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PROCESSO TRABALHO

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Capítulos 1 ao 8
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
Capítulo 1
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
 
1 
Olá, aluno! 
Bem-vindo ao estudo para o Exame de Ordem. Preparamos todo esse material para você 
não só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que 
você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente. 
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins 
de entender como a Banca costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal, queremos que sua 
atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, pois o tempo é 
escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo sempre! 
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo 
completo que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a 
estrutura do PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar 
especificamente os assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada 
capítulo você tem a oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto 
com a leitura de jurisprudência selecionada. 
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser 
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou 
comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para 
a gente! 
Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, 
trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina. 
Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! 
Bons estudos  
 
 
 
 
 
 
mailto:pdfadverum@cers.com.br
 
2 
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Processual do Trabalho da seguinte 
forma: 
RECORRÊNCIA 
 Como dito, sabemos que estudar de forma direcionada, com base nos assuntos 
objetivamente mais recorrentes, é essencial. Afinal, uma separação planejada pode fazer toda 
diferença. Pensando nisso, através de estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com 
base nas últimas provas, trouxemos os temas mais abordados nessa disciplina! 
Organização da 
Justiça do Trabalho
7%
Dissídio indvidual e 
dissídio coletivo
13%
Sistema recursal 
trabalhista
53%
Execução 
Trabalhista
13%
Inquérito para 
apuração de falta 
grave
7%
Lei 13.467/17 
(reforma da CLT) e 
Instrução Normativa 
41/18 do TST
7%
Organização da Justiça do Trabalho
Dissídio indvidual e dissídio coletivo
Sistema recursal trabalhista
Execução Trabalhista
Inquérito para apuração de falta grave
Lei 13.467/17 (reforma da CLT) e Instrução Normativa 41/18 do TST
 
3 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Fontes e integração. Princípios do Processo do Trabalho. Organização da Justiça 
do Trabalho. Ministério Público do Trabalho. 
Capítulo 2 – Competência. 
Capítulo 3 – Das partes e dos Procuradores. Atos, termos e prazos. Nulidades. 
Capítulo 4 – Dissídio Individual. Audiência Trabalhista. Acordo Judicial. Resposta do Réu. 
Capítulo 5 – Provas. Sentença e Coisa julgada. 
Capítulo 6 – Recursos. 
Capítulo 7 – Liquidação de sentença. Execução Trabalhista. Tutela Provisória. Procedimentos 
no Processo do Trabalho. 
Capítulo 8 – Dissídio Coletivo. Correição Parcial. Reclamação à Instância Superior. 
Procedimentos Especiais. 
 
 
 
4 
SUMÁRIO 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO, Capítulo 1 ................................................................................. 7 
1. Formas de Solução de Conflitos Trabalhistas.................................................................................. 7 
1.1. Autodefesa ou autotutela ......................................................................................................................... 7 
1.2. Autocomposição............................................................................................................................................ 7 
1.3. Heterocomposição ....................................................................................................................................... 8 
1.3.1. Jurisdição.............................................................................................................................................. 8 
1.3.2. Arbitragem .......................................................................................................................................... 8 
2. Fontes e Integração. .................................................................................................................................... 10 
3. Eficácia da norma processual no tempo e no espaço. ............................................................. 11 
4. Princípios do Processo do Trabalho. .................................................................................................. 12 
4.1. Introdução ..................................................................................................................................................... 12 
4.2. Princípios Constitucionais e Processuais afetos ao Processo do Trabalho ...................... 12 
4.2.1. Princípio do Devido Processo Legal - art. 5º, LIV, CF/88. ........................................... 12 
4.2.2. Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição - art. 5º, XXXV, CF/88. ......................... 13 
4.2.3. Princípio do Juiz Natural - art. 5º, LIII, CF/88. .................................................................. 13 
4.2.4. Princípio do Contraditório e Ampla Defesa - art. 5º, LV, CF/88............................... 13 
4.2.5. Princípio da Duração Razoável do Processo - art. 5º, LXXIVIII, CF/88. .................. 14 
4.2.6. Princípio da Motivação e Publicidade das decisões judiciais - art. 93, CF/88. .. 15 
4.2.7. Princípio da Primazia da Decisão de Mérito – art. 4º, CPC/2015. ........................... 16 
4.2.8. Princípio Dispositivo ou Demanda ou Inércia - art. 2º, CPC/2015. ......................... 16 
4.2.9. Princípio Inquisitivo ou Impulso Oficial - art. 2º, CPC/2015. ..................................... 17 
4.2.10. Princípio da Instrumentalidade das Formas - art. 188, CPC/2015. .......................... 18 
4.2.11. Princípio da Impugnação Especificada - art. 341, CPC/2015. .................................... 18 
4.2.12. Princípio da Eventualidade - art. 336, CPC/2015. ........................................................... 19 
 
5 
4.2.13. Princípio da Preclusão - arts. 63, §4; 104; 209, §2º; 278; 293; 507; 1009 
CPC/2015. 19 
4.2.14. Princípio da Boa-fé Processual - art. 5º; 79 a 81 CPC/2015. ..................................... 20 
4.2.15. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição ................................................................................ 21 
4.3. Princípios específicos do Processo do Trabalho .......................................................................... 21 
4.3.1. Princípio da Proteção. ................................................................................................................. 21 
4.3.2. Princípio da Conciliação. ............................................................................................................ 22 
4.3.3. Princípio do Jus Postulandi. ............................................Error! Bookmark not defined. 
4.3.4. Princípio da Oralidade. ............................................................................................................... 23 
4.3.5. Princípio da Subsidiariedade .................................................................................................... 26 
5. Organização da Justiça do Trabalho. ................................................................................................. 27 
5.1. Tribunal Superior do Trabalho (TST) ................................................................................................. 28 
5.1.1. Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho .......................................................................29 
5.2. Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) ............................................................................................ 29 
5.3. Juízes do Trabalho ..................................................................................................................................... 30 
6. Ministério Público do Trabalho. ............................................................................................................ 32 
6.1. Organização do MPT................................................................................................................................ 32 
6.2. Competência do MPT .............................................................................................................................. 33 
6.3. Atuação Extrajudicial do MPT............................................................................................................... 35 
QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................................. 37 
GABARITO..................................................................................................................................................................... 48 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ...................................................................................................................................... 52 
JURISPRUDÊNCIA....................................................................................................................................................... 55 
QUADRO SINÓTICO .................................................................................................................................................. 59 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................ 66 
 
 
6 
 
Olá, futuro advogado! Tudo bem? 
Antes de começar o estudo, precisamos fazer algumas considerações a respeito da apostila de 
nº 01 do nosso curso, tá? 
Em primeiro turno, a As fontes, princípios, Organização da Justiça do Trabalho e do 
Ministério Público do Trabalho não costuma ser cobrado no exame de ordem! 
-Mas professora, por que incluí-los nas apostilas, então? 
Bom, como é de conhecimento geral, a banca examinadora tende a ser um pouco 
imprevisível, e o nosso objetivo é deixar você preparado para exatamente qualquer coisa que 
aparecer na prova! 
Então, achamos pertinente abranger o máximo de conteúdo possível, até porque, é um 
assunto presente no conteúdo programático da disciplina no Edital do EOU! 😊 
Inclusive, ao final desta apostila, você encontrará questões de outras carreiras, para um maior 
aproveitamento e assimilação de conteúdo, portanto, não deixe de respondê-las, tá? 
Vamos juntos! 
 
 
7 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Capítulo 1 
1. Formas de Solução de Conflitos Trabalhistas. 
1.1. Autodefesa ou autotutela 
É a mais primitiva forma de resolução de conflitos, pelo qual as partes exercem o direito de 
forma direta, através da submissão da parte mais fraca pelo exercício da força da parte mais 
forte numa dada relação jurídica. 
Os exemplos de autotutela1 no Processo do Trabalho são a greve, que é o movimento 
paredista dos empregados de determinada empresa ou atividade profissional em busca de 
melhores condições de trabalho e o lockout, que consiste em uma PRÁTICA PROIBIDA NO 
BRASIL, pelo qual o empregador impede a entrada dos empregados, fechando os 
estabelecimentos, com o nítido objetivo de frustrar negociações ou dificultar o atendimento 
de reinvindicações dos obreiros, conforme previsto no artigo 17 da lei nº 7783/89. 
1.2. Autocomposição 
Na autocomposição2 a solução do conflito entre as partes é resolvida sem o uso da força, 
através de um comum acordo entre as partes, que pode ocorrer através da RENÚNCIA, pelo 
qual uma parte abdica de determinado direito de forma unilateral, ou pela TRANSAÇÃO, que 
consiste em concessões recíprocas das partes, podendo ser realizada no âmbito processual 
que consiste na conciliação, ou extraprocessual, como pode ocorrer nas negociações coletivas. 
 
 
1 Vide questão 10. 
2 Vide questão 10. 
 
8 
1.3. Heterocomposição 
A heterocomposição3 é uma forma de resolução no qual as partes confiam o poder 
decisório do litígio a um terceiro e se obrigam a cumprir a determinação proferida. Pode 
ocorrer de duas formas: 
1.3.1. Jurisdição 
Na Jurisdição o Estado-juiz fica incumbido de apresentar uma solução jurídica ao litígio 
posto em juízo pelas partes dentro do âmbito de sua competência, através do exercício do 
princípio dispositivo, devendo as partes se submeter obrigatoriamente ao decidido pelo juiz. 
1.3.2. Arbitragem 
A arbitragem pode ser judicial, quando ocorre no curso de um processo, ou extrajudicial, 
quando as partes elegem um árbitro para dirimir seus conflitos de forma antecedente (pelo 
instrumento chamado cláusula compromissória) ou incidental ao conflito (no qual se emite um 
compromisso arbitral). 
Para que seja utilizada a arbitragem, o litígio precisa envolver pessoa maior e capaz e 
versar sobre direitos disponíveis. 
 
Em que pese não haver amplo leque de aplicabilidade da arbitragem nos dissídios 
individuais do trabalho, ante a indisponibilidade da maioria de seus direitos, a lei nº 
13.467/2017, conhecida como Reforma Trabalhista, trouxe em seu bojo a previsão do artigo 
507-A da CLT, através do qual há a possibilidade de se pactuar a cláusula compromissória 
 
3 Vide questão 10. 
 
9 
arbitral aos contratos de trabalho dos empregados que possuam remuneração maior que duas 
vezes o “teto” do RGPS, desde que haja concordância expressa ou iniciativa do empregado. 
 
 
10 
 
2. Fontes e Integração. 
A regulamentação do direito processual do trabalho é dada primordialmente pela 
Consolidação das Leis do Trabalho, mas existem outras leis esparsas que podem ser utilizadas 
como fontes. 
Mas, em determinados casos de omissão da norma celetista, podem ser utilizados os 
dispositivos do Direito Processual Comum (CPC) como fonte subsidiária do processo do 
trabalho, desde que respeitados os requisitos da omissão na CLT e da compatibilidade da 
norma a ser aplicada, conforme determina o artigo 769 da CLT e que se aplica aos dissídios 
na fase de conhecimento. 
Já na fase de Execução Trabalhista, existe regra própria, que consiste na aplicação 
subsidiária inicialmente dos dispositivos da Lei de Execução Fiscal (LEF – lei 6830/80) por 
expressa previsão legal do artigo 889 da CLT e, permanecendo a omissão, aí sim se recorrerá 
aos dispositivos do CPC 2015. 
 
Se a norma celetista já dispuser qual norma será aplicável ao caso em apreço (como ocorre 
no artigo 882 em que há determinação de que a ordem preferencial de bens à penhora deve 
ser extraída diretamente do artigo 835 do CPC), não haverá que aplicar inicialmente a LEF e, 
se for o caso, posteriormente o CPC. 
 
 
11 
 
3. Eficácia da norma processual no tempo e no espaço. 
Para determinação da eficácia temporal das leis é necessário observar o regramento da 
LINDB, que possui aplicação em todas as leis do ordenamento jurídico, dispondo que, salvo 
disposição em contrário, as normas entram em vigor em todo o território nacional após 45 
dias da sua publicação, com aplicação imediata e geral, sendo vedada a retroatividade 
(Inteligência dos artigos 1º e 6º da LINDB). 
A lei 13.467/17, conhecida como Reforma Trabalhista, estabeleceu regramento próprio 
sobre a vigência no tempo, pois o art. 6º dispôs que suas modificações ao texto da CLT 
passariam a vigorar após 120 dias da sua publicação, o que ocorreu no dia 11 de novembro 
de 2017. 
Com relação à eficácia da norma no espaço, conforme o princípio da territorialidade, a 
lei processual trabalhista abrange todo o território nacional,independentemente de ser 
aplicada aos brasileiros ou estrangeiros que residam no país. Ademais, o art. 651 §2º da CLT 
permite que os fatos ocorridos no exterior sejam apreciados pela Justiça do Trabalho 
Brasileira. 
 
 
12 
 
4. Princípios do Processo do Trabalho. 
4.1. Introdução 
Élisson Miessa4 afirma que os princípios são à base do ordenamento jurídico e apresenta 
três funções típicas dos Princípios, conforme a Doutrina majoritária: 
 Função interpretativa: tem a função de auxiliar os operadores do direito na 
compreensão e aplicação da norma. 
 Função informadora: inspiram o legislador na elaboração das leis. 
 Função integrativa: Os princípios têm a função suplementar da ordem jurídica, 
complementando as lacunas deixadas pelo legislador. 
4.2. Princípios Constitucionais e Processuais afetos ao Processo 
do Trabalho 
Os princípios do ordenamento jurídico devem ser interpretados de forma sistemática, 
sendo assim, alguns dos princípios insculpidos, expressa ou implicitamente, na Constituição 
Federal, bem como no Novo Código de Processo Civil, também são aplicáveis ao Direito 
Processual do Trabalho. Como o objetivo da obra é apresentar um material apto ao estudo 
eficaz da disciplina, listaremos o princípio com seu respectivo diploma legal para 
aprofundamento na matéria de Direito Constitucional ou Direito Processual Civil: 
4.2.1. Princípio do Devido Processo Legal - art. 5º, LIV, CF/88. 
Previsto no artigo 5º, LIV, CF/88, o princípio do devido processo legal é entendido como 
base para os demais princípios constitucionais, tendo em vista que um cidadão só poderá ser 
processado de acordo com as regras já existentes no ordenamento jurídico, não podendo ser 
surpreendido pela aplicação de regras ainda não positivadas. 
 
4 MIESSA, Élisson. Processo do Trabalho para Concursos Públicos. 5ª ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2018. 
Página 66. 
 
13 
4.2.2. Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição - art. 5º, XXXV, 
CF/88. 
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é corolário do acesso à justiça tratado por 
Mauro Cappelletti (por este motivo também é entendido como Princípio do Acesso à Justiça) 
e consiste na ideia de que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito”, tal como leciona o artigo 5º, XXXV, CF/88. Este princípio representa uma 
dupla garantia ao jurisdicionado: de assegurar o amplo acesso ao Poder Judiciário, bem 
como de obter uma decisão judicial, de mérito ou não (a depender das regras do direito 
processual aplicadas ao caso em análise), mas que seja justa e eficaz. 
4.2.3. Princípio do Juiz Natural - art. 5º, LIII, CF/88. 
Entende-se que o princípio do juiz natural está previsto na Constituição Federal, de forma 
implícita, através da análise dos incisos XXXVII e LIII do artigo 5º, que determinam que não 
haja tribunal ou juízo de exceção e que todos tem o direito de ser julgados através de um 
juízo competente previamente estabelecido pela lei. Há ainda quem defenda que o dever de 
imparcialidade do juiz seja derivado deste princípio. 
4.2.4. Princípio do Contraditório e Ampla Defesa - art. 5º, LV, 
CF/88. 
O artigo 5º, LV, da CF/88 traz a previsão de observância do contraditório e da ampla 
defesa nos processos judiciais e administrativos. A ampla defesa é a possibilidade que o 
cidadão tem de apresentar todos os meios de prova admitidos no ordenamento jurídico para 
comprovação da tese alegada em sua defesa. 
O princípio do contraditório pode ser entendido como o direito que a parte possui de ter 
conhecimento de todos os atos do processo e de poder apresentar sua manifestação nele. 
Importante mencionar a inovação do CPC 2015, que apresentou mais uma faceta ao 
princípio, ao se tratar do contraditório substancial, cuja finalidade é evitar a prolação de 
decisões-surpresa, como se verifica do teor dos artigos 9º e 10º: 
 
14 
“Art. 9º. não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente 
ouvida. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento 
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda 
que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. 
 
A Instrução Normativa nº 39/2016 do TST (IN 39 TST) dispõe sobre as normas do CPC de 
2015 que se aplicam, ou não, ao Direito Processual do Trabalho e trata especificamente a 
questão da vedação à decisão-surpresa no artigo 4º e seus parágrafos: 
“Art. 4° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio 
do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão surpresa. 
§ 1ºEntende-se por “decisão surpresa” a que, no julgamento final do mérito da causa, 
em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em fato não 
submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes. 
§ 2º Não se considera “decisão surpresa” a que, à luz do ordenamento jurídico nacional 
e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes tinham 
obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de 
admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal 
expressa em contrário”. 
4.2.5. Princípio da Duração Razoável do Processo - art. 5º, 
LXXIVIII, CF/88. 
O princípio da duração razoável do processo não se encontra no bojo da Constituição 
desde sua promulgação, visto que fora incluído ao texto constitucional através do exercício do 
Poder Constituinte Derivado Reformador pela EC 45/04, acrescentando o inciso LXXVIII artigo 
5º da CF/88 que afirma “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
 
15 
Perceba-se que o referido princípio constitucional é uma garantia para o cidadão que deve 
ser aplicado tanto no âmbito do direito processual (do trabalho, civil, penal etc) quanto no 
âmbito administrativo, sendo a celeridade interligada ao conceito de efetividade da prestação 
do serviço jurisdicional e público, através da utilização de medidas para se evitar a 
morosidade.
 
Apesar de ter sido inserido ao texto constitucional em 2004 com a EC 45, o Princípio da 
Duração Razoável do Processo5 já estava previsto na CLT, mesmo que sem esta 
nomenclatura, pois é primordial ao Processo do Trabalho a agilidade na resolução das 
demandas submetidas à sua apreciação, ante a natureza das relações travadas entre os 
legitimados para suas causas, como se verifica no teor do artigo 765 da CLT: 
“Art. 765. Os Juízos e tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do 
processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer 
diligência necessária ao esclarecimento delas”. 
 
4.2.6. Princípio da Motivação e Publicidade das decisões judiciais - 
art. 93, CF/88. 
A Constituição determina que todas as decisões do Poder Judiciário deverão ser 
fundamentadas, sob pena de nulidade e, nesse sentido, o legislador infraconstitucional fez a 
previsão dos artigos 11 e 489, §1º, do CPC/2015. 
Desta forma, o princípio da motivação das decisões judiciais serve como instrumento de 
controle para as partes, que ao saber as razões invocadas pelo magistrado para proferir sua 
decisão verifica a legitimidade da decisão e a imparcialidade do juiz. Intrinsicamente 
 
5 Vide questão 9. 
 
16 
relacionada com a necessidade de motivação das decisões judiciais apresenta-se o Princípio 
da Publicidade das Decisões Judiciais, que também serve como meio de controle da atuação 
do Poder do Judiciário, previsto no artigo 93 da CF/88: 
“Art. 93, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,ou somente a 
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo 
não prejudique o interesse público à informação;” 
4.2.7. Princípio da Primazia da Decisão de Mérito – art. 4º, 
CPC/2015. 
O princípio da primazia da decisão de mérito se configura como uma garantia das 
partes, bem como uma diretriz para os órgãos jurisdicionais, que devem proferir suas decisões 
visando solução adequada e eficaz para resolução do mérito da causa, ou seja, a decisão 
judicial deve enfrentar os pedidos aduzidos na ação, não se contentando em apresentar 
decisões processuais, que extinguem o processo, mas não julgam o mérito. 
Vários artigos do CPC tratam do Princípio da Primazia da Decisão de Mérito, como os 
artigos 139, 317, 932, mas o que se apresenta como mais relevante para sua conceituação é o 
artigo 4º, ao afirmar que “as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução 
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”. 
4.2.8. Princípio Dispositivo ou Demanda ou Inércia - art. 2º, 
CPC/2015. 
O princípio dispositivo é apresentado no artigo 2º do CPC 2015, quando afirma que o 
“processo começa por iniciativa da parte”, que precisa provocar o Poder Judiciário para que 
este exerça sua função jurisdicional apresentando solução à lide e, também é representação 
do Princípio Dispositivo o direito que a parte que ocupa o polo passivo na relação processual 
possa se apresentar em juízo para se contrapor ao pedido de prestação jurisdicional realizado 
pelo Autor. 
 
17 
Outrossim, importante salientar que a regra geral é de inércia do Poder Judiciário para 
instauração de processos judiciais, que devem ser provocados pelas partes interessadas e 
legítimas.
 
Existe, no Direito Processual do Trabalho o Princípio Inquisitivo com relação à fase de 
Execução Trabalhista, pois competia ao juízo trabalhista a execução de ofício das suas 
decisões judiciais proferidas. Com a implementação da Lei nº 13.47/2017, houve a 
modificação do texto do artigo 878 da CLT, passando a determinar que a Execução 
Trabalhista deva ser promovida pelas partes, salvo se não estiverem representadas por 
advogado, o que demonstra a migração para a incidência do Princípio Dispositivo, como se 
verifica do texto legal: 
 “Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício 
pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não 
estiverem representadas por advogado”. 
4.2.9. Princípio Inquisitivo ou Impulso Oficial - art. 2º, CPC/2015. 
Uma vez provocado o Poder Judiciário pela parte (Princípio Dispositivo), o princípio 
inquisitivo determina que o processo siga por impulso oficial, pois compete ao órgão 
julgador dar andamento ao feito, com objetivo de que a ação chegue ao seu final. 
O artigo 2º do CPC 2015 dispõe sobre os Princípios Dispositivo e Inquisitivo, que estão 
intrinsicamente relacionados, como se verifica: 
"Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei”. 
 
18 
4.2.10. Princípio da Instrumentalidade das Formas - art. 188, 
CPC/2015. 
O artigo 188 do CPC 2015 dispõe que “os atos e os termos processuais independem de 
forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os 
que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.” 
Desta feita, o princípio da instrumentalidade das formas afirma que, salvo disposição 
legal em contrário, em regra, os atos e termos processuais não dependem de forma 
determinada, sendo válidos todos os atos praticados que atinjam sua finalidade, mesmo que 
realizados de forma não prevista em lei. 
4.2.11. Princípio da Impugnação Especificada - art. 341, CPC/2015. 
O princípio da impugnação especificada determina que compete ao réu a manifestação 
precisa acerca dos fatos narrados pelo autor na Petição Inicial sob pena de presumirem-se 
verdadeiros os fatos não impugnados. Mas existem exceções ao referido Princípio, como se 
verifica nos termos do artigo 341 do CPC 2015: 
“Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de 
fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo 
se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da 
substância do ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto”. 
 
Nos termos do parágrafo único do artigo 341 do CPC o ônus da impugnação especificada 
dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. Pode 
decorar essas exceções, pois são muito cobradas em prova, ok?! 
 
19 
4.2.12. Princípio da Eventualidade - art. 336, CPC/2015. 
Segundo o princípio da eventualidade, as partes devem alegar, oportunamente, todas as 
matérias para defesa de seu direito, incluindo as provas que pretende produzir. O momento 
de apresentação dessas alegações é determinado pela lei ou pelo juízo, sob pena de 
Preclusão. 
4.2.13. Princípio da Preclusão - arts. 63, §4; 104; 209, §2º; 278; 293; 
507; 1009 CPC/2015. 
Preclusão é a perda da faculdade processual de praticar um ato processual em juízo. É um 
princípio que dá movimento ao processo, impulsionando-o, tendo em visto que em sua 
marcha processual ele sempre deve andar para frente, sendo a preclusão um mecanismo que 
impede o retorno do processo para trás. 
A parte deve se manifestar na primeira oportunidade que tiver para falar no processo, sob 
pena de preclusão, ou seja, sob pena de sua manifestação não ser aceita e não ter mais 
validade para o processo. 
 
Apresentamos um quadro pra tentar clarificar a ideia das formas de Preclusão no Processo: 
PRECLUSÃO 
TIPO CONCEITO EXEMPLO 
TEMPORAL 
Perda de prazo legal ou 
judicial para prática do ato 
(intempestividade). 
Interpor Recurso Ordinário 20 dias 
após a intimação, sem justo 
motivo. 
CONSUMATIVA 
Quando um ato judicial é 
consumado ele é irrepetível. 
A parte não pode apresentar duas 
vezes Recurso de Revista. 
 
20 
LÓGICA 
Não é possível que a parte 
apresente atos incompatíveis 
entre si. 
Realizar o pagamento da 
condenação judicial e apresentar 
Recurso Ordinário. 
PRO IUDICATO 
Aqui a preclusão é para o 
juízo. 
Sem previsão legal ou provocação 
da parte não pode o juiz reformar 
sua decisão. 
ORDINATÓRIA 
Quando para a prática de 
um ato é necessária a prática de 
um ato anterior. 
A garantia do juízo é requisito 
anterior e essencial para o 
recebimento dos Embargos à 
Execução. 
MÁXIMA 
Quando se opera a Coisa 
Julgada. 
Quando a parte sucumbente não 
apresenta recurso ou ele é 
intempestivo. 
 
 
Futuro advogado, no Processo do Trabalho, existe a previsão legal da preclusão temporal 
no artigo 795 da CLT que aduz que “as nulidades não serão declaradas senão mediante 
provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em 
audiência ou nos autos”. 
4.2.14. Princípio da Boa-fé Processual - art. 5º; 79 a 81 CPC/2015. 
O princípio da boa-fé processual é previsto em vários dispositivos do CPC e impõe a todos 
que participem do processo (partes, juízes, auxiliares da justiça) o comportamento de acordo 
com a boa-fé. 
Salienta-se que a boa-fé prevista no artigo 5º do CPC é a boa-fé objetiva, que impõe um 
dever de conduta para os participantes do processo, que devem agir com cooperação e 
lealdade uns com os outros. 
 
21 
O comportamento contraditório à boa-fé é punido no bojo do processo, tal como retratam 
as hipóteses de má-fé processual e da respectiva penalidade pela litigância de má-fé, 
conforme previsto nos artigos 80 e 81 do CPC 2015. 
4.2.15. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
O princípio do duplo grau de jurisdição permite que uma parte sucumbente e insatisfeita 
com a decisãojudicial possa submeter essa decisão ao reexame, por um órgão colegiado ou 
singular, que determinará a manutenção ou modificação da decisão. 
Existe divergência na Doutrina acerca da natureza jurídica do Princípio do Duplo Grau de 
Jurisdição, se constitucional ou processual, mas isso não gera prejuízos à análise do Duplo 
Grau de Jurisdição no Processo do Trabalho. 
Para a seara justrabalhista, o duplo grau de jurisdição será exercido pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho e pelo Tribunal Superior do Trabalho, órgão máximo da Justiça do 
Trabalho. 
4.3. Princípios específicos do Processo do Trabalho 
4.3.1. Princípio da Proteção. 
O princípio da proteção é um princípio inerente ao Direito Material do Trabalho, porém 
existem Doutrinadores que o indicam como Princípio do Processo do Trabalho também. 
Nos filiamos à corrente doutrinária que indica que o Princípio da Proteção não deve ser 
aplicado ao Direito Processual do Trabalho, pois no processo não deve haver parte 
hipossuficiente, visto que as partes devem ser tratadas de forma igual, observadas suas 
peculiaridades (Princípio da Isonomia), mas isso não afeta o dever de imparcialidade do juiz, 
pois se há alguma desigualdade entre as partes, esta deve ser reconhecida na legislação ou 
pela jurisprudência, como ocorre, por exemplo, com a determinação de recolhimento do 
depósito recursal apenas pelo empregador (art. 899 da CLT), não havendo privilégios a serem 
reconhecidos ao trabalhador hipossuficiente na esfera do Direito Material. 
 
22 
 
Como parte da Doutrina defende sua existência, com alguns temperamentos, é importante 
que o candidato esteja atento ao questionamento da prova, que se trouxer a previsibilidade 
de incidência do Princípio da Proteção ao Direito Processual do Trabalho como alternativa 
correta, esta deve ser considerada. 
4.3.2. Princípio da Conciliação. 
O Princípio da Conciliação é muito prestigiado no Processo do Trabalho ante a previsão artigo 
764 da CLT de que “os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça 
do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”. 
No Rito Sumaríssimo exige a CLT no artigo 852-E que o magistrado esclarecerá as partes 
sobre as vantagens da conciliação e no Rito Ordinário a mesma norma celetista determina que 
a conciliação deve ser proposta em dois momentos distintos, sendo o primeiro na abertura da 
audiência inicial e antes da apresentação da defesa (art. 846, CLT) e também após as razões 
finais e antes da sentença (art. 850, CLT). 
4.3.1. Princípio do Jus Postulandi. 
Através do princípio do jus postulandi é assegurada às partes o ingresso em juízo 
pessoalmente, ou seja, sem a obrigatoriedade de representação por advogado. Assim, 
empregados e empregadores podem apresentar suas demandas pessoalmente, sem precisar 
da presença de um advogado defendendo seus interesses. 
O enunciado de Súmula de nº 425 do TST traz restrições à utilização do Princípio do Jus 
Postulandi, não sendo possível sua utilização nos casos de Ação Rescisória, Ação Cautelar, 
Mandado de Segurança e nos recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho, pois 
o jus postulandi só é aplicado às varas do trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho. 
 
23 
 
Com a implementação do Processo Judicial Eletrônico – PJE, previsto na lei nº 11.419/2006, 
houve a mitigação do referido princípio, ante a dificuldade de postulação em juízo pelas 
partes em causa própria. Mas em que pese ser pouco usual, ainda é um princípio válido e 
utilizado na prática trabalhista. 
4.3.2. Princípio da Oralidade. 
O princípio da oralidade6 é outro princípio muito prestigiado no Processo do Trabalho, 
mesmo não sendo específico desta seara, mas pela natureza de celeridade deste ramo do 
direito é amplamente utilizado, visto que a maioria dos atos processuais são apresentados de 
forma oral, como pode ocorrer com a Reclamação Verbal, Defesa (contestação) oral em 
audiência, Protestos orais em audiência, razões finais orais etc. 
O Princípio da Oralidade se subdivide em três princípios (ou subprincípios para alguns 
doutrinadores). 
4.3.3. Princípio da Identidade Física do Juiz 
É o princípio através do qual o juiz que realizou a instrução fica vinculado ao processo 
para proferir a sentença. 
 
 
 
6 Vide questão 2. 
 
24 
 
A identidade física do juiz para proferir a sentença era prevista no CPC de 1973 em seu 
artigo 132 e passou a ser aplicada ao Processo do Trabalho com o cancelamento da Súmula 
136 do TST. 
Ocorre que o Novo CPC de 2015 não trouxe em seu bojo essa previsibilidade, o que leva 
alguns doutrinadores, como Élisson Miessa7, que deverá ser adotada a tese de que o Princípio 
da Identidade Física do Juiz não se aplica mais ao direito processual, seja o civil ou o 
trabalhista. 
 
7 MIESSA, Élisson. Processo do Trabalho para Concursos Públicos. 5ª ed. Salvador: Editora Juspodivm, 2018. 
Página 87. 
 
25 
4.3.4. Princípio da Concentração dos Atos Processuais em 
Audiência 
Por este princípio, que tem muita utilização no Processo do Trabalho, todos os atos 
processuais e as ocorrências, no curso da audiência, devem ser sanadas na própria audiência 
ou no máximo numa próxima audiência. 
4.3.5. Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões 
Interlocutórias 
Este é um princípio do Processo do Trabalho no qual ao ser proferida uma decisão 
interlocutória no curso da audiência a parte que se sentir prejudicada deverá consignar seus 
“protestos” na ata de audiência e renovar este pedido nas preliminares do Recurso Ordinário. 
Mas a irrecorribilidade imediata se aplica a todas as decisões interlocutórias proferidas no 
curso do processo do trabalho, não só as proferidas em audiência, conforme prevê o artigo 
893, § 1º ao afirmar que “os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou 
Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em 
recursos da decisão definitiva”. 
 
As exceções ao Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias são 
apresentadas na Súmula nº 214 do TST, que é tema recorrente em prova ao se questionar 
em quais hipóteses será cabível a apresentação do Recurso Ordinário de imediato. Segue seu 
teor integral para estudo: 
“Súmula nº 214 do TST. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE. Na Justiça 
do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não 
ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do 
Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do 
Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que 
 
26 
acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal 
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto 
no art. 799, § 2º, da CLT” 
 
O princípio da subsidiariedade do Direito Processual Civil ao Processo do Trabalho, que 
está previsto no artigo 769 da CLT dispõe “nos casos omissos, o direito processual comum 
será fonte subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for 
incompatível com as normas deste Título”. 
O artigo 1º da Instrução Normativa nº 39/2016 (IN 39) do Colendo TST reitera a posição 
da Corte acerca da compatibilidade da aplicação do CPC ao Processo do Trabalho, tendo 
como fundamento a previsão do artigo 15 do CPC 2015. A ideia de aplicação supletiva do 
Direito Processual Civil ao Processo do Trabalho ocorre com o objetivo de completar a norma 
legal que seja omissa, não havendo incompatibilidade entre elas8. 
 
 
8 Vide questões 1 e 6. 
 
27 
 
5. Organização da Justiça do Trabalho. 
A Justiça do Trabalho é dividida em três órgãos: o Tribunal Superior do Trabalho, os 
Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízesdo Trabalho9. 
A Constituição Federal de 88 apresenta a organização da Justiça do Trabalho dos artigos 
111 até 113, que constituem leitura obrigatória ante a cobrança literal de seus dispositivos 
nas provas objetivas, in verbis: 
“Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - o Tribunal Superior do Trabalho; 
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; 
III - Juizes do Trabalho. 
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, 
escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e 
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da 
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e 
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, 
observado o disposto no art. 94; 
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura 
da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: 
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, 
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e 
promoção na carreira. 
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a 
supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho 
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito 
vinculante. 
 
9 Vide questão 8. 
 
28 
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a 
reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas 
decisões. 
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não 
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o 
respectivo Tribunal Regional do Trabalho. 
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias 
e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho”. 
5.1. Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
O TST10 é o órgão de cúpula ou terceiro grau de jurisdição da Justiça do Trabalho, que é 
composto por 27 Ministros do Trabalho, maiores de 35 anos e menores de 65 anos, 
nomeados pelo Presidente da República após aprovação da maioria absoluta do Senado 
Federal, com 1/5 de seus membros escolhidos pelo quinto constitucional, alternadamente, 
entre advogados e membros do MPT com mais de 10 anos de efetivo exercício, possuindo 
sede em Brasília e jurisdição em todo território nacional, sendo responsável pela uniformização 
da jurisprudência trabalhista, no âmbito de sua competência. 
O TST se divide em dois órgãos conforme o artigo 111, §2º da CF/88: a Escola Nacional de 
Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho (ENAMAT) e o Conselho Superior 
da Justiça do Trabalho (CSJT). Mas a Resolução Administrativa 1295/2008 aprovou o 
Regimento Interno do TST, que apresenta no artigo 59 que ele se divide nos seguintes órgãos: 
 Tribunal Pleno; 
 Órgão Especial; 
 Seção Especializada em Dissídios Coletivos; 
 Seção Especializada em Dissídios Individuais; 
 Turmas. 
 
10 Vide questão 5. 
 
29 
 
 A EC 92/2016 trouxe inovações legislativas importantes ao texto constitucional, 
relacionadas ao TST, nos artigos 92, inciso II-A e 111-A, caput e §3º. Essas implementações 
inseriram o TST, expressamente, como órgão do Poder Judiciário, passaram a exigir 
expressamente o notável saber jurídico e a reputação ilibada como requisito para os Ministros 
do TST e conferindo atribuição para processar e julgar, originalmente, a reclamação para que 
sua competência seja preservada, assim como a garantia da autoridade de suas ações. 
Fique ligado nessas alterações, OABeiro, pois são relevantes e podem ser objeto de 
questões na OAB! 
 
5.1.1. Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho 
 Como órgão do TST, a Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho tem a finalidade de 
fiscalizar, disciplinar e orientar administrativamente as atividades dos Tribunais Regionais do 
Trabalho (TRT´s), dos juízes do trabalho e dos serviços judiciários. 
O artigo 709 da CLT traz a competência do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, que 
será eleito dentre os Ministros do TST, com mandato de 02 anos, para exercer as funções de 
inspeção, correição permanente e decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa 
ordem processual, quando inexistir recurso específico, dos TRT´s e seus Presidentes. 
5.2. Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) 
Os TRTs compõem o segundo grau de jurisdição da Justiça do Trabalho e, de acordo com 
o art. 115 da Constituição Federal, os TRTs são formados por, no mínimo, 07 juízes, recrutados 
na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros maiores de 
30 anos e menores de 65 anos. 
 
30 
Assim como o TST, 1/5 das vagas deverão ser preenchidas por advogados e membros do 
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de atividade profissional, e as outras 
vagas são divididas entre juízes do trabalho promovidos por antiguidade e merecimento, 
alternadamente. Os TRTs poderão funcionar descentralizadamente com o objetivo de garantir 
o pleno acesso do jurisdicionado à justiça do trabalho durante todas as fases do processo. 
5.3. Juízes do Trabalho 
Os Juízes do Trabalho são o primeiro grau de jurisdição da Justiça do Trabalho, que será 
exercido nas Varas do Trabalho, que receberam essa nomenclatura após o advento da EC 
24/99 que extinguiu as Juntas de Conciliação e Julgamento, que eram formadas por juízes 
togados e juízes classistas. 
Conforme o art. 650 da CLT, a jurisdição de cada Vara de Trabalho abrange todo o 
território da comarca em que possui sua sede, só podendo ser estendida ou restringida por 
meio de lei federal. 
 
Nas comarcas em que não houver jurisdição da Justiça do Trabalho, os Juízes de Direito 
poderão atuar na jurisdição trabalhista, conforme determinação legal. Importante salientar que 
os recursos apresentados das decisões proferidas pelos Juízes de Direito serão decididos 
pelos Tribunais Regionais do Trabalho da respectiva jurisdição, nos termos dos artigos 112 da 
CF e 668 da CLT. 
Segundo o texto da Súmula nª 10 do STJ, uma vez instalada a Vara do Trabalho, cessa a 
competência do juiz de direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças 
por ele proferidas. 
 
 
31 
 
Ainda sobre a organização da Justiça do Trabalho é importante a leitura dos artigos 710 a 
726 que tratam dos SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO, não deixe passar 
batido! 11. 
 
 
11 Vide questão 7. 
 
32 
 
6. Ministério Público do Trabalho. 
A Constituição Federal de 1988 dispõe em seu artigo 127 que “o Ministério Público é 
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da 
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. 
Afirma ainda que são princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a 
indivisibilidade e a independência funcional e que é assegurada autonomia funcional e 
administrativa, podendo propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e 
serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas e de provas e títulos e a Lei 
Complementar 75/93 disporá sobre sua organização e funcionamento. 
Em que pese a Constituição Federal em seu artigo 128 determinar a estrutura do Ministério 
Público, o objeto do presente Trabalho será o Ministério Público do Trabalho (MPT), 
previsto no inciso I, alínea b, quecompõe o Ministério Público Federal e que tem por chefe o 
Procurador Geral da República. 
6.1. Organização do MPT 
A lei complementar 75/1993 traz a organização do MPT dos artigos 85 até o 113, no qual 
a leitura integral é indispensável ao candidato, apresentando como seus órgãos o 
Procurador-Geral do Trabalho, que é o chefe do MPT, que será nomeado pelo Procurador-
Geral da República, dentre integrantes da instituição, com mais de trinta e cinco anos de idade 
e de cinco anos na carreira, integrante de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, 
facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores para um mandato de dois anos, permitida 
uma recondução, observado o mesmo processo. Caso não haja número suficiente de 
candidatos com mais de cinco anos na carreira, poderá concorrer à lista tríplice quem contar 
mais de dois anos na carreira, nos termos do artigo 88 da LC 75/93. 
Conforme o art. 86 da LC 75/93 a carreira do MPT será constituída pelos cargos de 
Subprocurador-Geral do Trabalho, que é o último nível da carreira, de Procurador Regional 
do Trabalho e Procurador do Trabalho, que é o cargo inicial da carreira. 
 
33 
Ainda são órgãos internos do MPT o Colégio de Procuradores do Trabalho, o Conselho 
Superior do Ministério Público do Trabalho, a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério 
Público do Trabalho e a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho. 
A finalidade do MPT é tutelar direitos difusos, coletivos, individuais homogêneos e 
individuais indisponíveis, no âmbito do direito trabalhista. O foco do MPT é a tutela 
coletiva, defendendo o maior número de trabalhadores possíveis. 
 
A tutela dos interesses individuais será realizada pelo MPT de forma excepcional, ao 
buscar a defesa dos direitos e interesses de menores, incapazes e índios, no que tange a 
relações trabalhistas. 
6.2. Competência do MPT 
Regra geral, as atribuições do MPT estão relacionadas às matérias afeitas à Jurisdição 
Trabalhista, podendo atuar como parte ou como custus iuris (interveniente como fiscal da 
ordem jurídica), sendo sua competência12 prevista no artigo 83 da LC 75/93 que pela sua 
importância, iremos apresentar sua integralidade, in verbis: 
“Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes 
atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis 
trabalhistas; 
II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do 
juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a 
intervenção; 
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de 
interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente 
garantidos; 
 
12 Vide questão 4. 
 
34 
IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, 
acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas 
ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores; 
V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, 
incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho; 
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos 
processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como 
pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do 
Trabalho; 
VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente 
sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o 
direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e 
diligências que julgar convenientes; 
VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o 
interesse público assim o exigir; 
IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da 
paralisação de serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos 
processos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos 
firmados antes da homologação, resguardado o direito de recorrer em caso de violação 
à lei e à Constituição Federal; 
X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho; 
XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de 
competência da Justiça do Trabalho; 
XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos 
processos e para a melhor solução das lides trabalhistas; 
XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de 
jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, 
Estado estrangeiro ou organismo internacional”. 
Como visto, na sua atividade funcional o Ministério Público do Trabalho utiliza a ação civil 
pública para proteção dos interesses afetos às relações do trabalho, a ação rescisória, o 
dissídio coletivo de greve, a ação anulatória de cláusula convencional, o mandado de 
segurança, entre outros. 
De acordo com a OJ 350 da SDI-I do TST, o Ministério Público do Trabalho 
poderá arguir, em forma de parecer, a nulidade do contrato de trabalho em favor 
do ente público, quando tiver que se manifestar em um processo pela primeira 
 
35 
vez, mesmo que a parte não tenha suscitado a nulidade, sendo vedada qualquer 
dilação probatória. 
 
O texto da OJ 237 da SDI-I do TST declina que o MPT não tem legitimidade para recorrer na 
defesa de interesse patrimonial privado, ainda que de empresas públicas e sociedades de 
economia mista. Entretanto, possuirá legitimidade para recorrer de decisão que declara a 
existência de vínculo empregatício com as sociedades de economia mista ou empresas 
públicas sem a prévia aprovação em concurso público, pois se trata de matéria de ordem 
pública. 
6.3. Atuação Extrajudicial do MPT 
A atuação extrajudicial13 do MPT pode ocorrer na jurisdição trabalhista e no âmbito 
administrativo. O artigo 84 da LC 75/93 prevê que é atribuição do MPT instaurar inquérito 
civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a 
observância dos direitos sociais dos trabalhadores. 
Por meio do inquérito civil, o Ministério Público do Trabalho irá realizar a 
investigação de determinados fatos, tendo como objetivo a coleta de elementos de 
convicção para analisar se há lesões ou ameaças de lesões aos direitos dos 
trabalhadores, e por se tratar de procedimento administrativo, não há que se falar em 
contraditório ou ampla defesa. Havendo lesões ou ameaças de lesões, ele poderá firmar 
um Termo de Ajustamento de Conduta, através do qual o infrator da lei irá se 
comprometer a atuar de acordo com a lei. 
Na hipótese de a empresa não querer firmar o TAC, o MPT poderá utilizar de 
meios judiciais, por meio de ação civil pública, ação civil coletiva, ação rescisória, 
entre outros. 
 
13 Vide questão 3. 
 
36 
Salienta-se que tanto o inquérito civil quanto o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) 
são facultativos, de forma que o MPT poderá ajuizar a ação civil pública assim 
que tomar conhecimento de lesão ou ameaça de lesão aos direitos trabalhistas, de forma 
imediata. 
Importante a leitura dos seguintes dispositivos legais: art. 793 da CLT, art. 83 da LC 75/93, 
art. 967 CPC e súmulas 407 e 100 do TST e da OJ 130 da SDI-I do TST. 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(FCC – 2018 - TRT - 6ª Região - Técnico Judiciário) O advogado Hermes pretende utilizar 
uma medida processual que não está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho para 
defender os interesses da empresa reclamada em uma reclamação trabalhista. Nessa situação, 
A) não poderá utilizar desta medida porque a Consolidação das Leis do Trabalho apresenta 
todasas regras do processo do trabalho. 
B) somente poderia se valer de medida processual estranha à Consolidação das Leis do 
Trabalho se estivesse na defesa dos interesses do empregado, em face do princípio da 
proteção ao trabalhador. 
C) poderia utilizar de medida processual prevista no Código de Processo Civil apenas na 
fase de execução da sentença, porque na fase de conhecimento deve se valer apenas das 
regras contidas na lei processual trabalhista. 
D) nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito 
processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas do processo 
judiciário do trabalho. 
E) poderá utilizar de qualquer regra do direito processual comum, porque este tem 
preferência em sua aplicação sobre as normas processuais trabalhistas, por serem normas de 
maior amplitude. 
 
 
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Comentário: 
A questão inquiriu o candidato acerca da subsidiariedade do Direito Processual Civil ao 
Processo do Trabalho, que está previsto no artigo 769 da CLT que dispõe “Art. 769 - Nos 
casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito processual do 
trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título”. Como se trata 
da fase de conhecimento, visto que a defesa da Reclamada se desenvolve neste momento 
processual (art. 847 da CLT) será aplicada a norma geral da subsidiariedade no Processo do 
Trabalho: aplicação dos dispositivos do CPC desde que a matéria seja compatível com o 
direito processual do trabalho. Aqui não há a prevalência do artigo 889 da CLT, pois o 
questionamento ocorreu na fase de conhecimento e não na fase de Execução Trabalhista. 
 
Questão 2 
(FCC - 2018 - PGE-TO - Procurador do Estado) O princípio da oralidade é próprio do 
Direito Processual Civil, embora no Processo do Trabalho ele tenha maior destaque. A doutrina 
NÃO considera subprincípio derivado da oralidade o princípio da 
A) identidade física do juiz. 
B) concentração dos atos processuais em audiência. 
C) perpetuatio jurisdictionis. 
D) imediatidade do juiz na colheita da prova. 
E) irrecorribilidade das decisões interlocutórias. 
 
Comentário: 
O princípio da oralidade representa um dos pilares do Processo do Trabalho, sendo 
subdivido em quatro subprincípios: 
 
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 Imediatidade ou imediação; 
 Identidade Física do juiz; 
 Concentração dos atos processuais em audiência; 
 Irrecorribilidade de imediato das decisões interlocutórias. 
Assim o item está incorreto, por não se relacionar ao Princípio da Oralidade, é o que trata 
da “perpetuacio jurisdictionis”, que significa perpetuação de competência, que é a 
estabilização da lide, que tramitará no órgão judicial para o qual foi distribuído, ocorrendo a 
prevenção deste juízo para tratar da demanda, salvo exceções existentes, conforme previsto no 
artigo 59 do CPC. 
Neste sentido, ao se estabelecer a competência do juízo no momento da distribuição, 
alterações supervenientes não são capazes de alterar o foro competente, visando a segurança 
jurídica das partes. 
 
Questão 3 
(MPT - 2017 - MPT - Procurador do Trabalho) Sobre os instrumentos e técnicas 
extraprocessuais de atuação em conflitos coletivos laborais, analise as assertivas abaixo: 
I - O objeto de apuração do inquérito civil laboral alcança a coleta de provas voltadas à 
formação de convencimento do membro do Ministério Público do Trabalho acerca do objeto 
denunciado. A apuração dos fatos se dará, especificamente, em outro procedimento chamado 
notícia de fato. 
II - O termo de ajuste de conduta firmado com o Ministério Público do Trabalho, definido 
em lei como título executivo extrajudicial, é importante mecanismo de resolução de conflitos 
coletivos, podendo ser estipulada qualquer obrigação relacionada a direitos coletivos em 
sentido amplo, com exceção da fixação de dano moral coletivo, conforme entendimento 
sumulado do Tribunal Superior do Trabalho. 
III - A audiência pública, inobstante constituir relevante instrumento democrático para o 
contato e debate de ideias do Ministério Público do Trabalho com a sociedade, não poderá 
 
40 
fornecer elementos de provas e ajudar na formação da convicção do membro, em inquérito 
civil que conduza, em função da possível participação de não investigados. 
IV - As recomendações expedidas pelo membro do Ministério Público do Trabalho, nos 
autos de procedimento investigativo, deverão ser devidamente fundamentadas, ter prazo para 
cumprimento e, em caso de descumprimento, poderão ensejar a propositura imediata de ação 
de execução de título extrajudicial. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
A) Todas as assertivas estão incorretas. 
B) Apenas as assertivas I e III estão incorretas. 
C) Apenas a assertiva II está incorreta. 
D) Apenas a assertiva IV está incorreta. 
E) Não respondida. 
 
Comentário: 
I - O MPT coleta os fatos e as provas no próprio procedimento de inquérito civil, não 
sendo necessários procedimentos complementares para tanto; II - a fixação de indenização 
por dano moral coletivo pode ser determinada através de TAC firmado pelo MPT; III - O MPT 
pode coletar provas e elementos de sua convicção através da oitiva da sociedade através das 
audiências públicas convocadas pelo órgão ministerial; IV - do descumprimento das 
recomendações expedidas pelo MPT caberá inquérito civil, TAC ou a ação civil competente. 
 
Questão 4 
(FCC - 2018 - TRT - 15ª Região - Analista Judiciário) Compete ao Ministério Público do 
Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho, 
EXCETO: 
A) manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou 
por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção. 
 
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B) propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo 
coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos 
individuais disponíveis dos trabalhadores. 
C) funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a 
matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista 
dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar 
convenientes. 
D) instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse 
público assim o exigir. 
E) propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e 
índios, decorrentes das relações de trabalho. 
 
Comentário: 
A questão trata da competência do Ministério Público do Trabalho e todas as respostas 
versam sobre a literalidade do artigo 83 da LC 75/93, sendo a alternativa incorreta a que vai 
contra o dispositivo do artigo 83, inciso IV, que afirma que compete ao MPT “propor as ações 
cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção 
coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais 
indisponíveis dos trabalhadores”. 
Assim, sobre competência do MPT e indispensável a leitura dos dispositivos legais 
indicados! 
 
Questão 5 
(FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Técnico Judiciário) Conforme previsão 
constitucional, o Tribunal Superior do Trabalho será composto por, 
 
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A) 17 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados 
com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do 
Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. 
B) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados 
com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do 
Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. 
C) 11 ministros, com mais de 30 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3 dentre advogados 
com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional e membros do MinistérioPúblico do 
Trabalho com mais de 5 anos de efetivo exercício. 
D) 27 ministros, com mais de 30 anos e menos de 65 anos, sendo 1/5 dentre advogados 
com mais de 5 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do 
Trabalho com mais de 5 anos de efetivo exercício. 
E) 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 70 anos, sendo 1/3 dentre advogados 
com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do 
Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício. 
 
Comentário: 
A resposta é extraída do texto do artigo 111-A da Constituição Federal, 
que afirma: 
“O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos 
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de 
notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após 
aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e 
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, 
observado o disposto no art. 94; 
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura 
da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior”. 
 
43 
 
Questão 6 
(MPT - 2017 - MPT - Procurador do Trabalho) Sobre a possibilidade de integração do 
Código de Processo Civil (CPC) no processo do trabalho, assinale a alternativa CORRETA: 
A) O Tribunal Superior do Trabalho vem reconhecendo amplamente a revogação da regra 
geral da subsidiariedade prevista no texto celetista pelo disposto no art. 15 do CPC. 
B) A aplicação subsidiária disposta no CPC significa integrá-lo ao processo do trabalho 
quando for verificada a necessidade de complementar instituto processual laboral em razão de 
disciplina insuficiente, como, por exemplo, nas hipóteses celetistas de impedimento e 
suspeição, incompletas em relação ao regramento do processo civil. 
C) A aplicação supletiva disposta no CPC significa a necessidade de adotar integralmente 
os seus institutos quando a CLT e leis processuais trabalhistas extravagantes não disciplinarem 
determinado instituto processual, como é caso, por exemplo, da tutela provisória do CPC. 
D) O regramento legal celetista da técnica da subsidiariedade para a fase ou processo de 
execução afirma que, nos casos omissos, deverá ser empregada no processo do trabalho a lei 
que regulamenta a execução judicial para cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública (Lei n. 
6.830/1980); esta, por sua vez, faz remissão expressa à aplicação subsidiária do CPC. 
E) Não respondida. 
 
Comentário: 
O artigo 1º da Instrução Normativa nº 39/2016 do Colendo TST reitera a posição da Corte 
acerca da compatibilidade da aplicação do CPC ao Processo do Trabalho, tendo como 
fundamento a previsão do artigo 15 do CPC 2015. A ideia de aplicação supletiva do Direito 
Processual Civil ao Processo do Trabalho ocorre com o objetivo de completar a norma legal 
que seja omissa, não havendo incompatibilidade entre elas. Na hipótese apresentada, haverá a 
incidência do artigo 889 da CLT, pois na fase de Execução Trabalhista serão aplicadas as 
 
44 
normas atinentes aos executivos fiscais da Fazenda Pública previstos na Lei 6830/80 de forma 
subsidiária por expressa previsão celetista, o que afasta a incidência direta do CPC. 
 
Questão 7 
(FCC - 2017 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Oficial de Justiça Avaliador Federal) Dentre os 
serviços auxiliares da Justiça do Trabalho descritos na Consolidação das Leis do Trabalho há o 
órgão denominado distribuidor nas localidades em que exista mais de uma Vara do Trabalho. 
A designação dos distribuidores se dará pelo 
A) Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, dentre os funcionários do Tribunal 
Regional do Trabalho, existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados ao mesmo 
Presidente. 
B) Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, dentre os funcionários das Varas do 
Trabalho, existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados ao Juiz mais antigo de 
cada comarca. 
C) Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, dentre os funcionários das Varas do 
Trabalho e do Tribunal Regional do Trabalho, existentes na mesma localidade, e diretamente 
subordinados ao mesmo Presidente. 
D) Juiz Titular mais antigo do Fórum, dentre os funcionários das Varas do Trabalho 
existentes na mesma localidade, e diretamente subordinados a este Juiz. 
E) Juiz Diretor do Fórum dentre os funcionários das Varas do Trabalho existentes na mesma 
localidade, e diretamente subordinados ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho. 
 
Comentário: 
Os distribuidores são os responsáveis pelo serviço de distribuição das Ações Trabalhistas 
distribuídas em determinadas comarca da Jurisdição Trabalhista. Para tal mister, conforme 
prevê o artigo 715 da CLT, os distribuidores serão designados pelo Presidente do Tribunal 
 
45 
Regional do Trabalho, dentre os funcionários das Varas do Trabalho e do próprio Tribunal 
Regional existentes na mesma localidade e esses servidores estarão subordinados ao 
Presidente do Tribunal Regional do Trabalho. 
 
Parece bobagem, mas o trocadilho entre as autoridades pode induzir o candidato ao erro. 
Não subestime pequenos detalhes, pois o assunto “COMPETÊNCIAS” em geral é muito 
cobrado em todas as provas. 
Assim, sempre que a matéria fizer referência às competências dos Presidentes de Tribunais, 
é bom dar uma atenção especial a essas atribuições, bem como as de Vice-Presidentes e 
Corregedores. 
 
Questão 8 
(NC-UFPR - 2019 - ITAIPU BINACIONAL – Bacharel Em Direito) Sobre a Justiça do 
Trabalho, assinale a alternativa correta. 
A) São órgãos da Justiça do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho, as Juntas de 
Conciliação, os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho. 
B) A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua 
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal de Justiça. 
C) O Tribunal Superior do Trabalho será composto de, no mínimo, trinta e três ministros. 
D) Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações de indenização por dano 
moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho. 
E) Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, nove juízes. 
 
 
 
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Comentário: 
Todas as alternativas foram extraídas dos artigos 111 à 115 da Constituição Federal de 
1988. São órgãos da Justiça do Trabalho o TST, TRT e os Juízes do Trabalho. As juntas foram 
extintas com a EC 24/99, mas cuidado, a CLT, que é de 1943, ainda se utiliza do termo 
inadequado “juntas de conciliação e julgamento” para representar varas do trabalho. 
Nas comarcas não abrangidas pela jurisdição trabalhista será atribuída tal função aos juízes 
de Direito, mas os recursos para atacar as decisões dos juízes de Direito investidos da 
jurisdição trabalhista deverão ser encaminhados ao Tribunal Regional do Trabalho e não ao 
Tribunal de Justiça. 
O Tribunal Superior do Trabalho é composto por 27 Ministros, enquanto que os Tribunais 
Regionais do Trabalho são compostos por, NO MÍNIMO, 07 juízes, preferencialmente da 
mesma Região. 
A competência da Justiça do Trabalho foi ampliada pela EC 45/2004, sendo de sua 
atribuição a apreciação das ações que envolvam pedido de indenização por dano moral ou 
patrimonial decorrentes da relação de trabalho. 
 
Questão 9 
(VUNESP - 2018 - Prefeitura de Bauru - SP - Procurador Jurídico) Em conformidade com 
o texto expresso na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é correto afirmar que 
A) a compensação, ou retenção, poderá ser arguida em qualquer momento processual. 
B) os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e 
velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária 
ao esclarecimento delas.C) é ilícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, antes de encerrado o 
juízo conciliatório. 
D) não havendo acordo, é facultado ao juiz converter o processo em juízo arbitral. 
 
47 
E) o direito processual comum não será fonte subsidiária do direito processual do trabalho. 
 
Comentário: 
Segundo o art. 765 da CLT “os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na 
direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar 
qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”, sendo esta a resposta correta. As 
demais estão incorretas por contrariar os dispositivos dos artigos 767, 764, § 2º e §3º e 769 da 
CLT, de leitura obrigatória! 
 
Questão 10 
(FCC - 2018 - PGE-TO - Procurador do Estado) O Direito Processual do Trabalho 
brasileiro se apropria de determinados métodos de solução de conflitos interindividuais e 
sociais, como a autodefesa, a autocomposição e a heterocomposição, podendo ser 
identificados como exemplos práticos destas, respectivamente: 
A) greve − transação − jurisdição. 
B) renúncia − jurisdição − convenção coletiva de trabalho. 
C) greve − renúncia − transação extrajudicial. 
D) jurisdição − lockout − arbitragem. 
E) lockout − greve − transação. 
 
Comentário: 
A questão versa sobre formas alternativas de solução de conflitos, sendo a greve o 
exemplo de autodefesa, a transação é exemplo de autocomposição e a jurisdição é forma de 
resolução de conflitos por Heterocomposição. 
 
 
48 
 
 
GABARITO 
 
Questão 1 - D 
Questão 2 - C 
Questão 3 - A 
Questão 4 - B 
Questão 5 - B 
Questão 6 - D 
Questão 7 - C 
Questão 8 - D 
Questão 9 - B 
Questão 10 – A 
 
 
 
 
49 
QUESTÃO DESAFIO 
Explique se há aplicação da distribuição dinâmica do ônus da 
prova no processo do trabalho. 
Máximo de 5 linhas 
 
50 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO 
Conforme o art. 818 § 1 o magistrado pode atribuir o ônus da prova de modo diverso, 
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que DEVERÁ dar à parte a 
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 É possível a aplicação 
A alteração do art. 818 da CLT pela Lei 13.467/2017, com a inclusão dos incisos I e II, 
apenas acolheu o que a jurisprudência há muito já vinha praticando: distribuição do ônus da 
prova da mesma forma que aquela praticada pelo CPC (art. 333 do CPC de 1973 e atual art. 
373 do novo CPC), isto é, o ônus de provar o fato constitutivo permanece com o autor, 
enquanto que o de provar fato impeditivo, extintivo e modificativo permanece com o réu 
(ônus estático da prova). A distribuição dinâmica do ônus da prova também está no § 2o do 
art. 373 do CPC e tem seu fundamento no princípio da aptidão da prova, autorizando a 
inversão do ônus estático. Agora a regra também foi abraçada formalmente pelo § Io do art. 
818 da CLT, tal como já autorizada a IN 39 do TST. Ao fixar o ônus da prova de forma diversa, 
o julgador deve, antes do momento de sua produção, dar a oportunidade para a parte dele se 
desincumbir. Se fixada em audiência, a parte atingida poderá requerer o adiamento desta a 
fim de produzir a prova. (Comentários a reforma trabalhista / Volia Bomfim Cassar, Leonardo 
Dias Borges. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo : Método. 2017, pág 104/105) 
 conforme art. 818 § 1º da CLT 
A inversão do ônus da prova não pode gerar para a parte a prova impossível ou 
excessivamente difícil de se realizar (prova diabólica). Continua inaplicável a negociação 
processual acerca do ônus da prova, seja pela incompatibilidade da regra processual ao 
processo do trabalho (IN 39 do TST), seja porque o legislador importou do CPC o que 
entendeu cabível ao processo do trabalho. (Comentários a reforma trabalhista / Volia Bomfim 
Cassar, Leonardo Dias Borges. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo : Método. 2017, pág 
104/105) Nesse sentido, veja-se o que dispõe a letra da lei: “Nos casos previstos em lei ou 
diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de 
 
51 
cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do 
fato contrário, PODERÁ o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça 
por decisão fundamentada, caso em que DEVERÁ dar à parte a oportunidade de se 
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2o A decisão referida no § 1o deste artigo 
DEVERÁ ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o 
adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito 
admitido.”. 
 
 
52 
 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
Formas de Resolução dos Conflitos Trabalhistas: 
 Lei nº 7783/89: artigo 17. 
 CLT: artigo 507-A. 
 CPC/15: artigo 3º, §1º; 165; 174. 
Integração: 
 CLT: Art. 8º. 
 CPC/15: Arts. 15. 
 Instrução Normativa nº 39/2016: art. 1º. 
Princípios: 
 CLT: Arts. 764; 769; 791; 840; 846; 850; 852-E. 
 CPC/15: Arts. 3º a 11; 15; 189. 
 CF/88: Arts. 5º, XXXXV, LIV, LV, LXXVIII; 93, IX, XII. 
Organização da Justiça do Trabalho: 
 Súmulas TST: 19; 189; 425. 
 Súmulas STJ: 10. 
 CLT: Arts. 8º; 643 a 735. 
 CF/88: Arts. 92; 111; 111-A; 112; 113; 115 e 116. 
 Resolução Administrativa 1295/2008 TST: Art. 59. 
 Resolução 136/2014 CSJT 
 Lei 8927/95 
 
 Súmula 189, TST 
A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve. 
 
53 
 Súmula 425, TST 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais 
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos 
de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
 Súmula 10, STJ 
Instalada a Junta de Conciliação e Julgamento, cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, 
inclusive para a execução das sentenças por ele proferida. 
Ministério Público do Trabalho: 
 Súmulas TST: 100 e 407. 
 Súmulas STJ: 99 e 226 STJ. 
 Orientação jurisprudencial: 130, 237 e 350 da SDI-I do TST. 
 CLT: Art. 793 a 754. 
 CPC/15: Art. 967. 
 CF/88: Arts. 5, 114, 127, 128 e 129. 
 CDC: Arts. 81 e 82. 
 LC n° 75/93: Arts. 83 a 115. 
 
 Súmula 407, TST 
A legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que não tenha sido parte 
no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está limitada às alíneas "a", "b" e “c” do inciso III do art. 
967 do CPC de 2015 (art. 487, III, “a” e “b”, do CPC de 1973), uma vez que traduzem hipóteses meramente 
exemplificativas. 
 Súmula 99, STJ 
O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal, ainda que não 
haja recurso da parte. 
 Súmula 226, STJ 
O Ministério Público tem legitimidade para recorrer na ação de acidente do trabalho, ainda que o segurado 
esteja assistido por advogado. 
 OJ 130 SDI-I, TST 
 
54 
Ao exarar o parecer na remessa de ofício, na qualidade de “custos legis”, o Ministério Público não tem 
legitimidade para arguir a prescrição em favor de entidade de direito público, em matéria de direito patrimonial. 
 OJ 237 SDI-I, TST 
I - O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para recorrer na defesa de interesse patrimonial 
privado, ainda que de empresas públicas e sociedades de economia mista. 
II – Há legitimidade do Ministério Público do Trabalho para recorrer de decisão que declara a existência de 
vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou empresa pública, após a Constituição Federal de 
1988, sem a prévia aprovação em concurso público, pois é matéria de ordem pública. 
 OJ 350 SDI-I, TST 
O Ministério Público do Trabalho pode arguir, em parecer, na primeira vez que tenha de se manifestar no 
processo, a nulidade do contrato de trabalho em favor de ente público, ainda que a parte não a tenha suscitado,

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