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1 FLUIDIZAÇÃO SÓLIDO-GÁS Fenômenos de Transferência e Operações Unitárias I (Professor: Débora de Pellegrin Campos) – (25/11/2022) Andriele da Silva Rodrigues Karoline de Villa Machinski Luca Cúnico Virtuoso Luiz Vitor Mazorana Warmling Paulo Henrique da Silva Dalmolin 1 OBJETIVOS Estudar o comportamento fluidodinâmico de leitos de partículas sólidas, fluidizadas com ar, através da relação existente entre a perda de carga e a velocidade de escoamento do fluído. Com estes dados, confeccionar curvas de fluidização para um leito de partículas, identificando velocidade de mínima fluidização. Realizar a determinação das seguintes propriedades do leito e das partículas: porosidade do leito, densidade das partículas, diâmetros médio e esfericidade das partículas. 2 RESULTADOS E ANÁLISES Com o início do experimento após ajuste de todos os parâmetros necessários do leito ajustou-se o aumento da vazão de ar através do rotâmetro conforme indicado no roteiro, fez-se as leituras do manômetro VM1, manômetro VM2 e altura respectiva do leito. Considerou-se a média dos dados de ida e volta. O Δh foi calculado a partir das perdas de cargas do manômetro VM1. Os valores estão expressos na tabela 1. 2 Tabela 1: Valores de pressão nos manômetros VM1 e VM2 e leito com aumento de vazão. IDA VOLTA MÉDIA Q (L/min) VM1 (mm) VM2 (mm) L (mm) Q (L/min) VM1 (mm) VM2 (mm) L (mm) Q (m³/s) Δh (m) L (m) 3,0 70,0 80,0 268,0 25,0 383,0 400,0 280,0 5,00E-05 0,070 0,269 4,0 93,0 104,0 268,0 24,0 365,0 390,0 280,0 6,67E-05 0,091 0,269 5,0 112,0 123,0 268,0 23,0 366,0 384,0 279,0 8,33E-05 0,109 0,269 6,0 132,0 145,0 268,0 22,0 355,0 372,0 279,0 1,00E-04 0,128 0,269 7,0 152,0 167,0 268,0 21,0 346,0 366,0 277,0 1,17E-04 0,146 0,269 8,0 173,0 189,0 268,0 20,0 332,0 353,0 277,0 1,33E-04 0,167 0,269 9,0 194,0 213,0 268,0 19,0 316,0 333,0 276,0 1,50E-04 0,186 0,269 10,0 209,0 235,0 268,0 18,0 297,0 317,0 276,0 1,67E-04 0,202 0,269 11,0 234,0 266,0 268,0 17,0 279,0 295,0 276,0 1,83E-04 0,221 0,269 12,0 251,0 271,0 268,0 16,0 269,0 287,0 275,0 2,00E-04 0,236 0,270 13,0 273,0 299,0 268,0 15,0 251,0 269,0 275,0 2,17E-04 0,252 0,271 14,0 296,0 323,0 268,0 14,0 234,0 251,0 275,0 2,33E-04 0,265 0,272 15,0 321,0 353,0 268,0 13,0 231,0 250,0 273,0 2,50E-04 0,286 0,272 16,0 346,0 371,0 268,0 12,0 221,0 237,0 272,0 2,67E-04 0,308 0,272 17,0 371,0 409,0 268,0 11,0 207,0 224,0 269,0 2,83E-04 0,325 0,272 18,0 391,0 419,0 268,0 10,0 194,0 210,0 269,0 3,00E-04 0,344 0,272 19,0 413,0 442,0 268,0 9,0 177,0 191,0 269,0 3,17E-04 0,365 0,272 20,0 429,0 458,0 269,0 8,0 160,0 172,0 269,0 3,33E-04 0,381 0,273 21,0 439,0 468,0 269,0 7,0 140,0 151,0 269,0 3,50E-04 0,393 0,273 22,0 441,0 467,0 271,0 6,0 123,0 133,0 269,0 3,67E-04 0,398 0,275 23,0 400,0 421,0 275,0 5,0 105,0 114,0 269,0 3,83E-04 0,383 0,278 24,0 403,0 430,0 277,0 4,0 89,0 96,0 269,0 4,00E-04 0,384 0,279 25,0 382,0 405,0 281,0 3,0 70,0 76,0 269,0 4,17E-04 0,383 0,281 Fonte: Autores. Com o aumento da vazão foi possível perceber a formação de bolhas de ar e aumento no tamanho total do leito apenas nas vazões finais, onde aproximadamente na leitura de 16 l/min notou-se a formação de minúsculas bolhas através da areia. Para a vazão de 22 l/min percebeu-se a presença de um leve borbulhamento onde o leito já se encontrava com alguns milímetros acima do início do experimento. Na vazão de 25 l/min foi identificado a presença de Slugs no leito, visto na Figura 1 comparada a Figura 2, e que confirma-se pela diminuição da pressão exercida nos manômetros checados. Para valores acima de 25 l/min não foi possível mensurar com precisão a vazão medida, pois esta variava muito no rotâmetro, tendo um aumento espontâneo juntamente com o borbulhamento intenso. 3 Figura 1: Fluidização Slug. Fonte: Autores. Figura 2: Regimes de fluidização. Fonte: Eco educacional. Calculou-se a queda de pressão do leito, ΔP, das alturas manométricas do manómetro VM1. Os dados dos gráficos se apresentam na Tabela 3. 4 Tabela 3: Queda de pressão. Q (m³/s) ΔP (Pa) log Q log ΔP 5,00E-05 685,33 4,3010 2,8359 6,67E-05 890,92 4,1761 2,9498 8,33E-05 1062,26 4,0792 3,0262 1,00E-04 1248,27 4,0000 3,0963 1,17E-04 1429,40 3,9331 3,1552 1,33E-04 1630,10 3,8751 3,2122 1,50E-04 1816,12 3,8239 3,2591 1,67E-04 1972,76 3,7782 3,2951 1,83E-04 2158,78 3,7368 3,3342 2,00E-04 2310,53 3,6990 3,3637 2,17E-04 2467,18 3,6642 3,3922 2,33E-04 2594,45 3,6320 3,4140 2,50E-04 2800,05 3,6021 3,4472 2,67E-04 3010,54 3,5740 3,4786 2,83E-04 3181,87 3,5477 3,5027 3,00E-04 3367,89 3,5229 3,5274 3,17E-04 3568,59 3,4994 3,5525 3,33E-04 3725,24 3,4771 3,5712 3,50E-04 3842,72 3,4559 3,5846 3,67E-04 3896,57 3,4357 3,5907 3,83E-04 3744,82 3,4164 3,5734 4,00E-04 3759,51 3,3979 3,5751 4,17E-04 3744,82 3,3802 3,5734 Fonte: Autores. A Figura 2 mostra o gráfico em funçao da vazão, no qual o ponto de mínima fluidização está indicado em vermelho, e que está de acordo com a Figura 3, indicado no ponto B. O experimento não alcançou as etapas de fuidização turbulenta e pneumática. A comparação entre o gráfico e a Figura 4 estaá de acordo ao ver que a linha do gráfico vai até o equivalente ao ponto C, fluidização Slug, e não tema o seguimento linear até aos ponto E, fluidização turbulenta, seguido da queda do ponto F que configura a fluidização pneumática. A figura 5 apresenta a escala log-log. 5 Figura 3: Queda de pressão versus Vazão. Fonte: Autores. Figura 4: Regimes de fluidização. Fonte: Eco educacional. 0.00 500.00 1000.00 1500.00 2000.00 2500.00 3000.00 3500.00 4000.00 4500.00 0.00E+00 5.00E-05 1.00E-04 1.50E-04 2.00E-04 2.50E-04 3.00E-04 3.50E-04 4.00E-04 4.50E-04 Δ P (P a) Q (m³/s) ΔP versus Q 6 Figura 5: Queda de pressão versus Vazão (log-log) Fonte: Autores. Por meio da área do leita e a velocidade dterminou-se a altura máxima teórica, Hm, Equação 1, Tabela 4, indicada no gráfico, Figura 6, das alturas do leito versus vazão. Equação 1: Altura Máxima Teórica 𝐻𝑚 = 𝐻𝑜 . [ 1 + 𝑄 − 𝑄𝑜 𝐴. 0,35 . (𝑔 . 𝐷). 0,5 ] Onde: 𝐻𝑚 = Altura máxima do leito téorico (m); 𝐻𝑜 = Altura inicial do leito (m); 𝑄 =Vazão (m3 /s); 𝑄𝑜 =Vazão que inicia a fluidização; (m3 /s); 𝐷 = Diâmetro interno da coluna (m); 2.20 2.40 2.60 2.80 3.00 3.20 3.40 3.60 3.80 3.2000 3.4000 3.6000 3.8000 4.0000 4.2000 4.4000 lo g Δ P log Q log ΔP versus log Q 7 Tabela 4: Área, Velocidade e Altura Máxima Teórica. Q (m³/s) Δh (m) L (m) A (m²) v (m/s) Hm 5,00E-05 0,070 0,269 0,0633 0,0008 0,2780 6,67E-05 0,091 0,269 0,0633 0,0011 0,2780 8,33E-05 0,109 0,269 0,0633 0,0013 0,2780 1,00E-04 0,128 0,269 0,0633 0,0016 0,2780 1,17E-04 0,146 0,269 0,0633 0,0018 0,2780 1,33E-04 0,167 0,269 0,0633 0,0021 0,2780 1,50E-04 0,186 0,269 0,0633 0,0024 0,2780 1,67E-04 0,202 0,269 0,0633 0,0026 0,2780 1,83E-04 0,221 0,269 0,0633 0,0029 0,2780 2,00E-04 0,236 0,270 0,0636 0,0031 0,2780 2,17E-04 0,252 0,271 0,0637 0,0034 0,2780 2,33E-04 0,265 0,272 0,0640 0,0036 0,2780 2,50E-04 0,286 0,272 0,0640 0,0039 0,2780 2,67E-04 0,308 0,2720,0640 0,0042 0,2780 2,83E-04 0,325 0,272 0,0641 0,0044 0,2780 3,00E-04 0,344 0,272 0,0641 0,0047 0,2780 3,17E-04 0,365 0,272 0,0641 0,0049 0,2780 3,33E-04 0,381 0,273 0,0643 0,0052 0,2780 3,50E-04 0,393 0,273 0,0643 0,0054 0,2780 3,67E-04 0,398 0,275 0,0648 0,0057 0,2780 3,83E-04 0,383 0,278 0,0654 0,0059 0,2780 4,00E-04 0,384 0,279 0,0656 0,0061 0,2780 4,17E-04 0,383 0,281 0,0661 0,0063 0,2780 Fonte: Autores. 8 Figura 6: Alturas do Leito. Fonte: Autores. No processo de diminuição da vazão utilizou-se um martelo de borracha para ajustar o compactamento do leito após cada medida, obtedo-se assim valores de altura definidos confiáveis. Mesmo com a compactação, a altura do leito após a vazão ser cessada não foi igual a altura inicial, sendo 1 cm mais alta. Esse comportamento se justifica pela formaçao de caminhos vazios pela passagem do fluxo de ar pelo interior do leito. Como comparação para o cálculo de velocidade mínima de fluidização, foram utilizadas as equações Wen & Yu (1966) e Goroshko, Rosenbaum & Todes (1966), conforme as equações 2 e 3, respectivamente. Para os cálculos é utilizada a fórmula de Arquimedes, segundo a equação 4. Equação 2: Correlação para a estimativa de velocidade mínima de fluidização por Wen & Yu (1966). 𝑈𝑚𝑓 = 𝜇 𝑑𝑝 × 𝜌𝑔 × [(33,72 + 0,0048 × 𝐴𝑟)0,5 − 33,7] Equação 3: Correlação para a estimativa de velocidade mínima de fluidização por Goroshko, Rosenbaum & Todes (1966) 0.262 0.264 0.266 0.268 0.270 0.272 0.274 0.276 0.278 0.280 0.282 5.0E-05 8.3E-05 1.2E-04 1.5E-04 1.8E-04 2.2E-04 2.5E-04 2.8E-04 3.2E-04 3.5E-04 3.8E-04 4.2E-04 L (m ) Q(m³/s) L (m) versus Q (m³/s) Hm 9 𝑈𝑚𝑓 = 𝜇 𝑑𝑝 × 𝜌𝑔 × [ 𝐴𝑟 (1400 + 5,2 × √𝐴𝑟 ] Equação 4: Fórmula de Arquimedes 𝐴𝑟 = 𝜌𝑔 × 𝑑𝑝 3 × (𝜌𝑠 − 𝜌𝑔) × 𝑔 𝜇2 Onde: Umf = Velocidade mínima de fluidização (m/s) μ = Viscosidade dinâmica do fluido (Pa.s) dp = Diâmetro da partícula (m) ρg = Densidade do fluido (kg/m³) ρs = Densidade do sólido (kg/m³) g = Aceleração da gravidade (m/s²) Ar = Número de Arquimedes Aplicando os valores obtidos durante o experimento, nas equações 2 e 3, obteve-se os seguintes resultados, conforme a tabela 5, logo abaixo: Tabela 5: Cálculos de velocidade mínima de fluidização. Autores Umf (m/s) Wen & Yu (1966). 0,1414 Goroshko, Rosenbaum & Todes (1966). 0,1364 Fonte: Autores. Comparando os resultados obtidos teóricamente com as fórmulas aplicadas anteriormente com a Figura 3, que são os resultados calculados a partir dos dados obtidos experimentalmente, pode-se afirmar que há uma grande diferença dos resultados obtidos experimentalmete com os dados utilizando as equações 2 e 3. De acordo com Santos (2013), a fluidização particulada ou homogênea ocorre quando a densidade da partícula é constante para todas as velocidades, fazendo com que a fase densa se caracterize como um fluido, formando microbolhas. 10 A ocorrência deste fenômeno é mais comum em fluidização com líquidos. Já a fluidização agregativa ou heterogenia ocorre quando se tem grandes partículas e alta velocidade de um gás ou partículas muito pequenas em um gás, que a depender da altura e diâmetro do leito pode gerar um fenômeno chamado Slugging, produzindo uma fluidez irregular pela junção das bolhas, o qual foi perceptível neste experimento. 3 CONCLUSÃO É possível concluir que a vazão do ar aplicado no leito influencia diretamente nos diferentes regimes de fluidização percebidos durante o experimento, como os gráficos e tabelas demonstram há um valor constante entre o ar injetado e a formação de bolhas em seu interior. Foi possível mensurar o ponto de mínima fluidização presente no processo, ponto este importante para o condicionamento do projeto encontrado em escalas de diversas indústrias, assim como a importância das características do fluidizado frente aos objetivos de formação do produto. 4 SUGESTÕES Utilizar uma vazão maior na abertura de ar para ter uma leitura com resultado mais rápido no rotâmetro. REFERÊNCIAS SANTOS, Kamylla Alexandre Leite dos. VALIDAÇÃO DA SIMULAÇÃO POR CFD DO RISER DE UMA UNIDADE PILOTO A FRIO DE FCC UTILIZANDO TRANSMISSÃO GAMA. 2013. 97 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Química., Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2013. COSTA, Tuana Maria. ESTUDO DA FLUIDODINÂMICA DE UM LEITO FLUIDIZADO EMPREGANDO O MODELO DE FASE DISCRETA DENSA. 2019. Dissertação de mestrado (Pós-graduação em Engenharia Mecânica) - Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande - PB, 2019. 11 2 RESULTADOS E ANÁLISES REFERÊNCIAS
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