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Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 2 SUMÁRIO HEPATITE ................................................................................................................................................ 3 CIRROSE HEPATICA ................................................................................................................................. 8 PNEUMONIA ........................................................................................................................................ 18 HIV - AIDS ............................................................................................................................................. 23 SINDROMES FEBRIS .............................................................................................................................. 28 PARASITOSE INTESTINAIS ..................................................................................................................... 36 SINDROME NEFRITICA .......................................................................................................................... 40 SINDROME NEFROTICA ......................................................................................................................... 45 TUBULO INTERSTICIAL .......................................................................................................................... 51 DISTURBIOS ACIDO BASICO .................................................................................................................. 58 INSUFICIÊNCIA RENAL ........................................................................................................................... 65 DOENÇA RENAL CRONICA ...................................................................................................................... 68 ACCIDENTE VASCULAR ENCEFALICO ...................................................................................................... 77 CEFALEIAS ............................................................................................................................................ 81 EPILEPSIAS ........................................................................................................................................... 84 DEMÊNCIAS ........................................................................................................................................... 62 ASMA ................................................................................................................................................... 92 DPOC......................................................................................................................................................96 DOENÇA VENOSA PROFUNDA ................................................................................................................... 99 TROMBOEMBOLIA PULMONAR ...............................................................................................................100 Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 3 Hepatites Virais Agudas e Crônicas A veia porta adentra o fígado, sendo formada pela união da veia esplênica com a veia mesentérica superior. A veia mesentérica inferior drena para a veia esplênica. A veia umbilical drena para a veia porta durante o período fetal. A veia gástrica esquerda drena o sangue da pequena curvatura do estômago e do esôfago distal, enquanto que as veias gástricas curtas drenam o fundo do estômago. A artéria hepática representa menos de 30% do fluxo sanguíneo hepático, sendo a veia porta a principal fonte sanguínea do fígado. Parte do intestino grosso é drenado pela VMI e chega ao fígado, bem como a outra parte é drenada pela VMS. Os alimentos, nutrientes, toxinas, etc., recém absorvidos, passam pelo fígado antes de atingir a circulação sistêmica. As duas funções básicas do fígado são a depuração e síntese: O fígado realiza captação e conjugação da bilirrubina indireta, excretando pelo sistema biliar. Também realiza transformação de produtos nitrogenados como a amônia (tóxica ao organismo, responsável pela encefalopatia hepática) em ureia, para que seja eliminada pelos rins. Produz albumina, a principal proteína plasmática; também produz todos os fatores de coagulação. O paciente cirrótico fica ictérico, pode evoluir com EH, evolui com hipoalbuminemia e ascite e sangra! O fígado faz parte do metabolismo intermediário, armazenando glicose na forma de glicogênio; também realiza gliconeogênese. A unidade funcional do fígado é o lóbulo hepático: O sangue chega pela periferia dos hepatócitos, através dos ramos terminais da veia porta e artéria hepática. Passa através dos hepatócitos pelos sinusóides hepáticos e chega nas veias centrais (ou centrolobulares). Após as veias centrais, o sangue deixa o fígado pelas veias hepáticas direita e esquerda, chegando à VCI. Entre os sinusóides, há células de Kupffer, que são macrófagos residentes e tem função de defesa. Indo em direção ao ducto biliar, há 2 camadas de hepatócitos paralelas, formando um canalículo biliar, por onde escorre a bile! Os ductos biliares unem-se até formar os ductos hepáticos direito e esquerdo, que deixam o fígado e formam o ducto hepático comum, que se une ao ducto cístico e forma o ducto colédoco! As células que formam o ducto biliar são os colangiócitos! HEPATITES VIRAIS A diferença entre uma hepatite aguda e crônica é o tempo de 6 meses. Apenas o vírus B e C podem causar hepatite crônica, sendo que o vírus D pode participar da hepatite crônica, mas não a causar, gerando o risco de cirrose. A hepatite fulminante define-se pela presença de encefalopatia nas primeiras 8 semanas do início do quadro de hepatite; possui mortalidade de 30-50%! Todas as hepatites podem fazer hepatite fulminante, em tese, mas a que mais causa é a hepatite B. Se a hepatite está caminhando para hepatite fulminante, ela apresenta aumento de TAP, INR O que define o curso das hepatites é a resposta imunológica, determinando se a doença será aguda, crônica ou fulminante. Não é a agressividade dos vírus, é a capacidade de defesa a ele. A hepatite fulminante ocorre quando a resposta imunológica é exagerada, pois há uma resposta exacerbada aos vírus, que acaba por lesar mais intensamente os hepatócitos. Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 4 Fases Clínicas - Inicia-se pela fase prodrômica, e o paciente apresenta sintomas. Segue a fase ictérica (que pode não ocorrer) e, por fim, a fase de convalescência. Incubação: variável (4-12 semanas) de acordo com o vírus. Acaba a incubação quando iniciam os sintomas. Fase prodrômica: sintomas constitucionais (febre, astenia, mal-estar, cefaleia, náuseas, vômitos) que se assemelham a outras doenças. Cursa com algum aumento de transaminases (ALT, mais específica para o fígado, e AST). Fase ictérica: melhora dos pródromos, icterícia, acolia fecal e colúria. A etapa limitante do processo de transformação da bilirrubina é a excreção de BD, sendo a primeira etapa que para de funcionar nas hepatites; logo, as hepatites virais cursam com icterícia à custa de BD! Aqui que os níveis de transaminases podem chegar a níveis altos (passam até 10x o valor da normalidade) pela agressão intensa. Fase de convalescência: melhora clínica e laboratorial – é o período de cura, se não melhorar, cronifica! A fase prodrômica, ictérica e de convalescência tem períodos variáveis (dias a semanas) Nas hepatites, as aminotransferases aumentam 10x seu valor (VR: AST 35 / ALT 40). Quando estes valores estão pouco aumentados devemos pensar em hepatites crônicas! O aumento de TGO sugere uso de álcool e hepatite crônica! Nas hepatites virais há predomínio de BD, e o TAP em geral está normal, se estiver alargadosugere hepatite fulminante! HEPATITE A Causada por um vírus de RNA. Geralmente acomete crianças (em torno de 5 anos de idade). A maior transmissibilidade (pico de viremia) é durante o período de incubação! Essa transmissão é fecal-oral. Após a entrada do vírus, o período de incubação dura cerca de 2 a 4 semanas. Surge o Anti-HAV (IgM) no início da fase prodrômica, aumentando ALT/AST. Aos poucos o IgM é trocado pelo IgG; quando o IgM negativa não há mais doença (passado de hepatite A, não cronifica, mesmo que a IgG sempre positive – é cicatriz)! A maioria dos casos são assintomáticos; a forma sintomática pode cursar com icterícia (10% das crianças). A forma fulminante ocorre em 0,35% dos casos, com mortalidade de 50%, e cursa com TAP alargado (INR > 1,5). O tratamento é sintomático e a pessoa deve se afastar das atividades por 2 semanas pelo risco de transmissão. Profilaxia: o MS: vacina em dose única aos 15 meses de vida – evitar surtos de hepatite o Profilaxia pós-exposição com vacina em não vacinado: até 14 dias pós-exposição o Pós exposição com Ig humana: crianças < 1 ano e imunodeprimidos até 14 dias pós- exposição HEPATITE E A doença é muito parecida com a hepatite A, porém é incomum no Brasil. O diagnóstico é sorológico (Anti-HEV IgM). Se uma gestante contrair o vírus da hepatite E, o risco de hepatite fulminante é de até 20%! HEPATITE B Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 5 É um vírus de DNA – único DNA entre os vírus da hepatite. Produz vários anticorpos, e seu diagnóstico sorológico é mais complexo! O organismo produz anticorpos contra os antígenos do vírus B: Antígeno S (HBsAg) Anti-HBs Antígeno C (HBCAg) Anti-HBc Antígeno E (HBeAg) Anti-HBe Marcadores Sorológicos: Após a entrada do vírus, o HBsAg é o primeiro a ser detectado (HBsAg+). O HBcAg surge após. A replicação viral faz surgir o HBeAg (HBeAg+). Sempre que o vírus estiver se replicando, além do HBeAg, encontra-se maiores cargas de DNA-HBV. O corpo produz anticorpos contra o vírus, o melhor é o Anti-HBs, que surge com a cura/proteção. O início dos sintomas surge o Anti-HBc IgM. Aos poucos surge o Anti-HBc IgG, mas enquanto houver IgM continua sendo uma hepatite aguda! O Anti-HBc deve negativar em até 6 meses. A cura ocorre quando surge o Anti-HBs! O Anti-HBe positiva quando cessa a replicação viral. Aguda Crônica Cura Vacina HbsAg + + - - Anti HBc IgM + - - - Anti HBc IgG -/+ + + - Anti-HBs - - + + HBsAG – presença do vírus Anti- HBc – contato com o vírus (igM = contato recente) Anti – Hbs – cura ou vacinação previa (proteção) HBeAg- reaplicação viral Anti – Hbe – fase não replicativa Testes Rápidos: avaliam a presença de antígeno de superfície (HBsAg)! Mutante pré-core: falha na síntese de HBeAg (HBsAg +/ HBeAg - / Anti-HBe + / Aumento transaminase/ confirma com HBVDNA alto) → replica sem demonstrar, variante mais agressiva – maior risco de hepatite fulminante, cirrose, câncer Manifestação extra-hepática: Poliarterite Nodosa (PAN) está associada a HbsAg+ História natural: É a hepatite aguda que mais fulmina (1%), e 5% tornam-se crônicas. Destes 5% que cronificam, 20-50% evoluem com cirrose, e, destes, 10% evoluem para Carcinoma Hepatocelular (CHC), sendo o vírus B o que mais leva ao CHC! Tratamento Indicações gerais: o Aguda: grave (coagulopatia) – fulminante o Crônica: HBeAg (+) + > 30 anos ou TGP > 2x HBeAg (-) + mutante pré core Esquemas (em geral, monoterapia): o 1a linha geral: tenofovir Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 6 o 1a linha para paciente em QT: entecavir o Alternativa para casos HBeAg (+): alfapeguinterferon HEPATITE C Vírus RNA. Possui 7 genótipos, sendo o genótipo 1 o mais presente no Brasil! A principal forma de contágio, são as drogas injetáveis, das formas que se descobre. Em 40% dos casos não se sabe a forma de contágio! No Brasil, a prevalência é de 1,38% da população! Associado à crioglobulinemia mista! Marcadores sorológicos Após a contaminação e incubação (7 semanas), surge o Anti-HCV, que pode significar doença em atividade (aguda ou crônica), curado (cicatriz sorológica), falso-positivo (álcool, doença autoimune...). A confirmação ocorre através do PCR quantitativo para RNA do vírus C → HCV-RNA. A positividade do PCR não diferencia infecção aguda e crônica. História natural: É a hepatite que menos fulmina, mas é a que mais cronifica (80%)! Das que cronificam, 30% tem cirrose e, destes, 10% de CHC Tratamento Todos os pacientes! Objetivo: resposta viral sustentada = vírus indetectável Esquemas (12-24 semanas): antivirais de ação direta + ribavirina o Para todos os genótipos: sofosbuvir + daclatasvir HEPATITE D Ocorre em coinfecção com hepatite B (necessita do vírus B para poder infectar – HBsAg +). Portador de hepatite B crônica que adquire o vírus D pode ter uma superinfecção, com risco de 20% de hepatite fulminante e cirrose! Diagnostico sorológico: HBsAg + Anti-Hbc IgM + Coinfecção Anti-HDV total + HbsAg + Anti-Hbc IgG + Superinfecção Anti-HDV total + Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 7 Cirrose hepática e suas causas A unidade funcional do fígado é o lóbulo hepático, que possui formato hexagonal, e no centro existe a veia centrolobular. Na periferia (vértices do hexágono) estão os espaço-porta, com dois vasos e o canalículo biliar. Os sinusoides hepáticos são lesados na cirrose hepática. Entre o hepatócito e o sinusoide existe um espaço virtual chamado de espaço de Disse, que é onde inicia-se o processo de cirrose. No espaço de Disse encontram-se as células estreladas quiescentes, que se ativam em qualquer agressão crônica do fígado, causando fibrose hepática pela deposição de colágeno, fechando as fenestras dos sinusóides; desta forma, o hepatócito não consegue mais realizar sua função e perde suas microvilosidades. A fibrose “aperta” de fora para dentro o sinusóide hepático, aumentando sua pressão, que é transmitida retrogradamente, atingindo a veia porta. A fibrose forma “ilhas” de hepatócitos, que se tornam insuficientes. Como os hepatócitos tem grande capacidade de regeneração, a biópsia demonstra traves de fibrose com nódulos de regeneração hepática; apesar disso, estes nódulos não têm capacidade plena, pois continuam isolados pela fibrose. Cirrose = fibrose + nódulos de regeneração O processo de lesão-regeneração pode fazer com que ocorra um erro na divisão celular, levando à metaplasia. Logo, a cirrose hepática é um fator de risco para CHC (Carcinoma Hepatocelular). As principais funções hepáticas são: Metabolismo da bilirrubina Síntese de proteínas e fatores de coagulação Eliminação de toxinas Regulação hormonal Manifestações da Cirrose Hipertensão Porta Varizes Ascite Esplenomegalia Circulação colateral Insuficiência Hepática Icterícia (BD) ↓Albumina / coagulopatias Encefalopatia – acúmulo de amônia Hiperestrogenismo (ginecomastia, atrofia testicular, telangiectasias, eritema palmar) – fígado depura estrogênio Transaminases (ALT/TGP e AST/TGO): normais ou discretamente elevadas o A falta de hepatócitos faz com que as transaminases não se elevem muito Avaliação da Gravidade Child-Pugh → BEATA (Bilirrubina / Encefalopatia / Albumina / TAP (INR) / Ascite Varia de 5 a 25 pontos, cada item recebe pontuação de 1 a 3 Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 8 MELD → BIC (Bilirrubina / INR / Creatinina) BIC é caneta de MELDA Utilizado na classificação de pacientes em fila de transplante Causas de Cirrose Hepática V – Vírus: B e C I – Infiltração Gordurosa: álcoolou não-álcool D – Depósito: cobre (Wilson), ferro (hemocromatose) A – Autoimune: Colangite biliar primária, Hepatite AI Doença Hepática Gordurosa Alcoólica Os limites seguros de ingestão de álcool é de 21U e 14U por semana para homens e mulheres, respectivamente (1 lata = 1,7U). Acima destes limites o indivíduo está exposto à doença hepática. Alguns questionários detectam abusadores de álcool, como o CAGE e o AUDIT. CAGE: Cut-Down, Annoyed, Guilty, Eye-Opener Alguns exames laboratoriais podem detectar abusadores, como o aumento de GGT e de VCM. A ordem é esteatose alcoólica hepatite alcoólica cirrose alcoólica (abuso crônico) A hepatite alcoólica ocorre por uma libação em um bebedor crônico, tendo como culpado o acetaldeído. O paciente está acostumado a metabolizar bem o álcool, mas com a libação, a grande quantidade de álcool metabolizada rapidamente pelo fígado, produz o acetaldeído Hepatite: febre, icterícia, dor abdominal, TGO > TGP (AST > ALT, aumentado mais do que o dobro – é comum o alcoolismo existir concomitante com deficiências, inclusive de B6, fundamental para formação de TGP) Leucocitose: reação leucemoide – parece leucemia, mas não é (acetaldeído tem efeito quimiotático) Biópsia: corpúsculos de Mallory Tratamento: Se caso grave (índice de Maddrey > 32) = corticoide por 4 semanas → Prednisolona (40mg) A Prednisolona não necessita ser metabolizada (convertida) pelo fígado A prednisona é transformada em prednisolona pelo fígado para ter efeito, então, no fígado não funcionante, se faz prednisolona Alternativa: Pentoxifilina (400mg 3x/dia por 4 semanas) Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica Tem prevalência de 20% no mundo, e seu grande fator de risco é a síndrome metabólica. A fisiopatologia envolve a resistência insulínica, ocorrendo acúmulo de gordura no fígado pela deficiência de ação da insulina (triglicerídeos no fígado). Cada vez mais comum. Dos 20% com esteatose, 3-5% desenvolvem esteato-hepatite (NASH) e 1-3% evoluem para cirrose. Manifestações Assintomático Dor abdominal, principalmente na NASH Aumento de transaminases (TGP > TGO), mesmo que clinicamente assintomática Diagnóstico Imagem (em geral, USG): detecta esteatose Biópsia (raro): suspeita de cirrose Excluir álcool e outras causas de Esteatose (HCV, Wilson...) Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 9 Tratamento: dieta + exercício (melhor efeito na resistência insulínica) / Glitazona / vitamina E As glitazonas reduzem a resistência insulínica; a metformina não teve benefício comprovado nesta doença A vitamina E reduz o estresse oxidativo, diminuindo a possibilidade de progressão da doença Doença de Wilson → cobre O cobre é necessário na fabricação de proteínas e enzimas. O excesso é excretado através do fígado. O indivíduo nasce com uma mutação genética (ATP7B) que atrapalha a excreção hepática de cobre na bile. O acúmulo inicia-se no fígado e posteriormente no organismo. O excesso de cobre liga-se à ceruloplasmina, responsável por eliminar o cobre em pessoas sem a doença, assim ocorre cobre aumentado e ceruloplasmina baixa (não é fabricada, pois não consegue excretar o cobre). Manifestações Doença hepática → aguda / crônica / cirrose Neurológicas: alteração de movimento (distonia, tremores... pelo cobre no SNC) Anéis de Kayser-Fleisher (99% com lesão SNC e 50% com hepatopatia) → ideal ver em lâmpada de fenda Diagnóstico: cobre urinário de 24h’ ou hepático (biópsia); redução da ceruloplasmina sugere a doença Tratamento: trientina (quelante) / transplante (cura) Hemocromatose Apesar de afetar geneticamente homens e mulheres, os homens apresentam a doença mais frequentemente, uma vez que as mulheres menstruam e eliminam ferro mensalmente. É uma doença genética causada pela alteração do gene HFE, levando ao aumento da absorção intestinal de ferro. Manifestações ↑ Saturação de transferrina / ↑ Ferritina 6H: hepatopatia / hiperglicemia / hiperpigmentação / heart / hipogonadismo / hartrite o Ocorre pela deposição de ferro nos tecidos o Heart = insuficiência cardíaca Diagnóstico Teste genético → mutação C282Y Tratamento: flebotomia (ferritina ~50ng/mL) / transplante (não cura → o defeito está na absorção intestinal) Colangite Biliar Primária Afeta principalmente mulheres entre 40-60 anos (90-95%). Trata-se de uma doença autoimune, apresentando grande quantidade de IgM (hipergamaglobulinemia M). Há lesão imune em ductos biliares no espaço- porta, e os componentes da bile acumulam-se, em especial os sais biliares, que são tóxicos. Manifestações Assintomático Fadiga / prurido (depósito de sais biliares na pele) Xantelasmas (hipercolesterolemia) / Icterícia Associação com Sjögren e Tireoidite de Hashimoto Diagnóstico: ↑Fosfatase alcalina / Ac antimitocôndria (AMA) Tratamento: ácido ursodesoxicólico / transplante O AU é um sal biliar sintético que substitui o sal biliar endógeno, sendo menos lesivo e retardando a progressão para cirrose Hepatite Autoimune Acomete mais mulheres, geralmente jovens. A fisiopatologia é autoimune, com anticorpos que atacam o fígado. Há aumento de IgG (hipergamaglobulinemia G). Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 10 Tipo 1: FAN, Antimúsculo liso Tipo 2: Anti-LKM1 Manifestações Assintomático Doença hepática (aguda / crônica / cirrose) Tratamento: imunossupressão prednisona + azatioprina A associação permite uma dose menor de corticoide, diminuindo os efeitos colaterais HIPERTENSÃO PORTA Varizes esofagogástricas Esplenomegalia Varizes retais Cabeça de medusa – eficaz para tirar sangue da porta e colocar na cava Encefalopatia * A ascite necessita de hipertensão sinusoidal e hepática, então a pré-hepática pré-sinusoidal, não gera. CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO PORTAL Pré-hepática Intra-hepática Pré / sinusoidal / pós Pós-hepática Pré-Hepática Função hepática boa. Ascite não é esperada, mas pode ocorrer por outras causas associadas. Trombose da Veia Porta (+ comum da pré) Crianças (infecção de cateter umbilical), hipercoagulabilidade Trombose de Veia Esplênica (hipertensão porta segmentar) Varizes isoladas de fundo gástrico: pancreatite crônica Intra-Hepática 1) Pré-sinusoidal Esquistossomose: parasita fica no espaço porta; uma infestação importante pode fazer uma reação granulomatosa que invade os sinusoides e provoca hipertensão sinusoidal, gerando ascite, mas não é comum, como ter varizes esofagianas 2) Sinusoidal Cirrose → mais comum de todas! 3) Pós-sinusoidal: por oclusão da veia centrolobular (doença veno-oclusiva) Doença Enxerto-Hospedeiro Doença do Chá da Jamaica (Bush Tea Disease) → Chá de maria mole Pós-Hepática - Doenças cardíacas (mais comum da pós) ICC, pericardite constritiva - Obstrução da Veia hepática/cava Síndrome de Budd-Chiari Causas: policitemia vera + hipercoagulabilidade, ACO, neoplasia hepática Diagnóstico da Hipertensão Portal Endoscopia Digestiva Alta (EDA): varizes esôfago-gástricas USG com doppler: o Calibre da veia porta (n=12mm) e esplênica (n=9mm) Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 11 o Fluxo hepato-fugal (“fugindo do fígado”) – por isso se faz doppler Elastografia: > 21,1kPa Cateterização hepática → gradiente pressórico ≥ 6 fecha diagnóstico de HP o > 6: hipertensão porta o > 10: HP com varizes o > 12: aumento do risco de ascite e de ruptura de varizes Tratamento da Hipertensão Portal Cenário 1 → nunca sangrou Profilaxia primária: rastrear varizes com EDA Indicar profilaxia se: o Varizes de alto risco (médio calibre > 5mm ou grosso calibre > 20mm) o Cherry-red spots no cordão varicoso A profilaxia primária deve ser feita com β-bloqueadornão-seletivo (propanolol, carvedilol na maior dose possível tolerada pelo paciente) ou ligadura elástica por EDA (é a escolha). Cenário 2 → está sangrando 1. Estabilizar a hemodinâmica Cristaloides Prazol Iniciar Terlipressina ou Octreotide (vasoconstrição esplâncnica) Antibiótico até 70% dos casos pode evoluir com PBE, iniciar mesmo antes de confirmar se o sangramento é varicoso (Ceftriaxone ou Norfloxacin por 7 dias) Transfusão de sangue: ± Hemácias (Hb < 7) ± plaquetas (se < 50 mil) ± Plasma (se INR > 1,7) 2. Descobrir fonte e tratar EDA em até 12h o Ligadura elástica (escolha) / escleroterapia o Se varizes gástricas: cianoacrilato Balão: sangramento incontrolável por EDA + drogas o Sengstaken-Blakemore por 24-48h, desinsuflar a cada 12h para checar se parou o sangramento TIPS (Shunt Portossistêmico Intra-Hepático Transjugular) o Se hemorragia refratária ou no lugar da cirurgia o Vantagem: “ponte” para transplante o Desvantagem: encefalopatia (± 30% dos casos) o Contraindicação: IC direita / doença cística Cirurgias (urgência) o Shunts não seletivos (TL, LL, parcial) pouco utilizado hoje por conta do TIPS e inviabiliza o transplante Cenário 3: já sangrou (70% de ressangramento em 1 ano) Profilaxia secundária: β-bloqueador + Ligadura elástica Se não der certo: programar TIPS ou cirurgia eletiva (shunt seletivo esplenorrenal distal) o O shunt seletivo esplenorrenal distal acaba com as varizes, mas pode piorar a ascite ASCITE Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 12 A paracentese deve ser feita do lado esquerdo, entre o terço distal e médio da linha entre a espinha ilíaca anterossuperior e o umbigo. Diagnóstico - Gradiente Albumina Soro – Albumina Ascite (GASA) GASA ≥ 1,1 → Hipertensão portal o PTN < 2,5g/dl: Cirrose o PTN > 2,5g/dl: IC, Budd-Chiari GASA < 1,1 → Neoplasia, BK, pâncreas, síndrome nefrótica o PTN < 2,5g/dl: Síndrome nefrótica o PTN > 2,5g/dl: Neoplasia, BK, pâncreas (BK → pedir ADA) - Análise do líquido ascítico Aspecto macroscópico o Seroso (cirrose) / Hemorrágico (acidente de punção, neoplasia) / turvo (infecção) Citometria/citologia oncótica: PMN ≥ 250 → PBE ou PBS Bioquímica: PTN total, glicose e LDH diferenciam PBE e PBS o Pedir triglicerídeos, pois acima de 1000 fala a favor de ascite quilosa, que ocorre com a lesão do ducto torácico Gram e cultura: PBS é polimicrobiana Tratamento Restrição de sódio: 2g Na (4-6g sal)/dia Restrição hídrica: 1 a 1,5 L/dia se hiponatremia (Na < 125) Diuréticos VO: espironolactona e furosemida → E:F 100:40 o Espironolactona: iniciar com 100, máximo 400mg/dia o Furosemida: iniciar com 40, máx 160mg/dia o Aumentar doses a cada 3-5 dias o Objetivo: ↓ 0,5kg/dia ou ↓ 1kg/dia com edema Paracentese de alívio: indicado na ascite sintomática (tensa / dificuldade respiratória) Tratamento da Ascite Refratária – falência, recorrência precoce ou azotemia, Na < 120, K > 6 - Tratamento inicial: Considerar suspender β-bloqueador – faz retenção hídrica e pode interferir na ação diurética Midodrina VO 5mg 8/8h - Em caso de falha: paracenteses terapêuticas seriadas Se paracentese de grande volume (> 5L) → repor 6-10g de albumina por litro retirado Outras opções: TIPS, shunt peritônio-venoso, transplante hepático PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA Possui etiologia monobacteriana (E. coli, Klebsiella). Pode ser assintomática ou cursar com febre (70%), dor abdominal (60%), encefalopatia (55%). Diagnóstico: pela ascite com PMN ≥ 250/mm³ e não é abdome cirúrgico! Tratamento: excluir PBS + retirar β-bloqueador, iniciar cefotaxima 2g 8/8h por 5 dias. Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 13 Profilaxia da síndrome hepatorrenal o Albumina 1,5g/kg no 1º dia e 1g/kg no 3º dia o Se creatinina > 1 ou BT > 4 (na prática... na prova sempre fazer!) Profilaxia da PBE 1) Primária a) Aguda: no sangramento varicoso → Ceftriaxone ou norfloxacino por 7 dias b) Crônica: se PTN ascítica < 1-1,5 + creat > 1,2 ou Na ≤ 130 ou BT ≥ 3 ou CHILD ≥ 9 → Norfloxacino 400mg/dia 2) Secundária: faz até acabar a ascite Norfloxacino 400mg/dia PERITONITE BACTERIANA SECUNDÁRIA Etiologia polibacteriana! É abdome cirúrgico! Ocorre por patologia intestinal! Diagnóstico: ascite com PMN ≥ 250/mm³ + 2 ou mais dos seguintes: o Proteínas > 1g/dl elevada o Glicose < 50mg/dl baixa o LDH elevado Tratamento: cefalosporina 3ª + metronidazol o TC + cirurgia ou drenagem Outras infecções: Ascite neutrofílica: PMN > 250 mm³ sem crescimento bacteriano (cultura negativa) - PBE sem bactéria suficiente para crescer cultura, mas se dosar em dois dias, terá; tratar igual PBE Bacterascite: PMN < 250 mm³ com cultura positiva – bacteriúria assintomática; tratar quando sintomas ENCEFALOPATIA HEPÁTICA Fisiopatologia: aumento da amônia e outras toxinas. Precipitada por hemorragia digestiva e infecções (+ importantes!), constipação (aumenta tempo de contato com as fezes produzindo mais toxina), hipocalemia e alcalose, diurético. Clínica: sonolência, inversão do ciclo sono-vigília (manifestação + precoce), flapping, desorientação, coma Tratamento: o Lactulona: laxativo, deixa o pH mais ácido → NH3 vira NH4 o ATB: rifaximina (escolha), neomicina, metronidazol o Haloperidol: agitação SÍNDROME HEPATORRENAL Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 14 O hepatopata tem tendência à vasodilatação, pelo aumento de NO. Ocorre naquele hepatopata quando o “rim se suicida”. A vasodilatação esplâncnica diminui a perfusão renal, e os rins fazem vasoconstrição intensa para compensar, sofrendo com isto. Em resumo, é uma vasodilatação periférica + vasoconstrição renal. É um diagnóstico de exclusão! Hepatopata grave + HP + IRA ou Creatinina > 1,5 que não melhora com retirada do diurético / uso de albumina Sem choque, sem droga nefrotóxica e; USG e EAS normais Tipo 1 Rápida progressão da IRA Creatinina duplica e fica > 2,5 em < 2 semanas Tipo 2 Insidiosa, melhor prognóstico Tratamento Albumina + Noradrenalina ou Terlipressina – albumina para manter pressão coloidosmótica para ter liquído dentro do vaso + vasoconstritor para aumento da pressão de perfusão renal com vasoconstrição periférica ± Hemodiálise Se não der certo: transplante hepático! SÍNDROME HEPATO-PULMONAR Cursa com vasodilatação periférica + vasodilatação pulmonar! O aumento do diâmetro do capilar impede a oxigenação adequada das hemácias distantes do alvéolo. Diagnóstico Hepatopata grave com HP e Platipneia (dispneia ao levantar – sangue fica apenas na parte de baixo do pulmão e não oxigena) Ortodeóxia (dessaturação ao levantar) Tratamento: transplante hepático! Indicado quando PaO2 < 60 (hipoxemia grave)! Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 15 Pneumonia e suas complicações PNEUMONIAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE O diagnóstico de pneumonia é clínico (queda do estado geral, febre, tosse com expectoração, crepitações, broncofonia). A imagem serve para avaliar a extensão e complicações do processo. TÍPICA Quadro clássico Coram pelo GRAM Respondem aos β-lactâmicos β-lactâmicos Agentes típicos ATÍPICA Gripe Não coram bem pelo GRAM Não respondem bem aos β-lactâmicos Macrolídeos Agentes atípicos RAIO-X TÍPICA ATÍPICA Broncopneumonia (+ comum no Brasil) Broncopneumonia Pneumonia lobar Intersticial Sempre pedir raio-x; embora o diagnóstico seja clínico, a radiografia auxilia no diagnóstico e principalmentedeterminar a presença de complicações. 5 AGENTES ETIOLÓGICOS 1. Pneumococo (típico) 2. Micoplasma (atípico) Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 16 3. Vírus (atípico) 4. C. pneumoniae (atípico) 5. Haemophilus (típico) O agente etiológico deve ser procurado quando o paciente com PAC receberá tratamento hospitalar! Visa conhecer o perfil de sensibilidade dos agentes etiológicos comunitários. Tratamento ambulatorial → não procurar Tratamento hospitalar → procurar! PECULIARIDADES - TÍPICOS - Streptococcus pneumoniae (diplococo gram +) Agente mais comum em todas as faixas etárias Diagnóstico por antígeno urinário Pode causar: derrame pleural, pneumonia redonda (pseudotumoral) - Haemophilus influenzae (cocobacilo gram -) - Moraxella (diplococo gram -) - Klebsiella (bacilo gram -) Pneumonia grave em etilistas e diabéticos Pneumonia do “lobo pesado” - Staphylococcus aureus (coco gram +) Causa pneumonia grave; pode acometer qualquer faixa etária Neonatos, lactentes; pós influenza Fibrose cística; bronquiectasias Usuários de drogas EV Pode causar (1) pneumatoceles (podem complicar com piopneumotórax); (2) derrame pleural; (3) pneumonia necrosante (< 2 cm) ou abscesso (≥ 2 cm) - Pseudomonas aeruginosa (bacilo gram-) Causa pneumonia grave em: o Fibrose cística; bronquiectasias o Neutropênicos; corticoide (algum grau de imunossupressão) PECULIARIDADES - ATÍPICOS - Mycoplasma pneumoniae Entre 5 e 20 anos de vida Síndrome gripal arrastada Miringite bolhosa (otalgia) Anemia hemolítica (autoimune) → aumento de IgM (crioaglutininas) Lesões cutâneas: Stevens-Johnson Raynaud; Guillain-Barrè - Legionella (atípico: bacilo gram-) Relação com ar-condicionado e tubulações Quadro típico GRAVE o Sinal de Faget (dissociação pulso-temperatura, febre com frequência cardíaca normal ou baixa) – legionella, febre tifoide e febre amarela Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 17 o Diarreia e dor abdominal o Hiponatremia e ↑ transaminases Escarro frequentemente negativo Solicitar antígeno urinário (TAU) Tratamento: macrolídeos - Vírus Influenza Síndrome gripal: febre + tosse ou dor de garganta + “algias” Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SRAG): síndrome gripal + dispneia / satO2 < 95% / ↑ FR / ↓ PA / piora na doença de base Diagnóstico: secreção nasofaríngea, PCR, sorologia... Tratamento: até 48h → Oseltamivir / Zanamivir o SRAG ou alto risco o Alto risco → idade (< 5a, ≥ 60a) / imunodeprimido (doeça crônica ou drogas) / indígena / IMC ≥ 40 / gestante e puérpera PECULIARIDADES – ANAERÓBIOS - Pode ocorrer uma infecção polimicrobiana (metronidazol nesse caso não terá uma boa cobertura e penetração): Peptostreptococcus, Prevotella, Fusobacterium Dentes em mau estado (hálito fétido) + macroaspiração o Alcoólatra, ↓ consciência, distúrbios da deglutição Evolução lenta MACROASPIRAÇÃO Mais comum do lado direito (segmento posterior – lobo superior / segmento superior – lobo inferior) o Segmentos pulmonares 1, 2 e 6 Horas: pneumonite química (não tratar) Dias: PNM necrosante / abscesso / polimicrobiana Tratamento: clindamicina ou amoxclav ABORDAGEM PORT CURB-65 PAC GRAVE (UTI) C Confusão mental 1 CURB-65 0 ou 1 → ambulatório CURB-65 = 2 → considerar internação CURB-65 ≥ 3 → internação U Ureia ≥ 43 (50) 1 R FR ≥ 30 1 B Baixa PA (PAS < 90 ou PAD ≤ 60) 1 65 ≥ 65 anos 1 INTERNAÇÃO CONSIDERANDO CTI UTI se 1 MAIOR ou 2 MENORES CRITÉRIOS MAIORES CRITÉRIO MENORES Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 18 Ventilação mecânica invasiva Choque séptico PaO2/FiO2 < 250 Multilobar (raio-x) PAS < 90 PAD < 60 TRATAMENTO Como tratar? 5 a 7 dias Sempre questionar alergia, se tem alergia a penicilina, provavelmente tem a cefalosporina – passar macrolídeo na alergia à beta-lactâmico, se alergia a macrolídeo também, usar quinolona Hígido (ambulatorial) β-lactâmico ou macrolídeo Amoxicilina ou azitromicina/claritromicina Comorbidades e/ou ATB prévio β-lactâmico + macrolídeo (amoxi, cefa 2ª/3ª*) + (azitro/claritro) Quinolonas respiratórias* (moxi / levo) Internação em enfermaria ou CTI β-lactâmico + (...) macrolídeo (ampi/sulbactam, cefa 3ª) quinolona resp. *Evitar usar pelo risco de tendinite, neuropatia ou aneurisma de aorta COMPLICAÇÕES Broncoaspiração Horas: pneumonite não tratar Dias: se fizer pneumonia tratar Derrame pleural + PNM A causa mais comum de derrame pleural é insuficiência ventricular esquerda Saber se é puncionável, qual o diagnóstico e a conduta! (1) Puncionável? Ocupa > 20% do hemitórax em radiografia (perfil) → altura > 5 cm Lawrell (decúbito lateral) → altura > 1 cm Derrame não “correu”→ USG! o Septado/loculado → pleuroscopia (2) Diagnóstico – derrame parapneumônico e empiema Derrame parapneumônico Conduta Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 19 Líquido inflamatório, sem infecção (estéril) Simples: exsudato “estéril” → manter ATB Complicado: exsudato → ATB + drenagem o Bacteriologia positiva o Glicose < 40-60mg/dL o pH < 7,2 o LDH > 1000 o Loculado, pleura espessa o > 50% do hemitórax Complicado e empiema, além de manter o ATB, fazer drenagem em selo d’agua Sem melhora: pleuroscopia + lise de aderências Retirar dreno se: melhora; drenagem < 50ml/24h; reexpansão completa da cavidade Abscesso Tratamento com clindamicina ou amoxclav ou oxacilina Drenagem: se não melhorar em 5 dias ou > 6 – 8 cm PNEUMONIA NOSOCOMIAL PNM nosocomial PNM associada a VM ≥ 48h de internação ≥48-72h de IOT Clínica + diagnóstico? Rx + febre/escarro purulento/ leucocitoese Agentes: S.aureus, Pseudomonas Precisa procurar agente com hemocultura e escarro Tempo de ATB: 7 dias COMO COBRIR E QUAL O TRATAMENTO Sem risco para MDR, baixa mortalidade, sem ATB prévio → Cefepime ou Piperaciclina-Tazobactam ou Imipenem ou Meropenem (CSBL) – pacote “básico” Risco p/ gram-; multidroga-resistente (↑bacilo gram- ou fibrose cística ou bronquiectasias) → Adicionar Aminoglicosídeo ou Cipro/Levofloxacino ou Aztreonam Risco p/ MRSA (> 20% MRSA na unidade / prevalência de MRSA na unidade é desconhecida) → Adicionar ao básico Vancomicina ou Linezolida ↑ mortalidade (sup ventilatório ou choque séptico) ou uso de ATB EV nos últimos 90d → Escolher um ATB de cada uma das classes anteriores Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 20 HIV - AIDS As síndromes de imunodeficiência são tradicionalmente divididas em primárias (genéticas, mais raras) e secundárias (vírus HIV). O VÍRUS HIV Retrovírus (HIV-1, mais comum no Brasil; HIV-2, mais comum na África) composto de RNA. Possui também enzimas replicativas que auxiliam em sua replicação. Seu envoltório é lipoproteico (envelope) e tem a mesma composição da membrana plasmática celular. AIDS caracteriza-se quando o paciente apresenta infecções que não ocorreriam sem a presença do HIV. Ciclo Viral (célula CD4) O maestro da resposta imune é o LT CD4+. O HIV sequestra o CD4, onde replica-se e mata esta célula, liberando suas cópias. Com a invasão há perda de linfócitos e queda da resposta imune, tornando o indivíduo propenso a infecções e neoplasias. O HIV adere-se à célula, e o LT CD4 puxa o vírus para dentro. Seu capsídeo é liberado, e RNA transforma-se em DNA a partir da transcriptase reversa. A integrase incorpora o DNA viral ao celular. A protease “embala” as proteínas para que se transforme em vírus.Quando os vírus deixam a célula, esta é destruída pela perda da membrana plasmática; logo, quando maior a carga viral, menor a contagem de CD4+. Quanto maior a carga viral, menor a contagem de CD4 Transativação Heteróloga do HIV O LT CD4 torna-se ativo frente a uma infecção; com isso, há aumento das proteínas virais. A transativação heteróloga é o aumento de CD4 frente à outra infecção. O aumento da carga viral causa queda do CD4; Ativação imune crônica: aterosclerose, risco de neoplasia O HIV+ possui alto risco cardiovascular! História Natural Fase aguda: mononucleose-like → febre, rash cutâneo A soroconversão (janela imunológica) dura em média 4 semanas o Nesta fase, exames imunológicos serão negativos! A partir do 10º dia a carga viral pode ser detectada Fase assintomática: Após a soroconversão, o paciente torna-se portador e sua contagem de CD4 cai em torno de 50 céls/ano. Linfadenopatia generalizada persistente o ≥ 2 + cadeias extrainguinais > 3 meses O set-point viral é o valor de carga viral que resulta do balanço entre a infecção e a resposta do hospedeiro. É o principal marcador prognóstico da infecção. o O indivíduo com set-point baixo terá pior prognóstico e vice-versa. Fase sintomática Caracterizada por doenças definidoras de AIDS; pode ser precoce ou quando CD4 muito baixo CD4 < 35 AIDS - definição Infecção pelo HIV + CD4 < 350 cél/mm³ ou; Infecções Doenças definidoras de AIDS Fungos TB Vírus Neoplasia Parasitas Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 21 extrapulmonar Cândida esôfago/via aérea, PCP, histoplasmose disseminada --- CMV (exceto fígado, baço, linfo.), JC (LEMP) CA cervical invasivo, Kaposi, linfoma não- Hodgkin Neutoxo, Chagas agudo Diagnóstico ≤ 18 meses Vírus: carga viral (HIV-RNA) 2-HIV RNA > 18 meses Anticorpo: imunoensaio (IE) ou Teste Rápido (TR) Tradicional: 2 IE Situações especiais: TR1 + TR2 Utilizar 2 testes rápidos (TR) de 2 kits (2 fabricantes diferentes) Vírus: HIV-RNA IE ou TR (-): amostra não reagente IE ou TR (-), mas suspeito: repetir em 30 dias Testes discordantes: Western Blot ou Imunoblot 6 meses, RNA (+) RNA 10 anos, ELISA (+) RNA / Elisa 2ª amostra 15 anos, TR1 (+) TR2 + RNA 30 anos, TR1, TR2, RNA (+) Nada Tratamento TARV não é emergência médica o Exceto: estupro, acidente ocupacional Ao iniciar, não deve mais parar a medicação Tratamento com no mínimo 3 drogas Indicação e objetivo Todo HIV (+) Atingir carga viral indetectável (6 meses após início) Principais drogas Inibidores da Transcriptase Reversa Tenofovir (TDF), Lamivudina (3TC), Efavirenz (EFV), Zidovudina (AZT) - EFV: efeitos neuropsiquiátricos → depressão, sonhos vívidos - AZT: primeira droga antirretroviral Inibidores de Integrase Inibidores de Protease Dolutegravir (DTG) Atazanavir/ritonavir (ATV/r) - O Ritonavir potencializa o efeito do IP Esquema inicial 3TC + TDF* + DTG o TDF → nefrotoxicidade, diminuição da massa óssea Intolerância ao DTG / Gestante / TB 3TC + TDF + EFV o EFV → efeitos neuropsiquiátricos, rash cutâneo Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 22 Tuberculose grave (CD4 < 100 / outra infecção oportunista / internação / TB disseminada) 3TC + TDF + Raltegravir Profilaxia Pós-Exposição (PEP) Exposição de risco até 72h (ideal = 2h) Infectante: sangue (ou tudo o que contenha sangue → hematêmese, hematúria, etc), secreção genital, líquidos compartimentalizados (serosa, líquor, líquido amniótico...) o Obs.: saliva, urina e fezes não transmitem! Risco: percutânea, mucosa, pele não íntegra, mordedura com sangue Avaliar paciente-fonte e exposto (teste rápido) EXPOSTO (+) ou FONTE (-) → não fazer profilaxia EXPOSTO (-) e FONTE (+ ou desconhecido) → profilaxia por 28 dias TDF + 3TC + DTG Intolerância ao DTG: TDF + 3TC + ATAZANAVIR Profilaxia Pré-Exposição → Truvada Homens que fazem sexo com homens Transexuais Profissionais do sexo Casais sorodiscordantes o TDF + Entricitabina (FTC) o SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA - AIDS Manifestações Pulmonares Pneumococo, Tuberculose, Pneumocistose Pulmonar (PCP) Quadro pulmonar em paciente com AIDS requer isolamento Pneumocistose (PCP) – Pneumocystis jirovecii CD4 < 200, candidíase Ocorre em qualquer imunodeprimido, não necessariamente no indivíduo com AIDS Clínica: arrastada, tosse seca, hipoxemia, LDH > 500 Radiografia: infiltrado bilateral, pneumatoceles... o Sem adenopatia hilar ou derrame pleural Diagnóstico: isolamento (escarro → coloração por prata metenamina) Tratamento: SMZ + TMP 21 dias o PaO2 ≤ 70 → corticoide Profilaxia 1ª (SMZ+TMP): CD4 < 200 ou cândida oral ou febre > 2 semanas Diagnóstico diferencial → TUBERCULOSE Pode aparecer com qualquer CD4 (CD4 alto → forma cavitária; CD4 baixo → forma miliar) Lesão apical Tratamento: RIPE por 6 meses o TARV: 2 – 8 semanas depois Aguardar 8 semanas → Síndrome de Reconstituição Imune pode ser muito deletéria ao organismo Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 23 Manifestações Neurológicas Meningite (criptocócica), encefalite (lesão focal / difusa) Meningite A principal causa é criptocócica (Criptococcus neoformans) Clínica: subaguda, febre, cefaleia, confusão mental (PIC muito alta) Diagnóstico: punção lombar (TC antes p/ evitar herniação uncal) o TC com desvio da LM, distorção anatômica → não puncionar ACHADOS GERAIS ACHADOS ESPECÍFICOS ↑ pressão liquórica (muito característico) ↑ células (mononuclear) ↑ proteína e ↓ glicose Tinta nanquim (China) Ag criptocócico → Látex Cultura Tratamento: anfotericina B o Punção de alívio → P > 25 cmH2O o A demora para melhora do quadro deve-se à elevada PIC (não há resistência à AnfoB) Encefalite – Lesão Focal 1º diagnóstico → Neurotoxoplasmose Clínica: sinal focal (hemiparesia), convulsão, cefaleia Diagnóstico: clínica + imagem o Lesões hipodensas (geralmente múltiplas) o Edema ao redor das lesões (perilesional) o Captação / realce de contraste de forma anelar Tratamento: Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico Profilaxia 1ª: CD4 < 100 + IgG (+) para Toxo 2º diagnóstico → Linfoma do SNC Clínica: semelhante à neurotoxo, mas não melhora após 14 dias de tratamento Diagnóstico: CD4 < 50, PCR (+) para EBV no líquor o RM com lesão única Conduta: não há proposta curativa – TARV 3º diagnóstico → Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP) Vírus JC → “múltiplos AVEs” RM: hiperintensidade em T2 Tratamento: TARV Encefalite – Lesão Difusa Encefalopatia pelo HIV ou Complexo Demencial da AIDS Tríade: o Perda cognitiva (demência) o Alteração comportamental o Alteração motora Tratamento: TARV Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 24 Síndromes Febris Arboviroses – Dengue, Febre amarela, doenças transmitidas por artrópodes Bacterianas – Leptospirose, Febre tifoide Protozooses – Calazar, Malária DENGUE Doença infecciosa viral causada pelo vírus da família Flavivírus. Possui 5 sorotipos, sendo que o sorotipo 5 não existe no Brasil. O indivíduo que adquire dengue torna-se imune contra aquele sorotipo específico. O indivíduo quando adquire dengue pela segunda vez pode apresentar uma resposta imune intensa e desenvolver a forma grave da doença. O vetor da dengue no Brasil é o mosquito Aedes aegypti. O período de incubação é de 3 a 15 dias. 3 APRESENTAÇÕES CLÍNICAS DENGUE Febre (2 a 7 dias) + ≥ 2 “problemas” P - Petéquias R - Rash O – OrBital (dor retrorbitária) – vírus tem tropismo pelo nervo oculomotor L - Leucopenia E – Êmese M - Mialgia A – Artralgia S - Cefaleia DENGUE COM SINAIS DE ALARME 3º ao 4º dia → melhora da febre, mas piora do quadro Agressão imune vascular e plaquetária! Aumento da permeabilidade vascular (mais importante) 1 Aumento do hematócrito 2 Lipotimia (hipotensão postural) 3 Ascite, derrame pleural e pericárdico Disfunção orgânica leve 4 Dor abdominal contínua ou à palpação 5 Vômitos persistentes 6 Hepatomegalia > 2 cm rebordo costal 7 Letargia (irritabilidade) Plaquetopenia 8 Sangramento de mucosas DENGUE GRAVE Aumento GRAVE da permeabilidade vascular Disfunção orgânica GRAVE Plaquetopenia GRAVE CHOQUE (3P → Pressão, pulso, periferia) Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 25 1 ↓PA / pressão convergente (≠ PAs e PAd < 20 mmHg) 2 Pulso fino e rápido 3 Extremidades frias, TEC > 2 seg Disfunção orgânica GRAVE 4 Encefalite 5 Hepatite (AST / ALT > 1000) 6 Miocardite Sangramento GRAVE 8 Hematêmese e melena 9 SNC DIAGNÓSTICO Na fase aguda (viremia): até 5 dias o Isolamento viral o Antígeno NS1 (antígeno não estrutural do tipo 1 – rende melhor nos primeiros 3 dias de infecção) Após soroconversão: ≥ 6 dias – consegue ter resposta imune detectável o Sorologia: ELISA IgM (até 30 dias) CUIDADO! Nos primeiros 5 dias o teste pode ser falso-negativo! Quando solicitar sorologia? o Sem epidemia: todos o Epidemia: grupos C e D CONDUTA 1. Notificar + sintomáticos (evitar AAS e AINES → optar por dipirona ou paracetamol) 2. Classificar (A, B, C, D) e hidratar Prova do laço → afere a fragilidade capilar e identifica o risco de hemorragia Prova do laço: a partir da média da PA (PAs + PAd ÷ 2); insuflar o manguito no valor obtido pela PA média po 5 minutos no adulto (3 min na criança) e desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado onde houver mais petéquias Positiva: ≥ 20 adultos e ≥ 10 em criança A Sem alterações Tratamento domiciliar (atenção primária) Hidratação VO: 60mL/kg/dia (1/3 salina e 2/3 líquidos à vontade) Manter até que esteja 48h afebril B Sangramento de pele (Espontâneo ou induzido pela prova do laço) Risco social Idade < 2 anos / > 65 anos Portadores de comorbidades Gestantes Observação + aguardar hemograma (Atenção secundária - hospitalar) Hidratação VO (igual grupo A) Checar hemograma - Hematócrito normal = grupo A → alta - ↑ hematócrito = grupo C C Com sinais de alarme Internação em enfermaria (atenção terciária) Hidratação IV: 10mL/kg em 2h → reavaliar e repetir até 3x Manutenção (melhora): 25mL/kg em 6h Caso o paciente não melhore → grupo D D Dengue grave UTI (atenção terciária) Hidratação IV: 20mL/kg em 20min reavaliar e repetir até 3x Manutenção (melhora): grupo C Sem melhora → albumina / hemácias / plasma (↑INR) ALTA: 48h sem febre + hematócrito normal + plaquetas > 50.000 Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 26 FEBRE AMARELA Doença infecciosa viral causada pelo vírus da família Flavivírus. Incubação de 3-6 dias! Ciclo silvestre o Vetor: mosquito Haemagogus o Hospedeiro: macaco Ciclo urbano o Vetor: mosquito Aedes aegypti o Hospedeiro: homem o Não existe no Brasil, somente a silvestre, mas existe o risco QUADRO CLÍNICO AUTOLIMITADA (90%): “dengue” + sinais de Faget Sinal de FAgeT: dissociação pulso-temperatura (também ocorre na febre tifoide) Suspeita pela história epidemiológica – sempre questionar quando febre GRAVE (10%): disfunção hepatorrenal Mortalidade: 50% Hepatite necrosante que causa icterícia Icterícia + hemorragia + oligúria Diagnóstico Isolamento / ELISA IgM Conduta Notificar + suporte Profilaxia Vacina – dose única o Moradores de áreas endêmicas o Visitantes: vacinar 10 dias antes o LEPTOSPIROSE Seu agente etiológico é a Leptospira interrogans. Sua incubação é de 1 a 30 dias. Possui como reservatório ratos e camundongos, e durante o contato com a urina do animal ocorre a transmissão da bactéria, geralmente em enchentes ou esgotos. A bactéria penetra pela pele dos membros inferiores. Sua patogênese baseia-se na vasculite infecciosa, e pode cursar em duas formas clínicas principais. ANICTÉRICA (90%) Síndrome febril (12 dias) + sufusão conjuntival + dor em panturrilhas Após penetrar no membro inferior, através dos vasos a bactéria chega primeiro na panturrilha, causando dor muscular. Os vasos conjuntivais também são afetados, causando a sufusão conjuntival. ICTERO-HEMORRÁGICA (10%): Doença de Weil 4º - 9º dia: piora do quadro Icterícia (rubínica) + hemoptise + lesão renal (NIA) Causa icterícia e hemorragia alveolar! A icterícia chama-se rubínica pois combina o vermelho da sufusão conjuntival com o amarelo da bilirrubina! É uma causa também de síndrome pulmão-rim DIAGNÓSTICO Inespecífico Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 27 o ↓Plaquetas, ↑CPK, lesão renal aguda com ↓K+ (aminoglicosídeo também faz) Específico o Cultura (cara, baixo rendimento) o Microaglutinação (padrão-ouro) CONDUTA Notificar + ATB Formas graves Penicilina cristalina Alternativa: cefalosporina 3ª G (Ceftriaxone) Diálise Formas leves Doxiciclina Pode fazer amoxacilina FEBRE TIFOIDE Seu agente etiológico é a Salmonella typhi. A transmissão ocorre por água ou alimentos contaminados. A patogênese depende da passagem gástrica, portanto ocorre mais em indivíduos com hipocloridria. Uma vez absorvida no intestino, a bactéria se concentra nas Placas de Peyer. QUADRO CLÍNICO 1ª semana → fase bacterêmica o Dengue + diarreia ou constipação 2ª e 3ª semanas → fase hiperreativa o Piora da febre (> 40°C) + dor em FID o Roséolas tifoídicas + estado tifoide o Complicações: perfuração (+ grave) / sangramento (+ comum) 4ª semana → convalescença o Paciente vai melhorando... DIAGNÓSTICO Inespecífico o Leve desvio à esquerda + linfomonocitose relativa o Leucopenia paradoxal o VHS normal (próxima de zero) Específico (depende da semana) o 1ª semana: hemocultura (75 - 90%) o ≥ 2 semanas: coprocultura Mielocultura (+ sensível, mesmo que já tenha iniciado ATB) CONDUTA Notificar + ATB Antibióticos MS: Cloranfenicol Pode ser usado ceftriaxone / ciprofloxacino / azitromicina Choque + alteração de consciência → corticoide! Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 28 CALAZAR (LEISHMANIOSE VISCERAL) Seu agente etiológico é a Leishmania chagasi. Seu vetor é a Lutzomyia longipalpis, e seu reservatório é o cão, devido à urbanização. O período de incubação dura entre 10 dias a 24 meses. QUADRO CLÍNICO Baixa patogenicidade: a maioria não adoece ↓ Imunidade celular: apenas esta é capaz de conter o Calazar, precisa estar ↓ para desenvolver a doença Disseminação arrastada: ocupa locais de macrófagos (sistema retículo-endotelial → baço, fígado e MO) o Febre, hepatoESPLENOMEGALIA e pancitopenia ↑ Imunidade humoral o Achado clássico (eletroforese) → hipergamaglobulinemia policlonal (deriva de vários clones plasmocitários) DIAGNÓSTICO Parasitológico Aspirado de MO (S = 70%): preferencial Punção esplênica (S = 95%): risco de sangramento Sorológico Teste rápido IFI (Imunofluorescência Indireta) rK39 Reação de Montenegro Negativa (baixa imunidade celular) Quando positiva significa melhora do Calazar CONDUTA Notificar + ATB Primeira escolha Glucantine (antimonial Pentavalente) Gestantes e graves Insuficiências Imunodeprimidos Idade < 1 ano / > 50 anos Anfotericina B lipossomal (5 – 7 dias) MALÁRIA O agente etiológico é o Plasmodium Vivax (+ comum) Falciparum (+ grave) Malariae (+ raro) → Febre quartã (febre voltano quarto dia) Vetor: mosquito Anopheles dorlingi – norte do país Incubação: 8 – 30 dias Ciclo 2 etapas: hepática – eritrocitária Mosquito: ciclo sexuado Homem: ciclo assexuado Forma hipnozoíta: P. vivax O ciclo da malária envolve um estágio no fígado, e após é liberado então para parasitar as hemácias. Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 29 QUADRO CLÍNICO Caracteriza-se por um parasitismo eritrocitário com posterior hemólise! Anemia hemolítica + crises febris (eclosão eritrocitária) A malária por P. falciparum é mais grave pois causa maior parasitemia, atingindo também hemácias jovens. Também acomete proteínas de aderência, causando obstrução e disfunção. Causa hipoglicemia e hiperlactatemia por consumo! DIAGNÓSTICO Gota Espessa Exame de escolha Teste Rápido Região não endêmicas TRATAMENTO P. vivax Cloroquina (3 dias) + primaquina (7 dias) * Primaquina: mata hipnozoíta * Gestantes: Primaquina é contraindicada! P. falciparum Artesunato + Mefloquina (3 dias) + Primaquina (1 dia) Grave Artesunato (6 dias) + Clindamicina (7 dias) Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 30 Parasitoses intestinais Os dois grandes grupos da parasitologia são os protozoários (E. hystolitica, G. lamblia, I. belli, Cryptosporidium, Plasmodium e Leishmania) e os helmintos (Nematelmintos – Ascaris, Ancylostoma, Strongyloides, Trichuris, Enterobius; e Platelmintos – Schistossoma, Taenia). PROTOZOÁRIOS Entamoeba hystolitica e Giardia lamblia Cisto ↓ Ingestão Trofozoíta ↓ Intestino Cisto Fezes “Não causam” eosinofilia! Tratamento Sec Metro Tini ...NIdazol AMEBÍASE A ameba destrói tecidos e é hematófaga; adentra a mucosa e submucosa do cólon, parando na camada muscular Habitat: cólon → invasão tecidual Unicelulares Transmissão fecal-oral Diagnóstico: EPF Fezes endurecidas → Cisto Diarreia → Trofozoíta Clínica: diarreia baixa invasiva (colite amebiana) aguda e crônica/ameboma Quadro crônico: maioria assintomático Quadro fulminante: crianças, imunodeprimidos, idosos Tratamento: Leve: Secnidazol (dose única)/nitazoxanida Grave: Metronidazol 750mg 3x/dia (10 dias) Atenção: erradicar formas intraluminais o Teclosan (5 a 10 dias) Extraintestinal → abscesso hepático amebiano Dor QSD, febre, sinal de Torres-Homem (dor no gradil costal direito à percussão), homem jovem, lesão única, achocolatada, em lobo direito Diagnóstico: USG / TC / RNM, sorologia (ELISA) Não drenar → é um quadro leve! Outras amebas Entamoeba coli, Iodamoeba butschlii, Endolimax nana → não tratar, são comensais! Podem aparecer no EPF GIARDÍASE A giárdia atapeta a mucosa duodenal, causando uma síndrome disabsortiva Habitat: delgado (duodeno) → não é invasiva Capacidade de “atapetar” e inflamar Diagnóstico EPF (3 amostras podem ser negativas!) Aspirado duodenal Clínica: diarreia alta não invasiva Quadro crônico: Disabsorção / Atrofia de vilosidades Hipogamaglobulinemia por IgA → quadros graves Diagnóstico diferencial: colite/ doença celíaca Tratamento: “Nidazol” (dose única) Alternativa: albendazol (5 dias) HELMINTOS Nematelmintos & Platelmintos Ovo / Larva ↓ Ingestão / Pele Causam eosinofilia (Inflamação do intestino, fígado, pulmão...) Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 31 Verme ↓ Intestino Ovo / Larva Fezes Tratamento Nemat → Me/ti/al ... BENdazol Plat → Praziquantel ASCARIDÍASE Ascaris lumbricoides Habitat: delgado (jejuno) / Lombriga O ovo ingerido torna-se larva, que invade o pulmão e então chega ao esôfago; no intestino vira verme Diagnóstico: EPF (ovos) Clínica: intestinal inespecífica / Löffler Tropismo por orifícios → colangite, cólica biliar, pancreatite... Exposição crônica → suboclusão intestinal Tratamento: ... BENdazol Pamoato de Pirantel → paralisia espástica O albendazol atua bem no lúmen intestinal, porém o verme pode estar em vias biliares, por exemplo. Ciclo de Loss (Síndrome de Löffler) Tosse seca, infiltrado pulmonar migratório, eosinofilia S – Strongyloides stercoralis A – Ancylostoma duodenale N – Necator americanus T – Toxocara canis A – Ascaris lumbricoides Suboclusão intestinal Suporte: SNG + hidratação Piperazina + óleo mineral o Causa paralisia flácida e elimina! Após eliminação → “BENdazol” TOXOCARÍASE (Toxocara canis) Sua larva migra pelas vísceras... Habitat: delgado / Larva migrans visceral Diagnóstico: Sorologia (ELISA) Clínica: intestinal inespecífica / Löffler Hepatomegalia, ascite, febre... Eosinofilia intensa Pode migrar para o fígado, causando um granuloma eosinofílico! Tratamento: Tiabendazol + corticoide Cão → hospedeiro definitivo Homem → hospedeiro acidental A infecção ocorre geralmente na areia da praia Nunca completa seu ciclo de vida no homem Lembrar como o “áscaris do cachorro”... ANCILOSTOMÍASE (Ancylostoma duodenale / Necator americanus) → “Hookworm infection” Habitat: delgado / Larva migrans cutânea Diagnóstico: EPF Clínica: intestinal inespecífica / lesão cutânea/ Löffler Anemia ferropriva (0,1ml/sangue por dia) Tratamento: ... BENdazol Larvas famosas Migrans cutânea (homem) → A. duodenale Migrans cutânea (cão) → A. braziliensis o Bicho geográfico Migrans visceral → Toxocara canis Currens → Strongyloides stercoralis ESTRONGILOIDÍASE (Strongyloides stercoralis) Habitat: delgado / Larva currens Diagnóstico: larva no EPF (método Baermann – Moraes) Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 32 Clínica: intestinal inespecífica / Löffler Lesão cutânea Síndrome ulcerosa Tratamento: Ivermectina/ Cambendazol/ Tiabendazol Albendazol (3 dias) A larva rabditoide nas fezes torna-se filarioide quando no solo; esta adentra a pele e chega ao pulmão (Ciclo de Löffler) e ganha o intestino. Larvas que habitam o intestino há muito tempo podem tornar-se filaroides. Podem ainda perfurar a região perianal e completar seu ciclo, sendo que esta autoinfestação possui risco de sepse (por gram negativos), principalmente em imunodeprimidos. Fazer profilaxia quando imunossupressão. OUTROS NEMATELMINTOS Enterobíase (Enterobius vermicularis) Tricuríase / Tricocefalíase (Trichuris trichiura) Prurido anal noturno / corrimento vaginal na infância Diagnóstico: fita gomada (método de Graham) Prolapso retal ESQUISTOSSOMOSE (Schistossoma mansoni) Habitat: vasos mesentéricos Diagnóstico: Sorologia (esquistossomose aguda) Ovo no EPF (após 40 dias) Biópsia retal (maior sensibilidade – também após 40 dias) Clínica: depende da fase... Dermatite cercariana (coceira do nadador) Forma aguda (febre de Katayama) → febre, mialgia, hepatoesplenomegalia, adenomegalia, eosinofilia Forma crônica (granulomas) e sepse por Salmonella Hipertensão porta, pulmonar, mielite Tratamento: Praziquantel (medicação para platelminto achatado) Oxaminiquine Ovo ↓ Água Miracídio ↓ Caramujo Cercária ↓ Pele → Vasos mesentéricos (Biomphalaria) TENÍASE / CISTICERCOSE (Taenia solium / Taenia saginata) Habitat: vasos mesentéricos Ingestão de carne mal cozida (larva) Larva Tênia Hospedeiro intermediário: boi e porco Diagnóstico: EPF / Tamisação para achar proglote Sorologia Líquor / TC Clínica: assintomático / proglotes nas fezes Fome e emagrecimento Neurocisticercose → ingestão dos ovos o Microcalcificaçõescerebrais o Convulsão / HIC / Oftalmocisticercose Tratamento: Praziquantel Mebendazol Albendazol Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 33 Síndrome Nefrítica (GNDA / glomerulite) Oligúria < 400 ml/24h, pois o filtro está obstruído pelo processo inflamatório e não funciona. A oligúria leva à congestão volêmica, a qual leva à HAS e edema o HAS leve / moderada / grave o Edema por excesso de volume Hematúria (> 3 hemácias/ campo de grande aumento), principal manifestação da S. nefrítica → dismorfismo eritrocitário (hematúria por lesão glomerular, mostrado no exame simples de urina) Piúria (leucocitúria), pouca importância no quadro Proteinúria (150mg – 3,5g/24h) Pode haver azotemia aumento das escoras nitrogenadas (ureia e creatinina), quando TFG < 40% Cilindrúria → cilindros hemáticos e leucocitários o Células que se aderem na proteína de Tamm-Horsfall, como hemácias e leucócitos, formam são cilindros patológicos! Cilindros hemáticos representa o diagnóstico de S. nefrítica o Cilindros hialinos são restos proteicos (proteína de tamm-horsfall) que a alça de henle produz, é normal Etiologia: pós-infecciosa (glomerulonefrite pós ou não pós-estreptocócica), doenças sistêmicas (LES, doença de goodpasture) e primárias do glomérulo (doença de Berger, GN membranoproliferativa) 70% dos casos de GNDA são decorrentes de deposição glomerular de imunocomplexos Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica (GNPE) Sequela renal tardia após infecção por SGA (S. pyogenes). O evento renal é sequela da infecção! Causa mais comum de GNDA em crianças, prevalência de 2 a 15 anos. Acomete 2meninos:1menina Infecção mucosa (faringe) → GNPE 7 – 10 dias após faringite Infecção cutânea → GNPE 2 – 3 semanas após infecção Ocorre por deposição de imunocomplexos. Corpo produz Ac contra streptococcus Lembrar que a principal etiologia das faringoamigdalites é viral! Clínica -> Síndrome nefrítica pura (oligúria, HAS, edema, hematúria) DIAGNÓSTICO 1 Questionar faringite / piodermite recente 2 Verificar período de incubação compatível 3 Documentar infecção estreptocócica 4 Demonstrar queda do complemento mais específico, queda transitória pela via alternativa (queda C3 e CH50 por até 8 semanas) Achados microscópicos MO Glomerulonefrite proliferativa difusa IF Depósitos granulares de IgG/C3 ME Corcovas / gibas (humps) Infecção estreptocócica - marcadores Via faríngea: ASO 90% / Anti-DNAse 70% Via cutânea: Anti-DNAse 70% / ASO 50% Prognóstico Muito bom! 95-99% evoluem sem sequela renal 1 – 5% evoluem com lesão renal grave (adultos na maioria) Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 34 História natural da doença Oligúria: até 7 dias (lembrando que leucócitos impedem filtração) ↓ complemento: até 8 semanas Hematúria microscópica: até 1 – 2 anos Proteinúria subnefrótica <1g/24h: até 2 – 5 anos CRITÉRIOS DE BIÓPSIA A GNPE não necessita biópsia, sendo indicada apenas na presença dos critérios abaixo: Anúria/IR acelerada/ azotemia acelerada ou prolongada Oligúria > 1 semana (72h pela SBP) Hematúria macroscópica ou HAS > 6 semanas ↓ complemento > 8 semanas Proteinúria nefrótica (> 150mg/kg/24h) Evidência de doença sistêmica Biópsia por MO glomerulonefrite proliferativa-difusa Biópsia por ME depósitos subepiteliais (gibas ou corcovas ou humps). É PATOGNOMÔNICO DE GNPE! TRATAMENTO alivia sintomas, não trata doença HAS / edema Restrição hidrossalina Diuréticos (furosemida) Vasodilatores (hidralazina) - emergência Azotemia Diálise Antibiótico SIM! Não previne, mas elimina cepas nefritogênicas, é uma medida epidemiológica Outras causas infecciosas: a GNDA pode ocorrer por infecções não-estreptocócicas, como: Endocardite bacteriana, infecções supurativas crônicas, shunt VP, pneumonia por Micoplasma, hepatite viral, mononucleose infecciosa Causas não-infecciosas: LES, púrpura de Henoch-Schönlein, Granulomatose de Wegener, síndrome de Goodpasture Doença de Berger (Nefropatia por IgA) Glomerulopatia primária mais comum no Brasil e no mundo – depósito de IgA no mesângio Predomina no sexo masculino (2H:1M), entre 10 – 40 anos Caracteriza-se pela presença de hematúria macroscópica recorrente após fator precipitante (doença infecciosa, exercício físico, vacinação). HEMATÚRIA E MAIS NADA! 50% Hematúria macro recorrente 40% Hematúria micro persistente – pior prognóstico 10% Síndrome nefrítica com complemento normal e período de incubação nunca compatível Diagnóstico: clinica + complemento normal + IgA Laboratório ↑ IgA sérica (50%) + normocomplementenemia Depósitos cutâneos de IgA (50%) Biópsia: confirmação da doença depósitos mesangiais de IgA Prognóstico - variável 60% evolução benigna 30 – 40% IRC ao longo de 20 anos < 5% remissão completa < 5% rápida disfunção renal Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 35 Mau prognóstico → idade↑, sexo masculino, HAS, proteinúria > 1g/d, Cr > 1,5 Associação com cirrose, doença celíaca e HIV Tratamento Se hematúria / assintomático → acompanhar Se HAS ou proteinúria > 1g/dia → iECA ou BRA (nefroproteção) Se retenção azotêmica e fatores de mau prognóstico → corticoterapia Púrpura de Henoch-Schonlein: artrite, dor abdominal, púrpura de MMII, depósito de IgA no mesângio Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva (GNRP) Evolução rápida e progressiva para IR terminal em poucas semanas. Quadro mais exagerado que a nefrítica CRESCENTES → A inflamação gera escape de fibrinogênio, que se transforma em fibrina junto com monócitos, comprimindo o espaço de Bowman. Tudo isso causa destruição glomerular irreversível. Biópsia: padrão-ouro para o diagnóstico Tratamento: corticoide em pulsoterapia Etiologias GNRP I Depósitos Ac anti-MBG (10%) Goodpasture, GN anti-MBG idiopática II Depósitos de imunocomplexos (45%): GNPE, LES, berger III Pauci-imunes (45%): Wegener, poliangeíte microscópica Síndrome de Goodpasture Tipo mais raro de GNRP, adultos jovens (20-40 anos), 6H:1M, associado ao tabagismo Anticorpo anti-MBG específicos contra a cadeia α-3 do colágeno tipo IV, encontrada nos glomérulos e alvéolos pulmonares Clinica de glomerulonefrite e hemorragia pulmonar (síndrome pulmão-rim) 100% evoluem com crescentes, levando a um quadro renal grave! Diagnóstico: anti-MB / biópsia renal (IF linear - padrão-ouro!) Laboratório: normocomplementenemia; Ac anti-MBG (> 90%); ANCA (40%) Tratamento: corticoide + imunossupressor + plasméferese O COMPLEMENTO NA SÍNDROME NEFRÍTICA GNPE ↓ Infecciosa não-GNPE ↓ GN lúpica ↓ Berger OK Sínd. Goodpasture OK Vasculites OK Mal de Alport Causa rara de hematúria assintomática em crianças Doença genética com herança dominante ligada ao X Defeito na cadeia α-5 do colágeno tipo IV Surdez neurossensorial, anormalidades oftalmológicas, hematúria glomerular e IR progressiva Proteinúria isolada Presença de proteinúria com EAS normal e ausência de doença renal ou urológica prévia Causa mais comum: proteinúria ortostática Pacientes com proteinúria persistente fixa, < 2g/24h, sem hematúria, doença sistêmica ou alteração da função renal, não tem indicação de biópsia Persistente: pode ser glomerular, tubular ou por hiperfluxo Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 36 Intermitente: exercício intenso, proteinúria ortostática, febre alta ou doença aguda, ICC, gravidez, stress, exposição ao frio Trombose Glomerular Formação de trombos nos glomérulos. O glomérulo evolui para IR aguda e grave. Acontece após evento infeccioso na maioria das vezes, na infância (tradicionalmente lactentes), após uma diarreia (7-10 dias após). Estaé a grande causa de IR na infância: trombose glomerular. A principal bactéria neste processo é a E. coli 0:157-H7, porém outras também podem causar! Após um evento infeccioso ocorre lesão do endotélio capilar glomerular, por toxinas bacterianas. Escapa fibrinogênio que vira fibrina, junto com plaquetas formando um trombo. Também passam hemácias, que se rompem ao passar na rede de fibrina dentro dos microvasos, e o paciente evolui com anemia. Assim, o paciente evolui com IR, anemia hemolítica microangiopática e plaquetopenia/trombocitopenia. O termo então é síndrome hemolítico-urêmica (plaquetopênica). Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 37 Síndrome Nefrótica Única síndrome que é definida por achado laboratorial. A definição de síndrome nefrótica é a proteinúria > 3,5g/24h ou >50mg/kg/dia (crianças) ou 40mg/m2/h ou relação proteína/creatinina > 2mg/mg, independente de qualquer manifestação clínica. Esta proteinúria é glomerular. Existe a tubular e por hiperprodução. É normal eliminar até 150mg/dia de proteínas totais na urina. O glomérulo absorve muito mais e são os túbulos que reabsorvem a maior parte das proteínas filtradas todos os dias. Um dano tubular renal terá proteinúria, mas pouca. Quando o dano é no glomérulo, a proteinúria será maior. No EAS o que é demonstrado é a quantidade de albumina, em cruzes, mas não traz proteinúria Mieloma múltiplo: produção neoplásica de proteínas, que são facilmente filtradas nos glomérulos, causando proteinúria por hiperfluxo. No EAS, a proteinúria vem normal. Fendas de filtração: é uma barreira mecânica, não seletiva para macromolécular. A membrana basal possui carga negativa, impedindo a saída de albumina, então possui barreira de carga seletiva. Normalmente são filtrados 30mg/dia de albumina. Dos 150mg totais filtrados por dia, 30mg são de albumina. Quanto mais proteína passa no glomérulo, mais dano renal. Os iECA são glomeruloprotetores, uma vez que diminuem a pressão glomerular, reduzindo a proteinúria. Devem ser usados até em pacientes normotensos, afim apenas de proteção renal. Ao perder proteínas, a quantidade de proteína sérica cai, levando a hipoalbuminemia (<2,5g/dL). Além da hipoalbuminemia, ocorre perda de outras proteínas, como: Antitrombina III: anticoagulante endógeno; com sua perda o paciente fica em estado de hipercoagulabilidade, podendo causar doenças como TEP. Imunoglobulinas o As pequenas passam facilmente pelas fendas. o IgG é a mais perdida, por ser pequena. Predispõe infecções, especialmente por germens encapsulados - a principal bactéria é o S. pneumoniae. Transferrina: transportador de ferro. Sem ela, a hematopoese fica prejudicada e o paciente evolui com anemia ferropriva. o A anemia ferropriva neste caso é refratária a reposição de ferro, pois não há a proteína que carreia o ferro Alfa 2 globulina: é uma proteína grande, não vaza. Esta proteína aumenta enquanto as outras caem durante a síndrome nefrótica. Pela queda da pressão oncótica, o paciente também tem tendência a fazer edema em partes moles, sobretudo edema periorbitário (uni ou bilateral, simétrico ou não) e ascite O paciente com síndrome nefrótica tem tendência hipotensiva, diferentemente da síndrome nefrítica em que ocorre hipertensão. Por fim, temos hiperlipidemia/lipidúria. Ao perder proteínas, o fígado reconhece a perda e aumenta a produção. Consegue produzir lipoproteínas facilmente, e por isso o paciente tem hiperlipidemia com achados na urina como corpos graxos ovalados e cilindros lipídicos/graxos. Um único cilindro lipídico não define doença, pode ocorrer em pessoas normais. SÍNDROME NEFRÓTICA Proteinúria Edema Hipoalbuminemia Hiperlipidemia / lipidúria Assim, o reconhecimento clínico da síndrome nefrótica é feito pelo edema/hipoalbuminemia + complicações. Complicações Hipercoagulabilidade: trombose de veia renal! É o principal local de coagulação! o Dor lombar por distensão da cápsula (sangue entra mas não sai), hematúria (rompe vaso), piora da proteinúria e, em homens, varicocele súbita à esquerda Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 38 A anatomia vascular renal é diferente em cada lado. O lado esquerdo, quando trombosa, tem vasos testiculares ingurgitados, levando a varicocele aguda, sendo esta causada por trombose da veia renal ou câncer renal. As principais condições que levam a trombose de veia renal são: Nefropatia membranosa, GN mesangiocapilar e Amiloidose (as duas últimas + amiloidose) Infecções o O principal sítio de infecção pelo S. pneumoniae é o líquido ascético PBE Aterogênese acelerada o Hiperlipidemia acentuada Formas Primárias de Síndrome Nefrótica Lesão Mínima (Hodgkin / AINES) G Esclerose Focal e Segmentar (GEFS) GN proliferativa mesangial Nefropatia membranosa (Hepatite B / LES / Neo oculta/ captopril /ouro/ D-Pen) GN mesangiocapilar ou membranoproliferativa (Hepatite C) Estes são nomes de biópsia, então síndrome nefrótica é igual a biópsia! Para descobrir a forma de lesão só com biópsia! Lesão Mínima (HODGKIN / AINES) Principal causa de síndrome nefrótica na infância (1 a 8 anos) → criança com síndrome nefrótica é lesão mínima (+90% casos), não precisa fazer biópsia, trata com corticoide e vê se responde. É autoimune. Surgem LT autorreativos que agridem as fendas de filtração, destruindo-as. Ocorre fusão e retração dos processos podocitários. É uma lesão mínima, só vista na ME! Também há agressão da membrana basal glomerular, com perda da barreira de carga, extravasando albumina. Os pacientes têm queda da pressão e edema! Não usar furosemida, pois a PA já está baixa! É corticoide! Investigar linfoma Hodgkin, pois há forte associação com a síndrome. Pode ser precipitada pelo uso de AINES. Lembrar da ascite importante, que pode se contaminar pelo pneumococo. Não há consumo de complemento! Proteinúria – nada – proteinúria – nada... Lesões Mínimas Causa mais comum de SN em CRIANÇAS Achado histológico: FUSÃO E RETRAÇÃO PODOCITÁRIA Doença associada: LINFOMA DE HODGKIN Precipitada pelos AINES Períodos de ATIVIDADE / REMISSÃO Dramática resposta ao CORTICOIDE Peritonite primária por PNEUMOCOCO GEFS Principal causa de síndrome nefrótica em adultos! O dano é focal porque pega apenas uma parte do rim (um polo ou alguns glomérulos, por exemplo), e segmentar porque pega apenas uma parte do glomérulo. Mesmo assim vale biopsiar, pois os glomérulos não acometidos pela GEFS, tinham lesão mínima, não se sabe o por quê. Pode ser primária (idiopática) ou secundária. Pode ocorrer secundário a uma sequela de doença necrosante focal, que leva a sobrecarga dos glomérulos remanescentes, ou por perda de tecido renal que também gera sobrecarga, ou ainda por hiperfluxo, o que também gera sobrecarga da filtração glomerular. É uma síndrome nefrótica com HAS (o que também leva a GESF)! Licensed to Aline Dias - aline_diaas@hotmail.com - HP18416552295647 39 Se tenta “pril ou sartan” para tratamento, uma vez que não responde a corticoide GEFS Principal causa de SN em ADULTOS Pode ser secundária a VÁRIAS DOENÇAS, exceto Hodgkin / AINES, Neoplasia oculta / LES/ Captopril / Ouro / D-Pen/ Hep B/ Hep C Síndrome nefrótica associada a HAS Consome complemento NÃO Responde bem a corticoide NÃO GN Proliferativa Mesangial Tem hematúria porque tem mesângio no meio! Pode ser dismórfica porque vem do glomérulo. Nefropatia Membranosa Segunda mais frequente nos adultos. Pode ser secundária por hepatite B, neoplasia oculta, LES, captopril, sais de ouro e D-penicilamina. A lesão é um espessamento da membrana basal glomerular – por isso o nome. Evolução variável,
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