Buscar

Ginástica Rítmica - Unidade I - UNIP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autores: Profa. Angélica Segóvia de Araújo
 Profa. Carla Ferro Pereira Monfredini
 Prof. Jorge Alexandre da Silva
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
 Prof. Marcel da Rocha Chehuen
Ginástica Rítmica
Professores conteudistas: Angélica Segóvia de Araújo / 
Carla Ferro Pereira Monfredini / Jorge Alexandre da Silva
Angélica Segóvia de Araújo
Graduada em Educação Física pela Fefisa (1984), especialista em Ginástica Artística pela USP (1985), pós-graduada 
em Treinamento Desportivo pela FMU (1999), docente da Universidade Paulista (UNIP) desde 2011, professora de 
Ginástica Artística do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo desde 1989, árbitra estadual de Ginástica Artística, 
coordenadora da Liga Escolar de Ginástica Artística de São Paulo desde 2010 e coordenadora da Liga Nescau Jovem 
Pan na modalidade de Ginástica Artística.
Carla Ferro Pereira Monfredini
Graduada em Educação Física pela UEL (2006), especialista em Aprendizagem Motora pela USP (2007), mestre 
em Ciências na área de Biodinâmica do Movimento Humano pela USP (2011), tutora do curso de especialização em 
Aprendizagem Motora da USP (2008–2011, 2016–2017), docente da Uniesp (2011–2014), docente da Unip desde 2014, 
especialista em Ginástica Rítmica pela Unopar (2015).
Jorge Alexandre da Silva
Graduado em Educação Física pela Osec (1989), pós-graduado em Treinamento Desportivo pela Universidade 
Gama Filho (2007), Docente da Unip desde 2006, funcionário público concursado da Prefeitura Municipal de Barueri 
desde 1998 (atuando nas funções de treinador de Ginástica Artística de 1998 a 2009, gerente esportivo de 2009 a 
2015 e diretor de esportes em 2015).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A663g Araújo, Angélica Segóvia de.
Ginástica Rítmica / Angélica Segóvia de Araújo. – São Paulo: 
Editora Sol, 2020.
148 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Aparelhos. 2. Treinamento. 3. Competição. I. Título. 
CDU 796.412
U507.25 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Talita Lo Ré
 Aline Ricciardi
Sumário
Ginástica Rítmica
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA RÍTMICA – CONCEITO, CATEGORIA INDIVIDUAL E 
CONJUNTO, TRÍADE MÚSICA, MOVIMENTO E APARELHO ................................................................... 11
1.1 Musicalidade .......................................................................................................................................... 12
1.2 Movimentos corporais, passos de dança e elementos pré-acrobáticos ......................... 12
1.3 Manejos de aparelhos ......................................................................................................................... 14
1.4 Área de competição e vestimenta ................................................................................................. 15
1.5 Programa de competição (individual e conjunto, sênior/adulto e juvenil) .................. 17
2 HISTÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA ........................................................................................................... 20
2.1 A Ginástica Rítmica no Brasil .......................................................................................................... 23
2.2 A Ginástica Rítmica nas Olimpíadas ............................................................................................. 24
2.3 Ginástica Rítmica masculina ........................................................................................................... 27
2.3.1 Linha tradicional ..................................................................................................................................... 27
2.3.2 Linha asiática (Japão) ............................................................................................................................ 27
2.3.3 A Ginástica Rítmica masculina no Brasil ...................................................................................... 29
3 OS ELEMENTOS DE DIFICULDADES CORPORAIS E PRÉ-ACROBÁTICOS 
DA GINÁSTICA RÍTMICA ................................................................................................................................... 29
3.1 Saltos ........................................................................................................................................................ 31
3.2 Equilíbrios ............................................................................................................................................... 34
3.3 Rotações................................................................................................................................................... 37
3.4 Pré-acrobáticos ..................................................................................................................................... 40
3.4.1 Rolamentos para frente e para trás sem voo ....................................................................................... 41
3.4.2 Reversões para frente e para trás e lateral sem voo ................................................................ 41
3.4.3 Rolamento sobre o peito/fish-flop .................................................................................................. 42
4 APARELHOS DA GINÁSTICA RÍTMICA FEMININA E SUAS POSSIBILIDADES 
DE MANEJO ........................................................................................................................................................... 43
4.1 Corda ......................................................................................................................................................... 50
4.1.1 Manejos da corda ................................................................................................................................... 52
4.2 Arco ............................................................................................................................................................ 57
4.2.1 Manejos do arco ...................................................................................................................................... 58
4.3 Bola ............................................................................................................................................................ 62
4.3.1 Manejos da bola ...................................................................................................................................... 63
4.4 Maças ........................................................................................................................................................66
4.4.1 Manejo das maças .................................................................................................................................. 67
4.5 Fita .............................................................................................................................................................. 71
4.5.1 Manejo da fita .......................................................................................................................................... 72
Unidade II
5 ESTRATÉGIAS DE PRÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM 
DE INICIANTES DA GINÁSTICA RÍTMICA .................................................................................................... 81
5.1 Ginástica Rítmica e a iniciação à prática ................................................................................... 81
5.2 Efeitos das diferentes estratégias de prática no processo de 
ensino-aprendizagem de iniciantes da Ginástica Rítmica .......................................................... 83
5.3 Proposta de ensino e estrutura do desenvolvimento das aulas 
de Ginástica Rítmica para iniciantes ................................................................................................... 87
5.3.1 Proposta/sugestão de programa e estrutura de uma aula de Ginástica Rítmica ......... 89
6 TREINAMENTO DA GINÁSTICA RÍTMICA VOLTADO PARA A COMPETIÇÃO 
E PARA O ALTO RENDIMENTO ........................................................................................................................ 95
6.1 Características da Ginástica Rítmica de competição ............................................................ 96
6.1.1 O perfil da atleta de Ginástica Rítmica .......................................................................................... 97
6.1.2 O treinamento das ginastas de elite (alto rendimento) .......................................................... 98
6.1.3 Trabalho preventivo .............................................................................................................................101
6.2 Flexibilidade na Ginástica Rítmica ..............................................................................................102
6.2.1 Flexibilidade ativa e passiva ..............................................................................................................102
6.2.2 Fatores que influenciam a flexibilidade .......................................................................................104
6.2.3 O treinamento da flexibilidade na Ginástica Rítmica ............................................................105
Unidade III
7 COMPOSIÇÕES COREOGRÁFICAS NA GINÁSTICA RÍTMICA .........................................................114
7.1 Individual ...............................................................................................................................................114
7.1.1 Séries individuais a mãos livres ....................................................................................................... 115
7.1.2 Séries individuais com aparelhos ................................................................................................... 115
7.2 Composições coreográficas em conjuntos ..............................................................................116
8 CÓDIGO DE PONTUAÇÃO: PRINCÍPIOS E ARBITRAGEM DOS EXERCÍCIOS 
INDIVIDUAIS E CONJUNTO ............................................................................................................................118
8.1 Exercícios individuais e dificuldades...........................................................................................120
8.1.1 Dificuldades corporais (BD) ............................................................................................................. 120
8.1.2 Combinação de passos de dança (S) .............................................................................................121
8.1.3 Elementos dinâmicos com rotação/risco (R) ............................................................................ 122
8.1.4 Dificuldades de aparelho/maestria (AD) ..................................................................................... 122
8.2 Exercícios de conjunto e dificuldades ........................................................................................123
8.2.1 Dificuldades corporais (BD) ............................................................................................................. 123
8.2.2 Dificuldade de troca (ED) .................................................................................................................. 124
8.2.3 Combinação de passos de dança (S) ............................................................................................ 125
8.2.4 Elementos dinâmicos com rotação/risco (R) ............................................................................ 125
8.2.5 Colaborações (C) ................................................................................................................................... 125
8.3 Arbitragem e composição da nota ..............................................................................................126
8.3.1 Funções do Painel D ............................................................................................................................ 126
8.3.2 Funções do Painel E (para individual e conjunto) .................................................................. 127
8.3.3 Nota final ................................................................................................................................................ 128
9
APRESENTAÇÃO
Caro aluno, seja bem-vindo ao programa de estudo EaD!
Nesta disciplina você vai aprender sobre Ginástica Rítmica. Veremos seu desenvolvimento enquanto 
modalidade esportiva, suas características gerais e técnicas (elementos corporais e manejo de aparelho), 
além de processos pedagógicos, preparação física e noções de julgamento relacionados a ela.
Basicamente, o objetivo deste livro-texto é apresentar a vocês, alunos, o universo cultural 
da Ginástica Rítmica. Isso se dará por meio do reconhecimento da Ginástica Rítmica como um 
conteúdo da Educação Física, da introdução de conhecimentos técnicos científicos e de sua 
aplicabilidade no mercado de trabalho. Serão apresentados os conceitos, as características e 
a terminologia da área, conhecimentos básicos necessários para que vocês sejam capazes de 
desenvolver e aplicar programas de iniciação, conduzindo a atividade de forma segura e consciente, 
adaptando-a de maneira apropriada às diferentes situações e condições dos praticantes, sem se 
esquecer da consciência crítica com relação aos benefícios e prejuízos que a atividade pode 
proporcionar aos diferentes praticantes.
É muito importante que, além de acompanhar o texto e as atividades propostas neste livro-texto, 
você consulte também as referências bibliográficas indicadas no fim da obra, pois o material encontrado 
aqui é apenas um breve desenvolvimento desse vasto assunto, não pretendendo esgotar o conceito ou 
tema. Bom estudo!
INTRODUÇÃO
A Ginástica Rítmica é uma modalidade competitiva reconhecida pela Federação Internacional 
de Ginástica (FIG), no entanto, apenas para gênero feminino. Mesmo existindo a Ginástica Rítmica 
masculina, tal categoria não é reconhecida pela FIG.
A ideia deste livro-texto é demonstrar o percurso e o desenvolvimento dessa modalidade desde 
seu início, na Europa, a partir de várias correntes (dentre elas, a dança), até chegarmos à forma como 
a conhecemos hoje. Além disso, é importante situar os alunos historicamente quanto às modificações 
em seu código de pontuação e nos métodos desenvolvidos para aprimoramentos da modalidade. Cabe 
ainda esclarecer como trabalhar com a Ginástica Rítmica nas mais diversas possibilidades de atuação de 
um educador físico (em clubes, academias, na iniciação esportiva, como auxiliar de outras modalidades 
esportivas ou nas atividades extracurriculares).Inicialmente, apresentaremos as principais características da Ginástica Rítmica, seus aspectos 
históricos, seus moldes atuais, suas confederações e onde ela é mais presente. Veremos seu 
surgimento na Europa e a acompanharemos até sua chegada ao Brasil, conheceremos os aparelhos 
que pertencem ao gênero individual (feminino) e discutiremos como são realizadas as provas em 
conjunto, além de abordar seus manejos e elementos corporais. Trataremos ainda sobre a Ginástica 
Rítmica masculina.
10
Na sequência, abordaremos a prática da Ginástica Rítmica e seus processos de aprendizagem, além 
de falar sobre o treinamento voltado para iniciantes. Qual a sua importância no desenvolvimento motor 
da criança? Qual a importância do desenvolvimento das habilidades de manipulação, locomoção e 
estabilização? Veremos sobre maturação, lesões, os vários métodos de treinamento e, um tema essencial 
para a prática dessa modalidade, a flexibilidade.
Por fim, nos deteremos sobre as composições coreográficas, abordando tanto a relevância da 
expressividade quanto os vários estilos de dança importantes na coreografia da Ginástica Rítmica. Nesse 
momento, falaremos também sobre o código de pontuação e suas modificações ao longo dos anos.
11
GINÁSTICA RÍTMICA
Unidade I
1 CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA RÍTMICA – CONCEITO, CATEGORIA 
INDIVIDUAL E CONJUNTO, TRÍADE MÚSICA, MOVIMENTO E APARELHO
A Ginástica Rítmica (GR) é uma das oito modalidades gímnicas reconhecidas e tuteladas pela FIG. 
Essa modalidade esportiva prima pela beleza, que se expressa por meio dos movimentos complexos, da 
expressividade das ginastas, da dança, da música e da vestimenta; em suma, de todo o contexto que 
envolve as apresentações, sejam individuais ou em conjunto. Por isso a GR ser conhecida como um 
“esporte-arte”.
A GR possui características que a diferenciam das demais modalidades ginásticas de competição, 
listadas a seguir.
• Trata-se de uma modalidade oficialmente reconhecida apenas para o gênero feminino (existe a 
GR masculina, mas ainda não é uma modalidade reconhecida pela FIG).
• Em suas apresentações, a ginasta não executa elementos acrobáticos presentes nas demais 
modalidades gímnicas de competição (mortais e outros elementos de voo com rotação em torno 
do eixo transversal do corpo).
• As apresentações de GR sempre são acompanhadas de música.
• Os aparelhos utilizados pelas ginastas são portáteis.
• É considerada uma modalidade de base coordenativa.
A GR é fundamentada em uma estrutura trifásica: os movimentos corporais, os manejos dos 
aparelhos (ou aparatos) e a musicalidade (ou acompanhamento musical).
Musicalidade
Manuseio 
dos aparelhos
Movimentos 
corporais
Ginástica 
rítmica
Figura 1 – Estrutura trifásica da GR
12
Unidade I
A GR, por meio dessa sua estrutura trifásica, privilegia o desenvolvimento global do aluno, já que todos 
os domínios do desenvolvimento humano são trabalhados: por exemplo, o estímulo e o desenvolvimento 
de capacidades como percepção espacial, percepção temporal, coordenação oculomanual e oculopedal 
promovem maior coordenação para o indivíduo.
Um privilégio desse esporte é que apresenta habilidades motoras bem próximas da cultura corporal 
encontrada nas brincadeiras e nos jogos infantis, como pular corda, brincar com o bambolê (arco), brincar 
com bola, o que permite desde cedo proporcionar vivências motoras na GR sem iniciar-se precocemente 
na habilidade.
1.1 Musicalidade
A própria nomenclatura já define a importância da música nessa modalidade gímnica, ela é rítmica. 
E esse ritmo é determinado pela música, que é obrigatória em todas as apresentações desde as primeiras 
categorias desse esporte. E a música é o fator que determinará as características da apresentação: se será 
alegre ou triste, forte ou suave, clássica ou moderna e, consequentemente, influenciará a expressividade 
da ginasta, que deverá demonstrar os sentimentos sugeridos pela composição musical através dos 
movimentos corporais realizados em perfeita harmonia com a música escolhida.
Desde seus primórdios, a GR sempre esteve acompanhada da música, o que se seguiu após 
a transformação da modalidade em esporte. Em um primeiro momento, as apresentações eram 
acompanhadas de um músico que ficava na área de competição tocando em um piano as partituras das 
coreografias, uma vez que não existiam os diversos tipos de tocadores de mídias de hoje.
Posteriormente as músicas passaram a ser tocadas por meios eletrônicos, como toca-fitas e CD 
players. Também as características das músicas têm mudado com o tempo. Inicialmente, apenas músicas 
orquestradas eram permitidas, depois, foi autorizado o uso de músicas em que a voz humana fazia 
às vezes de um instrumento (coro, sem palavras) e apenas bem recentemente a palavra cantada foi 
autorizada, tornando a modalidade mais atrativa e moderna.
1.2 Movimentos corporais, passos de dança e elementos pré‑acrobáticos
Os movimentos corporais na GR, que fazem parte do processo ensino-aprendizagem da modalidade 
e das composições coreográficas, são elementos de dificuldade corporal, passos de dança e elementos 
pré-acrobáticos. Vejamos o que quer dizer cada um deles.
Elementos de dificuldade corporal (também conhecidos como elementos corporais ou dificuldades 
corporais) são aqueles descritos no código de pontuação da modalidade, divididos em três grupos 
fundamentais: saltos, equilíbrios e rotações. Os elementos de dificuldade corporal constituem a base 
de toda a coreografia de uma ginasta, pois são eles que, aliados ao manejo de aparelhos, irão compor a 
complexidade do esporte, trate-se de um desportista em fase inicial ou de alto nível. Esses elementos, 
identificados no código como BD (do inglês body difficulties), estão listados nas tabelas de dificuldades 
do código de pontuação e possuem valores predefinidos (adiante veremos mais sobre isso). A seguir, 
estão os elementos de dificuldade corporal e seus respectivos símbolos.
13
GINÁSTICA RÍTMICA
EquilíbriosSaltos Rotações
Figura 2 – Representação simbólica dos elementos de dificuldade corporal
Segundo o código de pontuação, uma coreografia deve conter, no mínimo, uma combinação de 
passos de dança com duração de oito segundos, que devem estar em consonância com o tempo, o ritmo 
da música, o caráter musical e os acentos. Apesar de o balé ser a base do trabalho com dança na GR, não 
há a obrigatoriedade do uso desse estilo nas coreografias, exigindo-se apenas realizar passos de dança 
que combinem com o tema da música (como dança folclórica, dança moderna, dança de salão etc.). 
Destaca-se também a importância do uso do tempo (variações de velocidade) e do espaço (movimentos 
junto ao chão e nas diversas direções) durante a execução desses movimentos.
Os exercícios acrobáticos, como os mortais e outros, que têm uma fase aérea bem definida e são comuns 
às demais modalidades gímnicas, não são permitidos na GR. Vale lembrar que acrobacias são caracterizadas 
pela inversão dos eixos corporais, notadamente o eixo transversal do corpo, muitas vezes, em paralelo à 
inversão de outro eixo (mortais com pirueta, por exemplo, quando o eixo longitudinal também é utilizado). 
Por isso na GR utilizamos o termo pré-acrobático, que define acrobacias que não possuem fase aérea.
Eis alguns dos elementos pré-acrobáticos permitidos e que estão listados no código de pontuação 
da modalidade:
• rolamento para frente;
• rolamento para trás;
• reversão para frente;
• reversão para trás;
• estrela e variações;
• reversões com diferentes tipos de apoio (como mãos, antebraço e peito);
• outros (demais pré-acrobáticos, que serão vistos mais adiante).
 Observação
O termo elementos de ligação é muito comum em publicações sobre GR 
anteriores a 2016. Ele se referia às diversas formas de deslocamentos (formas 
de andar, correr, rolar etc.), aos saltitos, aos balanceios, às circunduções, aos 
movimentos em forma de oito e aos giros. Hoje eles estão associados com 
os passos de dança, mas não perderam sua importância.
14Unidade I
O texto do código de pontuação (FIG, 2017), aliás, exprime bem a 
importância desses movimentos. Por isso, os elementos de ligação não são 
obrigatórios, mas fazem parte dos movimentos corporais aprendidos nas 
aulas de GR. O objetivo é que eles sejam usados tanto na combinação de 
passos de dança como para ligar os elementos de dificuldade corporal.
 Saiba mais
A Federação Internacional de Ginástica é uma das organizações quando 
se fala em GR. Você pode conhecer melhor a federação acessando o link 
indicado a seguir.
<http://www.gymnastics.sport/site/>.
1.3 Manejos de aparelhos
Manejo de aparelhos significa manusear os aparelhos, manipulá-los como uma continuidade 
do corpo do ginasta, e, por isso, o atleta deve desenvolver afinidades de manuseio com os 
aparelhos por todo o corpo. A interação entre a ginasta e o aparelho é uma das características mais 
interessantes da GR, tanto pela dificuldade que impõe à apresentação quanto pela criatividade 
e beleza estética que proporciona.
Corda Arco Bola Maças Fita
Figura 3 – Aparelhos de GR
Os aparelhos foram introduzidos na GR justamente para realçar a beleza das apresentações e as 
características femininas. Esses aparelhos são a corda, o arco, a bola, as maças e a fita. A seguir estão 
seus respectivos símbolos.
15
GINÁSTICA RÍTMICA
Corda Arco Bola Maças Fita
Figura 4 – Representação simbólica de aparelhos da GR
Assim, a GR é uma modalidade que trabalha os movimentos corporais associados ao manejo de 
aparelhos (corda, arco, bola, maças e fita), sempre com um acompanhamento.
1.4 Área de competição e vestimenta
Tanto na modalidade individual quanto na modalidade de conjunto, usa-se um tapete medindo 16 
metros x 16 metros, correspondendo à área de competição um quadrado de 13 metros x 13 metros (ou 
seja, de cada lado do quadrado, há uma sobra como forma de segurança de 1,5 metros). O tapete possui 
cor lisa (podendo variar a cor de competição para a competição), tendo a linha que delimita a área de 
competição (13 metros x 13 metros) sempre uma cor diferente do tapete. Dependendo do campeonato, 
as ginastas de GR realizam as apresentações na mesma área de competição da Ginástica Artística, ou 
seja, em uma área em que há um tablado abaixo do tapete.
De modo geral, atravessar esse limite da área de competição (com o aparelho, por um ou dois pés, 
com alguma parte do corpo tocando o solo fora da área especificada ou qualquer aparelho deixando a 
área e retornando por si só) implica punição da ginasta, descontando-se 0,30 ponto a cada ocorrência.
Figura 5 – Imagem representando o tapete da área de competição e o local em que ficam os materiais reservas
Com relação às vestimentas, nas competições de GR, é permitido que as ginastas usem:
• collant com ou sem mangas (vale destacar que collants de dança com alças finas não são permitidos);
16
Unidade I
• calça justa (por cima ou por baixo do collant) até o tornozelo;
• macacão (desde que seja justo ao corpo);
• uma saia (que não esteja abaixo da área pélvica) por cima do collant, da calça ou do macacão.
Figura 6 – Exemplo de um modelo de collant de GR
As ginastas podem realizar suas apresentações com os pés descalços ou com sapatilhas de ginástica, 
o cabelo deve estar preso e com bom acabamento, quanto à maquiagem, ela deve ser clara e leve.
Figura 7 – Imagem representando a sapatilha da GR
17
GINÁSTICA RÍTMICA
1.5 Programa de competição (individual e conjunto, sênior/adulto e juvenil)
Para a FIG, a GR está dividida nas categorias juvenil (13 a 15 anos) e adulto (acima de 16 anos). Já 
as categorias de base são responsabilidade das Uniões Continentais e das Confederações Nacionais, 
assim como suas regras específicas. No Brasil, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) propõe 
as categorias pré-infantil (9 e 10 anos) e infantil (11 e 12 anos) e, na maioria das vezes, segue a FIG 
para diferenciar as categorias juvenil e adulto – no entanto, dependendo do campeonato, pode haver 
alteração desses números (CBG, 2017).
Tabela 1 
Categorias em campeonatos brasileiros
Categoria Idades
Pré-Infantil 09 e 10 anos
Infantil 11 e 12 anos
Juvenil 13 a 15
Adulto acima de 16 anos
Adaptada de: CBG (2017).
Como dito, as competições oficiais de GR podem ser realizadas de forma individual ou em conjunto. 
Os programas de competição da categoria adulta são baseados nas normas do código de pontuação 
(FIG, 2017), contudo, pode haver variação, como no caso de competições que possuem regras adaptadas 
à realidade local.
O programa de competição individual para ginastas adultos geralmente consiste em quatro exercícios: 
a ginasta deve apresentar uma série coreográfica para cada aparelho (arco, bola, maças e fita), estando 
a duração de cada exercício/série entre 1’15’’ e 1’30’’. Das quatro séries coreográficas, duas podem usar 
como acompanhamento músicas com letras.
No caso de competições oficiais da FIG, campeonatos mundiais e Jogos Olímpicos, há três tipos de 
competição para a categoria individual (CI, CII e CIII), descritas a seguir.
A CI corresponde à classificação e à competição por equipe, ou seja, na competição CI, as atletas 
disputam individualmente a classificação para a competição individual geral (CII) e a classificação para 
a competição final por aparelho (CIII). A CI também corresponde à competição por equipe, em que a 
somatória das notas das séries coreográficas de cada atleta da equipe irá determinar se a equipe será 
premiada ou não. No primeiro dia de competição, todas as ginastas das equipes inscritas participam, 
e a equipe pode ser composta de três ou quatro ginastas (cabendo entre um, no mínimo, e quatro, no 
máximo, exercícios por ginasta). A CII é a competição individual geral. No entanto, para participar da 
competição individual geral, a ginasta deve se apresentar, obrigatoriamente, nos quatro exercícios (arco, 
bola, maças e fita), pois a premiação da modalidade individual geral é determinada pela somatória 
dessas quatro notas obtidas pela ginasta. Os resultados obtidos irão determinar:
18
Unidade I
• a premiação por equipe, ou seja, troféus e medalhas do 1º ao 3º lugar (a classificação é dada pelo 
somatório das dez melhores notas registradas pela equipe);
• classificação e premiação da modalidade individual geral, ou seja, troféus do 1º ao 3º lugar (a 
partir da somatória das quatro notas obtidas pela ginasta);
• qualificação para a competição final por aparelho.
Já a CIII corresponde à competição final por aparelho. Quando há até 30 ginastas participantes na 
etapa classificatória (primeiro dia de competição), até oito ginastas são classificadas por aparelho, de 
acordo com as maiores notas (sendo, no máximo, duas ginastas por entidade). Dessa forma, teremos 
oito apresentações coreográficas/exercícios para cada aparelho, com a premiação se dando por aparelho 
(medalhas do 1º ao 3º lugar).
Já o programa geral para competições em conjunto, na modalidade adulta, consiste em dois 
exercícios (séries coreográficas) com duração de 2’15’’ a 2’30’’ cada um. A equipe deve ser formada por 
cinco ginastas oficiais, mas pode ter seis, sendo uma ginasta reserva. Nesse caso, todas devem fazer 
parte de pelo menos um exercício. Vale destacar que, das duas séries coreográficas (exercícios), uma 
pode ser com música com palavras.
A seguir, à esquerda, temos o exemplo de exercício com um único tipo de aparelho, ou seja, as cinco 
ginastas com o mesmo tipo de aparelho. Já à direita, vemos uma apresentação com dois tipos de aparelho, 
ou seja, três ginastas com um tipo de aparelho e as outras duas ginastas com outro tipo de aparelho (no 
exemplo em questão, três arcos e duas bolas).
Exercícios aparelhos iguais (5) Exercícios aparelhos diferentes (3x2)
Figura 8 – Representação dos exercícios em conjunto
Há dois tipos de competição em conjunto, vejamos cada uma delas.
• Competição de conjuntos (geral e classificatória): no primeiro dia de competição, participam 
todos os conjuntos inscritos. É obrigatória a apresentação dos dois exercíciosdo conjunto na 
classificatória para a competição final. Os resultados obtidos irão determinar a premiação do 
conjunto geral, ou seja, troféus e medalhas do 1º ao 3º lugar a partir da somatória das notas dos 
dois exercícios de conjunto apresentados na competição geral (uma série com aparelhos iguais e 
outra série com aparelhos diferentes).
19
GINÁSTICA RÍTMICA
• Competição final: no segundo dia de competição, participam da competição final somente os 
oito melhores conjuntos classificados no primeiro dia. Os resultados obtidos irão determinar a 
premiação do 1º ao 3º lugar por aparelho na competição final, ou seja, a premiação do 1º ao 3º 
lugar para os grupos no exercício com aparelhos iguais, e do 1º ao 3º lugar para os grupos no 
exercício com aparelhos diferentes.
Mas quem determina o aparelho que as ginastas devem utilizar para cada exercício no ano atual de 
competição? A definição dos aparelhos é feita pela FIG, por meio do código de pontuação. Atualmente, 
de acordo com o código de pontuação de GR 2017-2020 (FIG, 2017), estamos no ciclo 2017-2020, e no 
anexo do código há o Programa de Aparelhos a serem utilizados durante esse ciclo e no próximo 
ciclo olímpico.
Como se pode observar a seguir, no individual não há mudança dos aparelhos, pois na categoria 
adulta o aparelho corda não está mais presente, restando aos demais aparelhos (arco, bola, maças e fita) 
compor o quadro dos quatro exercícios em uma competição. Já na categoria de conjuntos, a cada dois 
anos há a mudança do tipo de aparelho escolhido para as competições, podendo a corda fazer parte.
Quadro 1 – Ginastas individuais: 4 exercícios
2017-2018
2019-2020
2021-2022
2023-2024
Fonte: FIG (2017, p. 79).
Quadro 2 – Conjuntos: 2 exercícios
2017-2018 5 3 2 
2019-2020
5 3 2 pares 
2021-2022
5 pares 3 2 
2023-2024
5 3 2 pares 
Fonte: FIG (2017, p. 79).
20
Unidade I
Uma vez abordadas as principais características da GR (conceito, vestimenta, área e programa de 
competição), podemos ver como a GR surgiu, sua história no mundo, sua evolução no Brasil e nos 
Jogos Olímpicos.
2 HISTÓRIA DA GINÁSTICA RÍTMICA
A história da GR mantém uma relação estreita e especial com a dança e suas manifestações rítmicas 
expressivas, além do balé e da ginástica natural. A GR não nasceu de uma forma regular (LIOBET, 1998) 
ou pronta: ela tem suas raízes na Ginástica Moderna surgida no século XIX, com influência de vários 
estudiosos em diversas áreas de conhecimento. Assim, ela vem passando por muitas transformações, 
desde sua criação até os dias de hoje.
Conforme Gaio (2007), a GR teve influência de quatro campos: dança, música, teatro e pedagogia. 
Apesar de terem trajetórias próprias, essas áreas contribuíram, cada uma da sua forma, para 
o desenvolvimento das características da GR. Segundo Peuker (1974), a GR nasceu a partir de um 
movimento renovador da ginástica, fruto de pensamentos de vários autores. A tal respeito, Lafranchi 
(2001) descreve a GR da seguinte maneira:
A Ginástica Rítmica é uma modalidade desportiva essencialmente feminina 
que se fundamenta na expressividade artística. É conceituada como a busca 
do belo, uma explosão de talento e criatividade, em que a expressão corporal 
e o virtuosismo técnico se desenvolvem juntos, formando um conjunto 
harmonioso de movimento.
Na área da pedagogia, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo, escritor, teórico político e 
compositor autodidata suíço, escrevia sobre a ginástica natural, estudando sobre o papel da ginástica 
na educação física e descrevendo seu desenvolvimento técnico e prático na educação infantil. 
Rousseau, considerado um dos principais filósofos do Iluminismo, preconizou a educação do corpo 
como parte da educação total. Para ele, as instituições educativas corrompem o homem e tiram-lhe 
a liberdade, e, para a criação de um novo homem e de uma nova sociedade, seria preciso educar a 
criança de acordo com a natureza, desenvolvendo progressivamente seus sentidos e sua razão com 
vistas à liberdade e à capacidade de julgar. 
Johann Christoph Friedrich Guts Muths (1759-1839), alemão que trabalhou muito para o 
desenvolvimento das ginásticas pedagógicas, é considerado o pai da ginástica natural, pois ensinou 
sobre o assunto por mais de 50 anos. Ele ainda estudou Teologia, Física, Matemática, Filosofia e 
História, mas se destacou pela atuação na área das ginásticas, publicando, em 1793, o primeiro livro 
de ginástica Gymnastik fur die Jugend (ginástica para jovens). Muths creditava que os exercícios 
deveriam desenvolver uma pessoa por completo, publicando ainda outras obras sobre o assunto.
Posteriormente, surge na Suécia Per Henrik Ling (1776-1839), cujo objetivo era educar as 
pessoas sobre os “exercícios sistematizados adequados”, que chamou de ginástica médica. Ele 
não só acreditava que a anatomia e a fisiologia eram o fundamento da ginástica, mas também 
que os efeitos dos movimentos produzidos sobre os aspectos físicos e psicológicos deveriam ser 
21
GINÁSTICA RÍTMICA
estudados detalhadamente. Em 1813, fundou o Instituto Central de Ginástica de Estocolmo com 
a obrigação de educar os professores de ginástica para as necessidades militares e escolares. Seu 
método ginástico tem quatro linhas de atuação: pedagógica, militar, médica e estética. Para Ling, 
realmente era importante ajudar as pessoas, dedicando o resto de sua vida à construção do sistema 
que havia criado (AGOSTINI; NOVIKOVA, 2015).
Na área das artes cênicas, encontramos François Chéri Delsarte (1811-1871). Músico e professor 
francês, apesar de compositor, foi mais conhecido como professor de canto e declamação. Delsarte 
foi um expoente da comunicação através dos movimentos corporais (ginástica expressionista), 
pois buscava conectar a experiência emocional interior do ator com um conjunto sistematizado de 
gestos e movimentos baseados nas próprias observações de interação humana. As suas experiências 
eram concentradas nas relações entre corpo e alma, nos mecanismos que traduziam a sensibilidade 
do espírito.
Delsarte adotou a concepção da ginástica natural, criando uma série de exercícios naturais. 
Trabalhou com atores da época, fazendo com que encontrassem em suas performances 
movimentações com gestos mais expressivos, acrescentando a beleza e a estética do movimento 
à ginástica da época. Ele também influenciou a nova dança moderna, que se desenvolveu nos 
Estados Unidos e na Europa no século XX.
Na corrente da dança, temos o francês Jean-George Noverre (1727-1810), conhecido como 
“Sheakespeare da dança”. Embora tenha criado cerca de 150 balés em Paris, Viena e Stuttgart, sua 
principal influência foi como reformador. O objetivo de Noverre era libertar o corpo expressivo 
do bailarino de posições estereotipadas e máscaras pesadas, arquivando as armaduras incômodas 
de danças de batalha e outras vestimentas que escondiam o corpo. Seu livro Lettres sur la Danse 
at sur les Ballets (1760) abriu uma era nova, e suas teorias sobre balé e movimento expressivo se 
difundiram pela Europa e ainda hoje influenciam o balé moderno.
Mas Noverre não foi o único, outras teorias na área surgiram, como as do húngaro Rudolf Laban 
(1879-1958). Músico, bailarino, coreógrafo, performático, escritor e teórico da Arte do Movimento, 
Laban foi fundador de escola e diretor de sua própria companhia de dança, influenciando coreógrafos 
alemães das décadas de 1920 e 1930. Considerado o maior teórico da dança do século XX e “pai 
da dança-teatro”, dedicou sua vida ao estudo e à sistematização da linguagem do movimento em 
seus diversos aspectos: criação, notação, apreciação e educação.
Segundo Susan Tortora (apud A DANÇA..., 2017), Laban estabeleceu cinco elementos 
fundamentais para que se pudesse fazer uma análise e uma descrição concreta da performance dos 
movimentos realizados, fundamentais para que se possa ter uma imagem visual do movimento: 
corpo, esforço, forma e espaço e ritmo. Dessa forma, mesmo de forma indireta, ele influenciou o 
caminho da GR como a conhecemoshoje.
Com a percepção de uma nova realidade, surge a americana Isadora Duncan (1898-1927), 
teórica revolucionária que se consagrou pela movimentação natural e liberta do formalismo da 
dança clássica, inspirando-se nos movimentos da natureza. Duncan ficou conhecida como “bailarina 
22
Unidade I
dos pés descalços”. Duncan tinha, em seu discurso, ideias de libertação para a movimentação do 
corpo feminino, o que acabou contribuindo para a formação da Ginástica Moderna. Ela expressava 
claramente sua revolta contra as regras acadêmicas do balé clássico e as regras da sociedade, 
dizendo-se não ser bailarina nem acrobata, mas sim uma artista (LUFT apud AGOSTINI; NOVIKOVA, 
2015). Foi considerada uma das primeiras feministas modernas, além de ser a primeira a quebrar os 
rígidos padrões estéticos do balé clássico.
No campo da música, temos o austríaco Émile Jaques-Dalcroze (1865-1950), criador de 
um sistema de ensino de música baseado no movimento corporal expressivo, sistema, aliás, 
mundialmente difundido a partir da década de 1930. Com sua pedagogia musical, Dalcroze se 
torna precursor dos chamados métodos ativos na área da educação musical, influenciando toda 
uma geração situada primordialmente na primeira metade do século XX. Como professor de música, 
foi considerado o pai da rítmica, pois reconhecia em seus alunos a deficiência no domínio do ritmo.
Segundo Agostini e Novikova (2015), Dalcroze imaginou um modo de ensino de música e 
para a música, tendo em conta a percepção física através do ritmo, com base na musicalidade 
do movimento, questionando a relação entre música e movimento, especialmente por meio da 
interação tempo-espaço; dessa forma, ele elaborou um método educacional utilizando ritmo. 
Ainda segundo os autores, esse método pretendia também influenciar a ginástica, pois considerava 
o conhecimento e domínio do ritmo uma preparação tanto para a dança quanto para a ginástica, 
pensando que compreender o ritmo, e consequentemente a música, teria que passar pela vivencia 
de movimentos corporais. Por isso, buscava utilizar o movimento em função da aprendizagem 
musical, um sendo produto do outro, criando assim a euritmia.
Entretanto, o alemão Rudolf Bode (1881-1971), discípulo de Dalcroze, estudou filosofia, ciências 
e música, fundou sua própria escola em 1913, em Munique, com um sistema de ginástica, música 
e dança, dispondo dos créditos da criação de uma GR parecida com a que conhecemos hoje. Bode 
buscava movimentos livres e naturais, atendendo as necessidades de cada praticante, com o ritmo 
próprio de cada um.
Bode estabeleceu os princípios da GR, que pode ser associada ao surgimento de uma GR 
desportiva (com trabalhos de expressão e trabalho rítmico com a utilização de aparelhos como a 
bola). Bode, conhecido como pai da Ginástica Moderna, fundou em 1991 a escola de GR, com sua 
obra chamando a atenção na Europa, principalmente na Alemanha, pelo caráter rítmico e estético, 
que direcionava para o corpo feminino (AGOSTINI; NOVIKOVA, 2015).
Gaio acrescenta que:
Bode desenvolveu sua potencialidade de pensamento muito além do que seu 
mestre preconizava, colocando a música a serviço do movimento corporal, 
introduzindo ao trabalho rítmico as mãos livres, a utilização de aparelhos 
como: bola, bastão, tamborim etc. (apud AGOSTINI; NOVIKOVA, 2015, p. 12).
23
GINÁSTICA RÍTMICA
Depois da Segunda Guerra, o alemão Henrich Medau (1890-1974), professor e músico, criou uma 
escola de ginástica especialmente voltada às mulheres, pensando no favorecimento da saúde. Surge 
com ele o primeiro trabalho de aparelhos: pandeiro, tambor, arcos, maças e bolas. Medau prezava 
também pela postura correta, pela respiração, pelos movimentos de oscilação e ondas. Quando abriu 
a própria escola, em 1929, começou a explorar as próprias teorias, usando uma variedade de ritmos e 
improvisação no piano, além de experimentar pela primeira vez a bola (AGOSTINI; NOVIKOVA, 2015).
Segundo Agostini e Novikova (2015), no final do século XX, a GR realmente começou a tomar corpo 
e a adquirir algumas das características que possui ainda hoje, podendo, portanto, ser considerada um 
esporte relativamente novo. Vale observar que, em diferentes momentos históricos, dança, ginástica, 
música e dramaturgia se fundiram, ampliando horizontes e possibilitando novas conexões entre dança 
e ginástica; todo esse movimento refletia as ações e as relações sociais, ou seja, refletia uma sociedade 
em busca de constantes e profundas transformações.
A GR como é conhecida nos dias atuais também passou por mudanças em sua nomenclatura, as 
terminologias foram se modificando ao longo do tempo, até chegar à que conhecemos hoje, descrita 
no quadro a seguir.
Quadro 3 – Diferentes terminologias utilizadas ao longo dos anos
Terminologias
1963 Ginástica moderna
1972 Ginástica feminina moderna e Ginástica Rítmica moderna
1975 Ginástica Rítmica desportiva
1998 Ginástica Rítmica
Adaptado de: Gaio (2009, p. 37).
2.1 A Ginástica Rítmica no Brasil
A história da GR no Brasil é bastante recente. Conforme Santos, Lourenço e Gaio (2010), duas 
professoras estrangeiras iniciaram o processo de disseminação da GR em nosso país: uma com uma 
linha educacional, a austríaca Margareth Frohlich, e a outra com uma linha mais competitiva, a húngara 
Ilona Peuker (1915-1995).
A professora Margareth Frohlich ministrou aulas nos III e IV cursos de aperfeiçoamento técnico em 
Santos de 1953 a 1954. Com a chegada da professora Ilona Peuker, ex-ginasta da Hungria, a modalidade 
foi introduzida no país. Na década de 1950, ela ministrou cursos no Rio de Janeiro e criou a primeira 
equipe de GR do Brasil, o Grupo Unido de Ginastas (GUG). Radicou-se definitivamente no país e foi 
convidada a ministrar aulas na UFRRJ, tendo muitas discípulas, ex-ginastas que deram continuidade ao 
seu trabalho no país.
Foi nesse primeiro grupo, aliás, que surgiu a ginasta Daisy Barros, atleta responsável pela primeira 
participação brasileira em um campeonato mundial dessa modalidade, mais precisamente em 1971, na 
24
Unidade I
cidade de Copenhagen, Dinamarca. Pouco depois, em 1973, o GUG representou o Brasil na cidade de 
Roterdan, na Holanda, com exercícios de conjunto, obteve a 13ª colocação. Em 1999, antigas alunas 
formaram o Grupo Ilona Peuker, em homenagem a ela, e participaram da Gymnaestrada em Gotemburgo, 
na Suécia, e desde então vêm se apresentando em vários lugares e, assim, difundindo a GR.
Em 1978 foi dado um passo fundamental para o desenvolvimento da modalidade, com a criação 
da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e o consequente apoio da entidade à GR. Nessa mesma 
época, houve sua inclusão em alguns cursos de graduação, além da prática em alguns clubes.
A ginasta Rosane Favilla foi a primeira brasileira a participar dos Jogos Olímpicos, em 1984, 
em Los Angeles. Nas Olimpíadas de 1992, em Barcelona, tivemos a participação da ginasta Marta 
Cristina Schonhorst nos exercícios individuais. Nos Jogos Olímpicos de Sidney (2000) e nos de 
Atenas (2004), o Brasil participou nas provas de conjunto, obtendo o 8º lugar. Segundo Agostini e 
Novikova (2015), nesse período recente da GR, houve o desenvolvimento particular da modalidade 
em alguns centros do país.
Nos últimos anos, a GR brasileira se desenvolveu bastante, detendo a hegemonia nas Américas 
nas provas de conjunto. Foram três ouros nos últimos quatro Pan-Americanos, que valeram à equipe 
brasileira a classificação para as últimas três edições das Olimpíadas.
Segundo Agostini e Novikova (2015), a partir da percepção da existência de talentos em nosso país, 
têm sido empreendidos esforços em busca da melhoria técnica da modalidade com intuito de elevar 
o nível de performance das atletas. Os campeonatos foram divididos por regiões (Nordeste, Sudeste...), 
na busca de uma seleção mais rígida das atletas, pois só podem participar do campeonato nacional, as 
primeiras colocadas de cada região do país.
2.2 A Ginástica Rítmica nas Olimpíadas
No início dos Jogos Olímpicos,as mulheres não podiam participar nem assistir às competições. 
Começaram a participar apenas na década de 1920, em meio às reações de repúdio em razão da 
impossibilidade da participação feminina. Assim, surgiram as modalidades esportivas específicas paras 
as mulheres, como o nado sincronizado, a GR e outras.
A Ginástica Desportiva já era praticada desde a época da Primeira Guerra Mundial, embora sem 
regras específicas fixadas ou mesmo um nome determinado. Muitas escolas inovaram a forma como 
se praticavam os exercícios tradicionais de Ginástica Artística através da junção da música, que exige 
o ritmo nos movimentos das ginastas. Apenas em 1946 fez-se uma primeira distinção na ginástica de 
competição, na Rússia, quando surgiu também a designação “rítmica”.
Em 1961, vários países do leste europeu organizaram um campeonato internacional dessa disciplina 
e, no ano seguinte, a FIG reconheceu a nova modalidade nas suas regras, sendo realizado em 1963 o 
primeiro campeonato mundial. Com a exceção da fita e das maças, a maior parte dos equipamentos 
utilizados atualmente foi introduzida nessa competição.
25
GINÁSTICA RÍTMICA
Em 1984 a GR faz a sua primeira aparição olímpica, embora as melhores ginastas do mundo, 
provenientes dos países do Leste europeu, não tivessem concorrido nesse ano devido ao boicote realizado 
por esses países. Em 1996, os Jogos Olímpicos trouxeram ainda outra modificação na competição, a 
prova de grupo.
 Observação
Houve duas experiências olímpicas da Ginástica Rítmica antes de sua 
inclusão no programa dos Jogos. Em Londres, no ano de 1948, foram 
realizados dois eventos, por equipes, do que, então, chamava-se de Ginástica 
Moderna. Quatro anos mais tarde, em Helsinque, a Ginástica Rítmica foi 
incluída como esporte de demonstração, mas sua entrada definitiva só 
aconteceu em Los Angeles, no ano de 1984.
Durante o 41º congresso da FIG, em 1962, o novo esporte foi reconhecido como modalidade 
independente. No ano seguinte, na Hungria, aconteceu o primeiro mundial de GR. Em 1972, a Ginástica 
Moderna passou a se chamar Ginástica Rítmica Desportiva (GRD) e, em 2003, adotou o nome atual: 
Ginástica Rítmica (GR). Em vez dos grandes aparelhos fixos da Ginástica Artística, passou-se a trabalhar 
com cinco aparelhos móveis e leves: corda, bola, arco, fita e maças.
Assim, a primeira medalha de ouro olímpica do esporte ficou com a canadense Lori Fung. Em Seul, 
no ano de 1988, o esporte conquistou o público e se popularizou. Marina Lobach, da URSS, ficou com 
a medalha de ouro, enquanto a búlgara Adriana Dunavska levou a prata. Em Barcelona, ano de 1992, 
Aleksandra Timoshenko, competindo pela Comunidade dos Estados Independentes, foi a vencedora.
Em Atlanta, no ano de 1996, a FIG introduziu, como vimos, a competição de conjuntos nos Jogos 
Olímpicos. A Espanha conquistou a primeira medalha de ouro olímpica dessa categoria.
Em 1998, a modalidade passou novamente por mudanças, mas com relação a sua nomenclatura, 
sendo chamada apenas de GR, como a conhecemos hoje.
Nos Jogos Olímpicos de Sidney, no ano de 2000, o conjunto da Rússia confirmou seu favoritismo, 
enquanto a Espanha nem se classificou para a final, e o Brasil participou pela primeira vez do conjunto, 
que se destacou conquistando uma vaga na final olímpica, obtendo o oitavo lugar. No individual, a 
vencedora foi Yulia Barsukova, da Rússia.
Em 2004, na Olimpíada de Atenas, a Rússia confirmou seu favoritismo, ratificando a sua posição 
na liderança mundial na modalidade, classificando-se em primeiro lugar, seguida da Itália, em 
segundo, e da Bulgária, na terceira posição. No individual, a ginasta Alina Kabaeva, da Rússia, 
sagrou-se campeã olímpica, seguida de Irina Tchachina, também da Rússia, e Anna Bessonova, da 
Ucrânia. Nessa ocasião, o Brasil foi novamente representado, terminando na oitava colocação, feito 
repetido em Sidney.
26
Unidade I
Em Pequim, no ano de 2008, e em Londres, no ano de 2012, tivemos a mesma colocação, cabendo 
o primeiro lugar ao conjunto da Rússia e, no individual, à ginasta russa Eugenia Kanaeva, bicampeã 
olímpica. O Brasil, em 2008, ficou na 12ª colocação e, em 2012, não conseguiu uma vaga olímpica.
Em 2016, no Rio de Janeiro, o conjunto brasileiro obteve a nona colocação, a Espanha surpreendeu 
a todos ficando em primeiro lugar, seguida da Rússia. No individual a história se repetiu e, pela quinta 
vez consecutiva, o ouro geral ficou com a Rússia, com direito à dobradinha de Margarita Mamun, com 
o ouro, e Yana Kudryavtseva, com a prata (mesmo com um erro nas maças).
Com boa receptividade na participação em Jogos Olímpicos, a FIG passou a estabelecer mudanças 
na organização da modalidade, como aumentar o número de vagas para os conjuntos que têm grande 
aceitação do público, possibilitar a utilização de músicas com palavras e fazer reconsiderações quanto à 
forma de avaliar, com o intuito de diminuir a subjetividade dos árbitros e facilitar o entendimento dos 
leigos, valorizando as transmissões da mídia em geral (BERNARDI; LOURENÇO, 2014).
Quadro 4 – Medalhista do conjunto e do individual de GR nos Jogos Olímpicos
Jogos Olímpicos GR conjunto GR individual
1984 – Los Angeles Não existia essa prova
1-Lori Fung (CAN)
2-Staiculescu (ROM)
3- Weber (GER))
24-Rosane Favilla (BRA)
1988 – Seul Não existia essa prova
1-Maina Lobatch (URSS)
2- Adriana Dunavska (BUL)
3-Alessandra Timochenko (URSS)
1992 – Barcelona Não existia essa prova
1-Alessandra Timochenko (URSS)
2-Carolina Pascual (ESP)
3- Oxana Skaldina (EUN)
41- Marta Cristina Schonhorst (BRA)
1996 – Atlanta
1- Espanha
2- Bulgária
3- Rússia
1-Ekaterina Serebrianskaya (UKR)
2- Yanina Batyrchina (RUS)
3- Olena Vitrichenko (UKR)
2000 – Sidney
1- Rússia
2- Bielorrússia
3- Grécia
8- Brasil
1- Yulia Barsukova (RUS)
2- Yulia Raskina (BLR)
3- Alina Kabaeva (RUS)
2004 – Atenas
1- Rússia
2- Itália
3- Bulgária
8- Brasil
1-Alina Kabaeva (RUS)
2- Irina Tchachina (RUS)
3- Anna Bessonova (UKR)
2008 – Pequim
1- Rússia
2- China
3- Bielorrússia
12- Brasil
1- Evgenia Kanaeva (RUS)
2- Inna Zhukova (BLR)
3- Anna Bessonova (UKR)
2012 – Londres
1- Rússia
2- Bielorrússia
3- Itália
1- Evgenia Kanaeva (RUS)
2- Daria Dmitrieva (RUS)
3- Liubov Charkashyna (BLR)
2016 – Rio de Janeiro
1- Rússia
2- Espanha
3- Ucrania
9- Brasil
1- Margarita Mamum (RUS)
2- Yana Kudryavtseva (RUS)
3- Ganna Rizatdinova (UKR)
23- Natalia Gaudio (BRA)
Adaptado de: Bernardi; Lourenço (2014).
27
GINÁSTICA RÍTMICA
2.3 Ginástica Rítmica masculina
Como vimos, a modalidade foi desenvolvida inicialmente para a prática das mulheres. Estudiosos 
como Rudolf Bode e Enrich Medau, precursores da GR atual, desenvolveram seus métodos 
ginásticos visando à valorização e ao desenvolvimento de aspectos socialmente considerados 
“femininos”, como beleza, graciosidade e elegância, que seriam trabalhados através da dança e da 
expressividade. Dessa forma, criou-se uma associação entre a GR e uma atividade voltada para as 
mulheres. Contudo, a prática da GR pelos homens existe, apesar de pouco difundida no Brasil e de 
não ser oficialmente reconhecida pelas entidades federativas internacionais como a FIG e o Comitê 
Olímpico Internacional (COI).
Existem basicamente duas linhas de GR praticadas pelos homens: a tradicional e a asiática. Vejamos 
cada uma delas.
2.3.1 Linha tradicional
Na linha tradicional, são utilizadas, para as competições, as mesmas regras previstas para a modalidade 
feminina. Coelho (2016) nos apresenta o caso da Espanha, onde os homens iniciam sua participação 
aos doze anos e são divididos em cinco faixas de idade: sênior, benjamín, alevin, infantily e júnior. No 
entanto, não há apresentação masculina de conjunto, apresentando-se apenas nas provas individuais, 
que são as mesmas das mulheres.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a GR espanhola, acesse o site indicado a seguir, da 
Federação Espanhola de Ginástica.
<http://rfegimnasia.es/>.
2.3.2 Linha asiática (Japão)
A linha asiática de GR masculina surgiu no Japão, após a Segunda GuerraMundial (década de 
1950). Com o objetivo de melhorar a saúde e elevar a autoestima da população, professores japoneses 
iniciaram um trabalho baseado na calistenia e em elementos do wushu (kung fu), lançando mão da 
utilização de música e de aparelhos de pequeno porte.
Inicialmente criada para ser aplicada na comunidade, a atividade, por ação de grupos específicos 
de praticantes, gradativamente se tornou uma modalidade competitiva, com normas e regras próprias, 
e passou a ser chamada de Ginástica Rítmica(GR) masculina. Posteriormente, difundiu-se para outros 
países asiáticos, como Malásia, Coréia e Rússia, e hoje é praticada em locais como Austrália, Estados 
Unidos e Canadá.
28
Unidade I
 Saiba mais
Você pode conhecer um pouco mais sobre a modalidade masculina 
acessando o link indicado a seguir.
<http://www.menrg.com/>.
Por se basear na calistenia e no wushu, a GR masculina asiática valoriza a força e a resistência do 
ginasta. Seus movimentos muitas vezes estão relacionados a movimentos de lutas, mais rígidos e firmes, 
diferentemente do que se vê na GR feminina, em que os movimentos são mais suaves e graciosos.
Podemos observar algumas diferenças marcantes quando comparamos a linha tradicional, que utiliza 
as regras da GR feminina, com a linha asiática, que possui regras próprias. Vejamos cada uma delas.
• Espaço de apresentações: os homens se apresentam sobre um tablado semelhante ao utilizado 
na Ginástica Artística, enquanto que as mulheres se apresentam sobre um tapete. O espaço das 
apresentações é o mesmo: 13 metros x 13 metros, mais uma pequena área de segurança de 
aproximadamente 1 metro.
13 m 13 m
Figura 9 – Área de apresentação da GR masculina
• Movimentos: na GR masculina asiática são realizados movimentos acrobáticos semelhantes aos 
realizados nas apresentações de solo da Ginástica Artística (quando o ginasta executa movimentos 
de voo com rotação em torno do eixo transversal de seu próprio corpo, como mortal e flic-flac), 
o que não é permitido nas apresentações da GR feminina, que possui apenas os chamados 
movimentos pré-acrobáticos. Isso justifica a utilização do tablado de Ginástica Artística pelos 
homens, uma vez que eles necessitam de um equipamento que lhes permita a realização de 
acrobacias com segurança.
• Provas individuais: os ginastas realizam quatro provas, sendo duas com aparelhos semelhantes 
aos das mulheres e duas com aparelhos exclusivos, discriminados a seguir.
— Corda (igual à das mulheres).
29
GINÁSTICA RÍTMICA
— Maças (semelhante às das mulheres, ainda que o peso e o tamanho do corpo das maças sejam 
diferentes quando comparados às maças das mulheres).
— Bastão (semelhante ao das lutas).
— Arcos menores (dois).
Para as provas individuais, o tempo de apresentação é o mesmo das mulheres, variando entre 1 
minuto e 15 segundos e 1 minuto e 30 segundos.
Nas provas de conjunto, apresentam-se seis ginastas, sem a utilização de aparelhos (mãos livres), e 
a série apresentada precisa conter saltos, flexibilidades, equilíbrios e paradas de mão, exigindo-se um 
número mínimo de seis formações ao longo da apresentação.
O tempo de apresentação dos homens é maior que o das mulheres: entre 2 minutos e 30 
segundos e 3 minutos. O tempo extra justifica-se pela preparação necessária para a execução de 
acrobacias complexas.
2.3.3 A Ginástica Rítmica masculina no Brasil
No Brasil o marco inicial da GR masculina se deu na década de 1980, quando a Universidade de 
São Paulo recebeu os alunos da Universidade de Kokushikam (Japão) para divulgação da modalidade 
(OLIVEIRA; MARTINS, 2010 apud COELHO, 2016).
Não há um levantamento específico de quantos praticantes masculinos de GR existem no país, uma 
vez que a modalidade não é reconhecida pela maioria das federações estaduais, porém “já é possível 
mapear que o Brasil possui meninos praticando GR em seis estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito 
Santo, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul” (COELHO, 2016, p. 95).
A Federação de Ginástica do Rio Grande do Sul promove competições para os meninos desde 
2011. A Federação do Espírito Santo foi a pioneira nesse aspecto, e São Paulo já se movimenta 
nesse sentido.
De forma geral, no Brasil tem-se utilizado como prática masculina a GR tradicional, uma vez que 
os ginastas aproveitam os espaços comumente destinados às mulheres, além dos equipamentos e dos 
professores presentes.
3 OS ELEMENTOS DE DIFICULDADES CORPORAIS E PRÉ‑ACROBÁTICOS DA 
GINÁSTICA RÍTMICA
Os elementos de dificuldade corporal (BD), ou seja, os saltos, os equilíbrios e as rotações, fazem 
parte dos componentes obrigatórios que compõem uma coreografia, no individual e no conjunto; eles 
são considerados a base de toda a coreografia. Por isso, nos deteremos agora sobre as características 
essenciais de algumas dificuldades corporais da GR.
30
Unidade I
É importante entender que para o aprendizado dos elementos corporais, é necessário desenvolver 
processos pedagógicos, por isso os profissionais devem iniciar o aprendizado com as execuções dos 
elementos mais fáceis, passando apenas posteriormente para os elementos mais difíceis.
Há muitos elementos de dificuldade corporal listados nas tabelas do código de pontuação, com 
seus respectivos valores predefinidos, valores que representam exatamente a dificuldade do movimento 
(quanto mais difícil a realização do movimento, mais pontos ele vale). A seguir temos uma parte da tabela 
das dificuldades corporais do salto demonstrando as diversas possibilidades de saltos que a ginasta pode 
realizar e seus respectivos valores, variando de 0,10 pontos a 0,60 pontos. Essa diversidade também 
ocorre para equilíbrios e rotações – mais informações no código de pontuação 2017-2020 (FIG, 2017).
Quadro 5 – Representação de parte das dificuldades corporais de salto
 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Tesoura saltos com 
troca de pernas à frente 
na horizontal; também 
acima da horizontal, 
perna de impulso 
elevada com pé acima 
da altura da cabeça ou 
com troca de pernas 
atrás (na horizontal) ou 
em círculo. 
(pé inteiro mais rápido 
que a cabeça)
 
 
Salto carpado. 
Cossaco perna 
estendida à frente, na 
horizontal, ou com 
rotação (180º ou mais) 
ou com rotação e 
tronco à frente.
180º 180º 
 
Cossaco perna 
estendida à frente, 
elevada com pé acima 
da cabeça ou com 
rotação (180º ou mais).
 
180º 
 
Adaptado de: FIG (2017, p. 32).
Como são muitas as possibilidades de dificuldades corporais, optamos por descrever somente 
algumas de cada grupo, ou seja, quatro saltos, quatro equilíbrios e três rotações, de níveis fáceis 
a intermediários, com exemplos de algumas atividades utilizadas nas aulas de iniciação à prática 
da modalidade.
31
GINÁSTICA RÍTMICA
 Observação
Os praticantes de dança vão perceber que muitos dos elementos de 
dificuldade corporal são parecidos com os elementos do balé clássico, 
inclusive os nomes.
3.1 Saltos 
Os saltos são movimentos realizados por meio de impulso, no qual os pés perdem o contato 
com o solo e permanecem em suspensão por um tempo mínimo. Ou seja, constituem uma combinação 
de movimentos divididos em três fases: fase de impulsão, fase área e fase da aterrissagem.
Para que os árbitros considerem um salto válido, ele deve ter as seguintes características básicas:
• forma definida e fixada durante o voo (posicionamento dos segmentos corporais);
• altura (elevação) suficiente para demonstrar a forma correspondente;
• chegada ao solo, que deve ser suave, graciosa e precisa.
Para realizar um bom salto, é necessário potência muscular, indicando-se o treinamento específico 
de pliometria para as ginastas alcançarem resultados satisfatórios.
Em uma série coreográfica ou exercício, a repetição do salto com a mesma forma não será válida, 
exceto no caso de uma série
 Observação
Uma série de saltos consiste de dois ou mais saltos idênticos sucessivos, 
executados com ou sem um passo intermediário (dependendo do tipo de 
salto). Cada salto na série conta como umadificuldade corporal.
A seguir temos a ilustração e a descrição de alguns elementos utilizados na iniciação.
No salto grupado com meia-volta, o aluno deve saltar elevando os dois joelhos flexionados em 
direção ao peito, realizando ao mesmo tempo uma rotação de 180° ou 360°. Atividade sugerida: 
pega-pega. Quando os alunos forem pegos, deverão ficar sentados sobre os calcanhares, e, para serem 
salvos, precisam que um companheiro salte sobre eles, com o corpo grupado.
32
Unidade I
Figura 10 
No salto tesoura à frente, o aluno deve realizar uma troca de pernas no ar, à frente, na horizontal, 
num ângulo de 90° ou mais em relação ao tronco. Atividade sugerida: em trio, cabendo a dois dos 
alunos segurar o terceiro pelos braços e punhos (braços estendidos), quando esse, então, executa o salto 
tesoura.
Figura 11 
No salto cossaco, o aluno deve estender uma das pernas num ângulo de 90° em relação ao 
tronco, enquanto a outra perna deve permanecer com o joelho flexionado. Atividade sugerida: 
colocar os alunos em colunas, e a frente de cada coluna posicionar arcos no chão. Ao sinal do 
professor, os primeiros alunos de cada coluna deverão realizar o salto cossaco dentro de cada arco, 
e assim sucessivamente, até que todos se apresentem.
33
GINÁSTICA RÍTMICA
Figura 12 
No salto zancada, o aluno deve realizar o movimento de espacato com os membros inferiores, no 
balé, chamado de salto grand jeté. Essa postura deve ser ensinada inicialmente no chão, para melhorar 
a flexibilidade dos membros inferiores, pois quanto maior a flexibilidade, melhor a figura corporal desse 
salto. Atividade sugerida: pular a lagoa. Coloque os alunos em colunas e, à frente de cada coluna, 
posicione arcos no chão, com uma distância de dois metros entre um e outro. Os alunos de cada coluna 
deverão realizar o salto zancada ultrapassando um arco de cada vez.
Figura 13 
 Saiba mais
Você pode conhecer um pouco mais sobre as dificuldades corporais 
de salto e ver belas imagens pesquisando vídeos na internet a partir de 
expressões como “code of point rhythmic gymnastics leaps”, “leaps 
2017-2020” e “rhythmic gymnastics leaps”.
34
Unidade I
3.2 Equilíbrios 
Os equilíbrios constituem movimentos de manutenção e controle do centro de gravidade sobre 
o limite de uma base de apoio.
Para que os árbitros considerem um equilíbrio válido, o atleta deve manter-se durante a realização 
de, no mínimo, um manejo, e as posturas devem ter forma claramente fixada com parada na posição, 
sendo precisas e evitando movimentos suplementares, como balanços e demonstrações de instabilidade 
no equilíbrio. Como existem muitos equilíbrios de GR iguais ou semelhantes aos do balé clássico, as 
aulas de balé são essenciais para a realização desses elementos corporais.
Segundo o código de pontuação (FIG, 2017), há três tipos de dificuldades de equilíbrio, descritas a 
seguir.
• Equilíbrio sobre o pé: executado em meia-ponta (flexão plantar/sobre os dedos dos pés) ou 
pé plano.
• Equilíbrio sobre outras partes do corpo: por exemplo, sobre o joelho, sobre o abdome, 
sobre o peito.
• Equilíbrio dinâmico: executados com movimentos suaves e contínuos, de uma forma para a outra.
 Saiba mais
Veja no código de pontuação 2017-2020 a tabela de dificuldade corporal 
de equilíbrio, p. 40 e 41.
FÉDÉRATION INTERNATIONALE DE GYMNASTIQUE (FIG). 2017-2020: 
code of points. 2017. Disponível em: <http://www.gymnastics.sport/
publicdir/rules/files/en_RG%20CoP%202017-2020%20with%20
Errata%20Dec.%2017.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2019.
A seguir a ilustração e descrição de alguns elementos utilizados na iniciação.
No equilíbrio passé, o aluno deve realizar uma flexão de quadril de 90° com uma das pernas e, 
simultaneamente, estar com o joelho flexionado a ponto de o pé enconstar na perna de base (o pé de 
base em flexão plantar, meia-ponta, e o joelho flexionado pode estar à frente ou lateral). Atividade 
sugerida: viva ou morto do passé. Todos os alunos devem estar posicionados na quadra de uma forma 
que o professor consiga vê-los, e, ao seu comando (“viva”), os alunos rapidamente devem realizar o 
equilíbrio passé. Se o comando for “morto”, os alunos devem ficar com os dois pés unidos no chão. 
O aluno que errar passa a dar o comando aos demais alunos, sendo substituído por outro que errar, 
voltando, então, o primeiro para a brincadeira.
35
GINÁSTICA RÍTMICA
Figura 14 
No equilíbrio perna à frente (ou lateral), o aluno deve realizar uma flexão de quadril de 90° com 
uma das pernas, mantendo a perna estendida à frente de seu corpo. O pé de base fica em meia-ponta, 
e as articulações do joelho e do tornozelo devem estar estendidas ao máximo. O mesmo equilíbrio pode 
ser realizado com a perna lateral. Atividade sugerida: os alunos devem deslocar-se pela sala de maneiras 
variadas, seguindo o ritmo de uma música. Quando a música parar, elas deverão ficar em equilíbrio 
perna à frente (ou lateral), conforme solicitado pelo professor.
Perna a frente Perna ao lado
Figura 15 
No equilíbrio prancha facial, o aluno deve realizar a figura em forma de “prancha”, ou seja, 
elevação de uma perna para atrás, flexão de tronco à frente com extensão completa dos membros 
superiores à frente. O pé de base em meia-ponta. As articulações do joelho e tornozelo de ambas 
as pernas devem estar também estendidas ao máximo. Atividade sugerida: pega-pega avião. Um 
aluno deve ser o pegador, os demais deverão correr em um espaço delimitado pelo professor. Quem 
for pego deverá ficar no equilíbrio prancha. Para que possa ser salvo, um companheiro deverá 
passar por baixo da sua perna estendida e elevada.
36
Unidade I
Figura 16 
No equilíbrio cossaco o aluno deve estender uma das pernas num ângulo de 90° em relação ao 
tronco. A outra perna deve permanecer com o joelho flexionado e com o pé de base em meia-ponta. 
Atividade sugerida: em duplas, um aluno se prepapara para fazer o equilíbrio cossaco, e outro faz às 
vezes de ajudante. O aluno ajudante se posiciona posteriormente ao companheiro, segurando-o pelo 
antebraço, para auxiliar a descer e subir desse equilíbrio (uma outra forma de auxiliar seria um de frente 
para o outro, o aluno ajudante segurando as mãos do aluno executante para que ele desça e suba na 
posição de equilíbrio cossaco com segurança.
Figura 17 
 Saiba mais
Você pode conhecer um pouco mais sobre as dificuldades corporais de 
equilíbrio e ver belas imagens pesquisando vídeos na internet a partir de 
palavras-chave como “rhythmic gymnastics – balance”.
37
GINÁSTICA RÍTMICA
3.3 Rotações
Rotações , ou pivôs , são movimentos em torno do próprio eixo corporal. A maioria das rotações 
acontecem no eixo corporal longitudinal.
 Observação
Para realizar as rotações no eixo longitudinal, é necessário ter muito 
equilíbrio (para manter o controle do eixo de giro), mas é importante deixar 
claro que elementos em que as ginastas rotacionam em torno de um eixo, 
ou seja, estão girando, são considerados dificuldade corporal de rotação, e 
não dificuldade corporal de equilíbrio.
Para que os árbitros considerem uma rotação válida, o atleta deve realizar uma rotação mínima de 
360º (exceto no caso de dificuldades de rotação, como consta no código de pontuação 2017-2020 (FIG, 
2017), nº 6, 9, 17 em que a rotação base é de 180º), mantendo uma forma corporal fixada e bem definida 
até o final. Rotações devem ser coordenadas com no mínimo um manejo do aparelho, em qualquer 
parte da rotação, para ser válida. A maioria das rotações são realizadas na meia ponta (flexão plantar), e 
perder o equilíbrio ou encostar o calcanhar no chão pode invalidar ou tirar pontos da ginasta.
Geralmente as ginastas realizam rotações múltiplas na mesma posição corporal, ou seja, em média 
de duas a cinco rotações seguidas. O critério de pontuação para rotações múltiplas se dá conforme 
descrito a seguir.
• Para rotações adicionais para pivôs com valor de base de 0.10 ou com o pé plano ou outra parte 
do corpo, acrescenta-se 0.10 para cada rotação adicional, além darotação de base.
• Para rotações adicionais em releve (meia-ponta), acrescenta-se 0.20 para cada rotação adicional, 
além da rotação de base.
Vejamos agora a ilustração e a descrição de alguns elementos utilizados na iniciação.
Na rotação passé, inicialmente, os alunos devem realizar a posição de saída para o giro, que 
é a quarta posição do balé, em seguida, realizar a rotação no sentido horário ou anti-horário 
na posição corporal de passé (a mesma utilizada no equilíbrio passé, explicado anteriormente). 
Atividade sugerida: mestre mando. Os alunos devem estar espalhados pela sala, o professor à frente 
de todos, e, ao comando do professor, os alunos vão copiando seus movimentos para a realização 
da rotação passé. É importante realizar rotação no sentido horário e anti-horário, mudando a 
perna que executa o passé.
38
Unidade I
Preparação Rotação
Figura 18 
Na rotação de perna à frente, inicialmente, os alunos devem realizar a posição de saída para o 
giro, que é a quarta posição alongeé do balé. Em seguida, devem fazer a rotação no sentido horário 
ou anti-horário na posição corporal de perna à frente (a mesma utilizada no equilíbrio perna à frente, 
explicado anteriormente). Atividade sugerida: alunos espalhados pela sala, ao comando do professor, 
devem realizar as seguintes etapas: 1) preparação: quarta posição alongeé; 2) rotação: ao mesmo 
tempo, devem subir na meia-ponta, posicionar a perna estendida à frente e realizar ¼ de volta; 
3) finalizar na quinta posição.
Preparação Rotação
Figura 19 
39
GINÁSTICA RÍTMICA
Na rotação rolinho, os alunos inicialmente devem estar na postura de espacato no chão, 
realizar uma flexão de tronco à frente e rolar para direita ou para a esquerda, completando uma 
volta de 360º. Atividade sugerida: inicialmente, devem ser realizados exercícios que melhorem 
a flexibilidade dos alunos na posição espacato, e somente quando estiverem com uma abertura 
entre 160º e 180º, que o professor pode começar a estimular os alunos a realizarem a rotação rolinho.
Figura 20 
 Saiba mais
Você pode conhecer um pouco mais sobre as dificuldades corporais 
de rotações e ver belas imagens pesquisando vídeos na internet a partir 
de expressões como “rotation difficulties code of points 2017-2020” e 
“rotation difficulties rhythmic gymnastics”.
É importante deixar claro que, na GR, para que o árbitro posso avaliar e validar a execução de 
qualquer movimento corporal, inclusive as dificuldades corporais, é obrigatório que o movimento seja 
sempre associado com o manejo do aparelho. Isso quer dizer que os saltos, os equilíbrios e as rotações 
só são válidas se forem realizadas sempre junto com o manejo de um aparelho. Trataremos dos 
manejos posteriormente, mas é importante entender que, na GR, movimento e manejo de aparelho 
sempre estão associados.
Para que o movimento seja considerado válido e receba os pontos a ele relacionados, a figura corporal 
que a ginasta apresenta deve ser perfeitamente reconhecível pelos árbitros, de acordo com a figura e 
descrição que consta no código de pontuação da GR (FIG, 2017). A seguir, podemos ver um exemplo de 
como se dá essa comparação.
40
Unidade I
Quadro 6
Tipos de salto/base Válido Não válido/forma incorreta
Cossaco
Zancada (180º pedido)
Zancada com círculo
Círculo com 
ambas as pernas
Adaptado de: FIG (2017).
3.4 Pré‑acrobáticos
Na GR o termo pré-acrobático define acrobacias que não possuem fase aérea, ou seja, não podem 
ser realizadas sem o contato com o solo. Na grande maioria, são movimentos com rotação nos eixos 
corporais anteroposterior (como a estrelinha) e eixo látero-lateral (como rolamentos e reversões).
Na iniciação da GR os elementos pré-acrobáticos são os movimentos que as crianças mais gostam 
de aprender, pois qual criança que não gosta de ficar de cabeça para baixo? Além de serem desafiadores 
na realização, eles impressionam aos olhos de quem vê. Mesmo não valendo pontuação em algumas 
situações, eles chamam muito a atenção nas coreografias, enriquecendo a beleza da GR.
Apenas os seguintes grupos de elementos pré-acrobáticos estão autorizados pelo código de 
pontuação (FIG, 2017):
• rolamentos para frente e para trás sem voo;
• reversões para frente e para trás e lateral sem voo;
• rolamento sobre o peito/fish-flop.
41
GINÁSTICA RÍTMICA
3.4.1 Rolamentos para frente e para trás sem voo
O aluno deve se posicionar em pé, apoiar as mãos no solo e, impulsionando o corpo com as pernas, 
rolar sobre as costas em posição grupada. Então, finalizar sobre os pés, elevando-se à posição em pé. 
No rolamento para trás, temos o mesmo processo, só que começando de costas.
Figura 21 
3.4.2 Reversões para frente e para trás e lateral sem voo
Na reversão para trás, o aluno deve se posicionar em pé, com uma perna à frente da outra e braços 
elevados. O aluno desequilibra-se para trás, levando as mãos ao solo e elevando a perna que está à 
frente. Ao tocar as mãos no solo, o executante deverá lançar as pernas, afastadas e estendidas, passando 
pelo apoio invertido à posição de pé. A reversão para frente é realizada da mesma forma, só que nesse 
caso o aluno deve desequilibrar o corpo para frente. Já a reversão lateral é conhecida popularmente 
como estrelinha.
Figura 22 
Além das reversões realizadas sobre as mãos, como pode ser observado na figura anterior, há 
diferentes formas de executar reversão, todas autorizadas pelo código:
• reversão com o apoio de uma mão ou duas mãos;
• reversão com apoio nos antebraços, no peito ou nas costas;
42
Unidade I
• reversão com ou sem troca de pernas;
• reversão com posições iniciais no solo ou em pé.
3.4.3 Rolamento sobre o peito/fish‑flop
O aluno deve realizar uma reversão no solo sobre um ombro, passando pela vertical do corpo estendido.
1
2
3
para frente
1
2
3
para trás
Figura 23 
O salto plongé (conhecido também como salto espacate ou jeté com o tronco flexionado para 
frente, terminando diretamente em um rolamento) não é considerado uma dificuldade de salto, mas um 
elemento pré-acrobático. Ele pode ser executado para risco (R) e dificuldade de aparelho (AD) (veremos 
mais sobre risco e dificuldade de aparelho adiante).
Em uma composição coreográfica de GR (individual e conjunto), os elementos pré-acrobáticos 
podem ser utilizados para enfatizar a expressão do corpo e a amplitude do movimento quando ligados 
às dificuldades corporais, porém, nesses casos, os elementos não proporcionam valor adicional na 
dificuldade corporal (FIG, 2017).
Por outro lado, os elementos pré-acrobáticos são muito utilizados na realização dos elementos 
dinâmicos de rotação (R), conhecidos como risco, para cumprir com as exigências desse elemento, 
obrigatório nas séries coreográficas. Nesse caso, proporcionam valor adicional ao elemento R.
Todos os grupos de elementos pré-acrobáticos podem ser incluídos no exercício sob a condição de 
serem executados sem parada na posição, exceto por uma curta pausa para a recuperação do aparelho 
durante o elemento. O mesmo elemento pré-acrobático pode ser utilizado uma vez em R e outra vez 
em AD; em outras condições, ele não pode ser repetido. Se o pré-acrobático é realizado iniciando 
ou finalizando de formas diferentes, é considerado como elemento diferente: isso significa que uma 
reversão para frente começando em pé e uma reversão para frente começando no solo são elementos 
diferentes, portanto, podem ser executados em uma mesma coreografia.
Nas coreografias de conjunto, os elementos pré-acrobáticos são utilizados principalmente nas 
colaborações, que são os exercícios em que uma ginasta depende uma da outra para executar um 
acontecimento coreográfico.
43
GINÁSTICA RÍTMICA
 Saiba mais
Você pode conhecer um pouco mais sobre os elementos pré-acrobáticos 
pesquisando vídeos na internet por meio de palavras-chave como “rhythmic 
gymnastics evolution”; “pre-acrobatic elements rhythmic gymnastics”
4 APARELHOS DA GINÁSTICA RÍTMICA FEMININA E SUAS POSSIBILIDADES 
DE MANEJO
A GR é composta por aparelhos

Outros materiais