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Guia de Estudos PNUMA

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Este Guia de Estudos foi elaborado pelo Secretariado da PoliONU 
2007, organizada pelo Colégio Poliedro. 
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
HISTÓRICO DO COMITÊ
O PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) foi criado durante a 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, na Suécia, em 
junho de 1972. Nessa ocasião se proclamou o direito do homem de viver em um ambiente com boa 
qualidade, bem como sua responsabilidade no que diz respeito a proteger e melhorar tal ambiente 
para as gerações futuras.
Justamente para monitorar o cumprimento de tais objetivos foi criado o PNUMA, que é a 
agência do Sistema ONU responsável por catalisar a ação internacional e nacional para a proteção 
do meio ambiente no contexto do desenvolvimento sustentável1 objetivando unir as Nações para 
que enfrentem os problemas ambientais comuns. Seu mandato é prover liderança e encorajar 
parcerias no cuidado ao ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a aumentar 
sua qualidade de vida sem comprometer a das futuras gerações.
O PNUMA desenvolve ainda atividades ligadas a questões como elevação da temperatura da 
Terra, desertificação, educação ambiental, conservação da água, das florestas e muitas outras. 
Trabalha com uma ampla gama de parceiros, incluindo entidades das Nações Unidas, organizações 
internacionais e sub-regionais, governos nacionais, estaduais e municipais, organizações não-
governamentais, setor privado e acadêmico, e desenvolve atividades específicas com segmentos-
chave da sociedade como parlamentares, juízes, jovens e crianças, entre outros.
O PNUMA tem sua sede no Quênia e atua através de seis escritórios regionais. Seus 
programas são financiados pelo Fundo das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que recebe 
contribuições voluntárias dos governos, complementados, em parte, pelo orçamento ordinário da 
ONU.
Introdução
“(...) a água é fundamental para o bem estar e a saúde. O direito à água é indispensável para levar 
uma vida saudável, com dignidade humana. É um pré-requisito para a concretização dos Direitos 
Humanos”.
Kofi Annan
No começo do século XXI novas discussões que antes eram tratadas como problemas 
regionais atingiram âmbito mundial por causa da globalização, tornando-se uma preocupação 
internacional.
Com o objetivo de discutir a distribuição e concentração de recursos hídricos no planeta, o 
PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, vem à comunidade internacional 
alertar sobre um problema que já começa a assolar o mundo atual e preocupa com prognósticos 
devastadores sobre futuro das próximas gerações. A falta de recursos hídricos ameaça a manutenção 
da vida humana na Terra. 
Muitos temas importantes como petróleo, fontes de energia renováveis e armas nucleares 
são discutidos nos dias atuais. Mas nenhum assunto se mostra tão importante como a questão da 
água, uma grande preocupação de todos os governantes, sendo que sua existência é condição 
primária para a vida e para o desenvolvimento de atividades econômicas.
1 www.un.org/esa/sustdev/csd/csd13/csd13_bureau_profiles.htm
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Conforme o tempo passa novos fatores agravam o delicado quadro mundial. Podemos citar 
como exemplo o aumento da população mundial, aumento da poluição, má utilização da irrigação, 
aquecimento global e o desperdício de água doce. 
A diferença na distribuição de recursos hídricos sempre foi, e torna-se cada vez mais, a 
causa de desavenças no cenário político internacional. Podemos citar os conflitos que aconteceram 
entre a China e o Tibet em território tibetano pelo controle das nascentes dos rios que nascem no 
Himalaia e o conflito entre palestinos e israelenses pelo Rio Jordão.
A fim de amenizar ou mesmo solucionar os conflitos entre países, conferências são 
realizadas para que acordos possam proporcionar uma resolução possível e eficaz em prol de todas 
as partes envolvidas. Podemos citar o acordo de The Johnston Negotiations (acordo entre Líbano, 
Síria, Israel e Cisjordânia para a utilização do Rio Jordão) e as conferências Eco92 e Rio +10.
A desigual distribuição de água também pode gerar outro problema, a pressão em relação ao 
uso e desperdício nos países que possuem uma maior capacidade hídrica por parte das potências 
econômicas com capacidade hídrica reduzida.
Para que a comunidade internacional possa ter um futuro com o bem estar assegurado, temos 
que colocar o direito a vida acima da capacidade econômica, militar e política, já que sem água isso 
não é possível.
HISTÓRICO DO PROBLEMA
Desde o séc XIX são discutidas questões ambientais, visto que com o crescimento 
desenfreado da atividade industrial e com a evolução da técnica e da Ciência, os problemas 
ambientais começaram a aumentar e o aumento do conhecimento sobre o meio também, então 
crescente parte da sociedade começou a perceber que certas ações tinham repercussão ambiental e 
afetavam o ecossistema terrestre e a saúde e qualidade de vida da população. Dessa forma, começou 
a crescer a vontade das pessoas de proteger o meio (ambientalistas), o que deu origem às ONG’s.
Na década de 1970, a ONU, impulsionada pelas mudanças no sistema internacional, iniciou 
uma série de atividades visando discutir, entender e propor soluções às questões ambientais.
Estocolmo 72 2
Em 1972, em Estocolmo, na Suécia, a ONU realizou a Conferência sobre o Meio Ambiente 
Humano, a primeira grande conferência sobre Meio Ambiente realizada pelas Nações Unidas. 
Nesse encontro, foram discutidos a séria degradação da natureza e os graves riscos para o bem-estar 
e para a sobrevivência da humanidade que as ações do homem estavam causando.
Na reunião foi feita a Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano3, a qual 
proclamava o direito do homem a viver em um ambiente de boa qualidade, bem como sua 
responsabilidade no que diz respeito a proteger e melhorar tal ambiente para as gerações futuras, 
porém a declaração não foi efetivada pela maioria dos países por falta de interesses dos mesmos e 
houve uma discordância entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, o que deixou claro que os 
interesses econômicos e desenvolvimentistas mostravam-se mais importantes que as questões 
ambientais. O Princípio 7 dessa declaração fala sobre a água marítima:
“Os Estados deverão tomar todas as medidas possíveis para impedir a poluição dos mares 
por substâncias que possam pôr em perigo a saúde do homem, os recursos vivos e a vida marinha, 
menosprezar as possibilidades de derramamento ou impedir outras utilizações legítimas do mar”.
2 www.vitaecivilis.org.br/default.asp?site_Acao=mostraPagina&paginaId=2006
3 www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/doc/estoc72.htm
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/doc/estoc72.htm
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Além disso, como já dito anteriormente, essa conferência teve um significativo resultado, a 
criação do PNUMA.
ECO 92
Em 1992 foi realizada no Rio de Janeiro, Brasil, a Conferência das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como Eco 92 ou Cúpula da 
terra, que teve a participação de vários países e de Organizações Não-Governamentais (ONG’s). A 
Conferência teve como objetivo unir o desenvolvimento econômico à proteção do meio ambiente e 
à melhoria da qualidade de vida da população. O resultado da Conferência foi um documento 
chamado Agenda 214, no qual o capítulo 18 fala sobre a questão da água.
Capítulo 18 da Agenda 21:
18.1 A água doce é um componente essencial da hidrosfera terrestre e indispensável para 
todo o ecossistema. O meio aquático é caracterizado pelo ciclo da água, incluindo inundações e 
secas, queem algumas partes do globo têm conseqüências cada dia mais extremas e dramáticas. A 
poluição atmosférica e o aquecimento global poderiam também ter um impacto nos recursos de 
água doce e em sua disponibilidade, e com a elevação do nível do mar, são uma ameaça para as 
áreas litorâneas e pequenas ilhas.
18.2 Água é necessária em todos os aspectos da vida. O objetivo geral é ter certeza que 
suprimentos adequados de água de boa qualidade são mantidos para toda a população do planeta, 
enquanto adaptando as atividades humanas dentro dos limites da natureza e combatendo os vetores 
de doenças relacionadas à água. Tecnologias inovadoras, incluindo o melhoramento das tecnologias 
indígenas. São necessárias para a utilização completa dos recursos hídricos e para a proteção desses 
contra a poluição.
18.3 A difundida escassez, gradual destruição e poluição agravada da água doce em várias 
regiões do mundo, junto com a progressiva invasão de atividades incompatíveis, demanda um 
planejamento e manejo integrado dos recursos hídricos. Tal integração deve cobrir todos os tipos de 
corpos relacionados à água doce, incluindo a água da superfície e a água subterrânea, e considerar 
devidamente a quantidade e a qualidade da água. O desenvolvimento de recursos hídricos no 
contexto de desenvolvimento socioeconômico deve ser reconhecido, como também os muitos 
interesses de utilização da água para o abastecimento de água e para medidas sanitárias, agrícolas, 
industriais, desenvolvimento urbano, hidrelétricas, de pesca doméstica, transporte, recreação e 
outras atividades. Métodos racionais de utilização da água para o desenvolvimento do 
abastecimento de água de superfície e água subterrânea e outras potenciais fontes têm que ser 
apoiados simultaneamente pela conservação da água e pela diminuição do desperdício. A 
prioridade, contudo, deve ser concedida para a prevenção das inundações e medidas de controle, 
assim como o controle da sedimentação, onde necessário.
18.4. Recursos hídricos abundantes e o uso deles são de grande importância para estados 
ribeirinhos. Nessa conexão, cooperação entre esses estados pode ser desejável em conformidade 
com os acordos existentes e/ou outros acordos relevantes, levando em consideração os interesses de 
todos os estados ribeirinhos preocupados.
18.5. As seguintes áreas do programa para a água doce estão propostas:
a. Desenvolvimento e manejo integrado dos recursos hídricos;
b. Avaliação dos recursos hídricos;
c. Proteção dos recursos hídricos, da qualidade da água e dos ecossistemas 
aquáticos;
d. Abastecimento de água potável e saneamento;
4 www.unep.org/Documents.multilingual/Default.asp?DocumentID=52&ArticleID=66
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
e. Água e desenvolvimento urbano sustentável,
f. Impactos da mudança do clima sobre os recursos hídricos.
Conselho Mundial da Água5 
Em 1994 a Associação Internacional dos Recursos Hídricos organizou uma sessão especial 
na qual o resultado foi a criação do Conselho Mundial da Água.
O Conselho Mundial da Água foi legalmente incorporado em 1996, numa iniciativa de 
especialistas renomados no assunto água e organizações internacionais, em respeito a uma 
preocupação crescente com o problema dos recursos hídricos por parte da comunidade global.
A missão do Conselho é “promover consciência, construir um compromisso político e 
estabelecer ações em todos os níveis do problema dos recursos hídricos, incluindo a tomada de 
decisões para facilitar a eficiente conservação, proteção, desenvolvimento, planejamento, manejo e 
uso da água em todas as suas dimensões considerando uma base ambientalmente sustentável para o 
benefício da vida na terra”.
Ao promover uma plataforma que encoraja debates e troca de experiências, o Conselho visa 
alcançar uma visão comum dos recursos hídricos e da manutenção dos serviços que utilizam a água. 
No processo, o Conselho também catalisa iniciativas e atividades cujos resultados convergem ao 
foco principal, o Fórum Mundial da água.
Segundo Fórum Mundial da Água
O Segundo Fórum Mundial da Água, realizado em 2000 em Haia, Países Baixos, gerou 
muito debate sobre a água para o futuro e a estrutura adequada para as ações de preservação dos 
recursos hídricos, negociando com estados seus potenciais de desenvolvimento, modelos 
financeiros e administrativos, e seus impactos na pobreza, no desenvolvimento social, cultural e 
econômico e no meio ambiente. A Declaração Ministerial identificou-se encontrando necessidades 
básicas de água, garantindo suprimento alimentício, protegendo ecossistemas, compartilhando 
recursos hídricos, gerenciando os riscos, avaliando a água e governando sabiamente a mesma como 
chaves para mudanças em nosso futuro direto.
A água e os Objetivos do Milênio
Em 2000, na Conferência do Milênio, a ONU estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento 
do Milênio. São 8 objetivos que dependem do acesso à água para serem alcançados:
Objetivo 1: Erradicar a pobreza extrema e a fome.
A água é um fator de produção em praticamente todas as empresas, incluindo a agricultura, a 
indústria e o setor serviços. Uma melhor nutrição, junto com a segurança alimentar, reduz a 
vulnerabilidade diante de doenças, como a AIDS e a malária, entre outras. Os problemas ligados à 
pobreza extrema e à fome têm relação estreita com a água. Entre eles: disponibilidade, proximidade, 
quantidade e qualidade.
Objetivo 2: Universalizar o acesso ao Ensino Fundamental.
Fomentar um ambiente escolar saudável é fundamental para assegurar a melhoria de acesso 
universal à educação, à escolarização, à assistência às aulas, à permanência e aos resultados dos 
5 www.worldwatercouncil.org/
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
estudos. Para todos eles, o acesso à água potável e ao saneamento é crucial. Ausência de serviços 
sanitários nas escolas tem sido fator de abandono, especialmente por parte de meninas.
Objetivo 3: Promover a igualdade entre os gêneros e a autonomia da mulher.
A educação permitirá às mulheres e às meninas desenvolver seu potencial. Novamente aqui 
a ausência de acesso ao saneamento é fator de dificuldade no comparecimento às escolas. Além de, 
em muitas culturas, as meninas estarem encarregadas do suprimento de água a falta de sanitários 
separados determina que muitas delas fiquem fora das salas de aula.
Objetivo 4: Reduzir a mortalidade infantil.
Melhorar o acesso à água potável e a um saneamento adequado ajudará a prevenir a diarréia, 
e dará instrumentos para controlar os microorganismos transmitidos através do solo, e a 
esquistossomose, entre outras patogenias. Cerca de 11 milhões de crianças com menos de cinco 
anos morrem anualmente em todo o mundo por doenças de origem ou veiculação hídrica.
Objetivo 5: Melhorar a saúde materna.
Melhorar a saúde e a nutrição reduz a vulnerabilidade à anemia e outras afecções que 
influem sobre a mortalidade materna. Uma quantidade suficiente de água limpa para o asseio antes 
e depois do parto reduz as possibilidades de contrair infecções mortais.
Objetivo 6: Combater a AIDS, a malária e outras doenças.
Melhorar o abastecimento de água e saneamento reduz a vulnerabilidade da AIDS e de 
outras doenças importantes. Atualmente, 40 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV e são as 
mais vulneráveis a contrair doenças de origem e veiculação hídricas. Só a malária mata mais de 1 
milhão de pessoas anualmente.
Objetivo 7: A promoção da sustentabilidade ambiental 
A água está diretamente ligada a sustentabilidade ambiental, visto que ela é extremamente 
necessária à sobrevivência humana e à sobrevivência do meio ambiente.
Objetivo 8: O desenvolvimento de parcerias para o desenvolvimento
Para se alcançar o desenvolvimento, é necessária uma distribuição mundial de água potável 
e para que isso seja alcançado,serão necessárias parcerias entre países, empresas, entre outros. 
Rio + 106 
Em 2002, em Johannesburgo, na África do Sul, foi realizada a terceira Conferência 
Internacional da ONU sobre questões ambientais, a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento 
Sustentável, conhecida como Rio + 10, que teve participação de líderes mundiais, agências da 
ONU, ONG’s, entre outros. O encontro teve a finalidade de avaliar as mudanças efetivadas desde a 
Eco 92 e de tentar implantar medidas mais efetivas na proteção do Meio Ambiente.
Entre os principais temas discutidos na reunião estão: erradicação da pobreza, agricultura, 
clima, água e saneamento, energia e saúde. Em relação ao abastecimento de água, ficou decidido 
entre os participantes que se deve, até 2015, reduzir o número de pessoas sem acesso à água potável 
e saneamento básico; apesar de importante, a declaração ficou muito vaga.
A Conferência não avançou em relação ao Rio 92, pois não foram definidos prazos nem 
metas, somente foram feitos acordos vagos por parte dos Estados; isso se relaciona, entre outras 
coisas, com a influência de incertezas econômicas e à postura dos Estados Unidos e de outros 
estados que não se contrapuseram contra a política norte americana. Porém, a reunião menciona os 
problemas da globalização e detalha um plano de implementação além de iniciar uma ação coletiva 
rumo à proteção ambiental conjugada ao desenvolvimento econômico e social.
6
 www.unep.org/dpdl/Law/PDF/Johannesburg_Principles.pdf
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Terceiro Fórum Mundial da Água
Em março de 2003, em Kyoto, no Japão, foi realizado o Terceiro Fórum Mundial da Água, a 
maior Conferência sobre água já realizada na história. O tema mais discutido foi a utilização de 
fundos do setor privado para a construção da infra-estrutura, de um lado estavam as agências de 
financiamento que estimularam investimentos privados, e de outro ficaram as organizações não-
governamentais que defenderam que o acesso a uma cota mínima de 50 litros de água por dia seja 
declarado como um direito de todos os seres humanos. Foi feito o relatório “Ações Mundiais de 
Água”, um inventário de milhares de ações mundiais que afetam o modo como os recursos hídricos 
são administrados, que visa uma maior conscientização sobre ações que podem ser realizadas, além 
da confirmação do objetivo de reduzir à metade a proporção de pessoas que não têm acesso à água 
potável até 2015 através de abastecimento de água, sistemas de esgoto, cooperação internacional e 
educação no uso da água. Em paralelo, foi sediada uma Conferência Ministerial, em que também 
foram feitos princípios para ações.
 Fórum Econômico Social 2003
Em junho de 2003, o Fórum Econômico Social, em associação com o PNUMA, lançou uma 
iniciativa de criar uma associação entre o setor público e o setor privado para melhorar a gerência 
das bacias hidrográficas do mundo. Os membros da iniciativa incluem, entre outros, ONG’s, 
organizações internacionais e governos.
 A ação visa melhorar a qualidade e a quantidade da água para os negócios e para as 
comunidades através de práticas e parcerias na manutenção e na administração das bacias 
hidrográficas do mundo e para isso também visa facilitar a participação do setor privado na 
manutenção das bacias hidrográficas, colocando a administração dos recursos hídricos na vanguarda 
do desenvolvimento econômico.
Os dois principais objetivos são:
•A iniciativa servir como incubadora para negócios entre o setor público e privado que se 
dirijam para a importância do manejo adequado da água para o meio ambiente e a necessidade 
de um uso melhor da água no ciclo de produção das empresas.
•Um melhor entendimento de como estruturar e balançar os custos e os benefícios de um 
pagamento para serviços ambientais.
DÉCADA INTERNACIONAL PARA AÇÃO
Água para vida, 2005-2015
A Assembléia Geral das Nações Unidas, em dezembro de 2003, proclamou os anos de 2005 
a 2015 como a Década Internacional para Ação ‘Água para Vida’.
O primeiro objetivo da Década ‘Água para Vida’ é promover esforços para cumprir 
compromissos internacionais sobre água e assuntos relacionados à água até 2015. Esses 
compromissos incluem as Metas do Milênio para reduzir pela metade a proporção de pessoas sem 
acesso à água potável até 2015 e parar com a exploração insustentável de recursos hídricos.
Um maior esforço é necessário nessa década para cumprir os compromissos e prorrogar o 
acesso de serviços essenciais para aqueles que permanecem sem acesso à água, a maioria das 
pessoas pobres.
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Entre os temas que são centrais para a Década ‘Água para a vida’: escassez, medidas 
sanitárias e saúde, água e gêneros, financiamento, Manejo Integrado dos Recursos Hídricos e 
questões de água entre fronteiras.
Quarto Fórum Mundial da Água7 
O Quarto Fórum Mundial da Água foi realizado em 2006 no México. Entre os objetivos do 
Fórum estão: promover ativamente a participação de todos da comunidade durante o Processo 
Preparatório e no próprio Fórum, reforçar a convicção de que líderes locais deparem com o manejo 
principal de água e a implementação de seus desafios, procurar ativamente remover as barreiras que 
obstruam ações locais e um esquema regional será usado durante o Processo Preparatório a fim de 
alimentar um debate regional funcionado no endereçamento de desafios regionais para depois 
produzir compromissos regionais e globais. O tema principal foi ações locais para um desafio 
global, pois os organizadores do Fórum crêem que os problemas relacionados à água têm grandes 
impactos em nível local. Além disso, discutiram a importância de políticas nacionais e 
internacionais para fomentar cooperações em todos os níveis para mitigar desastres relacionados à 
água.
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Introdução
A água não é como os demais recursos naturais da Terra, nem somente uma matéria-prima. 
Ela é primordialmente um bem ambiental e pode se tornar um bem econômico. É a única matéria-
prima ambiental cuja utilização tem um efeito de retorno sobre o manancial utilizado. Desta forma, 
a gestão dos recursos hídricos – água de chuva, rios, subterrâneas e de reuso não-potável no meio 
urbano, nas indústrias e na agricultura, principalmente – deve considerar o uso cada vez mais 
eficiente da água disponível, ou seja, a obtenção de cada vez mais benefícios com o uso de cada vez 
menos água e proteção da sua qualidade.
Embora o volume total de água existente na Terra seja de 1.386 milhões de km³, 97,5% 
deste total é constituído pelos oceanos, mares e lagos de água salgada. Na parte formada pela água 
doce, mais de dois terços estão nas calotas polares e geleiras, inacessíveis para o uso humano pelos 
meios tecnológicos atuais. Vendo as coisas dessa forma, restam apenas cerca de 1% da água para a 
vida nas terras emersas. Nesta parcela a água subterrânea corresponde a 97,5%, perfazendo um 
volume de 10,53 milhões de km³. Deste ponto de vista foi formulado o conceito da água como um 
recurso finito.
O prognóstico da crise da água em um prazo de algumas décadas tem por base o crescimento 
da população mundial (atualmente 6 bilhões de habitantes), o consumo mínimo de 1.000 
m³/habitante/ano, adotado pelas Nações Unidas e o volume estocado nos rios e lagos (cerca de 180 
mil km³). Apesar do consumo atual da humanidade representar 11% da descarga anual dos rios, 
estimada em 41.000 km³, o recurso é distribuído desigualmente no planeta. Enquanto uns grupos de 
países ricos em água têm uma descarga de rios de 1 a 6 trilhões de m³/ano, no grupo de países mais 
pobres essa descarga fica no intervalo de apenas 15 a 900 bilhões m³/ano, com países já em situação 
de “estresse de água”.
Mais da metade da população do mundo depende da água subterrânea para suprimento de 
suas necessidadesde água potável.
7 www.worldwaterforum4.org.mx/home/home.asp
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Declaração Mundial dos Direitos da Água8 
1.A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada 
região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos;
2.A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, 
animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a 
vegetação, a cultura ou a agricultura;
3.Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito 
limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia
4.O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus 
ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a 
continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular da preservação dos 
mares e oceanos, por onde os ciclos começam; 
5.A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo 
aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação 
moral do homem para com as gerações presentes e futuras;
6.A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se 
saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer 
região do mundo.
7.A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua 
utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação 
de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
8.A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação 
jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem 
pelo homem nem pelo Estado.
9.A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as 
necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
10.O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em 
razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU).
Escassez
O mau uso predominante das águas no mundo em geral vem engendrando a sua escassez 
relativa e a degradação da qualidade da água disponível em níveis jamais imaginados, de tal forma 
que as clássicas expressões “água é vida”, “água elixir da vida” e tantas outras formas de exprimir 
sua importância vital se tornam praticamente obsoletas.
Uso doméstico, industrial e agrícola, principalmente – segundo dados das Nações Unidas 
(2000). Este processo agravou sobremaneira os problemas engendrados pela falta de sintonia entre a 
distribuição das águas na Terra e a sua população. Desta forma, a alternativa mais barata e viável 
para abastecer a crescente população mundial é aprender, como já referido, a usar a água disponível 
de forma cada vez mais.
8
 www.ibge.com.br/ibgeteen/datas/agua/declaracao.html
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Classes 
De oferta de água (m3/ano/habitante)
A classificação dos países – feita com base na divisão das descargas médias de longo 
período de seus rios pelas respectivas populações censitárias – é uma maneira de melhor se entender 
os problemas de distribuição da população e das suas águas.
Os países membros das Nações Unidas (1999) pertencem às seguintes classes:
• muito pobre, dentro da qual se encontra Israel, e compreende 13 países em que se tem 
menos de 500 m3/ano/habitante; 
• pobre, classe compreendendo meia dúzia de países em que as descargas médias de água 
nos seus rios representam entre 500 e 1000 m3/ano/habitante; 
• regular, incluindo 16 países com potenciais entre 1000 e 2000 m3/ano/habitante, caso de 
alguns estados do contexto semi-árido do Nordeste do Brasil; 
• suficiente, classe de 32 países com descarga média de longo período dos seus rios 
variando entre 2 mil e 10 mil m3/ano/habitante, caso de regiões do Brasil com clima 
úmido e rios perenes; 
• rico, reunindo 27 países com potenciais de água doce em seus rios representando uma 
oferta entre 10 mil e 100 mil m3/ano/habitante, caso do Brasil em média; 
• muito rico, classe que compreende poucos países com descargas dos rios representando 
uma oferta de água de mais de 100 mil m3/ano/habitante, na qual se encontram os 
estados da região amazônica. 
Nesse quadro, os 33 países com taxas inferiores 1000 m3/ano/habitante são considerados 
pelas Nações Unidas em condições de “stress de água”. A oferta entre 1000 e 2000 
m3/ano/habitante é considerada por ela como suficiente para usufruto de uma boa qualidade de vida 
com desenvolvimento sustentado.
Água e as Doenças9 
Calcula-se que a produção global de águas residuais é aproximadamente de 1.500 
quilômetros cúbicos. Se um litro desse líquido residual pode poluir 8 litros de água doce, a carga 
mundial de poluição pode ascender, atualmente, a 12.000 quilômetros cúbicos, ainda que os dados 
9 www.unicrio.org.br/Textos/agenda_20050821b.htm
Como e por quem a água do mundo é utilizada
 Fonte: National Geographic, 2001.
João Pedro Moraes
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confiáveis relativos à largura e gravidade da poluição sejam incompletos, segundo esclareceram 
peritos da ONU.
É claro, as populações mais pobres resultam as mais prejudicadas. Nos países em 
desenvolvimento, 50% da população está exposta a fontes de água poluída.
As doenças decorrentes das águas infestas são uma das causas mais comuns de doença e 
morte, designadamente, nas nações do Terceiro Mundo.
As doenças transmitidas pela água, como doenças gastrintestinais se produzem por beber 
água poluída. Outras afecções ocorrem por agentes transmissores (por exemplo a malária ou a 
esquistossomose) que podem ser por insetos e vermes que se reproduzem em ecossistemas 
aquáticos.
Em 2000, por volta de 2,2 milhões de pessoas morreram de diarréias, em conseqüência da 
falta de sistemas de tratamento ou de higiene. Segundo um estudo, a malária mata um milhão de 
pessoas cada ano.
Mais de 2 bilhões de pessoas foram infestadas por esquistossomos e helmintos transmitidos 
pelo solo, das quais 300 milhões sofreram doença grave, segundo estudos da Organização Mundial 
da Saúde (OMS). 
A carência de água para a higiene básica na pessoa faz com que as bactérias ou parasitos 
fiquem aderidos à pele, como a sarna.
O mais trágico é que a maioria dos mortos e doentes foram crianças menores de cinco anos.
A resistência aos inseticidas enfraquece a efetividade dos programas de controle dos agentes 
transmissores de doenças. Semelhante processo acontece com os fármacos aplicados para atacar as 
bactérias e os parasitos.
Água e o Tratamento
Atualmente, 1,1 bilhão de pessoas carece de instalações necessárias para obter água e 2,4 
bilhões não têm acesso a sistemas de tratamento.
Aqueles que não dispõem de fornecimento suficiente são, é claro, os mais pobres. Se o 
fornecimento e o tratamento básico forem alargados às populações que não conhecem esses 
serviços, estima-se que os casos de diarréias infecciosas se reduziriam em 17%, anualmente.
Contudo, a ordem econômica internacional atual, onde prevalece a desigualdade, não 
permite o acesso dos mais pobres a esses programas, ainda mais se morarem em países onde os 
governos não propiciam o bem-estar da população.
Contrário a isso, em muitas nações (Grã-Bretanha, Inglaterra e Argentina)os recursos 
hídricos foram privatizados, agravando assim as conseqüências derivadas da escassez d’água.
A Ásia, a área de maior densidade de população do mundo, os 65% e 80% das pessoas 
carecem de serviços de água e desaneamento, respectivamente. Na África, ambos os indicadores 
revelam 27% e 13%; na América Latina e no Caribe é de 6% e 5%; enquanto na Europa ambos os 
parâmetros são de 2%, segundo o Programa de Controle Conjunto OMS/Unicef, atualizado em 
setembro de 2002. As porcentagens são superiores na Ásia, embora a população seja maior na 
África, devido à diferença demográfica entre os dois continentes. Da América do Norte não 
existiam referências neste relatório.
Atualmente10
 
Atualmente, o ser humano utiliza 54% da água doce acessível dos rios, lagos e aqüíferos; se 
continuar aumentando a sua utilização no ritmo atual, dentro de 25 anos a humanidade absorverá 
90% da água doce disponível no planeta, deixando apenas 10% para as outras espécies. 
10www.planetaorganico.com.br/aguauso.htm 
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Estatísticas da ONU revelam que aproximadamente 1 bilhão de pessoas não têm acesso à 
água tratada e cerca de 1,7 bilhão não tem sistema de esgoto. A falta de água limpa causa a morte de 
4 milhões de crianças por ano, de doenças como a cólera e a malária. Uma pesquisa realizada pelas 
Nações Unidas fez uma projeção da oferta e da demanda de água até 2025. O estudo destaca 17 
países com absoluta insuficiência de água, locais que não terão água suficiente para manter o nível 
de produção agrícola e nem satisfazer suas necessidades industriais e domésticas. 
Mais da metade dos rios do mundo está totalmente poluída, provocando assoreamento e 
diminuição do seu volume, sendo que a sua extrema exploração provoca secas cada vez mais 
drásticas. 
A produção mundial de alimentos depende da disponibilidade de água. Atualmente, a 
irrigação cobre aproximadamente 20% da área agrícola mundial e contribui para 40% da produção 
total de alimentos. A agricultura irrigada é responsável por aproximadamente 70% de toda a água 
doce utilizada no mundo, e mais água será usada no futuro, para atender a demanda crescente de 
produção de alimentos.
Um estudo da FAO de 93 sobre países em desenvolvimento já indicava que alguns países 
com problemas de escassez de água utilizam seus recursos hídricos mais rápido do que seus 
reservatórios e mananciais podem ser renovados. As perspectivas são sombrias: alguns países e 
regiões enfrentarão séria escassez de água até 2030 e como a utilização da água para irrigação deve 
aumentar, 1 em cada 5 países em desenvolvimento estará sofrendo de escassez de água. 
Ao mesmo tempo, aumenta a necessidade de água para a agricultura e para uso doméstico 
nas cidades e áreas industriais em expansão. Portanto, o mundo precisa agir com sabedoria para 
conservar, preservar e aumentar seus suprimentos de água. 
Hoje, o desafio para a agricultura irrigada é contribuir para a produção e suprimento mundial 
de alimentos através de uma utilização da água. Atualmente, o ser humano utiliza 54% da água doce 
acessível dos rios, lagos e aqüíferos; se continuar aumentando a sua utilização no ritmo atual, dentro 
de 25 anos a humanidade absorverá 90% da água doce disponível no planeta, deixando apenas 10% 
para as outras espécies.
 Distribuição da Água
Hoje, cerca de 250 milhões de pessoas, distribuídos em 26 países, já enfrentam escassez 
crônica de água.
Em 30 anos, o número de pessoas saltará para 3 bilhões em 52 países. Nesse período, a 
quantidade de água disponível por pessoa em países do Oriente Médio e do norte da África estará 
reduzida em 80 por cento. A projeção que se faz é que, nesse período, 8 bilhões de pessoas 
habitarão a terra, em sua maioria concentradas nas grandes cidades. Daí, será necessário produzir 
mais comida e mais energia, aumentando o consumo doméstico e industrial de água. Essas 
perspectivas fazem crescer o risco de guerras, porque a questão das águas torna-se internacional.
A populosa China também sofre com o problema. O grande crescimento populacional e a 
demanda agroindustrial estão esgotando o suprimento de água. Das 500 cidades que existem no 
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
país, 300 sofrem com a escassez de água. Mais de 80 milhões de chineses andam mais de um 
quilômetro e meio por dia para conseguir água, e assim acontece com inúmeras nações.
 Um levantamento da ONU aponta duas sugestões básicas para diminuir a escassez de água: 
aumentar a sua disponibilidade e utilizá-la mais eficazmente. Para aumentar a disponibilidade, uma 
das alternativas seria o aproveitamento das geleiras; a outra seria a dessalinização da água do mar. 
Esses processos são muito caros e tornam-se inviáveis para a maioria dos países que sofrem com a 
escassez.
África - 44 milhões de pessoas que vivem em áreas urbanas não têm acesso à água. Das que 
vivem em zonas rurais, 53% (256 milhões) não contam com serviços de abastecimento de água. No 
total, 62% dos africanos não têm água. No que se refere a saneamento, 46 milhões não contam com 
este serviço nas zonas urbanas e 267 milhões na área rural. Ao todo, são 313 milhões sem infra-
estrutura de saneamento. 
Ásia - 98 milhões de pessoas estão sem acesso à água, nas zonas urbanas, e 595 milhões, ou 
cerca de 25% da população rural. Ao todo, são 693 milhões, ou 19% dos asiáticos sem serviço de 
abastecimento. Em saneamento, são mais de 1,9 bilhão de pessoas não antendidas (52%), sendo 1,6 
bilhão na área rural e 297 milhões nas zonas urbanas. 
América Latina - 78 milhões de pessoas não têm acesso à água, o que corresponde a 15% 
da população. Em saneamento, a carência de serviço atinge 22% da população e 51% dos 
moradores rurais. Ao todo 117 milhões de latino-americanos e caribenhos não têm acesso a serviços 
de saneamento 
Oceania - A totalidade dos habitantes das zonas urbanas têm acesso à água e somente 3 
milhões, que vivem em áreas rurais, não contam com abastecimento. No saneamento são 2 milhões 
sem acesso. 
Europa - Apenas 0,5% dos habitantes das zonas urbanas não têm acesso à água. Na zona 
rural, há 23 milhões sem abastecimento, o que corresponde a 13% da população que mora no 
campo. Na área do saneamento, 8% dos europeus (55 milhões) ainda não contam com esse serviço.
POSIÇÃO DOS BLOCOS
África
A África é marcada por várias discrepâncias, pois ela está em desenvolvimento, mas a 
população depende muito da agricultura e dos recursos minerais. O continente sofre grande escassez 
de água, com exceção do norte da África, e em alguns Estados os recursos hídricos que existem são 
poluídos; cerca de 27% da população carece de serviços de água e 13% de serviços de saneamento.
Ásia
A Ásia, continente de maior densidade populacional do mundo, também sofre com a falta de 
água, 65% da população não possui serviços de água e 80% não possui serviços de saneamento. Os 
futuros conflitos por causa dos recursos hídricos provavelmente terão lugar na Ásia, na região do 
mar Cáspio, onde o recurso é abundante e na região do Rio Jordão, onde há falta de água e acordos 
entre muçulmanos e judeus.
Europa
O continente europeu possui baixa quantidade de reservas hídricas em relação a sua 
população, além de uma grande utilização ao longo das últimas décadas. Quanto ao serviço de água 
e de saneamento, 2% da população não tem acesso, a Europa Ocidental e a Europa Central sofrem 
de estresse hídrico.
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Américas
A América possui grande parte dos recursos hídricos mundiais, principalmente pela presença 
do Paraguai e do Brasil, porém na América do Norte e Central a situação não é boa porque algumas 
regiões sofrem com escassez de água. Na América Latina e no Caribe 6% das pessoas não tem 
serviços de água e 5% não tem de saneamento.
Obs: O anexo 1 contém gráficos que mostram a posição dos blocos e a distribuição de água.
DOCUMENTO DE POSIÇÃO OFICIAL (DPO)
Documento de posição oficial é um documento que deve serescrito pelos senhores e 
entregue no primeiro dia do Polionu, durante o credenciamento. Ele deve conter a posição e a 
política externa, em relação ao tema proposto pelo comitê, dos países que os senhores representam; 
deve ter no máximo uma lauda, na parte de cima do lado direito deve constar o brasão do país 
representado pelos senhores e ao lado dele o nome dos senhores, o nome do país e do comitê. 
Perguntas que um DPO deve responder
• Seu país já sofre com algum problema em relação à escassez de água? Tende a sofrer no 
futuro?
• Seu país possui algum acordo externo de obtenção de água?
• Quais os projetos de seu país para a preservação dos recursos hídricos?
Perguntas que uma resolução deve responder
• O que deve ser feito para uma distribuição mundial de água de qualidade em quantidade?
• Quais são as dificuldades para a distribuição mundial da água?
• Quais são as dificuldades para o cumprimento de resoluções anteriores? O que deve ser 
feito para que elas sejam cumpridas?
• Qual deve ser o papel das empresas particulares na resolução do problema dos recursos 
hídricos?
João Pedro Moraes
João Pedro Moraes
João Pedro Moraes
PoliONU 2007 – “Várias idéias, um só mundo”
Bibliografia
Geografia Ambiental, Reinaldo S. Calzaretto
Geografia – Livro 2 do 2º ano – James Onning Tamdjiam
Palestra de Gerson Kelman - presidente da ANA - Agência Nacional de Água - disponibilizada à 
Rede das Águas, revista Aguaonline, Manual do Rio Tietê, Instituto Vidagua.
Sites 
www.worldwatercouncil.org/index.php?id=6
www.caminhodasaguas.ufsc.br/historico.htm
www.br.emb-japan.go.jp/atualidades4.htm
www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8656.shtml
www.worldwaterforum4.org.mx/files/Declaraciones/MinisterialDeclaration.pdf
www.worldwaterforum4.org.mx/home/home.asp?lan=
www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/ web/portlrelext!mre/agintern/meioamb
www.unep.org/Documents.multilingual/Default.asp?DocumentID=52&ArticleID=66
www.tvcultura.com.br/aloescola/ciencias/agua-desafio/index.htm
www.drm.rj.gov.br/projeto.asp?chave=6
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142001000300024&script=sci_arttext
www.planetaorganico.com.br/agua2003.htm
http://agenciact.mct.gov.br/index.php/content/view/41922.html
www.granma.cu/portugues/2005/marzo/vier25/14crisis.html
www.iprj.uerj.br/figuras/CriseAmbiental.pdf
www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/doc/estoc72.htm 
www.unep.org/cpi/briefs/BRIEF12June.doc
www.riosvivos.org.br/canal.php?canal=25&mat_id=8772
www.unep.org 
www.un.org/waterforlifedecade/background.html
www.worldwatercouncil.org/index.php?id=1&L=1%2F
http://www.worldwatercouncil.org/index.php?id=1&L=1%2F
João Pedro Moraes
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