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1 BOMBAS CENTRÍFUGAS: CURVAS CARACTERÍSTICAS E ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS Fenômenos de Transferência e Operações Unitárias I (Professor: Débora de Pellegrin Campos) – (16/10/2023) Dara Karoliny de Oliveira Julia Simon Nazário Karoline Martins Kethlyn Roldom Francelino Lucas do Nascimento Zanette 1 OBJETIVOS Determinação das Curvas características de Bombas centrífugas, num circuito simples, em função das perdas de carga no recalque (descarga) e na sucção delas. É destacado o uso de parâmetros adimensionais, embora a experiência não tenha flexibilidade para a variação do número de rotações e do diâmetro do rotor da bomba. Entender as Características resultantes e as limitações em casos de associação de Bombas centrífugas em série e em paralelo, para as rotações nominais máximas de duas bombas de potências hidráulicas diferentes e provocar e visualizar fenômenos de Cavitação real na sucção da Bomba. 2 RESULTADOS E ANÁLISES As análises foram baseadas nas curvas características de funcionamento de bombas centrifugas, como mostra a figura 1. O experimento foi realizado com duas bombas, identificadas como BC1 de referência NXDP-0 e BC2 de referência NXPD-2. 2 Figura 1: Curvas características de bomba centrifuga. Fonte: Dos autores (2023). 2.1 BOMBA BC1 Conforme roteiro experimental e os dados disponibilizados pela professora, foi possível calcular e analisar o desempenho das bombas centrifugas, os quais serão apresentados ao longo do relatório. Para a curva característica entre H x Q, foi necessário descobrir a altura manométrica (H) através da Eq. 1. Eq. (1): 𝐻 = (𝑃2 − 𝑃1) 𝜌𝑔 Onde: P2 – Pressão de descarga da bomba; P1 – Pressão de sucção; ρ – Densidade da água; g – Aceleração da gravidade. 3 Tabela 1: Curva característica (H x Q) BC1. Vazão P descarga (P2) P sucção (P1) H (L/min) (m³/s) (Pa) (Pa) (m) 0 0 156906,4 196,1276 15,97454 10 0,00016667 139254,43 392,2552 14,15517 20 0,00033334 135331,77 588,3828 13,73531 30 0,00050001 122583,125 980,638 12,39577 40 0,00066668 117679,8 2647,7226 11,726 50 0,00083335 117679,8 4412,871 11,54607 60 0,00100002 107873,15 6079,9556 10,37647 70 0,00116669 98066,5 7845,104 9,19688 80 0,00133336 80414,53 10296,699 7,147587 90 0,00150003 68646,55 13140,5492 5,658104 Fonte: Dos autores (2023). A partir dos dados da Tab.1, foi possível plotar o gráfico da Fig.2. Figura 2: Curva H x Q – Bomba BC1 Fonte: Dos autores (2023). 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 0,001 0,0012 0,0014 0,0016 H ( m ) Q (m³/s) H X Q 4 Através dos dados existentes, pode-se calcular a potência hidráulica, rendimento e as vazões e pressões adimensionais. Para potência hidráulica é necessário utilizar a Eq. 2. Eq. (2): 𝑃 = ∆𝑃 . 𝑄 Onde: ΔP – Variação de pressões; Q – Vazão. Tabela 2: Potência hidráulica – BC1. Vazão P descarga (P2) P sucção (P1) Potência (L/min) (m³/s) (Pa) (Pa) (W) 0 0 156906,4 196,1276 0,00000 10 0,00016667 139254,43 392,2552 23,14416 20 0,00033334 135331,77 588,3828 44,91536 30 0,00050001 122583,125 980,638 60,80246 40 0,00066668 117679,8 2647,7226 76,68959 50 0,00083335 117679,8 4412,871 94,39100 60 0,00100002 107873,15 6079,9556 101,79523 70 0,00116669 98066,5 7845,104 105,26040 80 0,00133336 80414,53 10296,699 93,49231 90 0,00150003 68646,55 13140,5492 83,26067 Fonte: Dos autores (2023). Obteve-se o gráfico da Fig.3 relacionando a potência calculada e a vazão. 5 Figura 3: Potência hidráulica – BC1 Fonte: Dos autores (2023). Para o cálculo de rendimento foi aplicada a Eq. 3. Eq. (3): 𝜂 = 𝑃 𝑃𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑥 100 Onde: Preal – 180 W (dado fornecido); 𝜂 – Rendimento em %. Tabela 3: Rendimento – BC1. Vazão P descarga (P2) P sucção (P1) Potência Rendimento (η) (L/min) (m³/s) (Pa) (Pa) (W) (%) 0 0 156906,4 196,1276 0,00000 0,00 10 0,00016667 139254,43 392,2552 23,14416 12,86 20 0,00033334 135331,77 588,3828 44,91536 24,95 30 0,00050001 122583,125 980,638 60,80246 33,78 40 0,00066668 117679,8 2647,7226 76,68959 42,61 50 0,00083335 117679,8 4412,871 94,39100 52,44 60 0,00100002 107873,15 6079,9556 101,79523 56,55 70 0,00116669 98066,5 7845,104 105,26040 58,48 80 0,00133336 80414,53 10296,699 93,49231 51,94 90 0,00150003 68646,55 13140,5492 83,26067 46,26 Fonte: Dos autores (2023). 0,00000 20,00000 40,00000 60,00000 80,00000 100,00000 120,00000 0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 0,001 0,0012 0,0014 0,0016 P o tê n ci a Vazão Potência X Vazão 6 Figura 4: Rendimento – BC1. Fonte: Dos autores (2023). Para o cálculo de pressão e vazão adimensionais, serão usadas as equações: Eq. (4): 𝛥𝑃𝑎𝑑 = ∆𝑃 𝜌𝐻20 . 𝑁2 . 𝐷² Eq. (5): 𝑄𝑎𝑑 = 𝑄 𝑁 . 𝐷³ Onde: D – 95mm (dado obtido no manual do fabricante); N – 3460 RPM (dado fornecido) equivalente a 57,67 Hz. 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 0,001 0,0012 0,0014 0,0016 R en d im en to Vazão Rendimento X vazão 7 Tabela 4: Pressão e vazão adimensionais – BC1. Vazão P descarga (P2) P sucção (P1) Pressão adimensional Vazão adimensional (L/min) (m³/s) (Pa) (Pa) (Qad) (ΔPad) 0 0 156906,4 196,1276 0,0000 5,22 10 0,00016667 139254,43 392,2552 0,0034 4,63 20 0,00033334 135331,77 588,3828 0,0067 4,49 30 0,00050001 122583,125 980,638 0,0101 4,05 40 0,00066668 117679,8 2647,7226 0,0135 3,83 50 0,00083335 117679,8 4412,871 0,0169 3,77 60 0,00100002 107873,15 6079,9556 0,0202 3,39 70 0,00116669 98066,5 7845,104 0,0236 3,01 80 0,00133336 80414,53 10296,699 0,0270 2,34 90 0,00150003 68646,55 13140,5492 0,0303 1,85 Fonte: Dos autores (2023). Figura 5: Relação entre pressão e vazão adimensional – BC1. Fonte: dos autores. 2.2 BOMBA BC2 Os cálculos e procedimentos realizados na bomba BC1 também foram aplicados a bomba BC2. Abaixo está a análise realizada. 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 0,0000 0,0050 0,0100 0,0150 0,0200 0,0250 0,0300 0,0350 Δ P ad Qad ΔPad X Qad 8 Para curva característica H x Q: Tabela 5: Curva característica (H x Q) – BC2. Vazão P descarga (P2) P sucção (P1) H (L/min) (m³/s) (Pa) (Pa) (m) 0 0 254972,9 196,1276 25,97113 10 0,000167 225552,95 294,1914 22,96216 20 0,000333 215746,3 980,638 21,89252 30 0,0005 205939,65 1569,021 20,83289 40 0,000667 196133 2745,786 19,71327 50 0,000833 186326,35 4216,743 18,56367 60 0,001 176519,7 6079,956 17,37408 70 0,001167 166713,05 8237,359 16,1545 80 0,001333 156906,4 11081,21 14,86495 90 0,0015 147099,75 13532,8 13,61539 100 0,001667 156906,4 16278,59 14,33515 Fonte: Dos autores, 2023. Figura 6: Curva H x Q – BC2. Fonte: Dos autores, 2023. Para potência hidráulica: 0 5 10 15 20 25 30 0 0,0005 0,001 0,0015 0,002 H Vazão H X Q 9 Tabela6: Potência hidráulica – BC2. Vazão P descarga (P2) P sucção (P1) Potência (L/min) (m³/s) (Pa) (Pa) (W) 0 0 254972,9 196,1276 0 10 0,000167 225552,95 294,1914 37,5438773 20 0,000333 215746,3 980,638 71,58998577 30 0,0005 205939,65 1569,021 102,1873583 40 0,000667 196133 2745,786 128,9273876 50 0,000833 186326,35 4216,743 151,7610407 60 0,001 176519,7 6079,956 170,4431532 70 0,001167 166713,05 8237,359 184,8920037 80 0,001333 156906,4 11081,21 194,4374761 90 0,0015 147099,75 13532,8 200,3544254 100 0,001667 156906,4 16278,59 234,3843696 Fonte: Dos autores (2023). Figura 7: Potência hidráulica – BC2. Fonte: Dos autores (2023). Para o rendimento, onde Preal é de 370 W (dado fornecido). 0 50 100 150 200 250 0 20 40 60 80 100 120 P o tê n ci a Vazão Potência X vazão 10 Tabela 7: Rendimento – BC2. Vazão P descarga (P2) P sucção (P1) Potência Rendimento (η) (L/min) (m³/s) (Pa) (Pa) (W) (%) 0 0 254972,9 196,1276 0 0,00 10 0,000167 225552,95 294,1914 37,5438773 10,15 20 0,000333 215746,3 980,638 71,58998577 19,35 30 0,0005 205939,65 1569,021 102,1873583 27,62 40 0,000667 196133 2745,786 128,9273876 34,85 50 0,000833 186326,35 4216,743 151,7610407 41,02 60 0,001 176519,7 6079,956 170,4431532 46,07 70 0,001167 166713,05 8237,359 184,8920037 49,97 80 0,001333 156906,4 11081,21 194,4374761 52,55 90 0,0015 147099,75 13532,8 200,3544254 54,15 100 0,001667 156906,4 16278,59 234,3843696 63,35 Fonte: Dos autores (2023). Figura 8: Rendimento – BC2. Fonte: Dos autores (2023). 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 0 20 40 60 80 100 120 R en d im en to Vazão Rendimento X vazão 11 Para curvas de pressão e vazão adimensionais foram utilizados os dados: D = 120 mm (dado obtido no manual do fabricante); N = 3490 RPM (dado fornecido) equivalente a 58,17 Hz. Tabela 8: Pressão e vazão adimensionais -BC2. Vazão P descarga (P2) P sucção (P1) Pressão adimensional Vazão adimensional (L/min) (m³/s) (Pa) (Pa) (Qad) (ΔPad) 0 0 254972,9 196,1276 0,0000 5,23 10 0,000167 225552,95 294,1914 0,0017 4,62 20 0,000333 215746,3 980,638 0,0033 4,41 30 0,0005 205939,65 1569,021 0,0050 4,19 40 0,000667 196133 2745,786 0,0066 3,97 50 0,000833 186326,35 4216,743 0,0083 3,74 60 0,001 176519,7 6079,956 0,0099 3,50 70 0,001167 166713,05 8237,359 0,0116 3,25 80 0,001333 156906,4 11081,21 0,0133 2,99 90 0,0015 147099,75 13532,8 0,0149 2,74 100 0,001667 156906,4 16278,59 0,0166 2,89 Fonte: Dos autores (2023). Figura 9: Relação pressão e vazão adimensionais. Fonte: Dos autores (2023). 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 0,0000 0,0020 0,0040 0,0060 0,0080 0,0100 0,0120 0,0140 0,0160 0,0180 Δ P ad Qad ΔPad X Qad 12 Após todos os dados plotados em gráficos é possível relacionar alguns aspectos com a literatura para entender a real eficiência e aplicabilidade do experimento. Figura 10: Perda de carga versus vazão. Ao compararmos os gráficos obtidos em Fig 2 e Fig 6 com a Fig 10 que é o gráfico teórico, podemos ver a correlação que ambos tendo uma tendência da perda de carga em decrescer com o aumento da vazão. 13 Figura 11: Potência e Rendimento versus Vazão. Fonte: Munson;Young;Okiishi (2004). A figura 11 nos mostra as curvas da literatura que relacionam potencia e rendimento com a vazão volumétrica, a Fig 3 e a Fig 8 mostram as curvas obtidas no experimento onde é possivel verificar a relação é semelhante com a literatura sendo assim satisfatório. 2.3 ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE E EM PARALELO As bombas operando em série proporcionam um aumento na altura manométrica. Quando as duas bombas são colocadas em série, a vazão é a mesma para ambas, mas a carga fornecida é a soma das cargas de cada bomba. No gráfico da Fig.10, a curva "Série" ilustra esse comportamento, mostrando uma maior altura H para uma dada vazão Q em comparação com a configuração em paralelo. Já as bombas operando em paralelo proporcionam um aumento na vazão. Quando são colocadas em paralelo, a carga é a mesma para ambas, mas a vazão é a soma das vazões de cada bomba. No gráfico, a curva "Paralelo" mostra que, para uma dada carga H, a vazão Q é maior do que na configuração em série. 14 Assim, pode-se dizer que a associação em série resulta em uma maior carga para vazões menores, enquanto a associação em paralelo fornece vazões mais altas para a mesma carga. Figura 12: Curva H x Q – Paralelo e Série. Fonte: Dos autores (2023). Figura 13: Curva P x Q – Paralelo e Série. Fonte: Dos autores (2023). 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0,0003 0,0005 0,0007 0,0008 0,0010 0,0012 0,0013 0,0015 0,0017 H ( m ) Q (m³/s) H x Q Paralelo Série 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,0000 0,0002 0,0003 0,0005 0,0007 0,0008 0,0010 0,0012 0,0013 0,0015 0,0017 P o tê n ci a (k W ) Q (m²/s) P x Q Paralelo Série 15 Figura 14: Curva de rendimento x Q – Paralelo e Série. Fonte: Dos autores (2023). Figura 15: Curva de rendimento x Q – Teórico. Fonte: ECO Educacional (2023). 0 20 40 60 80 100 120 0,0000 0,0002 0,0003 0,0005 0,0007 0,0008 0,0010 0,0012 0,0013 0,0015 0,0017 η ( % ) Q (m³/s) Rendimento x Q Paralelo Série 16 Fazendo uma análise gráfica da figura 15 com os gráficos obtidos e visto que ocorre uma discrepância nos resultados pois na fonte teórica as duas associações sugerem um rendimento igual, mas com taxas de vazões diferentes já que na associação em paralelo a vazão é dobrada. 3 CONCLUSÃO A partir do experimento foi possível compreender o comportamento das bombas centrifugas em um sistema hidraulico, mostrando a importância da prática para validar teorias e assim determinar as curvas características de bombas centrífugas, num circuito simples, em função das perdas de carga no recalque (descarga) e na sucção delas. Foi possível também ter um entendimento das características resultantes e as limitações em casos de associações de bombas centrífugas em série e em paralelo, para as rotações nominais máximas de duas bombas de potências hidráulicas diferentes. 4 SUGESTÕES Adicionalmente há investigações das bombas centrífugas utilizando água como fluido de teste, é possível considerar a realização dos experimentos com a variação do fluido bombeado. Alguns fluidos possuem viscosidades diferentes. Por tanto, examinar os efeitos do material do rotor e da aplicação de lubrificação sobre a eficiência e a durabilidade da bomba pode representar uma contribuição relevante para a pesquisa. REFERÊNCIAS 17 Em função de alterações em um processo de bombeamento, às vezes é preciso redimensionar uma bomba centrífuga para atender às novas condições. 2023. Disponível em: . Acesso em: 29 out. 2023. UFRGS. Associação de bombas em série e paralelo. 2018. Disponível em:. Acesso em: 29 out. 2023. GUEDES, Hugo Alexandre Soares. ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS. Pelotas: Ufpel, 2020. 21 slides, color. Disponível em: . Acesso em: 29 out. 2023. MUNSON, B. R.; YOUNG, D. F.; OKIISHI, T. H. 2004. Fundamentos da Mecânica dos Fluidos. 4ª ed. São Paulo: Blucher.
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