Buscar

U2 Claretiano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EA
D
2
Estudo Científico 
da Sociedade
1. OBJETIVOS
•	 Constatar	que	existiam,	anteriormente	ao	aparecimento	
da	Sociologia,	indagações	sobre	os	fenômenos	sociais.
•	 Compreender	que	o	advento	da	Sociologia	como	ciência	
aplica	um	ponto	de	vista	científico	à	observação	e	à	expli-
cação	dos	fenômenos	sociais.
•	 Cultivar	a	atitude	de	pesquisador.
2. CONTEÚDOS
•	 Origem	da	Sociologia.
•	 Sociologia	como	ciência	"filha	da	revolução".
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
© Sociologia Geral48
1)	 Um	dos	pontos	que	será	levantado	nesta	unidade	se	re-
fere	 ao	porque	da	 transformação	do	 tema	da	pobreza	
em	questão	 social.	 Com	 relação	 às	 questões	 sociais,	 a	
literatura	 oferece-nos	 uma	magnífica	 visão	 do	 quadro	
social	 europeu	pós-revolucionário,	 que	é	o	nosso	 foco	
de	interesse	na	unidade.	Sob	a	justificativa	de	que	a	lite-
ratura	é	importante	para	toda	pessoa	de	cultura	univer-
sitária,	qualquer	que	seja	sua	formação,	indicamos	duas	
obras	clássicas:	Os miseráveis,	de	Victor	Hugo,	e	Germi-
nal,	de	Émile	Zola.
2)	 Para	reforçar	a	visão	sobre	a	dimensão	social	dos	acon-
tecimentos	que	compunham	as	realidades	do	cotidiano	
europeu	pós-revolucionário	e	mantendo	a	mesma	 jus-
tificativa	 da	 orientação	 anterior,	 indicamos	 o	 livro	 de	
Charles	Dickens,	Oliver Twist,	 de	 1839.	 É	 um	 romance	
que,	a	partir	de	1948,	foi	adaptado	para	filmes	em	várias	
versões,	 dentre	 as	 quais	 destacamos,	 para	 serem	 sub-
metidas	à	sua	apreciação,	a	adaptação	de	David	Lean,	de	
1948,	e	a	de	Roman	Polansky,	de	2005.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Para	referirmo-nos	ao	surgimento	da	Sociologia,	uma	ciên-
cia	moderna,	é	preciso	que	tenhamos	em	mente	que	isto	ocorre	
em	um	dado	contexto	histórico	que	reflete	as	consequências	do	
desaparecimento	do	sistema	feudal	e	da	consolidação	do	sistema	
capitalista,	temas	que	foram	tratados	na	Unidade	1.
Nesta	unidade,	que	tem	como	tema	o	estudo	científico	da	
sociedade,	será	possível	constatarmos	que	a	reflexão	sobre	os	fe-
nômenos	sociais	tem	uma	longa	tradição,	muito	anterior	ao	sur-
gimento	da	Sociologia	como	ciência.	No	entanto,	muito	diferente	
das	 explicações	 sobre	 os	 fenômenos	 sociais	 apresentadas	 ante-
riormente,	sobretudo	pela	Filosofia,	as	explicações	da	Sociologia	
como	ciência	obedecem	aos	mesmos	princípios	gerais	válidos	para	
todos	os	ramos	de	conhecimento	científico,	mesmo	considerando	
as	peculiaridades	dos	fenômenos	sociais	e	da	abordagem	científi-
ca	da	sociedade.
Claretiano - Centro Universitário
49© U2 - Estudo Científico da Sociedade
Toda	ciência	tem	como	principal	objetivo	explicar	a	realidade	
com	base	na	observação	sistemática	dos	fatos.	Sendo	o	conheci-
mento	científico	garantido	pela	observação	sistemática	dos	fatos	
e	pelas	explicações	fidedignas,	ele	pode	se	transformar	em	instru-
mento	de	intervenção	social	mediante	previsão,	transformação	ou	
mesmo	controle	da	realidade.
Informação Complementar –––––––––––––––––––––––––––––
É importante destacar que a Sociologia como ciência também pretende explicar 
o que acontece na sociedade. Tendo o conhecimento garantido pela observação 
sistemática dos fenômenos sociais, a Sociologia pode transformar-se em ins-
trumento de intervenção social, como, por exemplo, por meio do planejamento 
social.
O planejamento social não é apenas aplicação da Sociologia. No Brasil, há uma 
tendência da economia em conduzir essa atividade (VILA NOVA, 2000).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A	 Sociologia	 nasce	 e	 desenvolve-se	 como	 uma	 forma	 de	
conhecimento	a	partir	das	situações	de	existência	nas	modernas	
sociedades	industriais	e	de	classes.	Em	sua	evolução,	lenta	e	con-
tínua,	os	 fundadores	e	os	pioneiros	dessa	disciplina	mantiveram	
as	 ambições	 intelectuais	 de	 fazer	 do	 conhecimento	 sociológico	
um	instrumento	da	ação.	Eles	entendiam	que	à	Sociologia,	como	
conhecimento	 científico,	 cabia	 oferecer	 métodos	 e	 técnicas	 de	
pesquisa	apropriados	ao	 seu	objeto	de	estudo.	 Já	aos	 seus	pes-
quisadores,	cabia	desvelar	as	relações	sociais	existentes	entre	os	
diferentes	conjuntos	de	indivíduos	ligados	por	alguma	caracterís-
tica	compartilhada.	O	estudo	científico	da	sociedade	demandaria	
apreensão dos	fenômenos	sociais,	mediante	a	observação siste-
mática,	e	sua	compreensão,	por	meio	da	participação.	Assim,	eles	
pretendiam	modificar	a	própria	sociedade	em	que	viviam.
Esses	princípios	deram	–	e	continuam	dando	–	fundamento	
à	 ideia	 segundo	 a	 qual	 a	 Sociologia	 constitui	 uma	 forma	de	 co-
nhecimento	 fruto	das	preocupações	 intelectuais	provocadas	pe-
las	revoluções	industriais	e	político-sociais	que	abalaram	o	mundo	
ocidental	moderno.
© Sociologia Geral50
5. ORIGEM DA SOCIOLOGIA
Embora	a	Sociologia	seja	uma	ciência	moderna	que	surgiu	no	
final	do	século	19,	os	seres	humanos,	ao	longo	de	sua	história,	não	
deixaram	de	observar	e	de	refletir	sobre	as	sociedades	e	os	grupos	
nos	 quais	 vivem.	 Podemos	 encontrar,	 nos	 escritos	 dos	 filósofos,	
dos	pregadores	 religiosos	e	dos	 legisladores	de	 todas	as	civiliza-
ções	e	épocas,	observações	e	ideias	relevantes	para	a	Sociologia.
Qual	seria,	então,	a	diferença	que	distingue	as	preocupações	
com	a	sociedade,	abordadas	pela	Sociologia,	e	o	pensamento	so-
cial	anterior	a	ela?
A	modificação	 radical	 nas	 concepções	da	 vida	 social	 e	nas	
atitudes	humanas,	 em	virtude	do	 surgimento	do	 capitalismo	 in-
dustrial,	é	uma	característica	que	marca	a	diferença	no	teor	das	
preocupações	com	a	sociedade.
Outra	característica	que	destacamos	é	com	relação	à	cres-
cente	convicção	de	que	os	métodos	das	Ciências	Naturais	deve-
riam	e	poderiam	ser	estendidos	ao	estudo	das	questões	humanas,	
ou	seja,	de	que	os	fenômenos	humanos	poderiam	ser	classificados	
e	medidos.	
Destacamos,	 também,	 a	 nova	 visão	 sobre	 a	 pobreza.	 Esta	
passa	a	ser	entendida	como	o	resultado	da	ignorância	e	da	explo-
ração	humana	nas	sociedades	industriais,	e	não	mais	como	um	fe-
nômeno	natural,	um	castigo	da	natureza	ou	da	providência	divina.
Diante	desse	quadro,	sob	duas	 influências	–	o	prestígio	da	
ciência	natural	e	os	movimentos	de	reforma	social	–	os	 levanta-
mentos sociais	passaram	a	ocupar	lugar	importante	na	nova	ciên-
cia	da	sociedade:	a	Sociologia.
O	 levantamento social	não	surgiu,	apenas,	da	ambição	de	
aplicar	os	métodos	das	Ciências	Naturais	ao	mundo	humano;	ele	
surgiu	de	uma	nova	concepção	dos	problemas sociais	e,	também,	
foi	influenciado	pelas	possibilidades	materiais	da	sociedade	indus-
Claretiano - Centro Universitário
51© U2 - Estudo Científico da Sociedade
trial.	Um	levantamento	social	da	pobreza	–	ou	de	qualquer	outro	
problema	social	–	só	tem	sentido	se	for	pautado	na	possibilidade	
de	que	algo	poderá	ser	feito	para	remover	ou	diminuir	tais	males.
Em	1817,	Augusto	Comte,	organizador	da	Sociologia	como	
ciência,	apresenta	um	relato	que	nos	dá	uma	dimensão	da	sua	to-
mada	de	posição	como	cientista	diante	da	realidade	social.	Vamos	
acompanhá-lo?
A Chave das Coisas ––––––––––––––––––––––––––––––––––
A miséria pública é enorme em Paris; o pão é muito caro, e receia-se mesmo que 
venha a faltar. Não se pode dar um passo na rua sem ter o coração partido pelo 
aflitivo quadro da mendicidade; a cada instante encontram-se operários sem pão 
e sem trabalho, e com tudo isso, quanto luxo! Quanto luxo! Ah, como é revoltante, 
quando a tantos indivíduos falta o necessário absoluto! A despeito da aflição ge-
ral, o carnaval é ainda bastante alegre, pelo menos, há muitos bailes, públicos e 
particulares. Ouvi mesmo dizer por pessoas bem sensatas que se dançou neste 
inverno como nunca. Quanto a mim, não posso imaginar como uma gavota ou 
um minueto façam esquecer que mais de trinta mil seres humanos não tenham o 
que comer. Não posso imaginar que se seja tão indiferente, a ponto de se divertir 
loucamente em meio a todos esses desastres. Os governos não se incomodam 
de maneira alguma com esta frivolidade, porque,segundo a observação judicio-
sa que ontem ouvi de uma senhora muito bonita, muito amável e que, no entanto, 
pensa, “quem dança não conspira”. Esta expressão, que é mais profunda do que 
parece, dá bem a chave das coisas (apud MORAIS FILHO, 1983, p. 8). 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Conforme	observamos,	a	existência	da	pobreza	generalizada	
em	meio	às	grandes	e	crescentes	forças	produtivas	foi	responsável	
por	ela	 tornar-se	uma	questão social	 sujeita	a	estudos,	 análises	
e	aperfeiçoamento.	Essa	modificação	de	visão	constituiu	um	ele-
mento	importante	na	convicção	de	que	o	conhecimento	exato	po-
deria	ser	aplicado	à	reforma	social	e,	mais	tarde,	uma	vez	que	o	ser	
humano	estabeleceu	um	controle	cada	vez	mais	completo	sobre	o	
meio	físico,	poderia,	também,	controlar	o	meio	social.
6. A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA “FILHA DA REVOLUÇÃO”
A	Sociologia	é	resultado	da	organização	da	sociedade	indus-
trial,	de	uma	circunstância	histórica	evolutiva,	no	ápice	de	um	pe-
© Sociologia Geral52
ríodo	designado	entre	o	desmoronamento	da	sociedade	feudal	e	o	
surgimento	do	mundo	moderno,	industrial	e	capitalista.	Ela	nasceu	
como	consequência	do	interesse	pela	descoberta	de	que	as	rela-
ções	que	até	então	eram	consideradas	naturais	–	como	é	o	caso	da	
pobreza	–	fossem,	de	fato,	mutáveis	e	históricas.	
As	circunstâncias	históricas	que	estavam	presentes	no	mo-
mento	da	organização	da	Sociologia	ofereceram	elementos	para	
uma	reflexão	sobre	as	transformações,	os	antagonismos	de	classes	
sociais	e	as	crises	experimentadas	pela	então	nascente	sociedade	
urbana	industrial.
Para	 explicar	 os	 novos	 fenômenos	 sociais,	 não	 apenas	 a	
Sociologia,	 mas	 também	 outras	 ciências,	 surgiram	 para	 estudar	
e	explicar	cada	dimensão	da	vida	social	e	de	determinadas	rela-
ções	 sociais,	 como,	por	 exemplo,	 a	Antropologia,	 a	 Economia,	 a	
Ciência	Política,	a	Psicologia	e	o	Direito.	No	entanto,	a	Sociologia	
mantém-se	como	a	única	ciência	que	tem	como	questão	central	
as	interações sociais,	conceito	esse	que	será	objeto	de	nosso	es-
tudo	na	Unidade	4,	quando	 refletiremos	 sobre	alguns	 conceitos	
fundamentais	em	Sociologia.	Por	hora,	vamos	a	uma	prévia	desse	
conceito	por	meio	da	leitura	do	texto	a	seguir.
Interação Social ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A sociedade é, necessariamente, dinâmica; sempre está em processo. Indiví-
duos, grupos, categorias, agregados e estratos sociais agem e reagem, conti-
nuamente, uns sobre os outros, ou seja, estão sempre em interação.
O processo social mais importante é a interação. Todos os processos sociais 
são diferentes tipos de interação. Por isso, a interação é o processo social geral.
A interação só é social quando existem símbolos e significados em jogo, mesmo 
quando as pessoas não têm plena consciência desses componentes da situação 
social.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Desse	modo,	a	 Sociologia	 foi	 a	primeira	 ciência	a	 se	preo-
cupar	com	a	complexa	rede	de	 instituições sociais	e	grupos que	
constituem	 a	 sociedade	 ao	 invés	 de	 estudá-los	 em	 um	 aspecto	
particular.	 Ela	 foi	 a	 primeira	 ciência	 a	 se	preocupar	 	 com	a	 vida	
Claretiano - Centro Universitário
53© U2 - Estudo Científico da Sociedade
social	 como	 totalidade.	 Sua	 concepção	 básica	 é	 a	 de	 estrutura 
social,	 entendida	 como	 interação social	 sistemática	 de	 formas	
de	comportamento	e	de	ação social.	É	por	 isso	que	aspectos	da	
vida	social,	tais	como	a	família,	o	parentesco,	a	religião,	a	moral,	
a	estratificação social	e	a	vida urbana,	despertam	seu	interesse	e	
tornam-se	objeto	de	reflexão,	de	estudos	e	de	pesquisas.	
Anthony	Giddens	 (2001,	p.	2)	escreveu	no	 livro	Em defesa 
da Sociologia	que	a	maior	parte	dos	debates	que	"fazem	as	man-
chetes	intelectuais	hoje,	nas	ciências	sociais	e	mesmo	na	área	de	
humanidades,	é	dotada	de	forte	carga	sociológica",	isto	porque	os	
autores	da	Sociologia	foram	os	pioneiros	em	discussões	científicas	
sobre	a	desigualdade	social;	as	classes	sociais;	o	pós-modernismo;	
a	sociedade	pós-industrial;	a	sociedade	da	informação;	a	globali-
zação;	as	transformações	da	vida	cotidiana,	do	gênero	e	da	sexua-
lidade;	a	natureza	mutável	do	trabalho	e	da	família;	e	a	etnia.
Nossa	vida	apresenta	várias	dimensões,	tais	como	a	política,	
a	 econômica,	 a	 educacional,	 a	 religiosa,	 a	 jurídica	 e	 a	moral,	 as	
quais	se	desenvolvem	e	ocorrem	por	meio	dos	momentos	em	que	
estamos	interagindo	uns	com	os	outros.	Pois,	são	essas	interações	
que	são	o	objeto	de	estudo	da	Sociologia.	É	a	essa	dimensão	so-
cial	da	nossa	conduta	humana	e	das	relações	sociais	que	ela	está	
associada.	Nesse	caso,	se	chegarmos	a	compreender	a	Sociologia	
como	uma	forma	de	pensar,	estaremos	adquirindo	elementos	para	
enxergar	a	 realidade	social.	Poderemos,	então,	observar	que	 to-
das	as	 interações	estão	 relacionadas	entre	si,	embora	possamos	
separá-las	para:
•	 Estudar,	isoladamente,	um	grupo	de	interações	específi-
cas	que	constituem	uma	dimensão	do	social;	nesse	caso,	
fatos	econômicos,	fatos	educacionais,	fatos	religiosos,	fa-
tos	familiares	etc.
•	 Tentar	estabelecer	os	limites	dos	relacionamentos	sociais	
que	compõem	a	existência	humana.
© Sociologia Geral54
Caso	utilizemos	nosso	conhecimento	sociológico	para	enten-
der	a	 realidade,	 conseguiremos	compreender	os	 fenômenos	em	
sua	totalidade	e,	também,	estabelecer	ligações	de	fatos	cotidianos	
com	a	dinâmica	da	sociedade.
No	texto	apresentado	a	seguir,	A revolução tecnológica e os 
espaços de sociabilidade,	temos	algumas	ideias	que	traduzem	um	
modo	 sociológico	 de	 entender	 a	 realidade;	 são	 fatos	 cotidianos	
que	se	ligam	com	a	evolução	da	sociedade.	Refere-se	ao	exemplo	
de	novos	espaços	de	sociabilidade	como	uma	possibilidade	de	es-
tabelecer	relação	entre	a	abertura	de	espaços	de	sociabilidade,	a	
revolução	científico-tecnológica	e	o	aumento	da	violência.
A Revolução Tecnológica e os Espaços de Sociabilidade –––
Nas grandes cidades, abrem-se novos espaços de sociabilidade nos quais as 
pessoas de várias faixas etárias e com diferentes motivações se encontram para 
se conhecer e estabelecer relações sociais. São padarias que abrem espaços 
para café ou sopa noturna; locadoras de vídeo que servem cafés e sorvetes, 
livrarias que criam espaços para conversas e cafés, ou seja, lugares que têm a 
característica de receber um público diferenciado, pessoas que, muitas vezes, 
não se conheciam e que passaram a relacionar-se por meio do espaço virtual 
– internet – e que precisam de um lugar seguro para estabelecer um contato 
presencial inicial.
Esses novos lugares, que substituem, de certo modo, os espaços públicos tradi-
cionais, são criados para oferecer, além de segurança, meios para que as pes-
soas se encontrem, estabeleçam relações, conheçam-se e desenvolvam afinida-
des em função de um interesse comum.
Dessa forma, podemos explicar o surgimento de novos espaços de sociabilida-
de, que substituem os tradicionais parques, jardins e praças, pelo aumento da 
violência, que faz que as pessoas evitem lugares públicos e, também, em função 
das transformações científico-tecnológicas, que, via internet, aproximam as pes-
soas com interesses comuns, pessoas essas que, em determinado momento, 
necessitam de um contato face a face (DIAS, 2005).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Todo	 problema	 social,	 quando	 cuidadosamente	 estudado,	
apresenta	uma	complexidade	muito	maior	do	que	aquela	que	é	
visível.	É	preciso	observar	as	forças	sociais,	as	tendências	e	os	pa-
drões	 que	 podem	 ser	 generalizados.	 Para	 isso,	 é	 necessário	 um	
esforço	 intelectual	para	olhar	e	enxergar	a	conexão	entre	a	vida	
cotidiana	e	os	problemas	sociais,	entre	o	indivíduo	e	a	sociedade	
mais	ampla.
Claretiano - Centro Universitário
55© U2 - Estudo Científico da Sociedade
As	 ideias	que	compõem	a	finalização	deste	tópico,	voltado	
para	breves	 reflexões	 em	 torno	da	 Sociologia	 como	 ciência,	 são	
elaboradas	 com	o	 sentido	de	alertar	para	o	 fato	deque,	nestes	
estudos,	quisemos	apenas	mostrar	que	esta	iniciação	trata,	tão	so-
mente,	de	elementos	mais	gerais	da	Sociologia,	e,	por	essa	razão,	
se	quisermos	adotar	o	modo	sociológico	de	entender	a	realidade	
social,	 precisaremos,	 necessariamente,	 de	 familiaridade	 com	 os	
conceitos	essenciais	e	as	principais	teorias	sociológicas.
É	importante	saber	que,	embora	a	Sociologia	constitua	uma	
ciência,	ela	não	tem	um	corpo	teórico	unificado	que	seja	aceito	de	
forma	unânime.	Há	divergências	de	opiniões	entre	os	pensadores	
da	Sociologia,	e,	do	mesmo	modo,	ela	também	comporta	consen-
so,	o	que,	em	seu	conjunto,	termina	por	oferecer	diferentes	pers-
pectivas,	que	contribuem	para	o	reconhecimento	da	vida	social.
A	Sociologia	contemporânea	tem	vínculos	indissolúveis	com	
os	seus	precursores.	Esses	vínculos	existem,	 justamente,	porque	
não	há	uma	teoria	única,	uma	teoria	que	a	unifique,	e	é	isto	que	
torna	a	Sociologia	tributária	da	orientação	marcada	pelos	pensa-
dores	que	lhe	lançaram	as	bases.	Assim,	mesmo	os	estudos	intro-
dutórios	à	Sociologia,	para	serem	mais	consistentes,	requerem	o	
conhecimento	de	determinadas	obras	básicas	e	de		determinadas	
investigações	importantes,	o	que	exige	familiaridade	com	os	con-
ceitos	essenciais	e	as	principais	teorias.
É	impossível	compreender	a	Sociologia	contemporânea	sem	
ir	até	Augusto	Comte,	Émile	Durkheim,	Karl	Marx	e	Max	Weber.	
Ela	ainda	 integra	o	pensamento	de	seus	precursores	e	continua,	
em	grande	parte,	estudando,	analisando,	pesquisando	e	refletindo	
sobre	as	mesmas	questões	sociais	que	foram	por	estes	levantadas.
Com	 relação	 a	 Augusto	 Comte,	 organizador	 dos	 primeiros	
conceitos	 sociológicos,	 embora	 não	 se	 possa	 pretender	 que,	 no	
século	21,	sua	teoria	sociológica	constitua	fundamento	conceitual	
para	os	cientistas	 sociais,	é	verdade	que	muitos	dos	 seus	 temas	
continuam	na	ordem	do	dia	 com	o	advento	do	estudo	aprofun-
© Sociologia Geral56
dado	 do	 comportamento	 animal,	 com	 a	 Biossociologia	 e	 com	 a	
Etologia.	São	contribuições	de	Comte	para	o	desaparecimento	de	
barreiras	estanques	entre	a	natureza	e	a	cultura.	
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Na	Unidade	1,	você	viu	como	deverá	proceder	para	que	a	au-
toavaliação	tenha	efetividade	em	seu	aprendizado.	Portanto,	siga	
as	mesmas	 instruções	 já	comentadas	anteriormente	e	tenha	um	
bom	aproveitamento!
1)	 Quais	são	as	circunstâncias	históricas	presentes	no	contexto	do	surgimento	
da	Sociologia?
2)	 Por	que	a	Sociologia	é	considerada	a	“filha	das	revoluções"?
3)	 Por	que	os	levantamentos	sociais	se	tornaram	importantes	para	a	Sociolo-
gia?
4)	 Quais	foram	os	temas	em	que	os	autores	da	Sociologia	foram	os	pioneiros	
em	discussões	científicas?
8. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO TEXTO 
O	que	foi	exposto	nesta	unidade,	relativo	ao	surgimento	da	
Sociologia	como	ciência,	pode	ser	traduzido	da	seguinte	maneira:
•	 No	contexto	do	conhecimento	científico,	a	Sociologia	nas-
ce	como	um	conjunto	de	ideias	que	se	preocupou	com	o	
processo	e	o	desenvolvimento	da	 sociedade	 capitalista.	
Nesse	sentido,	ela	é	fruto	da	Revolução	Industrial	e	da	Re-
volução	Francesa.	Ela	buscou	respostas	às	questões	colo-
cadas	pelas	transformações	decorrentes	das	revoluções,	
que,	 em	um	primeiro	momento,	 alteraram	a	 sociedade	
europeia	e,	depois,	o	mundo	todo.
•	 A	Sociologia	como	"ciência	da	sociedade"	não	surgiu	de	
repente	e,	também,	não	resulta	da	reflexão	de	um	único	
autor;	ela	é	resultado	de	um	conhecimento	que	se	desen-
Claretiano - Centro Universitário
57© U2 - Estudo Científico da Sociedade
volve	com	base	nas	grandes	transformações	que	provo-
caram	a	desagregação	do	sistema	feudal	e	a	consolidação	
do	sistema	capitalista.	Serão	essas	as	transformações	que	
constituirão	o	"pano	de	 fundo"	para	o	movimento	 inte-
lectual	que	alterará	as	formas	de	explicar	a	sociedade	daí	
para	frente.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Neste	 tópico,	mantemos	a	proposta	das	 referências	biblio-
gráficas	utilizadas	para	 fundamentação	do	 texto,	ampliadas	com	
algumas	sugestões	para	leitura.	No	entanto,	é	preciso	deixar	claro	
que	aqui	está	uma	seleção	de	textos,	e,	como	toda	seleção,	esta	
também	corre	o	risco	de	ser	reducionista.	Desse	modo,	você	não	
deve	contentar-se,	apenas,	com	o	que	está	aqui	sugerido.	Depois	
de	consultada	esta	bibliografia,	aventure-se	pelos	inúmeros	livros	
que	estão	nas	estantes	das	bibliotecas	à	espera,	aguardando	que	
você	lhes	dê	vida.
DAHRENDORF,	R.	Sociologia	e	sociedade	 industrial.	 In:	FORACCHI,	M.	M.;	MARTINS,	 J.	
S.	Sociologia e sociedade.	Rio	de	Janeiro:	Livros	Técnicos	e	Científicos,	2000,	p.	119-125.
DIAS,	R.	Introdução à Sociologia.	São	Paulo:	Pearson	Prentice	Hall,	2005.
FERNANDES,	F.	Conceito	de	Sociologia.	In:	CARDOSO,	F.	H.;	IANNI,	O.	Homem e sociedade.	
7.	ed.	São	Paulo:	Cia	Editora	Nacional,	1971,	p.	25-34.
GIDDENS,	 A.	Em defesa da Sociologia:	 ensaios,	 interpretações	 e	 tréplicas.	 São	 Paulo:	
Unesp,	2001.
KOENIG,	S.	Significado	e	âmbito	da	Sociologia.	In:	______.	Elementos de Sociologia.	4.	ed.	
Rio	de	Janeiro:	Zahar,	1975,	p.	11-19.
MARTINS,	C.	B.	O que é Sociologia.	3.	ed.	São	Paulo:	Brasiliense,	1994.
MORAIS	FILHO,	E.	Auguste Comte:	Sociologia.	São	Paulo:	Ática,	1983,	p.	8.
VILA	NOVA,	S.	Introdução à Sociologia.	São	Paulo:	Atlas,	2000.
Claretiano - Centro Universitário

Outros materiais