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Semiologia do aparelho respiratório Nathália Fonseca da Silva- Turma VIII Medicina UFMS-TL 1- O que se analisa na anamnese de um paciente com queixas respiratórias? Se analisa a identificação primeiramente ( idade, sexo, cor de pele, procedência, profissão e ocupação), antecedentes pessoais e familiares, doenças preexistentes, uso de medicamentos e imunização, hábitos de vida, e fazer um interrogatório sintomatológico. 2- Quais são os possíveis sinais e sintomas de um paciente com queixas respiratórias? Dor torácica (tipo de dor- pontada,aperto; intensidade de 0 a 10, localização, se irradia, dor referida, fatores de melhora ou piora), Tosse (consiste em uma inspiração rápida e profunda, seguida de fechamento da glote, contração dos músculos expiratórios, principalmente o diafragma, terminando com uma expiração forçada, após abertura súbita da glote. Ademais, a tosse resulta de uma estimulação dos receptores da mucosa das vias respiratórias, os estímulos podem ser de natureza inflamatória, mecânica, química e térmica. Tem como características a frequência da tosse, intensidade, tonalidade, existência de expectoração- seca ou produtiva, improdutiva, relações com o decúbito, período do dia em que a intensidade é maior), Expectoração (maioria das vezes é consequência da tosse, tem como características a serem avaliados: volume, cor, odor, transparência, consistência Hemoptise (eliminação de sangue pela boca, passando pela glote, podem ser devidas a hemorragias brônquicas ou alveolares por exemplo tuberculose- bronquiectasias, a ausculta muitas vezes possibilita determinar o local de origem do sangue), Vômica (eliminação brusca através da glote de uma quantidade de pus ou líquido; proveniente do tórax ou abdome; (até certo momento é uma tosse seca e do nada elimina grande quantidade de secreção), Dispneia: dificuldade de respirar (é sinal e sintoma) ▪ Ortopneia: quando está deitado ▪ Trepopneia: dispneia com o paciente em decúbito lateral ▪ Platipneia: dispneia com o paciente sentado, aliviando no decúbito ▪ Causas: atmosféricas (altitude), obstrutivas (de bronquios), parenquimatosa, pleurais, toracomuscular (miastenia), diafragmáticas, cardíacas, teciduais, neurológicas. ▪ Obs: síndrome da apneia do sono: episódios repetidos de paradas de respiração durante o sono. Sibilância: chiado predominante na fase expiratória. Frequente no período noturno, com o paciente deitado Rouquidão ou disfonia: alteração dinâmica das cordas vocais, causando mudança do timbre Cornagem: dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias respiratórias superiores, na altura da laringe. Manifestada por ruído estridor e tiragem (edema de glote, síndroma anafilática). Paciente desloca a cabeça para trás, em extensão forçada para facilitar a entrada do ar. 3- Cite a importância do exame físico geral para o sistema respiratório. Relação com manifestações paraneoplásicas conjunto de sintomas causados por um câncer. Os sintomas ocorrem em uma área diferente do corpo em relação à localização do câncer. A exemplo de neuromusculares, hemetologicas, cutâneas, cunjutivas ósseas, endocrinometabólicas, vasculares. 4- Qual a ordem do exame físico respiratório? Inspeção(estática e dinâmica), palpação, percussão, ausculta. 5- O que se analisa na inspeção estática, que desconsidera os movimentos respiratórios? o Tipos de tórax: ▪ Brevelíneo, Mediolínio, Longilíneo ▪ Alterações: • Pectus carinatum: raquitismo infantil • Cifótico: causado por defeito de postura ou lesão de vertebras torácicas (tuberculose, osteomielite, neoplasias...) • Escoliótico: anomalia congênita o Presença de abaulamentos e depressões ▪ Aneurisma de aorta- pode observar um abaulamento anterossuperior do tórax; ▪ Tumor do timo ▪ Derrames pleurais – abaulamentos na base do hemitórax correspondente o Tegumento, tecido celular subcutâneo, musculatura, cartilagens e gradil costal, bem como presença de cicatrizes, fístulas, edemas, abaulamentos e atrofias. Também se analisa alterações no sistema venoso pela presença de circulação colateral. 6- O que se analisa na inspeção dinâmica (que considera os movimento respiratórios)? o Movimentos respiratórios ▪ Modo ventilatório (diferente no homem e mulher) • Homem= respiração toraco-abdominal (ou diafragmática) • Feminino= costal superior (musculo escaleno e esternocleidomastoideo) Na posição deitada, ambos são diafragmáticos. o Ritmos respiratórios: analisar por dois minutos a sequência, forma e amplitude das incursões. O ritmo respiratório normal tem profundidade e movimentos regulares. Caso tenha alterações no ritmo, descreve-se: ▪ Dispneia: desconforto respiratório ▪ Platipneia: dificuldade em posição ereta ▪ Ortopneia: dificuldade em respirar quando em decúbito dorsal (deitado) ▪ Trepopneia: desconfortável em determinado decúbito lateral, melhorando no contralateral ▪ TIPOS DE RESPIRAÇÃO PATOLÓGICOS Respiração de Cheyne-Stokes ou dispneia periódica: respiração que vai ficando cada vez mais profunda, podendo chegar a amplitude máxima, seguido de diminuição de movimentos e até apneia, de modo cíclico. Aparece em AVC, TCE, intoxicação por morfina, entre outros. Respiração de Biot: períodos de apneia que interrompem aa incursões respiratórias e variações de amplitude (ritmo anárquico). Encontrado em meningite, neoplasias, lesão no centro respiratório, entre outros. Respiração anarquica Respiração de Kussmaul: inspiração ampla e rápida interrompida por apneias. Observada em cetoacidose diabética, insuficiência renal com uremia, entre outros. o Amplitude da respiração (superficial ou profunda) o Frequência respiratória: 16-20 movimentos respiratórios por minuto é o normal ▪ Taquipneia (acima de 20 irpm) ▪ Bradipneia (menos de 16 irpm) ▪ Apneia (parada respiratória) ▪ Eupneia (respiração normal) o Retração inspiratória: Tiragem intercostal (muita dispnéia e na inspiração ocorre uma retração dos espaços intercostais). Tiragem em hemitórax = oclusão brônquio, Bilateral = oclusão acima da bifurcação., Respiração paradoxal= tórax para dentro e abdome para fora na inspiração em casos de fraturas. o Cornagem: dificuldade respiratória, ruído ao inspirar, inclina o tórax, maior força na musculatura cervical, boca aberta. 7- O que se analisa na palpação do exame respiratório? Partes moles, arcabouço ósseo, sensibilidade, temperatura, sudorose, enfisema subcutâneo, musculatura, expansabilidade torácica (simetria, respiração paradoxal caso haja fraturas), frêmito toracovocal 8- Disserte sobre o frêmito toracovocal. Vibrações na parede torácica. Colocar a mão sobre o tórax e pedir para que o paciente fale ‘trinta e três’, comparando regiões homólogas. O som é mais alto em ápice e região interescápulo-vertebral direita, pelo menor tamanho do brônquio. Aumento do frêmito: consolidação de uma área, como em pneumonia ou infarto pulmonar. Diminuição ou desaparecimento do frêmito: anormalidade que impeça a transmissão das ondas, como derrame pleural e atelectasia por oclusão brônquica. 9- Disserte sobre a percussão do tórax. Digito digital, em “barra grega” - Som claro pulmonar (no pulmão); maciço (coração, fígado); timpânico (espaço de traube no estomago – quando está timpânico, chama-se traube livre) - Submaciez no lugar de claro pulmonar= diminuição da sonoridade pulmonar, indicando a redução ou inexistência de ar no interior dos alvéolos. – causado por derrames ou espessamentos pleurais, bem como condensação pulmonar (pneumonias, tuberculose...) - Som timpânico no claro pulmonar= ar no espaço pleural (pneumotórax) 10- Disserte sobre a ausculta respiratória: o paciente deve inspirar profundamente, com a boca levemente entreaberta. - Sons normais o Traqueal– região da traqueia, pescoço e região esternal o Brônquico – zona de projeção de broquios, na região anterior do tórax o Broncovesicular – região esternal superior o Murmúrio vesicular- maior parte do tórax, tem maior duração na inspiração que na expiração - Sons anormais: o Descontínuos (estertores finos e grossos), o Contínuos (roncos, sibilos e estridor) e atrito pleural. -Sons vocais: Broncofonia, egofonia, pectorilóquia afônica, pectorilóqui afônica Alterações respiratório 1) Analise as alterações dos estertores finos/crepitantes e dos estertores grossos/ bolhosos- são descontínuos Estertores finos: São audíveis no final da inspiração, são agudos e de curta duração, não modificam com a tosse, são semelhantes ao ruído produzido pelo atrito de um punhado de cabelo junto ao ouvido ou de abrir ou fechar um velcro, sua localização é influenciada pela gravidade Estertores grossos: Tem a frequência menor e maior duração que os finos, nitidamente alterado com a tosse, podem ocorrer em todo o tórax, são audíveis no ínicio da inspiração e toda a expiração 2) Analise a ausculta dos roncos, sibilos, estridores – ( esses são contínuos), sopros e atrito pleural Roncos: Sons graves de baixa frequência, aparecem na inspiração e expiração mas predominam na expiração. São fugazes, mutáveis Sibilos: Sons agudos, de alta frequência, aparecem na inspiração e na expiração, múltiplos, disseminados por todo o tórax, mas podem ser localizados Estridor: Semelhante ao sibilose é audível sem o estetoscópio. Estreitamento de via aérea alta. Sopros: Sopro brando: mais longo na expiração que na inspiração. Em condições normais pode ser auscultado nas regiões de traqueia, região interescapular, 7o vértebra cervical no dorso. Tubário (pneumonia bacteriana), cavitário (grandes cavernas), anfórico (pneumotórax hipertensivo). Atrito pleural: semelhante a couro atritado. Local mais comum são nas regiões axilares inferiores. 3- Disserte sobre a ausculta da voz: Normal= ressonância vocal normal. – tanto a voz falada como cochichada resulta em som incompreensível, não se distinguem as sílabas. Ressonância vocal diminuída (derrame pleural, atelectasia, pneumotórax, enfisema pulmonar). Ressonância vocal aumentada (pneumonia, infarto pulmonar, neoplasia pulmonar). • Broncofonia: ausculta-se da voz com nitidez (com estetoscópio) (o normal é não ser nítido) • Egofonia: ausculta-se a voz nasalada e metálica. • Pectorilóquia fônica: ausculta-se a voz nitidamente (como se estivesse sem o estetoscópio) • Pectorilóquia afônica: ausculta-se a voz mesmo se cochichada (como se estivesse falando normal). 4- O que é necessário para que as alterações do parênquima pulmonar e da cavidade pleural deem origem a uma síndrome? - A porção alterada da pleura e do pulmão devem ser grandes o suficiente para modificar os sinais normais do exame físico - A lesão deve estar localizada em porções do pulmão cercada pela parede do tórax para que as alterações possam ser observadas pelas manobras de exame físico 5- O que são síndromes brônquicas? São causadas por redução do calibre, dilatação e ou hipersecreção brônquica. Sintomas= dispneia; sensação de constrição ou aperto no tórax; dor torácica difusa; sibilância; tosse. Causas= asma (inflamação), DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), bronquiectasia (aumento permanente de partes das vias aéreas do pulmão – dilatação dos brônquios em consequência da destruição de componentes da parede desses ductos), infecção traqueobrônquica, bronquites (causada por vírus ou bactérias). 6- O que são síndromes pleuropulmonares? Pulmonares= consolidação, atelectasia, hiperaeração, congestão passiva dos pulmões,cavitação Pleurais= Derrame pleural, pneumotórax,pleurite 7- O que consiste um síndrome de consolidação? Ocupação dos espaços alveolares por células e exsudato (liquido com proteínas) o Sintomas: dispneia; tosse seca ou produtiva o Transformação de tecido broquioalveolar em uma massa solida (liquido, inflamação ou tumor) 8- O que consiste uma síndrome de atelectasia? Obstrução de um brônquio. O ar do alvéolos é absorvido pelo sangue e ocorre colabamento e atelectasia. Redução do volume pulmonar, aumento da pressão negativa intrapleural, desvio das estruturas para o lado afetado. o Sintomas: dispneia; tosse seca 9- O que consiste uma síndrome de hiperaeração? Pacientes com enfisema pulmonar (diminuição da elasticidade dos pulmões e destruição dos alvéolos pulmonares – aumento anormal dos espaços aéreos). Aprisionamento de ar e obstrução das vias aéreas que provoca diminuição da densidade do parênquima pulmonar. o Sintomas: dispneia. 11- O que consiste uma congestão passiva dos pulmões? Líquido se acumula no interstício pulmonar. Causada por insuficiência ventricular esquerda ou estenose mitral o Sintomas: dispneia de esforço, ortopneia, dispneia paroxística; tosse seca ou com expectoração rósea; sibilância 12- O que consiste uma síndrome de escavação- caverna pulmonar? Eliminação do parênquima em uma aera que sofreu necrobiose; ocorre em abscessos, neoplasias, micoses ou tuberculose. Para detectar em exame físico: a caverna deve estar próxima da periferia do pulmão. o Sintomas: tosse produtiva (expectoração purulenta ou hemoptoica); vômica 13- O que consiste uma síndrome pleurítica? É uma inflamação dos folhetos pleurais. Consequente a tuberculose, pneumonias, moléstia reumática, viroses, neoplasias. o Sintomas: dor torácica ventilatório dependente; tosse, dispneia 14- O que consiste uma síndrome de derrame pleural? O espaço pleural é ocupado por líquido, transudato, exsudato, sangue (hemotórax), pus (empiema) ou linfa. o Sintomas: dispneia, tosse, dor torácica. 15- O que consiste um pneumotórax? Acúmulo de ar no espaço pleural. Ar penetra por uma lesão traumática, ruptura de bolha subpleural ou certas afecções pulmonares (tuberculose, pneumoconiose, neoplasias) que pões em comunicação um ducto com o espaço pleural o Sintomas: dispneia; dor torácica RESUMO DE TUDO: Síndromes brônquicas- Síndromes pulmonares: Síndromes pleurais:
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