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• Caracterizada pela hiperglicemia – secreção deficiente ou resistência periférica à ação da insulina ou ambas - Tipo 1: comum em crianças e adolescentes. Pode ser autoimune ou idiopática. Sintomas clássicos: poliúria, polifagia, polidipsia, perda de peso involuntária. Anti ilhotas, anti insulina, anti GAD (se negativos não descarta DM1). Peptídeo C vai estar diminuido (<0,6 + anti GAD elevado = DM1) - Tipo 2: adultos, obesos. Defeito na secreção de insulina. Pode não apresentar sintomas (diagnóstico tardio), como também pode apresentar os sintomas clássicos. Pode levar à falência pancreática. Rastrear complicações renais e oftalmológicas (>45 anos; sobrepeso/obesidade + fator de risco – história de DM2 em parente de 1º grau, etnias de alto risco, história de doença CV, HAS, HDL < 35, triglicerídeos > 250, SOP, sedentarismo, acantose nigrans, pré diabetes, história de DMG, HIV+) - LADA: tipo de DM1 tardio. > 30 anos, anticorpos +, não precisa de insulina nos primeiros 6 meses - DMG: quando ocorre na gestação • Diagnóstico: - Glicemia de jejum >= 126mg/dL e/ou HB glicada >= 6,5% → pelo menos 2 medidas desses valores - Dúvidas: faz TOTG 75g (não pede se o paciente já for diabético) - 2h após ingesta >= 200 confirma DM - Glicemia sérica aleatória > 200 + sintomas → DM (não precisa repetir para confirmar) - Pré diabetes: Glicemia de jejum entre 100 e 125 e glicada entre 5,7% e 6,5% • Aumentam a glicada: álcool, esplenectomia, deficiência de ferro, hipertrigliceridemia • Diminuem a glicada: anemias hemolíticas, perdas agudas de sangue, gravidez ou parto recente, hemoglobinopatias • Hipoglicemia leve < 70; hipoglicemia severa < 54 • Tratamento não insulínico: - Sempre começa com MEV (controle de peso, alimentação saudável, atividade física) - Individualizar cada caso: a duração da doença influencia no tratamento OBS.: tratar com mais intensidade idosos ativos, já nos acamados é importante garantir bom controle glicêmico, mas evitar hipoglicemia - Assintomáticos: glicada < 7,5% faz monoterapia com metformina (se após 3 meses ainda estiver > 7%, associa outra droga), glicada entre 7,5 e 9% já começa com 2 classes (se não melhorar após 3 meses, acrescenta outra classe...), glicada >=9% tenta associar outras classes antes de ir para insulina - Sintomáticos: >=9% inicia insulina - Metformina: em adultos não gestantes com diagnóstico recente de DM2, sem DCV ou doença renal e sem tto medicamentos prévio, nos quais a HbA1c esteja abaixo de 7,5% - recomendada como terapia inicial. É a 1ª escolha para tto. Reduz a glicada em 1,5 a 2%. Dose de 500mg a 2g/dia (na prática, 2g é a dose máxima). Efeitos adversos – diarreia, dispepsia, flatulência, empachamento pós prandial e déficit de B12 (rastrear após 4 anos usando). Tomar após refeição. Contraindicações – risco de acidose láctica, clearence < 30 (se estiver entre 30 e 45, diminuir a dose para 1g) - Sulfoniluréias: reduz a glicada de 1,5 a 2%. Tem alto risco hipoglicemia (cuidado com idosos frágeis). Glibenclamida (5 a 20mg/dia), glicazida (30 a 120mg/dia – essa tem menos risco de hipoglicemia), glimepirida (2 a 8mg/dia). Efeitos colaterais – ganho de peso e hipoglicemia - Pioglitazona: reduz 0,5 a 1,5% da glicada. Pode ser usada em pacientes com SOP, esteatose hepática, lipodistrofias. Reduz risco de AVC/AVE recorrente. Efeitos colaterais – ganho de peso, edema, aumento do risco de IC, aumenta risco de fratura de colo de fêmur mulheres. Contraindicações – ICC classe 3 e 4, histórico de neoplasia de bexiga, alto risco de fratura, doença hepática ativa - Inibidores do SGLT2 (forxiga): reduz de 0,5 a 1,1% na glicada. Gera nefro e cardioproteção (diminui mortalidade). Tem efeito diurético. Dapaglifozina (5 a 10mg). Efeitos colaterais: perda ponderal, aumenta risco de ITU e vulvovaginites. Segura em um clearence de 25 - Inibidores de DPP4: atuam bem na glicemia pós prandial. Reduz a glicada de 0,7 a 1%. Vildagliptina, sitagliptina e alogliptina precisa de ajuste renal, linagliptina não precisa de ajuste renal e pode ser feita em dialíticos. Bem indicadas para idosos - Agonistas de GLP1: reduz de 0,7 a 1% da glicada. Aumentam a saciedade e estimula a perda de peso. Pode ser usada para tratar esteatose hepática. Melhor indicada para diabéticos obesos, reduz risco CV. Liraglutida (subcutânea, diária), semaglutida (subcutânea, semanal) . Segura, pode ser usada em clearence de até 15. Efeitos colaterais – perda de peso Diabetes Endocrinologia Kamile Ferreira - M42 OBS.: os pacientes com DM2 que fazer uso de insulina podem continuar com o tto oral - Ideal: metformina + dapaglifozina + agonista de GLP1 - Não associar inibidores de DPP4 com agosnistas de GLP1 • Tempo no alvo: pode ser feito pelo LIBRE ou pelo HGT • Tratamento insulínico: - Insulinas basais: mimetizam a liberação basal do pâncreas. NPH é de ação intermediária e tem pico prandial. Glargina U100 é de ação longa e não tem pico, aplicar todo dia no mesmo horário. Determir é de ação intermediária e tem pico. Glargina U300 e degludeca são de ação ultra longa e não tem pico - Insulinas prandiais: cobrem o pico de insulina pós prandial (usar após refeições). Regular é rápida, espera 30 min após aplicar para comer. Aparte, lispro e glulisina são ultra rápidas, pode aplicar e depois se alimentar. Afezza é a inalada - Esquemas: Paciente DM2, polimedicado oralmente, mas descontrolado – bed time (não retira os orais, exceto se for sulfoniluréia ao jantar) DM1 e DM2 dependente de insulina – subfracionar NPH de 2 a 4x no dia, glargina 1x ao dia, determir 2x ao dia, degludeca 1x ao dia Bolus (correção de refeição) – regular deve ser aplicada 30 minutos antes de comer, ultrarrápidas devem ser aplicadas 15 minutos antes de comer ou assim que comer - 2 aplicações: antes do café (regular + NPH) e antes do jantar (regular + NPH) – não usar para DM1 ou DM2 com falência pancreática - 3 aplicações: antes do café (regular + NPH), antes do jantar (regular) e ao deitar (NPH) - 4 aplicações: antes do café (regular + NPH), antes do almoço (regular + NPH), antes do jantar (regular + NPH) e ao deitar (NPH)- - Análogo de ação ultra longa 1x/dia à noite (glargina ou degludeca) + lispro/asparte/glulisina antes das 3 refeições – ideal para DM1 DOSE INICIAL = 0,5 A 1UI/KG/DIA – no esquema de 4 aplicações, faz 50% da basal e 50% da prandial (pode fazer 50% da prolongada – basal – uma única vez e 50% da ultrarrápida – prandial – dividida 3 vezes entre as refeições) BED TIME = 0,3UI/kg ou 30% da dose total calculada – manter os ttos orais - Administração: NPH, glargina e degludeca são subcutânea. Regular, lispro e asparte são subcutâneas, IM e EV - Utilizar a agulha só uma vez (mas pode usar até 3 se limpar com SF), fazer prega subcutânea (dispensável em menores de 6 anos e adultos que usam agulhas pequenas), aplicar na barriga, glúteo máximo ou na parte de baixo do braço, guardar a insulina na geladeira (prateleiras do meio ou de baixo), não colocar a caneta na geladeira quando ela for de refil (só coloca o refil), retirar a insulina a da geladeira 15 a 30 minutos antes de aplicar • Complicações agudas: - Cetoacidose diabética: hiperglicemia > 250, cetose, acidose metabólica (morte), mais frequente na DM1 (DM2 também pode ter). Fatores precipitantes – primo descompensação, uso inadequado da insulina, infecções, IAM, AVC, pancreatite, grandes cirurgias, bomba de infusão contínua de insulina , medicamentos e drogas ilícitas. Poliúria, polidipsia, desidratação, hálito cetônico, respiração de Kussmaul, acidose metabólica, náuseas, vômitos dor abdominal, hipovolemia, alterações no nível de consciência. Diagnóstico – hiperglicemia (sérica), cetose, acidose metabólica. Solicitar hemograma, eletrólitos (Na, K e Cl), EAS, ECG, glicemia serica, gasometria, função renal. Gravidade definida pelo pH (<7 grave). Cetonuria e cetonemia, osmolaridadevariável, ânion GAP alterado - Estado hiperglicêmico hiperosmolar: ausência de acidose metabólica, não há lipolise (sem corpos cerônicos), sem acidose (mas pode evoluir para cetoacidose). Glicemia > 600, desidratação mais intensa (coma). Principal – idosos. Gravidade – estupor, coma, hipotensão, choque e infecção. Cuidado ao hidratar demais o idoso (edema de pulmão) → Tratamento: 1 hidratação (SF 0,9% de 1L a 1,5L em 1h na 1ª hora, checa a PA, se não melhorou faz mais 1L de SF a 0,9% de hora em hora até normalizar), checar Na e corrigi-lo, quando glicose chegar a 200 tem que rever se a hidratação precisa ser só com SF ou se precisa de SG (pois vai fazer uso de insulina). 2 insulina regular endovenosa (se não tiver bomba, faz em bolus), a glicemia deve cair de 50 a 70mg/dl/H (se cair menos que 50 dobra a infusão, se cair mais de 70 reduz a infusão pela metade), parar a bomba quando glicose chegar em 200, pH > 7,3 e bicarbonato > 18. 3 correção de eletrólitos (não fazer insulina se K < 3,3), se K < 3,3 tem que hidratar e repor K (quando normalizar começa insulina), se K >= 3,3 faz SF, repõe K e bomba de insulina, se K >= 5,2 não repõe K e usa insulina, corrige bicarbonato se pH < 6,9 - Hipoglicemia: glicemia < 70mg/dl. Sintomas – sonolência, fadiga, astenia, cefaleia, tontura, confusão mental, irritabilidade, alterações de comportamento e convulsão, fome, ansiedade, palpitação/taquicardia, tremor, sudorese intensa. Tratar com 15g de glicose (1 colher) de preferência VO, se não tiver como, faz 60 a 100ml de glicose 50% EV • Retinopatia diabética - Retinopatia não proliferativa X retinopatia proliferativa (é a que sai da retina, vai para o vítreo. Tem maior risco de cegueira irreversível) - Detecção: oftalmoscopia, retinografia fluoresceína - Tratamento: 1. Clínico – controlar glicemia, PA, lipídios, MEV 2. Laserterapia – antes desse procedimento, são usados medicamentos angiostáticos 3. Cirurgia – intensivo (melhor) X convencional 4. Corticoides intraoculares – triancinolona acetonida 5. Vitrectomia – quando há hemorragias no vítreo recorrentes, de longa duração, quando há Descolamento da retina ou quando há retinopatia proliferativa • Nefropatia diabética - Microproteinúria (140 a 300mg/dia, pode ser reversível) e macroproteinúria (> 300mg/dia, em geral é irreversível) - Fatores de risco: álcool, fumo, obesidade visceral, fatores genéticos, HAS, microalbuminuria - Tratamento: controle glicêmico e pressórico, IECA ou BRA (ideais), seguimento com dosagem de creatinina e potássio, diálise, transplante • Fatores de risco: aumento da ingesta alimentar, redução do gasto energético, medicações (pregabalina, paroxetina, lítio, quetiapina), sedentarismo, doenças, envelhecimento • Classificação: - Calcular IMC: normal (18 a 24,9kg/m²), sobrepeso (25 a 29,9kg/m²), obesidade (>= 30kg/m²) - Obesidade grau 1: entre 30 e 34,9kg/m² - Obesidade grau 2: entre 35 e 39,9kg/m² - Obesidade grau 3: >=40kg/m² Obs: pacientes de peso normal podem ser metabolicamente obeso (se alto nível de gordura e baixo IMC – rastrear diabetes, síndrome metabólica, colesterol) • Avaliação da obesidade - Anamnese: ênfase nos hábitos de vida, idade de início, fatores associados, tentativas anteriores de perder peso, padrão alimentar - Exame físico: ectoscopia, cabeça e pescoço, respiratório, abdômen (geral), peso, altura, CA/CQ - Exames laboratoriais e de imagem: apenas avaliam. Hemograma, perfil lipídico, perfil glicêmico, enzimas hepáticas, função renal, TSH, USG de abdômen, ECG e ECO. Quando obesidade 3, fazer rastreio de síndrome de Cushing - Avaliação antropométrica: bioimpedância, densitometria de corpo inteiro, prega cutânea • Tratamento - Individualizado; MEV, medicamentos, cirurgia - MEV: mudança alimentar (déficit calórico), exercícios físicos (300min/semana; se for a 1ª vez começar com 150min/semana e depois aumentar) - Medicamentos: Sibutramina – idade < 40 anos, sem HAS, sem histórico de IAM ou AVC, sem ansiedade, não usar junto com bupropiona. Efeitos colaterais: taquicardia, aumento da PA, mal estar, agitação Orlistate – geralmente usado em associação com análogos de GLP1 (pois são fracos). Ajuda pacientes com leve sobrepeso, esteatose hepática, pré-diabetes, síndrome metabólica Bupropiona + naltrexona – cara, possui menos efeitos colaterais Topiramato – atua na fome hedônica, compulsão alimentar, hiperfagia noturna, padrão beliscador. Efeitos colaterais: parestesia de mãos e pés, lentificação, falhas de memória, sonolência, reduz eficácia do anticoncepcional Obesidade Análogos de GLP1 – liraglutida, semaglutida (semanal; offlabel), tirzepida - Cirurgia: indicações IMC >= 40 ou IMC >= 35 com comorbidades (SOP, DM, esteatose hepática, depressão, ansiedade, HAS, dislipidemias), falha terapêutica • Conjunto de alterações metabólicas que ocorrem no mesmo indivíduo, potencializando o risco cardiovascular • Critério IDF - Obesidade central + 2 ou mais dos seguintes critérios: Triglicerídeos >= 150mg/dL ou tratamento específico para dislipidemias, HDL <= 40mg/dL em homens e <=50 em mulheres, PA >= 130/85 mmHg ou tratamento específico para HAS, glicemia em jejum >= 100 Circunferência abdominal >= 90cm em homens e >= 80 em mulheres • Avaliação - Anamnese, exame físico (CA/CQ, relação cintura quadril, IMC), exames de avaliação de composição corporal, laboratoriais e de imagem • Tratamento - MEV, melhorar composição corporal, tratar doenças de base, equipe multiprofissional • Homens transgêneros - Anamnese geral: idade de não identificação, piora do sofrimento na puberdade - Exame físico: geral e avaliar características (genitália, clitóris, mamas...) - Exames laboratoriais: hemograma, colesterol total e frações, triglicerídeos, glicemia de jejum, enzimas hepáticas, função renal, TSH, sorologias (hepatite B e C, HIV, VDRL), LH, FSH, estradiol, prolactina - USG pélvica e de mama - Terapia hormonal cruzada: 1ª consulta – abordar. 1ª avaliação após 3 meses e 2ª avaliação após mais 3 meses 1º ano – acompanhar a cada 3 meses. 2º ano – acompanhar a cada 6 meses. 3º ano em diante – 1 vez por ano Undecilato de testosterona 250mg/mL 1 ampola a cada 90 dias (dosar testosterona no 89º dia) Deposteron e durateston a cada 21 dias (dosar testosterona entre o 7º e o 10º dia) Androgel (gel a 1% aplicado diariamente) - Avaliação da testosterona: entre 400 e 800 - Se hematócrito subir acima de 50% tem que reduzir a dose, se subir acima de 54% tem que suspender por um tempo - Efeitos: oleosidade, acne, crescimento dos pelos, queda de cabelo, aumento de massa e força muscular, redistribuição da gordura, cessação da menstruação, aumento do clitóris, atrofia vaginal, voz mais masculina (irreversível) - Cirurgia: mastectomia radical, histerectomia. Deve ser realizada com 1 a 2 anos - Acompanhamento cardiológico, fazer exercícios, saúde óssea • Mulheres transgêneros - Abordagem: anamnese, exame físico (palpar testículos, examinar a região peniana), exames laboratoriais (sorologias, testosterona total e livre, LH, FSH), USG mamária e testicular - Objetivo: testosterona < 50 - Medicações: estrógeno (17 beta estradiol 2 a 4mg/dia VO ou valerato de estradiol) + bloqueador androgênico (espironolactona 100 a 300mg/dia VO ou ciproterona 25 a 50mg/dia VO). Monitorar PA e eletrólitos (Na e K) - Efeitos: redistribuição da gordura corporal, diminuição da oleosidade, redução da libido, do desejo sexual e das ereções espontâneas, disfunção sexual, crescimento das mamas, diminuição do volume testicular, da produção de esperma, do crescimento de cabelo terminal, não tem mudança de voz - Cirurgia: próteses, retirada de testículos e pênis e formação de neovagina - Cuidados: risco de trombose, MEV, prevenção contra CA de mama e próstata, saúde óssea • Epidemiologia São mais comuns em mulheres, idosas com> 65 anos. A maioria é benigna, a minoria é câncer • Classificação Normofuncionante, hiperfuncionante (costuma ser benigno) ou hipofuncionante Cístico (costuma ser benigno), misto ou sólido Síndrome metabólica Saúde da pessoa trans Nódulos de tireóide OBS.: diagnóstico de adenoma e carcinoma folicular não é feito pela punção, precisa da histologia/anatomopatológico • Malignos A maioria são bem diferenciados (bom prognóstico). Papilíferos (80%), folicular (10%), carcinoma medular (5%, carcinoma das células C), carcinoma anaplástico (pior prognóstico, raro) • Abordagem Solicitar USG, avaliar a função tireoidiana (TSH), pode pedir o cálcio (avaliar paratireoides) Cintilografia é pouco pedida – solicita quando tem hipertireoidismo ou quando mostra neoplasia folicular (Bethesda IV) • Dados que sugerem malignidade Nódulos em homens, extremos de idades, exposição à radiação ou radioterapia, diagnóstico prévio de CA de tireoide tratado com tireoidectomia parcial, histórico familiar em parentes de 1º grau, síndromes hereditárias, nódulo com crescimento rápido e volumoso, nódulo endurecido e aderido a planos fundos (além de pouca mobilidade), nódulos detectados incidentemente no PET CT • Avaliação TSH, cálcio e PTH, calcitonina USG cervical – consegue direcionar a punção (PAAF), é mais sensível, auxilia o monitoramento, fornece a gradações do risco Cintilografia – nódulo + hipertireoidismo • TIRADS 0 ponto – benigno 2 pontos – não é suspeito 3 pontos – puncionar se nódulo > 2,5cm 4 a 6 pontos – puncionar se nódulo > 1,5cm 7 ou mais pontos – puncionar se nódulo > 1cm • Bethesda I – amostra não diagnóstica (repetir) II – benigno III – atipias/lesão folicular de significado indeterminado (repetir) IV – suspeito para neoplasia folicular (necessário o histopatológico e depois pode pedir a cintilografia) V – suspeito de malignidade VI – maligno Obs: se o PAAF continuar dando significado indeterminado é indicado fazer cirurgia • Conduta - Câncer – tireoidectomia total - Radioterapia, cintilografia com radioiodo - Nódulos benignos – acompanhamento (faz cirurgia se nódulos grandes causando disfagia e compressão da traqueia) • Seguimento do nódulo benigno USG com 6 a 24 meses dependendo do TIRADS (T1 de 2 em 2 anos, a maioria é com 1 ano) PAAF se tiver mudanças nas características Cirurgia quando PAAF indeterminada repetidas vezes • Terapia com levotiroxina Fazer supressão do TSH nos primeiros anos quando tiver CA de tireoide • Valor normal da albumina: 3,5 a 5,5 • Cálcio total normal: 8,5 a 10,5 • Cálcio iônico: 4,5 a 5,5 • PTH tenta aumentar o cálcio sérico e reduz fosfatemia (estimulado pela hipocalcemia). Vitamina D aumenta a absorção de cálcio e fósforo no intestino. Calcitonina reduz o nível sérico de cálcio. Hipomagnesemia moderada aumenta PTH e a grave (<1mg/dL) diminui, o Mg normal é de 1,7 a 2,4 • Hipercalcemia Causas mais frequentes: hiperparatireoidismo e neoplasia maligna (rastrear em idosos com cálcio sérico) ➔ Hiperparatireoidismo Etiologia mais comum do primário: adenoma, depois hiperplasia das paratireoides, depois câncer - Dosar cálcio sérico em pelo menos 2 ocasiões (pelo menos 2 semanas de intervalo) - Rastrear com cálcio e albumina, se tiver hipercalcemia tem que dosar o cálcio de novo junto com PTH, se PTH elevado tem que dosar de novo - Clínica: maioria assintomática. Quadro grave – alterações neurocognitivas, irritabilidade, dificuldade de concentração, distúrbios do humor, psiquiátricos, Metabolismo ósseo osteíte fibrosa cística, fraturas, DRC, nefrolitiase, nefrocalcinose - Hiperparatireoidismo primário normocalcêmico: PTH elevado e cálcio normal - Exames: USG cervical, cintilografia de paratireoides (se dúvida em onde está o nódulo), dosar vitamina D, função renal, clearence de creatinina, cálcio na urina de 24h, fósforo, densitometria óssea, RX de coluna vertebral, RX, USG ou TC para avaliar nefrolitiase - Tratamento: cirúrgico (sintomáticos), seguimento para assintomáticos (mas pode ser cirúrgico também – aumento do CA sérico > 1mg/dl acima do normal, fratura vertebral, osteoporose, alteração do clearence de creatinina, nefrolitiase, nefrocalcinose, hipercalciuria, idade < 50 anos - Medicações: estrogeno e raloxifeno, cinacalcet, calcimimeticos, bifosfonato e denosumab • Hipoparatireoidismo Redução crônica do PTH Principal causa: pós tratamento cirúrgico de doenças da tireoide. Autoimune, variante genética, idiopática, infiltrativo granulomatoso, hemocromatose, metástase, radiação - Transitório: inflamação das paratireoides. Reversível - Clínica: letargia, falta de concentração, ansiedade, déficit de qualidade de vida, insuficiência renal (crônica), aumento de densidade mineral óssea, cãibras, sinal de Chvostek, sinal Trousseau, - Hipocalcemia grave – emergência médica: cálcio < 7mg/dL. Convulsão, parada cardiorrespiratória, hiperreflexia, tetania. Intervir – gluconato de cálcio EV - Diagnóstico: dosagem de cálcio e PTH baixos em 2 ocasiões (menos se paciente pós cirúrgico e com clínica) - Tratamento: cálcio oral, vitamina D oral, gluconato de cálcio se cálcio < 7, tiazídico, PTH recombinante (quando o Ca e a Vit D orais não funcionam) - Monitorização: cálcio sérico, calciúria, vitamina D, PTH, função renal, fósforo e Mg. Evitar hipercalcemia, hipercalciuria e hiperfosfatemia. Fosfato, magnésio, creatinina de 3 a 12meses. 25OH Vitamina D de 6 a 12meses. Urina 24h cálcio e creatinina de 6 a 12 meses • Síndrome clínico laboratorial • Classificação - Primário – defeito na tireóide. Central – defeito na hipófise ou hipotálamo. Tireoidite de Hashimoto – causa mis comum, doença autoimune. Lítio pode causar hipotireoidismo • Clínica Lentificação geral e dos reflexos, nistagmo, retração social, sintomas de depressão, surto psicótico, pele alaranjada (quando grave), dores articulares (diferencial com fibro), síndrome do túnel do carpo, cãibras, dormência, constipação, intolerância ao frio, bradicardia Voltagem reduzida no ECG, pressão convergente, prolactina aumentada • Diagnóstico TSH alto e T4 livre baixo – hipotireoidismo clínico TSH alto e T4 normal – hipotireoidismo subclínico Anti TPO – pedido no hipotireoidismo subclínico quando é necessário critério para tratar - Triagem – basta TSH Se o TSH vier alterado pela 1ª vez em pacientes assintomáticos, precisa repetir com 2 a 3 meses • Critérios para tratar o hipotireoidismo subclínico - Só precisa de um TSH persistente acima de 10 (duas ou mais medidas), indício de progressão da doença subclínica, imagem da tireóide grosseira/heterogênea, anti TPO positivo em altos títulos, gestantes, mulheres em idade fértil que desejam engravidar, risco de DCV em indivíduos < 65 anos e com TSH > 7 • Tratamento Em pacientes com muitos sintomas e que podem ser atribuídos à tireóide, pode ser realizado um teste terapêutico - Levotiroxina (levoid, puran) – deve ser ingerido apenas com água, em jejum e deve ficar sozinho no estômago por pelo menos 30 minutos. Se o paciente quebrar o jejum, tem que esperar 4 horas pra tomar o remédio. Se esqueceu, pode tomar no outro dia (2 comprimidos) - Dose: clínico – 1,6 a 1,8mcg • peso do paciente. Subclínico – 1,1mcg • peso ou 50mcg Solicitar com 6 a 8 semanas nova dosagem do TSH, se não normalizou tem que mudar a dose • Meta Deixar TSH entre 0,5 e 5 ou entre 0,5 e 3 Hipotireoidismo • Síndrome clínico laboratorial • Causas Doença de Graves (mais comum), doenças nodulares da tiroide (2ª causa mais comum), uso de HT em altas doses (para emagrecer), tireoidites. Tumores gestacionais (mola e coriocarcinoma) são mais raros • Clínica Perda ponderal em curto tempo, taquicardia, palpitação, tremores, ansiedade, impaciência, pele quente e úmida, unhas frágeis, cabelo quebradiço, taquicardia, diminuição da resistênciavascular periférica (hipertensão sistólica), cardiomiopatias, fibrilação atrial, agitação, irritabilidade, nervosismo, ansiedade, insônia, psicose, depressão em idosos, hiperdefecação, hiperfagia, disfagia, taquipneia, dispneia, obstrução da traqueia, piora da asma, hipertensão pulmonar. Melhora do perfil lipídico, melhora do LDL, queda do HDL, leve hiperglicemia, anemia. Tremor fino e discreto, retração palpebral (olhar arregalado), exoftalmia (movimentar o globo ocular – a pálpebra não desce) • Diagnóstico TSH baixo e T4 livre normal – hipotireoidismo subclínico TSH baixo e T4 livre aumentado – hipotireoidismo clínico - T3 toxicose – hipertireoidismo às custas do T3, nesses casos, em suspeita de hipertireoidismo deve solicitar T3 total - Vitamina B7/biotina – deixa o exame idêntico a um hipertireoidismo por doença de Graves - TRAB – pede pra guiar o tratamento da doença de Graves. Repete a dosagem quando pensar em suspender o tratamento oral, se ficar indetectável pode significar cura • Cintilografia Em casos de dúvida diagnóstica. Tireoidite não capta nada, doença de Graves capta de forma mais difusa, doença nodular capta de forma mais localizada • Tratamento 1º - inicar betabloqueador (propanolol 40mg, atenolol, etc) – só até a 2ª ou 3ª consulta Obs.: tireoidite não tem tratamento, é autolimitada 2º - opções que tratam a doença: - Medicamentos: metimazol (1ª opção; só pode usar a partir do 1º trimestre nas gestantes; manter o tratamento por 1 a 2 anos; pode trocar pelo propilracil quando tiver reação de pele), propilracil (usa no 1º trimestre da gestação) - Radiodo: não deve ser indicado para mulheres que queiram engravidar, caso faça tem que esperar 1 ano para engravidar. Paciente precisa fazer dieta pobre em iodo 15 dias antes. Pode levar ao hipotireoidismo. Recomendado o afastamento do paciente a pelo menos 2m das outras pessoas. Pacientes com acometimento ocular grave não podem usar OBS: nos pacientes com hipertireoidismo de longa data ou grave o TSH pode permanecer baixo por meses após o início do tratamento sem significar que o tratamento está errado (primeiros meses – não se basear pelo TSH e sim pelo T4 livre ou T3 - Cirurgia • Causas Gravidez (principal), tumor hipofisário (podem comprimir o nervo óptico), medicamentos (antipsicóticos, cannabis, cocaína, heroína, domperidona, plasil, haldol, risperidona*), hipotireoidismo, estresse físico ou emocional, exercícios físicos extenuantes, refeições OBS.: panhipopituitarismo (nenhum hormônio vai ser produzido), síndrome de Sheehan (ocorre em mulheres após trabalho de parto laborioso com hemorragia intensa) • Clínica Oligomenorreia, irregularidade menstrual, infertilidade, galactorreia (as vezes precisa fazer a expressão), hipogonadismo • Diagnóstico Dosagem de prolactina, mas deve ser feita apenas em pacientes sintomáticos. Realizar em jejum, pela manhã. Elevações discretas devem ser repetidas. Valores muito altos (1000) não precisam ser repetidos • Macroprolactinemia Quando a prolactina está alta, mas o paciente é assintomático. É uma condição benigna, não precisa de tratamento • Microprolactinomas (tumores < 1cm) e macroprolactinomas (tumores > 1cm) • Efeito gancho/hook Pessoa sintomática com prolactina inadequada (baixa) para o tamanho do tumor – precisa solicitar prolactina com diluição Hipertireoidismo Hiperprolactinemia • Tratamento Depende da causa - Causa farmacológica – suspender droga se possível - Causa sistêmica – tratar doença base - Macroprolactinemia – não tratar - Tumores – agonistas dopaminérgicos: cabergolina (droga de escolha), bromocriptina; efeitos colaterais – náuseas, sonolência, perda do controle dos impulsos (reduzir dose). Microprolactinomas – faz uso por dois anos e depois reavalia. Macroprolactinoma – usa pro resto da vida, sempre tem que tratar • Produção excessiva de GH Causa resistência à insulina • Gigantismo (crianças e adolescentes) e acromegalia (adultos) • Clínica É sutil (dificultam o diagnóstico); características grosseiras, nariz com base alargada, sulcos profundos, mandíbula grande, dentes afastados, macroglossia, lábios grosseiros, prognatismo, mãos e pés aumentados, índice calcâneo > 1cm, sinais de pele (acrocordons – indicam resistência à insulina), apneia do sono, síndrome do túnel do carpo, pode ter queixas visuais • Causa mais comum: tumor hipofisário produtor de GH • Diagnóstico - Suspeita: solicitar GH e IGF1 – se elevados -> acromegalia - Dúvida: TOTG com dosagem de GH 30 minutos após a sobrecarga de açúcar – o GH ainda tá alto - Confirmação: RNM da hipófise • Tratamento Remoção tumoral Se sobrar restos tumorais – tratamento clínico: sandostatina, pegvisomant (não age no tumor, só no hormônio que já foi liberado) Radioterapia – casos refratários • Síndrome causada pela falência dos testículos em produzir níveis fisiológicos de testosterona e o número adequado de espermatozoides • Clínica Depende da idade de início, velocidade de instalação, duração e gravidade - Vida adulta: adiposidade central, impotência sexual, diminuição da libido, fraqueza, cansaço, estatura normal - Puberdade: afeta desenvolvimento dos pelos, crescimento peniano e testicular, hábito eunucoide - Período neonatal: genitália ambígua, criptorquidia, alterações na maturação da genitália, hipospádia (localização anômala da uretra), hábito eunucoide Ginecomastia, rarefação dos pelos, anemia, irritabilidade, depressão, diminuição na libido e da massa muscular • Rastreio Sintomas específicos e inequívocos de hipogonadismo (diminuição na libido, disfunção erétil, rarefação de pelos, perda de massa muscular), infertilidade, osteoporose ou baixa massa óssea, massa ou doença em região hipotálamo-hipofisária, radioterapia selar prévia, uso crônico de corticoide ou opioides, HIV com perda progressiva de peso, IRC dialítica, DPOC • Classificação Primário/hipogonadotrófico (redução da testosterona e espermatogênese, aumento do FSH e LH) X secundário (não há produção de FSH e LH, queda da testosterona) • Diagnóstico Dosagem sérica da testosterona total pela manhã, em jejum, repetida e confirmada, não dosar na vigência de doenças agudas. Solicitar FSH e LH para diferenciar o 1º do 2º Testosterona total < 264ng/dl (2 medidas), testosterona livre =< 6,5ng/dl Algumas condições que alteram a SHBG podem influenciar na testosterona total Primário: investigar síndrome de Klinefelter (pedir cariótipo), história de caxumba, trauma testicular Secundário: investigar síndrome de Kallmann (deficiência isolada do GnRH; alterações alterações bulbo olfatório), lesões selares, adenomas hipofisários (dosar prolactina sérica), hipofisite, causas inflamatórias infiltrativas, traumas, neoplasias • Hipogonadismo funcional Geralmente, FSH e LH normais ou inapropriadamente normais ou baixos. É reversível. Muito associado a Acromegalia Hipogonadismo masculino síndrome metabólica, obesidade, DM descompensada, hipertrigliceridemia. Tratamento -> perda de peso • Tratamento - Tópica: androgel 50 a 100mg/dia, aplicada em locais que não entrem em contato com outras pessoas - Durateston e deposteron: IM a cada 21 dias; geram irritabilidade, aumento do hematócrito - Undecilato de testosterona: IM a cada 3 meses, é mais fisiológica - Oral: deve ser última opção Efeitos colaterais: agressividade, priapismo e aumento de ereções noturnas, aumento de peso e ginecomastia, cefaleia nos primeiros dias após dose IM, CA de mama, infertilidade, policromia, aumento do hematócrito (não iniciar tratamento se > 50% e suspender se > 55%), aumento de PSA, HBP, crescimento de neoplasias prostáticas presentes previamente • Monitoramento Consultas trimestrais, avaliar sintomatologia, manter nível sérico de testosterona no limite inferior da normalidade (400-500), avaliar PSA, peso e PA Dosarlipídios, transaminases e enzimas canaliculares hepáticas, testosterona antes da próxima dose, densidade mineral óssea - Contraindicações Absolutas: câncer de próstata, câncer de mama, hematócrito > 55%, PSA > 4 ou PSA > 3 com histórico familiar de câncer de próstata em parente de 1º grau, ICC grau 3 ou 4, apneia do sono (SAOS) grave não tratada, alergia Relativas: HPB sintomática (acompanhar com o urologista), hematócrito > 50% = avaliar a necessidade de reduzir dose, condições que piorem muito com a retenção hídrica (ICC, IRC oliguria, cirrose)
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