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LIÇÃO 04- QUANDO A CRIATURA VALE MAIS QUE O CRIADOR

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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco 
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais 
Pastor Presidente: Aílton José Alves 
 
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040-000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543 
LIÇÃO 04 – QUANDO A CRIATURA VALE MAIS QUE O CRIADOR – 3º TRIMESTRE 2023 
(Rm 1.18-25) 
INTRODUÇÃO 
 O ser humano é, por natureza, um ser adorador. Fomos criados capazes de conhecer, temer, amar, servir e adorar o 
Criador. Porém, desde a Queda que o ser humano tem se afastado de Deus, e tem honrado e adorado mais a criatura do que 
o Deus verdadeiro, que é criador de todas as coisas. Nesta lição veremos a definição de idolatria e autolatria; explicaremos 
o texto da Leitura Bíblica em Classe e veremos qual deve ser a nossa atitude diante desta sociedade idólatra e perversa. 
 
I – DEFINIÇÕES DAS PALAVRAS IDOLATRIA E AUTOLATRIA 
 
1.1 Idolatria. O dicionário de Houaiss define idolatria como: “culto que se presta a ídolos” (2011, p. 1567). O termo deriva-
se do grego “eidololatreia”. Teologicamente “a idolatria pode ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa, 
ou objeto. Amor este que suplanta o amor que se deve devotar, voluntária, incondicional e amorosamente, ao único e 
verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220). “Essa palavra vem do grego: “eidolon” que significa: “ídolo”, e “latreuein” 
que quer dizer “adorar”. Esse termo refere-se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido 
primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, 
ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p. 206). O 
pastor Timothy Keller resume idolatria da seguinte maneira: “O que é um ídolo? Qualquer coisa mais importante do que 
Deus para você, que domine seu coração e sua imaginação mais do que Deus. Qualquer coisa que você busque a fim de 
receber o que só Deus pode dar” (KELLER, 2021, p. 20). 
 
1.2 Autolatria. A palavra “autolatria” é formada por dois vocábulos gregos: “autos”, que significa “a si mesmo” e “latria”, 
que quer dizer “adoração”. Logo, “autolatria” significa: “adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é conhecido 
como “egolatria”. Encontramos alguns exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is 14.12-14) e o rei 
Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21). Esta é uma das características dos homens dos tempos do fim (2Tm 3.2). Ao se 
manifestar no seio familiar, os pais ou filhos afetados por esse ídolo, promoverão a desintegração familiar, haja vista que 
o(s) mesmo(s) só pensarão em si, e nunca, na unidade da família. 
 
II – A IDOLATRIA E DEPRAVAÇÃO DA HUMANIDADE 
Em Romanos 1.18-32 o apóstolo Paulo escreve acerca da idolatria e imoralidade dos gentios. Apesar de se tratar de 
um texto escrito há milênios, podemos perceber claramente a atualidade deste texto, como veremos a seguir: 
 
2.1 “[...] do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens [...]” (Rm 1.18). A palavra grega 
traduzida por “ira” é “orge”, e aparece 12 vezes em Romanos (Rm 1.18; 2.5,8; 3.5; 4.15; 5.9; 9.22; 12.19; 13.4,5). A ira de 
Deus não pode ser confundida com a ira humana, que é fruto da natureza caída e pecaminosa (Gl 5.20; Ef 4.31; Cl 3.8; Tm 
2.8; Tg 1.20). A ira de Deus é contra toda impiedade e injustiça dos homens, ou seja, sobre o pecado (Rm 2.8; 9.22; Cl 3.6; 
Hb 3.11; 4.3; Ap 11.18). O termo “impiedade” neste texto diz respeito ao descaso que o homem faz de Deus, ou seja, viver 
como se Deus não existisse. Já a palavra “injustiça” fala da conduta pecaminosa humana. Dessa maneira, a raça humana, por 
rejeitar a Deus vive na prática da injustiça. 
 
2.2 “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou” (Rm 1.19). Paulo 
deixa bem claro que a humanidade se afastou do Criador, mas, não pelo fato de que Ele não tenha se manifestado, ou seja, 
se revelado, mas, por livre e espontânea vontade. O Salmo 19, por exemplo, apresenta ao menos duas provas da existência 
de Deus: o universo que Ele criou (v. 1-6) e a Bíblia (v. 7-10). “O conhecimento do Deus verdadeiro era acessível aos 
homens, mas eles fecharam suas mentes para ele. Em vez de apreciarem a glória do criador ao contemplarem o universo 
que ele criou, davam a coisas criadas aquela glória que pertencia somente a Deus” (BRUCE, 1979, p. 68). 
 
2.3 “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se 
entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.20). A criação 
é uma prova não apenas da existência de Deus, mas, também, dos seus atributos. Ao contemplar a natureza, a beleza e a 
perfeição do universo, podemos perceber a Sua eternidade (Dt 4.32; Sl 90.1,2; Hb 1.10), onipotência (Sl 148.5; Is 42.5; 
Hb 3.4), sabedoria (Pv 3.19-23; Jr 10.12; 51.15). Nós não precisamos ver a Deus para saber que Ele existe, pois, as Suas 
obras revelam a sua existência. É como se alguém fosse numa galeria de obras de arte e pudesse ver os quadros e as 
esculturas. Ainda que os artistas não estivessem presentes, suas obras revelam a sua existência. Assim, todos os homens 
são indesculpáveis diante de Deus (Hb 11.3,6). 
 
2.4 “porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus 
discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu” (Rm 1.21). O homem afastado de Deus está em 
inimizade com o Senhor, pois a Bíblia classifica os pecadores como: (a) filhos da desobediência (Ef 2.2); (b) amigos do 
mundo (Tg 4.4); e (c) pecadores vivendo nas trevas (Ef 5.8; 11; 6.12; Cl 1.13). Por esses motivos e outros apresentados na 
palavra de Deus (Sl 14: 1-3; Is 64.6; Rm 3.10), o texto Sagrado apresenta o homem em inimizade constante com Deus. Mas 
em Cristo essa inimizade é desfeita: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus, pela morte de seu 
Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5.10). 
 
2.5 “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de 
homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis” (Rm. 1.22,23). A Palavra de Deus nos revela que quem 
oferece sacrifícios aos ídolos, oferece aos demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 2Cr 11.15; Sl 106.37; 1Co 10.20,21). Por trás das 
imagens de escultura existem entidades demoníacas que ouvem as preces dos fiéis, e até operam favoravelmente por eles, 
com o intuito de aprisioná-los cada vez mais na idolatria. Eis o porquê de tantas pessoas pagarem promessas nos denominados 
“dias santos” e nas festividades dos padroeiros. Satanás, como “deus deste século” (2Co 4.4) tem poder para realizar 
benefícios físicos e materiais com intuito de enganar as pessoas (Ap 13.2-8,13; 16.13,14). 
 
2.6 “Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo 
entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é 
bendito eternamente. Amém!” (Rm. 1.24,25). O pecado afetou todas as áreas da vida humana, inclusive a sexualidade 
gerando toda sorte de perversão sexual. As consequências da queda do primeiro homem foram tão nefastas que as Escrituras 
citam 372 formas de pecado e há centenas de outras não mencionadas na Bíblia. Há várias listas de pecados semelhantes ao 
que o apóstolo faz referência (Rm 1.18-32; 1Co 5.9-11; 6.9; 2Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; 1Ts 2.3; 4.3-7; 1Tm 
1.9,10; 6.4,5; 2Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é exaustiva, uma vez que Paulo conclui dizendo: “[…] 
e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21). 
 
III – A NOSSA ATITUDE DIANTE DESTA SOCIEDADE IDÓLATRA E PERVERSA 
 
3.1 Precisamos proclamar a verdade. Uma das principais atribuições da igreja é a de influenciar a cultura e a sociedade 
onde ela está inserida (Mt 5.13-16; Mc 9.49;Lc 14.34-35; Mc 4.21; Lc 8.16; 1Pd 2.12). E como ela pode fazer isto? 
Priorizando os princípios da Palavra de Deus, independente do modelo cultural da sociedade. Na prática, significa combater 
o pecado, mesmo que este seja visto como uma questão cultural. É ensinar sobre a fidelidade conjugal (Hb 13.4), mesmo 
quando a infidelidade já se tornou comum; combater a mentira e o engano (Ef 4.25; Rm 12.17), ainda que sejam vistas como 
coisas normais ou naturais; pregar contra o paganismo e a idolatria (Rm 2.22; 1Jo 5.21), mesmo quando ela é vista como 
mera religiosidade, etc. 
 
3.2 Precisamos obedecer aos princípios da Palavra de Deus. Recebemos do Senhor Jesus uma responsabilidade para 
produzir uma cultura debaixo do Senhorio de Cristo (2Co 10.4,5), ou seja, promover a cosmovisão cristã em um mundo 
pluralista (Rm 12.1,2), onde as culturas estão afetadas em suas estruturas e práticas do pecado, necessitando assim, que a 
Igreja exerça sua função profética (1Pd 2.9,10), mostrando o caminho que Deus planejou para vivermos de acordo com os 
princípios estabelecidos na palavra de Deus. Ela é o livro-texto do cristão. Ela nos ensina como devemos amar, temer e 
obedecer a Deus (Dt 17.18,19; Ec 12.13; Lc 10.27); como devemos amar ao próximo (Mc 12.33; Lc 10.27-37); bem como 
nos ensina a viver neste mundo (Mt 5.13-16; 1Co 10.32). 
 
3.3 Precisamos vigiar para não sermos influenciados pelas práticas idólatras e imorais desta sociedade. Fomos salvos 
da condenação e do poder do pecado, mas não ainda da presença do pecado (Rm 7.18,23). No campo do nosso interior ainda 
se trava uma guerra, um conflito permanente entre a carne e o Espírito. Eles são opostos entre si. Paulo tratou da guerra 
interior que existe em cada cristão com as suas duas naturezas (Rm 7.22.23; Gl 5.17). Nessa batalha “carne versus espírito”, 
vencerá aquele que dermos a maior preferência (Gl 5.16). 
 
CONCLUSÃO 
Tal qual os gentios nos dias de Paulo (Rm 1.18-32), nós vivemos em meio a uma geração corrompida e perversa (Fp 
2.15), onde os seres humanos são amantes de si mesmos, idólatras, que adoram mais a criatura do que ao Criador. Como sal 
da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16) precisamos proclamar a verdade, obedecendo aos mandamentos divinos, e sermos 
vigilantes para não sermos influenciados por esta sociedade. 
 
REFERÊNCIAS 
• BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD. 
• BRUCE, F. F. Romanos: Introdução e Comentários. VIDA NOVA. 
• CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS. 
• KELLER, Timothy. deuses falsos. VIDA NOVA. 
• SANTOS, Roberto dos. Romanos: Uma Carta Para Igreja do Século XXI. REFLEXÃO. 
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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