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RESUMO PSICODRAMA -

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PSICODRAMA
O Psicodrama é uma técnica psicoterápica cujas origens se acham no teatro, na psicologia e na sociologia → Seu núcleo é a dramatização. Diferentemente das psicoterapias puramente verbais, o psicodrama faz intervir, manifestamente, o corpo em suas variadas expressões e interações com outros corpos.
→ Do ponto de vista técnico, constitui, em princípio, um processo de ação e de interação.
→ Seu núcleo é a dramatização. Diferentemente das psicoterapias puramente verbais, o psicodrama faz intervir, manifestamente, o corpo em suas variadas expressões e interações com outros corpos. → Essa intervenção corporal envolve o compromisso total com o que se realiza, compromisso que é fundamental para a terapia e, consequentemente, para o indivíduo e para o desenvolvimento de melhores e mais completos meios de comunicação com seus semelhantes.
→ No psicodrama, não se deixa de fato o verbal, mas, pelo contrário, hierarquizam-se as palavras ao incluí-las em um contexto mais amplo, como é o dos atos. Assim, o indivíduo responsabiliza-se pelo que diz e pelo que faz. Do ponto de vista psicoterápico, essa participação corporal demonstrou, de maneira convincente, ser um valioso método para evidenciar as defesas conscientes e inconscientes do paciente, assim como sua conduta e quadros patológicos.
· Moreno iniciou seu trabalho, o trabalho de sua vida, nas ruas, nas praças e nos campos de refugiados. Só posteriormente é que passou ao consultório, mas sempre se dirigindo a grupos estranhos a este.
· É uma técnica de psicoterapia direta, isto é, nela o processo terapêutico se realiza no “aqui e agora”, com todos os elementos emocionais constitutivos da situação patológica, que se expressam por meio das personagens e circunstâncias concorrentes
· A transcendência do psicodrama vai desde o individual até o social; mais ainda, suas peculiaridades amalgamam ambos de tal maneira que os faz inseparáveis.
· O enfoque centrado no indivíduo: Leva, inevitavelmente, ao reconstruir a cena, ao contexto social em que ela se desenvolveu.
· O enfoque no grupo social: Leva, inevitavelmente, ao ser dramatizada a cena, a individualizar as personagens que constituem esse grupo e a caracterizá-las.
· O psicodrama coloca o indivíduo em seu meio, não o trata como um ser
Isolado
· O psicodrama reconstrói o contexto de cada indivíduo e o põe em movimento.
A história do Psicodrama é dividida em 4 partes:
· Religioso e filosófico (1920)
· Teatral e terapêutico (1921 - 1924)
· Sociológico e grupal (1925 - 1941)
· Organização e consolidação (1942 - 1974)
A fase religiosa e filosófica foi a primeira, a qual ocorreu até 1920, onde os maiores acontecimentos foram: Moreno achava que era deus quando criança, e isso repercutiu em muitas discussões no Psicodrama, e foi uma fase marcada pela filosofia existencial.
· Seinismo é uma vertente do existencialismo, que tem a ver com o sair do âmbito intelectual reflexivo e filosófico e tentar entender questões concretas da existência - o Existencialismo heróico e sua superação. O conhecimento só tem sentido quando aliado à existência. Pode-se observar isto com o trabalho de Moreno com refugiados, crianças nos parques de Viena, com prostitutas. 
· Durante esse momento, surgiram vários conceitos como: 
· Espontaneidade: capacidade de responder adequadamente (autenticamente) a uma situação nova ou antiga – é a abertura para ser autêntico;
· Criatividade: produção que dá sentido à espontaneidade, poder fazer algo que realmente seja original, diferente e autêntico;
· Ambas são inerentes ao ser humano e as crianças são seu modelo. 
· Conserva Cultural: uma obra de arte, um livro, uma teoria, leis, aquilo que a humanidade guarda de herança de tradição, que já foi construído pela humanidade. Infelizmente, acaba se tornando estereotipia em vez de estimular a criatividade, eu repito aquilo que foi aprendido e não questiono;
· Revolução Criadora: o resgate da espontaneidade. Não deixar-se levar pelo comodismo tecnológico da conserva cultural. O psicodrama, por si só é uma revolução criadora, pois fugiu do tradicional, trouxe a arte e o teatro pro âmbito da ciência;
· O momento: é o instante (Augenblick) heideggeriano, o Kairós (é o tempo que é meu, oportuno), próprio da espontaneidade (autenticidade), é o momento próprio para fazer algo, ou já se passou a oportunidade. No psicodrama, a sessão se refere a esse momento, pois é a hora do conflito, da dor se manifestar;
· O aqui e agora: é o mesmo conceito da Gestalt-terapia, o qual acaba desconsiderando o conceito freudiano de transferência. Trata-se do que esta sendo feito neste momento, não importa o que veio antes; 
· Encontro: experiência existencial de perceber o outro e experienciá-lo. É relação em que há envolvimento. É muito importante para o psicodrama, pois a dramatização é justamente a relação com o outro e tem-se que permitir o encontro entre as narrativas;
· Tele: sentimento e conhecimento da situação concreta de outras pessoas sem julgamento moral negativo. Fundamento de todas as relações sadias e elemento essencial de todo método eficaz em psicoterapia. É conseguir olhar o outro através da suspensão fenomenológica, sem preconceitos, juízos, tradições e não tirar conclusões sobre o outro sem tentar entender o que esta acontecendo para com ele. 
A segunda fase foi a teatral e terapêutica (1921-1924) foi uma época marcada pelo nascimento do
Psicodrama científico (experimentação): Aproximação dos teatro com adultos 
| Teatro Espontâneo (Stegreiftheater): lugar protegido para expressar-se, pesquisar e experimentar a espontaneidade, solução para uma revolução criadora, onde o palco seria redondo no meio da plateia. |Teatro Terapêutico e o caso Barbara-George | Catarse psicodramática → Deixar ser a dor 
| Teatro da Espontaneidade: obra que marca a transição de estilo religioso para científico (experimental) | Necessidade de sair do anonimato e assumir a paternidade em relação ao Psicodrama.
· A terceira fase é a Sociológica e Grupal (1925 - 1941) foi marcada pela mudança de moreno para os EUA, onde realizou um projeto de pesquisa no Presídio de Sing Sing: Estudo qualitativo e quantitativo dos relacionamentos interpessoais dos prisioneiros através de entrevistas e questionários para fins de tratamento em formato grupal. | Psicoterapia de Grupo: os membros são tão terapeutas quando o psicoterapeuta → é uma forma especial de tratamento que se propõe, como tarefa, tratar tanto o grupo como um todo, como cada um de seus membros através da medição do grupo | Psicoterapia Individual: (Psicodrama a Dois/ Psicodrama Bipessoal), Muitos sujeitos começam atuando com o diretor psicodramático sozinho, e é durante o desenvolvimento da ação que se adiciona um ou dois egos-auxiliares. 
| Ele fazia medições seguindo o Modelo Norte Americano de Psicometria, investe nesses métodos para ser reconhecido como cientista na comunidade. Embora invista nesse fator, ele não perde a postura fenomenológica, esta tentando entender as pessoas e suas particularidades presentes no grupo. Não esta fazendo essas pesquisas qualitativas e quantitativas para chegar a leis universais, mas sim para entender as singularidades de cada grupo e entende-los como único. Com isso ganha respeito e especo no meio científico;
· Os resultados da investigação foram apresentados no Encontro Anual da Associação Psiquiátrica Americana (1932), marca para a psicoterapia de grupo. Mostra que sua pesquisa no presídio foi bem sucedida e que sua forma de separar as informações realmente funcionava;
· Depois disso fará uma adaptação à cultura norte-americana (linguagem científica) e usará o termo sociometria. Adeus à filosofia do anonimato e assume o psicodrama como uma ideia dele e assume a patente das ideias;
· Nesta época se casará com a Zerka Moreno e ela ajudará nesse processo de assumir o psicodrama e desenvolver suas obras;
· Todas as observações e experimentações que Moreno fez durante seu tempo na Europa, nos EUA vão se transformar em pesquisa e medições, trazendo para os moldes de pesquisa cientifica, criandoseu método e registrando todo seu trabalho de investigação e seus resultados;
· Na Sociometria, acaba fazendo a alteração de alguns termo como o “Tele” que ele altera para Fator T e a espontaneidade que ele chamará de Fator E, seguindo os termos da psicometria; 
A quarta fase é a Organização e consolidação (1942 - 1974) onde foi marcada pela ênfase na validação do Psicodrama com método psicoterapêutico e científico, mesmo contra sua vontade, criação de instituições e desenvolvimento de produções intelectuais.
· Obteve muita resistência dos psiquiatras e dos psicanalistas, a mudança assusta; 
· Organização da Socionomia: Sociometria, Sociodinâmica e Sociatria.
· A partir disto, ocorreu a sistematização do Psicodrama, dividindo-o em três contextos, cinco instrumentos, três etapas e técnicas diversas;
SISTEMATIZAÇÃO DO PSICODRAMA
3 contextos → 5 instrumentos → 3 etapas → Técnicas diversas
CONTEXTOS DO PSICODRAMA
Social: Corresponde ao extragrupo, à chamada “realidade social” → É regido por leis e normas sociais que impõem ao indivíduo que o integra determinadas condutas e compromissos. É desse contexto que provém o material trazido pelos pacientes para a sessão.
Grupal; Constituído pelo próprio grupo, formado por todos os integrantes, tanto pacientes como terapeutas, suas interações e o produto destas → seus costumes, normas e leis particulares → Esse contexto é sempre particular a cada grupo, apesar de o enfoque terapêutico ser constantemente o mesmo → Do ponto de vista formal, o contexto grupal corresponde ao grupo sentado ao redor do cenário → Quanto ao grau de compromisso, é semelhante ao contexto social, no sentido de que cada indivíduo deve fazer-se responsável por seus atos e palavras perante outros indivíduos e perante o grupo → Mas diferencia-se do contexto social por sua maior liberdade, tolerância e compreensão, dadas as finalidades terapêuticas prefixadas e conhecidas por todos. → Sociodrama.
Dramático: É a cena montada pelo protagonista e pelo diretor. Tratando-se de um produto do protagonista, sua estrutura está cheia de significações e sugestões a ser levadas em conta durante o processo dramático. É neste contexto artificial e fantástico que os protagonistas desenvolvem seus papéis em um permanente “como se”. Essa circunstância acentua a separação entre contexto grupal e dramático, entre realidade e fantasia, entre indivíduo e papel. No cenário, desempenham-se papéis, interpretam papéis, interagem se de uma maneira particular; cenas podem ser feitas e desfeitas; modificam-se acontecimentos; trocam-se personagens; altera-se o tempo etc. etc. Tudo isso contribui para diminuir as tensões intrapsíquicas do protagonista. No cenário, procura-se transformar um campo tenso em campo relaxado por meio da diminuição do compromisso pessoal que permita, por sua vez, uma visão mais ampla do conflito colocado.
INSTRUMENTOS DO PSICODRAMA
Resuminho: 
· Palco/cenário: será sempre no meio do ambiente, circular e a platéia ficaria ao redor dele. Geralmente se bota um tapete redondo no meio, para representá-lo (quando não há palco). O palco é engolido pela platéia. O palco está vazio sempre, algumas sessões pode se colocar algo, como em sociodrama, mas o psicodrama grupal sempre será vazio;
· O sujeito/paciente/ator/protagonista: vai ser aquele que vai dramatizar. Num grupo entre 15 a 18 pessoas, podendo ter até 3 horas de duração. Todas essas pessoas precisam ser tratadas, todos serão tratados ao mesmo tempo, mas não será possível retratar os problemas de todos em uma sessão. No aquecimento será escolhido, pelo diretor, quem fará a dramatização do dia. Será escolhido pelo fator de prioridade;
· O diretor/terapeuta: ele fará a organização e orientação do grupo, deve ser o psicólogo. Ele vai fazer a definição de quem atuará no dia, qual tema será abordado, comandará a sessão, vai muito da intuição e do sentir na sessão; 
· O ego-auxiliar/assistente terapêutico: este ajudará durante as cenas e observe tudo que esta acontecendo. Pode participar e intervir nas cenas para incrementá-las, ajuda o diretor, mas é independente dele;
· O público/platéia: vai ser o espectador, mas é muito flexivo, pois num momento posso ser platéia e no outro protagonista, e esta pode interferir na dramatização; 
PROTAGONISTA OU PACIENTE: É a pessoa em torno da qual se centraliza a dramatização → Traz o tema para dramatizar e, ao mesmo tempo, o desempenha. De acordo com o diretor, constrói o contexto dramático e dá as primeiras diretivas nas cenas que vão ser levadas. Nos psicodramas grupais, o protagonista é considerado o emergente dramático do grupo e, como tal, sua produção é valorizada do ponto de vista individual e grupal. O protagonista nem sempre é um indivíduo, pode ser um grupo. Nesse caso, o psicodrama denomina-se sociodrama.
CENÁRIO: Lugar onde, habitualmente, se realiza a dramatização. De preferência, deve ser circular e com vários estrados. Os pés dos integrantes do auditório deverão tocar o primeiro estrado, com o fim de diminuir ao máximo a distância entre o contexto grupal e o dramático. O cenário constitui o campo terapêutico do psicodrama. O protagonista, por outro lado, ao subir no cenário, tem clara consciência de que tudo que vai acontecer é um “como se” e de que, portanto, nada do que se faça ou se diga é irreparável.
Os estrados clássicos do cenário psicodramático são três:
· Concepção: Entra em contato com o público, o diretor realiza o aquecimento, o encontro com o protagonista e a concepção da dramatização.
· Crescimento: onde o diretor e o protagonista se colocam para planejar as primeiras cenas e criar o contexto dramático.
· Consumação e ação: É nele que se coloca o protagonista e os egos-auxiliares para levar a cabo a dramatização.
· Galeria: Em alguns teatros psicodramáticos, há um quarto nível, onde se desempenham papéis que exigem uma acentuação das distâncias físicas. Em geral, é o nível dos “messias” e dos “heróis”.
EGOS-AUXILIARES: São os integrantes da equipe terapêutica, com conhecimentos psicológicos e treinamento psicodramático prévio. São elementos fundamentais para a dramatização, já que devem colaborar diretamente com o protagonista, encarnando personagens e criando o clima necessário para o processo terapêutico.
Se o cenário constitui o campo terapêutico, os egos-auxiliares são os principais instrumentos com que o diretor opera. A partir de tal situação, tanto o diretor como o egoauxiliar poderão trabalhar com segurança → O diretor deve estar seguro de que suas mensagens terapêuticas não serão desvirtuadas; e o ego-auxiliar, de que o diretor saberá protegê-lo no caso de situações difíceis de manejar. O ego-auxiliar é um prolongamento do diretor que entra em contato com o paciente, mas, além disso, pode estar a serviço do protagonista e ser um instrumento dele.
Funções de:
· De ator: encarnando o papel requerido pelo protagonista.
· De agente terapêutico: Levando o indivíduo às situações visadas pelo diretor, esclarecendo-lhe, ao mesmo tempo e por meio do papel, as cenas observadas. Como prolongamento do diretor, leva à dramatização as ideias dele, por intermédio dos papéis desenvolvidos, adaptando-os às circunstâncias e aos imprevistos que vão aparecendo. O ego-auxiliar deverá tomar a ideia do diretor e transformá-la em ação, tendo especial cuidado em harmonizá-la com o contexto encenado e o papel complementar do protagonista.
· De investigador social: Em pleno processo dramático pode observar e registrar as características do vínculo com o protagonista. É, pois, um observador participante, que deve deixar-se envolver pela situação para poder detectar os detalhes e as finezas das relações interpessoais em jogo.
DIRETOR OU TERAPEUTA: É o responsável pelo psicodrama nos seus diferentes aspectos → deve possuir uma sólida formação psicodramática que lhe permita mover-se com comodidade e eficácia.
Funções:
De produtor: como tal, compete a ele discriminar o material trazido pelo protagonista, as cenas que considera convenientes para dramatizar e sugerir outras novas que ampliem a visão dopaciente e favoreçam seu insight.
De terapeuta: o diretor deve manter o enfoque terapêutico em cada uma das etapas da sessão e não permitir seu desvirtuamento. Cabe a ele, como tal, iniciar a sessão; realizar o aquecimento inespecífico e específico; detectar o emergente grupal, se se tratar de um grupo, e facilitar sua concretização em um protagonista; intervir na encenação; dirigir os egos-auxiliares, quando considerar oportuno; dar as senhas; introduzir novas técnicas; cortar cenas; dar por terminada a etapa de dramatização; estimular os comentários do auditório; realizar a análise individual e grupal e dar por finalizada a sessão.
De analista social: por meio do material trazido pelos egos-auxiliares, pelos integrantes do auditório e de suas próprias observações, estará em condições de analisar o referido material em relação ao protagonista, ao grupo terapêutico e aos grupos sociais representados pelos integrantes, assim como suas interações, pautas e normas.
AUDITÓRIO: Corresponde ao conjunto de pessoas que se encontram no contexto grupal, isto é, fora do campo terapêutico (cenário). Do auditório participam, pois, tanto pacientes como egos-auxiliares.
Funções:
· Em relação ao protagonista: Sua presença dá maior riqueza, intensidade e compromisso aos atos realizados no cenário. O protagonista emerge do grupo, do anonimato e, de certa forma → Cada um opera de acordo com seu particular ponto de vista, o que, por sua vez, corresponde à ideologia do grupo social a que pertence.
· Em relação ao próprio auditório: A presença de outras pessoas no auditório dá uma particular coesão ao grupo espectador, fenômeno relacionado com seu número e grau de relação existente entre as pessoas que o compõem → Um número elevado de integrantes favorece a inibição pessoal e aumenta o compromisso afetivo despertado pela dramatização.
ETAPAS DO PSICODRAMA
1. Aquecimento: construção do continente existencial para que o protagonista exponha seu drama → é marcado pelo movimento. Inicialmente inespecífico (focado em todos) e, depois, específico (focado no protagonista).
Aquecimento inespecífico: Corresponde ao primeiro período da sessão, durante o qual o diretor entra em contato com o auditório com o fim de realizar uma atividade comum → Consiste em um conjunto de procedimentos destinados a centralizar a atenção do auditório, diminuir os estados de tensão e facilitar a interação.
2. Dramatização: É o núcleo do psicodrama e o que o caracteriza → Durante sua realização, o material trazido pelo protagonista é tratado com técnicas ativas, com o fim de concretizá-lo e plasmá-lo em seu contexto particular e dentro de um campo terapêutico que permita:
· Observar in vivo e no “aqui e agora” toda a estrutura do material a investigar simultânea e não sucessivamente.
· Estudar seus dinamismos psicossociais.
· Transformar o material anedótico em material presente e vivencial que comprometa afetivamente os participantes.
· Operar terapeuticamente no “aqui e agora”.
· Verificar as modificações ocorridas pela introdução de elementos terapêuticos e sua estabilidade. ●	Controlar a evolução do quadro clínico por meio de provas de realidade experimentais.
Moreno considera que a dramatização, para cumprir sua ação terapêutica, deve preencher os seguintes requisitos:
1. Alcançar um alto grau de espontaneidade.
2. Obter uma boa representação, adequada à situação e ao protagonista. O material verbal trazido pelo paciente terá de se transformar em imagens cênicas dentro das quais vai atuar: “supera-se o nível verbal incluindo-o no nível da ação”.
3. Ficar envolvido e comprometido na ação (princípio de participação – involvement). Não bastam a encenação e a representação. É necessário o compromisso afetivo e emocional. Para isso, a técnica psicodramática dá ao diretor os instrumentos necessários para que a dramatização alcance um nível vivencial terapêutico e não de simples cenas teatralizadas.
4. Externar e representar diferentes personagens, reais ou imaginárias, concretizando as imagens (princípio de realização). Trata-se, pois, de representar os papéis próprios e alheios, com os quais se esteve vivendo, interatuando ou simplesmente fantasiando, para manifestar o tipo de vínculo que o protagonista percebe, seja deformado ou não. Mas, além disso, deverá desempenhar esses papéis sob outros pontos de vista, com a finalidade de comparar e tomar consciência de outras colocações diferentes da sua.
5. Permitir a introdução, na ação dramática, de todo indício dado pelo protagonista.
6. Não perder jamais o contato com o auditório.
7. Manter uma congruência entre a dramatização e a linha vital do indivíduo.
INÍCIO DA DRAMATIZAÇÃO: Corresponde ao momento em que o diretor separa as duas cadeiras símbolo, à maneira de uma cortina. Isto é, logo após ter havido o encontro entre diretor e protagonista e passar-se à construção do contexto dramático
ENCERRAMENTO DA DRAMATIZAÇÃO: coincide com o encerramento da última cena e, como todas as cenas, marca-se seu término com a aproximação das duas cadeiras, equivalente ao fechamento das cortinas no teatro. O protagonista e os egos-auxiliares saem do cenário ou o protagonista permanece no cenário, de acordo com as circunstâncias. A presença do protagonista no cenário centraliza em sua pessoa os comentários. → “Fecham-se as cortinas” (aproximação das duas cadeiras) → O protagonista e os egos-auxiliares saem do cenário ou o protagonista permanece no cenário, de acordo com as circunstâncias. A presença do protagonista no cenário centraliza em sua pessoa os comentários. Isso costuma ser muito útil quando houve mobilização afetiva intensa, que precisa ser elaborada em torno do protagonista e com sua participação especial.
· Acting out terapêutico: exposição do drama e do conflito. Momento da criação. Uma caixa de surpresas. O lugar das possibilidades do ser.
· Acting out e espaço: a reconstrução espacial dá um real contexto aos fatos, enriquecendo a investigação e as possibilidades terapêuticas.
· Acting out e tempo: o “como se” do cenário. Essa atuação terapêutica amplia o campo de investigação e permite levar as ideias, as fantasias e os desejos até suas últimas consequências.
· Acting out e memória corporal: Cada ato, cada atitude postural, tem sua história dupla: filogenética (desenvolvimento da espécie) e ontogenética (desenvolvimento do ser).
· As ações voluntárias podem corresponder ou não à situação. A partir do ato ou da atitude postural, podemos também chegar aos conteúdos atuais, ainda ocultos ao protagonista.
COMENTÁRIOS OU ANÁLISE: A atenção centraliza-se no auditório e solicitam-se aos membros opiniões referentes à dramatização em si, ao protagonista e a eles mesmos → O material recolhido vai agregando diversos aspectos significativos para cada um dos participantes, contribuindo, dessa maneira, para formar a opinião grupal sobre o tema dramatizado e sobre o protagonista → Nessa etapa, volta-se ao grupo e, junto com ele, elaboram-se diversos aspectos da dramatização, levando em consideração: o ponto de partida da sessão, o que foi dramatizado e o material atual do grupo.
→ Processamento faz parte das etapas do psicodrama?
Processamento: Recurso didático utilizado apenas em casos de estudo do Psicodrama. Análise intelectual do percurso, discussão sobre as etapas anteriores, o agir do diretor, a atuação dos ego-auxiliares, as técnicas utilizadas etc.
Feto = Protagonista
Mãe: primeiro ego-auxiliar
Preparação para o parto = aquecimento
Nascer = Dramatização
Nascimento = catarse de integração
Nascimento ≠ Trauma
ABERTURA DA SESSÃO: No início de cada sessão, o ambiente psicodramático deve estar preparado, observando-se a presença das duas cadeiras, que simbolizam o psicodrama, no meio do cenário. A posição dessas cadeiras é a de contato por um de seus pés dianteiros, em um ângulo de aproximadamente 90 graus. Essa posição simboliza o encontro.
ENCERRAMENTO DA SESSÃO: É outra das funções do diretor, varia de acordo com o tipo de psicodrama, como a abertura, no caso de psicodrama público ou de grandes grupos em quenão haja uma situação contratual prévia e horário, o encerramento é indicado pelo diretor, quando considerar conveniente, no psicodrama com horários estabelecidos, a finalização será determinada pelo tempo, mas o diretor deve adequar o manejo terapêutico ao tempo disponível para a sessão, de tal maneira que coincidam com as etapas do psicodrama. 
TÉCNICAS CLÁSSICAS DO PSICODRAMA
● São numerosas e estão relacionadas às fases da Matriz de Identidade, lugar virtual e físico onde uma pessoa nasce, proporcionando a formação do sujeito. É a partir dela que surgem os papéis que vamos desempenhar. → A matriz de identidade provê, pois, a criança do alimento físico, psíquico e social. A ela cabe a fundamental tarefa de transmitir a herança cultural do grupo a que pertence o indivíduo e de prepará-lo para sua posterior incorporação na sociedade. → Porém, todas essas referências podem ser ressignificadas no decorrer de nossa existência.
O Conceito de Papel: Crítica ao filósofo e psicólogo americano George Herbert Mead, o qual estudou os papéis, mas apenas no plano teorético. → Papel é “a forma de funcionamento que o indivíduo assume no momento específico em que reage a uma situação específica, na qual outras pessoas ou objetos estão envolvidos” (Moreno, Psicodrama). As três formas de papéis
Papéis psicossomáticos: Comportamentos relacionados às necessidades básicas (comer, dormir, defecar etc.).
Papéis sociais: comportamento relacionado à organização social. Muitas vezes esses papéis são complementares (professor/aluno; motorista/passageiro; médico/paciente).
Papéis psicodramáticos: comportamentos relacionados à fantasia e imaginação.
Técnica do Duplo e a Primeira Fase da Matriz: como o bebê, alguém tem o que dizer, mas não consegue se expressar. O diretor ou ego-auxiliar fala pela pessoa. Ajuda a nomear sentimentos e a pessoa pode concordar ou não.
Técnica do Espelho (Desdobramento do Eu) e a Segunda Fase da Matriz: apresentar o protagonista a ele mesmo (gravação ou movimento mimético). É como a criança que aprende a se reconhecer no espelho e percebe que é diferente dos outros.
Desdobramento do Eu: o ego-auxiliar (ou diretor) coloca-se ao lado do protagonista, procurando adotar, ao máximo, a atitude postural e afetiva deste. Sua missão é expressar todos aqueles pensamentos, sentimentos e sensações que, por uma ou outra razão, o protagonista não percebe ou evita explicitar. → via de regra, não intervém diretamente no diálogo e o que é dito por ele não é levado em conta pelo interlocutor do protagonista. É, pois, uma espécie de consciência auxiliar. → Numa cena, podem ser utilizados vários desdobramentos, que, como no caso dos esquizofrênicos, podem adquirir certa autonomia ou colocar-se em atrito entre si, de acordo com as necessidades do caso.
Técnica da Inversão de Papéis e a Terceira Fase da Matriz: colocar-se no lugar do outro, como quando a criança brinca de faz-de-conta e assume diferentes papéis.
Objeto intermediário: facilita a dramatização e a relação diretor-protagonista.
Exemplos: marionetes, fantoche, música, cadeira, travesseiro etc.
1. Existência concreta.
2. Inocuidade: não desencadear, per se, reações de alarme. Tem de ser inofensivo.
3. Maleabilidade: ser utilizado à vontade em qualquer jogo de papéis complementares.
4. Transmissibilidade: permitir a comunicação por seu intermédio, substituindo o vínculo.
5. Capacidade de adaptação: adequado às necessidades do indivíduo.
6. Capacidade de assimilação: permitir uma relação tão íntima que o indivíduo possa identificá-lo consigo mesmo.
7. Instrumentalidade: ser utilizado como prolongamento do indivíduo.
8. Capacidade de identificação: ser reconhecido imediatamente.
Solilóquio: Consiste em dizer em voz alta o que se está pensando, seja com referência ao diálogo que se está desenrolando ou em relação a outro tema qualquer que ocorra ao indivíduo naquele momento. → Em algumas ocasiões, o solilóquio é utilizado apenas com a finalidade de explicitar o pensamento do protagonista, quando o teor da cena dramatizada não comporta a verbalização (por exemplo, se está sendo representada uma situação em que se trabalha sozinho ou se medita). → O solilóquio pode ser utilizado por qualquer das personagens em jogo, mesmo pelo diretor.
Autoapresentação: representação simples das personagens e situações da vida do protagonista, sempre dirigida por ele mesmo, sendo ou não ajudado por um ego-auxiliar. O protagonista vai mostrando, dessa maneira, seu núcleo familiar, seus conflitos, suas particularidades, seu trabalho etc.
Interpolação de Resistência: é a modificação, por parte do diretor, da cena proposta pelo protagonista de tal maneira que este se sinta impelido a atuar “aqui e agora”, da mesma maneira que o faria em circunstâncias semelhantes em seu cotidiano.
Realização Simbólica: realização de acontecimentos não concretos que simbolizam outros acontecimentos concretos → Inventa-se outra cena com personagens diferentes, mas com conteúdo semelhante → É uma técnica bastante utilizada no Psicodrama com crianças.
Técnicas Sem Palavras: são várias. As mais utilizadas são a escultura e as alegorias, que consistem na representação plástica de uma situação, de um estado de ânimo, de uma fantasia etc., com a utilização de posturas ou sons → É de enorme utilidade no caso de indivíduos com inibições para gritar ou expressar estados de ânimo agressivos. O protagonista deve utilizar uma vogal e com modificações do tom expressar seu estado de ânimo → Essa técnica, no início, provoca resistências pelo temor do ridículo; porém, à medida que são percebidos seus benefícios, vai sendo progressivamente aceita.
Psicodança: expressão de conflitos, estados de ânimo, situações etc. por meio da dança, com ou sem música → Pode ser utilizada como uma técnica a mais dentro de um psicodrama amplo ou como única técnica de tratamento.
Prospecção ao Futuro: o protagonista é convidado a imaginar o futuro e os conflitos relacionados a ele.
Psicodrama Psicanalítico: combinação da teoria psicanalítica com a técnica psicodramática, na qual as dramatizações e as interpretações se revezam ao longo da sessão terapêutica → Segundo Rojas-Bermúdez, trata-se de um método pouco recomendável, pois, em virtude de partir de postulados teóricos em clara oposição, termina criando situações confusas, com duplas mensagens, contraproducentes para a marcha de um bom tratamento psicoterápico.
Possíveis questões de provas: 
→ qual a diferença entre fenômeno catártico de Freud e fenômeno catártico de Moreno no psicodrama? 
R: Talvez para ele essa catarse de colocar pra fora acontece através da encenação e para Freud está relacionado à fala e ao ambiente terapêutico. A catarse freudiana é puramente verbal, a cura pela fala e para Moreno a catarse é atuada, é ato e drama, a encenação vai ser catártica.
 
1. Fenômeno Catártico de Freud:
 - Na psicanálise de Freud, a catarse refere-se a um processo emocional de liberação e purificação. O termo "catarse" deriva do grego katharsis, que significa purificação. Freud acreditava que a expressão verbal de emoções reprimidas, especialmente emoções ligadas a traumas ou conflitos não resolvidos, poderia proporcionar alívio psíquico ao paciente. A ideia era que, ao trazer à tona e conscientemente processar emoções reprimidas, o paciente poderia experimentar uma liberação emocional e, consequentemente, uma melhoria no estado mental.
2. Fenômeno Catártico de Moreno no Psicodrama:
 - Aqui, o fenômeno catártico refere-se a uma experiência mais ampla que envolve a representação dramática de situações emocionais e conflitos. Nesse contexto, a catarse ocorre quando os participantes, muitas vezes em um papel teatral ou dramático, exploram e expressam suas emoções de maneira intensa e espontânea. O objetivo é permitir que os participantes liberem emoções, compreendam melhor seus próprios sentimentos e obtenham insights terapêuticos. 
→ toda sessão de psicodrama é uma sessão de psicoterapia de grupo? 
R: Não, pois há uma diferença entre ambos, o psicodrama pode ser utilizadoem terapia de grupo, sendo chamado de psicoterapia de grupo psicodramática, mas nem toda terapia de grupo vai ser psicodrama, e nem todo psicodrama será terapia de grupo. O psicodrama é uma abordagem terapêutica específica, que utiliza técnicas dramáticas e expressivas para explorar questões emocionais e interpessoais. Quando aplicado em um contexto de grupo, pode ser referido como "psicoterapia de grupo psicodramática". No entanto, outras formas de terapia de grupo podem utilizar abordagens diferentes, como discussões, atividades estruturadas ou intervenções específicas, sem envolver necessariamente técnicas dramáticas do psicodrama.
Portanto, é crucial reconhecer que enquanto o psicodrama pode ser uma modalidade específica de terapia de grupo, nem toda terapia de grupo segue os princípios do psicodrama, e nem toda sessão de psicodrama precisa ocorrer em um contexto de terapia de grupo. A escolha entre essas abordagens dependerá dos objetivos terapêuticos e das preferências do terapeuta e dos participantes.

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