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Uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a água potável. O dado alarmante é do relatório do Programa Conjunto de Monitoramento para Progresso na Água Potável, Saneamento e Higiene: 2000-2017 e preocupa justamente porque a água está no centro do desenvolvimento sustentável e das suas três dimensões – ambiental, econômica e social. Por isso, garantir o seu acesso universal e seguro é o sexto item da lista de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, para serem cumpridos até o ano de 2030. Saiba mais sobre eles por aqui.
Os recursos hídricos, bem como os serviços a eles associados, sustentam os esforços de erradicação da pobreza, de crescimento econômico e da sustentabilidade ambiental. O acesso à água e ao saneamento importa para todos os aspectos da dignidade humana: da segurança alimentar e energética à saúde humana e ambiental. 
A ONU estima que, atualmente, cerca de 40% da população mundial não tem acesso seguro à água potável. O número cresce quando falamos sobre os sistemas de tratamento fluvial e de esgoto: mais da metade do mundo não tem serviços de saneamento eficientes. São, respectivamente, cerca de 2,2 bilhões e 4,2 bilhões de pessoas no mundo sem essas infraestruturas
Esforços internacionais levam água limpa para crianças no Paquistão. Créditos: Vicki Francis/Department for International Development
Mas as coisas eram ainda piores no início deste século. O relatório da ONU, que citamos no início deste texto, também revela que desde o ano 2000, cerca de 1,8 bilhão de pessoas ganharam acesso a serviços básicos de água potável. Porém, apesar do progresso, “o mero acesso não é suficiente”. Este foi o apelo da diretora associada do Unicef para esta área, Kelly Ann Naylor. A preocupação ocorre porque, muitas vezes, quando existe água, ela é imprópria para consumo. E muitas vezes existem banheiros, mas são insuficientes e inseguros. 
Há grandes desigualdades na acessibilidade, disponibilidade e qualidade desses serviços. Por exemplo, o estudo estima que 8 em cada 10 pessoas que vivem em zonas rurais não têm acesso ao saneamento básico. Em cerca de 25% dos países a cobertura de serviços essenciais entre os mais ricos é pelo menos duas vezes maior do que entre os mais pobres. 
No Brasil, a situação não é muito diferente: 16% das pessoas não têm água tratada e 47% não têm acesso à rede de esgoto, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgados em 2020 e referentes a 2018. São 35 milhões de brasileiros sem recursos hídricos seguros, e 100 milhões precisando usar medidas alternativas para lidar com os dejetos. Os números também têm melhorado ao longo dos anos, mas de forma lenta. Em 2011, 17,6% da população não tinha água tratada, e mais da metade dos brasileiros, o equivalente a 51,9%, não tinha acesso à rede de coleta de esgoto.

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