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Padrão de Identidade e Qualidade de Alimentos Proteicos – Carnes Disciplina de Bromatologia Professora Emília Akil emilia.akil@estacio.br CARNES Carnes Segundo o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA; Decreto 30691, 29/02/62) define carne como: o É dito carne a parte comestível dos músculos, incluindo ou não a parte óssea, procedentes de animais abatidos sob inspeção sanitária. o Inspeção sanitária S.I.F. (Serviço de Inspeção federal): garante produtos com certificação sanitária respeitando as legislações vigentes. Tipos de Carnes As carnes podem ser agrupadas pela cor das fibras musculares: oVERMELHAS: bovino, ovinos, suínos, caprinos, búfalo, etc. oBRANCAS: aves (frango, peru, pato, etc) e peixes. Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia Composição da Carne ÁGUA (65 a 80 %) PROTEÍNAS (20 %) Suculência Excelente fonte; Aminoácidos essenciais. Continua... LIPÍDIOS (3 a 13 %) Muito variável Influência na textura e sabor Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia Composição da Carne VITAMINAS (pequenas quantidades, mas significativo) MINERAIS (pequenas quantidades, mas significativo) Complexo B. Fonte de Fe (heme), Zn; Na, K, P, Mg. CARBOIDRATOS (menor que 1 %) Músculo (glicogênio) Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia Composição da Carne GORDURAS DA CARNE o De 3 a 13% da composição química; o Subcutânea e visceral; o Intermuscular: que envolve os músculos. o Intramuscular: entremeada nas fibras musculares. o Promove PALATABILIDADE a carne! Composição da Carne PROTEÍNAS DA CARNE o Segundo componente mais abundante. Proteínas Sarcoplasmáticas Proteínas Miofibrilares • 30 a 35% do total • Solúveis em água • Dividida em 2 grupos: Enzimas Coloração da carne: mioglobina e hemoglobina • Mais abundante (65 a 70% do total. • Insolúveis • Contração muscular (complexo actomiosina): responsável pelas modificações químicas após o abate. Proteínas Tecido conectivo Mais insolúveis e menos digeríveis rigidez da carne PROTEÍNAS SARCOPLASMÁTICAS COR DA CARNE MIOGLOBINA OXIMIOGLOBINA METAMIOGLOBINA OU OU + NO NITROSO-OXIMIOBLOBINA + NO + NO NITROSOMIOBLOBINA NITROSOMETAMIOBLOBINA VERMELHO ESCURO CALOR NITROSOHEMOCROMO (cor característico das carnes curadas) PROTEÍNAS SARCOPLASMÁTICAS COR DA CARNE É a cor dos embutidos? ADIÇÃO DE NITRATOS E NITRITOS (agentes de cura) Fixam a cor. Desenvolvimento de aroma característico; Inibe o crescimento de algumas bactérias (Clostridium botulinum); N-nitrosaminas MANCHAS VERDES NA CARNE CURADA Nitrato – 0,03g/100g Nitrito – 0,015g/100g Portaria nº 1004, de 11 de dezembro de 1998 Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia PROTEÍNAS MIOFIBRILARES CONTRAÇÃO MUSCULAR PROTEÍNAS MIOFIBRILARES CONTRAÇÃO MUSCULAR Sarcômero: - formados por filamentos grossos (miosina) e finos (actina) e delimitados por linhas Z. - Onde ocorre os ciclos de contração e relaxamento muscular. - Ca promove a contração e o ATP promove o relaxamento do complexo actomiosina. PROTEÍNAS MIOFIBRILARES RIGOR MORTIS OU RIGIDEZ CADAVÉRICA Promove alterações na carne Importantíssimo atributo de qualidade da carne!!! Como é o processo de Rigor Mortis?? Rigor Mortis Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia 1) Animal abatido redução dos níveis de ATP e o acúmulo de Ca. 2) Dentro dos músculos, ocorre a contração da actina e da miosina devido a presença do Ca. 3) Mas como tem baixo nível de ATP, não ocorre o relaxamento do complexo actomiosina NÃO DESFAZ O COMPLEXO ACTIOMIOSINA 4) Logo, todos os músculos ficam contraídos e RÍGIDOS RIGOR MORTIS Há DUAS situações ocorrendo simultaneamente A PRIMEIRA É: Esgotamento de ATP Não desfaz complexo actomiosina Contração muscular irreversível Rigor mortis Rigor Mortis Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia MAS o organismo continua tentando produzir ATP através da GLICÓLISE ANAERÓBIA Glicogênio muscular Ácido láctico Abrupta do pH Ácido láctico 1) Inativação das enzimas proteases 2) Desnaturação PTN musculares Há DUAS situações ocorrendo simultaneamente A SEGUNDA É: 1) Enzimas não conseguem hidrolisar (degradar)as proteínas do complexo actomiosina 2) As proteínas das musculatura perdem água Rigor mortis Rigor Mortis Carne exsudada um tempo depois RESOLUÇÃO DO RIGOR MORTIS Processo chamado de MATURAÇÃO Carne após abatida fica de 3 a 4 dias sob refrigeração (15º C). Ocorre a redução LENTA do pH da carne até atingir 5,5. pH (5,5) NÃO OCORRE: 1) Inativação das enzimas musculares 2) Desnaturação das PTN musculares Hidrólise das PTN musculares ocorrendo uma ruptura das fibras musculares (degradando o complexo actomiosina) Amaciamento da carne Qualidade da carne Abate SEM ESTRESSE o O abate é feito de forma HUMANIZADO e SEM ESTRESSAR o animal irá proporcionar acúmulo no glicogênio pós abate. o A carne alcança pH IDEAL para proporcionar qualidade sensorial e para a qualidade mirobiológica. Carnes Defeituosas A carne pode apresentar DEFEITOS, ou seja, apresentar BAIXA QUALIDADE se o abate não for feito corretamente (COM ESTRESSE) ou se o processo de maturação não for feito de forma adequada. Carnes PSE Carnes DFD Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia Carnes Defeituosas (“Dark, Firm, Dry” carnes duras, firmes e secas) CARNES DFD o Ocorre o estresse do animal antes do abate Por que o animal não deve estar estressado no pré-abate? Esgotamento do glicogênio muscular Baixa reserva de glicogênio pós-abate para a glicólise anaeróbica pH final Ambiente desfavorável para as enzimas proteases agirem Não há hidrólise das PTN e nem a ruptura das fibras musculares Não há o amaciamento das carne! Carnes Defeituosas (“Pale, Soft, Exudative” carnes pálidas, moles e exsudadas) CARNES PSE o Principalmente quando há PROBLEMAS COM A MATURAÇÃO Quando não há controle da redução do pH da carne Acelera o processo de Rigor Mortis Abrupta do pH 1) Inativando as enzimas proteases 2) Desnaturação PTN musculares Carne exsudada, mole e pálida (perda do valor nutritivo) Pescado Pescado Segundo o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA; Decreto 30691, 29/02/62) define PESCADO como: o Denominação genérica para peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e mamíferos de água doce ou salgada utilizados na alimentação humana”. Decomposição do Pescado POR QUE OS PEIXES SÃO MAIS PERECÍVEIS? Menor reserva de glicogênio devido ao estresse extenuante que sofrem em sua morte: pH final (6,3) 1) Ácido láctico Ambiente favorável para a contaminação e o crescimento microbiano 2) Elevado conteúdo de água 3) Produção de muco na superfície 4) Rica microbiota natural (alto valor de bactérias psicrófilas e psicotróficas que atuam bem em 20ºC); 5) grande aporte de nutrientes PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DE DETERIORAÇÃO NAS CARNES ALTERAÇÕES NA COR E AROMA DE PUTRETAÇÃO Contaminação por MO Fermentação anaeróbica de proteínas Formação de compostos amoníacos e sulforados - Odor e sabor: putrefação - Cor: verde H2S (gás sulfídrico): reage com a mioglobina – formação se sulfomiogllobina Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia PRINCIPAIS ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE PROVAS DE ÉBER Determinação de gás amoníaco Determinação de gás sulfídrico Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia PRINCIPAIS ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE PROVAS DE ÉBER Determinação de gás amoníaco Adiciona reativo de Éber (HCl concentrado) Os vapores do HCl em contato com os compostos amoníacos da carne contaminada forma o composto cloreto de amônia de fumaça branca– indicado resultado positivo. Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia PRINCIPAIS ANÁLISES DE CONTROLE DE QUALIDADE PROVAS DE ÉBER Determinação de gás sulfídrico Indica estágios mais avançados de decomposição da carne. Utiliza papel de filtro umedecido com plumbito de sódio. Gás sulfídrico reage com o plumbito produzindo sulfeto de chumbo (de coloração escura) ocasionando manchas no papel de filtro. Profa. Dra. Emília Akil Bromatologia
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