Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Fulano de tal, advogado, brasileiro, inscrito na OAB/SP, sob o no. XXXX, com endereço profissional na Rua Sobe e desce, no. 000, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, e nos termos dos artigos 647 e 648 inciso I do Código de Processo Penal, impetrar HABEAS CORPUS Em favor de XXXXXXXXX, brasileira, casada, sem profissão definida, residente e domiciliada na vila mariana, contra ato ilegal praticado pela MM Juíza Luciana Menezes Scorza, do plantão judiciário, pelas razões de fato e fundamentos: DOS FATOS O paciente foi cerceado de sua liberdade em 29.09, ao ser detida por furto de produtos, quais sejam, uma Coca-Cola de 600 ml, dois pacotes de macarrão instantâneo miojo e um pacote de suco em pó Tang de um supermercado na Vila Mariana, totalizando o valor de R$ 21,69, encontrando-se atualmente no Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha. Cabe ainda destacar a ausência de supressão de instância, uma vez que, nos termos do Art. 654, §2º do CPP, "Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal". Trata-se de nítida violência e coação em sua liberdade, por ilegalidade e abuso de poder praticado pela juíza Luciana Menezes Scorza motivando o presente pedido DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS Consoante dispõe a Constituição Federal em seu art. 5.º, inciso LXVIII: "Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder" Nesse mesmo sentido dispõe o Art. 647 do CPP, ou seja, o habeas corpus sempre será cabível quando houver lesão ou ameaça à liberdade de locomoção, como ocorre no presente caso em que a paciente sofreu coação ilegal na sua liberdade de ir e vir. Cabe destacar que toda e qualquer ferramenta que seja necessária para viabilizar a liberdade de locomoção ampara o habeas corpus, conforme já destacado pelo STJ: "Não há falar-se em não conhecimento de habeas corpus por inadequação da via eleita quando a matéria que lhe deu ensejo visa tutelar, mesmo que indiretamente, a liberdade do paciente." (STJ: HC nº 109943/2013 - Relator: Des. Luiz Ferreira da Silva-27/11/13) Cabe ainda destacar que não há que se falar em ausência de supressão de instância, uma vez que, nos termos do Art. 654, §2º do CPP: "Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal". Por fim, cabe ainda mencionar o artigo 23, I, do Código Penal em que não há de se falar em crime quando o furto famélico é decorrente de estado de necessidade. Portanto, diante da inequívoca lesão ao direito de liberdade da paciente, cabível o presente habeas corpus. DO PEDIDO À vista do exposto, requer-se a V. Exa. que seja concedida ao Paciente a ordem, para que: a) Seja recebido o presente habeas corpus e seja atribuído a suspensão da decisão proferida no processo nº xxxxxx em 21.09. b) Que seja levado em conta a prática do crime por um estado de necessidade, admitida pela paciente c) Sejam reconhecidos os motivos acima dispostos, com a concessão da ordem e consequente expedição do competente alvará de soltura ao paciente. Termos em que pede deferimento. São Paulo, XXXX de 2022 ADV: xxxxx
Compartilhar