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LS INTRODUÇÃO Reabsorções dentárias são lesões degenerativas assintomáticas, normalmente são achados radiográficos. Por ser assintomático pode prejudicar o tratamento por está em uma situação já avançada. Existe 2 tipos de camadas que são consideradas camadas de proteção do dente, externamente tem o ligamento periodontal e cemento radicular que protege a dentina, internamente se tem a pré-dentina. Mecanismo de ação: a perda de integridade das camadas de proteção da dentina, permitindo o acesso de células clásticas: Ligamento periodontal e cemento nos casos de reabsorção externa. Odontoblastos da pré-dentina nos casos de reabsorção interna. Células clástica é qualquer célula que promove reabsorção. As células clásticas ficam no osso remodelando-o. A célula clástica não reabsorve a dentina ,pois na dentina tem a proteção do ligamento periodontal e cemento. Internamente também possui células clásticas e quem protege a parede de dentina é a pré-dentina. Quando uma dessas camadas de proteção são rompidas/danificadas irá ter a entrada de células clásticas na dentina e assim reabsorvendo-a, tendo radiograficamente imagem radiolúcida. PRINCIPAL CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIA Reabsorção radicular interna: se inicia nas paredes internas da cavidade pulpar, a partir de uma inflamação da polpa (polpa viva). A inflamação irá danificar internamente a dentina tendo assim o abertura desse espaço e entrada de células clásticas. Ocorre apenas em polpa viva. Principais etiologias: inflamação crônica da polpa viva, trauma dental e tratamento ortodôntico. Reabsorção radicular externa: se inicia na superfície radicular externa, a partir de uma lesão no ligamento periodontal e na camada de cemento radicular. Esta lesão pode ser causada por trauma mecânica ou dano biológico (bactérias). As células clásticas invadem a dentina. Principais etiologias: infecção perirradicular (granuloma, cisto, abscesso), trauma dental, tratamento ortodôntico e clareamento dental. DEFINIÇÃO Resulta de uma pulpite crônica, tendo como fator etiológico a polpa viva inflamada. Exame radiográfico: imagem radiolúcida e circunscrita na porção interna da raiz (no centro da raiz). Tratamento: acesso ao canal e remoção do tecido patológico com instrumentos (tratamento endodôntico). Quando a lesão perfura toda parede radicular o único tratamento é a extração do dente. Quando faz o acesso no dente há sangramento excessivo (muita vascularização) então deve conter o sangramento antes de fazer o tratamento. Aplicação da pasta de hidróxido de cálcio (HPG) até que toda a polpa esteja limpa (cauterização química do tecido de granulação). Como a lima não consegue limpar toda cavidade patológica então é feito a cauterização (cessa sangramento). LS Instrumentação, limpeza química abundante e obturação do canal com guta-percha plastificada. Após o retorno do paciente (em torno de 2 sessões), fará irrigação e aspiração abundante saindo pedaços caurterizados da polpa, quando tiver ausência de sangramento fará o tratamento endodôntico só que plastifica a guta-percha condensando-a no canal. REABSORÇÃO EXTERNA DE SUPERFÍCIE Ocorre devido algum tipo de trauma ou pressão que causa dano ao ligamento perirradicular. Este dano permite a invasão de células clásticas na superfície da raiz. Ocorre por movimentação ortodôntica ou reabsorção do dente impactado. Existe a reabsorção radicular externa de superfície fisiológica: quando germe do dente permanente pressiona o decíduo, tendo esfoliação. Os dentes se movimentam por sucessão de reabsorção óssea e neoformação óssea. Na Ortodontia é importante fazer exame radiográfico a cada 6 meses para visualizar a raiz dos dentes e sua movimentação. Tratamento: remoção do agente causador, teste de vitalidade pulpar (Endo-ice), e tratamento endodôntico em caso de necrose. Se a polpa tiver viva apenas irá paralisar a reabsorção em caso de aparelho ortodôntico (6 meses), se a polpa tiver necrosada fará o tratamento endodôntico. Caso clínico: paciente com tratamento ortodôntico durante 6 anos. REABSORÇAO EXTERNA DE SUBSTITUIÇÃO O ligamento periodontal e o cemento lesionados são substituídos por células da medula óssea adjacente (anquilose), ou seja, vai ocorrer reabsorção e substituição por osso. Logo após, ocorre a reabsorção radicular e a dentina também vai sendo substituída por osso gradativamente (reabsorção externa de substituição). Não há tratamento Comum em dente decíduo e trauma em dente permanente REABSORÇÃO EXTERNA INFLAMATÓRIA APICAL OU LATERAL Há obrigatoriamente a presença de microrganismos. Inicia a partir de uma infecção endodôntica (polpa necrótica) que causa inflamação do ligamento perirradicular. Células clásticas invadem e reabsorvem a superfície radicular externa. Normalmente ocorre apical (microrganismo sai pelo forame). Imagem radiográfica: perda de estrutura dentinária associada à lesão radiolúcida apical (polpa necrótica). LS Tratamento: irá apenas paralisar a reabsorção. Se não ocorrer a paralisação da reabsorção irá causar osteomielite. Fará o tratamento endodôntico (pode ocorrer também em canal já tratado). Limpeza e saneamento do canal radicular. Aplicação de pasta de hidróxido de cálcio ou MTA com o objetivo de obtenção de barreira mineralizada Obturação do canal radicular. REABSORÇÃO EXTERNA INFLAMATÓRIA CERVICAL INVASIVA/ SUBEPTELIAL Há a presença de microrganismos. Se inicia a partir de um dano no ligamento periodontal à nível da linha amelo-cementária (começa na cervical do dente). Os microrganismos do sulco gengival inflamam o ligamento danificado, permitindo a entrada de células clásticas na dentina. A polpa não exerce nenhuma influencia nessa reabsorção O ligamento periodontal é perdido quando há processo inflamatório na região o qual foi misturado com os microrganismos presente na boca. O causador da inflamação é o agente clareador. O gel clareador penetra o sulco gengival danificando o ligamento periodontal. Clinicamente: observa-se tecido de granulação abaixo do esmalte da coroa dentária, com aspecto de uma “mancha rosa”. As células clásticas reabsorvem dentina mas não o esmalte, então em estágios avançados terá a dentina totalmente reabsorvida e o esmalte por ser translúcido um aspecto rósea. Mancha rósea ou dente rosado (por baixo do esmalte). Às vezes o dente fratura. Tratamento: Expor a lesão via externa, remover o tecido granulomatoso e esmalte desapoiado e restaurar a área reabsorvida; Tratamento endodôntico ou não, em função da quantidade de dentina perdida. Não necessariamente é causada apenas pelo clareamento dental, pode ocorrer por inflamação gengival, trauma na regiao cervical, inflamação na bolsa periodontal.