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NUT 1089 - CONTROLE DE QUALIDADE DOS ALIMENTOS Profª Drª Grazielle Castagna Cezimbra Weis Nutricionista e Tecnóloga de Alimentos Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos (DTCA) TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL: CARNES E DERIVADOS CÁRNEOS TECIDO CONJUNTIVO TECIDO ADIPOSO CARNES: COMPOSIÇÃO QUÍMICA COMPONENTES ESTRUTURAIS TECIDO MUSCULAR Conversão do músculo em carne CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Criação Transporte Abate Processamento Armazenamento e distribuição CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Criação Genética Boas práticas de produção: alimentação, biossegurança e bem estar CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Transporte Abate humanitário É caracterizado como um conjunto de etapas técnicas e científicas que visam o bem-estar animal, desde a propriedade rural até a sangria no frigorífico. Os animais devem ser tratados em condições humanitárias, evitando ao máximo sofrimentos desnecessários desde os períodos anteriores ao abate. CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Abate Abate humanitário PORTARIA Nº 365, DE 16 DE JULHO DE 2021: Regulamento Técnico de Manejo Pré-abate e Abate Humanitário e os métodos de insensibilização autorizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Somente é permitido o abate com emprego de métodos humanitários (com prévia insensibilização), seguida de imediata sangria, à exceção de animais abatidos sob preceitos religiosos. Processos: Veículos, instalações e equipamentos Bem-estar animal Manejo pré-abate Manejo abate: insensibilização (mecânicos, elétricos e atmosfera controlada) e sangria Estabelece os métodos humanitários de manejo pré-abate e abate dos animais de açougue e de pescado e os requisitos para seu atendimento, a fim de evitar dor e sofrimento desnecessários. CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Abate Descanso e jejum dos animais (máx. 24h), banho de aspersão Insensibilização (pistola de dardo cativo) Içamento e sangria Lavagem da carcaça Toalete Divisão da carcaça Evisceração Esfola < 30 a 60 seg 3 min Refrigeração da carcaça CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Abate Descanso, jejum dos animais (máx. 12h) e ventiladores Refrigeração da carcaça Pendura Insensibilização: Eletronarcose (banho de água com corrente elétrica) Sangria: corte da artéria carótida e da veia jugular (manual ou mecânica) Sangria: corte da artéria carótida e da veia jugular (manual ou mecânica) Resfriamento Evisceração Depenagem Escaldagem < 12 seg CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Abate Descanso, jejum dos animais (máx. 18h) e banho de aspersão Imobilização e Eletronarcose Sangria Resfriamento Evisceração Retirada casco e toalete Depilação Escaldagem Eletrocussão: recebe um estímulo elétrico na região do peito (fibrilação cardíaca) < 15 seg Atmosfera controlada: CO2,, Gás inerte (argônio e nitrogênio) – hipóxia e perda de consciência < 60 seg CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Refrigeração da carcaça • Temperatura interna das carcaças após o abate: 30 a 39ºC; • Refrigeração das carcaças: temperaturas de 0º a 4ºC. RIGOR MORTIS Temperatura de armazenamento das carcaças determina a velocidade das reações químicas que ocorrem no tecido muscular! CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Refrigeração da carcaça Método usual • Câmara de refrigeração: 0 a 4ºC; • Perda de peso estimada: 2,0 a 2,5%. Método rápido • Câmara de refrigeração (-1 a 2ºC), com umidade relativa 85-90% e circulação de ar de 2 a 4 m/s; • Perda de peso estimada: 1,8%. Método super- rápido • Antecâmara (-8 a - 5ºC, 90% UR, 2 a 4 m/s, durante 2h), seguido para câmara a 0º C, 90% UR e 0,1 m/s; • Perda de peso estimada: 1,3 a 1,4%. 12 a 18 horas≤ 4ºC 18 a 24 horas48 horas • Redução excessivamente rápida da temperatura muscular: rigor de descongelamento e o encurtamento pelo frio; CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Refrigeração da carcaça • Minimizar a desnaturação protéica (pós abate) e redução da velocidade das reações químicas e enzimáticas; • Inibição do crescimento microbiano; PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS • Calor específico da carcaça (relação de carnes magra e gorda da carcaça); • Peso e quantidade de gordura externa; • Temperatura da câmara de refrigeração e velocidade de circulação de ar. FATORES QUE INFLUENCIAM A VELOCIDADE DE REFRIGERAÇÃO CADEIA PRODUTIVA DA CARNE RIGOR MORTIS Durante as horas que se seguem ao abate, inicia-se o endurecimento dos músculos: rigidez cadavérica ou rigor mortis; Ocorrência de transformações físicas, químicas e bioquímicas no músculo após o abate dos animais; MÚSCULO CARNE RIGOR MORTIS E MATURAÇÃO Músculo flexível, elástico e contráctil torna-se rígido, e posteriormente, adquire maciez e libera precursores do aroma Tabela 1. Esquema da produção de energia no músculo RIGOR MORTIS Método Aeróbico Anaeróbico Processos Glicólise - Ciclo de Krebs – Cadeia Mitocondrial Transportadora de Elétrons Glicólise Ingredientes 1 Glicose + 36 Pi + 36 ADP + 6 O2 1 Glicose + 3 ADP + 3 Pi Produtos 36 ATP 6 CO2 + 42 H2O 3 ATP 2 Lactato (ácido lático) + 2 H2O Após abate Glicólise anaeróbica Ácido lático pH músculo União irreversível Actina e Miosina = Complexo Actomiosina RIGOR MORTIS ou RIGIDEZ CADAVÉRICA Ausência ATP RIGOR MORTIS PROTEÍNAS MIOFIBRILARES ACTINA MIOSINA RIGOR MORTIS ou RIGIDEZ CADAVÉRICA Encurtamento definitivo dos sarcômeros COMPLEXO ACTOMIOSINA 1a FASE: RIGOR MORTIS Fase em que ocorre glicólise anaeróbica, produzindo ácido lático; Ausência de ATP, formação do complexo actomiosina O rigor mortis ocorre em média 5 a 12 horas após o abate e perdura por +/- 24 horas (variáveis: glicogênio disponível, espécie) 2a FASE: RESOLUÇÃO Enzimas proteolíticas cálcio dependentes existentes no músculo (CATEPSINAS e CALPAÍNAS) provocam o fim do "rigor mortis" e a maturação própria da carne; Atuam realizando a proteólise das miofibrilas: a carne perde sua rigidez, torna-se macia e desenvolve o sabor típico de carne. CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS FA S E S M A T U R A Ç Ã O pH MÚSCULO RIGIDEZ CADAVÉRICA Enzimas atuação em pH < 5,5 CADEIA PRODUTIVA DA CARNE RIGOR MORTIS O desenvolvimento do processo de rigor mortis muscular é influenciado principalmente: As transformações que ocorrem nas primeiras 24h determinam as características e propriedades da carne e são dependentes do manejo pré e pós-abate; RESERVA DE GLICOGÊNIO pH TEMPERATURA MANEJO PRÉ E PÓS-ABATE RIGOR MORTIS Carregamento, pesagem e transporte dos animais Descarregamento e tempo de espera (jejum) Insensibilização (choque elétrico, pistola pneumática) Sangria Limpeza e lavagem (Remoção do couro, Evisceração e inspeção) Câmara fria (refrigeração da carcaça) E TA P A S D O A B A T E ANTE MORTEM POST MORTEM Técnicas de sacrifício Carnes PSE (Pálida, Flácida e Exsudativa, do inglês “Pale”, “Soft”, and “Exudative”): problemas de estresse no momento do abate (manejo agressivo, problemas na insensibilização) levam a glicólise muito rápida (queda do pH muita rápida), que juntamente com a temperatura alta do músculo, provocam um estado em que a carne libera água, torna-se flácida e com coloração pálida. Carnes DFD (Escura, Firme e Seca, do inglês “Dark”, “Firm”, and “Dry”): problemas de estresse prolongado antes do abate (exercícios físicos, jejum prolongado, contato com animais estranhos) podem esgotar as reservas de glicogênio, impedindo que o pH decline, assim, o músculo passa a reter mais água, ficando estruturado (firme) e de coloração escura. CARNES ANORMAIS IMPLICAÇÕES TECNOLÓGICAS Desnaturação das proteínas miofibrilares Queda pH e elevada temperatura carcaça Diminuição da capacidade de retenção de água CARNES ANORMAIS IMPLICAÇÕES TECNOLÓGICAS pH: 5,8 pH: > 6,0 pH: < 5,8 CARNES ANORMAIS IMPLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 23 PROCEDIMENTOS QUE TORNAM A CARNE IMPRÓPRIA PARA O CONSUMO Sangriamalfeita; Animal abatido em sofrimento; Ambiente do abate sem controle de higienização; Quantidade excessiva de carcaças para resfriamento e maturação; Falta de controle durante as etapas do processamento; Carnes mal processadas utilizadas para o preparo de derivados. PROCEDIMENTOS QUE TORNAM A CARNE IMPRÓPRIA PARA O CONSUMO Fontes de contaminação! CADEIA PRODUTIVA DA CARNE Criação Transporte Abate Processamento Armazenamento e distribuição ALTERAÇÕES NA QUALIDADE DA CARNE Químicas Microbiológicas OXIDAÇÃO LIPÍDICA • Principais causas da perda da qualidade em carnes; • Produção de AG de baixo peso molecular e aldeídos como o malonaldeído (MDA). MÚSCULO ESTÉRILENZIMAS Proteólise: favorece a ação microbiana Lipólise CONTAMINAÇÃO DA CARNE: • Pele, pelo, patas, conteúdo gastrintestinal, leite do úbere; • Equipamentos, mãos e roupas de operários, água utilizada para lavagem das carcaças, equipamentos, locais de abate e armazenamento; Sulfomioglobina Combinação da mioglobina com ácido sulfídrico de origem bacteriana. SISTEMAS DE CONSERVAÇÃO EM CARNES Princípios da conservação Controle e remoção da contaminação por microrganismos; Controle da atividade enzimática: aumento da vida de prateleira; Sistemas de conservação Controle da temperatura: refrigeração e congelamento; Umidade: salga e secagem, desidratação; Atmosfera modificada e controlada; Aditivos alimentares: conservantes; Data Planejamento 10/11 (Teórica, CH 2h) Sistemas de conservação. Propriedades da carne. Alterações químicas e alterações microbiológicas. 16/11 (Prática, CH 3h) Efeitos dos aditivos em produtos cárneos. Identificação de aditivos em produtos cárneos. 17/11 (Teórica, CH 2h) Ingredientes e aditivos em produtos cárneos. 23/11 (Prática, CH 3h) Elaboração de hambúrguer. 24/11 (Teórica, CH 2h) Derivados cárneos: crus temperados, salgados e embutidos frescais e alterações em produtos cárneos. 27/11 (Prática, CH 3h, vale como quinta-feira) Elaboração de linguiça. CRONOGRAMA DE AULAS 07/12 (Prática, CH 3h Visita técnica. Profa. Grazielle Castagna Cezimbra Weis Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos (DTCA) Prédio 63E – Sala 307 E-mail: grazielle.weis@ufsm.br mailto:grazielle.weis@ufsm.br
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