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Capítulos 1 ao 8 MAT ERIA L EXE MPL AR Capítulo 1 MAT ERIA L EXE MPL AR 1 Olá, aluno! Bem-vindo ao estudo para o Exame de Ordem. Preparamos todo esse material para você não só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente. Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de entender como a Banca costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal, queremos que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, pois o tempo é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo sempre! Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo completo que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto com a leitura de jurisprudência selecionada. E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para a gente! Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina. Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! Bons estudos mailto:pdfadverum@cers.com.br 2 Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Processual do Trabalho da seguinte forma: RECORRÊNCIA Como dito, sabemos que estudar de forma direcionada, com base nos assuntos objetivamente mais recorrentes, é essencial. Afinal, uma separação planejada pode fazer toda diferença. Pensando nisso, através de estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com base nas últimas provas, trouxemos os temas mais abordados nessa disciplina! Organização da Justiça do Trabalho 7% Dissídio indvidual e dissídio coletivo 13% Sistema recursal trabalhista 53% Execução Trabalhista 13% Inquérito para apuração de falta grave 7% Lei 13.467/17 (reforma da CLT) e Instrução Normativa 41/18 do TST 7% Organização da Justiça do Trabalho Dissídio indvidual e dissídio coletivo Sistema recursal trabalhista Execução Trabalhista Inquérito para apuração de falta grave Lei 13.467/17 (reforma da CLT) e Instrução Normativa 41/18 do TST 3 CAPÍTULOS Capítulo 1 – Fontes e integração. Princípios do Processo do Trabalho. Organização da Justiça do Trabalho. Ministério Público do Trabalho. Capítulo 2 – Competência. Capítulo 3 – Das partes e dos Procuradores. Atos, termos e prazos. Nulidades. Capítulo 4 – Dissídio Individual. Audiência Trabalhista. Acordo Judicial. Resposta do Réu. Capítulo 5 – Provas. Sentença e Coisa julgada. Capítulo 6 – Recursos. Capítulo 7 – Liquidação de sentença. Execução Trabalhista. Tutela Provisória. Procedimentos no Processo do Trabalho. Capítulo 8 – Dissídio Coletivo. Correição Parcial. Reclamação à Instância Superior. Procedimentos Especiais. 4 SUMÁRIO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO, Capítulo 1 ................................................................................. 7 1. Formas de Solução de Conflitos Trabalhistas.................................................................................. 7 1.1. Autodefesa ou autotutela ......................................................................................................................... 7 1.2. Autocomposição............................................................................................................................................ 7 1.3. Heterocomposição ....................................................................................................................................... 8 1.3.1. Jurisdição.............................................................................................................................................. 8 1.3.2. Arbitragem .......................................................................................................................................... 8 2. Fontes e Integração. .................................................................................................................................... 10 3. Eficácia da norma processual no tempo e no espaço. ............................................................. 11 4. Princípios do Processo do Trabalho. .................................................................................................. 12 4.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 12 4.2. Princípios Constitucionais e Processuais afetos ao Processo do Trabalho ...................... 12 4.2.1. Princípio do Devido Processo Legal - art. 5º, LIV, CF/88. ........................................... 12 4.2.2. Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição - art. 5º, XXXV, CF/88. ......................... 13 4.2.3. Princípio do Juiz Natural - art. 5º, LIII, CF/88. .................................................................. 13 4.2.4. Princípio do Contraditório e Ampla Defesa - art. 5º, LV, CF/88............................... 13 4.2.5. Princípio da Duração Razoável do Processo - art. 5º, LXXIVIII, CF/88. .................. 14 4.2.6. Princípio da Motivação e Publicidade das decisões judiciais - art. 93, CF/88. .. 15 4.2.7. Princípio da Primazia da Decisão de Mérito – art. 4º, CPC/2015. ........................... 16 4.2.8. Princípio Dispositivo ou Demanda ou Inércia - art. 2º, CPC/2015. ......................... 16 4.2.9. Princípio Inquisitivo ou Impulso Oficial - art. 2º, CPC/2015. ..................................... 17 4.2.10. Princípio da Instrumentalidade das Formas - art. 188, CPC/2015. .......................... 18 4.2.11. Princípio da Impugnação Especificada - art. 341, CPC/2015. .................................... 18 4.2.12. Princípio da Eventualidade - art. 336, CPC/2015. ........................................................... 19 5 4.2.13. Princípio da Preclusão - arts. 63, §4; 104; 209, §2º; 278; 293; 507; 1009 CPC/2015. 19 4.2.14. Princípio da Boa-fé Processual - art. 5º; 79 a 81 CPC/2015. ..................................... 20 4.2.15. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição ................................................................................ 21 4.3. Princípios específicos do Processo do Trabalho .......................................................................... 21 4.3.1. Princípio da Proteção. ................................................................................................................. 21 4.3.2. Princípio da Conciliação. ............................................................................................................ 22 4.3.3. Princípio do Jus Postulandi. ............................................Error! Bookmark not defined. 4.3.4. Princípio da Oralidade. ............................................................................................................... 23 4.3.5. Princípio da Subsidiariedade .................................................................................................... 26 5. Organização da Justiça do Trabalho. ................................................................................................. 27 5.1. Tribunal Superior do Trabalho (TST) ................................................................................................. 28 5.1.1. Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho .......................................................................29 5.2. Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) ............................................................................................ 29 5.3. Juízes do Trabalho ..................................................................................................................................... 30 6. Ministério Público do Trabalho. ............................................................................................................ 32 6.1. Organização do MPT................................................................................................................................ 32 6.2. Competência do MPT .............................................................................................................................. 33 6.3. Atuação Extrajudicial do MPT............................................................................................................... 35 QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................................. 37 GABARITO..................................................................................................................................................................... 48 LEGISLAÇÃO COMPILADA ...................................................................................................................................... 52 JURISPRUDÊNCIA....................................................................................................................................................... 55 QUADRO SINÓTICO .................................................................................................................................................. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................ 66 6 Olá, futuro advogado! Tudo bem? Antes de começar o estudo, precisamos fazer algumas considerações a respeito da apostila de nº 01 do nosso curso, tá? Em primeiro turno, a As fontes, princípios, Organização da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho não costuma ser cobrado no exame de ordem! -Mas professora, por que incluí-los nas apostilas, então? Bom, como é de conhecimento geral, a banca examinadora tende a ser um pouco imprevisível, e o nosso objetivo é deixar você preparado para exatamente qualquer coisa que aparecer na prova! Então, achamos pertinente abranger o máximo de conteúdo possível, até porque, é um assunto presente no conteúdo programático da disciplina no Edital do EOU! 😊 Inclusive, ao final desta apostila, você encontrará questões de outras carreiras, para um maior aproveitamento e assimilação de conteúdo, portanto, não deixe de respondê-las, tá? Vamos juntos! 7 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Capítulo 1 1. Formas de Solução de Conflitos Trabalhistas. 1.1. Autodefesa ou autotutela É a mais primitiva forma de resolução de conflitos, pelo qual as partes exercem o direito de forma direta, através da submissão da parte mais fraca pelo exercício da força da parte mais forte numa dada relação jurídica. Os exemplos de autotutela1 no Processo do Trabalho são a greve, que é o movimento paredista dos empregados de determinada empresa ou atividade profissional em busca de melhores condições de trabalho e o lockout, que consiste em uma PRÁTICA PROIBIDA NO BRASIL, pelo qual o empregador impede a entrada dos empregados, fechando os estabelecimentos, com o nítido objetivo de frustrar negociações ou dificultar o atendimento de reinvindicações dos obreiros, conforme previsto no artigo 17 da lei nº 7783/89. 1.2. Autocomposição Na autocomposição2 a solução do conflito entre as partes é resolvida sem o uso da força, através de um comum acordo entre as partes, que pode ocorrer através da RENÚNCIA, pelo qual uma parte abdica de determinado direito de forma unilateral, ou pela TRANSAÇÃO, que consiste em concessões recíprocas das partes, podendo ser realizada no âmbito processual que consiste na conciliação, ou extraprocessual, como pode ocorrer nas negociações coletivas. 1 Vide questão 10. 2 Vide questão 10. 8 1.3. Heterocomposição A heterocomposição3 é uma forma de resolução no qual as partes confiam o poder decisório do litígio a um terceiro e se obrigam a cumprir a determinação proferida. Pode ocorrer de duas formas: 1.3.1. Jurisdição Na Jurisdição o Estado-juiz fica incumbido de apresentar uma solução jurídica ao litígio posto em juízo pelas partes dentro do âmbito de sua competência, através do exercício do princípio dispositivo, devendo as partes se submeter obrigatoriamente ao decidido pelo juiz. 1.3.2. Arbitragem A arbitragem pode ser judicial, quando ocorre no curso de um processo, ou extrajudicial, quando as partes elegem um árbitro para dirimir seus conflitos de forma antecedente (pelo instrumento chamado cláusula compromissória) ou incidental ao conflito (no qual se emite um compromisso arbitral). Para que seja utilizada a arbitragem, o litígio precisa envolver pessoa maior e capaz e versar sobre direitos disponíveis. Em que pese não haver amplo leque de aplicabilidade da arbitragem nos dissídios individuais do trabalho, ante a indisponibilidade da maioria de seus direitos, a lei nº 13.467/2017, conhecida como Reforma Trabalhista, trouxe em seu bojo a previsão do artigo 507-A da CLT, através do qual há a possibilidade de se pactuar a cláusula compromissória 3 Vide questão 10. 9 arbitral aos contratos de trabalho dos empregados que possuam remuneração maior que duas vezes o “teto” do RGPS, desde que haja concordância expressa ou iniciativa do empregado. 10 2. Fontes e Integração. A regulamentação do direito processual do trabalho é dada primordialmente pela Consolidação das Leis do Trabalho, mas existem outras leis esparsas que podem ser utilizadas como fontes. Mas, em determinados casos de omissão da norma celetista, podem ser utilizados os dispositivos do Direito Processual Comum (CPC) como fonte subsidiária do processo do trabalho, desde que respeitados os requisitos da omissão na CLT e da compatibilidade da norma a ser aplicada, conforme determina o artigo 769 da CLT e que se aplica aos dissídios na fase de conhecimento. Já na fase de Execução Trabalhista, existe regra própria, que consiste na aplicação subsidiária inicialmente dos dispositivos da Lei de Execução Fiscal (LEF – lei 6830/80) por expressa previsão legal do artigo 889 da CLT e, permanecendo a omissão, aí sim se recorrerá aos dispositivos do CPC 2015. Se a norma celetista já dispuser qual norma será aplicável ao caso em apreço (como ocorre no artigo 882 em que há determinação de que a ordem preferencial de bens à penhora deve ser extraída diretamente do artigo 835 do CPC), não haverá que aplicar inicialmente a LEF e, se for o caso, posteriormente o CPC. 11 3. Eficácia da norma processual no tempo e no espaço. Para determinação da eficácia temporal das leis é necessário observar o regramento da LINDB, que possui aplicação em todas as leis do ordenamento jurídico, dispondo que, salvo disposição em contrário, as normas entram em vigor em todo o território nacional após 45 dias da sua publicação, com aplicação imediata e geral, sendo vedada a retroatividade (Inteligência dos artigos 1º e 6º da LINDB). A lei 13.467/17, conhecida como Reforma Trabalhista, estabeleceu regramento próprio sobre a vigência no tempo, pois o art. 6º dispôs que suas modificações ao texto da CLT passariam a vigorar após 120 dias da sua publicação, o que ocorreu no dia 11 de novembro de 2017. Com relação à eficácia da norma no espaço, conforme o princípio da territorialidade, a lei processual trabalhista abrange todo o território nacional,independentemente de ser aplicada aos brasileiros ou estrangeiros que residam no país. Ademais, o art. 651 §2º da CLT permite que os fatos ocorridos no exterior sejam apreciados pela Justiça do Trabalho Brasileira. 12 4. Princípios do Processo do Trabalho. 4.1. Introdução Élisson Miessa4 afirma que os princípios são à base do ordenamento jurídico e apresenta três funções típicas dos Princípios, conforme a Doutrina majoritária: Função interpretativa: tem a função de auxiliar os operadores do direito na compreensão e aplicação da norma. Função informadora: inspiram o legislador na elaboração das leis. Função integrativa: Os princípios têm a função suplementar da ordem jurídica, complementando as lacunas deixadas pelo legislador. 4.2. Princípios Constitucionais e Processuais afetos ao Processo do Trabalho Os princípios do ordenamento jurídico devem ser interpretados de forma sistemática, sendo assim, alguns dos princípios insculpidos, expressa ou implicitamente, na Constituição Federal, bem como no Novo Código de Processo Civil, também são aplicáveis ao Direito Processual do Trabalho. Como o objetivo da obra é apresentar um material apto ao estudo eficaz da disciplina, listaremos o princípio com seu respectivo diploma legal para aprofundamento na matéria de Direito Constitucional ou Direito Processual Civil: 4.2.1. Princípio do Devido Processo Legal - art. 5º, LIV, CF/88. Previsto no artigo 5º, LIV, CF/88, o princípio do devido processo legal é entendido como base para os demais princípios constitucionais, tendo em vista que um cidadão só poderá ser processado de acordo com as regras já existentes no ordenamento jurídico, não podendo ser surpreendido pela aplicação de regras ainda não positivadas. 4 MIESSA, Élisson. Processo do Trabalho para Concursos Públicos. 5ª ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2018. Página 66. 13 4.2.2. Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição - art. 5º, XXXV, CF/88. O princípio da inafastabilidade da jurisdição é corolário do acesso à justiça tratado por Mauro Cappelletti (por este motivo também é entendido como Princípio do Acesso à Justiça) e consiste na ideia de que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, tal como leciona o artigo 5º, XXXV, CF/88. Este princípio representa uma dupla garantia ao jurisdicionado: de assegurar o amplo acesso ao Poder Judiciário, bem como de obter uma decisão judicial, de mérito ou não (a depender das regras do direito processual aplicadas ao caso em análise), mas que seja justa e eficaz. 4.2.3. Princípio do Juiz Natural - art. 5º, LIII, CF/88. Entende-se que o princípio do juiz natural está previsto na Constituição Federal, de forma implícita, através da análise dos incisos XXXVII e LIII do artigo 5º, que determinam que não haja tribunal ou juízo de exceção e que todos tem o direito de ser julgados através de um juízo competente previamente estabelecido pela lei. Há ainda quem defenda que o dever de imparcialidade do juiz seja derivado deste princípio. 4.2.4. Princípio do Contraditório e Ampla Defesa - art. 5º, LV, CF/88. O artigo 5º, LV, da CF/88 traz a previsão de observância do contraditório e da ampla defesa nos processos judiciais e administrativos. A ampla defesa é a possibilidade que o cidadão tem de apresentar todos os meios de prova admitidos no ordenamento jurídico para comprovação da tese alegada em sua defesa. O princípio do contraditório pode ser entendido como o direito que a parte possui de ter conhecimento de todos os atos do processo e de poder apresentar sua manifestação nele. Importante mencionar a inovação do CPC 2015, que apresentou mais uma faceta ao princípio, ao se tratar do contraditório substancial, cuja finalidade é evitar a prolação de decisões-surpresa, como se verifica do teor dos artigos 9º e 10º: 14 “Art. 9º. não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. A Instrução Normativa nº 39/2016 do TST (IN 39 TST) dispõe sobre as normas do CPC de 2015 que se aplicam, ou não, ao Direito Processual do Trabalho e trata especificamente a questão da vedação à decisão-surpresa no artigo 4º e seus parágrafos: “Art. 4° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão surpresa. § 1ºEntende-se por “decisão surpresa” a que, no julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes. § 2º Não se considera “decisão surpresa” a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes tinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal expressa em contrário”. 4.2.5. Princípio da Duração Razoável do Processo - art. 5º, LXXIVIII, CF/88. O princípio da duração razoável do processo não se encontra no bojo da Constituição desde sua promulgação, visto que fora incluído ao texto constitucional através do exercício do Poder Constituinte Derivado Reformador pela EC 45/04, acrescentando o inciso LXXVIII artigo 5º da CF/88 que afirma “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 15 Perceba-se que o referido princípio constitucional é uma garantia para o cidadão que deve ser aplicado tanto no âmbito do direito processual (do trabalho, civil, penal etc) quanto no âmbito administrativo, sendo a celeridade interligada ao conceito de efetividade da prestação do serviço jurisdicional e público, através da utilização de medidas para se evitar a morosidade. Apesar de ter sido inserido ao texto constitucional em 2004 com a EC 45, o Princípio da Duração Razoável do Processo5 já estava previsto na CLT, mesmo que sem esta nomenclatura, pois é primordial ao Processo do Trabalho a agilidade na resolução das demandas submetidas à sua apreciação, ante a natureza das relações travadas entre os legitimados para suas causas, como se verifica no teor do artigo 765 da CLT: “Art. 765. Os Juízos e tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”. 4.2.6. Princípio da Motivação e Publicidade das decisões judiciais - art. 93, CF/88. A Constituição determina que todas as decisões do Poder Judiciário deverão ser fundamentadas, sob pena de nulidade e, nesse sentido, o legislador infraconstitucional fez a previsão dos artigos 11 e 489, §1º, do CPC/2015. Desta forma, o princípio da motivação das decisões judiciais serve como instrumento de controle para as partes, que ao saber as razões invocadas pelo magistrado para proferir sua decisão verifica a legitimidade da decisão e a imparcialidade do juiz. Intrinsicamente 5 Vide questão 9. 16 relacionada com a necessidade de motivação das decisões judiciais apresenta-se o Princípio da Publicidade das Decisões Judiciais, que também serve como meio de controle da atuação do Poder do Judiciário, previsto no artigo 93 da CF/88: “Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;” 4.2.7. Princípio da Primazia da Decisão de Mérito – art. 4º, CPC/2015. O princípio da primazia da decisão de mérito se configura como uma garantia das partes, bem como uma diretriz para os órgãos jurisdicionais, que devem proferir suas decisões visando solução adequada e eficaz para resolução do mérito da causa, ou seja, a decisão judicial deve enfrentar os pedidos aduzidos na ação, não se contentando em apresentar decisões processuais, que extinguem o processo, mas não julgam o mérito. Vários artigos do CPC tratam do Princípio da Primazia da Decisão de Mérito, como os artigos 139, 317, 932, mas o que se apresenta como mais relevante para sua conceituação é o artigo 4º, ao afirmar que “as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”. 4.2.8. Princípio Dispositivo ou Demanda ou Inércia - art. 2º, CPC/2015. O princípio dispositivo é apresentado no artigo 2º do CPC 2015, quando afirma que o “processo começa por iniciativa da parte”, que precisa provocar o Poder Judiciário para que este exerça sua função jurisdicional apresentando solução à lide e, também é representação do Princípio Dispositivo o direito que a parte que ocupa o polo passivo na relação processual possa se apresentar em juízo para se contrapor ao pedido de prestação jurisdicional realizado pelo Autor. 17 Outrossim, importante salientar que a regra geral é de inércia do Poder Judiciário para instauração de processos judiciais, que devem ser provocados pelas partes interessadas e legítimas. Existe, no Direito Processual do Trabalho o Princípio Inquisitivo com relação à fase de Execução Trabalhista, pois competia ao juízo trabalhista a execução de ofício das suas decisões judiciais proferidas. Com a implementação da Lei nº 13.47/2017, houve a modificação do texto do artigo 878 da CLT, passando a determinar que a Execução Trabalhista deva ser promovida pelas partes, salvo se não estiverem representadas por advogado, o que demonstra a migração para a incidência do Princípio Dispositivo, como se verifica do texto legal: “Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogado”. 4.2.9. Princípio Inquisitivo ou Impulso Oficial - art. 2º, CPC/2015. Uma vez provocado o Poder Judiciário pela parte (Princípio Dispositivo), o princípio inquisitivo determina que o processo siga por impulso oficial, pois compete ao órgão julgador dar andamento ao feito, com objetivo de que a ação chegue ao seu final. O artigo 2º do CPC 2015 dispõe sobre os Princípios Dispositivo e Inquisitivo, que estão intrinsicamente relacionados, como se verifica: "Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”. 18 4.2.10. Princípio da Instrumentalidade das Formas - art. 188, CPC/2015. O artigo 188 do CPC 2015 dispõe que “os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.” Desta feita, o princípio da instrumentalidade das formas afirma que, salvo disposição legal em contrário, em regra, os atos e termos processuais não dependem de forma determinada, sendo válidos todos os atos praticados que atinjam sua finalidade, mesmo que realizados de forma não prevista em lei. 4.2.11. Princípio da Impugnação Especificada - art. 341, CPC/2015. O princípio da impugnação especificada determina que compete ao réu a manifestação precisa acerca dos fatos narrados pelo autor na Petição Inicial sob pena de presumirem-se verdadeiros os fatos não impugnados. Mas existem exceções ao referido Princípio, como se verifica nos termos do artigo 341 do CPC 2015: “Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto”. Nos termos do parágrafo único do artigo 341 do CPC o ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. Pode decorar essas exceções, pois são muito cobradas em prova, ok?! 19 4.2.12. Princípio da Eventualidade - art. 336, CPC/2015. Segundo o princípio da eventualidade, as partes devem alegar, oportunamente, todas as matérias para defesa de seu direito, incluindo as provas que pretende produzir. O momento de apresentação dessas alegações é determinado pela lei ou pelo juízo, sob pena de Preclusão. 4.2.13. Princípio da Preclusão - arts. 63, §4; 104; 209, §2º; 278; 293; 507; 1009 CPC/2015. Preclusão é a perda da faculdade processual de praticar um ato processual em juízo. É um princípio que dá movimento ao processo, impulsionando-o, tendo em visto que em sua marcha processual ele sempre deve andar para frente, sendo a preclusão um mecanismo que impede o retorno do processo para trás. A parte deve se manifestar na primeira oportunidade que tiver para falar no processo, sob pena de preclusão, ou seja, sob pena de sua manifestação não ser aceita e não ter mais validade para o processo. Apresentamos um quadro pra tentar clarificar a ideia das formas de Preclusão no Processo: PRECLUSÃO TIPO CONCEITO EXEMPLO TEMPORAL Perda de prazo legal ou judicial para prática do ato (intempestividade). Interpor Recurso Ordinário 20 dias após a intimação, sem justo motivo. CONSUMATIVA Quando um ato judicial é consumado ele é irrepetível. A parte não pode apresentar duas vezes Recurso de Revista. 20 LÓGICA Não é possível que a parte apresente atos incompatíveis entre si. Realizar o pagamento da condenação judicial e apresentar Recurso Ordinário. PRO IUDICATO Aqui a preclusão é para o juízo. Sem previsão legal ou provocação da parte não pode o juiz reformar sua decisão. ORDINATÓRIA Quando para a prática de um ato é necessária a prática de um ato anterior. A garantia do juízo é requisito anterior e essencial para o recebimento dos Embargos à Execução. MÁXIMA Quando se opera a Coisa Julgada. Quando a parte sucumbente não apresenta recurso ou ele é intempestivo. Futuro advogado, no Processo do Trabalho, existe a previsão legal da preclusão temporal no artigo 795 da CLT que aduz que “as nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos”. 4.2.14. Princípio da Boa-fé Processual - art. 5º; 79 a 81 CPC/2015. O princípio da boa-fé processual é previsto em vários dispositivos do CPC e impõe a todos que participem do processo (partes, juízes, auxiliares da justiça) o comportamento de acordo com a boa-fé. Salienta-se que a boa-fé prevista no artigo 5º do CPC é a boa-fé objetiva, que impõe um dever de conduta para os participantes do processo, que devem agir com cooperação e lealdade uns com os outros. 21 O comportamento contraditório à boa-fé é punido no bojo do processo, tal como retratam as hipóteses de má-fé processual e da respectiva penalidade pela litigância de má-fé, conforme previsto nos artigos 80 e 81 do CPC 2015. 4.2.15. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição O princípio do duplo grau de jurisdição permite que uma parte sucumbente e insatisfeita com a decisãojudicial possa submeter essa decisão ao reexame, por um órgão colegiado ou singular, que determinará a manutenção ou modificação da decisão. Existe divergência na Doutrina acerca da natureza jurídica do Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, se constitucional ou processual, mas isso não gera prejuízos à análise do Duplo Grau de Jurisdição no Processo do Trabalho. Para a seara justrabalhista, o duplo grau de jurisdição será exercido pelos Tribunais Regionais do Trabalho e pelo Tribunal Superior do Trabalho, órgão máximo da Justiça do Trabalho. 4.3. Princípios específicos do Processo do Trabalho 4.3.1. Princípio da Proteção. O princípio da proteção é um princípio inerente ao Direito Material do Trabalho, porém existem Doutrinadores que o indicam como Princípio do Processo do Trabalho também. Nos filiamos à corrente doutrinária que indica que o Princípio da Proteção não deve ser aplicado ao Direito Processual do Trabalho, pois no processo não deve haver parte hipossuficiente, visto que as partes devem ser tratadas de forma igual, observadas suas peculiaridades (Princípio da Isonomia), mas isso não afeta o dever de imparcialidade do juiz, pois se há alguma desigualdade entre as partes, esta deve ser reconhecida na legislação ou pela jurisprudência, como ocorre, por exemplo, com a determinação de recolhimento do depósito recursal apenas pelo empregador (art. 899 da CLT), não havendo privilégios a serem reconhecidos ao trabalhador hipossuficiente na esfera do Direito Material. 22 Como parte da Doutrina defende sua existência, com alguns temperamentos, é importante que o candidato esteja atento ao questionamento da prova, que se trouxer a previsibilidade de incidência do Princípio da Proteção ao Direito Processual do Trabalho como alternativa correta, esta deve ser considerada. 4.3.2. Princípio da Conciliação. O Princípio da Conciliação é muito prestigiado no Processo do Trabalho ante a previsão artigo 764 da CLT de que “os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”. No Rito Sumaríssimo exige a CLT no artigo 852-E que o magistrado esclarecerá as partes sobre as vantagens da conciliação e no Rito Ordinário a mesma norma celetista determina que a conciliação deve ser proposta em dois momentos distintos, sendo o primeiro na abertura da audiência inicial e antes da apresentação da defesa (art. 846, CLT) e também após as razões finais e antes da sentença (art. 850, CLT). 4.3.1. Princípio do Jus Postulandi. Através do princípio do jus postulandi é assegurada às partes o ingresso em juízo pessoalmente, ou seja, sem a obrigatoriedade de representação por advogado. Assim, empregados e empregadores podem apresentar suas demandas pessoalmente, sem precisar da presença de um advogado defendendo seus interesses. O enunciado de Súmula de nº 425 do TST traz restrições à utilização do Princípio do Jus Postulandi, não sendo possível sua utilização nos casos de Ação Rescisória, Ação Cautelar, Mandado de Segurança e nos recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho, pois o jus postulandi só é aplicado às varas do trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho. 23 Com a implementação do Processo Judicial Eletrônico – PJE, previsto na lei nº 11.419/2006, houve a mitigação do referido princípio, ante a dificuldade de postulação em juízo pelas partes em causa própria. Mas em que pese ser pouco usual, ainda é um princípio válido e utilizado na prática trabalhista. 4.3.2. Princípio da Oralidade. O princípio da oralidade6 é outro princípio muito prestigiado no Processo do Trabalho, mesmo não sendo específico desta seara, mas pela natureza de celeridade deste ramo do direito é amplamente utilizado, visto que a maioria dos atos processuais são apresentados de forma oral, como pode ocorrer com a Reclamação Verbal, Defesa (contestação) oral em audiência, Protestos orais em audiência, razões finais orais etc. O Princípio da Oralidade se subdivide em três princípios (ou subprincípios para alguns doutrinadores). 4.3.3. Princípio da Identidade Física do Juiz É o princípio através do qual o juiz que realizou a instrução fica vinculado ao processo para proferir a sentença. 6 Vide questão 2. 24 A identidade física do juiz para proferir a sentença era prevista no CPC de 1973 em seu artigo 132 e passou a ser aplicada ao Processo do Trabalho com o cancelamento da Súmula 136 do TST. Ocorre que o Novo CPC de 2015 não trouxe em seu bojo essa previsibilidade, o que leva alguns doutrinadores, como Élisson Miessa7, que deverá ser adotada a tese de que o Princípio da Identidade Física do Juiz não se aplica mais ao direito processual, seja o civil ou o trabalhista. 7 MIESSA, Élisson. Processo do Trabalho para Concursos Públicos. 5ª ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2018. Página 87. 25 4.3.4. Princípio da Concentração dos Atos Processuais em Audiência Por este princípio, que tem muita utilização no Processo do Trabalho, todos os atos processuais e as ocorrências, no curso da audiência, devem ser sanadas na própria audiência ou no máximo numa próxima audiência. 4.3.5. Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias Este é um princípio do Processo do Trabalho no qual ao ser proferida uma decisão interlocutória no curso da audiência a parte que se sentir prejudicada deverá consignar seus “protestos” na ata de audiência e renovar este pedido nas preliminares do Recurso Ordinário. Mas a irrecorribilidade imediata se aplica a todas as decisões interlocutórias proferidas no curso do processo do trabalho, não só as proferidas em audiência, conforme prevê o artigo 893, § 1º ao afirmar que “os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva”. As exceções ao Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias são apresentadas na Súmula nº 214 do TST, que é tema recorrente em prova ao se questionar em quais hipóteses será cabível a apresentação do Recurso Ordinário de imediato. Segue seu teor integral para estudo: “Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que 26 acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT” O princípio da subsidiariedade do Direito Processual Civil ao Processo do Trabalho, que está previsto no artigo 769 da CLT dispõe “nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título”. O artigo 1º da Instrução Normativa nº 39/2016 (IN 39) do Colendo TST reitera a posição da Corte acerca da compatibilidade da aplicação do CPC ao Processo do Trabalho, tendo como fundamento a previsão do artigo 15 do CPC 2015. A ideia de aplicação supletiva do Direito Processual Civil ao Processo do Trabalho ocorre com o objetivo de completar a norma legal que seja omissa, não havendo incompatibilidade entre elas8. 8 Vide questões 1 e 6. 27 5. Organização da Justiça do Trabalho. A Justiça do Trabalho é dividida em três órgãos: o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízesdo Trabalho9. A Constituição Federal de 88 apresenta a organização da Justiça do Trabalho dos artigos 111 até 113, que constituem leitura obrigatória ante a cobrança literal de seus dispositivos nas provas objetivas, in verbis: “Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - o Tribunal Superior do Trabalho; II - os Tribunais Regionais do Trabalho; III - Juizes do Trabalho. Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira. II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. 9 Vide questão 8. 28 § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho”. 5.1. Tribunal Superior do Trabalho (TST) O TST10 é o órgão de cúpula ou terceiro grau de jurisdição da Justiça do Trabalho, que é composto por 27 Ministros do Trabalho, maiores de 35 anos e menores de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal, com 1/5 de seus membros escolhidos pelo quinto constitucional, alternadamente, entre advogados e membros do MPT com mais de 10 anos de efetivo exercício, possuindo sede em Brasília e jurisdição em todo território nacional, sendo responsável pela uniformização da jurisprudência trabalhista, no âmbito de sua competência. O TST se divide em dois órgãos conforme o artigo 111, §2º da CF/88: a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho (ENAMAT) e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). Mas a Resolução Administrativa 1295/2008 aprovou o Regimento Interno do TST, que apresenta no artigo 59 que ele se divide nos seguintes órgãos: Tribunal Pleno; Órgão Especial; Seção Especializada em Dissídios Coletivos; Seção Especializada em Dissídios Individuais; Turmas. 10 Vide questão 5. 29 A EC 92/2016 trouxe inovações legislativas importantes ao texto constitucional, relacionadas ao TST, nos artigos 92, inciso II-A e 111-A, caput e §3º. Essas implementações inseriram o TST, expressamente, como órgão do Poder Judiciário, passaram a exigir expressamente o notável saber jurídico e a reputação ilibada como requisito para os Ministros do TST e conferindo atribuição para processar e julgar, originalmente, a reclamação para que sua competência seja preservada, assim como a garantia da autoridade de suas ações. Fique ligado nessas alterações, OABeiro, pois são relevantes e podem ser objeto de questões na OAB! 5.1.1. Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho Como órgão do TST, a Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho tem a finalidade de fiscalizar, disciplinar e orientar administrativamente as atividades dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT´s), dos juízes do trabalho e dos serviços judiciários. O artigo 709 da CLT traz a competência do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, que será eleito dentre os Ministros do TST, com mandato de 02 anos, para exercer as funções de inspeção, correição permanente e decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa ordem processual, quando inexistir recurso específico, dos TRT´s e seus Presidentes. 5.2. Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) Os TRTs compõem o segundo grau de jurisdição da Justiça do Trabalho e, de acordo com o art. 115 da Constituição Federal, os TRTs são formados por, no mínimo, 07 juízes, recrutados na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros maiores de 30 anos e menores de 65 anos. 30 Assim como o TST, 1/5 das vagas deverão ser preenchidas por advogados e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de atividade profissional, e as outras vagas são divididas entre juízes do trabalho promovidos por antiguidade e merecimento, alternadamente. Os TRTs poderão funcionar descentralizadamente com o objetivo de garantir o pleno acesso do jurisdicionado à justiça do trabalho durante todas as fases do processo. 5.3. Juízes do Trabalho Os Juízes do Trabalho são o primeiro grau de jurisdição da Justiça do Trabalho, que será exercido nas Varas do Trabalho, que receberam essa nomenclatura após o advento da EC 24/99 que extinguiu as Juntas de Conciliação e Julgamento, que eram formadas por juízes togados e juízes classistas. Conforme o art. 650 da CLT, a jurisdição de cada Vara de Trabalho abrange todo o território da comarca em que possui sua sede, só podendo ser estendida ou restringida por meio de lei federal. Nas comarcas em que não houver jurisdição da Justiça do Trabalho, os Juízes de Direito poderão atuar na jurisdição trabalhista, conforme determinação legal. Importante salientar que os recursos apresentados das decisões proferidas pelos Juízes de Direito serão decididos pelos Tribunais Regionais do Trabalho da respectiva jurisdição, nos termos dos artigos 112 da CF e 668 da CLT. Segundo o texto da Súmula nª 10 do STJ, uma vez instalada a Vara do Trabalho, cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas. 31 Ainda sobre a organização da Justiça do Trabalho é importante a leitura dos artigos 710 a 726 que tratam dos SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO, não deixe passar batido! 11. 11 Vide questão 7. 32 6. Ministério Público do Trabalho. A Constituição Federal de 1988 dispõe em seu artigo 127 que “o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. Afirma ainda que são princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional e que é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas e de provas e títulos e a Lei Complementar 75/93 disporá sobre sua organização e funcionamento. Em que pese a Constituição Federal em seu artigo 128 determinar a estrutura do Ministério Público, o objeto do presente Trabalho será o Ministério Público do Trabalho (MPT), previsto no inciso I, alínea b, quecompõe o Ministério Público Federal e que tem por chefe o Procurador Geral da República. 6.1. Organização do MPT A lei complementar 75/1993 traz a organização do MPT dos artigos 85 até o 113, no qual a leitura integral é indispensável ao candidato, apresentando como seus órgãos o Procurador-Geral do Trabalho, que é o chefe do MPT, que será nomeado pelo Procurador- Geral da República, dentre integrantes da instituição, com mais de trinta e cinco anos de idade e de cinco anos na carreira, integrante de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores para um mandato de dois anos, permitida uma recondução, observado o mesmo processo. Caso não haja número suficiente de candidatos com mais de cinco anos na carreira, poderá concorrer à lista tríplice quem contar mais de dois anos na carreira, nos termos do artigo 88 da LC 75/93. Conforme o art. 86 da LC 75/93 a carreira do MPT será constituída pelos cargos de Subprocurador-Geral do Trabalho, que é o último nível da carreira, de Procurador Regional do Trabalho e Procurador do Trabalho, que é o cargo inicial da carreira. 33 Ainda são órgãos internos do MPT o Colégio de Procuradores do Trabalho, o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho, a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho e a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho. A finalidade do MPT é tutelar direitos difusos, coletivos, individuais homogêneos e individuais indisponíveis, no âmbito do direito trabalhista. O foco do MPT é a tutela coletiva, defendendo o maior número de trabalhadores possíveis. A tutela dos interesses individuais será realizada pelo MPT de forma excepcional, ao buscar a defesa dos direitos e interesses de menores, incapazes e índios, no que tange a relações trabalhistas. 6.2. Competência do MPT Regra geral, as atribuições do MPT estão relacionadas às matérias afeitas à Jurisdição Trabalhista, podendo atuar como parte ou como custus iuris (interveniente como fiscal da ordem jurídica), sendo sua competência12 prevista no artigo 83 da LC 75/93 que pela sua importância, iremos apresentar sua integralidade, in verbis: “Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho: I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas; II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção; III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos; 12 Vide questão 4. 34 IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores; V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho; VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho; VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes; VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir; IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos firmados antes da homologação, resguardado o direito de recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal; X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho; XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho; XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a melhor solução das lides trabalhistas; XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional”. Como visto, na sua atividade funcional o Ministério Público do Trabalho utiliza a ação civil pública para proteção dos interesses afetos às relações do trabalho, a ação rescisória, o dissídio coletivo de greve, a ação anulatória de cláusula convencional, o mandado de segurança, entre outros. De acordo com a OJ 350 da SDI-I do TST, o Ministério Público do Trabalho poderá arguir, em forma de parecer, a nulidade do contrato de trabalho em favor do ente público, quando tiver que se manifestar em um processo pela primeira 35 vez, mesmo que a parte não tenha suscitado a nulidade, sendo vedada qualquer dilação probatória. O texto da OJ 237 da SDI-I do TST declina que o MPT não tem legitimidade para recorrer na defesa de interesse patrimonial privado, ainda que de empresas públicas e sociedades de economia mista. Entretanto, possuirá legitimidade para recorrer de decisão que declara a existência de vínculo empregatício com as sociedades de economia mista ou empresas públicas sem a prévia aprovação em concurso público, pois se trata de matéria de ordem pública. 6.3. Atuação Extrajudicial do MPT A atuação extrajudicial13 do MPT pode ocorrer na jurisdição trabalhista e no âmbito administrativo. O artigo 84 da LC 75/93 prevê que é atribuição do MPT instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores. Por meio do inquérito civil, o Ministério Público do Trabalho irá realizar a investigação de determinados fatos, tendo como objetivo a coleta de elementos de convicção para analisar se há lesões ou ameaças de lesões aos direitos dos trabalhadores, e por se tratar de procedimento administrativo, não há que se falar em contraditório ou ampla defesa. Havendo lesões ou ameaças de lesões, ele poderá firmar um Termo de Ajustamento de Conduta, através do qual o infrator da lei irá se comprometer a atuar de acordo com a lei. Na hipótese de a empresa não querer firmar o TAC, o MPT poderá utilizar de meios judiciais, por meio de ação civil pública, ação civil coletiva, ação rescisória, entre outros. 13 Vide questão 3. 36 Salienta-se que tanto o inquérito civil quanto o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) são facultativos, de forma que o MPT poderá ajuizar a ação civil pública assim que tomar conhecimento de lesão ou ameaça de lesão aos direitos trabalhistas, de forma imediata. Importante a leitura dos seguintes dispositivos legais: art. 793 da CLT, art. 83 da LC 75/93, art. 967 CPC e súmulas 407 e 100 do TST e da OJ 130 da SDI-I do TST. 37 QUESTÕES COMENTADAS Questão 1 (FCC – 2018 - TRT - 6ª Região - Técnico Judiciário) O advogado Hermes pretende utilizar uma medida processual que não está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho para defender os interesses da empresa reclamada em uma reclamação trabalhista. Nessa situação, A) não poderá utilizar desta medida porque a Consolidação das Leis do Trabalho apresenta todasas regras do processo do trabalho. B) somente poderia se valer de medida processual estranha à Consolidação das Leis do Trabalho se estivesse na defesa dos interesses do empregado, em face do princípio da proteção ao trabalhador. C) poderia utilizar de medida processual prevista no Código de Processo Civil apenas na fase de execução da sentença, porque na fase de conhecimento deve se valer apenas das regras contidas na lei processual trabalhista. D) nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do processo judiciário do trabalho. E) poderá utilizar de qualquer regra do direito processual comum, porque este tem preferência em sua aplicação sobre as normas processuais trabalhistas, por serem normas de maior amplitude. 38 Comentário: A questão inquiriu o candidato acerca da subsidiariedade do Direito Processual Civil ao Processo do Trabalho, que está previsto no artigo 769 da CLT que dispõe “Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título”. Como se trata da fase de conhecimento, visto que a defesa da Reclamada se desenvolve neste momento processual (art. 847 da CLT) será aplicada a norma geral da subsidiariedade no Processo do Trabalho: aplicação dos dispositivos do CPC desde que a matéria seja compatível com o direito processual do trabalho. Aqui não há a prevalência do artigo 889 da CLT, pois o questionamento ocorreu na fase de conhecimento e não na fase de Execução Trabalhista. Questão 2 (FCC - 2018 - PGE-TO - Procurador do Estado) O princípio da oralidade é próprio do Direito Processual Civil, embora no Processo do Trabalho ele tenha maior destaque. A doutrina NÃO considera subprincípio derivado da oralidade o princípio da A) identidade física do juiz. B) concentração dos atos processuais em audiência. C) perpetuatio jurisdictionis. D) imediatidade do juiz na colheita da prova. E) irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Comentário: O princípio da oralidade representa um dos pilares do Processo do Trabalho, sendo subdivido em quatro subprincípios: 39 Imediatidade ou imediação; Identidade Física do juiz; Concentração dos atos processuais em audiência; Irrecorribilidade de imediato das decisões interlocutórias. Assim o item está incorreto, por não se relacionar ao Princípio da Oralidade, é o que trata da “perpetuacio jurisdictionis”, que significa perpetuação de competência, que é a estabilização da lide, que tramitará no órgão judicial para o qual foi distribuído, ocorrendo a prevenção deste juízo para tratar da demanda, salvo exceções existentes, conforme previsto no artigo 59 do CPC. Neste sentido, ao se estabelecer a competência do juízo no momento da distribuição, alterações supervenientes não são capazes de alterar o foro competente, visando a segurança jurídica das partes. Questão 3 (MPT - 2017 - MPT - Procurador do Trabalho) Sobre os instrumentos e técnicas extraprocessuais de atuação em conflitos coletivos laborais, analise as assertivas abaixo: I - O objeto de apuração do inquérito civil laboral alcança a coleta de provas voltadas à formação de convencimento do membro do Ministério Público do Trabalho acerca do objeto denunciado. A apuração dos fatos se dará, especificamente, em outro procedimento chamado notícia de fato. II - O termo de ajuste de conduta firmado com o Ministério Público do Trabalho, definido em lei como título executivo extrajudicial, é importante mecanismo de resolução de conflitos coletivos, podendo ser estipulada qualquer obrigação relacionada a direitos coletivos em sentido amplo, com exceção da fixação de dano moral coletivo, conforme entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho. III - A audiência pública, inobstante constituir relevante instrumento democrático para o contato e debate de ideias do Ministério Público do Trabalho com a sociedade, não poderá 40 fornecer elementos de provas e ajudar na formação da convicção do membro, em inquérito civil que conduza, em função da possível participação de não investigados. IV - As recomendações expedidas pelo membro do Ministério Público do Trabalho, nos autos de procedimento investigativo, deverão ser devidamente fundamentadas, ter prazo para cumprimento e, em caso de descumprimento, poderão ensejar a propositura imediata de ação de execução de título extrajudicial. Assinale a alternativa CORRETA: A) Todas as assertivas estão incorretas. B) Apenas as assertivas I e III estão incorretas. C) Apenas a assertiva II está incorreta. D) Apenas a assertiva IV está incorreta. E) Não respondida. Comentário: I - O MPT coleta os fatos e as provas no próprio procedimento de inquérito civil, não sendo necessários procedimentos complementares para tanto; II - a fixação de indenização por dano moral coletivo pode ser determinada através de TAC firmado pelo MPT; III - O MPT pode coletar provas e elementos de sua convicção através da oitiva da sociedade através das audiências públicas convocadas pelo órgão ministerial; IV - do descumprimento das recomendações expedidas pelo MPT caberá inquérito civil, TAC ou a ação civil competente. Questão 4 (FCC - 2018 - TRT - 15ª Região - Analista Judiciário) Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho, EXCETO: A) manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção. 41 B) propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais disponíveis dos trabalhadores. C) funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes. D) instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir. E) propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho. Comentário: A questão trata da competência do Ministério Público do Trabalho e todas as respostas versam sobre a literalidade do artigo 83 da LC 75/93, sendo a alternativa incorreta a que vai contra o dispositivo do artigo 83, inciso IV, que afirma que compete ao MPT “propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores”. Assim, sobre competência do MPT e indispensável a leitura dos dispositivos legais indicados! Questão 5 (FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Técnico Judiciário) Conforme previsão constitucional, o Tribunal Superior do Trabalho será composto por, 42 A) 17 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. B) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. C) 11 ministros, com mais de 30 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3 dentre advogados com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional e membros do MinistérioPúblico do Trabalho com mais de 5 anos de efetivo exercício. D) 27 ministros, com mais de 30 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 5 anos de efetivo exercício. E) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. Comentário: A resposta é extraída do texto do artigo 111-A da Constituição Federal, que afirma: “O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior”. 43 Questão 6 (MPT - 2017 - MPT - Procurador do Trabalho) Sobre a possibilidade de integração do Código de Processo Civil (CPC) no processo do trabalho, assinale a alternativa CORRETA: A) O Tribunal Superior do Trabalho vem reconhecendo amplamente a revogação da regra geral da subsidiariedade prevista no texto celetista pelo disposto no art. 15 do CPC. B) A aplicação subsidiária disposta no CPC significa integrá-lo ao processo do trabalho quando for verificada a necessidade de complementar instituto processual laboral em razão de disciplina insuficiente, como, por exemplo, nas hipóteses celetistas de impedimento e suspeição, incompletas em relação ao regramento do processo civil. C) A aplicação supletiva disposta no CPC significa a necessidade de adotar integralmente os seus institutos quando a CLT e leis processuais trabalhistas extravagantes não disciplinarem determinado instituto processual, como é caso, por exemplo, da tutela provisória do CPC. D) O regramento legal celetista da técnica da subsidiariedade para a fase ou processo de execução afirma que, nos casos omissos, deverá ser empregada no processo do trabalho a lei que regulamenta a execução judicial para cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública (Lei n. 6.830/1980); esta, por sua vez, faz remissão expressa à aplicação subsidiária do CPC. E) Não respondida. Comentário: O artigo 1º da Instrução Normativa nº 39/2016 do Colendo TST reitera a posição da Corte acerca da compatibilidade da aplicação do CPC ao Processo do Trabalho, tendo como fundamento a previsão do artigo 15 do CPC 2015. A ideia de aplicação supletiva do Direito Processual Civil ao Processo do Trabalho ocorre com o objetivo de completar a norma legal que seja omissa, não havendo incompatibilidade entre elas. Na hipótese apresentada, haverá a incidência do artigo 889 da CLT, pois na fase de Execução Trabalhista serão aplicadas as 44 normas atinentes aos executivos fiscais da Fazenda Pública previstos na Lei 6830/80 de forma subsidiária por expressa previsão celetista, o que afasta a incidência direta do CPC. Questão 7 (FCC - 2017 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Oficial de Justiça Avaliador Federal) Dentre os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho descritos na Consolidação das Leis do Trabalho há o órgão denominado distribuidor nas localidades em que exista mais de uma Vara do Trabalho. A designação dos distribuidores se dará pelo A) Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, dentre os funcionários do Tribunal Regional do Trabalho, existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados ao mesmo Presidente. B) Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, dentre os funcionários das Varas do Trabalho, existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados ao Juiz mais antigo de cada comarca. C) Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, dentre os funcionários das Varas do Trabalho e do Tribunal Regional do Trabalho, existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados ao mesmo Presidente. D) Juiz Titular mais antigo do Fórum, dentre os funcionários das Varas do Trabalho existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados a este Juiz. E) Juiz Diretor do Fórum dentre os funcionários das Varas do Trabalho existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho. Comentário: Os distribuidores são os responsáveis pelo serviço de distribuição das Ações Trabalhistas distribuídas em determinadas comarca da Jurisdição Trabalhista. Para tal mister, conforme prevê o artigo 715 da CLT, os distribuidores serão designados pelo Presidente do Tribunal 45 Regional do Trabalho, dentre os funcionários das Varas do Trabalho e do próprio Tribunal Regional existentes na mesma localidade e esses servidores estarão subordinados ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho. Parece bobagem, mas o trocadilho entre as autoridades pode induzir o candidato ao erro. Não subestime pequenos detalhes, pois o assunto “COMPETÊNCIAS” em geral é muito cobrado em todas as provas. Assim, sempre que a matéria fizer referência às competências dos Presidentes de Tribunais, é bom dar uma atenção especial a essas atribuições, bem como as de Vice-Presidentes e Corregedores. Questão 8 (NC-UFPR - 2019 - ITAIPU BINACIONAL – Bacharel Em Direito) Sobre a Justiça do Trabalho, assinale a alternativa correta. A) São órgãos da Justiça do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho, as Juntas de Conciliação, os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho. B) A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal de Justiça. C) O Tribunal Superior do Trabalho será composto de, no mínimo, trinta e três ministros. D) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho. E) Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, nove juízes. 46 Comentário: Todas as alternativas foram extraídas dos artigos 111 à 115 da Constituição Federal de 1988. São órgãos da Justiça do Trabalho o TST, TRT e os Juízes do Trabalho. As juntas foram extintas com a EC 24/99, mas cuidado, a CLT, que é de 1943, ainda se utiliza do termo inadequado “juntas de conciliação e julgamento” para representar varas do trabalho. Nas comarcas não abrangidas pela jurisdição trabalhista será atribuída tal função aos juízes de Direito, mas os recursos para atacar as decisões dos juízes de Direito investidos da jurisdição trabalhista deverão ser encaminhados ao Tribunal Regional do Trabalho e não ao Tribunal de Justiça. O Tribunal Superior do Trabalho é composto por 27 Ministros, enquanto que os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos por, NO MÍNIMO, 07 juízes, preferencialmente da mesma Região. A competência da Justiça do Trabalho foi ampliada pela EC 45/2004, sendo de sua atribuição a apreciação das ações que envolvam pedido de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho. Questão 9 (VUNESP - 2018 - Prefeitura de Bauru - SP - Procurador Jurídico) Em conformidade com o texto expresso na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é correto afirmar que A) a compensação, ou retenção, poderá ser arguida em qualquer momento processual. B) os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.C) é ilícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, antes de encerrado o juízo conciliatório. D) não havendo acordo, é facultado ao juiz converter o processo em juízo arbitral. 47 E) o direito processual comum não será fonte subsidiária do direito processual do trabalho. Comentário: Segundo o art. 765 da CLT “os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”, sendo esta a resposta correta. As demais estão incorretas por contrariar os dispositivos dos artigos 767, 764, § 2º e §3º e 769 da CLT, de leitura obrigatória! Questão 10 (FCC - 2018 - PGE-TO - Procurador do Estado) O Direito Processual do Trabalho brasileiro se apropria de determinados métodos de solução de conflitos interindividuais e sociais, como a autodefesa, a autocomposição e a heterocomposição, podendo ser identificados como exemplos práticos destas, respectivamente: A) greve − transação − jurisdição. B) renúncia − jurisdição − convenção coletiva de trabalho. C) greve − renúncia − transação extrajudicial. D) jurisdição − lockout − arbitragem. E) lockout − greve − transação. Comentário: A questão versa sobre formas alternativas de solução de conflitos, sendo a greve o exemplo de autodefesa, a transação é exemplo de autocomposição e a jurisdição é forma de resolução de conflitos por Heterocomposição. 48 GABARITO Questão 1 - D Questão 2 - C Questão 3 - A Questão 4 - B Questão 5 - B Questão 6 - D Questão 7 - C Questão 8 - D Questão 9 - B Questão 10 – A 49 QUESTÃO DESAFIO Explique se há aplicação da distribuição dinâmica do ônus da prova no processo do trabalho. Máximo de 5 linhas 50 GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO Conforme o art. 818 § 1 o magistrado pode atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que DEVERÁ dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: É possível a aplicação A alteração do art. 818 da CLT pela Lei 13.467/2017, com a inclusão dos incisos I e II, apenas acolheu o que a jurisprudência há muito já vinha praticando: distribuição do ônus da prova da mesma forma que aquela praticada pelo CPC (art. 333 do CPC de 1973 e atual art. 373 do novo CPC), isto é, o ônus de provar o fato constitutivo permanece com o autor, enquanto que o de provar fato impeditivo, extintivo e modificativo permanece com o réu (ônus estático da prova). A distribuição dinâmica do ônus da prova também está no § 2o do art. 373 do CPC e tem seu fundamento no princípio da aptidão da prova, autorizando a inversão do ônus estático. Agora a regra também foi abraçada formalmente pelo § Io do art. 818 da CLT, tal como já autorizada a IN 39 do TST. Ao fixar o ônus da prova de forma diversa, o julgador deve, antes do momento de sua produção, dar a oportunidade para a parte dele se desincumbir. Se fixada em audiência, a parte atingida poderá requerer o adiamento desta a fim de produzir a prova. (Comentários a reforma trabalhista / Volia Bomfim Cassar, Leonardo Dias Borges. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo : Método. 2017, pág 104/105) conforme art. 818 § 1º da CLT A inversão do ônus da prova não pode gerar para a parte a prova impossível ou excessivamente difícil de se realizar (prova diabólica). Continua inaplicável a negociação processual acerca do ônus da prova, seja pela incompatibilidade da regra processual ao processo do trabalho (IN 39 do TST), seja porque o legislador importou do CPC o que entendeu cabível ao processo do trabalho. (Comentários a reforma trabalhista / Volia Bomfim Cassar, Leonardo Dias Borges. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo : Método. 2017, pág 104/105) Nesse sentido, veja-se o que dispõe a letra da lei: “Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de 51 cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, PODERÁ o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que DEVERÁ dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo DEVERÁ ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.”. 52 LEGISLAÇÃO COMPILADA Formas de Resolução dos Conflitos Trabalhistas: Lei nº 7783/89: artigo 17. CLT: artigo 507-A. CPC/15: artigo 3º, §1º; 165; 174. Integração: CLT: Art. 8º. CPC/15: Arts. 15. Instrução Normativa nº 39/2016: art. 1º. Princípios: CLT: Arts. 764; 769; 791; 840; 846; 850; 852-E. CPC/15: Arts. 3º a 11; 15; 189. CF/88: Arts. 5º, XXXXV, LIV, LV, LXXVIII; 93, IX, XII. Organização da Justiça do Trabalho: Súmulas TST: 19; 189; 425. Súmulas STJ: 10. CLT: Arts. 8º; 643 a 735. CF/88: Arts. 92; 111; 111-A; 112; 113; 115 e 116. Resolução Administrativa 1295/2008 TST: Art. 59. Resolução 136/2014 CSJT Lei 8927/95 Súmula 189, TST A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve. 53 Súmula 425, TST O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. Súmula 10, STJ Instalada a Junta de Conciliação e Julgamento, cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por ele proferida. Ministério Público do Trabalho: Súmulas TST: 100 e 407. Súmulas STJ: 99 e 226 STJ. Orientação jurisprudencial: 130, 237 e 350 da SDI-I do TST. CLT: Art. 793 a 754. CPC/15: Art. 967. CF/88: Arts. 5, 114, 127, 128 e 129. CDC: Arts. 81 e 82. LC n° 75/93: Arts. 83 a 115. Súmula 407, TST A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas "a", "b" e “c” do inciso III do art. 967 do CPC de 2015 (art. 487, III, “a” e “b”, do CPC de 1973), uma vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas. Súmula 99, STJ O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal, ainda que não haja recurso da parte. Súmula 226, STJ O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o segurado esteja assistido por advogado. OJ 130 SDI-I, TST 54 Ao exarar o parecer na remessa de ofício, na qualidade de “custos legis”, o Ministério Público não tem legitimidade para arguir a prescrição em favor de entidade de direito público, em matéria de direito patrimonial. OJ 237 SDI-I, TST I - O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para recorrer na defesa de interesse patrimonial privado, ainda que de empresas públicas e sociedades de economia mista. II – Há legitimidade do Ministério Público do Trabalho para recorrer de decisão que declara a existência de vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou empresa pública, após a Constituição Federal de 1988, sem a prévia aprovação em concurso público, pois é matéria de ordem pública. OJ 350 SDI-I, TST O Ministério Público do Trabalho pode arguir, em parecer, na primeira vez que tenha de se manifestar no processo, a nulidade do contrato de trabalho em favor de ente público, ainda que a parte não a tenha suscitado,
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