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HISTÓRIA AULA 4


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HISTÓRIA: FUNDAMENTOS E 
METODOLOGIAS NOS ANOS 
INICIAIS DO ENSINO 
FUNDAMENTAL 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
Profª Janieyre Scabio Cadamuro 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Vamos trabalhar agora com as propostas dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN), buscando compreender seu contexto de criação e os objetivos 
propostos por eles para o estudo de História nos dois ciclos (hoje com nova 
nomenclatura). Veremos quais as abordagens para o tempo e o sujeito 
históricos. 
Procuraremos identificar também a composição da Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC), com as diretrizes criadas para a área das ciências 
humanas, principalmente História, fazendo referência a temas transversais, em 
especial a cidadania. Veremos como as propostas dialogam com a Constituição 
de 1988. 
Esses dois documentos são parâmetros e normativa, respectivamente, 
referentes ao modelo de estudo que deve ser adotado e aos conteúdos que 
podem ser trabalhados nas escolas. 
TEMA 1 – O ENSINO DE HISTÓRIA E OS PARÂMETROS CURRICULARES 
NACIONAIS 
Vamos discutir agora os itens descritos nos objetivos dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais para a disciplina de História – lembrando que os 
parâmetros não são uma norma, mas uma possibilidade de trabalho que resultou 
de uma discussão feita nos anos 1990, no Brasil, com vistas a trazer à sala de 
aula o que estava sendo debatido no espaço acadêmico. 
De acordo como os PCN, é proposto que 
reafirmar sua importância no currículo não se prende somente a uma 
preocupação com a identidade nacional, mas sobretudo no que a 
disciplina pode dar como contribuição específica ao desenvolvimento 
dos alunos como sujeitos conscientes, capazes de entender a história 
como conhecimento, como experiência e prática da cidadania. (Brasil, 
1998b, p. 30) 
Os PCN foram escritos nos anos de 1990, favorecidos pelas mudanças 
que estavam acontecendo em decorrência da abertura democrática e da escrita 
da Constituição de 1988. Os PCN sugerem uma nova forma de pensar a escola 
e os conteúdos que devem ser trabalhados em diferentes disciplinas. De forma 
geral, trazem para a escola as novidades do que vem sendo discutido há 
décadas no espaço acadêmico e nas universidades. 
 
 
3 
Os parâmetros têm sido um referencial ao longo de pelo menos 20 anos. 
Alguns pontos ainda fazem parte de discussões que estão propostas na Base 
Nacional Curricular, dentre eles, temos a ideia de trabalhar com os alunos de 
forma que eles identifiquem práticas interessantes de discussão com relação à 
história, com os elementos de localidade, regionalidade e temporalidade. 
É uma longa trajetória que compõe os PCN. Como pedagogos, é preciso 
ter consciência que eles servem não apenas para o estudo da História, mas para 
todas as áreas do conhecimento, principalmente nos anos iniciais do ensino 
fundamental. 
TEMA 2 – CONTEÚDOS E ABORDAGENS PROPOSTOS PELOS PARÂMETROS 
CURRICULARES NACIONAIS 
Eleger os conteúdos que serão trabalhados é extremamente importante, 
porque nos leva ao objetivo final, que é a dinâmica das aulas – lembrando que 
faz parte desse processo escolher as teorias que englobam os conteúdos, bem 
como as metodologias que deverão ser utilizadas. Vejamos agora alguns 
conteúdos com sugestões de parâmetros para se pensar a forma de trabalho a 
ser desenvolvida. 
Os conteúdos propostos pelos PCN partem da realidade e da história do 
cotidiano da criança, integradas a contextos históricos mais amplos. É preciso 
identificar os pontos e as temáticas discutidos, próximos da realidade, para que 
então seja possível ampliar o campo de discussão. Há uma preocupação com 
as problemáticas locais em uma dimensão regional, nacional e mundial, de forma 
que a criança possa produzir e ter ferramentas para desenvolver um repertório 
intelectual e cultural capaz de estabelecer identidades e diferenças. 
Para o primeiro ciclo, que em uma nomenclatura atual são a 1ª e a 2ª 
séries do ensino fundamental, o documento sugere a leitura de tempos diferentes 
em um mesmo espaço. O espaço será sempre aquele que a criança é capaz de 
identificar como a sala de aula, o bairro ou o município, trabalhando a 
temporalidade. Os recursos propostos pelos parâmetros são textos curtos e, 
principalmente, a iconografia. 
Já para o segundo ciclo, da 3ª a 5ª série do ensino fundamental, os PCN 
apontam o estudo de outros espaços em tempos diferentes, com predominância 
para a avaliação e a análise das relações urbanas e das conexões entre campo 
e cidade. A ideia aqui é ampliar a noção de espaço para o estado, a região do 
 
 
4 
país e o país, identificando a pluralidade e as diferenças culturais. Lembre-se de 
que o elemento identitário surge através de relações com outras localidades. 
Vale ressaltar que o trabalho com a temporalidade continua sendo necessário. 
Outro ponto interessante é trabalhar a relação campo e cidade, quando um 
diálogo com a geografia pode tornar a aprendizagem muito interessante. Não 
podemos deixar de sugerir o trabalho de relação com as comunidades indígenas, 
que pode e deve estar no primeiro ciclo. 
Os conteúdos abordados em história no ensino fundamental não precisam 
ser restritos à história do Brasil; ao contrário, podem dialogar com outras 
civilizações em tempos remotos. A leitura de elementos culturais, hábitos e 
valores de outros povos, ajuda a desenvolver conexões com atitudes e valores 
contemporâneos. Aqui, temos a ideia de mudança e permanência. Uma das 
possiblidades é o trabalho de registro do cotidiano em imagens ou na escrita 
entre diferentes tempos e povos, com os valores de cidadania e participação 
popular. 
TEMA 3 – A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR: PROPOSTA 
Vejamos agora os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular, que 
traz novidades relacionadas ao que estudamos até agora, ou seja, a trajetória de 
evolução da educação brasileira nos últimos 30 anos. Sua proposta vale para 
todas as disciplinas que são trabalhadas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. 
É possível observar, aqui, um alinhamento claro com os Parâmetros Curriculares 
Nacionais. 
A BNCC para a educação infantil e o ensino fundamental foi aprovada e 
homologada em dezembro de 2017 e traz sugestões de conteúdos e 
metodologias. Para os anos iniciais, um dos pontos de destaque é a valorização 
das situações lúdicas para se criar processos de ensino-aprendizagem, além da 
articulação de conteúdos desenvolvidos com as experiências vivenciadas pelas 
crianças em diferentes contextos, incluindo suas memórias. Além disso, o 
documento enfatiza a necessidade de estímulo à curiosidade e ao pensamento 
criativo. 
Uma das questões que aparecem na BNCC (já havia referências nos 
PCN) é que o professor deverá ser capaz de fazer mapeamento, sondagem e 
identificação da região e da vida das crianças que estão em sala de aula, para 
então escolher os conteúdos que serão trabalhados. Surgem, assim, duas 
 
 
5 
possiblidades: valoriza-se o conhecimento existente e é possível trabalhar a 
novidade. 
Para as ciências humanas, a sugestão da BNCC é centrada no trabalho 
com a cognição e o contexto. Nesse sentido, os elementos que se busca 
trabalhar são ligados ao raciocínio espaço-temporal, com base na ideia de que 
o ser humano produz o espaço em que vive, apropriando-se dele em 
determinada circunstância histórica. É preciso pensar que, a partir do momento 
em que um ser humano se fixa em um espaço geográfico para ali viver, ele o 
altera e passa a produzir história. É muito interessante trabalhar com as crianças 
a ação do homem sobre o espaço no decorrer do tempo. 
De acordo com o texto da Base Nacional Curricular, temos que: 
As Ciências Humanas devem estimular uma formação ética, elemento 
fundamental para a formação das novas gerações, auxiliando os 
alunos a construir um sentido de responsabilidade para valorizar: os 
direitos humanos; o respeito ao ambiente e à própria coletividade; o 
fortalecimento de valoressociais, tais como a solidariedade, a 
participação e o protagonismo voltados para o bem comum; e, 
sobretudo, a preocupação com as desigualdades sociais. Cabe, ainda, 
às Ciências Humanas cultivar a formação de alunos intelectualmente 
autônomos, com capacidade de articular categorias de pensamento 
histórico e geográfico em face de seu próprio tempo, percebendo as 
experiências humanas e refletindo sobre elas, com base na diversidade 
de pontos de vista. (Brasil, 2017) 
Nesse texto, percebe-se que mais uma vez há a valorização do 
conhecimento do aluno, bem como de sua herança histórica e geográfica, do 
espaço e da trajetória humana e, principalmente, do respeito à pluralidade. 
As competências desenvolvidas pelo aluno a partir do trabalho em sala de 
aula, sugeridas na BNCC, são (Brasil, 2018): 
 Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e 
processos e mecanismos de transformação e manutenção das 
estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo 
e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no 
mundo contemporâneo – ou seja, pensar nas mudanças que ocorreram 
historicamente na localidade, região ou país; 
 Compreender a historicidade no tempo e no espaço [...] 
significados das lógicas de organização cronológica – lembrando que 
o tempo é principal baliza do historiador; 
 Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e 
proposições em relação a documentos, interpretações e contextos 
históricos específicos – uma das indicações da BNCC é que sejam 
trabalhados documentos e fontes históricas com os alunos em sala de 
aula, de modo que eles sejam capazes de ler e interpretá-los 
corretamente; 
 Identificar interpretações que expressem visões de diferentes 
sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, 
com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis 
e solidários; 
 
 
6 
 Analisar e compreender o movimento de populações e 
mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos – 
sendo uma boa oportunidade de se trabalhar a formação populacional 
brasileira, processos migratórios e composição da população em 
diferentes tempos históricos; 
 Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos 
norteadores da produção historiográfica; 
 Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e 
comunicação de modo crítico, ético e responsável. 
O quadro a seguir mostra como essas competências estão propostas na 
forma de unidades temáticas, para os anos iniciais do ensino fundamental. 
Quadro 1 – Competências 
 
Observe que, na medida em que os anos vão passando, a perspectiva 
espacial se amplia e as questões temporais se mantêm como foco de discussão. 
Note que essa dinâmica já estava proposta nos parâmetros, tendo sido 
sistematizada pela Base Nacional Comum Curricular, partindo do indivíduo até 
chegar aos âmbitos regional e nacional. 
TEMA 4 – OS TEMAS TRANSVERSAIS 
Uma das novidades propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, 
e que foram integradas na Base Nacional Comum Curricular, foram os temas 
transversais. Esses temas são assuntos que podem ser trabalhados nas 
diferentes disciplinas, ao mesmo tempo, buscando elementos que sejam um 
aporte de discussão. Eles têm uma amplitude significativa, sendo possível 
trabalhar questões relacionadas a meio ambiente, cidadania, sexualidade etc. 
Podemos compreender os temas transversais, genericamente, como 
questões sociais que recebem esse título devido à metodologia e ao tratamento 
 
 
7 
didático particular. Apresentam uma perspectiva transversal porque envolvem 
diferentes áreas do conhecimento e porque rompem as barreiras entre elas, além 
de chamarem o professor à responsabilidade, com a formação do aluno e o 
trabalho interdisciplinar. Tais assuntos não devem ser trabalhados de forma 
episódica, mas como projetos que abarquem tempos maiores para seu 
desenvolvimento, sua elaboração, sua maturação e seu debate. 
Para o ensino fundamental, são sugeridos e apresentados pelos PCN, nos 
volumes 8, 9 e 10, os seguintes temas transversais: pluralidade cultural, ética, 
meio ambiente, trabalho e consumo e orientação sexual (questões de gênero), 
relacionando-os com as temáticas históricas abordadas em cada série ou ciclo, 
dependendo da nomenclatura utilizada. Dentro dessa noção geral proposta 
pelos temas transversais, vamos pinçar uma questão específica, a cidadania. 
Os temas transversais consistem em questões sociais que recebem esse 
título em razão da metodologia e do tratamento didático que recebem e, portanto, 
circulam de maneira transversal por todas as disciplinas trabalhadas. São temas 
de urgência e de abrangência social, que ajudam a preservar a ideia de 
cidadania. Eles apresentam uma perspectiva transversal e envolvem diferentes 
áreas do conhecimento, rompendo as barreiras entre elas e os professores, 
trazendo o aluno para a discussão com uma formação mais responsável. 
Não é uma metodologia aplicada apenas para o estudo de alguns 
conteúdos, de forma episódica, mas faz parte do que é trabalhado 
cotidianamente pelo professor em sala de aula. Por isso, é importante definir o 
tema transversal no início do ano letivo, pensando na organização das aulas a 
partir da grade curricular e dos conteúdos a serem trabalhados ao longo do ano, 
sendo esse o momento de sistematizar os projetos dentro da 
transdisciplinariedade ou da multidisciplinariedade. Note que a ideia é que os 
temas transversais incorporem o diálogo entre as disciplinas. Por exemplo, a 
forma como as questões relacionadas ao meio ambiente articulam as disciplinas 
de Ciências, Matemática, História e Geografia. 
Para que os projetos com os temas transversais atinjam seus objetivos, é 
necessário um planejamento, considerando de maneira sistêmica, ao longo do 
ano letivo, os conteúdos que serão desenvolvidos em cada fase. Os projetos não 
precisam acontecer o tempo todo, mas necessitam de um processo contínuo, 
que obedeça às etapas definidas. 
 
 
8 
A transversalidade quebra a fragmentação do conhecimento em áreas 
estanques. Levamos em consideração que, no ensino fundamental, existe um 
ou no máximo dois professores em sala, de modo que o diálogo entre as 
disciplinas fica muito facilitado, e os temas podem ser discutidos sob diferentes 
ópticas e variadas áreas do conhecimento. 
Outra sugestão é trabalhar com português e história utilizando fragmentos 
de texto, imagens, quadrinhos, charge ou iconografia, propondo leituras várias 
para a imagem. Lembramos que o texto, para a língua portuguesa, não é apenas 
o texto escrito, mas também toda a leitura de imagem. 
TEMA 5 – HISTÓRIA E CIDADANIA: EIXO DE TRABALHO (PCN) E OBJETO DE 
CONHECIMENTO (BNCC) 
Vejamos agora as questões relacionadas à cidadania, um dos eixos de 
trabalho proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais, e também objeto de 
conhecimento da Base Nacional Comum Curricular. 
Os PCN indicam como um dos objetivos do ensino fundamental que os 
alunos sejam capazes de 
compreender a cidadania como participação social e política, assim 
como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, 
adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio 
às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. 
(Brasil, 1998a, p. 5) 
Os conceitos apresentados nessa definição estarão mais claros para os alunos 
à medida em que os processos e as dinâmicas que direcionam os conteúdos, 
através da metodologia selecionada, se desenvolvem ao longo do ano. Com o 
tempo e o exercício de determinadas práticas, os alunos irão transformar a ideia 
do que foi trabalhado na chave de um conceito. Muito interessante para o 
trabalho em sala são as questões relacionadas à divisão do trabalho, à 
solidariedade ou aos processos de ocupação territorial, pois dentro dessas 
temáticas é possível pensar em focos como vizinhança, aproximação ecooperação. 
Nossa atual carta magna, a Constituição brasileira de 1988, também 
conhecida como Constituição cidadã, em seu art. 5º, assegura a todo o cidadão, 
nos seus vários incisos, o direito a soberania, cidadania, dignidade da pessoa 
humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, além do pluralismo 
político. Atualmente, nos identificamos como um país de organização 
 
 
9 
democrática e de regime republicano, o que se reflete em nossa sétima 
constituição. Lembrando que a primeira constituição do Brasil data de 1824, na 
fase do Brasil Império. À medida em que evoluíram os modelos políticos e as 
transformações sociais, as constituições também se modificaram num processo 
significativo de amadurecimento. 
De acordo com as propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a 
cidadania “deve ser compreendida como produto de histórias vividas pelos 
grupos sociais, sendo, nesse processo, constituída por diferentes tipos de 
direitos e instituições” (Brasil, 1997, v. 8, p. 20). 
O debate sobre a questão da cidadania está diretamente relacionado com 
a discussão sobre o significado e o conteúdo da democracia e sobre as 
perspectivas e as possibilidades de construção de uma sociedade democrática. 
Não podemos esquecer que a sociedade brasileira carrega em sua 
história uma marca autoritária, de momentos que garantiram muito mais as 
diferenças do que a equidade social. Por exemplo, a sociedade dos séculos XVI 
a XIX era escravocrata, com políticas de caráter paternalista e clientelista. 
Tivemos também governos não democráticos, com uma estrutura da sociedade 
altamente excludente, injusta e desigual. 
Também houve conquistas ao longo da História do Brasil, como o direito 
ao voto para todos, sem distinção de grupo social, condição econômica ou sexo. 
No nível trabalhista, muitas foram as vitórias do povo brasileiro, conquistadas 
com muita luta e participação popular. 
É preciso fomentar, dentro da sala de aula, comportamentos e atitudes 
que garantam a democracia e a luta pela melhoria da vida das pessoas, sendo 
papel da escola trabalhar com as crianças os princípios éticos, justos e 
democráticos. 
NA PRÁTICA 
Sugerimos como trabalho prático desta aula a leitura dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais disponíveis no site do MEC, principalmente os volumes 5 
e 8, que são chave para pensar e trabalhar a história nas séries iniciais do ensino 
fundamental. Sugerimos que você leia também a Base Nacional Comum 
Curricular, formulada no fim de 2017. 
No volume 5 você irá encontrar uma trajetória da disciplina de História no 
Brasil, os objetivos ao se trabalhar com ela no fundamental 1, e a divisão dessas 
 
 
10 
sugestões no primeiro e no segundo ciclos. No volume 8, você encontrará uma 
sugestão de trabalhos variados com os temas transversais. 
Lembre-se que a História precisa ser um suporte para que os alunos 
reconheçam a caminhada rumo à democracia. Essas discussões estão 
propostas nos PCN, sugeridos pelo MEC. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, observamos, de forma genérica, a importância e a 
historicidade dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Estudamos os conteúdos 
propostos por eles para os anos iniciais do ensino fundamental. Conhecemos 
também os temas transversais, suas propostas e seus conteúdos de trabalho. 
Por fim, identificamos as proposições da nova BNCC. 
 
 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
_____. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e 
quarto ciclos: apresentação dos temas transversais e ética. Brasília: SEF/MEC, 
1998a. 
_____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional 
Comum Curricular. 2017. Disponível em: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 11 dez. 2019. 
_____. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 
Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia. Brasília: SEF/MEC, 
1998b.

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