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PROVA II QUIMICA FARMACEUTICA RESUMO (1)

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PROVA II – QUÍMICA FARMACÊUTICA 
 
INTRODUÇÃO AOS ANTIMICROBIANOS 
O termo quimioterápico foi criado no século XX, para descrever o uso de compostos químicos sintéticos 
capazes de destruir agentes infecciosos. A definição foi ampliada para incluir os antibióticos, que são 
substâncias produzidas por microrganismos que matam ou inibem o crescimento de outros microrganismos. 
O termo quimioterapia é aplicado também ao uso de produtos químicos (naturais ou sintéticos) utilizados 
para inibir o crescimento de células malignas ou cancerosas no organismo. Quimioterapia é o tratamento de 
doenças por meio de substâncias químicas que afetam o funcionamento celular. 
• O termo inicial usado para definir antibióticos: antagonismo dos seres – antibiose. Antibiótico: 
substância produzida por microrganismos, como bactérias, fungos e actinomicetos, antagonista ao 
desenvolvimento ou a vida de outros microrganismos em altas diluições no meio bioquímico do 
nosso corpo. 
 
**As sulfas são obtidas exclusivamente por síntese química, pertencem ao grupo dos antibióticos. 
Toxicidade seletiva: matar ou inibir o microrganismo sem afetar o hospedeiro. É a característica essencial 
de um antibiótico ou quimioterápico, ou seja, o fármaco deve atuar sobre os microrganismos invasores, 
preservando o bem estar do usuário. 
A toxicidade seletiva é determinada através de um valor quanto mais distante a 
dose tóxica for da dose terapêutica, mais seguro é o composto. 
A toxicidade seletiva pode ser obtida de duas maneiras: 
• 1. Quando o fármaco bloqueia uma reação que é vital ao microrganismo invasor, mas não ao 
hospedeiro – Antibióticos que inibem a síntese da parede celular bacteriana, como os 
betalactâmicos. 
• 2. Quando o antibiótico bloqueia um processo que é vital tanto ao hospedeiro quanto ao micróbio, 
mas os efeitos são exercidos predominantemente contra o microrganismo – ação das sulfonamidas 
na síntese de ácido fólico. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS 
Quanto a origem: 
• Naturais: penicilinas, cefalosporinas, tetraciclinas, gentamicinas, tirotricina. Obtidos de forma 
natural, através da fermentação/do crescimento de microrganismos. 
• Semi-sintéticos: penicilinas e cefalosporinas modificadas. A partir de um antibiótico obtido 
naturalmente são feitas alterações químicas em sua estrutura. 
• Sintéticos: cloranfenicol. Obtido por síntese química. 
 
Quanto ao espectro de ação: tem haver com a sua constituição química 
• Predominantemente contra Gram-positivos – penicilinas, cefalosporinas, eritromicina; 
• Predominantemente contra Gram-negativas – neomicina, gentamicina, polimixina B; 
• Amplo espectro – cloranfenicol, tetraciclinas, ampicilina; 
• Predominantemente contra micobactérias – estreptomicina, ciclosserina; 
• Predominantemente contra fungos – griseofulvina, nistatina, anfotericina B; 
• Antiblásticos ou antineoplásicos – bleomicina, sarcomicina; 
• Antiamebianos – fumagilina, paromomicina. 
Quanto a estrutura química: 
• Derivados do ácido 6-aminopenicilânico (6-APA) – penicilinas; 
• Derivados do ácido 7-aminocefalosporânico (7 ACA) – cefalosporinas; podem ser classificados 
também como betalactâmicos; 
• Anfenicóis – cloranfenicol; 
• Derivados de hidrocarbonetos aromáticos polinucleares – tetraciclinas, ansamicinas; 
• Heterosídeos macrolídeos – eritromicina. 
• Aminoglicosídeos – neomicina, gentamicina e estreptomicina; 
• Derivados do grisano – griseofulvina; 
• Poliênicos – nistatina, anfotericina B; 
• Polipeptídeos – bacitracina, polimixina; 
• Lincomicinas e derivados; 
• Diversos. 
Quanto ao mecanismo de ação: 
• É importante saber que as bactérias possuem uma anatomia diferente, tanto a célula Gram positiva, 
quanto a negativa, isso é um benefício, pois podemos condicionar os antibióticos para uma ou para 
outra estrutura; 
• O mecanismo de ação dos antibióticos é condicionado, em grande parte, pela anatomia bacteriana. 
Os antibacterianos podem atuar SELETIVAMENTE nas células bacterinas, NÃO agindo na célula animal, 
devido as diferenças em suas estruturas, a parede celular bacteriana é essencial para sua sobrevivência. 
• Cocos Gram-positivos tem sua parede bastante espessa, formada por peptidoglicano (constituído de 
60% de mucopolissacarídeos). 
• Cocos Gram-negativos também tem peptidoglicano na constituição de sua parede, além de 
lipopolissacarídeos e porinas e lipoproteínas. 
• As Gram positivas possuem ácidos teicóicos e muitas camadas de peptideoglicano, enquanto as Gram 
negativas não possuem ácidos teicóicos, possuem uma ou poucas camadas de peptideoglicano, além 
de possuíres a camada de lipopolissacarídeos. 
 
 
PRINCIPAIS MECANISMOS DE AÇÃO: 
• Antibióticos que afetam a síntese da parede celular; 
• Antibióticos que afetam a membrana citoplasmática; 
• Antibióticos que afetam a síntese proteica; 
• Antibióticos que interferem na replicação do cromossoma; 
• Antimetabólitos. 
INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR 
Estes agentes são eficazes durante a fase de crescimento logarítmico do ciclo celular, período em que está 
sendo produzido novo material constituinte da parede celular. Atuam em pontos específicos nesta via. 
Ex.: penicilinas atuam nesse ponto, em grupos específicos de enzimas. Grupo dos betalactâmicos bloqueia 
enzima transpeptidase, impedindo a ligação cruzada que seria formada entre reticulócitos através dessa 
enzima. 
A enzima transpeptidade é a enzima que atua na formação das ligações cruzada, essa enzima está ligada na 
membrana externa da parece celular, contém um resíduo de serina em seu sítio ativo, essa serina age como 
nucleófilo, rompendo as unidades D-alanina; D-alanina, separando as duas, então a enzima transpeptidase 
com seu resíduo de serina faz esse rompimento e as duas alaninas são separadas indo cada uma para uma 
cadeia peptídica. O QUE ACONTECE ENTÃO: essa unidade alanina – alanina onde a enzima vai entrar, 
estruturalmente é muito semelhante as penicilinas, então o mesmo resíduo de serina ataca 
nucleofilicamente o anel betalactâmico, então esse anel se rompe e como a penicilina tem uma estrutura 
cíclica, essa estrutura se abre, mas fica presa a enzima, uma vez presa a penicilina bloqueia e a cadeia de 
peptídeo não consegue mais chegar até a enzima. 
 
 
 
Principais mecanismos, onde podemos ver os compostos que atuam bloqueando a síntese da parede celular 
bacteriana. 
INIBIDORES DA SÍNTESE DO PEPTIDOGLICANO 
As penicilinas, cefalosporinas, carbapenemas e monobactâmicos, vimos que se ligam a enima transpeptidase 
bloqueando a ação dessa enzima na formação da parede celular, na etapa de reticulação. Na etapa anterior 
temos a ação da bacitracina, fosfomicina (se ligam ao transportador lipídico que é responsável pelo 
transporte do ácido N-acetilmurâmico ao pentapeptídeo) e vacomicina (se liga a unidade do ácido N-
acetilmurâmico e também a N-acetilglicosamina bloqueando a sua incorporação ao pentapeptídeo) e 
anteriormente ainda a cicloserina (que impede a formação do resíduo D-alanina – D-alanina). 
ANTIBIÓTICOS QUE AFETAM AS MEMBRANAS CELULARES 
A ruptura da membrana celular ou a alteração de sua permeabilidade resulta normalmente em inibição do 
crescimento ou morte da bactéria. 
A membrana citoplasmática apresenta uma constituição de 66% de proteínas e 33% de lipídeos e devido a 
essa composição isso garante a permeabilidade seletiva, ou seja, a entrada e saída de elementos nocivos é 
regulada por essa membrana citoplasmática. 
Essa membrana citoplasmática é formada por uma dupla camada de fosfolipídeos e proteínas espaçadas, 
algumas proteínas estão associadas a glicídios, formando glicoproteínas. 
• Os antibióticos que interferem na permeabilidade da membrana citoplasmática são chamados de 
BACTERICIDAS. 
• O efeito se manifesta mesmo nos germes em inatividade de biossíntese. 
Alterações físico-químicas da membrana levam a morte da bactéria, havendo perda de elementos vitais 
como purinas e ácidos nucleicos,ou a entrada de substâncias nocivas ao metabolismo bacteriano, além 
disso, a morte pode ocorrer por alterações do sistema respiratório da célula. 
 
 
Polimixina é classificada como antibiótico polipeptídico heteromérico porque tem a porção aminoácido e 
porção lipídica. 
A Polimixina se coloca nas camadas de fosfolipídeos rompendo-os, destruindo a característica normal de 
permeabilidade da membrana, deixando escapar substâncias essenciais da célula, levando a morte celular. 
Os antibióticos que agem na membrana plasmática possuem grupamentos básicos e uma cadeia lateral de 
ácidos graxos. 
O ácido graxo quando alcança a membrana plasmática ele “mergulha” a parte lipídica e a porção básica 
permanece na superfície e isso promove a desorganização da membrana, resultando na saída de 
componentes celulares, levando a morte da célula bacteriana. 
INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 
A maioria dos antibióticos deste grupo atua como inibidor da síntese proteica ligando-se ao RIBOSSOMO 
bacteriano. 
• O rompimento da síntese de proteínas significa que proteínas e enzimas necessárias para 
sobrevivência da célula são serão formadas. Agentes que interrompem a síntese proteica incluem: 
rifamicinas, aminoglicosídeos, tetraciclinas e cloranfenicol. 
Ribossomos: nas células animais os ribossomos estão ligados ao retículo endoplasmático, mas nas bactérias 
estão fixados a membrana citoplasmática. São partículas formadas de ácido ribonucleico e proteínas, 
constituídas de duas partes: uma que sedimenta em 30 S (decodificação do RNAm); outra que sedimenta 
em 50 S (ligações peptídicas). 
A síntese proteica então, é um mecanismo de produção de proteínas determinada pelo DNA e isso ocorre 
em duas fases: a fase de transcrição e a fase de tradução. 
A inibição de síntese proteica compreende um processo trifásico: 
• Formação de um complexo de iniciação; 
• Alongamento da cadeia peptídica 
• Terminação e liberação da proteína recém-sintetizada. 
A síntese proteica pode sofrer interferências em várias fases de seu desenvolvimento: 
• Na formação do RNAm 
• Na fixação do RNAm ao ribossoma 
• Por alterações no ribossoma 
• Na fixação do RNAt ao ribossoma 
• Nas reações de formação do polipeptídeo. 
Esses são os principais locais de interferência dos antimicrobianos durante a síntese proteica. 
 
INIBIDORES DA SÍNTESE DE ÁCIDO NUCLÉICOS 
Quinolonas, Fluoroquinolonas (se ligam a enzimas impedindo o desenrolamento da fita do DNA) e 
Rifampicina (tuberculostático – inibem a síntese do RNA, ligando-se a RNA polimerase). 
ANTIMICROBIAOS COM ATIVIDADES ANTIMETABÓLICAS 
Atuam sobre metabolismo intermediário – ESPECIFICAMENTE – impedem síntese do ÁCIDO FÓLICO pela 
bactéria. 
 
 
As sulfas são estruturalmente parecidas com o PABA. 
O PABA se liga a enzima, nesse caso as sulfas competem com o PABA, e a sulfa tomando o lugar do PABA 
não vai haver a formação do ácido diidrofólico, não vai haver formação de ácido fólico. 
 
 
 
 
 
Antimicrobianos - Betalactâmicos 
Em 1928 A. Fleming observou placas contendo microrganismos, havia o crescimento de fungos e ao redor do fungo 
não houve o crescimento das bactérias. Isso comprovou que no fungo havia alguma substância que inibia o 
crescimento bacteriano, deu o nome de penicilina essa substância que estava presente na cultura de fungo. 
Em 1940, Ernst Chain e Howard Florey retomaram os experimentos de Fleming e conseguiram a obtenção da 
substância em uma quantidade maior, ganhando o prêmio nobel em 1945. 
Em 1955 Hodgkin descobriu a estrutura química da penicilina. 
A penicilina é obtida naturalmente a partir de processos fermentativos de fungos, e sua molécula sugere que ela seja 
derivada dos aminoácidos cisteína e valina. 
A cadeia lateral do mouse, diferencia as duas penicilinas 
naturalmente obtidas, Benzil G, e V, essa obtenção tem a 
ver com a composição do meio de fermentação. 
Quando o meio de fermentação tem altos níveis do ácido 
fenilacético teremos a benzil penicilina, quando o meio 
tem quantidade maior de ácido fenoxiacético, teremos 
fenoximetil penicilina. 
 
 
A partir da 
fermentação desse 
fungo Acremonium 
chrysogenum teremos 
a Cefalosporina C 
também classificada 
como betalactâmica. 
 
 
Penicilina possui um sistema bicíclico instável, ou seja, tem esse 
anel betalactâmico fundido com anel tiazolidina, é a partir da 
porção ácido 6-aminopenicilanico que obtemos outros tipos de 
penicilina. 
 
 
 
Cefalosporina C ocorre o isolamento do ácido 7-aminocefalosporina e a 
partir dele teremos a obtenção semi sintética. 
 
 
 
 
 
Produto de hidrólise das penicilinas: 
Esse anel betalactâmico é bastante reativo e sofre ação 
desintegrada formando ácido, o carbono ligado ao C=O 
betalactâmico é bastante eletrofílico, essa ligação se 
rompe e perde a atividade. 
 
 
Ataque ao carbonila da cadeia lateral: 
Da mesma forma, a cadeia lateral 
pode atacar o carbono C=O 
betalactâmico, o N que 
compartilha os elétrons com o C, 
rompe o anel deixando inativo. 
 
A Penicilina G é um composto que se degrada, não podendo ser utilizada via oral, sofre ação de beta lactamases. 
 
Obtenção de matéria-prima para a semi-síntese dos antibióticos betalactâmicos 
São obtidos de forma natural, penicilina G e V e cefalosporina C, a partir da hidrólise enzimática, teremos isolado os 
ácidos correspondentes e que a partir deles teremos os betalactâmicos semi sintéticos. No caso da penicilina, iremos 
isolar o ácido 6-aminopenicilânico (6-APA) e cefalosporina C isolamos o ácido 7-aminocefalosporânico (7-ACA). 
 
Semi-síntese dos antibióticos penicilínicos e cefalosporínicos 
A partir desses ácidos por um agente 
acilante teremos um radical ligado a 
estrutura betalactâmica. 
 
 
 
 
 
Representação esquemática de diferenças entre bactérias Gram-positivas e negativas 
Gram-positiva tem espessa camada de 
peptídeoglicano e sua parede celular, nos 
gram-negativos temos a camada bem 
menor do peptideoglicano e uma camada 
externa de polissacarídeos. 
 
 
 
Parede celular bacteriana 
Formada do peptideoglicano no sistema reticular, onde teremos peptídeos e uma porção ácido n-acetilmurâmico 
(NAM), n-acetilglicosamina (NAG), fazem reticulócito. Nos gram-positivo observa-se a composição da camada do 
peptideoglicano e dos gram-negativo bem menor. 
 
Transpeptidase bacteriana 
Na formação da ligação cruzada do 
peptídeoglicano. 
As enzimas transpeptidases separa os 
resíduos da cadeia peptídica na formação 
da parede celular, separando as alaninas, 
entra outro aminoácido como glicina e se 
reproduz nessa cadeia peptídica liberando a 
enzima transpeptidase, ela livre forma 
cadeia peptídica. 
 
Na fase final da biossíntese da parede 
celular, as cadeias peptídicas estão ligados entre si pelo deslocamento de d-alanina de uma cadeia pela glicina em 
outra. 
As transpeptidases rompem a cadeia e eles se ligam a outro aminoácido completando a parede celular, e a enzima 
transpeptidase fica livre para formar peptideoglicano. 
As penicilinas são exclusivamente semelhantes ao resíduo de alanina, então a enzima ataca o C betalactâmico dessa 
forma rompe o anel e fica ligado, a cadeia peptídica que está esperando a alanina para se ligar, não terá com quem se 
ligar e é bloqueado, pois as enzimas transpeptidases são inibidas pelo betalactâmico. 
Se a penicilina está atuando como um inibidor para um d-Ala-d-Ala isso fornece outra explicação para a falta de 
toxicidade. Como não há segmentos d-aminoácidos ou d-Ala-d-Ala em qualquer proteína humana, é improvável que 
as enzimas proteases de serina reconheceriam o segmento ou a penicilina em si. Como resultado, a penicilina é 
seletiva para a enzima transpeptidase bacteriana e é ignorado pelas próprias proteases de serina da proteína da célula 
humana. 
A penicilidade é seletiva para as transpeptidases bacterianas e isso explica a toxicidade seletiva das penicilinas na 
parede celularda bactéria, pois primeiro que a célula animal não tem parede celular, então no caso as penicilinas não 
teriam nenhuma ação nos animais. Se enzima se liga na penicilina bloqueia pelo complexo enzima-penicilina. 
Semelhança estrutural entre penicilina e o grupo terminal do peptideoglicano. 
Essas bactérias uma vez sensibilizadas desenvolvem um 
mecanismo contrário, que são as beta lactamases. 
 
 
 
 
 
 
 
Mecanismo de ação dos beta-lactâmicos: interferência na formação da parede celular bacteriana 
Penicilina se junta ao anel 
betalactâmico formando o composto 
3. 
Mesma coisa acontece com 
cefalosporinas, porém, elas são 
menos reativas que as penicilinas, 
devido ao N da penicilina fortemente 
nucleofílico, segura os elétrons, 
deixando o C suscetível ao ataque das 
transpeptidases. 
Nas cefalosporinas, como tem o anel 
com dupla ligação, os elétrons ficam 
mais emparelhados. 
Cefalosporinas são menos reativas que penicilinas, por isso deve haver um bom grupo abandonador em C-3 para 
facilitar a abertura do anel b-lactâmico quando este for atacado pela transpeptidase. 
A reatividade peculiar do anel beta-lactâmico 
C=O altamente suscetível para nucleófilos 
NÃO se comporta como amida 3ª normal 
No sistema cíclico, os ângulos são de 90°, não compartilha os elétrons da mesma 
forma, não formando dupla ligação, os elétrons ficam no N, deixando o C da 
carbonila bastante eletrofílico, ficando mais suscetível a um ataque do que um C de 
amida de cadeia aberta. 
 
Numa amida de cadeia aberta, tem no 
N, compartilha os elétrons formando 
uma dupla ligação. 
Os ângulos de ligação para dupla ligação 
são = 120° 
ângulos do anel beta lactâmico são 
restringidos a 90° 
par de elétrons tá localizado N e a C=O 
torna-se mais eletrofílica que o esperado p amida 3ª. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relações Estrutura-Atividade em penicilinas 
O anel é essencial para a atividade 
pois na formação da parede 
transpeptidase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instabilidade dos compostos Beta-Lactâmicos 
A abertura do anel 
beta-lactâmico anula 
o efeito antibiótico, 
pois torna o produto 
inativo. 
 
Porque o anel beta-lactâmico é essencial? Pois ele tem que ser similar a estrutura do resíduo alanina alanina, deve-se 
preservar a similaridade. 
Hidrólise em meio ácido com auxílio da cadeia lateral: 
Grupo acil vizinho pode 
participar ativamente de um 
mecanismo para abrir o anel. 
 
 
 
 
 
 
 
O problema da sensibilidade ao ácido é facilmente resolvido: um grupo de retirada de elétrons na cadeia lateral de 
acila. 
 
 
Penicilinas resistentes ao meio ácido 
A fenoximetilpenicilina 
(penicilina V) tem um oxigênio 
eletronegativo na cadeia 
lateral de acila, com o efeito de 
remoção de elétrons 
necessário. Isso faz com que 
não permita o ataque do C, 
perde um pouco da sua 
reatividade, isso faz com que a 
molécula tem melhor 
estabilidade ácida do que a 
penicilina G e é estável o 
suficiente ao ácido no 
estômago, por isso pode ser 
administrado por via oral. 
Então, das duas penicilinas obtidas naturalmente, a G e V, a V pode ser utilizada via oral pois ela é mais protegida ao 
ataque. 
A inserção de uma amina (ampicilina e amoxicilina), da mesma forma, aumenta a estabilidade em meio ácido, então a 
introdução de elementos eletronegativos de cadeia lateral faz com que tenhamos uma maior estabilidade em meio 
ácido. 
Inativação pela ação Beta-lactamase 
Em 1960 começou uso 
generalizado de penicilina 
G, começaram a aparecer 
bactérias resistentes a 
penicilina, pela formação 
de enzimas que 
inativavam a ação da 
penicilina. 
Essas beta-lactamases 
são enzimas que estão 
nas membranas celulares 
da bactéria, elas rompem 
o anel beta-lactâmico, 
deixando sem atividade. A abertura do anel beta-lactâmico anula o efeito antibiótico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Penicilinas resistentes a Beta-lactamase por inserção de grupo volumoso na cadeia lateral 
Para resolver o problema da inativação 
pela ação da beta-lactamase se propos 
que penicilinas resistentes a beta-
lactamase seriam obtidas pela inserção 
de um grupo volumoso. O objetivo seria 
o bloqueo do acesso do fármaco ao sítio 
ativo da beta-lactamase, as beta-
lactamases não conseguiriam chegar ao 
C devido a introdução do grupo 
volumoso, porém, o volume do grupo 
deve ser devidamente controlado para 
não prejudicar a ação antibiótica e 
permitir que a penicilina ligue-se a 
enzima alvo. Um grupo volumoso pode 
interromper a ligação das 
transpeptidases e interromper a sua ação. 
Meticilina foi a primeira penicilina semi-sintética, resistente as beta-lactamases. 
Penicilinas resistentes a Beta-lactamase 
A meticilina e nafcilina são ácido sensível, e também 
alguns efeitos colaterais são ligados a esses 
compostos, então eles são fármacos de reserva. 
O objetivo da meticilina foi de resistência a beta-
lactamase, inserção de um grupo volumoso na 
cadeia lateral. 
Penicilinas duplamente otimizadas: 
Penicilinas resistentes a Beta-lactamase e ao meio ácido 
Através da introdução 
do anel isoxazolil: 
escudo estérico (grupo 
volumoso que impede a 
inativação das beta-
lactamases) e retirador 
eletrônico, protegendo o ataque C do anel beta lactâmico. 
Penicilinas de espectro ampliado a espécies Gram-negativas 
As penicilinas se da em cocos gram +, sua ação se da a inibição da 
formação do peptideoglicano. 
 
 
Nos Gram -, o peptideoglicano é menor porém em cima da cadeia de 
peptideoglicano, temos uma membrana formada de 
lopopolissacarídeos, temos canais. Acontece que os compostos 
precisam chegar ao peptideoglicano para inibir o crescimento da parede 
celular, então grupamentos hidrofílicos foram introduzidos na cadeia 
lateral, dessa forma, teremos o aumento da hidrossolubilidade da 
molécula facilitando a entrada por difusão por porinas da membrana 
externa de bactérias gram-negativas. 
 
 
 
 
Penicilinas de espectro ampliado a espécies Gram-negativas 
 
Em amarelo/rosa temos as 
carboxipenicilinas e em branco/azul as 
penicilinas com aminas. 
As carboxipenicilinas deixam os 
compostos mais hidrofílicos para 
penetrar na membrana chegando no 
peptideoglicano no caso dos gram -. 
Apenas um dos isômeros óticos da 
carbenicilina é ativo: possível interação 
da carboxila com sítio extra na enzima 
alvo. 
Ampicilina e Amoxilina: Mal absorvidas 
pela parede intestinal tanto o grupo 
amino como o grupo carboxílico são ionizado. Para melhorar a absorção, se faz uso de pró-fármaco. 
Uso de um pró-fármaco onde um dos grupos polares é mascarado com um grupo protetor que pode ser removido 
metabolicamente. 
 
 
Classe mais nova de penicilidas de 
amplo espectro. 
Geralmente melhor espectro que 
carboxipenicilinas. 
Detaque a piperacilina, que é uma 
penicilina anti-pseudomonas, são 
gram -, produtores de beta-
lactamase. 
 
 
Pró-fármacos de ampicilina empregados para incremento na absorção oral 
A bacampicilina e a sultamicilina são pró-
fármacos que, após hidrólise no plasma 
por esterases, liberam os fármacos 
antibióticos ampicilina. A hidrólise da 
bacampicilina libera ácido propiônico e 
acetaldeído (o qual é convertido a ácido 
acético). 
 
Qual a vantagem do uso de 
bacampicilina e do uso da sultamicilina 
em relação à ampicilina? São ésteres que 
irão facilitar/melhorar a absorção, sendo 
pró-fármacos que depois são liberados 
metabolicamente. 
 
 
Sais de penicilinas de baixa hidrossolubilidade: ação antibiótica prolongada 
Benzilpenicilina-procaína não pode 
ser utilizada por via oral em função 
de ser suscetível em meio ácido, 
então são utilizadas por via 
parenteral. 
A Penicilina cristalina que é aquosa, 
é intravenosa. 
A protcaína e benzatina são 
intramusculares que deve ser em 
veículo oleoso para forma 
depósito, isto é, a absorção é bem 
lenta, então tem tempo de ação 
prolongado. 
 
 
 
 
 
 
Resumo de penicilinas.Penicilina de escolha: piperacilina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cefalosporinas 
1940 – Itália 
1948 – Universidade Oxford – isolada Cefalosporina C - natural, possui 
um anel dihidrotiazinico, possui pouca atividade. 
1961 - Estrutura - cristalografia 
Semelhanças com a penicilina: 
• Sistema bicíclico 
• anel β-lactâmico de 4 membros fundido a um anel de di-hidrotiazina 
de 6 membros (penicilina é anel de 5) 
• Cefalosporinas são derivadas dos mesmos precursores da penicilina 
(aminoácidos cisteína e valina). 
Algumas características da cefalosporina C: 
1. Difícil de isolar e purificar devido à polaridade da cadeia lateral; 
2. Baixa potência (1/100 da penicilina); 
3. Nenhuma absorção oral; 
4. Baixa toxicidade; 
5. Baixo risco de reações alérgicas; 
6. Relativamente estáveis à hidrólise ácida, quando comparadas com as penicilinas; 
7. Mais estáveis do que as penicilinas frente às beta-penicilases; 
8. Boa relação de atividade contra bactérias Gram - e Gram +. 
 
Importância: serve como ponto de partida para síntese de análogos por modificação molecular do 7-ACA, através de 
processos fermentativos haverá a criação das cefalosporinas otimizadas, divididas em gerações, semi-sintéticas. 
 
 
 
Relação Estrutura-Atividade em cefalosporinas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Grupo abandonador é essencial para a atividade pois deixa o N mais hidrofílico, deixando o C suscetível ao ataque das 
transpeptidases. 
Cefalosporinas O-acetiladas: Mecanismo de inativação 
 
Transpeptidase ataca o 
C do anel beta 
lactâmico, torna um 
bom grupo retirador de 
elétrons, atraindo os 
elétrons, e 
estabilizando, o C fica 
mais eletrofílico, onde 
as transpeptidases se 
ligam. 
A cefalotina é um bom 
grupo abandonador de 
elétrons. 
O grupamento ácido 
livre ocorre nova 
configuração por 
lactonização 
espontânea. 
Mesma coisa que as penicilinas, 
tem a Serina da enzima, atacando o 
C e ligando-se a molécula, 
importância da cadeia lateral para 
atrair os elétrons ligados ao N. 
 
 
Cefalosporinas de 1ª geração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Boa absorção, ruim para a atividade, devido a Metila não ser um grupo retirador de elétrons, deixa o N livre para 
compartilhar os elétrons com o C, estabilizando o anel, é importante os R" ligados a posição 3. 
Cefalosporinas de 2ª Geração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Melhora a atividade contra gram -, sem perder o espectro de atividade contra gram+, essas modificações se dão pela 
cadeia lateral. No grupo de oximenocefalosporinas tem a presença de =N-O- (imino metoxi). Cefoxitina, composto 
derivado da cefamicina, tem uma subclasse da cefalosporina que insere um grupamento Y, conferindo resistência as 
beta lactamases, importante para impedir a ação das beta lactamases mesmo sendo um grupo pequeno serve como 
um escudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cefalosporinas de 3ª Geração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A substituição do furano com um anel aminotiazol aumenta a penetração das cefalosporinas na membrana externa 
das bactérias gram -, além que pode aumentar a afinidade por enzima transpeptidase. Esse anel substituído melhora a 
atividade contra gram - e também melhora contra gram + já que aumenta a afinidade por enzima transpeptidase, na 
verdade é a inibição da parede celular, tanto pra positivo ou negativo, faz chegar até o peptideoglicano. 
 
 
 
 
 
Cefalosporirna de 4ª Geração 
Incremento na sua estrutura, nas atividades antipseudomonas, e algumas enterobactérias resistentes aos agentes de 
3ª geração. 
 
 
Cefalosporinas: Espectro de atividade 
1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração 4ª Geração 
✓ Boa atividade contra 
Gram positivos; 
 
✓ Estreptococos do grupo 
A beta-hemolítico; 
 
✓ Estreptococos do grupo 
B; 
 
✓ Não são 
significantemente ativos 
contra Gram negativos. 
✓ Retém atividade contra 
Gram positivos; 
 
✓ Melhora atividade 
contra Gram negativos: 
Acinetobacter, Citrobacter, 
Enterobacter, Escherichia 
coli, Klebsiella, 
Neisseria, Proteus, 
Providencia, Serratia 
✓ Menos ativos contra 
Gram positivos; 
 
✓ Mais ativos contra Gram 
negativos que 1ª e 2ª 
Gerações (utilizados 
contra cepas resistentes 
causadoras de infecções 
hospitalares). 
✓ Mais ativos contra Gram 
positivos que a 3ª 
Geração; 
 
✓ Mantém espectro 
contra Gram negativos da 
3ª Geração, acrescido de 
algumas Enterobactérias e 
Pseudomonas aeruginosa. 
 
 
 
 
Antimicrobianos - Beta-lactâmicos não clássicos 
 São antibióticos que contém o anel beta-lactâmico (em vermelho), às vezes 
fundido com anéis de 5 ou 6 membros, mas diferindo estruturalmente das 
penicilinas e cefalosporinas em uma ou mais características fundamentais, bem 
como em propriedades biológicas. 
 
Apresentam algumas diferenças estruturais quanto as suas atividades biológicas comparados com os 
clássicos. 
Na imagem temos a estrutura da penicilina, destacando o anel beta-latâmico presente nos antibióticos não 
clássicos. 
Esses compostos que apresentam o 
anel beta-lactâmico diferindo ao 
núcleo que ele está ligado. Nas 
penicilinas temos o anel penama, o 
beta-lactâmico está ligado a um 
anel de 5 elementos, onde um 
deles é o S, caracterizando o grupo 
penama. Já nas cefalosporinas, 
temos o anel cefema, onde 
teremos o beta-lactâmico ligado ao 
anel de 6, contendo um dos 
elementos o S e uma dupla ligação. 
 
 
 
 
B. Carbapenama: temos um C ligado a S, sem dupla ligação. 
C. Oxapenama: temos um O ligado a S, e um anel de 5 sem dupla ligação. 
D. Penema: semelhante ao anel da penicilina, temos uma dupla ligação. 
 
Penâmico: beta-lactâmico ligado a um anel de 5, 
onde tem um S, sem dupla ligação. 
Cefemico: beta-lactâmico ligado a um anel de 6, 
onde tem um S, com dupla ligação. 
Carbapenêmico: comparado com a penicilina tem 
um C ao invés de S, com dupla ligação. 
Monobactâmicos: só o anel beta-lactâmico. 
Esses anéis estão presentes nos beta-lactâmicos 
clássicos e não clássicos. 
Mecanismo molecular de ação de fármacos 
A elucidação do mecanismo molecular de ação dos antibióticos beta-lactâmicos esclareceu o modo pelo 
qual os microrganismos penicilina-resistente operam. 
Os beta-lactâmicos representados pela 
penicilina, eles bloqueiam a síntese do 
peptídeoglicano, ou seja, da parede 
celular da bactéria, as enzimas 
transpeptidases, que normalmente 
rompem a sequência de alanina-
alanina na formação de 
peptideoglicano, essas enzimas se 
ligam a penicilina, penicilina bloqueia 
ação das transpeptidases, não havendo a formação da parede, do peptídeoglicano. 
 
As enzimas penicilinases ou beta-
lactanases, são produzidas pelos 
microorganismos, irão atacar o anel beta-
lactâmico, rompendo o anel, tornando o 
composto inativo, para que os beta-
lactâmicos desempenham sua atividade é 
necessário que esse anel esteja íntegro. 
Se os microorganismos produzem enzimas 
que são capazes de romper esse anel, irão 
desativar os beta-lactâmicos, 
 
 
 
 
 
A produção dessas enzimas por parte dos 
microorganismos, e por consequência a 
inativação dos compostos, é um dos 
mecanismos de resistência aos antibióticos, 
nessa ilustração temos alguns mecanismos de 
resistência, um dos principais é a inativação por 
enzimas beta-lactamases, que são produzidas 
pelos microorganismos sensibilizados pelos 
compostos, inativam os derivados beta-
lactâmicos clássicos. Além disso, temos a 
produção de bomba de expulsão, que expulsam 
o fármaco, diminuição da permeabilidade 
celular por parte dos microorganismos 
sensibilizados, mutação da célula alvo, ou seja, de local de ação do fármaco. 
Resistência bacteriana aos beta-lactâmicos 
Amidases denominadas betalactamases, abundantes na membrana externa dos microrganismos resistentes 
atacam nucleofílicamente a função amida cíclica das penicilinas, inativando-as. 
Mecanismo de ação 
Ser-70 = Serina. 
A serina presente nessas beta 
lactamasesataca o C do anel beta 
lactâmico fazendo com que se 
rompa o anel, formando o 
intermediário da segunda 
imagem, que é um composto 
inativo pois tem seu anel 
rompido. 
 
 
 
Instabilidade dos compostos beta-lactâmicos 
1: beta-lactamase, resíduo de serina, ataca 
nucleofilicamente o carbono do anel beta-
lactâmico. 
2: o anel é rompido. 
3: a função sofre uma hidrólise. 
4: ocorre a liberação do composto inativado do 
seu anel rompido, ficando o substrato para 
exercer novamente sua ação. Beta-lactamase fica 
livre para se ligar a um outro composto, que 
novamente ataca nucleofilicamente, sofrendo 
hidrólise, liberando o composto desativado, 
ficando o substrato livre pra agir novamente. 
Porque a abertura do anel anula o efeito antibiótico? O anel íntegro é importante para a 
atividade, precisam ter uma estrutura semelhante sinérgica com o resíduo de alanina alanina na formação 
de parede celular, então ele irá tomar o lugar dessa sequência de aminoácidos ligando-se as transpeptidases 
inibindo a formação do peptideoglicano, então, esse mesmo local do seu mecanismo de ação, onde ele se 
liga as transpeptidases, é onde as beta-lactamases atuam, acontece que quando rompe o anel, faz com que 
o composto formado com o anel beta-lactamico rompido, não tenha a mesma configuração que vai ter a 
estrutura sinérgica semelhante a configuração de alanina alanina na formação do peptídeoglicano. 
 
Antibióticos Beta-lactâmicos não-clássicos 
Inibidores de Beta-lactamases 
Penicilina: Isolado do Streptomyces clavuligens, 1975; 
• Desprovido de atividade antibiótica; 
• Potente inibidor irreversível das beta-lactamases; 
• Utilizado em associações com outros beta-lactâmicos. 
 
 
Ácido Clavulânico: 
• Anel beta-lactâmico; 
• Anel oxazolidínico; 
• Nenhum substituinte na posição 6, ao contrário das penicilinas 
que tem um radical. 
• Grupo carboxílico livre na posição 2; 
• Possui O ao invés de S, por isso é beta-lactâmico não-clássico. 
 
Ausência de anel acilamino presente nas 
penicilinas. 
 
 
 
 
 
Ácido Clavulânico: 
• Inibe B-lactamases de bactérias Gram + e Gram - de maneira específica e 
irreversível. É chamado de antibiótico "suicida" (esse nome pois ele não tem 
uma ação antibacteriana, mas tem essa propriedade de se ligar as beta-
lactamases bloqueando a enzima irreversivelmente) portanto, é utilizado em 
associação com beta-lactâmicos clássicos. 
• Amplamox, Clavulin, Clavoxil, Novamox 
 
• O ácido clavulânico é um exemplo de 
bioisosterismo natural, possuindo o 
sistema beta-lactâmico oxigenado na 
posição original do enxofre nas 
penicilinas. 
Classificado como bioisoster. 
 
O resíduo serina no sítio ativo, atua 
como nucleofilo, formando um 
intermediário, serina ligada de forma 
covalente com o éster, esse éster é 
hidrolisado formando um produto 
liberando a serina, ou seja, deixa um 
composto inativo, quando o anel 
betalactâmico for rompido, e a enzima fica livre para atacar outro beta-lactâmico. 
 
Mecanismo da inibição irreversível de beta-lactamases pelo ácido clavulânico 
1: Nos não-clássicos, outro 
grupamento nucleofílico, 
possivelmente uma amina 
... 
2: ... ataca numa outra 
posição do anel, nos beta 
lactâmicos não-clássicos, 
não tem o radical 
acilamino que tem nos 
beta lactâmicos clássicos, 
isso permite que fique livre 
a região e aconteça um 
ataque nucleofílico 
possivelmente de um 
grupamento amino, 
fazendo com que... 
3: ... ele se ligue ao anel ficando sem atividade, pois abriu o anel beta-lactâmico, porém fica preso a enzima, 
promovendo um bloqueio das enzimas beta-lactamases, o que não acontece com os beta-lactâmicos 
clássicos. 
Outros inibidores suicidas sintéticos 
Comercializados para uso associado aos antibióticos beta-lactâmicos (pois ele não tem atividade, sua ação é 
somente bloquear a enzima deixando o beta lactâmico clássico agir) em infecções penicilina-resistentes. 
• Potência semelhante ao ácido clavulânico 
• TAZOBACTAM/TAZOCIN 
 
 
 
 
• A piperacilina sódica é um antibiótico semi-sintético derivado da D(-)aminobenzilpenicilina. 
• Pertencente à classe das ureidopenicilinas. 
• O tazobactam é uma sulfona do ácido penicilânico, sendo um inibidor de beta-lactamase. 
• Uso intravenoso e/ou intramuscular. 
A piperacilina sódica é utilizada 
associada ao tazobactam 
sódico, que é não clássico, 
antibiótico suicida, que seu uso 
é para bloquear a enzima, a 
ação será do derivado beta-
lactâmico, nesse caso 
piperacilina sódica. 
 
Sulbactam: 
• Sultamicilina: pró-fármaco duplo ou recíproco 
• Ação antibiótica e inibidora de Beta-lactamase 
• Espectro mais amplo de atividade contra β-lactamases que o ácido clavulânico, mas é menos potente. 
• Combinado com ampicilina administração intravenosa. 
 
 
 
 
 
 
A combinação sulbactam +ampicilina é ativa contra Gram + e Gram - incluindo Streptococcus pneumoniae, 
Streptococcus faecalis, Haemophilus influenzae, E. coli, Klebsiella, Proteus... 
• O sulbactam é um inibidor irreversível de beta-lactamases. 
• Ampicilina é a parte ativa, sulbactam bloqueia a enzima beta-lactamase. 
 
Carbapenêmicos: 
• Bactérias Gram-positivas, Gram- negativas e anaeróbias 
• Resistentes a grande variedade de betalactamases 
• Menor liberação de mediadores inflamatórios ao causarem lise bacteriana Infecções 
moderadas e graves, em geral polimicrobianas ou causadas por bactérias resistentes a 
outras opções. 
• Tem ação antimicrobiana e também apresentam a propriedade de serem resistentes as beta-lactamases. 
Aqui temos a estrutura 
principal deles, onde 
podemos observar a 
dupla ligação, que 
aumenta a reatividade do 
anel beta-lactâmico, pois 
irá atrair os elétrons, 
deixando o C mais 
suscetível ao ataque 
nucleofílico, o radical 
acilamino das penicilinas 
está ausente, e foi 
substituído por um 
radical hidrometil, que 
tem uma estereoquímica oposta as penicilinas, e isto favorece a atividade deles. O primeiro composto que 
surgiu foi a tienamicina. 
 
Tienamicina 
1. Obtido de fonte natural Streptomices cattleya 1976 
2.Amplo espectro de atividade 
3. Resistente a beta-lactamases (grupo hidroxialquílico) 
4. Instabilidade química: nucleofilia do NH2, não sendo absorvida no 
TGI. 
Sua importância é por ser obtido de forma natural, foi possível a 
obtenção dos demais carbapenemas. 
 
 
Imipenem 
1. Obtido de modo semi-sintético, a partir da tienamicina. 
2.Amplo espectro de atividade 
3. Resistente a beta-lactamases 
4.Estabilidade química: substituição do NH2 
5. Inativação por desidropeptidases renais, enzimas dos túbulos renais 
formam metabólitos tóxicos que inativam o composto. 
Meropenem 
1. Obtido de modo semi-sintético 
2.Amplo espectro de atividade 
3. Resistente a beta-lactamases 
4.Estabilidade química: substituição do NH2 
5. Resistente a desidropeptidases renais (grupo metil) 
 
 
Antibióticos beta-lactâmicos não clássicos: Carbapenêmicos: Imipenem 
Imipenem: Bactericida de espectro mais amplo atualmente 
disponível. Utilizado em associação com a cilastatina (inibidora 
da desidropeptidase I renal), na proporção de 1:1. Uso restrito 
em hospitais. 
• Único antibiótico beta-lactâmico metabolizado por peptidases 
renais. 
• Cilastatina é estruturalmente similar ao Imipenem, porém desprovida de atividade antimicrobiana, sua 
função é somente bloquear a ação dessas enzimas. 
Imipenem + cilastatina 
• O imipenem é biotransformado pela enzima renal 
desidropeptidase I. 
• A cilastatina, análoga estrutural do imipenem, é inibidora da 
desidropeptidase I. 
• Bloqueio da biotransformação renal do imipenem 
• Cilastatina sódica: inibidor de desidropeptidase renal 
• A associação à imipenem aumenta a biodisponibilidade dessa. 
• Uso restrito em hospitais 
Meropenem 
• Não é sensível as peptidases renais, não há necessidade 
da associação com a cilastatina. 
• Boa penetração barreira hematoencefálica empregoem 
meningites 
 
 
Os demais que surgiram após 
2002/3, começaram a ser 
comercializados em 2008. 
Ertapenem foi introduzido um 
substituinte (ácido benzóico), este 
grupamento aumenta a estabilidade 
frente as desidropeptidases renais, 
prolongando o tempo de ação do 
fármaco. 
Doripenem que é o meropenem 
com substituinte para maior 
resistência frente as enzimas. 
 
 
Antibióticos Beta-lactâmicos não-clássicos: Compostos Monobactâmicos 
Nenhuma das monobactamas de origem natural (Nocardinas) apresentou atividade antimicrobiana 
relevante, porém inspiraram a síntese do AZTREONAM, é monobactâmico semi sintético. 
 
• Aztreonam. 
• Ativo contra microrganismos 
Gram-negativos aeróbios. 
• Pseudomonas aeruginosa... 
• Alternativa aos 
aminoglicosídeos ou 
cefalosporinas de terceira 
geração. 
• Uso restrito a Hospitais. 
 
 
Anfenicóis 
Este grupo compreende o cloranfenicol (principal representante) e seus análogos sintéticos. 
São antibióticos de amplo espectro, com ação bacteriostática. Pode ser classificado como antibiótico 
sintético. 
Podem ser bactericidas se usados em concentrações altas. 
Foi isolado pela primeira vez, obtido de forma natural em 1947 a partir do fungo Streptomyces venezuelae 
Foi chamado de Cloromicetina. 
Em 1949 descobriu-se que os compostos eram idênticos e a substância foi chamada de Cloranfenicol, tendo 
sido obtida sua síntese laboratorial. 
A síntese laboratorial é atualmente mais econômica e tem maior rendimento do que o processo 
fermentativo natural. 
 
Estrutura do Cloranfenicol, caracterizada pelo grupo nitro, sendo o 
primeiro produto nitrado obtido de forma natural, e também pela 
presença de dois cloros sendo o primeiro antibacteriano halogenado. 
 
É um fármaco considerado de reserva terapêutica porque é utilizado em algumas situações apesar de ser o 
fármaco de escolha na febre tifoide, então é deixado para essa situação e também em outras em 
substituição a outros fármacos. 
É ativo in vitro contra grande variedade de bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, aeróbias e anaeróbias, 
riquétsias, clamídias, espiroquetas, e micoplasmas. 
Apresenta 2 carbonos assimétricos, portanto possui 4 formas 
opticamente ativas, e somente o isômero natural é ativo. 
Derivado do propanodiol. 
 
 
 
Relação 
Estrutura x Atividade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modificações moleculares 
O grupo nitro pode ser modificado por outros grupos que também atraiam elétrons: 
Acetila: CH3CO - cetofenicol 
Metilsufonila: CH3SO2 - tianfenicol 
Não são melhores que o produto original. 
Grupo dicloroacetila: COCHCl2 pode ser substituído por um grupo de igual eletronegatividade - azidoacetila 
CH3N3, obtendo o composto azidanfenicol (uso oftálmico). 
Análogos do cloranfenicol obtidos por substituição bioisostérica: Tianfenicol, Cetofenicol e Azidanfelinol 
com substituições no grupamento nitro e no grupo dicloroacetanida. 
Com a finalidade de mascarar o sabor amargo do cloranfenicol e melhorar suas propriedades físico-
químicas, utilizam-se ésteres do cloranfenicol, estes ésteres, in vivo, liberam o agente ativo, sendo 
considerados como formas latentes ou pró-fármacos do cloranfenicol. 
Estes ésteres, quando utilizados por via oral, temos o palmitato de cloranfenicol, 
 
Palmitato de cloranfenicol 
quando utilizado por via oral, 
por ação das lipases libera o 
cloranfenicol de forma ativa, 
quando utilizados por via 
intravenosa, é a forma de 
hemisuccinato de cloranfenicol 
(na forma de sal sódico), que 
por ação de esterases libera a 
parte ativa que é o 
cloranfenicol. 
 
 
Quando na forma de 
hemissucinato, que é o sal 
sódico para via iv, se 
apresenta na forma de pó 
liofilizado, e é preparado no 
momento do uso, devido sua 
estabilidade de até 48hs. 
 
No início da reação em 
vermelho temos o éster que 
em meio aquoso in vitro 
forma um composto 
problemático, as OH que são 
importantes para atividade do 
fármaco estarão ciclizadas, 
não tendo mais atividade. 
In vivo o éster é liberado ficando a parte ativa do cloranfenicol ativo, e como vai exercer o seu mecanismo 
de ação. 
 
Sítios de ação dos antibióticos inibidores da síntese proteica 
Os anfenicóis inibem a síntese proteica da bactéria, agem especificamente na inibição da enzima peptidil 
transferase, que é responsável pela extensão da cadeia peptídica, está no substrato da enzima, bloqueia o 
local de ação impedindo a síntese proteica. 
Mecanismo de ação: Ligação à subunidade 50S do RNAr impedindo seu movimento ao longo do RNAm, 
bloqueando a síntese de proteínas bacterianas. Pois vai ocupar o receptor da enzima então vai inibir a ação 
da enzima peptidil transferase. 
Como se liga à mesma região que os macrólideos e as lincosamidas, não podem ser usados em combinação, 
pois eles agem na mesma região/mesmo local de ação, um impede a ação do outro. 
 
Mecanismo molecular de ação 
Em vermelho temos o grupo 
farmacofórico, 
dicloroacetamida, esse grupo é 
metílico diclorado tem função 
que confere uma instabilidade 
ao composto, esse grupo in vivo 
sofre hidroxilação enzimática, 
formando alfa-cloridrina, 
posteriormente cloreto de 
ácido, que é um intermediário 
bastante reativo, que sofre 
ataque nucleofílico da lisina 
(Lys) presente no sítio receptor 
da enzima, formando esse 
intermediário responsável pela 
atividade antibiótica, ou seja, vai 
bloquear a enzima pois irá 
ocupar o seu receptor. O sítio ativo da enzima é importante ao ciclo evolutivo tanto das bactérias como das 
células do hospedeiro, isso mostra que esse grupo farmacofórico, também é um grupo toxicofórico, ou seja, 
atua tanto na síntese proteica das bactérias como na célula do hospedeiro. 
A função alfa, alfa-dicloroacetamida é indicada como a principal unidade farmacofórica desse antibiótico, 
essa função é responsável pela inibição suicida de enzimas fisiológicas. Quem promove essa inibição é o 
ataque nucleofílico da lisina, presente no sítio ativo de enzimas, importantes para o ciclo evolutivo dos 
microrganismos e das células do hospedeiro, explica a toxicidade do cloranfenicol. 
Função nitroaromática: é uma função toxicofórica. Promove a formação de metabólitos que vão promover 
uma toxidade, processos de oxi-redução da formação de espécies radicalares lábeis e reativas. Toxicidade 
hepática. 
 
 
 
Mecanismos de resistência bacteriana ao cloranfenicol 
 
Na redução forma 
composto inativo 
 
 
 
As OH importante do 
grupo 
dicloroacetamida 
atacam bloqueiam OH, 
foi proposto então um 
análogo resistente ao 
metabolismo da 
bactéria, derivado 
contendo flúor nessa posição. 
 
Cloranfenicol - Usos 
É indicado para o tratamento da febre tifóide e demais infecções produzidas por Salmonellas. 
Efeitos colaterais 
O principal efeito é a ação sobre o sistema hematopoiético, provocando agrunulocitose, trombocitopenia e 
aplasia medular. 
Agranulocitose e trombocitopenia estão relacionadas à dose e ao tempo de uso. 
Doses superiores 50mg/kg/dia e por tempo superior a 10 dias frequentemente apresentam diminuição de 
granulócitos e de plaquetas, reversível com a retirada. 
A aplasia pode ocorrer algumas semanas ou meses após a retirada da droga e parece não estar relacionada 
à dose ou ao tempo de uso. 
Em recém-nascidos e prematuros provoca uma intoxicação conhecida como síndrome cinzenta, devido à 
deficiente conjugação do fármaco pelo fígado e eliminação renal inadequada, deposita-se na pele. 
Fármaco utilizado em situações de extrema necessidade. 
 
 
 
 
 
 
AMINOGLICOSÍDEOS 
Consiste em mistura de carboidratos hidrossolúveis que formam cloridratos ou sulfatos cristalinos. Também 
são chamados de AMINOCICLITÓIS – pois apresentam poli álcoois cíclicos, contendo uma função amina. 
• São compostos policatiônicos usados na forma de sulfato e que contém uma base chamada 2-
desoxiestreptamina que está unida a um ou mais aminoaçúcares por ligaçõesglicosídicas. 
• Não são absorvidos no trato gastrointestinal (são compostos polares); 
• Administração é intramuscular ou intravenosa; 
• Atuam predominantemente contra microrganismos Gram-negativos entéricos; 
• Infecções Gram-negativas aeróbicas (pseudomonas) – entram na célula bacteriana por um sistema 
de transporte dependente de oxigênio e isso não está presente em bactérias anaeróbicas, então 
dessa forma que a ação dos aminoglicosídeos se dá em bactérias aeróbicas. 
 
Nesses exemplos de fármacos podemos ver a base (estrutura em preto) ligada a dois desoxiaçúcares. 
Mecanismo de ação desses aminoglicosídeos: 
Interferem/promovem alterações ribossomiais, ligando-se a fração 30S (e nessa fração ele interfere nessa 
subunidade fazendo com que ocorra uma abertura incorreta do código genético), dessa forma determinam 
a formação de proteínas anômalas. Dá-se, então, o bloqueio da translocação na subunidade 30S, por parte 
dos aminoglicosídeos. 
REPRESENTANTES DOS AMINOGLICOSÍDEOS: 
• Estreptomicina (grupo mais antigo) 
• Gentamicina, Amicacina (mais empregados) 
• Neomicina, Canamicina (de uso tópico ou oral) 
SULFATO DE ESTREPTOMICINA (primeiro antibiótico a ser utilizado na tuberculose) 
Tem boa atividade contra Mycobacterium tuberculosis e M. bovis usada em esquemas alternativos contra 
tuberculose, quando há resistência a Isoniazida e/ou Rifampicina ou terapia parenteral é necessária. 
Atualmente ainda tem ação contra tuberculose, mas não faz mais parte do protocolo de uso contra a 
doença (em função da resistência bacteriana esse composto), uma vez que se usa primeiro a Isoniazida ou 
Rifampicina. 
 
GENTAMICINA (Geramicina, Amplomicina, Gentaplus) 
Mistura de antibióticos obtidos de culturas de Micromonospora purpurea; Ativo contra bactérias Gram-
negativas; Tem efeito sinérgico quando utilizada em associação com beta-lactâmicos e/ou Vancomicina 
(esses fármacos citados tem efeito de bloqueio da síntese na parede celular da bactéria, isso faz com que 
ocorra maior difusão do antibiótico na célula bacteriana, por eles agirem na parede celular faz com que o 
composto penetre mais na célula e tenha mais ação). 
**Obs.: EFEITO SINÉRGICO: O efeito sinergístico ocorre quando drogas interagem de forma a aumentar ou 
magnificar um ou mais dos seus efeitos, ou mesmo os seus efeitos secundários. 
 
 
 
 
SULFATO DE CANAMICINA está praticamente em desuso por conta da resistência 
ERA UTILIZADA: Streptomyces kanamyceticus; canamicinas A, B e C; ativa contra Neisseria, E. coli, Klebsiella, 
Proteus, Enterobacter, Salmonella, Shigella e Brucella; Via intramuscular. Tem importância porque serve de 
base para a AMICACINA. 
AMICACINA: 
Produto derivado semi-sintético da Canamicina, e é menos tóxico!!! É um produto superior pois é mais 
resistente a muitas enzimas que inativam a Gentamicina e Tobramicina, podendo ser utilizada no lugar 
destes; Cepas de Mycobacterium tuberculosis multirresistentes são geralmente susceptíveis a Amicacina (7,5 
– 15 mg/kg/dia), sempre em associação com outras drogas. 
NEOMICINA: 
Obtida naturalmente através do Streptomyces fradiae; seu principal emprego é o uso tópico, para 
tratamento de infecções de olho, ouvido e pele, geralmente associada a outros antibióticos; por via oral tem 
pouco uso, só para obtenção de efeitos locais. 
A Neomicina é utilizada sempre em associação a: 
Bacitracina, outro antimicrobiano, assim 
aumenta o espectro de ação. 
 
Dexametasona, associação com 
corticoide/corticosteróide. 
 
 
 
 
Os aminoglicosídeos apresentam EFEITOS COLATERAIS como: 
• Nefrotóxicos (efeitos tóxicos no rim) 
• Ototóxicos (lesão do oitavo par craniano, podendo causar surdez irreversível). A ototoxicidade é um 
efeito colateral frequente, então durante o uso pode ocorrer uma surdez temporária e que muitas 
vezes é irreversível. 
• O uso desses aminoglicosídeos então é temporário, são utilizados somente em casos de necessidade, 
por conta dos seus efeitos colaterais frequentes e bem sérios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTIBIÓTICOS POLIPEPTÍDICOS 
Apresentam estrutura polipeptídica, complexa e geralmente cíclica, é uma sequência de vários aminoácidos. 
CARACTERÍSTICAS: 
• Os microrganismos produtores podem sintetizar vários peptídeos, de estruturas químicas 
aparentadas, ou seja, um composto em si constitui uma mistura de compostos, com a sequência de 
aminoácidos próxima/semelhante. Mesmos antibióticos podem ser produzidos por microrganismos 
taxonomicamente diferentes. 
• Alguns contém grupos lipídicos ou aminoácidos (então podem ser formados exclusivamente de 
aminoácidos ou conter ainda um grupo lipídico) que não ocorrem em peptídeos de origem animal ou 
vegetal. 
• A atividade antimicrobiana específica, está ligada estreitamente a estrutura química, de modo que 
pequenas modificações podem resultar em alterações na potência e também em seu espectro de 
atividade. 
As principais fontes de antibióticos polipeptídicos são os gêneros: Bacillus e Streptomyces. 
Propriedades físico-químicas: 
• Natureza ácida (carboxilas livres) 
• Natureza básica (grupos amino livres) 
• Neutros (sem grupamentos ácidos ou básicos livres). 
Principais representantes de polipeptídeos: Bacitracina, Fusafungina, Gramicidina, Polimixina B, 
Teicoplanina, Tirotricina, Vancomicina, Bleomicina e Dactinomicina – antineoplásicos. 
BACITRACINA: 
Primeiro apresentado, obtido naturalmente através do Bacillus subtilis, Bacillus licheniformis. É uma mistura 
de antibióticos com estruturas próximas, no caso da Bacitracina tem predominância da Bacitracina A. É 
classificado como antibiótico HOMEOMÉRICO – quer dizer que é constituído exclusivamente por 
aminoácidos. 
Mecanismo de ação: está ligado a inibição da parede celular bacteriana – inibe a formação das cadeias 
lineares do peptidoglicano. Atua em microrganismos Gram positivos. 
A parede celular mais espessa dos Gram positivos é formada pelo peptídeoglicano, durante a síntese no 
ponto onde ocorre a incorporação da porção glicídica (das subunidades do ácido N-acetilmurâmico – NAM 
+ N-acetilglicosamina – NAG) no peptídeo, isso é feito por um componente de natureza lipídica, e a 
Bacitracina se liga a esse componente, impedindo que aconteça essa ligação. 
 
 
A Bacitracina é utilizada apenas por uso tópico, pois possui baixa biodisponibilidade oral, devido a sua 
estrutura peptídica, que é facilmente degradada no trato gastrointestinal. É um composto bastante 
nefrotóxico (se utilizado via oral, por isso é utilizado por via tópica). Associação com corticosteróides e/ou 
outros antibióticos como Neomicina e Polimixina B –por via tópica. 
 
Na tabela do print acima: atividade da Bacitracina com e sem adição de zinco, sem o zinco é necessária uma 
concentração de 15 microgramas/mL para inibir o crescimento da bactéria, a mesma Bacitracina 
autoclavada, perde um pouco da sua atividade e é necessária uma quantidade de 105 microgramas/mL para 
inibir o crescimento, já com adição de zinco vai ser necessário 1,5 microgramas/mL ou 9,5 microgramas/mL, 
após ser submetida a autoclavação, para inibir o crescimento bacteriano. Comparando as duas observamos 
que a Bacitracina com adição de zinco possui uma atividade antibacteriana bem maior do que ela sozinha. 
 
A Bacitracina possui carboxilas livres dessa forma é 
possível que ela seja utilizada como forma de sal. Então, 
a maneira como ela é utilizada nas preparações 
farmacêuticas é na forma de sal de zinco – Bacitracina 
Zíncica, isso faz com que ocorra um incremento na sua 
atividade, além da ação adstringente do zinco. 
 
ASSOCIAÇÕES: Mais utilizada com antiinflamatórios do grupo dos corticosteróides e a outros antibióticos e 
também junto a anestésicos. 
• Bacitracina zíncica 250 UI + Neomicina 5mg – Sinergismo entre neomicina e bacitracina Zn frente a 
enterococcus. 
 
POLIMIXINA B: 
Bacillus polimyxa. Faz parte do grupo dos polipeptídicos, é um antibiótico tensoativo catiônicoque interage 
com os componentes fosfolipídicos nas membranas citoplasmáticas das bactérias sensíveis, então ela é 
formada de aminoácidos, mas tem também um componente tensoativo na sua estrutura. MECANISMO DE 
AÇÃO: Altera a integridade osmótica da membrana, alterando sua permeabilidade. Ativa somente contra 
Gram-negativos. 
A Polimixina comparando com a Bacitracina, são classificados como antibióticos polipeptídicos pela sua 
composição, porém seu espectro é diferente, a Bacitracina atua em Gram positivos e a Polimixina em Gram 
negativos e isso principalmente por sua composição e natureza. 
• A Polimixina é uma mistura, obtida de forma natural, de pelo menos 12 polipeptídeos cíclicos básicos 
– Polimixina B é uma mistura das Polimixinas B1 e B2. 
POLIMIXINA B1: 
Antibiótico HETEROMÉRICO, onde temos aminoácidos e uma porção lipídica. 
 
 
 
A Polimixina B é a mais comum e abundante, a E ou Colistina difere em alguns aminoácidos. 
USOS: 
• Infecções graves por bacilos Gram-negativos multirresistentes como P. aeruginosa e A. baumannii, 
pneumonias, infecções da corrente sanguínea relacionadas a cateteres, infecções do sítio cirúrgico 
e infecções do trato urinário. 
O efeito TÓXICO mais frequente é a LESÃO RENAL – é bastante frequente essa nefrotoxicidade, onde ocorre 
necrose tubular aguda: as polimixinas causam um aumento na permeabilidade das células do epitélio tubular 
renal com influxo de cátions, ânions e água, com consequente morte celular. Utilizado apenas em casos de 
extrema necessidade. 
ASSOCIAÇÕES: mais utilizada por via tópica 
 
 
VANCOMICINA: 
Streptomyces orientalis. Foi introduzida para o tratamento de infecções por S. aureus resistente a penicilina, 
mas descontinuado com o surgimento da meticilina. Se trata de um GLICOPEPTÍDEO (peptídeo tricíclico 
glicosilado anfotérico). MECANISMO DE AÇÃO: inibidor de síntese de parede celular em bactérias Gram 
positivas, através da alteração na estrutura N ácido acetilmurâmico e N acetilglucosamina. É eficiente em 
MRSA (S. aureus meticilina resistente). 
 
Representação da Vancomicina agindo na reação de transglicosilação, que é a reação onde ocorre a 
incorporação no peptídoglicano das subunidades N-ácido acetilmuramico e N-acetilglucosamina, e a 
Vancomicina então faz o bloqueio dessa incorporação ao se ligar reversivelmente a essas moléculas, ela 
altera/modifica as estruturas do N-ácido acetilmuramico e N-acetilglucosamina. 
 
Otimização na estrutura da Vancomicina para potencializar a ação antibacteriana, obtenção de um composto 
mais ativo. Explicação do que cada radical faz na molécula está no print. 
TEICOPLANINA 
Actinoplanes teichomyceuticus. É um polipeptídeo GLICOPEPTÍDICO. Se apresenta como uma mistura de 
cinco componentes principais diferenciados por grupamento de ácido graxo, pelo radical alquílico ligado a 
sua estrutura principal. MECANISMO DE AÇÃO: inibe a síntese do peptidoglicano da parede celular das 
bactérias Gram positivas, altera a permeabilidade da membrana citoplasmática, interfere na síntese de RNA 
citoplasmático. É bactericida. Não tem atividade contra bacilos Gram negativos, fungos nem micobactérias. 
 
De acordo com o substituinte ligado diferencia as diferentes teicoplaninas A1, A2, A3, A4 e A5. 
Tanto a VANCOMICINA quanto a TEICOPLANINA são utilizados somente em hospitais, em infecções 
hospitalares. 
• A Vancomicina é adm por via intravenosa, tem boa distribuição na maioria dos tecidos, deve ser 
indicada para infecções por cocos gram positivos somente se não for possível o uso de penicilinas e 
cefalosporinas, por alergia ou resistência bacteriana, então não é um fármaco de primeira escolha. 
• A Teicoplanina tem farmacocinética favorável e possibilita a adm intramuscular ou intravenosa em 
bolus (altas concentrações), e, devido a sua meia-vida prolongada, pode ser adm uma vez ao dia. 
 
LINCOSAMIDAS 
Derivados do aminoácido propil-higrínico unido por ligação amídica a uma octose contendo enxofre. São 
geralmente bacteriostáticos, mas em concentrações altas podem ser bactericidas. MECANISMO DE AÇÃO: 
ligam-sem exclusivamente as sub-unidades 50 S dos ribossomos bacterianos, inibindo a síntese proteica. São 
comparados aos macrolídeos. 
LINCOMICINA: Streptomyces lincolnensis var. lincolnensis. Atua em Gram positivas e Gram negativas 
anaeróbias. 
CLINDAMICINA: derivado semi-sintético obtido através da Lincomicina, é obtido pela substituição do grupo 
7-hidroxila da Lincomicina por cloro na posição 7 (7-cloro). É mais ativa que a Lincomicina. É utilizada em 
substituição aos macrolídeos. USOS: abcessos pulmonares, infecções do espaço pleural, infecções por 
Bacterioides fragilis, que é um microrganismo normal do intestino delgado, mas pode haver alguma infecção 
principalmente após cirurgia. Efeito colateral: Pode precipitar colite pseudomembranosa (diarreia severa 
que acaba com a flora bacteriana normal do intestino, levando a problemas mais graves). 
 
SULFONAMIDAS 
Sulfonamidas são derivadas do para amino benzeno sulfonamida, e tem como estrutura geral/principal: 
 
Características estruturais necessárias para a manutenção da atividade antibacteriana: 
• Anel benzênico com apenas dois substituintes, orientados em posição para, um em relação ao outro; 
• Um grupo 4-amino (ou grupos que liberem 4-amino, como azo, nitro ou amino substituído); 
• Um grupo 1-sulfonamido substituído, que é a porção ácida da estrutura. 
As sulfas são consideradas ANTIMETABÓLITOS, servem de protótipo dos agentes que atuam como 
antimetabólitos, isso é explicado na teoria de woods e fildes – hipótese do antagonismo competitivo da 
sulfonamida com o ácido benzóico (PABA). 
As sulfonamidas inibem a síntese do ácido fólico dentro da célula bacteriana, pois este é sintetizado a partir 
de moléculas precursoras: um núcleo pteridínico; o ácido p-aminobenzóico; ácido glutâmico. 
 
Durante o processo de síntese do ácido 
fólico pelas bactérias, as sulfas vão 
antagonizar uma certa etapa, ou seja, as 
sulfas estruturalmente são muito 
parecidas com o PABA, e justamente 
nessa posição que elas vão ter ação. 
 
No interior da célula bacteriana ocorre a síntese do ácido tetraidrofólico (forma reduzida do ácido fólico), 
que vai participar da síntese proteica da bactéria. As sulfas são classificadas como inibidor enzimático, pois 
vão inibir a ação da enzima que faz a incorporação do PABA, durante a síntese de ácido fólico, a sulfa então 
toma o lugar do PABA e vai formar ou um metabólito errado ou então nenhum será formado, importante 
para a sobrevivência da bactéria. Por isso as sulfas podem ser classificadas também como antimetabólito. 
 
 
 
Estrutura geral do ácido fólico com 
seus 3 principais constituintes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semelhança estrutural entre o 
constituinte PABA do ácido fólico e a 
sulfanilamida. 
 
 
 
 
 
Mecanismo de ação: Inibem competitivamente a enzima diidropteroato sintase, enzima bacteriana que 
catalisa a incorporação do PABA no ácido diidrofólico. Isso impede a biossíntese do ácido diidrofólico e 
diminui a quantidade de ácido tetraidrofólico, que é um co-fator para a biossíntese de purinas, timina e DNA. 
Ocorre interrupção no crescimento bacteriano. 
 
 
 
Comparação das interações de SULFAS e PABA, com a enima diidropteroato sintase: 
 
Existe uma ligação por força de Van der Waals 
(primeira) e ligação iônica (segunda). Acontece a 
mesma coisa com a estrutura das sulfas (representada 
abaixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relação estrutura-atividade 
Na posição 4 PARTE BÁSICA, 
quando substituída, forma 
amidas inativas, que vão 
atuar como pró-fármacos 
(utilizadas nas sulfas 
intestinais), servem somente 
como grupo transportador, 
chegando no intestino e 
liberando o fármaco ativo. 
 
Na posição 1 PARTE ÁCIDA, 
haverá substituição ou dos 
dois, ou mais comum, apenas 
um hidrogênio ser 
substituído. 
 
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DAS SULFAS• São pós cristalinos brancos, pouco solúveis em água; 
• São ácidos fracos, que podem formar sais com bases (aumenta solubilidade). 
ESPECTRO ANTIMICROBIANO 
• São ativas contra bactérias Gram-positivas e negativas; 
• Contra determinados protozoários (Plasmodium falciparum e Toxoplasma gondii) e contra alguns 
fungos. 
CLASSIFICAÇÃO DAS SULFONAMIDAS 
• Sulfonamidas de ação sistêmica; 
• Sulfonamidas intestinais; 
• Sulfonamidas oftálmicas; 
• Sulfonamidas urinárias; 
• Sulfonamidas tópicas; 
• Associações de sulfonamidas. 
SULFONAMIDAS SISTÊMICAS: 
• De ação curta: meia vida de 4 – 7 horas. Ex.: Sulfamerazina, Sulfametizol e Sulfatiazol. 
• De ação intermediária: meias-vidas entre 10 – 12 horas. Ex.: Sulfadiazina, Sulfametoxazol. 
• De ação longa: rápida absorção e excreção lenta, meias-vidas entre 35 – 40 horas. Ex.: Sulfadoxina e 
Sulfametoxipiridazina. 
 
 
SULFONAMIDAS INTESTINAIS: 
 
Ocorrem através da formação de amidas que não possuem uma ação e serve apenas como grupo 
transportador, caracterizando os pró-fármacos. No print acima estão os principais representantes. 
Como ocorre o direcionamento desses pró-fármacos para essas sulfas exercerem sua ação no intestino?? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Representa o Succinilsulfatiazol, que tem uma porção ácida (em vermelho, na primeira estrutura), que no 
intestino, com pH básico, será ionizada, e ionizada, ficará retido no intestino e não vai ser absorvido nas 
membranas, não vai para a corrente sanguínea, dessa forma vai ser direcionado par ao intestino onde vai 
exercer sua ação. Portanto, a amida (em vermelho) que também é a porção ácida já citada vai fazer apenas 
com que não haja absorção para que no intestino o fármaco permaneça para exercer sua ação. 
SULFONAMIDAS OFTÁLMICAS: 
• Usadas no tratamento de conjuntivites, tracomas ou outras infecções por Chlamydia; 
• Aplicação tópica; 
• Ex.: Sulfacetamida – utilizada em associação “Meocil” na forma de sal sódico– S. pneumoniae, C. 
diphtheriae, H. influenzae. 
 
Então o maior emprego dessas sulfonamidas oftálmicas é em associação com aminoglicosídeos, 
polipeptídeo, antiinflamatórios esteroidais, 
SULFONAMIDAS TÓPICAS: 
• Cremes e óvulos para aplicação vaginal, para o tratamento de vaginites por Candida, Gardnerella ou 
Trichomonas. 
• Ex.: Sulfacetamida, Sulfanilamida e Sulfatiazol. 
 
SULFADIAZINA DE PRATA 
Exerce efeito bactericida contra muitos microrganismos gram-positivos e negativos, leveduras e Candida. 
Antibacteriano e antifúngico tópico. ***O íon prata causa precipitação das proteínas agindo diretamente 
na membrana citoplasmática da célula bacteriana, exercendo ação bactericida imediata e ação 
bacteriostática residual, pela liberação de pequenas quantidades de prata iônica. 
Bastante utilizada em queimaduras e feridas e 
é a forma a ser utilizada da sulfadiazina, a 
forma sulfadiazina de prata. 
• Antibacteriano e antifúngico tópico de 
primeira escolha na prevenção e tratamento de 
infecções bacterianas e fúngicas de feridas 
causadas por queimaduras. Ex.: Dermazine. 
 
As sulfas tem uma característica que sempre quando utilizadas aparece a presença de cristais na urina e isso 
pode evoluir para a formação de cálculos renais. 
 
O que acontece então... As sulfas (ex. do print sulfatiazol), o grupamento amino é acetilado, formando 
metabólitos insolúveis e esses metabólitos insolúveis promovem a formação de cristais na urina, que pode 
evoluir para a formação de cálculos renais. O Sulfatiazol tem pka 7,1 é pouco ácido, tem pka elevado, então 
na urina fica sob a forma não ionizada, e ocorre a formação de cristais, pois ficam insolúveis na urina. Como 
isso pode ser evitado?? 
 
Substituição por outro anel, que atrai mais elétrons, é um grupo retirador de elétrons, dessa forma o fármaco 
fica mais ácido, com pka 6,5, e no pH da urina o composto permanece na forma ionizada, sendo hidrossolúvel 
e pode ser eliminado na urina. SUBSTITUIÇÃO DO RADICAL LIGADO. 
ASSOCIAÇÃO DE SULFA COM OUTROS ANTIMICROBIANOS: Sulfametoxazol + trimetoprima 
• Associados na proporção de 5 partes de sulfa para 1 parte de trimetoprima, por peso; 
• Efeito sinérgico, por bloqueio sequencial de duas enzimas durante a síntese do ácido fólico: 
diidrofolato sintetase e diidropteroato redutase, compreendidas na biossíntese do ácido fólico nas 
bactérias; 
• Possuem farmacocinética semelhante; 
• Geralmente bactericida nas doses usuais. 
Trimetoprima é também um antimetabólito ou antifolato, porque diminui/impede a formação do ácido 
fólico. 
Nessa associação ocorre a inibição de diferentes alvos de uma mesma rota bioquímica, estratégia de 
bloqueio sequencial, utilização de doses menores, mais seguras de cada fármaco. Ex: Bactrim. 
As sulfas se ligam a enzima 
diidropteroato sintase impedindo 
o acoplamento do PABA com a 
sequencia da formação do ácido 
fólico. 
Em uma etapa mais adiante temos 
a ação do Trimetoprim inibindo a 
enzima diidrofolato redutase. 
 
Trimetoprim não é uma sulfa!!! É 
um antifolato/antimetabólito. 
 
 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA AS SULFAS 
• Teorias para essa resistência... aquelas bactérias que já foram sensibilizadas pela sulfa tem um 
aumento na produção do PABA, então as sulfas não dão conta de bloquear todo ácido produzido 
pelas bactérias - super produção de PABA pelas bactérias expostas a sulfonamidas; 
• Mutação no sítio de atividade do PABA – diminuição da afinidade da enzima diidropteroato sintase 
pela sulfonamida; 
• Diminuição da permeabilidade da membrana da bactéria a sulfonamida; 
• Aumento da inativação das sulfonamidas. 
EFEITOS ADVERSOS DO USO DE SULFAS: 
Cristaluria (que pode ser diminuída, através da modificação dos radicais ligados, reduzindo o pka do 
composto), agranulocitose, anemia aplástica e discrasias sanguíneas, necrose hepática, reações de 
hipersensibilidade, prurido, erupção cutânea, fotossensibilidade, síndrome de Stevens-Johnson. 
INTERAÇÕES: anestésicos locais do tipo éster, que são biotransformados em PABA antagonizam o efeito da 
sulfa. Isso aconteceria porque se as sulfas competem com o PABA junto ao seu receptor, se nós tivermos 
uma grande quantidade de PABA o efeito da sulfa vai ser diminuído, porque não vai ter quantidade suficiente 
para competir com o PABA. 
SULFONAS 
O emprego desses fármacos é no tratamento de hanseníase. 
Núcleo sulfonil ligado a dois carbonos 
 
 
 
Sulfonamidas – sulfonil ligado ao carbono e a um grupo aminado. 
Antibacteriano/antimetabólito, as sulfonas também inibem a enzima diidropteroato sintetase. 
 
DIAZOTAÇÃO DE COMPOSTOS SULFAMÍDICOS 
Compostos sufomídicos realizam uma reação de diazotação, que é a formação do sal de diazônio (dois N 
ligados por ligação trivalente). Esse sal de diazônio é formado por aminas primárias, tanto alifáticas, quanto 
aromáticas, porém os sais de diazônio provenientes de aminas alifáticas são muito instáveis e não tem valor 
prático, os sais obtidos por aminas aromáticas, são mais estáveis e podem ser quantificados. 
 
Qual o interesse na formação desses sais??? Esses sais de diazônio formados a partir de aminas aromáticas 
primárias, servem para que possamos determinar a quantidade de sulfas presentes. Então se faz tanto 
reações qualitativas e quantitativas e análises de determinação de teor de compostos sulfamídicos, desde 
que a amina esteja livre, porque antes é feita uma reação de hidrólise que libera a amina e a amina livre 
pode realizar a reação de diazotação. 
O que é a diazotação??? Temos uma amina aromática primária, precisamos de um meio fortemente ácido 
(HCl) e temperatura baixa (0 graus) então se coloca gelo para realizar essa reação, e é adicionado uma 
quantidade de NaNO2, o Nitrito de sódio em meio ácido e temperatura baixa vai formar o ácido Nitroso, 
esse ácido Nitroso é o que vai reagir na porção amina e formar o sal diazônio e o composto pode ser 
quantificado então. Ele pode ser quantificado através de umaavaliação espectrofotométrica, por exemplo, 
ou ainda métodos volumétricos, onde, o Nitrito de sódio adicionado reage com o meio ácido formando o 
ácido nitroso, o volume necessário de Nitrito de sódio será proporcional ao ácido Nitroso formado, que será 
proporcional ao sal de diazônio. 
 
 Antimicrobianos Nitrofuranos - Quinolonas 
Os nitrofuranos, também denominados de derivados do 5-nitrofurfural, são 
substâncias que contém um grupamento nitro na posição 5 do anel do furano. São 
compostos com ação antibacteriana. 
 
 
Interferência no metabolismo glicídico da bactéria 
• Atividade bacteriostática sobre Gram-positivos e Gram-negativos, devido 
à inibição da acetilcoenzima A do ciclo de Krebs, bloqueando o 
metabolismo glicídico. 
• São também inibidores de desidrogenases e outras enzimas envolvidas 
no metabolismo aeróbio e anaeróbio da glicose. 
Também interferem na síntese de proteínas, por alterações na síntese do 
RNA mensageiro. 
 
Nitrofuranos 
• A atividade antimicrobiana está relacionada com a redução do grupo nitro, que, in vivo, é reduzido a NH2 
ou NHOH. 
• Os nitrofuranos reduzidos inibem funções do DNA. 
Apresentam atividade contra certos protozoários e fungos. 
A atividade contra protozoários: Trypanossoma cruzi, T. gambiensi, Giardia lamblia, Trichomonas vaginalis. 
A atividade contra fungos: Candida albicans. 
• Atualmente possuem valor terapêutico limitado, devido ao surgimento de fármacos mais ativas e menos 
tóxicas. Nitrofuranos tem um valor histórico mas atualmente possuímos antimicrobianos melhores, são 
poucos que ainda são utilizados. 
• Provocam polineurites e alterações hematológicas. 
• São inibidores da espermatogênese no homem. 
Os representantes de nitrofuranos são: nitrofurazona, furazolidona, nitrofurantoína. 
 
 
Nitrofurazona (Nitrofural) 
• Bactericida 
• Gram-positivos 
• Tratamento de queimaduras infectadas de segundo e terceiro 
graus 
 
• Uso também associado a a antinflamatórios do grupo corticóides e a antibióticos, como a bacitracina que 
é um polipeptídeo e neomicina com aminoglicosídeo. 
• Apenas para uso tópico, através de cremes e pomadas. 
Medicamentos: Alivioderm, Furacin, Caziderm. 
Furazolidona 
É utilizada como antiprotozoário, bastante empregado, Giarlan, mas 
existem outras preparações comercializadas com o princípio ativo da 
furazolidona. 
• Oxazolidinona ligada ao 5-nitrofurano 
• Giardicida, tricomonicida e bactericida de amplo espectro (para patógenos do trato gastrintestinal, como 
Salmonella e Shigella) 
• Evitar a ingestão de álcool durante o tratamento e até quatro dias após o término do tratamento (efeito 
antabuse, que é quando ocorre o acúmulo do acetaldeído que é um metabólito do álcool, e esse 
acetaldeído se acumula em função da inibição da enzima acetaldeído desidrogenase, causando alguns 
efeitos como náuseas, vômitos, cefaleia, sudorese, e efeitos mais graves como depressão respiratória, 
arritmia, podendo levar a morte). 
 
Nitrofurantoína 
• Atinge concentrações bactericidas no trato urinário (antibacteriano). 
• Klebsiella, E. coli, enterococos, Proteus sp, Enterobacter sp. 
Medicamentos: Macrodantina, Urogen. 
Metronidazol (nitro-imidazólicos) 
1959 - Anti protozoário, mas na verdade é um derivado do nitro-imidazol. Radical nitro 
ligado ao anel imidazol, e não ao furano. 
1970s - alternativa para penicilinas – infecções orais, hoje esse emprego não acontece 
mais. 
Inibe a síntese e desnaturação do DNA 
USOS: 
Giardíase, amebíase, tricomoníase, vaginites por Gardnerella vaginalis e infecções causadas por bactérias 
anaeróbias como Bacteroides fragilis e outros, Fusobacterium sp, Clostridium sp, Eubacterium sp e cocos 
anaeróbios. 
 
Quinolonas 
• São fármacos, antimicrobianos de escolha que atuam predominantemente nas 
infecções do trato urinário. 
• Algumas são utilizadas em infecções do trato respiratório. 
• São constituídas por um sistema bicíclico, anéis A e B, sendo que o anel B 
deve ser aromático ou heteroaromático; 
• A adição de um átomo de oxigênio à posição 4 do anel A origina o 
esqueleto 4-oxo-1,4-diidroquinolina, comumente chamada de 4-quinolona. 
• Todas as quinolonas possuem um grupamento carboxílico na posição C3. 
 
 
Mecanismo de ação 
Inibem a atividade da DNA girase ou também chamada topoisomerase II, enzima responsável pela divisão da 
dupla cadeia do DNA cromossômico, ocorre a quebra da fita, separando-a, em que é feito sua 
cópia/replicação torna a molécula de DNA compacta e biologicamente ativa. Ao inibir essa enzima, a 
molécula de DNA passa a ocupar grande espaço no interior da bactéria e suas extremidades livres 
determinam síntese descontrolada de RNA mensageiro e de proteínas, determinando a morte das bactérias. 
Também inibem, a topoisomerase IV - inibição ligadas as Fluorquinolonas (alvo em Gram positivos) 
As QUINOLONAS atuam através da inibição das Topoisomerases II e IV, enzimas fundamentais na síntese de 
material genético bacteriano, exercendo um efeito bactericida. 
• DNA topoisomerase II (DNA girase) 
principal alvo das Quinolonas com ação nos microrganismos Gram negativos (E.coli). 
• DNA topoisomerase IV 
principal alvo das Fluorquinolonas com ação nos microrganismos Gram positivos (S. aureus). 
 
Principal mecanismo das 
Quinolonas 
Inibição da enzima 
Topoisomerase II: impedem a 
replicação do DNA 
bacteriano. 
Topoisomerase I e II: 
promovem quebras nas fitas 
de DNA, permitindo sua 
compactação 
 
 
Legenda do print: enzimas quebram as fitas de DNA, permitindo a sua compactação, ou seja, essa dupla 
hélice se desenrola uma nova cadeia constituída, cada uma das cadeias originais atua como modelo para 
construção de uma nova hélice. Quando acontece essa quebra, é justamente esse momento em que a 
enzima tem a ação (ruptura/quebra da fita), e as quinolonas se ligam, formando um complexo ternário, 
onde podemos observar, a posição 6 e 7 e também o íon carboxilato, vai fazer uma interação com a enzima, 
enquanto que o grupo carbonila e o carboxilato, interage com o DNA através de ligações de H. 
A seletividade desses fármacos é 1000x mais nas enzimas bacterianas do que na topoisomerase II humana. 
Legenda: ilustração de todos os 
locais de ação de todos 
antimicrobianos. Em marrom a ação 
das quinolonas que agem alterando 
a função e estrutura do DNA. 
 
 
 
 
 
 
 
Histórico 
Ácido nalidíxico: primeiro representante, protótipo da série. 
Obtido 
primeiramente 
como subproduto 
da síntese de 
Cloroquina, nos 
anos 1950/60. 
No seu 
aparecimento na 
época era um 
fármaco de 
escolha. 
Era usado também em pediatria. 
Hoje ainda está no mercado, mas existem compostos mais ativos. 
Derivado do ácido naftiridinocarboxílico. 
Níveis efetivos nos rins. 
Quinolonas de primeira geração: 
• ÁCIDO NALIDÍXICO (1960): Wintomylon 
• Ácido oxolínico (1966): Urilin 
• Ácido pipemídico: Balurol, Pipram, Uroxina 
• Rosoxacino: Eradacil 
Atualmente pouca importância terapêutica. 
 
 
Quinolonas: relação estrutura-atividade 
• Presença do grupo carboxílico em C3 e grupo cetona em C4: 
favorecimento da ligação com a topoisomerase II (enzima). 
• A proximidade destes grupos contribui para sua passagem pela parede 
celular. 
• A substituição do COOH por SO3H, CH2COOH e NHOH resulta em perda 
de atividade. Como tem seu local de interação a enzima, a sua substituição faz com que não tenha atividade. 
• R7: Anel piperazínico em em C7: origina atividade contra Pseudomonas. 
• A adição de cadeias alquílicas na posição para do anel piperazínico e no nitrogênio da posição 1 da 
quinolona aumenta a lipossolubilidade e, consequentemente, a distribuição destas substâncias. 
• Anel piperazínico em C7 e introdução de Flúor na posição 6 estendem a atividade para algumas bactérias 
Gram-positivas, caracterizando as fluorquinolonas. 
• Introdução de Flúor na posição C8: aumenta a potência contra microrganismos Gram-negativos em geral,

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