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Biofarmácia- Resumo da primeira prova
Biofarmácia
● Estuda a Inter-relação das Propriedades Físico-Químicas do Fármaco, da
Forma Farmacêutica e da Via de Administração sobre a Velocidade e a
Extensão da Absorção Sistêmica do Fármaco.
➔ Liberação da FF
➔ Velocidade de dissolução
➔ Permeabilidade e absorção
Medicamento Novo
● 10 etapas de desenvolvimento:
➔ Desenvolvimento não clínico: Busca de novas moléculas e sua
caracterização físico-química. Estudo de segurança e eficácia,
estudos in vivo/vitro (animais).
➔ Desenvolvimento clínico: 4 fases. A fase I (farmacocinética e
toxicológica) corresponde ao estudo em indivíduos sadios. A fase II
(avaliação inicial do efeito do tratamento) está ligada aos indivíduos
doentes, sendo que ambas as fases apresentam um grupo
PEQUENO de voluntários. A fase III (avaliação completa do efeito),
onde são utilizados maior amostragem de indivíduos com a doença
e, por fim, a fase IV correspondente a farmacovigilância (pós
registro), bem como o lançamento do medicamento no mercado.
Genérico e Similares
● Os genéricos e similares não passam pelas etapas do desenvolvimento,
uma vez que não são fármacos novos. Precisam apresentar testes de
equivalência e bioequivalência.
1) Estudo de pré-formulação;
2) Desenvolvimento farmacotécnico;
3) Produção em escalas semi-industrial: a ANVISA permite a fabricação de
lote piloto para estudos de estabilidade; equivalência farmacêutica e
bioequivalência;
4) Produção;
5) Distribuição
Lívia Moreira/ 2023
Biofarmácia- Resumo da primeira prova
● Marco regulatório: Lei 9787 de 10 de fevereiro de 1999.
Inscrição do nome da substância ativa na embalagem do medicamento em
tamanho não inferior à metade do nome fantasia.
Decreto Nº 3181 regulamenta a Lei 9787.
A Resolução Nº 391/1999 estabeleceu o regulamento técnico para o registro de
medicamentos genéricos.
Provas para comprovação da equivalência terapêutica entre medicamento
genérico e medicamento de referência.
RDC Nº 134/2003 = estabeleceu prazos para apresentação de estudos de
bioequivalência para medicamentos similares. → Similares de venda sem
prescrição não isentos de estudos de BE = primeira renovação de registro (2017).
Medicamento genérico:
13% do faturamento anual da indústria
farmacêutica; corresponde à 30% dos
medicamentos comercializados.
Medicamento similar:
24% do faturamento anual da
indústria farmacêutica; corresponde à
33% dos medicamentos
comercializados.
Equivalência TERAPÊUTICA
● São considerados equivalentes terapêuticos quando possuem
comprovação de equivalência farmacêutica e bioequivalência.
● Os equivalentes terapêuticos são INTERCAMBIÁVEIS.
● É a base para a substituição do MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA pelo
MEDICAMENTO GENÉRICO/SIMILAR correspondente.
↳ Só são intercambiáveis se forem equivalentes terapêuticos.
Equivalência FARMACÊUTICA
● Os medicamentos equivalentes possuem a mesma forma farmacêutica, via
de administração, quantidade de ativos (dosagem), mesmas substâncias.
Não necessariamente tem os mesmos excipientes. O recomendado é que
se tenha as mesmas classes de excipientes.
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Biofarmácia- Resumo da primeira prova
● Visa a avaliação minuciosa da qualidade dos medicamentos candidatos à
genéricos/similares, assim como a análise comparativa dos parâmetros
relacionados ao teor e à liberação do fármaco desses medicamentos, em
relação ao medicamento referência.
● RDC 134/2003: Adequação dos medicamentos similares já registrados.
1ª renovação após 01/12/2004 → apresentar EF
2ª renovação → apresentar BE
Até 2009 → todos apresentaram EF
Até 2014 → todos apresentaram BE
➔ ESTUDO DE EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA: conjunto de ensaios
físico-químicos e, quando aplicáveis, microbiológicos e biológicos,
que comprovam que dois medicamentos são equivalentes
farmacêuticos.
➔ CENTRO DE EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA: laboratório habilitado
pela ANVISA para a realização dos ensaios, responsabilizando-se
técnica e juridicamente pela veracidade dos dados e informações
constantes dos estudos.
Os testes devem ser feitos em centros de equivalência farmacêutica
habilitados. Existem 77 centros habilitados pela Anvisa.
As indústrias farmacêuticas podem ter seus próprios centros habilitados,
porém, estes devem ser fisicamente separados do controle de qualidade e
com profissionais diferentes. São realizados antes da bioequivalência,
devem ser utilizados os mesmos medicamentos (mesmos lotes, tanto do
teste quanto referência).
RDC 67/2016: Dispõe sobre as petições de solicitação de habilitação,
renovação de habilitação, modificações pós-habilitação, terceirização de
ensaio, suspensões e cancelamentos de Centros de Equivalência
Farmacêutica e dá outras providências.
● Condições gerais do estudo: Realizado previamente aos Estudos de
Biodisponibilidade Relativa/Bioequivalência;
Comparação simultânea entre o Medicamento Teste e o Medicamento Referência
(lotes dentro do prazo de validade). → Estudo de BD/BQ deve utilizar
obrigatoriamente os mesmos lotes empregados no Estudo de Equivalência
Farmacêutica.
Lotes-piloto: medicamentos acondicionados em sua embalagem primária.
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Biofarmácia- Resumo da primeira prova
Estudo pode ser realizado com medicamentos que se apresentem na forma de
comprimido revestido/drágea, cujo Medicamento Referência seja comprimido
simples (ou viceversa), desde que o revestimento não controle a liberação da
substância ativa.
Na equivalência farmacêutica, os ensaios são in vitro, da farmacopéia brasileira,
aplicar os ensaios no referência e no teste. Se aprovado, faz-se os ensaios in vivo:
ensaios de bioequivalência. Avalia-se a concentração máxima absorvida e a área
sob a curva.
Se um deles for reprovado, o teste todo é reprovado, tem que substituir o lote.
Quando não se tem o medicamento na farmacopeia brasileira, há outras
farmacopeias que podem ser utilizadas como base. Os estudos podem ser
apresentados para a Anvisa assim que a patente do referência cair, pode ser que
a patente já tenha caído em alguns países e já conste nas farmacopeias. Assim,
todos os testes devem seguir a mesma farmacopeia.
● Medicamentos isentos de estudo de BE:
Alguns medicamentos não fazem BE (são bio isentos), param nos testes in vitro
(equivalência farmacêutica). No entanto, TODOS precisam fazer a equivalência
farmacêutica, sem exceções. No caso de medicamentos controlados, a Anvisa
fornece uma autorização para a aquisição de medicamentos sujeitos a controle
especial.
➔ Uso tópico; vias parenterais; isentos de prescrição médica; uso oral sem
absorção no TGI.
➔ Formulações contendo fármaco em diferentes dosagens → apenas a
maior dosagem faz BE → demais fazem apenas EF + PD.
● Protocolo de EF: Documento elaborado pelo Centro de Equivalência
Farmacêutica que detalha a maneira como será realizado o Estudo de
Equivalência Farmacêutica
➔ Ensaios informativos: Ensaios analíticos também preconizados na
monografia individual ou nos métodos gerais de compêndios oficiais ou
em Normas /Regulamentos aprovados pela ANVISA;
NÃO DEVEM SER UTILIZADOS COMO MÉTODO COMPARATIVO ENTRE
REFERÊNCIA E GENÉRICO/SIMILAR
Lívia Moreira/ 2023
Biofarmácia- Resumo da primeira prova
● Testes para comprimidos:
➔ Desintegração: Permite verificar se comprimidos e cápsulas se
desintegram dentro do limite de tempo especificado, quando 06
unidades do lote são submetidas à ação de aparelhagem específica
sob condições experimentais descritas.
➔ Uniformidade de doses unitárias: avaliar a quantidade de
componente ativo em unidades individuais do lote e verificar se esta
quantidade é uniforme nas unidades testadas. (peso ou
uniformidade de conteúdo).
➔ Dissolução: Possibilita determinar a quantidade de substância ativa
dissolvida no meio de dissolução quando o produto é submetido à
ação de aparelhagem específica, sob condições experimentais
descritas.
➔ Pureza: Pesquisar e quantificar impurezas de síntese e produtos de
degradação.
➔ Segurança biológica.
➔ Doseamento (UV, titulação e CLAE; RDC Nº 31/2010; diferença não
pode ser maior que 5%).
●Teste de dissolução:
Possibilita determinar a quantidade de substância ativa dissolvida no meio de
dissolução quando o produto é submetido à ação de aparelhagem específica,
sob condições experimentais descritas.
Resultado é expresso em % da quantidade declarada no rótulo.
Aplicado a comprimidos, cápsulas e outros casos em que o teste seja requerido.
Parâmetros: velocidade de agitação, aparato, temperatura, volume do meio de
dissolução, composição do meio.
O teste deve ser conduzido sob condições sink (Sink conditions) volume de meio,
pelos menos, três vezes (usual: 5-10 vezes) maior do que o necessário para obter
uma solução saturada do fármaco.
Curva analítica: equação da reta e coeficiente de correlação.
➔ Coleta (Perfil de dissolução reposição);
➔ Filtração da alíquota coletada (Membrana de acetato de celulose com
poro de 0,45µm);
➔ Diluição da alíquota coletada;
➔ Leitura (Espectrofotometria, Cromatografia Líquida);
➔ Cálculos.
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Biofarmácia- Resumo da primeira prova
A FF é colocada na cuba do dissolutor, em um determinado tempo é retirada
uma alíquota e há dosagem do teor dissolvido no meio. Todos os parâmetros são
bem definidos para o método.
Primeiro, faz 6 cubas, se der alguma inconformidade, faz mais 6 e depois faz a
média das 12. Caso ainda der errado, faz mais duas rodadas de 6 cubas e faz a
média com os 24 resultados.
Mesmo sendo obrigatório realizar o perfil de dissolução (outro ensaio, após a eq.
farmacêutica) depois, é obrigatório fazer o teste de dissolução porque faz parte
da equivalência farmacêutica.
“Q”: à quantidade dissolvida de fármaco, especificada na monografia individual,
expressa como porcentagem da quantidade declarada.
● Substância química de referência: são materiais de referência utilizados na
avaliação da conformidade dos insumos farmacêuticos e dos
medicamentos, requerida em diferentes farmacopeias e códigos
farmacêuticos, reconhecidos pela Anvisa como referência de controle de
qualidade nacional.
● Relatório de estudo de EF: Documento elaborado pelo Centro de
Equivalência Farmacêutica que atesta os resultados e conclui sobre o
estudo de Equivalência Farmacêutica, incluindo os dados brutos.
● Certificado de EF: Documento elaborado pelo Centro de Equivalência
Farmacêutica que atesta os resultados e conclui sobre o estudo de
Equivalência Farmacêutica, excluindo os dados brutos.
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Biodisponibilidade
● Biodisponibilidade é a quantidade de fármaco absorvido, a partir de sua
forma de dosagem, e torna-se disponível no local de ação.
● Estudos farmacocinéticos = administração do medicamento e coleta de
líquidos biológicos em tempos pré-determinados, com posterior
quantificação do fármaco, empregando-se método bioanalítico
desenvolvido e validado para esta finalidade
● Biodisponibilidade absoluta: relação de fármacos absorvidos na forma
oral, comparado a forma injetada.
● Biodisponibilidade relativa: comparação da biodisponibilidade de dois
fármacos sob o mesmo experimento.
● Bioequivalência: demonstração de biodisponibilidade equivalente entre
produtos, seguindo o mesmo experimento.
● No caso da bioequivalência, estamos falando da biodisponibilidade
relativa, isto é, a biodisponibilidade do medicamento teste em relação ao
medicamento referência, da mesma forma farmacêutica.
Lívia Moreira/ 2023
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● FATORES QUE AFETAM A BIODISPONIBILIDADE:
80% dos medicamentos são sólidos, por via oral.
➔ Fatores que afetam a taxa de dissolução:
Tamanho das partículas, molhabilidade, solubilidade e forma do fármaco (se ele
é um sal ou uma forma livre).
★ Fatores relacionados ao medicamento:
Características da molécula: pH, logP, etc;
Características da formulação: excipientes escolhidos;
Mecanismo de liberação da F.F.;
Processo de fabricação.
Forma farmacêutica
★ Fatores relacionados ao indivíduo:
Idade;
Estado de saúde (sadio ou não);
Peso corporal;
Sexo (devido a diferença hormonal).
★ Área superficial e tamanho das partículas.
O aumento na área superficial total do fármaco em contato com os fluidos
gastrintestinais causará um aumento na taxa de dissolução.
Quanto menor a partícula, maior será a área superficial efetiva exibida para uma
dada massa do fármaco e maior será a taxa de dissolução. A redução do
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tamanho das partículas, portanto, provavelmente resulta em aumento da
biodisponibilidade, desde que a absorção do fármaco seja limitada pela taxa de
dissolução.
Tamanho da partícula maior: pico de absorção retardado, demora mais para
absorver, reprova o genérico se for diferente.
Quando temos IFAs pouco solúveis, microliza a partícula para melhorar sua
absorção. A influência do tamanho da partícula é mais comumente observado
nos ensaios de bioequivalência, uma vez que o teor é o correto e os ensaios in
vitro também são adequados.
★ Solubilidade na camada de difusão, C s .
A taxa de dissolução de um fármaco em condições de dissipação, de acordo com
a equação de Noyes–Whitney (Equação 20.2), é diretamente proporcional à sua
solubilidade intrínseca na camada de difusão que circunda cada partícula de
fármaco em dissolução, C s .
A camada em volta da partícula (camada de difusão) contribui na dissolução dos
ativos. A solubilidade de fármacos fracamente ácidos, aumenta com o pH e a
medida que o fármaco desce no TGI (começa com pH 1,2, passa por 4,5 até
chegar em 6,2), a solubilidade aumenta. Por outro lado, a solubilidade de bases
fracas diminui com o aumento do pH
★ Forma do fármaco:
Em genéricos e similares não há tanta influência da FF tendo em vista que,
obrigatoriamente, é a mesma do medicamento referência. A única exceção é
quando, um deles é drágea e o outro é revestimento simples, quando o
drageamento é apenas para estética. Quando temos um revestimento que
controla a liberação, ambos devem ser de liberação modificada.
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Na forma salina, temos uma dissolução mais rápida.
★ pH e pKa:
A maior parte dos fármacos são bases ou ácidos fracos, logo, a velocidade de
absorção depende do pH do meio.
Estômago: pH=1,2
Intestino delgado: pH= 4,5
Intestino grosso: pH=6,8
★ Cristais:
A existência de formas polimórficas de um mesmo fármaco pode alterar
características físico-químicas, afetando o processo de síntese, a produção, a
qualidade e a biodisponibilidade.
Cada cristal tem características diferentes (solubilidade, ponto de fusão, etc),
influenciando na absorção. Além disso, é possível ter arranjos diferentes entre os
cristais
As formas não cristalinas possuem maior facilidade de dissolução devido suas
ligações mais fracas e desorganizadas.
A forma amorfa possui maior solubilidade.
Composto cristalizado: possui estrutura cristalizada diferente,
consequentemente hábitos variados e solubilidade diferente (polimorfismo).
➔ Avaliação de polimorfos: ponto de fusão diferentes, infravermelho, raio x,
análise térmica, RAMAN, microscopia óptica, RMN.
Ritonavir (Abbott): forma polimórfica original (metaestável), descoberta em
1998 é ineficaz e possui problemas de estabilidade.
Novobiocina: mais solúvel e mais rápida.
Midecamicina: forma cristalina ineficaz.
Solvente + cristal: solvato. → quando o solvente é a água é chamado de hidrato e
possui menor solubilidade e velocidade de dissolução.
Quanto maior a hidratação menor a solubilidade e velocidade de dissolução.
A interação com o solvente torna a forma mais estável, o que dificulta a
dissolução. A granulação pode favorecer a formação de solvatos.
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Biofarmácia- Resumo da primeira prova
★ Excipientes:
Apesar de serem inertes, interferem na desintegração da FF e,
consequentemente, na velocidade e quantidade de disponibilidade para
absorção.
Recomenda-se que os genéricos possuam as mesmas classes de excipientes que
o referência, mas não é obrigatório. O que pode promover “diferenças” no efeito.
Tensoativos: aumento da molhabilidade do ativo.Altera a funcionalidade de
membrana intestinal (problemas na permeação intestinal).
★ Processo produtivo:
A força de compressão modifica a desintegração (cedência da FF). Pode afetar a
dissolução, pois quando é excessiva a velocidade de dissolução diminui (ficam
mais compactas e demora a dissolver).
Vias de administração
Fatores que afetam a biodisponibilidade de acordo com a via de administração
● Via oral:
Corresponde a 80% dos medicamentos.
➔ A velocidade e a extensão com que o fármaco permanece intacto em uma
circulação sistêmica dependem do sucesso dos processos cinéticos.
➔ Etapa limitante da velocidade de absorção: controla a velocidade e extensão do
fármaco intacto na circulação sistêmica/sanguínea, variando de fármaco a
fármaco:
Para um fármaco com baixa solubilidade em água a velocidade de dissolução
será lenta (biodisponibilidade limitada pela velocidade de dissolução). Já os
fármacos com alta solubilidade em água possuem dissolução rápida e a
velocidade de absorção na membrana do TGI será a etapa limitante da absorção
(limitada por permeabilidade).
➔ Etapas potencialmente limitantes da absorção: velocidade de liberação do
fármaco da �, velocidade de esvaziamento do estômago, velocidade de
metabolização do fármaco por enzimas intestinais, velocidade de metabolização
hepática (efeito de “primeira passagem”).
Lívia Moreira/ 2023
Biofarmácia- Resumo da primeira prova
➔ Fatores fisiológicos:
Cada parte do TGI é responsável por uma parte da biodisponibilidade do
medicamento no organismo, na absorção.
★ Esôfago
Aproximadamente (até) 15 segundos. Encaminha para o estômago.
Sofre influência da forma farmacêutica e da posição/postura.
Não há absorção no esôfago.
pH: entre 5 e 6.
★ Estômago
A velocidade de esvaziamento gástrico pode ser um fator determinante para o
início da absorção de fármacos no seu principal local de absorção, isto é, o
intestino delgado.
Ideal: jejum + 250 mL de água.
pH em jejum: 1 a 3,5.
pH após alimentação: 3 a 7.
Fármacos lipossolúveis são melhor absorvidos quando administrados com
alimentos gordurosos.
★ Intestino delgado
Absorção e digestão.
pH varia entre 4,5 e 7,4, após a alimentação varia de 5 a 8.
Não discrimina a FF ou o estado alimentado. É importante para os
medicamentos de liberação modificada, onde a absorção ocorre totalmente no
intestino. O trânsito é variável.
★ Intestino grosso
Tem trânsito variável, depende da FF, da dieta, da frequência de defecação,
estado de doença, etc.
pH 6,5.
Lívia Moreira/ 2023
Biofarmácia- Resumo da primeira prova
A presença de alimentos aumenta o pH, diminuindo a absorção de fármacos
fracamente básicos.
Enzimas luminais:
Pepsinas e proteases → fármacos com peptídeos e proteínas.
Lipases → fármacos com gorduras ou óleos.
Perfil de dissolução
O perfil de dissolução pode ser definido como um ensaio in vitro que possibilita
a determinação da curva de porcentagem de fármaco dissolvido em função do
tempo, empregando-se as mesmas condições estabelecidas no ensaio de
dissolução.
O perfil de dissolução é realizado após os resultados positivos da equivalência
farmacêutica. Não segue necessariamente os parâmetros farmacopeicos, segue
a RDC 31 de 2010.
Dissolução´: investigar os mecanismos de liberação do fármaco pela FF.
● Serve para:
Orientar o desenvolvimento de novas formulações.
Monitorar a produção e qualidade de lote a lote.
Avaliar a estabilidade do produto.
Subsidiar a aprovação do registro das modificações pós registro.
Bioisenção (quando não precisa de bioequivalência).
● RDC 31/2010: perfil de dissolução
Teste de dissolução:
Equivalência farmacêutica.
1 ponto de coleta de meio.
E1= Q + 5%
Perfil de dissolução:
Ensaio independente
5 pontos de coleta (no mínimo)
Resultado em gráfico %/tempo.
O genérico/similar deve ser equivalente ao referência, para isso, utiliza-se,
durante o desenvolvimento farmacotécnico, o perfil de dissolução para ver se o
protótipo tem um perfil parecido com o referência.
Lívia Moreira/ 2023
Biofarmácia- Resumo da primeira prova
De tempos em tempos, é retirada uma alíquota do meio de dissolução e é
medida a concentração no UV. Com isso, verifica-se a porcentagem do fármaco
presente no meio de dissolução, chamada de porcentagem de cedência.
Esse teste é feito para o genérico/similar e para o referência e esses resultados
são comparados, logo, o gráfico tem duas curvas.
Medicamentos que tem em mais de uma dosagem, é possível fazer a BE só da
maior dosagem e faz os testes in vitro para todos.
São 12 unidades de cada, assim, é necessário fazer 2 rodadas de teste e 2
rodadas de referência. A comparação é feita através de fatores F1 e F2.
F1: somatório do referência (vários tempos de coleta) menos o teste dividido pelos
valores de referência. A primeira coisa é fazer a média das cubas. O F1 tem que
ser menor que 15 para demonstrar que não há grandes diferenças entre eles.
O F2 é a distância da média entre os perfis de dissolução, sendo um fator de
semelhança, logo, quanto mais próximo de 100, melhor.
O F2 não pega todos os pontos, pega pelo menos 3 pontos (após ambos os
medicamentos atingirem 85% de dissolução). Isso é feito para mostrar o platô.
F1 < 15 (fator de diferença).
F2 > 50 (fator de semelhança).
Nos cálculos, entram 3 pontos, sendo um deles obrigatoriamente o da
farmacopeia.
O último ponto tem que garantir o platô (90%).
Lívia Moreira/ 2023
Biofarmácia- Resumo da primeira prova
● Pontos críticos:
Diferença nos fabricantes dos IFAs.
Qualidade dos excipientes.
Ordem de mistura dos componentes.
Princípio de funcionamento dos equipamentos.
Forma e dureza dos comprimidos.
Passos da etapa de revestimentos.
Os pontos críticos referem-se ao que pode trazer alterações no perfil de
dissolução.
De acordo com a RDC 31/2010, apenas o F2 é considerado necessário para a
aprovação de medicamentos. Portanto, caso o F1 não passe, não há problema.
Quando a dissolução é muito rápida, mesmo que não passe no P.D., se o
patrocinador quiser, o experimento vai para a bioequivalência.
Formas de liberação prolongada, os pontos de coleta DEVEM refletir isso (por ex
1, 2 e 4 horas).
Formas de liberação retardada: intacto por 2 horas iniciais em HCl, as coletas
começam apenas após isso, quando o comprimido é colocado em cubas com pH
próximo ao 4,5.
Coeficiente de variação: desvio padrão relativo (%).
Para permitir o uso de médias, os coeficientes de variação para os primeiros
pontos de coleta não podem exceder 20%. Para os demais pontos considera-se o
máximo de 10%.
COMO FAZER OS CÁLCULOS DE PD:
1) Determinação da porcentagem dissolvida dos medicamentos referência e
teste em cada tempo
Faz para os 3 tempos do referência e do teste.
Segue o modelo:
Alíquota: A mL
Fator de diluição: F
Quantidade dissolvida (mg/mL) x fator de diluição. ( chamaremos de z).
Lívia Moreira/ 2023
Biofarmácia- Resumo da primeira prova
Z —----- Alíquota
X ( dissolvido no ) —----
500 - 100%
X - y%
EXEMPLO:
● Alíquotas de 2 mL diluídas em balões volumétricos de 100 mL
● Fator de diluição = 50
Em 5 minutos
Referência 1:
0,007 mg/mL x 50 = 0,35 mg/mL
0,35 mg/mL — 2 mL
X — 900 mL
X = 157,5 mg/mL
500 mg —100%
157,5 mg — Y
Y = 31,5 %
2) Determinação do F1 dos medicamentos:
F1= ∑ⁿ 𝑅𝑡 − 𝑇𝑡| |[ ] ÷ ∑ⁿ 𝑅𝑡[ ]{ } 𝑥 100 
Primeiro faz a média dos pontos de 3 tempos.
Segundo faz o módulo da diferença ( ) para cada tempo, e soma tudo no𝑅𝑡 − 𝑇𝑡| |
final para fazer o .∑ⁿ
Terceiro .𝑓𝑎𝑧 𝑜 ∑ⁿ 𝑅𝑡[ ]
Quarto joga na fórmula os dados encontrados.
3) Determinação do F2 dos medicamentos:
F2 = 50 x log { [1 + ( ) ∑ n t=1 (𝑅𝑡 − 𝑇t ) 2 ] -0,5 x 100 } 1 𝑛
Primeiro faz a média dos pontos de 3 tempos.
Segundo Cálculo do somatório dos quadrados da diferença (∑ n t=1 (𝑅𝑡 − 𝑇t ) 2..
Terceiro joga na fórmula.
Lívia Moreira/ 2023
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Relatório: documento elaborado pelo Centro de Equivalência Farmacêutica que
atesta os resultados e conclui sobre o Estudo de Perfil de Dissolução
Comparativo, incluindo os dados brutos.
Certificado:documento elaborado pelo Centro de Equivalência Farmacêutica
que atesta os resultados e conclui sobre o Estudo de Perfil de Dissolução
Comparativo, excluindo os dados brutos.
Desenvolvimento de método de dissolução
A primeira coisa é determinar a solubilidade do IFA:
1) IFA a 37° em pH fisiológico (1,2; 4,5 e 6,8); ]
2) Fazer pastilhas só com o IFA ; 3) Colocar em meio simulando os fluidos nos 3
pHs fisiológicos;
4) Verificar a solubilidade nessa temperatura e nesses pHs.
Depois, determina os aparatos (geralmente, pás) e o meio de dissolução,
dependendo do pH que se quer formular.
Quando estamos desenvolvendo o método, faz a dissolução com os três pHs.
Obs: Existem meios com enzimas (melhor simulação do meio fisiológico), mas não
é permitido a utilização pela Anvisa
Lívia Moreira/ 2023

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