tesouro d) Alienar o domínio direto e) De preferência no caso de alienação do domínio útil pelo foreiro (CC de 1916, arts. 683 e 684) Art. 683. O enfiteuta, ou foreiro, não pode vender nem dar em pagamento o domínioútil, sem prévio aviso ao senhorio direto, para que este exerça o direito de opção; e o senhorio direto tem trinta dia para declarar, por escrito, datado e assinado, que quer a preferência na alienação, pelo mesmo preço e nas mesmas condições. Se dentro do prazo indicado, não responder ou não oferecer o preço da alienação, poderá o foreiro efetuá-la com quem entender. Art. 684. Compete igualmente ao foreiro o direito de preferência, no caso de querer o senhorio vender o domínio direto ou dá-lo em pagamento. Para este efeito, ficará o dito senhorio sujeito à mesma obrigação imposta, em semelhantes circunstâncias, ao foreiro. f) Consolidar o domínio se o enfiteuta alienar o domínio útil sem notificá-lo (CC de 1916, art. 685) Art. 685. Se o enfiteuta não cumprir o disposto no art. 683, poderá o senhorio direto usar, não obstante, de seu direito de preferência, havendo do adquirente o prédio pelo preço da aquisição. g) Ser citado, no caso de penhora do domínio útil por dívida do foreiro http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art683 (CC de 1916, art. 689 e CPC, art. 698) Art. 689. Fazendo-se penhora, por dívidas do enfiteuta, sobre o prédio emprazado, será citado o senhorio direto, para assistir à praça, e terá preferência, quer no caso de arrematação, sobre os demais lançadores, em condições iguais, quer, em falta deles, no caso de adjudicação. Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo. Parágrafo único. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas ações de família em que figure como parte vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). h) Consentir ou não na divisão em glebas do imóvel aforado (CC de 1916, art. 681) Art. 681. Os bens enfitêuticos transmitem-se por herança na mesma ordem estabelecida a respeito dos alodiais neste Código, arts. 1.603 e 1619; mas, não podem ser divididos em glebas sem consentimento do senhorio. i) Escolher o cabecel, se os co- enfiteutas não o fizerem (CC de 1916, art. 690) Art. 690. Quando o prédio emprazado vier a pertencer a várias pessoas, estas, dentro em seis meses, elegerão um cabecel, sob pena de se devolver ao senhorio o direito de escolha. § 1º Feita a escolha, todas as ações do senhorio contra os foreiros serão propostas contra o cabecel, salvo a este o direito regressivo contra os outros pelas respectivas quotas. § 2º Se, porém, o senhorio direto convier na divisão do prazo, cada uma das glebas em que for dividido constituirá prazo distinto. j) Receber: - Pensões anuais (CC de 1916, art. 678) Art. 678. Dá-se a enfiteuse, aforamento, ou emprazamento, quando por ato entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui à outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. - Foro de cada gleba, no caso de divisão de enfiteuse (CC de 1916, art. 690, §2º) § 2º Se, porém, o senhorio direto convier na divisão do prazo, cada uma das glebas em que for dividido constituirá prazo distinto. Foro: Devido anualmente. Laudêmio: Devido toda vez que é realizada alguma transação. Exemplo: Meu pai tem uma fazenda de 10 glebas, com tamanhos diferentes e são de pessoas diferentes. Se uma destas quiser dividir a sua gleba, terá que pedir autorização ao dono. - Laudêmio, quando houvesse transferência de domínio útil (CC de 1916, art. 686, CPC, art. 585, IV), mas perdeu hoje o direito diante do que reza o art. 2.038, §1º do NCC Art. 686. Sempre que se realizar a transferência do domínio útil, por venda ou doação em pagamento, o senhorio direto, que não usar da opção, terá direito de receber do alienante o laudêmio, que será de dois e meio por cento sobre o preço da alienação, se outro não se tiver fixado no título de aforamento. Art. 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916 , e leis posteriores. § 1 o Nos aforamentos a que se refere este artigo é defeso: I - cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor das construções ou plantações; II - constituir subenfiteuse - Foro por parte do foreiro anterior, quando não tiver sido comunicado da doação, dote e permuta por coisa infungível do prédio aforado, feito por ele (CC de 1916, art. 688) Art. 688. É lícito ao enfiteuta doar, dar em dote, ou trocar por coisa não fungível o prédio aforado, avisando o senhorio direto, dentro em sessenta dias, contados do ato da transmissão, sob pena de continuar responsável pelo pagamento do foro. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1603. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l3071.htm#art1619. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm - O pagamento do resgate (CC de 1916, art. 693) Art. 693. Todos os aforamentos, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis trinta anos depois de constituídos, mediante pagamento de vinte pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar o direito ao resgate, nem contrariar a disposições imperativas deste capítulo. Art. 693. Todos os aforamentos, inclusive os constituídos anteriormente a este Código, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis dez anos depois de constituídos, mediante pagamento de um laudêmio, que será de dois e meio por cento sobre o valor atual da propriedade plena, e de dez pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar ao direito de resgate, nem contrariar as disposições imperativas deste capítulo. (Redação dada pela Lei nº 5.827, de 1972) Art. 693. Todos os aforamentos, salvo acôrdo entre as partes, são resgatáveis vinte anos depois de constituídos, mediante pagamento de vinte pensões anuais pelo foreiro, que não poderá, no seu contrato, renunciar o direito ao resgate, nem contrariar as disposições imperativas dêste capítulo. k) Invocar: - Ação real – reivindicatória, confessória, negatória - Ação pessoal para cobrar foro ou laudêmio Ação de comisso Obrigações → Respeitar o domínio útil do foreiro → Notificar o enfiteuta quando alienar o seu domínio → Conceder resgate nos termos do contrato. Extinção da enfiteuse a) Pela deterioração do prédio aforado (CC de 1916, art. 692, I) Art. 692. A enfiteuse extingue-se: I - Pela natural deterioração do prédio aforado, quando chegue a não valer o capital correspondente ao fôro e mais um quinto deste. b) Pelo comisso (CC de 1916, art. 692, II, Decreto-lei 9.760/46, arts. 101, §2º, 103, §1º, 118 e 121) Art. 692. A enfiteuse extingue-se: II - Pelo compromisso, deixando o foreiro de pagar as pensões devidas, por três anos consecutivos, caso em que o senhorio o indenizará das benfeitorias necessárias. Art. 101 - Os terrenos aforados pela União ficam sujeitos ao foro de 0,6% (seis décimos por cento) do valor do respectivo domínio pleno, que será anualmente atualizado. Art. 103. O aforamento extinguir-se-á: § 1o Consistindo o inadimplemento de cláusula contratual no não-pagamento do foro durante três anos consecutivos, ou quatro anos intercalados, é facultado ao foreiro, sem prejuízo do disposto no art. 120, revigorar o aforamento mediante as condições que lhe forem impostas. Art. 118. Caduco o aforamento na forma do parágrafo único do art. 101, o órgão localda SPU notificará o foreiro, por edital, ou quando possível por carta registrada, marcando-lhe o prazo de noventa dias para apresentar qualquer reclamação ou solicitar a revigoração do aforamento.(Redação dada pela Lei nº 9.636, de 1998) Parágrafo único. Em caso de apresentação de reclamação, o prazo para o pedido de revigoração será contado da data da notificação ao foreiro da decisão final proferida. Art. 121. Decorrido o prazo de que trata o art. 118, sem que haja sido solicitada a revigoração do aforamento, o Chefe do órgão local do S.P.U. providenciará no sentido de ser cancelado o aforamento no Registro de Imóveis e procederá na forma do disposto no art. 110. Parágrafo único. Nos casos de cancelamento do registro de aforamento, considera-se a certidão da Secretaria do Patrimônio da União de cancelamento de aforamento documento hábil para o cancelamento de registro nos termos do inciso III do caput do art. 250 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973. c) Pelo falecimento do enfiteuta, sem herdeiros (CC de 1916, art. 692, III) Art. 692. A enfiteuse extingue-se: III - Falecendo o emfiteuta, sem herdeiros, salvo o direito dos credores. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5827.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5827.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9636.htm#art32 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9636.htm#art32 Nesse caso, o bem vai para o Poder Público do município. d) Pela confusão Confusão: Um compra o direito do outro. e) Pela perda da nacionalidade brasileira (Decreto-lei nº 3.438/41, art. 18, §1º) Art. 18. À pessoa estrangeira, física ou jurídica, não serão aforados os terrenos de que se trata, exceto: § 1º A perda de qualidade de brasileiro por quem seja titular de enfiteuse, constituida depois da publicação daquele decreto-lei, importa na extinção automática desse direito real, consolidando a União o seu domínio pleno sobre o terreno, indenizado o foreiro pelas benfeitorias nele existentes. f) Pela total destruição do prédio aforado g) Pela usucapião h) Pela desapropriação. Art. 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916 , e leis posteriores. § 1 o Nos aforamentos a que se refere este artigo é defeso: I - cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor das construções ou plantações; II - constituir subenfiteuse. § 2 o A enfiteuse dos terrenos de marinha e acrescidos regula-se por lei especial. A enfiteuse, nos dias atuais, não pode ser criada, entretanto, ela ainda existe. Além disso, atualmente é dispensado o pagamento do laudêmio, mas não do foro. Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. Art. 1.371. O superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel. Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela transferência. Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de condições. Art. 1.374. Antes do termo final, resolver- se-á a concessão se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para que foi concedida. Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. Art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície em conseqüência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. Art. 1.377. O direito de superfície, constituído por pessoa jurídica de direito público interno, rege-se por este Código, no que não for diversamente disciplinado em lei especial. Conceito Direito real pelo qual o proprietário concede, por tempo determinado, gratuita ou onerosamente, a outrem, o direito de construir, ou plantar em seu terreno, mediante escritura pública, devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis (CC, arts. 1.225, 1.369 a 1.377 e Lei nº 10.257/2001, arts. 21 a 24) Art. 1.225. São direitos reais: II - a superfície; Art. 1.369. O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. Art. 1.370. A concessão da superfície será gratuita ou onerosa; se onerosa, estipularão as partes se o pagamento será feito de uma só vez, ou parceladamente. Art. 1.371. O superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel. Art. 1.372. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos seus herdeiros. Parágrafo único. Não poderá ser estipulado pelo concedente, a nenhum título, qualquer pagamento pela transferência. Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de condições. Art. 1.374. Antes do termo final, resolver- se-á a concessão se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para que foi concedida. Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. Art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície em conseqüência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um. Art. 1.377. O direito de superfície, constituído por pessoa jurídica de direito público interno, rege-se por este Código, no que não for diversamente disciplinado em lei especial. Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis. § 1o O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística. § 2o A concessão do direito de superfície poderá ser gratuita ou onerosa. § 3o O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente à sua parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da concessão do direito de superfície, salvo disposição em contrário do contrato respectivo. § 4o O direito de superfície pode ser transferido a terceiros, obedecidos os termos do contrato respectivo. § 5o Por morte do superficiário, os seus direitos transmitem-se a seus herdeiros. Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície,o superficiário e o proprietário, respectivamente, terão direito de preferência, em igualdade de condições à oferta de terceiros. Art. 23. Extingue-se o direito de superfície: I – pelo advento do termo; II – pelo descumprimento das obrigações contratuais assumidas pelo superficiário. Art. 24. Extinto o direito de superfície, o proprietário recuperará o pleno domínio do terreno, bem como das acessões e benfeitorias introduzidas no imóvel, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário no respectivo contrato. § 1o Antes do termo final do contrato, extinguir-se-á o direito de superfície se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a qual for concedida. § 2o A extinção do direito de superfície será averbada no cartório de registro de imóveis. Exemplo: Posto de gasolina. Oneroso: Tem que pagar. Gratuito: Não paga nada. Caso o imóvel não seja registrado, este não se torna um direito real. Qual a diferença entre locação e superfície? Este é um direito real de garantia sobre coisa alheia, enquanto o primeiro é apenas um contrato. Ressalta-se que não se pode tirar o superficiário da superfície, a menos que ele tenha descumprido as cláusulas do contrato. Natureza jurídica a) Direito real de fruição sobe coisa alheia, que não atinge a propriedade do dono do solo, por afastar a acessão Fruição: Usar o bem. Acessão: Juntar. Exemplo: Amauri me deu o direito de superfície de uma cadeira, contudo, outra cadeira se juntou aquela. Nesse caso, só tenho o direito de usar (direito de superfície) a que ele me deu. b) Nela ter-se-á fundieiro (proprietário do solo e possuidor indireto) e superficiário, que tem, por ser o possuidor direto, o direito de plantar ou de construir no terreno (urbano ou rural) de outrem. Dono da superfície: Proprietário. Superficiário: É quem usa. Concessão gratuita de superfície O fundieiro fica, temporariamente, sem o seu imóvel e sem receber contraprestação, mas, finda a concessão, recebe o bem bastante valorizado. Exemplo¹: Amauri diz que posso ficar com o terreno dele por 5 anos e, portanto, vou construir neste um barracão. Findo o tempo estipulado, o barracão passa a ser do Amauri, que pode optar por renovar o contrato de superfície ou fazer um contrato de locação. A diferença do direito real de superfície e do arrendamento é o de que este último é oneroso e deve ser registrado no cartório. Exemplo²: Amauri me deu o direito de superfície da sua terra, para que eu possa plantar seringueira por 47 anos, o qual irei colher/usufruir. Findo o tempo, não poderei arrancar as seringueiras ao devolver o terreno para ele, de modo que, portanto, estas passaram a ser de sua propriedade. Concessão onerosa do direito de superfície O fundieiro passa a ter direito ao solarium ou cânon superficiário. Solarium: Contribuição paga por quem construía em terreno alheio (Direito Romano). É uma espécie de “aluguel”. Responsabilidade pelos encargos É do superficiário que responde por tributos e ônus incidentes sobre o imóvel. Seja a concessão gratuita ou onerosa. Transferência de superfície a) Transmissão causa mortis b) Alienação do imóvel ou da superfície em que fundieiro e superficiário têm direito de preferência O sujeito que comprar o imóvel com direito de superfície não poderá tirar o superficiário de lá, visto que o imóvel possui um ônus que é transmitido ao novo proprietário. Além disso, ressalta-se que todo ônus acarreta um pouco na desvalorização da propriedade para venda. Extinção a) Consolidação Acontece quando o superficiário compra a propriedade. b) Inadimplemento obrigacional Trata-se do descumprimento do contrato. Exemplo: O sujeito, ao celebrar o contrato, se comprometeu a plantar seringueira, contudo, não plantou nenhum pé. c) Advento do termo Quando acabou o prazo do contrato. d) Desvio da destinação e) Renúncia do superficiário Este diz que não quer mais. f) Distrato g) Perecimento do terreno gravado Exemplo: Houve uma avalanche que levou todo o terreno embora. h) Não uso do direito de construir dentro do prazo avençado i) Não uso do direito de plantar dentro do prazo avençado j) Desapropriação do solo ou do direito de superfície Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respectivos donos. Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título. Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante. Parágrafo único. Se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á custear as obras. Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da servidão. Art. 1.384. A servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente. Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente. § 1 o Constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro. § 2 o Nas servidões de trânsito, a de maior inclui a de menor ônus, e a menor exclui a mais onerosa. § 3 o Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso. Art. 1.386. As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro. Art. 1.387. Salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada. Parágrafo único. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I - quando o titular houver renunciado a sua servidão; II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato,ou de outro título expresso; III - pelo não uso, durante dez anos contínuos. Conceito São direitos de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes se impõem sobre o prédio serviente em benefício do dominante. As servidões prediais acontecem quando há um terreno que determinado sujeito está usando, mas que autoriza um terceiro a usar também. Nesse caso, após autorizá-lo a usar, o mesmo não poderá tirá-lo de lá. Exemplo¹: A pessoa sede a servidão para instalar um linhão de energia em sua terra. Exemplo²: A pessoa sede servidão de sua terra, para colocar nela um gasoduto. Servidão contratual de passagem: Sede passagem para o vizinho e será registrada na matrícula dos dois contratantes. Exemplo¹: Comprei a servidão da terra do vizinho a fim de que a minha fazenda passe a ter saída na estrada. Exemplo²: Moro no terreno de cima e o meu vizinho no e baixo. Nesse caso, o meu vizinho é obrigado a receber as minhas águas pluviais, porém não o meu esgoto, entretanto, para tanto, poderei celebrar com ele uma servidão. Ressalta-se que a servidão desvaloriza o imóvel daquele que a aceitou. Dominante: Quem vai usar a servidão. Finalidade Proporcionar uma valorização do prédio dominante, tornando-o mais útil, agradável ou cômodo, implicando, por outro lado, uma desvalorização econômica do prédio serviente, levando-se em consideração que as servidões prediais são perpétuas, acompanhando sempre os imóveis quando transferidos. Princípios fundamentais → É uma relação entre prédios vizinhos. → Não há servidão sobre a própria coisa. Exemplo: Tenho uma propriedade com servidão de passagem com a propriedade da frente. Se eu vier a comprar esta e anexá-la a minha, não haverá mais a servidão, posto que o proprietário não ser, ao mesmo tempo, serviente e proprietário. → Não se pode de uma servidão constituir outra. Exemplo: Na fazenda do Leandro havia um açude que dava água para todos os vizinhos, então, Amauri possuía uma servidão com ele, a fim de que seu gado pudesse beber água. Contudo, ele pegou uma parte desta servidão e vendeu para o João, com o objetivo de que ele também colocasse seu gado para beber água na propriedade. Isso não pode, de modo que seria possível que o João comprasse a servidão diretamente com o Leandro, que poderia vende-la enquanto tivesse água suficiente para servir todos aqueles que contrataram com o mesmo. → Servidão não se presume. Ela precisa ser vista, ou seja, é necessário que haja um contrato. → Servidão é inalienável. Contudo, apesar de ser inalienável, é possível consegui-la por meio da usucapião. Mas por que usucapir a servidão, e não a propriedade? Exemplo: Faz dez anos que o gado do Amauri tem passagem para beber água na propriedade do Leandro, de modo que ele só usa a passagem, e não a propriedade. De uma hora para outra ele vendeu a passagem ou, então, vendeu a propriedade e o novo proprietário a fechou. Frente a essa situação, em último caso, Amauri poderá usucapi-la, mas primeiro precisará entrar com uma ação, visto que trata-se de um direito real. Natureza jurídica É um direito real de gozo ou fruição sobre imóvel alheio de caráter acessório, perpétuo, indivisível e inalienável. Classificação Quanto à natureza: Rústicas e urbanas. Rústicas: Rural. Urbana: Da cidade. Quanto ao modo de exercício: a) Contínuas e descontínuas Contínuas: Subsistem e se exercem independentemente de atos humanos ex. passagem de água; de energia elétrica, iluminação. É como se dá a servidão de iluminação, visto que, geralmente, ela é feita proibindo a pessoa de fechar a claridade. Exemplo: Amauri compra um imóvel por conta da sua passagem de iluminação e, por medo de alguém construir no terreno do lado que lhe garante esta, faz uma servidão com o seu proprietário. Descontínuas: Seu exercício de funcionamento requer ação humana ex: a de trânsito, a de tirar agua de prédio alheio. b) Positivas e negativas Positivas: Pode fazer. Exemplo: Levar gado para pastar ou tomar água. Negativas: Deve abster-se. Exemplo: Servidão de iluminação. c) Ativas e passivas Ativas: Direitos do dominante. Quem vai usar a servidão é o dominante. Exemplo: Servidão de passagem. Passivas: Encargos do serviente. Exemplo: Tenho que tirar da minha água para passar para o outro. Quanto à exteriorização Aparentes: Obras e sinais exteriores. Não aparentes: Não se revelam externamente. Exemplo: Gasoduto. Quanto à origem Legais: Imposição da lei ex. passagem forçada. Naturais: Derivam da situação dos prédios ex. escoamento de águas. Convencionais: Vontade das partes. Dificilmente essa classificação de servidão será gratuita e, quando o for, geralmente é por ser de causa mortis. Modos de constituição → Ato jurídico inter vivos ou causa mortis (CC, art. 1.378; Dec.-lei nº. 1.000/69, art. 167, X). Art. 1.378. A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente, que pertence a diverso dono, e constitui-se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 167. No registro de imóveis será feita: X - dos títulos das servidões não aparentes, para a sua constituição; Inter vivos: É a própria convenção entre as partes e pode vir a acarretar em uma servidão gratuita ou onerosa. Exemplo: Amauri deu uma parte da fazenda para o seu filho e também uma servidão de passagem, sem cobrar. → Sentença judicial (NCPC, arts. 596, Parágrafo único e 597, §4º,III) Art. 596. Ouvidas as partes, no prazo comum de 15 (quinze) dias, sobre o cálculo e o plano da divisão, o juiz deliberará a partilha. Parágrafo único. Em cumprimento dessa decisão, o perito procederá à demarcação dos quinhões, observando, além do disposto nos arts. 584 e 585 , as seguintes regras: I - as benfeitorias comuns que não comportarem divisão cômoda serão adjudicadas a um dos condôminos mediante compensação; II - instituir-se-ão as servidões que forem indispensáveis em favor de uns quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valor no orçamento para que, não se tratando de servidões naturais, seja compensado o condômino aquinhoado com o prédio serviente; III - as benfeitorias particulares dos condôminos que excederem à área a que têm direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho mediante reposição; IV - se outra coisa não acordarem as partes, as compensações e as reposições serão feitas em dinheiro. Art. 597. Terminados os trabalhos e desenhados na planta os quinhões e as servidões aparentes, o perito organizará o memorial descritivo. § 4º Cada folha de pagamento conterá: III - a declaração das servidões instituídas, especificados os lugares, a extensão e o modo de exercício. → Usucapião (CC, art. 1.379, parágrafo único) Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. → Destinação do proprietário. Exemplo: Amauri faz um loteamento na sua fazenda e destina as servidões para cada um dos terrenos que é alienado. Direitos e deveres do proprietário do prédio dominante Direitos → Usar e gozar da servidão. → Realizar obras necessárias à sua conservação e uso (CC, art. 1.380; Cód. de Águas art. 128). Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadasentre os respectivos donos. Art. 128. O dono do aqueduto poderá consolidar suas margens com relvas, estacadas, paredes de pedras soltas. → Exigir ampliação da servidão para facilitar a exploração do prédio dominante (CC, art. 1.385, § 3º). Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente. § 3 o Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso. Exemplo: Amauri deu para o João uma servidão de passagem em sua propriedade somente para carro. Entretanto, o João quis plantar cana e, por isso, passou a ser necessária a passagem de caminhão de usina no local. Amauri é obrigado a ceder? Nesse caso, o João tem o direito de pedir a ampliação e o Amauri não pode impedir esta, todavia, ele será eventualmente indenizado, tendo em vista que essa ampliação provavelmente destruirá ainda mais sua propriedade. → Renunciar à servidão (CC, art. 1.388, I). Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I - quando o titular houver renunciado a sua servidão; Deveres → Pagar todas as obras feitas para uso e conservação da servidão (CC, art. 1.381). Art. 1.381. As obras a que se refere o artigo antecedente devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título. → Exercer a servidão civiliter modo (CC, art. 1.385): A servidão deve ser exercida civiliter modo, ou seja, deve ser evitado qualquer ônus adicional ao prédio serviente Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente. § 1 o Constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro. § 2 o Nas servidões de trânsito, a de maior inclui a de menor ônus, e a menor exclui a mais onerosa. § 3 o Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso. A servidão deve ser utilizada civilizadamente. → Indenizar o dono do prédio serviente pelo excesso do uso da servidão em caso de necessidade (CC, art. 1.385, § 3º) Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente. § 3 o Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso. Direitos e obrigações do proprietário do prédio serviente Direitos → Exonerar-se de pagar as despesas com o uso e conservação da servidão, desde que abandone total ou parcialmente a propriedade em favor do dono do prédio dominante (CC, art. 1.382, parágrafo único). Art. 1.382. Quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante. Parágrafo único. Se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á custear as obras. → Remover a servidão de um local para outro. Desde que não haja prejuízo para o dominante. → Impedir que o proprietário do dominante efetive qualquer mudança na forma de utilização da servidão, pois este deve manter sua destinação (CC, art. 1.385, § 3º). Art. 1.385. Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente. § 3 o Se as necessidades da cultura, ou da indústria, do prédio dominante impuserem à servidão maior largueza, o dono do serviente é obrigado a sofrê-la; mas tem direito a ser indenizado pelo excesso. → Cancelar a servidão nos casos dos arts. 1.388 e 1.389 do CC. Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I - quando o titular houver renunciado a sua servidão; II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; III - pelo não uso, durante dez anos contínuos. Exemplo: Cancelar por mau uso ou abandono. Obrigações → Permitir que o dono do prédio dominante realize obras necessárias à conservação e utilização da servidão (CC, art. 1.380) Art. 1.380. O dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, serão as despesas rateadas entre os respectivos donos. → Respeitar o uso normal e legítimo da servidão (CC, art. 1.383) Art. 1.383. O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da servidão. → Pagar despesas com a remoção da servidão e não prejudicar ou diminuir as vantagens do prédio dominante, que decorrerem dessa mudança (CC, art. 1.384) Art. 1.384. A servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente. Proteção jurídica Ação confessória: Visa a obtenção do reconhecimento judicial da existência da servidão negada ou contestada. Ação negatória: Destinada a possibilitar ao dono do prédio serviente a obtenção de sentença que declare a inexistência de servidão ou de direito à sua ampliação. Ação de manutenção de posse: Em favor do prédio dominante que é molestado ou esbulhado pelo proprietário do prédio serviente. Nunciação de obra nova: Ex. trave na parede do vizinho. Ação de Usucapião: Conforme expresso no art. 1.379 do CC. Art. 1.379. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos. Extinção → Renúncia do titular (CC, art. 1.388,I). Art. 1.388. O dono do prédio serviente tem direito, pelos meios judiciais, ao cancelamento do registro, embora o dono do prédio dominante lho impugne: I - quando o titular houver renunciado a sua servidão; → Cessação de sua utilidade (CC, art. 1.388, II) II - quando tiver cessado, para o prédio dominante, a utilidade ou a comodidade, que determinou a constituição da servidão; → Resgate (CC, art. 1.388, III) III - quando o dono do prédio serviente resgatar a servidão. O dominante pega de volta. → Confusão (CC, art. 1.389, I) Art. 1.389. Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a prova da extinção: I - pela reunião dos dois prédios no domínio da mesma pessoa; O dono da propriedade compra a do serviente. → Supressão das respectivas obras (CC, art. 1.389, II) II - pela supressão das respectivas obras por efeito de contrato, ou de outro título expresso; → Desuso (CC,art. 1.389, III) III - pelo não uso, durante dez anos contínuos. → Perecimento do objeto. Exemplo: Secou a mina de água, sem que tenha sido culpa do dominante. → Decurso do prazo ou implemento da condição Exemplo¹: A servidão foi dada por trinta anos e, findo este prazo, somente será renovada se as partes quiserem. Exemplo²: Amauri terá direito a servidão, somente enquanto o Governo não asfaltar a estrada, de modo que, se amanhã ele o fizer, acaba-se a servidão. → Desapropriação → Convenção Ambas as partes optam por acabar com a servidão. Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo- lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. § 1 o Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. § 2 o Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. § 3 o Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado. Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. Art. 1.395. Quando o usufruto recai em títulos de crédito, o usufrutuário tem direito a perceber os frutos e a cobrar as respectivas dívidas. Parágrafo único. Cobradas as dívidas, o usufrutuário aplicará, de imediato, a importância em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública federal, com cláusula de atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos. Art. 1.396. Salvo direito adquirido por outrem, o usufrutuário faz seus os frutos naturais, pendentes ao começar o usufruto, sem encargo de pagar as despesas de produção. Parágrafo único. Os frutos naturais, pendentes ao tempo em que cessa o usufruto, pertencem ao dono, também sem compensação das despesas. Art. 1.397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o usufruto. Art. 1.398. Os frutos civis, vencidos na data inicial do usufruto, pertencem ao proprietário, e ao usufrutuário os vencidos na data em que cessa o usufruto. Art. 1.399. O usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante arrendamento, o prédio, mas não mudar-lhe a destinação econômica, sem expressa autorização do proprietário. Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, determinando o estado em que se acham, e dará caução, fidejussória ou real, se lha exigir o dono, de velar-lhes pela conservação, e entregá-los findo o usufruto. Parágrafo único. Não é obrigado à caução o doador que se reservar o usufruto da coisa doada. Art. 1.401. O usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perderá o direito de administrar o usufruto; e, neste caso, os bens serão administrados pelo proprietário, que ficará obrigado, mediante caução, a entregar ao usufrutuário o rendimento deles, deduzidas as despesas de administração, entre as quais se incluirá a quantia fixada pelo juiz como remuneração do administrador. Art. 1.402. O usufrutuário não é obrigado a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do usufruto. Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário: I - as despesas ordinárias de conservação dos bens no estado em que os recebeu; II - as prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimento da coisa usufruída. Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída. § 1 o Não se consideram módicas as despesas superiores a dois terços do líquido rendimento em um ano. § 2 o Se o dono não fizer as reparações a que está obrigado, e que são indispensáveis à conservação da coisa, o usufrutuário pode realizá-las, cobrando daquele a importância despendida. Art. 1.405. Se o usufruto recair num patrimônio, ou parte deste, será o usufrutuário obrigado aos juros da dívida que onerar o patrimônio ou a parte dele. Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao dono de qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos deste. Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribuições do seguro. § 1 o Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o direito dele resultante contra o segurador. § 2 o Em qualquer hipótese, o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro. Art. 1.408. Se um edifício sujeito a usufruto for destruído sem culpa do proprietário, não será este obrigado a reconstruí-lo, nem o usufruto se restabelecerá, se o proprietário reconstruir à sua custa o prédio; mas se a indenização do seguro for aplicada à reconstrução do prédio, restabelecer-se-á o usufruto. Art. 1.409. Também fica sub-rogada no ônus do usufruto, em lugar do prédio, a indenização paga, se ele for desapropriado, ou a importância do dano, ressarcido pelo terceiro responsável no caso de danificação ou perda. Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. Conceito Direito real conferido a alguém de retirar, temporariamente, da coisa alheia os frutos e utilidades que ela produz, sem alterar-lhe a substância. Trata-se de tirar tudo o que o bem possa produzir, mas sem modifica-lo. Ressalta-se que o usufruto geralmente não é celebrado por tempo indeterminado, entretanto, é vitalício, ou seja, existirá enquanto a parte viver. Exemplo: No usufruto de alimentos, o pai terá que dar uma renda de um de seus imóveis para o filho se alimentar, até que este complete 25 anos. Objeto → Móveis infungíveis e inconsumíveis (CC, art. 1.392, § 1º): Os bens infungíveis são os que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade. Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa eseus acrescidos. § 1 o Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. → Imóveis (CC, arts. 1.391 e 1.392) Art. 1.391. O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. § 1 o Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis, terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição. § 2 o Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem o dono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. § 3 o Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado. → Patrimônio (CC, art. 1.405) Art. 1.405. Se o usufruto recair num patrimônio, ou parte deste, será o usufrutuário obrigado aos juros da dívida que onerar o patrimônio ou a parte dele. Trata-se do patrimônio todo. Exemplo¹: Amauri faz um testamento de usufruto, pois não tem herdeiros necessários e não quer que os herdeiros colaterais recebam algo. Assim sendo, ele deixa todo o patrimônio para o Cristian, porém deu o usufruto para a Samantha, enquanto ela viver. Exemplo²: Amauri tem uma vaca, cujo embrião custa R$ 200.000,00. Se ele a der para o Cristian, a vaca será dele, porém os embriões permanecerão sendo do próprio Amauri. → Direitos, desde que transmissíveis Caracteres jurídicos → Direito real sobre coisa alheia. → É temporário. → É intransmissível e inalienável. Você poderá usar o usufruto do jeito que quiser. Exemplo: Cristian deu uma casa em usufruto para o Amauri, que não precisa necessariamente morar nela, podendo vir a aluga-la e ficar com o dinheiro decorrente desse aluguel. → É impenhorável. Exemplo: O usufruto é impenhorável, porém o dinheiro que ele recebe em decorrência do aluguel de um imóvel decorrente de usufruto, por exemplo, não é. Espécies Quanto à origem Legal e convencional. Quanto ao objeto Próprio e impróprio. O usufruto próprio é aquele que recai sobre bens infungíveis e inconsumíveis, ao término do usufruto o usufrutuário devolverá exatamente a coisa dada em usufruto. Não obstante isso, não há nenhuma proibição legal a que incida o usufruto sobre bens fungíveis a consumíveis, caso em que tomará o nome de quase-usufruto ou usufruto impróprio. Nessa hipótese não se terá um usufruto, mas sim um mútuo, uma vez que o usufrutuário passará a ser o proprietário do bem dado em usufruto, tendo o encargo de restituir coisa equivalente. Além do mais, com a extinção do usufruto impróprio, seu titular, em lugar de restituir a coisa, como se dá no usufruto, paga seu valor. Usufruto impróprio: É o usufruto de coisa fungíveis, ou seja, que irão acabar. Quanto à extensão Universal ou particular e pleno ou restrito. O usufruto será particular ou singular quando seu objeto for determinado de forma individual, sobre um bem específico; e universal, se incidir sobre uma universalidade de bens ou quota-parte. Usufruto singular: É sempre relacionado com um bem único. Usufruto universal: Abrange todo o patrimônio Ressalta-se que, caso no usufruto não seja especificado quanto será dado a cada pessoa, este extinguir-se-á com o falecimento do sujeito. Exemplo: Amauri deixou em testamento 50% para cada um dos filhos. Se um não o quiser, voltará para o próprio Amauri. Quanto à duração Temporário, vitalício e simultâneo. Usufruto simultâneo é aquele concedido ao mesmo tempo a duas ou mais pessoas. Porém, quando uma das pessoas morre, a parte do usufrutuário falecido será extinta. Constitutivos → Por lei. → Por ato jurídico inter vivos ou causa mortis. → Por sub-rogação. → Por sentença. (NCPC, arts. 867 a 869) Art. 867. O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel quando a considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao executado. Art. 868. Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz nomeará administrador- depositário, que será investido de todos os poderes que concernem à administração do bem e à fruição de seus frutos e utilidades, perdendo o executado o direito de gozo do bem, até que o exequente seja pago do principal, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. § 1º A medida terá eficácia em relação a terceiros a partir da publicação da decisão que a conceda ou de sua averbação no ofício imobiliário, em caso de imóveis. § 2º O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliário mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de mandado judicial. Art. 869. O juiz poderá nomear administrador-depositário o exequente ou o executado, ouvida a parte contrária, e, não havendo acordo, nomeará profissional qualificado para o desempenho da função. § 1º O administrador submeterá à aprovação judicial a forma de administração e a de prestar contas periodicamente. § 2º Havendo discordância entre as partes ou entre essas e o administrador, o juiz decidirá a melhor forma de administração do bem. § 3º Se o imóvel estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel diretamente ao exequente, salvo se houver administrador. § 4º O exequente ou o administrador poderá celebrar locação do móvel ou do imóvel, ouvido o executado. § 5º As quantias recebidas pelo administrador serão entregues ao exequente, a fim de serem imputadas ao pagamento da dívida. § 6º O exequente dará ao executado, por termo nos autos, quitação das quantias recebidas. → Por usucapião Exemplo: Amauri mora em um bem que pertence ao filho e não há nenhum contrato tratando do assunto. Um dia, sua sogra começa fazer a cabeça do filho e o convence a fazer o pai sair do mesmo. Nesse caso, como o Amauri mora lá a mais de cinco anos, pode pedir usucapião e ai, quando ele morrer, o bem volta a ser do filho, de modo que apenas fica constada na matrícula do imóvel a averbação da usucapião. Direitos e obrigações do usufrutuário Direitos → À posse, uso, administração e percepção dos frutos naturais pendentes no início do usufruto (CC, art. 1.394). Art. 1.394. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. Exemplo: Amauri deu para o João uma fazenda, a fim de que ele pudesse usufruir dela. Todavia, quando esta foi dada, a produção já tinha começado e irá acabar agora. → De cobrar as dívidas e empregar as importâncias recebidas (CC, art. 1.395 e parágrafo único) Art. 1.395. Quando o usufruto recai em títulos de crédito, o usufrutuário tem direito a perceber os frutos e a cobrar as respectivas dívidas. Parágrafo único. Cobradas as dívidas, o usufrutuário aplicará, de imediato, a importância em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública federal, com cláusula de atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos. → De gozar de renda oriunda de títulos de crédito, aplicando-os após a cobrança do débito em apólices de dívida pública (CC, art. 1.395 e parágrafo único, 2ª parte) → De receber meação em tesouro e em paredes, cerca, muro, vala (CC, art.
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